Todos sabem que a língua portuguesa carrega consigo uma grande herança das línguas indígenas brasileiras no entanto a extensão dessa herança é por vezes menosprezada e a história de como foi formada completamente desconhecida no vídeo de hoje vamos dissertar sobre a grandiosa extensão da herança indígena da língua portuguesa falada no Brasil e apresentar também a história dessa influência que já foi no passado muito maior do que imaginamos mas antes de começar o vídeo já deixa o dedo no like se inscreva agora mesmo aqui no canal para não perder as novidades por aqui até a ocupação portuguesa
do Brasil estima-se que a população indígena nas terras brasileiras era entre 1 e 5 milhões de habitantes diferente de outras civilizações como a Asteca ou a Inca que dispunham de arquitetura o Ampla rede de estradas e o cultivo organizado de uma agricultura os índios no Brasil viviam exclusivamente da caça da Pesca e da coleta de itens da flora para o consumo Além disso diferente do senso comum que ve os índios como um grupo homogneo no Brasil a realidade era bem diferente uma série de povos distintos e Rivais entre si guerreavam no Brasil pré-colombiano e inclusive
foi se aliando com certas tribos contra outras que os portugueses conseguiram firmar os primeiros contatos com os nativos brasileiros no entanto o contato era algo muito limitado por terem línguas muito distintas a comunicação Inicial entre os nativos e os portugueses se dava por meio de mímicas e repetições de palavras e como os europeus do novo mundo tinham contato com coisas que nunca antes tinham visto o nome original indígena para essas coisas permanecia Justamente por isso hoje mais da metade da fauna e da flora brasileira possuem nomes indígenas temos como exemplo as palavras capim que significa
folha delgada ou Folha fina capivara que significa comedor de capim Caju que significa nós que produz fruta arara aves de muitas cores tamanduá o caçador de formigas jabuti o que nada respira Mandacaru espinhos agrupados Tucano aquele que bate forte guaraná fruta com óleos de gente jacaré aquele que olha de lado e piranha peixe dentado mas esse método no máximo ajudava a decorar o nome das coisas e nunca formar sentenças e frases inteiras e se para os portugueses disseram um problema ainda mais era para os sacerdotes que desejavam pregar o Evangelho aos nativos não saber a
língua era um verdadeiro Pesadelo para os Jesuítas em uma carta datada de 22 de outubro de 1560 o Jesuíta Antônio Pires desabafa a mim me envergonha que 12 anos que cando não sei nada sobre o Tupi mas isso tudo seria resolvido por meio dos esforços de um jovem Padre chegando ao Brasil com apenas 19 anos de idade o jovem José de Anchieta passou a se dedicar a alfabetizar os filhos de portugueses e nativos em latim e português nos aldeamentos e observando linguajar indígena ia fazendo anotação Na tentativa de correlacioná-lo com o latim assim se meses
depois em 1555 com apenas 20 anos de idade ancheta desenvolve a sua obra chamada a artes de gramática da língua mais usada na cocha do Brasil para tentar sistematizar o aprendizado da língua tupi pelos Jesuítas assim aos 20 anos Anchieta desenvolve uma inédita gramática indígena para os Jesuítas o povo brasílico deveria ser catequizado em sua língua Nativa não em português e assim era uma missão deles a aprender essa língua e comunicar nela as suas ideias por mais que a gramática de Anchieta só Viesse a ser publicada em Portugal em 1595 mais de 40 anos depois
de escrita no Brasil o seu uso era disseminado ao longo dos colégios Jesuítas por onde as Crianças aprendiam o português o Tupi o latim e o grego após a sistematização da língua outras obras em Tupi foram escritas como o catecismo na língua brasílica feita pelo padre Antônio de Araújo e assim em diante no Brasil por intermédio dos Jesuítas começou a se disseminar o uso da língua tupi para a comunicação habitual ao mesmo tempo que o português para o uso formal assim via de regra todo habitante no Brasil português era necessariamente bilíngue tinha conhecimento tanto da
língua Nativa quanto da língua da coroa e isso se reflete no Brasil também com as bandeiras a maioria dos Bandeirantes sendo a mistura entre brancos e índios dominavam o Tupi e diversas línguas indígenas e com as expedições rumando ao interior brasileiro na busca de índios e metais preciosos a influência de outros dialetos e línguas como carijó e o guarani foram sendo integrados à língua falada pelos bandeirantes e Moradores Paul é possível verificar isso até mesmo na famosa guerra dos Emboabas esse termo emboaba usado amplamente pelos bandeirantes tem origem indígena e significa justamente estrangeiro ou Forasteiro
assim foi se desenvolvendo a chamada língua geral Paulista uma língua Nativa Bandeirante indígena baseada no Tupi e com influência de dezenas de línguas indígenas e ao norte se desenvolveu o ni gatu derivado do Tupi antigo esse predomínio do Tupi e do Guarani no território brasileiro distanciava a língua brasílica cada dia mais da língua portuguesa por mais que muitos elementos do português também fossem integrados à língua corrente o distanciamento ia ocorrendo aos poucos no entanto em 1757 é promulgado pelo Rei Dom José I sobre as ordens do Marquês de Pombal o diretório dos índios que entre
outras medidas visava justamente diminuir ao máximo tanto o poder Jesuíta quanto a influência da língua indígena do Brasil assim o marqueis de Pombal proíbe o uso e o ensino da língua geral brasílica tanto un gatu no norte quanto a língua geral Paulista mais ao sul devendo ser imediatamente suprimida e ensinado e falado apenas o português formal no entanto mesmo com o extermínio da língua geral Paulista existem fortes vestígios de sua herança no dialeto caipira falado no interior do Brasil os nativos não possuíam o f o l e o r assim no dialeto caipira é muito
comum se trocar o LH pelo I por ser mais fácil desse modo palavras como milho vira milho folha vira Folia velho vira velio e Palha paia outra caracterítica interessante no dialeto caipira é uso de artigos no plural e o substantivo no singular assim é comum que se fale por exemplo os Vel as casa as mulher os homem e isso tem influência no Tupi antigo que não usava o plural abá por exemplo na língua tupi significa tanto homem quanto homens e isso foi transplantado devidamente para o dialeto caipira Além disso como os nativos não conseguiam desenvolver
a fala do r esse acabou sendo ensinado de um modo retroflexo tanto antes de consoantes quanto por vezes ao final de palavras assim porta no sutaque caipira vira porta Amor vira amor por favor vira por favor e carta vira carta esse dialeto único no mundo lusófono tem uma origem pouco conhecida com estudiosos afirmando serem herança dos Jesuítas e outros de uma construção natural do contato entre portugueses Bandeirantes e índios em São Paulo mas o fato é que esse dialