ELA era PACIENTE TERMINAL e o seu MARIDO e toda a sua FAMÍLIA a ABANDONOU, por causa disso ELA...

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Narrações Emocionantes
História - ELA era PACIENTE TERMINAL e o seu MÁRIDO e toda a sua FAMÍLIA a ABANDONOU, por causa diss...
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Ana sempre foi uma mulher forte determinada e apaixonada pela vida aos 38 anos ela tinha conquistado muito do que sempre sonhou casada com Eduardo há 15 anos mãe dedicada de dois filhos Luísa de 12 anos e Pedro de oito sua vida parecia tranquila e estável trabalhando como professora ela amava o que fazia e era respeitada por seus colegas e adorada pelos alunos cada detalhe de sua rotina parecia correr bem até que os primeiros sinais da mudança começaram a surgir nos últimos meses Ana vinha sentindo uma exaustão Estranha como se cada tarefa cotidiana fosse um esforço
imenso a princípio ela culpou o trabalho o ritmo acelerado da vida e o próprio estresse por trás de uma agenda cheia achou que era apenas cansaço acumulado algo que desapareceria com uma boa noite de sono ou um fim de semana descansando mas o cansaço não passou e além disso uma dor persistente começou a se manifestar discreta no início Mas cada vez mais forte Eduardo Como marido também notou a mudança no comportamento de Ana ela estava mais ausente nas brincadeiras com as crianças passava longas horas deitada no sofá e já não tinha o mesmo entusiasmo de
antes no entanto ele assim como ela achava que era apenas uma fase vai passar ele repetia para si mesmo acreditando que tudo voltaria ao normal Ana também tentou acreditar nisso até o momento em que se deu conta de que não era só cansaço em uma consulta de rotina após insistência de uma amiga próxima Ana decidiu comentar entar com o médico sobre a dor e a exaustão que sentia o médico preocupado pediu uma série de exames naquela semana Ana passou por uma bateria de testes e apesar de se sentir ansiosa tentava se convencer de que não
seria nada grave quando chegou o dia de buscar os resultados Eduardo estava ocupado com trabalho e não pôde acompanhá-la então Ana foi sozinha ao consultório ainda tentando manter uma postura positiva ao entrar na sala do médico ela sentiu um frio na espinha o semblante dele não trazia boas notícias ele respirou fundo antes de falar escolhendo as palavras com cautela Ana nós encontramos algo preocupante no seus exames disse ele Infelizmente o diagnóstico é de câncer e está em um estágio avançado por alguns segundos Ana não conseguiu ouvir mais nada as palavras câncer e estágio avançado ecoaram
em sua mente como se fossem as únicas coisas importantes naquele momento o chão parecia sumir sob seus pés o Coração batia descompassado e um silêncio pesado tomou conta da sala o médico continuou a falar sobre tratamentos prognósticos e opções mas Ana mal conseguia absorver o que ele dizia tudo parecia irreal de repente sua vida inteira estava sendo redefinida por uma única palavra câncer ela sabia que aquilo mudaria tudo mas não tinha ideia do quanto ao sair do consultório Ana sentiu o vento frio no rosto como se o mundo tivesse parado ao seu redor mas dentro
dela uma tempestade começava a se formar caminhada até o carro foi como atravessar uma névoa densa ela se sentou no banco do motorista ligou o carro mas não saiu do lugar Ficou ali imóvel olhando para o nada tentando processar o que acabará de ouvir como ela contaria aquilo a Eduardo e as Crianças Será que ela teria tempo para vê-los crescer Será que conseguiria lutar contra a doença as perguntas vinham em avalanche e ela não tinha nenhuma resposta naquele instante Ana percebeu que sua vida jamais Seria a mesma um novo e desconhecido Capítulo estava começando e
ela sabia que a luta seria árdua ao segurar o volante com força ela sentiu lágrimas silenciosas escorrerem por seu rosto os dias seguintes ao diagnóstico foram uma mistura de medo confusão e silêncio Ana ainda não havia encontrado forças para contar à família o que estava acontecendo toda vez que pensava em falar com Eduardo ou com os filhos sua garganta travava e o coração apertava como poderia explicar algo que ela mesma ainda não conseguia compreender completamente mesmo assim ela sabia que não poderia adiar por muito tempo Eduardo sempre tão Atento e presente perceberia que algo estava
errado a notícia veio em uma noite comum durante o jantar enquanto luí e Pedro conversavam sobre o dia na escola Ana olhava para eles sentindo um nó na garganta Eduardo estava quieto mastigando devagar perdido em seus pensamentos ela sabia que aquele era o momento não podia esperar mais respirou fundo tentou manter a voz firme e Sem Rodeios anunciou eu fui ao médico Tenho câncer O silêncio que se seguiu foi como um abismo as vozes animadas das crianças cessaram e os talheres pararam de bater nos pratos Eduardo levantou os olhos para Ana como se não tivesse
ouvido direito câncer ele repetiu com a testa franzida o garfo ainda suspenso no ar Ana sentiu sentindo as lágrimas ameaçarem cair mas segurou-se ela precisava ser forte naquele momento os filhos ficaram imóveis sem entender completamente o que aquilo significava mas o impacto foi imediato luí sempre sensível deixou cair o guardanapo e correu para o quarto sem dizer uma palavra Pedro ainda muito pequeno para entender a gravidade olhou de Ana para Eduardo esperando uma reação Eduardo por sua vez Manteve o olhar fixo em Ana com a mistura de incredulidade e choque Como assim câncer o que
o que isso significa a voz dele estava baixa quase um sussurro como se estivesse tentando absorver a notícia Ana explicou brevemente o que o médico havia dito sobre o estágio avançado da doença sobre as opções de tratamento que haviam sido sugeridas mas a cada palavra sentia o peso da realidade se instalando entre eles ela esperava que ao compartilhar a notícia pudesse sentir algum tipo de alívio algum conforto mas não foi isso que aconteceu O silêncio que se seguiu foi ainda mais pesado do que antes Eduardo se levantou a abruptamente da mesa sem dizer uma palavra
e saiu da sala Ana ouviu o som da porta do escritório se fechando e por um momento Ficou ali sozinha na cozinha ainda com o prato à sua frente incapaz de se mover Pedro se aproximou lentamente e com seus olhos inocentes perguntou mamãe você vai ficar boa né Ana olhou para ele sentindo o coração partir em mil pedaços ela queria responder com um Sim firme queria prometer que tudo ficaria bem mas as palavras ficaram presas na garganta ela apenas o puxou para um abraço segurando com força como se aquele gesto pudesse protegê-lo de toda a
dor que ela sabia que viria mais tarde naquela mesma noite quando os filhos já estavam na cama Ana foi até o escritório Onde Eduardo havia se refugiado bateu de leve na porta esperando ouvir sua voz do outro lado mas tudo que veio foi o silêncio ela entrou e o encontrou sentado em frente à escrivaninha olhando fixamente para uma folha em branco o ambiente parecia denso carregado Eduardo eu sei que é difícil mas precisamos conversar disse Ana sua voz quase suplicante ele não se virou imediatamente ficou mais alguns segundos em silêncio antes de finalmente se levantar
da cadeira e olhar para ela seu olhar estava distante Quase vazio eu não sei o que dizer ele admitiu passando a mão pelo cabelo de maneira nervosa isso isso é demais para mim Ana sentiu um aperto no peito ao ouvir aquelas palavras ela sabia que a situação era de difícil para todos mas Eduardo era seu parceiro o homem com quem ela havia construído uma vida se ele estava se sentindo perdido o que ela poderia fazer eles sempre haviam enfrentado os desafios juntos desde as dificuldades financeiras no início do casamento até as crises que enfrentaram na
criação dos filhos mas agora ela começava a perceber que talvez estivesse sozinha nessa luta Eu também não sei o que dizer respondeu Ana tentando manter a calma mas preciso de você agora mais do que nunca Eduardo suspirou profundamente desviando o olhar eu só eu só preciso de um tempo para processar isso ele se virou de costas como se a conversa já estivesse encerrada e Ana sentiu uma onda de desespero ela queria gritar queria dizer a ele que não havia tempo para processar nada que cada momento contava mas as palavras ficaram presas naquela noite Ana deitou-se
na cama sozinha Eduardo não voltou para o quarto as horas se arrastaram E ela ficou acordada olhando para o teto ouvindo sons da casa em silêncio sentiu-se mais sozinha do que nunca apesar de estar cercada por sua própria família os dias seguintes trouxeram mais sinais de afastamento Eduardo parecia estar cada vez mais imerso no trabalho chegando tarde e saindo cedo evitando qualquer conversa mais profunda quando estava em casa mantinha-se ocupado com as crianças ou com tarefas triviais o homem que antes era seu maior apoio agora estava se distanciando e isso assustava mais do que a
própria doença Ana sabia que o diagnóstico de uma doença terminal afetava não só a pessoa que a recebia mas todos ao seu redor no entanto ela não esperava que o impacto em Eduardo fosse tão devastador a ponto de ele se afastar dela no momento em que ela mais precisava de um ombro para se apoiar cada gesto cada palavra não dita fazia com que a distância entre eles crescesse e aos poucos Ana começou a temer que essa distância fosse Irreversível ela não sabia o que seria mais doloroso lutar contra a doença ou enfrentar o fato de
que o homem que ela estava se afastando incapaz de lidar com o que estava acontecendo naquele momento Ana percebeu que a verdadeira batalha estava apenas começando nos dias que se seguiram Ana notou que algo estava profundamente errado o silêncio entre ela e Eduardo não era mais só o desconforto de um casal lidando com uma notícia devastadora parecia algo mais sombrio como se uma barreira invisível houvesse se formado entre eles uma barreira que ela não sabia como atravessar Eduardo que sempre fora seu Porto Seguro estava se tornando um estranho e isso doía quase tanto quanto a
doença em si ele já não a olhava nos olhos não perguntava sobre as consultas médicas ou sobre como ela estava se sentindo quando Ana tentava trazer o assunto à tona Eduardo a interrompia dizendo que precisava sair ou que tinha trabalho acumulado a cada dia as desculpas se tornavam mais constantes até que Ana começou a perceber um padrão era como se ele estivesse fugindo se afastando lentamente para não ter que enfrentar a realidade de sua condição e quanto mais ela tem tentava se aproximar mas ele parecia escapar certa noite Ana estava deitada no sofá da sala
sentindo-se Exausta após mais um dia de dores físicas e emocionais Ela ouviu os passos de Eduardo no corredor ele se aproximou Mas em vez de se sentar ao seu lado ou perguntar como ela estava ele apenas Pegou a chave do carro e disse preciso sair um pouco Ana levantou a cabeça surpresa agora já está tarde Eduardo olhou por um breve segundo em seus olhos ela não compaixão mas sim uma mistura de impaciência e desconforto eu preciso de um tempo ele disse sem oferecer mais explicações antes que Ana pudesse responder ele já estava na porta Ela
ouviu o barulho da chave girando Na fechadura e logo depois o motor do carro acelerando na rua silenciosa então o silêncio tomou conta da casa Ana Ficou ali sozinha na sala com controle remoto nas mãos mas incapaz de prestar atenção no que passava na televisão sentia como se um vazio estivesse tomando conta de seu peito um vazio que nada nem ninguém parecia ser capaz de preencher os minutos passaram lentamente e Eduardo não voltou até muito tarde naquela noite quando ele entrou pela porta de mansinho Ana fingiu estar dormindo no sofá ela não sabia o que
dizer e ele também não pareceu disposto a iniciar qualquer conversa no dia seguinte a situação continuou a mesma Eduardo saía cedo e voltava tarde sempre com uma desculpa pronta Ana começou a Perceber que aos poucos ele estava passando menos tempo em casa as refeições em família que antes eram momentos de União agora se tornaram monótonas com Eduardo evitando qualquer tipo de interação que não fosse superficial ele conversava com os filhos sobre o dia deles fazia perguntas vagas mas não tocava no assunto de sua doença era como se ele tivesse decidido que se não falasse sobre
o câncer ele deixaria de existir mas Ana sabia que isso não era verdade a doença estava ali silenciosa progredindo a cada dia e ela sentia seus efeitos em cada parte de seu corpo o cansaço era Avassalador as dores constantes e o medo de não ver os filhos crescerem a consumia ela precisava de apoio Precisava de alguém que lhe desse força mas a única pessoa com quem ela sempre contou seu marido estava cada vez mais distante os filhos Luísa e Pedro também começaram a notar a mudança Luísa que era mais velha e mais sensível parecia tentar
compensar a ausência emocional do pai a ajudando Ana Com pequenas tarefas e ficando ao seu lado nos momentos mais difíceis Pedro por outro lado ainda era jovem demais para compreender completamente o que estava acontecendo mas sentia que algo estava errado ele fazia perguntas inocentes do tipo o papai vai voltar mais cedo hoje ou Por que você e o papai não brincam mais comigo como antes Ana sentia o peso dessas perguntas como facadas em seu coração ela queria proteger os filhos da dor que estava vivendo Mas sabia que isso era impossível a ausência de Eduardo começava
a afetar todos eles e a tensão em casa era palpável à noite Ana se deitava sozinha ouvindo o silêncio do quarto vazio Eduardo não voltava para a cama desde o dia em que saiu pela primeira vez à noite ele agora dormia no quarto de hóspedes Ou pelo menos era o que Ana supunha ela não o via entrando no quarto e quando acordava de madrugada ele não estava ao seu lado certa tarde depois de mais uma consulta com o oncologista Ana decidiu que não poderia continuar daquele jeito ela precisava confrontar Eduardo entender o que estava acontecendo
e de alguma forma tentar recuperar o que eles haviam perdido ela não podia lutar contra o câncer sozinha Quando Eduardo voltou para casa já tarde Ana estava sentada à mesa da cozinha esperando por ele Ele entrou com o rosto cansado e ao ver Ana li pareceu surpreso precisamos conversar disse Ana com uma firmesa que ela mesma não sabia de onde vinha Eduardo hesitou mas se sentou à mesa embora evitasse olhar diretamente para ela o silêncio se instalou por alguns momentos antes que Ana começasse a falar eu sei que isso é difícil para todos nós mas
você está se afastando Eduardo eu preciso de você os nossos filhos precisam de você sua voz quebrou no final E ela sentiu as lágrimas começarem a se formar mas tentou segurá-las Eduardo permaneceu em silêncio mexendo distraidamente nas mãos não é fácil para mim também Ana ele finalmente respondeu a voz baixa eu não sei como lidar com isso eu não sei o que fazer você acha que eu sei Ana retrucou a voz saindo mais alta do que pretendia eu estou Lutando para Sobreviver eu preciso do meu marido do pai dos meus filhos mas você está fugindo
fugindo de mim fugindo da nossa família isso não vai resolver nada Eduardo abaixou a cabeça incapaz de responder Ana esperou por algum sinal de arrependimento alguma palavra de consolo mas nada veio após longos minutos de silêncio ele se levantou da cadeira eu não sei se consigo Ana ele disse a voz carregada de uma confusão que a feriu profundamente eu preciso de tempo para pensar e com isso ele saiu novamente pela porta deixando Ana sozinha mais uma vez com vazio ao seu redor ela ficou ali paralisada olhando para a porta que acabará de se fechar aquela
não era uma saída temporária era o início de um abandono mais profundo Ana sabia que a partir daquele momento o marido que ela conhecia estava se afastando de uma forma que talvez não houvesse retorno e ela já fragilizada pela doença sentiu o peso do mundo desabar sobre seus ombros naquela noite Ana finalmente permitiu que as lágrimas corressem Livres ela chorou por tudo pela doença que a consumia pela distância que agora existia entre ela e Eduardo pelo medo de não ver os filhos crescerem chorou até não ter mais forças até que o sono finalmente Av venceu
o abandono começava a tomar forma em sua vida e Ana sabia que sua luta contra o câncer agora seria travada sozinha a batalha que ela enfrentaria dali em diante seria ainda mais dolorosa pois além de enfrentar a doença teria que lidar com a solidão os dias se arrastavam e com eles Ana percebia que o abandono de Eduardo era apenas o começo de uma realidade ainda mais dolorosa a falta de apoio de sua própria família o que começou com pequenos afastamentos como uma ligação perdida aqui ou uma visita T Adada ali logo se transformou em um
silêncio ensurdecedor Ana que sempre fora uma mulher cercada por amigos e familiares agora se via mergulhada em uma solidão que parecia maior do que a própria doença a primeira pessoa a desaparecer de sua vida foi sua mãe dona Célia uma mulher de poucas palavras mas que sempre havia sido uma presença constante quando Ana recebeu o diagnóstico esperava que sua mãe fosse a primeira a estar ao seu lado a lhe dar forças e conselhos como sempre fizera mas ao contrário Dona parecia ter-se afastado como se a doença da filha fosse um fardo grande demais para ela
carregar logo após a notícia Ana ligou para sua mãe como fazia quase todos os dias do outro lado da linha a voz de Dona Célia sou fria distante Ana explicou a situação esperando ouvir palavras de consolo algo que lhe desse algum conforto em vez disso sua mãe simplesmente disse isso é tão difícil filha eu não sei o que dizer vou rezar por você Ana ficou em silêncio por alguns segundos esperando que sua mãe dissesse mais alguma coisa algo que indicasse que ela iria visitá-la que estaria ao seu lado para enfrentar aquela luta mas a conversa
terminou abruptamente e Ana sentiu que algo estava mudando os dias se passaram e Dona Célia não ligou de volta a esperança de que ela aparecesse à porta trazendo o apoio que Ana tanto precisava foi se esvaindo à medida que o telefone permanecia silencioso se antes sua mãe ligava diariamente para saber como ela estava agora as ligações haviam se tornado cada vez mais raras até cessarem completamente Ana se sentia desamparada como se o peso da doença fosse grande demais para que sua própria mãe suportasse ela tentava entender os motivos tentava racionalizar a situação dizendo a si
mesma que talvez sua mãe estivesse com medo que não sabia como lidar com o sofrimento da filha mas no fundo Ana sentia que havia sido abandonada também por ela e isso doía de uma forma que palavras não conseguiam descrever o afastamento de Dona Célia não foi um caso isolado seus dois irmãos Guilherme e Carla que moravam em outra cidade também pareciam ter se distanciado no começo eles mandavam mensagens de texto perguntando sobre os tratamentos mas à medida que o tempo passava essas mensagens foram se tornando cada vez mais escassas Guilherme o irmão mais velho sempre
fora ocupado com trabalho mas Ana acreditava que diante de uma notícia tão grave ele encontraria tempo para visitá-la para estar ao seu lado no entanto semanas se passaram sem que ele desse sinal de vida Carla por sua vez era ainda mais difícil de lidar irmã mais nova e sempre um pouco distante Carla nunca gostou de lidar com situações emocionais complicadas quando Ana ligou para contar sobre o diagnóstico Carla respondeu de maneira vaga sem mostrar muito interesse você vai vencer isso Ana Não se preocupa essas coisas hoje em dia T cura disse ela como se fosse
algo simples como se estivesse falando de uma gripe mas não era Ana sabia que não era o o que mais a incomodava não era a falta de visitas ou de mensagens mas a sensação de que sua doença estava afastando as pessoas era como se ao se tornar uma paciente terminal ela tivesse se tornado um fardo insuportável ninguém queria lidar com o peso da Morte iminente Ninguém queria enfrentar a realidade da situação era mais fácil para todos se afastarem fingirem que nada estava acontecendo o que Ana mais sentia falta era de alguém para conversar alguém que
pudesse escutá-la sem medo sem hesitação mas aos poucos até mesmo os amigos de longa data começaram a sumir no início houve algumas visitas as amigas do trabalho apareceram trouxeram flores bolos e palavras de conforto mas conforme sua condição piorava elas também começaram a se afastar as visitas diminuíram as mensagens se tornaram raras e logo Ana se viu isolada em certo momento ela se pegou olhando para o telefone esperando por uma ligação por uma mensagem por qualquer sinal de que alguém ainda se Import Ava mas o telefone não tocava o silêncio em sua casa era uma
constante interrompido apenas pelos sons dos Passos de luí e Pedro que ainda tentavam entender o que estava acontecendo Eduardo Agora quase ausente aparecia esporadicamente mas mal trocava palavras com ela o vazio deixado por sua ausência era profundo mas o abandono de sua família o tornava ainda mais difícil de suportar Ana que sempre fora Fortaleza de sua família agora sentia como se todos tivessem se afastado em capazes de lidar com sua fragilidade ela se perguntava o que havia feito para merecer aquele abandono o que havia mudado tanto para que as pessoas que ela mais amava se
distanciassem dessa forma a dor física do Câncer era imensa mas a dor emocional de ser deixada sozinha era ainda mais devastadora certa manhã após uma noite de insônia e dores constantes Ana tomou uma decisão ligou para sua mãe determinada a tentar romper o silêncio que se instalara entre elas O Telefone Tocou várias vezes até que finalmente Dona Céli atendeu Oi mãe disse Ana tentando controlar o tremor em sua voz eu sinto sua falta preciso de você houve um longo Silêncio do outro lado da linha antes que sua mãe finalmente respondesse Ana querida eu não sei
o que dizer eu eu não sei como ajudar é tão difícil ver você assim Ana fechou os olhos segurando as lágrimas eu não preciso que você saiba o que dizer mãe eu só preciso de você aqui mais uma vez o silêncio tomou conta da conversa quando sua mãe finalmente falou foi com a mesma voz distante de antes eu não sei se consigo Ana isso isso é demais para mim mas eu rezo por você todos os dias Ana desligou o telefone sentindo-se mais sozinha do que nunca a promessa de orações não era suficiente o que ela
precisava era de presença de alguém que segurasse sua mão que estivesse ao seu lado nessa batalha mas isso não parecia possível sua mãe seus irmãos seus amigos todos pareciam incapazes de lidar com a realidade de sua condição e Ana frágil e cada vez mais cansada sabia que teria que lutar sozinha o câncer estava destruindo não apenas seu corpo mas também suas relações o apoio que ela esperava de sua família nunca veio e o isolamento a consumia mais a cada dia no fundo de seu coração ela desejava que tudo fosse diferente que houvesse alguém para dividir
aquela carga mas mas ao encarar a realidade Ana percebeu que estava sozinha em sua luta o abandono não era só de Eduardo era de todos a partir daquele momento Ana entendeu que teria que encontrar força dentro de si mesma pois as pessoas que ela acreditava que apoiariam haviam desaparecido uma a uma ela estava de fato enfrentando a maior batalha de sua vida sozinha e naquele silêncio o abandono se tornava sua companhia mais constante as semanas passaram e Ana começou a se acostumar com a solidão que a rodeava embora a dor física fosse intensa e cada
vez mais difícil de suportar a dor emocional de ser ignorada era ainda mais esmagadora o abandono de Eduardo já não era mais uma novidade mas um fato consumado ele vinha em casa cada vez menos e quando aparecia seus olhos evitavam os dela não havia mais diálogo sobre o futuro ou sobre como poderiam enfrentar aquilo juntos o silêncio entre eles era absoluto um abismo que parecia impossível de ser atravessado as crianças Luísa e Pedro também pareciam confusas luí que antes era tão próxima de Ana começou a se fechar em si mesma Pedro por ser mais novo
parecia não entender o que estava acontecendo mas a mudança no comportamento da família o deixava inquieto as perguntas que ele fazia por que o papai não fica mais aqui ou quando você vai melhorar mamãe eram facadas no coração de Ana que não sabia como explicar a verdade a Ele o pior momento do dia era a hora do jantar antes a refeições eram momentos de União onde todos se sentavam à mesa e compartilhavam histórias do dia agora Ana mal conseguia comer o cansaço era tanto que ela mal tinha forças para se levantar da cama e os
filhos acabavam comendo sozinhos ou então com Eduardo Quando ele estava presente mas a conversa era sempre breve superficial às vezes Ana podia ouvi-los conversando na cozinha enquanto ela permanecia no quarto tentando descansar ela desejava estar lá com eles desejava poder fazer parte daquele momento mas algo maior do que sua doença impedia era como se o vazio dentro dela a tivesse isolado de sua própria vida seus filhos não sabiam lidar com a situação luí Agora com 12 anos estava entrando na adolescência e enfrentava seus próprios desafios tanto dentro quanto fora de casa a doença da mãe
era uma sombra constante em sua mente e sem o apoio de Eduardo ela sentia que estava deriva Ana notava os olhares de luí cheios de dúvidas mas quando tentava puxar conversa a menina rapidamente mudava de assunto ou simplesmente saía da sala era como se ela estivesse fugindo de uma verdade que era difícil demais de encarar Pedro por outro lado ainda era uma criança e suas perguntas eram mais diretas mas igualmente dolorosas por que você fica na cama o tempo todo mamãe ou Por que você não vem brincar comigo Ana Tentava ser honesta mas como explicar
para o menino de 8 anos que ela estava morrendo que o corpo dela que antes era forte e capaz de abraçá-lo com carinho estava se deteriorando rapidamente que ela não poderia brincar ou correr com ele como antes porque cada movimento era um esforço imenso Pedro chorava à noite e Ana podia ouvi-lo do outro lado da parede essas lágrimas infantis que ela não podia consolar a consumiam com o passar dos dias Ana percebeu que o silêncio não vinha apenas de Eduardo ou das Crianças amigos e parentes que antes estavam sempre por perto começaram a desaparecer um
a um ninguém sabia como lidar com a doença terminal e para parecia que o desconforto em estar ao lado de alguém que estava morrendo era insuportável para muitos as visitas que no início eram frequentes se tornaram cada vez mais raras até cessarem completamente as mensagens no celular que antes apareciam com regularidade começaram a sumir deixando Ana ainda mais isolada ela passava horas olhando para a tela do telefone esperando que alguma mensagem de apoio chegasse às vezes abria o aplicativo de mensagens e via conversas antigas com amigos que não falavam com ela humas ficava relendo as
palavras de incentivo que haviam enviado no início de sua luta tentando se agarrar aquelas memórias como uma tábua de salvação mas a cada dia que passava ficava mais claro que essas palavras eram vazias ditas sem a real intenção de continuar presente Ana pensava frequentemente em sua mãe dona Célia e em seus irmãos desde o diagnóstico havia sentido o distanciamento crescente as conversas com a mãe que antes eram cheias de calor e cuidado agora eram breves mecânicas como se Dona Célia estivesse fugindo da realidade da filha Guilherme e Carla seus irmãos sequer haviam visitado Ana desde
que souberam da doença Ana tentava racionalizar esse afastamento dizendo a si mesma que talvez estivessem ocupados que não sabiam Como lidar com a situação mas a verdade era inegável todos a estavam ignorando D certa tarde Após uma longa e exaustiva sessão de quimioterapia Ana chegou em casa e ao entrar pela porta sentiu o peso da a solidão novamente a casa estava em silêncio exceto pelos passos de Pedro brincando no quarto ela se jogou no sofá sentindo o corpo pesado o estômago revirado pela medicação e olhou para a porta como se Esperasse que alguém entrasse para
lhe fazer companhia mas ninguém veio Ana fechou os olhos e se lembrou dos tempos em que a casa era cheia de vida lembrou-se dos jantares em família das risadas das crianças das tardes em que Eduardo e ela conversavam sobre tudo agora parecia que sua doença havia sugado a vida não só dela mas de todos ao redor era como se ela estivesse se transformando em um espectro uma sombra de si mesma e as pessoas estavam desaparecendo junto com ela a única pessoa que ainda permanecia presente em sua vida era Clara a enfermeira que vinha visitá-la diariamente
para cuidar de seus tratamentos Clara era jovem Talvez no início dos seus 30 anos mas sua experiência com pacientes terminais parecia ter-lhe dado uma sabedoria que ia além da idade ela não falava muito mas estava sempre ali com sorriso suave no rosto pronta para ajudar Ana nos momentos de maior dor o simples fato de Clara estar por perto trazia um conforto que Ana não sabia descrever certa manhã enquanto Clara preparava os medicamentos Ana finalmente perguntou algo que estava em sua mente há algum tempo Como você lida com isso com pacientes como eu que estão morrendo
Clara parou por um momento levantou os olhos para Ana e Sorriu gentilmente eu lido com o que posso minha função é estar aqui estar presente às vezes é só isso que as pessoas precisam Ana ficou em silêncio absorvendo aquelas palavras era verdade o que mais doía não era o fato de estar morrendo mas o fato de que mesmo viva já parecia estar morta para tantas pessoas ao seu redor Clara sem perceber havia resumido exatamente o que faltava em sua vida presença alguém que estivesse ali que segurasse sua mão que não fugisse diante da realidade dolorosa
de sua condição a tarde passou lentamente e Ana se pegou pensando em todas as pessoas que haviam sumido de sua vida pensava no motivo pelo qual o amor e o apoio que tanto esperava não vieram o que mais a machucava era a indiferença não era apenas o fato de ser ignorada mas o fato de que ninguém parecia saber como lidar com sua fragilidade com sua morte iminente e por isso todos se afastavam Enquanto o Sol se punha tingindo o céu de laranja Ana deitou-se na cama e olhou pela janela sentindo peso de mais um dia
Solitário ela sabia que o tempo estava se esgotando Sabia que não teria muitas mais tardes como Aquela e ainda assim a dor de ser ignorada de ser esquecida enquanto ainda estava viva parecia ser a maior agonia que ela enfrentaria nessa jornada no silêncio da noite a ausência das vozes que antes preenchiam sua casa era ensurdecedora e Ana sozinha começava a entender que por mais que a luta contra a doença fosse física a verdadeira batalha estava acontecendo em seu coração a dor do abandono era uma ferida que não cicatrizar tão tão facilmente Quanto qualquer outro machucado
E à medida que a escuridão da noite tomava conta do quarto Ana soube que mesmo cercada de pessoas continuaria a ser ignorada a solidão Afinal era sua nova companheira e parecia não haver mais nada que ela pudesse fazer a respeito disso Ana já estava acostumada com silêncio e ausência de Eduardo mas nada poderia prepará-la para o que viria naquela manhã ele havia saído cedo como de costume Sem uma palavra sequer o som da porta da frente se fechando tornou-se parte da rotina e Ana já não esperava mais que ele fizesse algo diferente ela sabia que
o marido estava se afastando cada vez mais emocionalmente e fisicamente o que ela não sabia era que aquele afastamento chegaria ao seu ápice naquele dia ao final da tarde quando Eduardo voltou Ana percebeu algo diferente no ar Ele entrou pela porta segurando uma maleta pequena como se tivesse se preparado para uma conversa importante Ana sentada no sofá apenas observou enquanto ele usava o corredor e entrava no quarto de hóspedes onde ele vinha dormindo nas últimas semanas a familiaridade daquele movimento a fez sentir um frio no estômago algo estava prestes a acontecer e ela temia o
que seria Ela ouviu o som abafado de gavetas sendo abertas e fechadas como se Eduardo estivesse arrumando suas coisas o barulho ecoava pelos corredores da casa que nos últimos tempos havia se tornado grande e vazia Ana não sabia o que dizer mas sentiu que precisava se levantar e confrontá-lo ela juntou suas forças e caminhou lentamente até a porta do quarto quando chegou lá encontrou Eduardo com uma pequena mala no chão enchendo-a com roupas e objetos pessoais edwardo O que você está fazendo sua voz saiu fraca quase um susurro Ele não parou o que estava fazendo
apenas continuou dobrando as camisas e colocando-as na mala sem olhar para ela aná e eu não posso mais fazer isso ele disse finalmente mas com a voz baixa cheia de uma resignação dolorosa Ana ficou imóvel por um momento tentando processar aquelas palavras não pode mais fazer o quê Ela sabia a resposta mas ainda assim precisava ouvir da boca dele precisava que ele dissesse claramente o que estava acontecendo Eduardo respirou fundo e se levantou finalmente olhando para Ana nos olhos seus olhos estavam cansados assim como os dela mas havia algo diferente neles um peso uma tristeza
mas também algo que soava como a decisão final eu não consigo mais viver assim ele começou a voz trêmula mas firme essa situação essa doença está me destruindo Ana eu eu não sei como lidar com isso e acho que não consigo mais ficar aqui Ana sentiu como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés o impacto das palavras foi tão forte que ela quase perdeu o equilíbrio ela havia imaginado que o afastamento de Eduardo poderia levar a algo assim mas sempre se negou a acreditar não queria pensar que o homem com quem havia dividido sua
vida construído uma família pudesse simplesmente desistir mas ali estava ele diante dela fazendo Exatamente isso você vai embora sua voz falhou enquanto ela pronunciava as palavras como se elas não fizessem sentido Eduardo desviou o olhar incapaz de enfrentar a dor nos olhos de Ana sim ele disse quase num sussurro eu vou embora eu preciso de um tempo de um espaço para pensar eu não posso mais viver assim nesse clima de tristeza e morte está me consumindo também Ana ficou em silêncio tentando entender o que acabará de ouvir ela queria gritar queria exigir que ele ficasse
que enfrentassem aquilo juntos como Prometeram no dia em que se casaram na saúde e na doença mas as palavras não vieram tudo que ela conseguia sentir era uma imensa tristeza tomando conta de todo o seu ser o homem que ela amava que deveria estar ao seu lado nesse momento tão difícil estava desistindo dela e isso a devastava de uma maneira que ela jamais poderia descrever e as Crianças Ana finalmente perguntou a voz tremendo você vai levá-las com você Eduardo passou a mão pelo rosto como se tentasse aliviar o peso da culpa sim por enquanto eles
vão ficar comigo na casa da minha mãe eles precisam de estabilidade Ana eles não não podem viver assim com toda essa dor As palavras dele atingiram como uma facada no peito não bastava ele estar indo embora ele também estava levando seus filhos como se ela não fosse mais capaz de ser mãe como se sua presença fosse um fardo pesado demais para as crianças Ana sabia que sua saúde estava debilitada que ela já não conseguia cuidar deles como antes mas a ideia de que eles seriam levados para longe a fez sentir uma angústia sufocante você está
me deixando sozinha Eduardo ela sussurrou a voz embargada eu estou doente e você está me deixando sozinha Eduardo finalmente a olhou nos olhos e Ana pode ver o conflito dentro dele ele também estava sofrendo isso era visível mas a decisão já havia sido tomada eu não sei o que mais fazer Ana eu estou me afogando aqui nesse ambiente de tristeza eu não consigo mais Ana engoliu em seco sentindo peso daquelas palavras Eduardo estava indo embora e ao fazer isso ela estava deixando sozinha não apenas para enfrentar o câncer mas para lidar com a solidão que
vinha junto com ele o vazio que já existia entre eles agora se tornaria absoluto ele fechou a mala e sem mais uma palavra a pegou e caminhou em direção à porta Ana o seguiu com os olhos ainda sem saber como reagir sua mente estava entorpecida pela dor pelo choque Eduardo parou por um instante na porta como se estivesse esperando que ela dissesse algo qualquer coisa que pudesse fazê-lo mudar de ideia mas Ana estava em silêncio paralisada pela tristeza e então ele saiu a porta se fechou suavemente e Ana ficou sozinha no quarto vazio o som
da mala sendo arrastada pelo corredor ecoou pela casa e alguns segundos depois Ela ouviu a porta da frente se fechar o silêncio que se seguiu foi ensurdecedor Ana ficou parada por um longo tempo incapaz de se mover as lágrimas vieram silenciosas escorrendo pelo rosto pálido ela tentou respirar fundo mas sentia como se o ar estivesse preso em seu peito tudo que ela sabia era que o homem que prometeu estar ao seu lado nos momentos mais difíceis havia ido embora e agora ela estava sozinha completamente sozinha ela se arrastou até a cama e se deitou olhando
para o teto o cansaço tanto físico quanto emocional a dominava mas ela não conseguia dormir Ficou ali deitada enquanto a escuridão da noite caía sobre a casa cada som distante cada ruído parecia amplificar o vazio que agora preenchia o espaço ao seu redor as Horus asram e finalment an perm ko coro to the suu corpo chorou por Eduardo por seus filhos pela família que estava se desfazendo diante de seus olhos chorou pela doença que estava consumindo seu corpo e pela solidão que agora parecia ser sua única companhia chorou até não ter mais forças até que
o cansaço Av vencesse e seus olhos finalmente se fechassem Eduardo havia partido levando consigo os filhos e o que restava de sua antiga vida Ana sabia que a partir daquele momento a luta contra a doença seria ainda mais árdua ela estava sozinha e a estrada à frente parecia interminavelmente escura agora restava apenas enfrentar o que estava por vir sem a presença do homem que um dia prometera estar ao seu lado e no fundo de seu coração Ana Sabia que aquela solidão seria o maior desafio de todos os dias seguintes à partida de Eduardo foram os
mais difíceis que Ana havia enfrentado a casa que antes ressoava com as vozes dos filhos e as conversas rotineiras agora estava Complet ente silenciosa a ausência de luí e Pedro era o que mais doía ela sabia que por mais que não estivesse mais fisicamente capaz de cuidar deles sua presença como mãe ainda era insubstituível sentir o vazio deixado pelos filhos era como perder uma parte essencial de si mesma as manhãs eram as mais cruéis Ana acordava e por um breve momento esquecia o que havia acontecido sentia o calor do sol que entrava pela janela e
por alguns segundos sua mente vagava de volta aos tempos em que seus filhos corriam pela casa e Eduardo acordava com beijo na testa antes de sair para o trabalho mas então a realidade atingia como um golpe e a solidão se impunha novamente ela tentou preencher os dias com as poucas coisas que ainda conseguia fazer levantar da cama já era um desafio mas ela se forçava a caminhar até a sala sentar-se no sofá e fingir que havia algum propósito em estar ali as refeições se tornaram quase inexistentes Ana não tinha apetite e a ideia de comer
sozinha na grande mesa da cozinha fazia com que o vazio parecesse ainda maior as lembranças da vida que tinha antes começaram a surgir com mais frequência como se sua mente Na tentativa de escapar da dor presente buscasse Refúgio no passado ela se lembrava de como era acordar com os filhos correndo para seu quarto rindo e pulando na cama implorando por panquecas no café da manhã ou dos dias em que Eduardo a surpreendia com flores sem motivo especial apenas para lembrar o quanto amava agora tudo isso parecia pertencer a uma vida distante quase como se fosse
uma his de outra pessoa Ana não tinha mais forças para procurar por ajuda não tinha mais ânimo para ligar para sua mãe para seus irmãos ou para os poucos amigos que ainda restavam de certa forma ela sentia que eles já haviam feito sua escolha ao se afastarem ela não queria ser um fardo não queria implorar pela presença de ninguém a solidão por mais dolorosa que fosse parecia ser a única coisa com a qual Ela poderia contar os dias tornaram-se indistinguíveis o tempo se misturava e Ana perdeu noção de quando as semanas haviam se passado as
dores físicas aumentavam cada movimento era um esforço imenso cada respiração parecia pesar em seu peito como se carregasse o mundo nas costas Mas nada se comparava ao peso da Solidão nada era tão opressor quanto silêncio que preenchia cada canto da casa foi em uma tarde enquanto ela tentava encontrar alguma distração na televisão que o telefone tocou o som inesperado a fez sobressaltar se durante os últimos dias o telefone havia permanecido mudo como o reflexo de sua desconexão do mundo exterior com o coração acelerado Ana atendeu já sem esperança de que fosse algo significativo Alô sua
voz saiu baixa e frágil Oh e Ana sou eu Clara Clara a jovem enfermeira que vinha cuidando dela nas últimas semanas sua presença embora profissional havia se tornado o único contato humano constante na vida de Ana Clara era calma gentil e nunca parecia apressada mesmo quando Ana não tinha forças para falar Clara sentava-se ao seu lado e a envolvia com uma aura de compreensão e cuidado Oi Clara respondeu Ana tentando disfarçar o cansaço na voz Eu estive pensando em você Clara continuou com sua habitual suavidade Eu sei que você tem enfrentado tudo isso sozinha e
isso me preocupa eu queria saber se posso passar aí mais tarde não como sua enfermeira mas como amiga Ana sentiu um nó se formar em sua Ana uma amiga Há quanto tempo ela não ouvia essa palavra há quanto tempo não sentia que tinha alguém ao seu lado simplesmente por querer estar lá sem obrigação ou compromisso profissional por um momento ela ficou em silêncio lutando contra as lágrimas que ameaçavam escorrer por seu rosto ela queria dizer que sim que precisava desesperadamente de alguém mas as palavras pareciam não querer sair eu eu adoraria Clara disse finalmente com
a voz embargada mas não quero te incomodar Você já faz tanto por mim você não é um incômodo Ana Clara respondeu com firmeza Vou passar aí em uma hora trago algo para comermos juntas Ok antes que Ana pudesse protestar Clara desligou ela ficou segurando o telefone sentindo uma mistura de gratidão e vulnerabilidade não se lembrava da última vez em que alguém Viera simplesmente para estar com ela Clara era diferente não havia aquele desconforto no ar que Ana sentia quando falava com outras pessoas com Clara havia uma leveza uma presença que não exigia nada em troca
uma hora depois Clara chegou carregando uma sacola de papel com comida e um sorriso caloroso ao entrar na casa Clara deu um rápido olhar ao redor como se percebesse o vazio do ambiente mas não disse nada ela sabia que palavras de pena Não ajudariam em vez disso começou a preparar a mesa com uma simplicidade acolhedora colocando pratos talheres e até acendendo uma vela que havia trazido consigo era um gesto pequeno mas que transformou o ambiente frio em algo quase familiar eu trouxe sopa de legumes pensei que seria leve o suficiente para você Clara disse enquanto
servia Ana e trouxe pão fresco feito em casa Ana olhou para sopa diante de si pela primeira vez em dias sentiu o apetite voltar o cheiro reconfortante do caldo misturado com o Aroma do pão caseiro aqueceu seu coração ao se sentar à mesa com Clara sentiu como se por um breve momento estivesse esse retomando algo que havia perdido a sensação de partilhar uma refeição de conversar de não estar sozinha elas comeram em silêncio por um tempo mas não era um silêncio incômodo era um silêncio compartilhado cheio de compreensão Ana se permitiu saborear cada colherada de
sopa sentindo calor deslizar por sua garganta e espalhar-se por seu corpo e com isso as barreiras que ela havia construído ao redor de si começaram a se dissolver Clara Ana começou sem saber exatamente como continuar eu eu não sei como te agradecer por isso você não imagina o quanto significa para mim ter alguém aqui Clara sorriu mas não disse nada ela apenas estendeu a mão e tocou suavemente a mão de Ana um gesto simples mas cheio de afeto você não precisa agradecer Ana eu sei que tem sido difícil mas você não está sozinha mesmo que
às vezes pareça Ana olhou para Clara sentindo as lágrimas formarem-se novamente dessa vez porém não eram Lágrimas de dor mas de alívio era como se naquele pequeno gesto Clara tivesse lhe dado a permissão para sentir para deixar a dor sair Fin por rosto Eduardo foi embora levou as crianças minha família eles desapareceram eu não sabia o que fazer clara apertou sua mão com mais firmeza é difícil para as pessoas lidar com a dor e o sofrimento de quem amam às vezes elas se afastam porque não sabem como ajudar mas isso não significa que você está
sozinha e eu vou estar aqui sempre que você precisar Ana sentiu sentindo pela primeira vez em semanas que talvez apenas talvez houvesse uma saída para o vazio que a consumia o pior momento que ela havia enfrentado começava a se dissipar não pela ausência de dor ou da doença mas pela presença de alguém que simplesmente escolheu ficar naquela noite quando foi embora Ana se deitou na cama com um leve sorriso no rosto as dores físicas ainda estavam lá o futuro ainda era incerto mas algo dentro dela havia mudado ela não estava mais completamente sozinha nos dias
que se seguiram a visita de Clara Ana começou a perceber que algo havia mudado dentro dela a dor física continuava presente Implacável Mas a sensação de solidão já não parecia tão esmagadora havia de alguma forma uma Faísca de esperança acesa em seu coração uma fagulha que Clara havia acendido com sua simples presença e compaixão não era apenas sobre o cuidado físico que a enfermeira oferecia era o fato de que pela primeira vez em semanas Ana sentia que alguém realmente se importava com ela como pessoa não apenas como paciente Clara continuou a visitar Ana regularmente agora
não apenas como enfermeira mas como amiga a relação entre elas foi se fortalecendo de maneira natural como se sempre tivesse sido destinada a acontecer Clara tinha o dom de saber quando falar e quando simplesmente estar presente e essa habilidade que parecia tão simples era tudo que Ana precisava sem que percebesse a presença de Clara começou a preencher o vazio que Eduardo e sua família haviam deixado em uma tarde ensolarada Clara chegou com um pequeno vaso de plantas Ana que estava sentada no sofá observou curiosa enquanto Clara colocava o vaso na janela O que é isso
Ana perguntou sua voz levemente animada o que era raro nos últimos tempos uma suculenta respondeu Clara indo elas precisam de pouca água e luz moderada Achei que seria uma boa companhia para você Ana não pode deixar de rir suavemente eu mal consigo cuidar de mim mesma e você quer que eu cuide de uma planta Clara deu de ombros ainda sorrindo ela é resistente como você vai sobreviver com pouco mas vai Florescer Se receber atenção é só uma plantinha para te lembrar que a vida continua de forma simples às vezes Ana olhou para suculento pequena e
modesta mas de alguma forma reconfortante a metáfora não passou despercebida nos últimos tempos ela se sentia tão frágil tão quebrada que a ideia de algo tão pequeno e simples sobreviver apesar das adversidades trouxe um estranho conforto talvez ela também pudesse sobreviver de algum modo conforme os dias passavam as visitas de Clara começaram a fazer parte da rotina de Ana elas conversavam sobre tudo a infância de Clara suas histórias da faculdade de enfermagem suas experiências com outros pacientes Ana se pegava perguntando mais sobre a vida da jovem interessando-se genuinamente pelos pequenos detalhes que Clara compartilhava aquela
troca tão espontânea era algo que ela não tinha muito tempo havia uma leveza nas conversas que fazia Ana esquecer ainda que por Breves momentos a gravidade de sua condição um dia enquanto Clara trocava os curativos de Ana com a delicadeza habitual Ana quebrou o silêncio que pairava entre elas Clara Por que você fazia Ana perguntou sua voz carregada de uma curiosidade genuína quero dizer cuidar de pessoas como eu que estão morrendo Clara parou por um momento concentrando-se no que fazia então levantou os olhos para Ana com uma expressão calma e ponderada eu acho que para
mim não é tanto sobre a morte é sobre o que acontece antes disso todos nós estamos indo para o mesmo lugar de um jeito ou de outro o que importa é como vivemos até lá Ana ficou em silêncio refletindo sobre aquelas palavras mas deve ser difícil ela disse finalmente ver pessoas sofrendo todos os dias isso não te machuca Clara sor you trm Às vezes sim algumas histórias são mais difíceis de lidar mas o que me faz continuar é saber que posso fazer a diferença mesmo que seja por um breve momento às vezes tudo que alguém
precisa é de uma mão para segurar de um sorriso de uma conversa sobre algo que não se seja doença e se eu puder dar isso a alguém Então vale a pena Ana sentiu uma onda de emoção passar por ela Clara era mais do que apenas uma enfermeira era alguém que compreendia a importância das conexões humanas mesmo nos momentos mais difíceis Ana se deu conta de que em muitos aspectos Clara era a única pessoa que realmente havia ficado ao seu lado desde o início de sua jornada todos os outros haviam se afastado por medo ou incapacidade
de lidar com a realidade mas Clara permaneceu os dias e com eles a saúde de Ana se deteriorava lentamente havia momentos em que a dor parecia insuportável e outros em que o simples ato de respirar exigia um esforço imenso mas a presença constante de Clara tornava tudo um pouco mais suportável ela não deixava que Ana afundasse na tristeza ou no desespero sempre trazendo um pouco de luz para os dias mais sombrios certa vez em uma tarde de chuva Clara chegou à casa de Ana carregando uma pilha de livros O que é isso agora Ana perguntou
com sorriso cansado livros Clara respondeu com entusiasmo eu pensei que poderíamos ler juntas escolhi alguns dos meus favoritos talvez a gente possa fazer isso um hábito Ana olhou para pilha de livros surpresa com a proposta faz tanto tempo que eu não leio não sei se tenho energia para isso Clara se sentou ao lado dela e pegou o primeiro livro da pilha então eu leio para você Ana sorriu e por um momento sentiu senti-se envolvida em Uma tranquilidade que não experimentava tempos Clara Começou a ler em voz alta e a voz Suave e calma de sua
amiga parecia fazer com que o peso do mundo se dissipasse mesmo que temporariamente as palavras fluíam como música preenchendo o silêncio da casa com algo mais do que apenas o vazio As Tardes de leitura se tornaram parte da nova rotina de Ana e Clara entre uma sessão de cuidados médicos e outra Clara trazia histórias aventuras e personagens para a vida de Ana ajudando a escapar ainda que por brev momentos de sua própria realidade havia algo reconfortante em perder-se nas páginas dos livros em esquecer ainda que por pouco tempo o que estava acontecendo com seu corpo
apesar da doença que continuava a avançar implacavelmente Ana encontrou na amizade de Clara uma nova razão para continuar lutando não era apenas pelo tratamento ou pela esperança de um milagre mas por algo mais profundo a sensação de que enquanto alguém estivesse ali com ela sua vida ainda tinha valor ainda tinha significado certa tarde quanto Clara terminava de ler um trecho emocionante de um livro Ana olhou para ela com gratidão nos olhos você tem sido um anjo para mim Clara disse ela com a voz embargada eu não sei o que teria feito sem você Clara sempre
humilde apenas sorriu e segurou a mão de Ana você não precisa fazer isso sozinha eu estou aqui e vou continuar aqui até o fim naquele momento Ana percebeu que mesmo diante da Incerteza da vida e da proximidade da Morte ela havia encontrado algo que muitos buscavam durante toda a vida uma amizade verdadeira nascida nos momentos mais sombrios mas que brilhou como uma luz que nunca se apagava E assim a amizade Inesperada entre Ana e Clara se fortaleceu juntas elas enfrentariam os desafios que viriam e de alguma forma Ana sabia que independentemente do que acontecesse ela
não estaria mais sozinha com o passar das semanas Ana começou a sentir uma mudança Sutil mas profunda dentro de si não era apenas a presença constante de Clara que estava transformando mas algo mais profundo uma reconciliação interna ao longo de toda sua luta Ana havia focado no que estava perdendo a família o corpo forte que já não tinha a vida que uma vez conhecera mas agora pela primeira vez em muito tempo ela começou a se perguntar se ainda havia algo que pudesse encontrar em meio ao caos um dia Clara chegou à casa de Ana mais
tarde do que o habitual trazendo consigo uma bolsa de pano e um olhar pensativo Quando entrou na sala Ana percebeu que sua amiga estava diferente com uma expressão mais séria como se tivesse algo importante a dizer sentada no sofá Ana olhou para ela com curiosidade Clara está tudo bem Ana perguntou um pouco preocupada Clara sorriu mas era um sorriso carregado de significado ela colocou a bolsa na mesa e puxou uma cadeira para se sentar perto de Ana sim Ana está tudo bem na verdade eu queria falar com você sobre algo algo que pode ser importante
Ana inclinou a cabeça intrigada O que foi Clara respirou fundo e começou a falar com cuidado como se escolhesse bem as palavras Eu Tenho pensado muito sobre o que você me disse algumas semanas atrás sobre como se sente em relação ao abandono da sua família de Eduardo e sobre como isso tem te afetado e eu quero te ajudar a encontrar uma forma de você mesma se reconectar com a vida Ana ficou em silêncio por um momento absorvendo as palavras de clara ela sabia que o abandono da família era um que carregava com amargura e nos
últimos meses isso havia aprisionado em um ciclo de dor emocional que ela não conseguia quebrar Clara continuou vendo que Ana não havia respondido de imediato eu trouxe algumas coisas hoje coisas que podem te ajudar a encontrar algum alívio alguma paz nada relacionado à doença mas sim a você Ana quero te ajudar a encontrar algo que te traga um pouco de alegria algo que te faça sentir viva de novo por mais difícil que seja Ana piscou surpresa o que você quer dizer com isso Clara não sei se há algo que possa me fazer sentir assim não
mais clara sorriu suavemente e abriu a bolsa que havia trazido tirando de dentro pequenos objetos que ela cuidadosamente colocou na mesa havia velas uma pequena caixa de madeira entalhada alguns livros e um caderno de capa simples eu sei que a sua jornada tem sido solitária Ana Mas isso não significa que você não possa encontrar um sentido mesmo agora trouxe um livro de meditação alguns textos que falam sobre aceitação e este caderno bem acho que pode te ajudar a escrever o que sente muitas vezes colocar os sentimentos no papel pode nos ajudar a entender melhor o
que estamos passando Ana olhou para os objetos tocando o caderno com os dedos trêmulos fazia tanto tempo que ela não escrevia tanto tempo que não expressava suas emoções de maneira concreta durante a maior parte do tratamento ela havia guardado tudo dentro de si reprimindo suas dores seu medo sua tristeza a ideia de colocar tudo isso em palavras parecia ao mesmo tempo assustadora e Libertadora eu eu não sei Clara Ana disse hesitante escrever parece tão final como se ao colocar as palavras no papel eu estivesse reconhecendo tudo que perdi Clara pegou a mão de Ana com
delicadeza seu olhar cheio de compreensão escrever Pode ser na verdade o oposto disso não se trata de fechar capítulos mas de abrir espaço dentro de você não é sobre o que você perdeu Ana é sobre encontrar o que ainda existe sobre o que ainda há em você aqui e agora as palavras de Clara ressoaram profundamente em Ana por tanto tempo ela havia estado focada no que não tinha mais no corpo que não respondia nos sonhos que ficaram pelo caminho na família que havia se afastado mas pela primeira vez ela se perguntou se ainda havia algo
a descobrir dentro de si mesma algo que valesse a pena explorar mesmo nesse momento de fragilidade Ana respirou fundo pegando o caderno nas mãos a textura da capa era macia e ela passou os dedos pelas páginas vazias sentindo cheiro de papel novo fechou os olhos por um instante e deixou que uma sensação estranha quase de expectativa tomasse conta de si era como se por mais doloroso que fosse ela estivesse pronta para enfrentar algo novo dentro de si talvez escrever seja o que eu preciso Ana disse finalmente abrindo os olhos e olhando para Clara com gratidão
não não sei se vai ser fácil mas estou disposta a tentar Clara sorriu visivelmente aliviada você não precisa se apressar Ana Camis devagar Escreva sobre o que quiser mesmo que seja apenas sobre como se sente hoje às vezes isso já é o suficiente nos dias seguintes Ana começou a se aproximar do caderno como se ele fosse uma ponte entre seu mundo interno e o externo nas primeiras tentativas suas mãos tremiam e ela mal conseguia escrever uma frase sem sentir a vontade de parar a caneta parecia pesada em seus dedos e as palavras confusas em sua
mente mas pouco a pouco algo dentro dela começou a se soltar es so AD ser abandon so ovio k Eduardo diara escreveu sobre a tristeza de não ver os filhos todos os dias sobre como se sentia atraída pela própria família mas com o tempo as palavras começaram a mudar ela começou a explorar suas memórias momentos de felicidade de antes da doença Risadas compartilhadas com os filhos as viagens que ela e Eduardo Fizeram no início do casamento E à medida que escrevia percebeu que havia espaço para muito mais do que dor dentro dela havia amor havia
saudade havia gratidão pelas pequenas coisas que ainda existiam em sua vida certa tarde enquanto escrevia no caderno Ana parou por um momento e olhou pela janela O sol estava se pondo tingindo o céu de laranja e rosa ela se sentiu estranhamente em paz não que a dor tivesse desaparecido nem que sua situação tivesse magicamente melhorado mas havia uma aceitação que antes não existia uma aceitação de que mesmo em meio ao caos ela ainda podia encontrar pequenas porções de beleza de sentido naquela noite quando Clara veio para sua visita diária Ana recebeu com sorriso diferente mais
leve Clara percebeu de imediato e sem precisar de palavras soube que algo dentro de Ana havia mudado você parece mais tranquila hoje Clara comentou enquanto preparava o chá de camomila de Ana Ana sentiu ainda sorrindo eu acho que pela primeira vez em muito tempo estou começando a aceitar que minha vida por menor que pareça agora ainda tem algo a oferecer Talvez seja só esse momento essa paz que sinto agora mas isso já é o suficiente Clara olhou para Ana admirada com sua força é isso Ana não é sobre o quanto o resta da vida mas
sobre o que você faz com cada dia que ainda tem estou orgulhosa de você Ana sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo o Recomeço não era sobre o futuro ou sobre vencer a doença era sobre encontrar algum sentido mesmo nas coisas mais simples e naquele momento ela sabia que enquanto houvesse vida ainda havia algo pelo que lutar a vida de Ana que antes parecia caminhar para um desfecho inevitável e silencioso Começou a tomar um rumo inesperado havia algo diferente no ar uma sensação de que as peças do quebra-cabeça da sua existência estavam se rearranjando
oferecendo-lhe um novo sentido uma nova perspectiva mesmo que a doença ainda fosse Implacável nas últimas semanas Clara continuava sendo sua presença constante e reconfortante a rotina de Ana era pontuada pelas visitas da enfermeira pelos momentos de introspecção no caderno e mais recentemente por pequenos gestos que por mais simples que fossem haviam começado a ganhar significado em sua vida agora ela passava algum tempo cuidando da suculenta que Clara havia trazido regando-a com delicadeza e observando como espécie de reverência silenciosa o crescimento da planta como se ela própria estivesse de algum modo voltando a Florescer mas a
maior surpresa chegou de onde Ana menos esperava de dentro de si mesma certo dia enquanto Clara arrumava a sala para mais uma tarde de leitura Ana se sentiu tomada por um impulso diferente algo que afec sentar-se com mais firmeza no sofá Clara eu estava pensando Ana começou a voz carregada de uma certa ansiedade que não costumava estar ali eu não quero que a minha vida termine assim não quero passar o resto dos meus dias simplesmente esperando que a doença me leve Clara sempre atenta parou o que estava fazendo e olhou para Ana com curiosidade o
que você quer dizer Ana Ana respirou fundo como se estivesse reunindo coragem para expressar algo que vinha maturando em silêncio eu quero lutar Clara não apenas contra a doença quero lutar por mim mesma pelo que ainda posso viver sei que não tenho muito tempo mas ainda coisas que eu posso fazer eu sinto que preciso tentar Algo mais algo que me faça sentir viva de verdade mesmo agora Clara sorriu uma mistura de alívio e alegria estampada em seu rosto ela já havia percebido a mudança em Ana O Despertar lento mas firme daquela mulher que por tanto
tempo se sentiu derrotada pela doença e pelo abandono mas agora ali diante dela estava uma Ana diferente mais determinada mais conectada consigo mesma e o que você tem em mente Clara perguntou incentivando Ana a continuar Ana hesitou por um momento mas depois Soltou as palavras de uma vez como se temesse que se não fizesse perderia a coragem quero fazer uma viagem Clara não algo grande não estou falando de ir para o outro lado do mundo mas quero sair daqui desse lugar que me prende ao passado a dor quero ir para algum lugar que me traga
paz onde eu possa sentir o ar fresco onde eu possa me reconectar com a vida de outra maneira clara não hesitou ela sabia o quanto aquilo era importante para Ana e o quanto desejo de lutar mesmo diante de uma doença terminal poderia transformar os dias que ainda restavam isso é uma ideia maravilhosa Ana ela disse segurando a mão de sua amiga eu estarei com você em cada passo podemos planejar algo simples algo que te faça sentir em paz Ana sorriu sentindo um calor se espalhar por seu peito pela primeira vez em muito tempo sentia que
tinha algo pelo qual ansiar mesmo que o tempo estivesse correndo contra ela ainda havia vida a ser vivida e era isso que ela queria fazer viver com toda a intensidade possível no entanto o que Ana não esperava era que enquanto ela começava a planejar essa nova etapa um movimento inesperado aconteceria do lado de fora de Sua Vida Eduardo que estava afastado dela e das crianças desde que havia deixado a casa reapareceu de forma Inesperada uma tarde enquanto Ana estava sentada à mesa com Clara conversando sobre possíveis destinos para sua pequena viagem a campainha tocou Ana
franziu a testa sem esperar visitas Clara se levantou e foi até à porta quando abriu o rosto de Eduardo surgiu carregado de um misto de arrependimento e hesitação Clara olhou para Ana que estava visivelmente surpresa mas manteve-se em silêncio Eduardo entrou devagar como se tivesse medo de invadir um espaço ao qual não pertencia mais seus olhos vasculharam a sala antes de pousar em Ana que estava parada ao lado da mesa tentando processar sua chegada inesperada Eduardo Ana disse finalmente sua voz um pouco fria porém cheia de curiosidade O que você está fazendo aqui Eduardo respirou
fundo e naquele momento Ana percebeu que havia algo diferente nele também seu semblante que antes era de frustração e cansaço agora estava marcado por um arrependimento profundo um peso que ele carregava visivelmente nos ombros eu precisava te ver Ana ele disse a voz rouca e hesitante precisava conversar com você Ana continuou olhando para ele sem saber exatamente como reagir Clara sempre discreta saiu da sala deixando o sozinhos o silêncio entre eles se prolongou por alguns segundos até que Eduardo continuou eu eu sei que não fui o marido que você precisava que eu te deixei no
momento em que você mais precisava de mim mas eu percebi com o tempo que cometi um erro terrível Achei que não conseguiria liar tudo isso que o peso da sua doença estava me destruindo mas agora entendo que o que eu fiz foi egoísta e esse peso bom ele está comigo o tempo todo Ana embora surpresa com a honestidade de Eduardo sentiu uma mistura de Emoções parte dela sentia a dor do abandono a traição de alguém que deveria ter ficado ao seu lado mas outra parte a que havia mudado nas últimas semanas que havia encontrado paz
em si mesma olhava para Eduardo com compreensão como se visse seu próprio sofrimento refletido ali você me deixou sozinha Eduardo Ana disse calmamente e eu tive que encontrar forças em mim mesma para seguir em frente não sei se você entende o quanto isso doeu Eduardo assentiu a expressão em seu rosto era de dor e arrependimento eu entendo Ana eu não estou aqui para pedir que você me perdoe porque sei que isso seria egoísta da minha parte estou aqui porque queria que você soubesse que eu nunca deixei de me importar mesmo que tenha fugido e agora
bem agora eu quero saber como você está quero tentar de alguma forma estar ao seu lado Ana ficou em silêncio por um longo momento refletindo sobre as palavras de Eduardo ela não sabia se podia simplesmente perdoá-lo não depois de tudo que havia passado sozinha mas também sabia que carregava em si uma força Renovada uma vontade de viver o que ainda restava de sua vida sem ressentimentos ou rancores talvez ela pensou fosse hora de deixar certas feridas cicatrizarem eu não sei o que esperar de você agora Eduardo Ana disse com honestidade mas sei que eu mudei
não sou mais a mulher que você deixou eu tive que me reconstruir Eduardo se aproximou lentamente sentando-se em uma cadeira próxima a Diana eu quero estar aqui para você se você me permitir sei que não posso mudar o que fiz mas posso tentar ser uma presença diferente agora Ana olhou para ele ainda sem saber ao certo o que responder mas uma coisa era Clara para ela sua vida havia tomado um rumo inesperado a reviravolta não estava apenas em seu desejo de viver de buscar algo novo mas também na volta de alguém que ela achava ter
perdido para sempre eu estou planejando uma viagem Ana disse finalmente Mudando de assunto mas deixando a oferta de Eduardo pairar no ar e quero fazer isso por mim algo que me faça sentir viva Eduardo sorriu levemente como se entendesse o significado daquilo Eu espero que você encontre o que está procurando Ana naquele momento Ana soube que embora houvesse mágoa entre eles também havia espaço para uma nova perspectiva Eduard estava tentando se redimir e ela por sua vez estava encontrando um novo propósito a vida mesmo no fim ainda podia trazer surpresas a reviravolta não estava apenas
nos eventos que aconteciam ao seu redor mas dentro de Ana havia algo diferente nela agora algo que a fez perceber que independentemente do tempo que restava ela ainda tinha o poder de decidir como queria viver o final de sua história e com ou sem Eduardo ao seu lado ela sabia que essa escolha era inteiramente sua depois da Inesperada visita de Eduardo Ana passou Dias refletindo sobre o que aquilo significava sabia que de alguma forma o retorno dele havia abalado o equilíbrio que ela vinha construindo dentro de si mas mais do que isso a conversa com
ele abriu um espaço para algo que ela já não acreditava mais ser possível reconectar-se com seus filhos Ana não os via desde que Eduardo os levará para viver na casa da mãe dele o tempo que passou longe de luí e Pedro havia sido mais difícil de suportar a falta dos ab braços das risadas e até das conversas simples sobre a escola deixavam um vazio insuportável Ana se agarrava as memórias que tinha com eles mas isso não era o suficiente precisava vê-los novamente sentir sua presença e mostrar que apesar de tudo ela ainda estava lá para
eles certa tarde Ana estava sentada à mesa da cozinha onde Clara preparava uma xícara de chá de hortelã Ana havia começado a se sentir mais forte emocionalmente mesmo que o corpo continuasse a enfraquecer a rotina tranquila e as conversas com Clara traziam a ela um sentimento de segurança mas nada poderia substituir a saudade que sentia dos filhos você deveria falar com Eduardo sobre ver as crianças clara sugeriu como se lesse os pensamentos de Ana eles devem sentir sua falta tanto quanto você sente a deles Ana suspirou ainda hesitante eu sei que eles sentem mas depois
de tudo que aconteceu tenho medo de que eles estejam magoados comigo ou que não saibam como reagir ao me verem assim Clara se sentou à mesa com Ana segurando a xícara de chá quente em suas mãos Eles são crianças Ana eles te amam e mesmo que não entendam completamente o que está acontecendo ver você pode ser o que precisam para entender que apesar de tudo você ainda é a mãe deles as palavras de Clara tocaram fundo em Ana ela sabia que Clara estava certa mas o medo de que Luísa e Pedro a vissem fragilizada AB
batida pela doença era uma preocupação constante no entanto ela também sabia que não poderia esperar mais o tempo corria depressa e cada dia que passava era uma oportunidade perdida de estar com os filhos naquela mesma noite Ana criou coragem e ligou para Eduardo sua mão tremia levemente enquanto esperava que ele atendesse e quando finalmente ouviu sua voz do outro lado da linha respirou fundo tentando manter a calma Eduardo eu queria falar sobre as crianças Ana começou Sem Rodeios eu sinto falta delas e acho que acho que chegou a hora de vê-los novamente houve uma breve
pausa antes que Eduardo respondesse sua voz soando cautelosa mas não indiferente Eu sei que eles sentem sua falta também Ana luí pergunta por você quase todos os dias Ana sentiu uma onda de emoção subir à garganta mas Manteve o controle Então o que acha de trazê-los aqui só por algumas horas eu não vou me cansar prometo quero passar um tempo com eles Eduardo hesitou por um momento mas então suspirou eu vou falar com eles Ana vu trac l's no final The semana Quando desligou Ana Ficou ali sentada em silêncio Processando o que acabará de acontecer
ela veria seus filhos novamente o coração dela batia acelerado com expectativa e a ansiedade sabia que aquele reencontro seria emocional mas também sabia que era necessário mais do que qualquer outra coisa naquele momento no sábado Clara ajudou Ana a preparar a casa havia uma energia nervosa no ar uma mistura de antecipação e medo Ana queria que tudo estivesse perfeito mesmo que soubesse que os filhos não esperavam perfeição mas apenas a presença dela ao final da tarde Ana estava sentada no sofá olhando para a porta cada segundo esperando o momento em que finalmente veria seus filhos
novamente quando a campainha tocou o coração de Ana quase parou Clara sempre solícita foi até a porta e ao abri-la luí e Pedro entraram seguidos de perto por Eduardo o tempo pareceu parar por um momento enquanto os olhos de Ana se encontravam com os de seus filhos Luísa mais alta do que Ana se lembrava com seus cabelos presos em um rabo de cavalo desajeitado olhou para a mãe com uma mistura de saudade e hesitação Pedro ainda com seu jeitinho inocente Correu para ela sem pensar duas vezes jogando-se em seus braços com toda a força que
seu pequeno corpo permitia mamãe ele gritou enterrando o rosto no pescoço de Ana o que fez seu coração quase explodir de amor as lágrimas brotaram nos olhos de Ana enquanto ela segurava com força sentindo o calor e o peso de seu filho algo que ela tanto havia desejado nos últimos meses Pedro meu amor Ana sussurrou beijando a cabeça dele enquanto sentia as lágrimas escorrerem por seu rosto Foi um momento Agridoce repleto de saudade e emoção Pedro não parecia se importar com a fragilidade da mãe apenas estava feliz por estar com ela novamente luí por outro
lado permaneceu hesitante na entrada da sala seus olhos observando a mãe com uma mistura de apreensão e confusão era evidente que ver Ana assim tão magra e pálida havia sido um choque para adolescente Ana estendeu a mão para ela com sorriso suave embora seu coração estivesse apertado vem aqui filha Ana disse com doçura Eu estou bem quero te abraçar por um momento luí pareceu congelada como se não soubesse o que fazer mas então com os olhos cheios de Lágrimas ela correu até a mãe e abraçou com força o abraço foi forte e profundo e sentiu
a atenção no corpo de luí a dor que ela havia segurado por tanto tempo as lágrimas de amba se misturaram enquanto ela se seguravam o silêncio entre elas era mais poderoso do que qualquer palavra poderia ser eu senti tanto a sua falta mamãe Luísa sussurrou soluçando por que você ficou tão longe de nós Ana afagou os cabelos da filha e respirou fundo tentando segurar suas próprias lágrimas Eu também senti sua falta luí e Lamento muito por ter ficado longe mas estou aqui agora nós temos este momento e eu prometo que nunca mais vou ficar tão
distante o tempo que passaram juntos Naquela tarde foi precioso Ana luí Pedro e Eduardo todos sentaram-se à mesa riram conversaram como se por algumas horas o mundo lá fora não existisse Clara sempre presente manteve-se em segundo plano observando de longe com sorriso de satisfação ela sabia que aquele momento era o início de uma cura emocional para Ana uma cura que acenderia a dor física os filhos contaram histórias da escola falaram sobre os amigos e até fizeram perguntas inocentes sobre a saúde da mãe Ana por sua vez respondeu da maneira mais sincera possível sem esconder a
gravidade da situação mas também sem mergulhar no desespero ela queria que os filhos soubessem a verdade mas também que soubessem que ela estava ali presente amando-os com toda a intensidade que ainda podia oferecer Quando a Noite caiu e Eduardo disse que era hora de ir Pedro se recusou a soltar a mão da mãe pedindo para ficar mais tempo Ana sorriu mesmo com o coração apertado e prometeu a ele que o veria novamente muito em breve eu amo vocês meus filhos disse Ana enquant os abraçavam uma última vez antes de saírem nunca se esqueçam disso não
importa o que aconteça Luísa mais madura do que Ana poderia esperar assentiu com os olhos cheios de Lágrimas mas com sorriso no rosto Pedro ainda agarrado a mão da mãe deu-lhe um último abraço apertado antes de se deixar ser levado por Eduardo quando a porta se fechou e a casa Voltou ao seu silêncio usual Ana sentiu-se Exausta mas feliz por mais que seu corpo estivesse frágil sua alma havia encontrado paz naquele reencontro seus filhos a amavam e aquilo era suficiente ela sabia que o tempo que tinha com eles era curto mas agora mais do que
nunca estava decidida a fazer valer cada segundo e pela primeira vez em muito tempo Ana se sentiu completa o reencontro com os filhos deixou Ana Renovada mesmo com a doença avanç a sensação de estar próxima de luí e Pedro novamente preenchia seu coração com uma força Inesperada ela havia reencontrado a alegria de ser mãe e isso dava a ela um propósito que transcendia a fragilidade de seu corpo ainda que o cansaço dominasse cada vez mais o amor pelos filhos alimentava sua vontade de continuar lutando no entanto o retorno de Eduardo à sua vida embora inicialmente
difícil estava longe de ser resolvido uma semana depois de ter visto as crianças Ana se viu novamente diante de uma cruzilhada emocional Eduardo havia tentado se reaproximar mas ela sabia que a ferida do abandono ainda estava aberta embora ele estivesse tentando demonstrar apoio e arrependimento Ana se perguntava se poderia realmente perdoá-lo e mais do que isso se ainda havia espaço em sua vida para ele após tudo que ela havia passado sozinha certa tarde Eduardo ligou sua voz embora hesitante tinha um tom sincero Ana eu gostaria de passar para conversar podemos falar sobre nós dois ele
perguntou cuidadosamente Ana respirou fundo sentindo o peso da pergunta nós dois o que restava daquele relacionamento que um dia fora tão forte ela não sabia ao certo mas algo dentro dela dizia que essa conversa era necessária era o momento de encarar o passado e de alguma forma encontrar uma forma de seguir em frente com ou sem ele tudo bem Eduardo venha acho que também precisamos falar algumas horas depois Eduardo chegou ele estava visivelmente nervoso como se soubesse que o que estava prestes a acontecer era crucial não apenas para ele mas para Ana também clara como
de costume estava em casa naquele dia mas ao ver a chegada de Eduardo retirou-se para dar espaço ao casal Ana sentada no sofá com uma manta sobre os ombros olhou para Eduardo com uma expressão calma porém firme ela estava mais frágil fisicamente mas sua mente e coração estavam mais claros do que nunca Eduardo Por que você quer conversar agora Ana perguntou diretamente Não havia mais espaço para rodeios ou inseguranças ela não tinha tempo a perder com respostas vagas ou Meias Palavras Eduardo sentou-se na poltrona sua frente passando a mão pelos cabelos como fazia quando estava
nervoso ele parecia lutar para encontrar as palavras certas Mas finalmente após alguns segundos de silêncio começou a falar Anna k ma profund sei que no momento em que você mais precisava de mim eu fui embora e por mais que tente justificar isso para mim mesmo eu sei que o que fiz foi imperdoável ele parou buscando os olhos de Ana que observava com uma expressão indecifrável eu estava com medo eu não sabia lidar com a sua doença com a possibilidade de perder você e em vez de enfrentar isso eu fugi Achei que afastando-me estaria protegendo as
crianças protegendo a mim mesmo mas agora entendo que foi um erro eu te deixei sozinha Quando você mais precisava de apoio Ana permaneceu em silêncio absorvendo suas palavras era a primeira vez que Eduardo falava de maneira tão aberta sobre seus motivos embora fosse difícil ouvir ela sabia que precisava confrontar aquilo você me deixou Eduardo ela disse sua voz Suave mas carregada de dor eu enfrentei essa doença sozinha sem você sem o apoio de quem prometeu estar ao meu lado para sempre isso isso me destruiu não só doença mas o abandono ver você sair pela porta
e levar as crianças foi a pior dor que já senti Eduardo baixou a cabeça seus ombros caídos sob o peso da culpa eu sei Ana e não espero que você me perdoe por isso mas quero que você saiba que desde que me afastei não houve um dia em que eu não me arrependesse eu estava perdido com medo e eu errei Ana respirou fundo sentindo a intensidade da conversa pesar sobre ela parte dela queria gritar exigir mais explicações expor toda a dor e a solidão que sentirá mas outra parte sabia que isso não mudaria o passado
ela não poderia reverter o que aconteceu mas poderia decidir o que faria a partir de agora Eduardo ela começou com a voz mais firme eu não sei se consigo perdoar o que você fez não é algo simples eu me senti abandonada por você pela minha família e aprendi a lidar com isso sozinha eu precisei me reconstruir de uma forma que nunca imaginei CL Clara foi quem ficou ao meu lado quando mais precisei e isso me mostrou que eu sou forte mais forte do que imaginei Eduardo assentiu claramente emocionado eu entendo Ana você realmente é a
pessoa mais forte que conheço e eu eu só quero que saiba que se você me permitir eu quero estar aqui agora quero te apoiar como deveria ter feito desde o começo Ana olhou nos olhos havia uma Sinceridade em suas palavras algo que ela não podia negar ele estava arrependido Mas o perdão não era algo que vinha facilmente ela sabia que mesmo que quisesse não podia simplesmente apagar o que havia acontecido eu não sei se podemos voltar a ser o que éramos Eduardo Ana disse com honestidade muito aconteceu desde que você foi embora e eu mudei
não sou mais a mesma pessoa Eduardo assentiu entendendo eu sei e não estou pedindo para voltarmos ao que éramos só estou indo para estar ao seu lado agora de alguma forma Ana fechou os olhos por um momento sentindo o peso da decisão que estava prestes a tomar por mais que a dor do passado fosse profunda ela não queria passar o que restava de sua vida presa a ressentimentos ela sabia que o perdão mesmo que difícil era algo que poderia libertá-la não para voltar ao que era antes mas para seguir em frente de maneira mais leve
eu não sei se posso te perdoar completamente Eduardo mas eu sei que não quero passar o tempo que me resta guardando o rancor Se você realmente está disposto a estar presente agora podemos tentar encontrar um caminho não sei qual será mas estou disposta a tentar Eduardo olhou para ela com uma mistura de alívio e tristeza nos olhos eu não mereço essa chance Ana Mas prometo que farei o meu melhor para estar ao seu lado do jeito que você precisar Ana sorriu um sorriso pequeno e frágil mas sincero não vai ser fácil ainda há muita dor
mas acho que o que porta Agora é o presente o que faremos com o tempo que ainda temos eles ficaram em silêncio por um momento deixando que as palavras e o perdão parcial que elas carregavam pairasse no ar era o início de uma nova fase uma fase em que o passado por mais doloroso que fosse começaria a perder o poder de destruir o que ainda restava não havia promessas grandiosas nem reconciliações rápidas mas havia honestidade e para Ana naquele momento isso era o suficiente Eduardo se levantou e se aproximou de Ana segurando sua mão com
delicadeza obrigado Ana ele disse com sinceridade sei que nada do que eu faça pode apagar o que aconteceu mas estou aqui e vou ficar Ana apertou a mão dele de volta sentindo que mesmo em meio à dor e à incerteza havia um pequeno espaço para reconciliação mesmo que não fosse completa ela não sabia o que o futuro reservava mas estava disposta a descobrir um dia de cada vez quando Eduardo foi embora naquela noite Ana sentiu que algo dentro dela havia mudado não era uma vitória nem um final feliz mas uma aceitação do que era e
de alguma forma isso a fez sentir mais leve ela sabia que a estrada ainda seria difícil mas agora havia menos peso sobre seus ombros e isso era o que ela precisava naquele momento um pouco de leveza em meio ao caos Ana fechou os olhos e pela primeira vez em muito tempo sentiu que estava de alguma forma em paz com o passado agora restava viver o que ainda estava por vir os dias que seguiram a conversa com Eduardo foram um misto de paz e reflexão para Ana embora a ferida do abandono ainda estivesse presente ela começou
a perceber que ao enfrentar esse capítulo de sua vida com honestidade estava se tornando mais forte do que jamais imaginara o perdão não era um processo rápido Nem fácil mas abrir-se para ele lhe trouxe Uma tranquilidade Inesperada Ana percebeu que ao perdoar não estava oferecendo algo para Eduardo mas para si mesma estava libertando-se do peso de carregar mágoas que AC corroía silenciosamente o corpo de Ana no entanto continuava a mostrar sinais de desgaste cada dia trazia novos desafios físicos e Clara Estava sempre ao seu lado ajustando medicações oferecendo cuidados e acima de tudo mantendo uma
presença calma e reconfortante Clara se tornará não apenas uma enfermeira e amiga mas quase uma irmã alguém com quem Ana sentia que poderia contar até o último momento em uma tarde particularmente fria Ana sentiu que suas forças estavam diminuindo mais do que o normal seu corpo parecia cada vez mais pesado e o simples ato de se levantar da cama já era uma tarefa monumental Clara chegou cedo naquela manhã e percebeu de imediato a mudança no estado de Ana Ela ajudou a sentar-se na poltrona perto da janela Onde Ana gostava de observar o Jardim embora estivesse
frágil algo em seus olhos ainda brilhava com a chama da vida você parece cansada hoje Clara comentou suavemente enquanto ajustava o cobertor sobre os ombros de Ana como está se sentindo Ana sorriu um sorriso pequeno mas sincero estou cansada sim mas é estranho porque ao mesmo tempo me sinto mais em paz do que há muito tempo É como se eu tivesse feito as pazes comigo mesma Clara se sentou ao lado de Ana observando-a com carinho isso é o que importa Ana a paz que você encontra dentro de si mesma é mais poderosa do que qualquer
coisa que seu corpo possa estar enfrentando agora Ana olhou pela janela observando as folhas das Árvores balançando suavemente com o vento havia um silêncio no ar um silêncio que para muitos seria desconfortável mas para ela era reconfortante nos últimos meses havia descoberto uma força interna que jamais imaginara possuir não era força física que a doença roubava lentamente mas uma força emocional espiritual ela havia aprendido que embora o corpo estivesse falhando sua alma continuava firme sua vontade de viver e de encontrar sentido em cada dia permanecia inabalável Clara você acha que é possível sentir-se mais viva
mesmo quando se está morrendo Ana perguntou sua voz carregada de uma curiosidade genuína Clara sor you sim Ana acho que às vezes é exatamente assim que acontece quando a morte se aproxima muitas pessoas descobrem a verdadeira essência da vida o que realmente importa se torna mais claro as pequenas coisas ganham um significado maior Ana sentiu sentindo a verdade nas palavras de Clara eu acho que estou começando a entender isso sempre achei que a vida fosse sobre grandes momentos grandes realizações mas agora percebo que são as pequenas coisas os momentos de silêncio a presença das pessoas
que amamos que realmente fazem a diferença Clara olhou para ela com uma expressão de admiração você entendeu algo que muitas pessoas passam a vida inteira sem perceber não se trata do quanto vivemos mas de como Vivemos os momentos que temos o silêncio voltou a preencher o espaço entre elas mas era um silêncio confortável de compreensão mútua Ana continuou a olhar pela janela perdida em seus pensamentos nos últimos meses ela havia experimentado a dor do abandono a solidão devastadora e ao mesmo tempo havia descoberto o poder da amizade verdadeira da Reconciliação e do Perdão tudo isso
havia transformado profundamente havia no entanto uma última coisa que Ana ainda precisava fazer falar com seus filhos sobre o que estava por vir luí e Pedro já haviam percebido de suas visitas recentes que a mãe estava cada vez mais fraca as crianças embora inocentes entendiam que algo estava mudando Ana sabia que por mais difícil que fosse precisava prepará-los para o que aconteceria em uma tarde de sol Ana pediu a Eduardo que trouxesse as crianças para uma visita ela havia planejado o momento com cuidado desejando que aquela conversa fosse a mais tranquila possível mas ao mesmo
tempo honesta quando luí e Pedro chegaram Ana já estava sentada no Jardim onde Clara havia preparado uma cadeira confortável para ela o Jardim era um dos lugares favoritos de Ana com suas flores e árvores que traziam um pouco de cor e Vida em meio ao momento difícil quando as crianças correram para abraçar a mãe Anas recebeu com sorriso mesmo que o esforço físico fosse grande luí sempre observadora notou de imediato que a mãe parecia mais fraca do que na última visita mas não disse nada Pedro por outro lado estava alheio a isso contente por estar
nos braços da mãe depois de alguns minutos de conversas triviais Ana chamou os filhos para sentarem-se ao seu lado ela respirou fundo preparando-se para o que sabia que seria uma das conversas mais difíceis de sua vida meus amores eu quero falar com vocês sobre algo importante Ana começou sua voz Suave mas firme Eu sei que vocês perceberam que a mamãe está doente há algum tempo e vocês foram tão fortes e Corajosos durante tudo isso luí olhou para a mãe com com olhos cheios de Lágrimas enquanto Pedro ainda Confuso observava com atenção Ana continuou tomando a
mão dos dois eu quero que vocês saibam que eu amo vocês mais do que tudo neste mundo e sempre vou amar mas a doença que eu tenho ela está ficando mais forte e a mamãe está ficando mais fraca eu quero que vocês saibam que embora isso seja difícil de entender é importante que saibam que mesmo quando eu não estiver mais aqui eu sempre estarei com vocês em seus corações as lágrimas finalmente escorreram pelo rosto de luí enquanto Pedro confuso perguntou com sua vozinha infantil Mas você vai ficar boa mamãe não vai Ana Engoliu o choro
tentando manter a calma para explicar eu não vou melhorar meu amor mas isso não significa que eu vou parar de estar com você mesmo que meu corpo fique cansado e precise descansar o amor que sinto por vocês nunca vai acabar sempre que vocês olharem para o céu para as estrelas ou para as flores eu estarei lá de alguma forma Pedro ainda sem entender completamente jogou-se nos braços da mãe abraçando-a com força Ana o segurou sentindo a pequena cabeça do filho em seu peito enquanto as lágrimas silenciosas desciam por seu rosto Luísa mais madura enxugou os
olhos e com uma voz embargada disse eu vou sentir tanto a sua falta mamãe Ana sorriu para a filha com todo o amor e força que ainda possuía eu sei filha e eu vou sentir falta de vocês também mas eu eu estarei sempre com vocês vocês são a parte mais linda da minha vida o momento foi doloroso mas também trouxe uma paze Inesperada Ana sabia que os filhos ainda teriam um longo caminho para entender completamente a perda mas também sabia que havia plantado uma semente de amor e lembrança que Florescer mesmo após sua partida a
conversa embora difícil foi um passo importante para todos eles depois que Eduardo levou as crianças de volta para casa Ana sentiu um cansaço profundo tomar conta de seu corpo mas ao mesmo tempo havia um sentimento de alívio ela havia feito o que precisava fazer havia se despedido de seus filhos da melhor forma que poderia agora tudo que restava era aproveitar os momentos que ainda tinha com aqueles que amava Clara percebendo a exaustão de Ana aproximou-se e perguntou suavemente Como você está se sentindo agora Ana olhou para Clara com sorriso tranquilo no rosto cansada mas também
em paz acho que acho que estou pronta para o que Viera seguir Clara sentiu tocando levemente o ombro de Ana em um gesto de carinho e respeito elas sabiam que o tempo de Ana estava se esgotando mas havia uma serenidade no ar que tornava aquele momento menos doloroso Ana havia encontrado sua força interna havia feito as pazes com o passado e estava pronta para enfrentar o que viesse com dignidade e amor e naquele dia ao cair da noite Ana finalmente permitiu-se descansar sabendo que havia vivido e amado da melhor forma que pôde o temp tempo
parecia passar de maneira diferente para Ana agora com a saúde cada vez mais debilitada ela se concentrava em viver cada dia com máximo de paz que pudesse encontrar as visitas dos filhos eram menos frequentes pois Eduardo os protegia de momentos mais difíceis mas Ana entendia sabia que por mais que sentisse falta deles a cada segundo aqueles pequenos encontros não poderiam se prolongar eles precisavam continuar vivendo suas rotinas e ela por outro lado precisava encontrar a própria força nas aceitação do que viria naquela manhã Ana estava deitada em sua cama observando o sol suave entrando pela
janela Clara havia saído para buscar algumas coisas na farmácia e Ana estava sozinha o silêncio da casa que antes era doloroso agora era familiar até reconfortante ela se sentia em paz de uma forma que não esperava estava preparada para o que viria e isso acalmava foi então que o Telefone Tocou Ana pegou o aparelho devagar Surpresa por não estar esperando nenhuma ligação quando viu o nome no visor sua mão tremeu levemente era sua mãe dona Célia que ela não via há meses desde o diagnóstico de Ana as conversas entre as duas haviam diminuído e as
visitas se tornaram inexistentes sua mãe incapaz de lidar com a gravidade da situação se afastar de maneira quase imperceptível no início mas logo o distanciamento se tornou Óbvio aquilo havia partido o coração de Ana mas com o tempo ela havia aceitado que cada um lidava com sofrimento de maneiras de diferentes Alô disse Ana com a voz mais fraca do que gostaria Oi filha a voz de Dona Célia do outro lado suava baixa quase vacilante eu estava pensando eu queria te ver será que posso ir aí hoje o coração de Ana acelerou por um momento sua
mãe queria vê-la a mulher que por meses havia evitado qualquer contato pessoal agora estava pedindo para visitá-la Ana se sentiu confusa surpresa e até um pouco insegura mas no fundo sabia que havia esperado por aquele momento claro mãe respondeu Ana com um tom mais firme pode vir quando quiser poucas horas depois Ana estava sentada no sofá da sala esperando por sua mãe ela estava nervosa As Memórias da infância de como sua mãe sempre fora sua Rocha sua guia agora pareciam distantes as últimas interações haviam sido marcadas pelo silêncio e pela ausência e Ana não sabia
exatamente o que esperar daquele encontro quando a campainha tocou Ana sentiu o coração apertar Clara que já havia voltado e estava na cozinha foi quem abriu a porta Dona Célia entrou devagar seu rosto marcado pelo tempo os Olhos carregados de Uma emoção contida Clara percebendo o clima se afastou silenciosamente dando espaço para mãe e filha Ana olhou para a mãe por um longo momento antes de falar oi mãe disse ela suavemente Quebrando o Silêncio que parecia durar uma eternidade Dona Célia respirou fundo seus olhos já marejados Oi minha filha disse ela com a voz embargada
enquanto dava um passo em direção a Ana sem hesitar mais ela se abaixou e abraçou com força Ana não estava preparada para aquele abraço fazia tanto tempo que não sentia o calor dos braços de sua mãe que por um momento não soube como reagir mas logo sentiu as lágrimas escorrerem por seu rosto e a dor que havia carregado por tanto tempo a dor do abandono da falta de compr começou a se dissolver as duas ficaram ali abraçadas chorando juntas sem dizer uma palavra por longos minutos era como se o tempo tivesse parado como se todas
as mágoas e tristezas fossem silenciadas por aquele Gesto de Amor quando finalmente se separaram Dona Célia enxugou os olhos com as mãos trêmulas Desculpa minha filha disse ela com a voz carregada de culpa Desculpa por não ter estado aqui antes eu eu não sabia como lidar com isso Ana com os olhos ainda cheios de Lágrimas segurou a mão da mãe e Sorriu apesar da dor que ainda sentia eu entendo mãe respondeu ela com sinceridade eu entendo que isso é difícil para todos nós mas você está aqui agora e isso é o que importa Dona Célia
olhou para a filha com uma mistura de tristeza e alívio eu rezo por você todos os dias Ana desde que você ficou doente não há um dia em que eu não pense em você mas o medo o medo me fez fugir fugir e eu sinto muito por isso Ana apertou a mão da mãe sentindo o amor que sempre esteve ali mesmo que enterrado sob camadas de medo e confusão Eu sei mãe eu sei as duas se sentaram juntas no sofá e por um longo tempo conversaram falaram sobre o passado sobre as memórias da infância de
Ana sobre os momentos felizes que haviam compartilhado Dona Célia entre Lágrimas e risos contou histórias de quando Ana era pequena de como ela sempre foram uma criança forte determinada e cheia de vida você sempre foi tão corajosa disse Dona Célia com sorriso triste desde pequena sempre soube o que queria eu sabia que mesmo agora você encontraria uma maneira de ser forte Ana riu levemente sentindo uma leveza tomar conta de si nem sempre me sinto tão corajosa mãe às vezes só quero desistir de tudo mas aprendi que a força não é sobre não sentir medo ou
dor é sobre continuar mesmo quando tudo parece desmoronar Dona Célia olhou para a filha com admiração segurando sua mão com firmeza você me ensinou muito Ana mesmo agora você está me ensinando a ser forte o silêncio que se seguiu foi confortável carregado de um entendimento profundo a dor do afastamento ainda estava presente mas o reencontro a reconciliação entre mãe e filha trouxe uma paz que Ana não sabia que precisava sua mãe que antes fugira da realidade agora estava ali pronta para enfrentá-la ao seu lado Clara que estava na cozinha observava de longe sorrindo ao ver
as duas juntas sabia que aquele momento era crucial para Ana que a presença da mãe nesse ponto de sua vida era algo que traria conforto e talvez um tipo de cura emocional que nem os melhores tratamentos poderiam proporcionar após um tempo Dona Célia olhou para o relógio percebendo que já havia passado mais tempo do que imaginara eu devia ir filha mas voltarei em breve prometo não quero mais ficar longe de você Ana sentiu sentindo que de fato sua mãe falava com sinceridade eu vou esperar mãe e Ficarei feliz em te ver mais vezes antes de
sair Dona Célia se abaixou e deu um último abraço em Ana um abraço longo e carregado de amor eu te amo minha filha sussurrou ela a voz embargada eu sempre te amei Ana sorriu seus olhos marejados enquanto retribuía o abraço com o pouco de força que ainda tinha eu também te amo mãe quando sua mãe saiu Ana ficou em silêncio sentindo uma sensação de leveza tomar conta de seu coração ela sabia que o tempo que lhe restava era curto mas aquele momento com sua mãe foi uma dádiva era como se algo que estava quebrado dentro
dela tivesse finalmente se curado a presença de Dona Célia mesmo que tardia trouxera ela um tipo de paz que ela não sabia que precisava Clara entrou na sala silenciosa como sempre e se aproximou de Ana como você está se sentindo perguntou ela com sua habitual doçura Ana sorriu um sorriso sincero e tranquilo eu estou bem clara Acho que pela primeira vez em muito tempo realmente bem clara sentiu sentando-se ao lado de Ana e segurando sua mão com carinho elas ficaram em silêncio por um tempo observando o sol Começar a se por lá fora as sombras
alongando-se pelo Jardim Ana sabia que a jornada ainda não havia terminado sabia que havia mais desafios à frente mais despedidas e mais momentos de reflexão mas agora com sua mãe de volta em sua vida sentia que algo importante havia sido restaurado algo essencial ela não estava mais sozinha Não verdadeiramente e Enquanto o Sol desaparecia no horizonte Ana permitiu-se descansar um pouco mais sabendo que no fim o amor era a força mais poderosa que ela poderia levar consigo o tempo que restava para Ana tornava-se cada vez mais curto e ela sabia disso sentia isso em seu
corpo enfraquecido nas manhãs em que o simples ato de levantar da cama Parecia Impossível cada dia trazia uma nova batalha Mas em vez de se afundar no desespero Ana começou a aceitar a realidade com uma serenidade que surpreendia até a si mesma agora mais do que nunca ela estava em paz com a ideia de que seu tempo estava se esgotando e com essa aceitação veio o desejo de deixar algo significativo para trás algo que durasse mais do que seu corpo mais do que as memórias imediatas que seus filhos teriam dela Ana passava horas em silêncio
refletindo sobre o que queria deixar para luí e Pedro o tempo com eles por mais precioso que fosse parecia insuficiente ela sabia que à medida que crescessem as lembranças de quem ela era poderiam se desvanecer eles ainda eram jovens e o passar dos anos poderia ofuscar os momentos que haviam compartilhado essa ideia a entristecia profundamente não porque temesse ser esquecida mas porque queria garantir que seus filhos levassem consigo os ensinamentos o Amor e a sabedoria que ela sempre quis passar foi em uma dessas tardes enquanto Clara preparava chá na cozinha que Ana teve uma ideia
uma ideia simples mas poderosa escrever cartas para seus filhos cartas que poderiam ler nos anos que viriam quando ela já não estivesse mais presente para guiá-los cartas que os ajudariam a enfrentar Os desafios da vida a encontrar forças e momentos de fraqueza a se lembrarem do amor que ela sempre sentirá por eles Ana ainda fraca pediu a Clara que lhe trouxesse papel e uma caneta Clara que sempre respeit as decisões de Ana sem questioná-las trouxe o material sem hesitar colocando suavemente no colo de sua amiga você tem certeza de que quer fazer isso agora Clara
perguntou sua voz cheia de cuidado Ana sentiu com sorriso Sereno nos lábios sim Clara acho que não há momento melhor quero que meus filhos tenham algo de mim algo que os guie mesmo quando eu não estiver mais aqui Clara sorriu compreendendo a profundidade daquele gesto vou deixar você à vontade mas estarei aqui se precisar de qualquer coisa Ana respirou fundo sentindo a caneta Firme em sua mão trêmula as primeiras palavras demoraram a sair mas quando finalmente começou a escrever tudo fluiu naturalmente as emoções os pensamentos e os sentimentos que ela guardara por tanto tempo se
derramaram sobre o papel com uma clareza que a surpreendeu havia tanto que ela queria dizer tanto que precisava transmitir a Luísa e Pedro a primeira carta foi para Luísa sua filha mais velha que já estava começando a dar os primeiros passos para a adolescência Ana sabia que luí enfrentaria muitos desafios ao longo dos próximos anos e queria estar presente mesmo que em espírito para guiá-la em cada um deles querida Luísa minha menina forte e corajosa Escrevo esta carta com todo o amor que uma mãe pode ter por sua filha sei que ao longo da sua
vida você enfrentará momentos de incerteza momentos em que o mundo parecerá um lugar assustador e Solitário mas quero que se lembre de uma coisa você nunca estará sozinha mesmo que eu não esteja fisicamente ao seu lado o amor que sinto por você estará sempre presente guiando seus passos protegendo seu coração Você tem uma força que talvez ainda não conheça completamente Mas ela está aí dentro de você vi isso desde que você era pequena na forma como lidava com os desafios na maneira como enfrentava cada novo obstáculo com coragem e determinação nunca perca essa força luí
ela será a sua maior aliada haverá dias em que você sentirá saudade de mim e isso é normal eu também sentirei saudades de você mesmo que de um lugar diferente quando isso acontecer olhe para o céu ou para as flores que você tanto gosta e saiba que De algum modo eu estarei lá sempre com você amo você minha filha para sempre com todo o amor do mundo m Ana Colocou a caneta de lado por um momento deixando que as lágrimas silenciosas caíssem não eram Lágrimas de tristeza mas de alívio ela sentia que havia aado algo
importante para luí algo que a guiaria pelos próximos anos mesmo na ausência de sua mãe depois de um tempo Ana pegou a caneta novamente e começou a escrever a carta para Pedro seu Caçula Pedro ainda era tão jovem ainda tão inocente o simples pensamento de não estar lá para vê-lo crescer lhe cortava o coração mas ela queria garantir que mesmo de longe ele soubesse o quanto era amado e que sempre teria sua mãe com ele de alguma forma corito Pedro meu menino doce e cheio de vida eu sei que você ainda é muito jovem e
talvez não entenda completamente o que está acontecendo agora e isso é bom quero que você continue sendo essa criança Alegre que brinca e corre sem preocupações quero que você cresça sabendo que a vida mesmo com seus desafios é bonita e cheia de momentos felizes Pedro você sempre me fez sorrir mesmo nos dias mais difíceis seu riso é como música para mim e eu espero que nunca perca essa alegria mesmo nos momentos mais difíceis lembre-se de sorrir A vida sempre encontrará uma maneira de lhe mostrar algo Belo mesmo quando parecer que tudo está escuro eu estarei
sempre com você Pedro em cada risada em cada momento de felicidade e quando sentir saudade lembre-se de que o amor que sentimos um pelo outro nunca morre ele vive em cada batida do seu coração em cada sonho que você realizar amo você meu pequeno com todo o meu ser com carinho e amor eternos m termin ex ela havia deixado para seus filhos o que de mais valioso poderia deixar palavras de amor e sabedoria palavras que ela esperava os guiariam ao longo de suas vidas Clara que havia observado discretamente de longe aproximou-se com olhar Gentil você
conseguiu perguntou ela com um sorriso suave Ana sentiu deixando a caneta cair suavemente sobre o papel sim Clara consegue e estou em paz com isso Clara sentou-se ao lado de Ana segurando sua mão você deu a eles algo que eles levarão para sempre Ana eles nunca estarão sozinhos porque sempre terão suas palavras Ana sorriu sentindo uma leveza que há muito não sentia havia algo de profundamente reconfortante em saber que mesmo após sua partida ela ainda faria parte da vida de seus filhos guiando-os amando-os de alguma forma ela sabia que o fim estava próximo mas ao
mesmo tempo sabia que havia feito o que precisava fazer havia preparado seus filhos havia deixado o seu legado e isso era tudo que importava agora e Enquanto o Sol começava se por mais uma vez Ana permitiu-se fechar os olhos sentindo-se em paz com o que estava por vir ela havia vivido com amor havia amado profundamente e agora estava pronta para o que quer que viesse a seguir os dias que se seguiram ao momento em que Ana escreveu as cartas para seus filhos foram marcados por uma profunda sensação de aceitação e serenidade ela sabia que havia
cumprido a missão mais importante de sua vida garantir que luí e Pedro carregassem consigo o amor e as lições que ela havia deixado no entanto havia uma questão que ainda pairava em seu coração algo que ela sabia que precisava enfrentar antes de sua partida sua relação com Eduardo desde a conversa franca que tiveram algumas semanas antes Eduardo se mantivera presente ele vinha visitá-la regularmente trazia as crianças e fazia questão de se mostrar mais participativo Ana reconhecia o esforço e por mais que parte dela quisesse rejeitar aquela tentativa tardia de reconciliação a outra parte estava disposta
a aceitar a mudança ainda assim havia algo que permanecia não resolvido entre eles algo que precisava ser dito certa tarde enquanto Ana descansava na cama Eduardo apareceu sem avisar ele entrou na casa silenciosamente como fazia ultimamente respeitando o espaço que Ana tanto prezava Clara que estava no Jardim colhendo algumas flores deu um pequeno aceno para ele como se dissesse que ele podia ir até Ana Eduardo se aproximou do quarto devagar como quem caminha sobre terreno delicado ao entrar viu Ana deitada os olhos fechados mas ele sabia que ela não estava dormindo você está descansando ele
perguntou em voz baixa quase sussurrando Ana abriu os olhos lentamente e Sorriu descansando sim mas não dormindo Eduardo se sentou na cadeira ao lado da cama e Ficou ali por alguns instantes observando-a em silêncio o tempo Parecia ter marcado Ana de maneira mais profunda desde a última vez que a vira seu rosto embora ainda lindo estava mais magro e a fragilidade de Seu corpo era Evidente mesmo assim havia algo em seus olhos que transmitia uma força interior que ele jamais havia visto em outra pessoa depois de alguns minutos de silêncio Eduardo finalmente quebrou a tensão
que parecia pairar no ar Eu Tenho pensado muito Ana sobre nós sobre tudo o que aconteceu Ana olhou para ele sem dizer nada apenas esperando que ele continuasse eu me arrependo de tantas coisas ele disse a voz embargada me arrependo de ter te deixado sozinha Quando você mais precisava eu não sei como explicar o que eu senti naquela época foi como se o medo me dominasse como se eu não soubesse como lidar com a possibilidade de te perder e por mais irônico que seja acabei te perdendo de outro jeito porque fugi Ana assentiu levemente ela
sabia que aquela conversa era necessária e embora dolorosa estava pronta para enfrentá-la eu entendo Eduardo respondeu ela sua voz Suave mas firme Eu também já pensei muito sobre isso e por mais que tenha sido difícil acho que parte de mim aprendeu a perdoar não foi fácil mas com o tempo eu entendi que todos nós lidamos com medo de maneiras diferentes Você fugiu utei mas no fim ambos tivemos que encarar a realidade Eduardo abaixou a cabeça claramente eu só queria ter sido mais forte queria ter sido o marido que você precisava o pai que nossos filhos
mereciam Ana olhou para ele com uma mistura de compaixão e tristeza você está aqui agora Eduardo e de certa forma isso é o que importa os dois ficaram em silêncio por alguns momentos até que Eduardo com gesto hesitante segurou a mão de Ana Eu nunca parei de te amar Ana mesmo quando me afastei mesmo quando estava com medo e perdido o amor que sinto por você nunca desapareceu e eu sei que agora é tarde para tentar consertar o que foi quebrado mas eu queria que você soubesse disso Ana sentiu uma onda de Emoções tomando conta
de si o amor de Eduardo sempre havia sido uma parte importante de sua vida e ouvir aquelas palavras mesmo tão tarde trouxe uma sensação Agridoce ela o Amara profundamente e uma parte dela ainda o amava mas também sabia que o tempo havia mudado muitas coisas e que o amor que um dia os unira não era mais o mesmo Eu também te amei Eduardo disse Ana sua voz Suave mas carregada de verdade te amei profund e apesar de tudo uma parte de mim ainda guarda esse amor mas o que nós éramos o que tínhamos mudou e
acho que agora estamos em lugares diferentes Eduardo olhou para ela claramente tentando segurar as lágrimas eu sei Ana eu sei que não posso voltar no tempo mas queria que você soubesse que faria qualquer coisa para poder consertar o que destruí eu queria te fazer feliz de novo Ana sorriu um sorriso triste mas cheio de compaixão você me fez feliz Eduardo tivemos muitos momentos felizes juntos e eu guardo essas lembranças com carinho mas agora a felicidade que eu busco é diferente ela vem da Paz que encontrei dentro de mim da aceitação do que está por vir
Eduardo apertou a mão de Ana a voz falhando ao tentar falar eu queria ter sido mais forte para você Ana Balançou a cabeça suavemente você está aqui agora e isso já é o suficiente eu não guardo mais ressentimento Eduardo o que aconteceu ficou no passado eu aprendi a perdoar porque não quero levar comigo nada além de amor as palavras de Ana tocaram Eduardo profundamente ele sabia que não havia mais nada a dizer além de agradecer por aquele perdão que ela havia lhe dado o peso que carregava no coração Parecia aliviar-se um pouco embora embora soubesse
que ainda carregaria O arrependimento por tudo que havia feito e deixado de fazer eu nunca vou esquecer você Ana nunca vou esquecer o quanto você foi forte o quanto me ensinou sobre o verdadeiro significado do amor disse ele com a voz quebrada pela emoção Ana olhou para ele com ternura nem eu Eduardo você fez parte da minha vida de uma maneira que ninguém mais fez e eu espero que você encontre sua própria paz assim como eu encontrei a minha Eduardo com lágrimas nos ol se inclinou e beijou a testa de Ana um gesto que carregava
tanto arrependimento quanto amor obrigado Ana por tudo quando Eduardo finalmente saiu do quarto Ana sentiu uma estranha leveza em seu peito a declaração de amor de Eduardo embora tardia foi sincera e ela sentiu que de alguma forma aquilo havia fechado um ciclo importante em sua vida o amor que um dia compartilhavam havia se transformado não era mais o amor romântico que unira suas vidas no passado mas algo mais profundo Mais maduro um amor que aceitava os erros as falhas e acima de tudo o perdão Clara que entrará no quarto pouco depois da saída de Eduardo
observou Ana com um olhar atento Como você está se sentindo Ela perguntou sua voz Suave mas cheia de curiosidade Ana olhou para Clara um leve sorriso nos lábios eu estou em paz Clara sinto que finalmente as coisas estão onde deveriam estar Clara sentiu entendendo aund idade do que Ana havia dito você foi muito corajosa Ana não é fácil perdoar Especialmente quando o coração foi tão ferido Ana suspirou sentindo cansaço em seus ossos mas ao mesmo tempo uma paz inegável eu aprendi que no fim o que mais importa é o amor não os erros não as
mágoas mas o amor que conseguimos dar e receber e eu não quero ir embora sem deixar isso claro Clara sentou-se ao lado de Ana pegando sua mão com delicadeza você deixou um legado de amor Ana e isso é o que vai permanecer mesmo depois que você partir Ana fechou os olhos por um momento permitindo que as palavras de clara envolvessem ela sabia que por mais difícil que sua jornada tivesse sido havia feito melhor que podia Amara perdoar e agora estava pronta para o que viesse a seguir e enquanto a tarde caía lentamente lá fora Ana
sentiu que finalmente estava em paz consigo mesma com Eduardo e com o mundo ao seu redor os dias continuavam a passar lentos e delicados como se o tempo tivesse decidido andar com cuidado ao redor de Ana seu corpo estava visivelmente mais frágil cada movimento demandava um esforço que por vezes parecia insuportável no entanto a paz que ela havia conquistado internamente não era afetada pelo enfraquecimento de sua condição física Ana estava em harmonia com sua realidade com seu caminho e com o que estava por vir não havia mais medo apenas uma aceitação suave naquela manhã o
sol brilhava através das Cortinas do quarto pintando a parede com tons suaves de luz dourada Ana estava deitada respirando com dificuldade mas seus olhos ainda estavam abertos observando os pequenos raios de sol dançando no teto Clara sempre ao seu lado permanecia em silêncio respeitando o momento de contemplação de Ana havia uma compreensão tácita entre elas uma conexão silenciosa que não precisava de palavras Clara Ana murmurou com a voz rouca e fraca sabe há algo de Bonito no sol mesmo quando ele está se pondo ele se vai devagar mas deixa tudo Dourado não é uma despedida
triste é apenas uma passagem Clara se aproximou e sentou-se ao lado de Ana pegando sua mão delicadamente você sempre encontra beleza em tudo Ana mesmo agora Ana deu um leve sorriso acho que no fim é isso que importa a maneira como escolhemos ver as coisas o silêncio tomou conta da sala novamente mas era um silêncio cheio de significados de compreensão Clara sabia que o momento estava se aproximando Ana estava partindo embora a ideia de perdê-la trouxesse um aperto no peito Clara também sentia uma profunda paz em testemunhar o qu Serena Ana estava com seu destino
ao longo do dia pequenas visitas preencheram a casa Eduardo chegou com as crianças como combinado luí e Pedro entraram no quarto devagar como se temessem perturbar a tranquilidade que pairava no ar Ana abriu os olhos quando ouviu os passinhos de Pedro se aproximando e seu coração se encheu de Amor ao ver os filhos oi meus amores Ana disse sua voz Suave e frágil mas carregada de carinho Pedro Correu para a cama aninhando ao lado da mãe enquanto luí se aproximava mais devagar os olhos já marejados Ana abriu os braços o melhor que pode acolhendo Pedro
em seu colo e estendendo a mão para luí que segurou-a firmemente como vocês estão Ana perguntou como se fosse um dia com um tentando manter a normalidade no ar apesar da tensão que todos sentiam Pedro ainda muito pequeno para entender completamente a gravidade da situação respondeu com a voz animada estou bem mamãe eu brinquei com meus amigos hoje Ana sorriu feliz em ver que seu filho continuava com a leveza da infância mesmo naquele momento delicado luí por outro lado apenas apertou mais forte a mão da mãe tentando conter as lágrimas eu vou sentir tanto a
sua falta mamãe lua finalmente sussurrou com a voz embargada Ana olhou para a filha seu coração doendo por saber que não estaria mais ali para vê-la crescer mas ao mesmo tempo sentindo-se em paz por ter preparado Luísa da melhor maneira que pôde Eu também vou sentir sua falta meu amor mas como eu disse antes sempre que você olhar para o céu ou para as flores você vai me encontrar eu estarei com você sempre luí assentiu as lágrimas agora escorrendo livremente por seu rosto eu prometo que nunca vou vou te esquecer mamãe Ana acariciou o rosto
da filha seus olhos marejados mas cheios de amor eu sei que você não vai querida e eu sei que você será forte assim como sempre foi Pedro percebendo o clima emocional olhou para a mãe com curiosidade mamãe você vai para o céu Ana com a calma que sempre teve olhou para o filho mais novo e Sorriu sim meu amor e do céu eu vou cuidar de você e da luí vou sempre estar por perto cuidando de vocês Pedro com a inocência de uma criança assentiu aceitando a resposta com a simplicidade que só as crianças têm
ele se aconchegou mais no colo da mãe sentindo-se seguro naquele abraço como se aquele momento fosse eterno Eduardo que havia permanecido em silêncio no canto do quarto se aproximou lentamente sentando-se ao lado de luí Ele olhou para Ana seus olhos cheios de emoção Não havia mais palavras entre eles apenas um entendimento mútuo o amor que compartilharam um dia ainda estava ali transformado mas presente ele segurou a outra mão de Ana em um gesto de respeito e carinho você é incrível Ana Eduardo sussurrou nunca vou esquecer o que você me ensinou nem o quanto você me
perdoou Ana olhou para ele com ternura você é o pai dos meus filhos Eduardo isso sempre nos unirá as horas passaram lentamente e aos poucos Eduardo percebeu que era hora de levar as crianças de volta ele se aproximou de Pedro que ainda estava aninhado ao lado da mãe e sussurrou hora de ir filho Pedro hesitou não querendo soltar a mãe mas com a ajuda de luí ele finalmente se levantou dando um último abraço apertado em Ana eu te amo mamãe disse ele com a vozinha suave eu te amo Pedro e amo você também luí disse
Ana olhando para os dois com todo o amor que sentia Eduardo levou as crianças para fora do quarto deixando Ana e só novamente Ana suspirou profundamente sentindo cansaço tomar conta de seu corpo havia algo final naquele momento algo que ela sentia no fundo de sua alma sabia que o tempo que lhe restava estava chegando ao fim Clara percebendo a exaustão de Ana aproximou-se e segurou sua mão com cuidado você está bem ela perguntou a vóz suave mas preocupada Ana abriu os olhos lentamente um pequeno sorriso em seu rosto estou mais do que nunca o silêncio
voltou a preencher o ambiente Mas desta vez havia algo mais definitivo nele Ana estava pronta sabia que havia feito tudo que podia para preparar os filhos reconciliar-se com Eduardo encontrar paz dentro de si mesma não havia mais nada a temer nada resistir Clara Ana disse com a voz agora mais fraca obrigada por tudo Clara com os olhos marejados apertou a mão de Ana foi uma honra estar com você nessa jornada Ana você me ensinou muito mais do que eu poderia ensinar Ana fechou os olhos lentamente sentindo peso do cansaço finalmente vencê-la sua respiração tornou-se mais
suave mais lenta até que por fim ela se entregou ao descanso que tanto merecia Clara permaneceu ao lado dela segurando sua mão até o último suspiro e quando Ana finalmente partiu ela não partiu com tristeza mas com uma serenidade que Clara jamais esqueceria o sol continuava a brilhar suavemente pela janela iluminando o quarto com uma luz dourada como se o próprio universo Estivesse se despedindo de Ana de maneira suave Como ela mesma havia descrito não havia dor naquele momento apenas uma sensação de que a vida de Ana por mais breve que tenha sido havia sido
vivida com todo o amor a força e a beleza que ela poderia oferecer e assim com o adeus silencioso Ana se foi a notícia da partida de Ana chegou Como Uma Onda silenciosa tocando cada pessoa que a conhecia com uma dor profunda e Sutil não foi uma surpresa todos sabiam que esse momento viria Mas mesmo quando se espera algo inevitável a dor da perda sempre parece maior do que o esperado a ausência de Ana deixou um vazio que ecoava por todos os cantos especialmente naqueles que mais amavam seus filhos Eduardo e Clara o dia seguinte
a sua morte amanheceu nublado como se o próprio céu estivesse de luto na casa de Eduardo o silêncio reinava as crianças embora ainda novas demais para compreender completamente o que havia acontecido sentiam a tristeza pesar no ar Pedro que geralmente era cheio de energia e risos estava quieto brincando silenciosamente com seus carrinhos no chão da sala luí mais consciente da perda ficava perto da janela olhando para fora como se Esperasse ver a mãe voltar a qualquer momento Eduardo por sua vez sentia-se sufocado pela culpa e pelo luto estava sentado no sofá com a cabeça entre
as mãos relembrando os últimos momentos que teve com Ana ele havia prometido estar presente mas no fundo sabia que a partida dela deixou uma ferida que ele jamais poderia curar o Arrependimento de não ter ficado ao lado dela durante toda a jornada ainda pesava fortemente em seu coração no entanto o perdão de Ana as últimas palavras que ela lhe dissera o ajudavam a continuar as crianças apesar da dor também traziam um certo consolo eles eram O Legado vivo de Ana a parte dela que ainda estaria ali em cada risada em cada gesto Eduardo sabia que
para honrar a memória da mulher que tanto Amara precisaria ser forte por eles mas naquele momento a tristeza era tão grande que ele mal conseguia se levantar Clara chegou à casa de Eduardo no final da manhã depois de passar a noite ao lado de Ana ela havia permanecido no quarto até o último momento acompanhando o silêncio em que Ana partirá Clara que havia sido testemunha de tantas despedidas ao longo de sua vida como enfermeira sentia que a perda de Ana era diferente algo sobre aquela mulher sua força sua maneira de encarar a morte com com
serenidade a tocou de um jeito que poucas pessoas conseguiram Ana não era apenas uma paciente para Clara era uma amiga uma professora alguém que havia transformado sua vida quando Clara entrou na casa Eduardo a recebeu com aceno silencioso não havia palavras para o que estavam sentindo ela caminhou até a sala onde luí estava sentada no chão ao lado de Pedro observando o brincar mas sem participar Clara se abaixou ficando à altura das Crianças oi meus queridos disse ela sua voz Suave como vocês estão Pedro olhou para ela com Curiosidade você veio cuidar da mamãe de
novo Clara Clara sor trm Não meu amor agora é hora de cuidar de vocês luí desviou o olhar para Clara seus olhos ainda cheios de tristeza eu não consigo parar de pensar na mamãe eu sei que ela disse que sempre vai estar comigo mas eu sinto falta dela Clara respirou fundo STI um nó se formar em sua garganta ela sabia que não havia respostas fáceis para a dor que luí estava sentindo mas também sabia que com o tempo as palavras de Ana fariam mais sentido para a menina é normal sentir falta dela luí e é
bom que você lembre dela assim ela sempre estará com você não importa o que aconteça sua mãe te amava muito e esse amor nunca vai desaparecer Pedro Ainda tentando entender a imensidão do que estava acontecendo se aproximou de clara e a abraçou Eu queria que a mamãe ficasse para sempre Clara o segurou com firmeza lutando contra as próprias lágrimas eu sei Pedro eu sei o luto silencioso e pesado começou a se espalhar pelos dias seguintes as visitas começaram a chegar os telefonemas de pêsames os amigos e parentes que de alguma forma queriam prestar suas últimas
homenagens a Ana a casa que antes estava cheia de vida agora Parecia um lugar de memórias dolorosas o funeral de Foi simples como ela gostaria que fosse poucas pessoas apenas as mais próximas estiveram presentes havia flores muitas flores e o ar estava impregnado com a fragrância de lírios e rosas os favoritos de Ana Eduardo ficou ao lado das Crianças seus olhos constantemente voltados para o caixão como se tentasse aceitar que aquela era a última despedida ele ainda lutava contra a culpa mas a cada momento sentia o peso do Perdão de Ana em seu coração sabia
que precisava Seguir em frente por luí e Pedro assim como Ana gostaria Clara de pé ao lado de Eduardo segurava um pequeno buquê de flores silvestres ela havia encontrado aquelas flores durante suas caminhadas diárias e sabia que Ana adoraria a simplicidade delas ao se aproximar do caixão Clara colocou as flores sobre ele com delicadeza e murmurou uma prece silenciosa seu coração estava pesado mas havia uma paz que ela não conseguia explicar Clara sabia que Ana estava em paz e isso era o que importava enquanto as palavras de despedida eram ditas Luísa segurava a mão de
Pedro com força os dois observavam em silêncio suas mentes jovens tentando processar o que significava dizer adeus para sempre Luísa apesar de jovem havia amadurecido muito nos últimos meses e a dor que sentia agora era profunda mas não desesperadora ela sabia que De algum modo a mãe sempre estaria com ela Pedro por outro lado ainda estava confuso mas sentia o peso da tristeza ao redor e instintivamente buscava com conforto na irmã após o funeral as pessoas começaram a se dispersar lentamente Eduardo com o coração apertado levou as crianças para casa a casa agora parecia mais
vazia do que nunca as lembranças de Ana estavam em todos os lugares no cheiro da comida que ela costumava cozinhar nos livros que Lia nas fotografias espalhadas pela sala mas ao mesmo tempo havia algo reconfortante em saber que ela não havia sido esquecida que sua presença ainda era sentida de tantas maneiras Clara passou o resto do dia com a família ajudando a cuidar das crianças e oferecendo seu apoio silencioso a Eduardo embora não dissesse muito sua presença era como um farol uma lembrança de que mesmo nos momentos mais escuros sempre havia alguém por perto para
ajudar a carregar o fardo mais tarde quando a noite caiu Clara se despediu de Eduardo e das crianças antes de sair ela foi até luí e Pedro ajoelhando-se diante deles com sorriso suave eu sei que vocês estão tristes agora disse Clara acariciando o cabelo de Pedro mas quero que se lembrem de uma coisa sua mãe os amava muito e esse amor vai estar com vocês todos os dias em cada coisa que fizerem em cada decisão que tomarem ela está orgulhosa De vocês sempre luí sentiu seus olhos ainda marejados mas havia algo em seu semblante que
mostrava uma força crescente Obrigada Clara ela sussurrou Pedro ainda com a inocência de sua idade abraçou Clara novamente você vai voltar para ver a gente não vai Clara sorriu e assentiu sempre que vocês precisarem enquanto Clara deixava a casa naquela noite ela olhou para o céu as estrelas brilhavam intensamente e por momento ela sentiu a presença de an li como se estivesse observando tudo com a mesma calma e serenidade que sempre tivera o luto seria longo e difícil mas Clara sabia que assim como Ana enfrentará a morte com coragem e graça aqueles que amavam encontrariam
a força para seguir em frente carregando consigo o amor que ela havia deixado o tempo passou os meses se transformaram em anos e a ausência de Ana que no início parecia insuportável foi lentamente sendo preenchida pelas memórias e pelo legado que ela deixará sua presença permanecia viva nos corações daqueles que amaram e de maneira sutis ela continuava a influenciar as vidas que tocará Eduardo agora um homem mais Maduro e reflexivo havia aprendido a aceitar a perda da mulher que um dia fora seu grande amor ele se dedicou completamente aos filhos filhos tentando ser o pai
que Ana teria querido que ele fosse embora culpa pelo passado ainda o assombr asse momentos de solidão ele também se sentia em paz sabendo que Ana o havia perdoado era um consolo saber que mesmo após sua morte ela lhe dera chance de se redimir e estar presente para os filhos luí que tinha 14 anos na época da morte da mãe agora era uma jovem mulher de 18 anos o luto que carregou em seus primeiros anos de adolescência havia moldado de maneiras que ela não imaginava luí de cedo desenvolveram uma sensibilidade profunda para os outros uma
empatia que refletia o coração generoso de Ana ela lembrava das palavras de sua mãe em seus momentos de dúvida e tristeza Ana sempre dissera que independentemente do que acontecesse ela seria forte o suficiente para seguir em frente e ao longo dos anos luí havia se agarrado a essa força certa tarde enquanto arrumava suas coisas para ir à faculdade luí encontrou uma das cartas que Ana havia escrito para ela a carta já estava amarelada pelo tempo mas as palavras continuavam a brilhar como uma luz eterna sentada em sua cama Luísa releu as palavras da mãe as
lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto mas desta vez não eram Lágrimas de tristeza e sim de gratidão Ana havia lhe dado o presente mais valioso a certeza de que o amor nunca desaparece mesmo com a morte Pedro que ainda era uma criança quando Ana se foi agora tinha 14 anos ele cresceu sob os cuidados amorosos de Eduardo e luí mas a ausência da mãe o marcou de uma maneira silenciosa ele não falava muito sobre Ana mas mantinha um pequeno retrato dela em sua escrivaninha às vezes em noites tranquilas ele olhava para o retrato e se
perguntava como seria se ela ainda estivesse viva Pedro carregava as lembranças mais suaves de Ana sua risada seu perfume o modo como ela o abraçava forte como se ele fosse o tesouro mais precioso do mundo essas lembranças o guiavam em momentos de dúvida quando ele sentia a falta do calor de uma mãe Eduardo observava os filhos crescerem com orgulho mas também com a consciência de que o tempo havia passado depressa demais Ana mesmo em sua ausência havia deixado uma marca indelével em luí e Pedro e agora ele se via responsável por manter viva a memória
dela por lembrar-se de quem ela fora e do que significava para todos eles ele sabia que o legado de Ana não era apenas o amor que ela transmitirá em vida mas também as lições que havia deixado para serem descobertas ao longo dos anos Clara que havia Estado ao lado de Ana nos seus últimos dias também seguirá em frente mas nunca esqueceria a amiga que tanto lhe ensinara sobre a vida e a morte Clara continuou trabalhando como enfermeira cuidando de pacientes com a mesma delicadeza e respeito que sempre dedicara a Ana no entanto sua abordagem ao
cuidado mudou desde aquela experiência Ana lhe ensinara que o que realmente importava no fim das contas era o Amor e a paz que se podia oferecer aqueles que estavam partindo Clara frequentemente visitava Eduardo e as Crianças trazendo consigo a mesma presença reconfortante que o oferecerá nos dias de luto Pedro e luí a consideravam quase como uma segunda mãe alguém que estivera ao lado deles nos momentos mais difíceis e que de certa forma mantinha viva conexão com Ana em uma dessas visitas Clara e Eduardo conversavam na varanda observando Pedro e luí brincando no Jardim como nos
tempos de Infância ela estaria tão orgulhosa deles Clara disse com sorriso suave Eduardo assentiu os olhos cheios de emoção Sam estaria eles têm tanto ela a força de luí o coração de Pedro às vezes vejo Ana em cada gesto deles Clara sorriu compreendendo perfeitamente ela está aqui de muitas maneiras não só nas memórias mas no modo como vocês continuam a viver o legado de Ana é mais do que as lembranças é o amor que ela deixou Eduardo olhou para Clara grato por sua presença constante você fez tanto por nós Clara não sei se teríamos conseguido
sem você Eu apenas estive ao lado de vocês respondeu Clara humilde como sempre Ana me ensinou que o amor nunca morre e que mesmo nos momentos mais difíceis a força em continuar o silêncio confortável se instalou entre eles enquanto observavam as estrelas começarem a brilhar no céu escuro era uma noite tranquila como tantas outras mas Eduardo sentia que de alguma forma Ana estava ali não de uma maneira física mas na Leveza do vento na risada de seus filhos no calor silencioso que preenchia a casa mais tarde naquela noite luí foi até seu quarto onde guardava
o caderno de anotações que mantinha desde a morte de Ana era uma forma de lidar com a dor um modo de manter viva a comunicação com sua mãe sempre que se sentia sozinha Ou incerta sobre algo Ela escrevia como se estivesse falando diretamente com Ana Aquilo a reconfort ajudando-a a sentir que a mãe ainda estava presente em sua vida sentada na cama com caderno no colo luí escreveu qu da mamãe hoje faz muito tempo desde que você se foi mas eu ainda sinto sua presença em tudo que faço entendi com o tempo que você nunca
realmente nos deixou tudo o que você ensinou tudo que você foi continua vivo em nós Pedro está crescendo e se tornando tão carinhoso e eu sei que isso é por sua causa papai mudou muito também ele é mais presente mais amoroso eu me sinto mais forte a cada dia e sei que isso também é por causa de você obrigada mamãe por tudo eu te amo hoje e para sempre fechando o caderno luí se deitou na cama sentindo o peso da gratidão em seu peito ela sabia que sua mãe sempre estaria com ela guiando-a amando-a mesmo
de longe naquela noite Enquanto o mundo continuava a girar as estrelas brilhavam mais intensamente no céu e de alguma forma todos que haviam sido tocados pela vida de Ana Eduardo Luísa Pedro Clara sentiram que mesmo após sua partida o amor que ela ela deixou nunca desapareceria ele continuaria a crescer Florescer e viver em cada um deles O Legado de Ana não era apenas a luta contra doença ou os últimos momentos de despedida mas o amor que ela plantou nos corações daqueles que amaram e esse amor mais forte do que qualquer outro sentimento seria para sempre
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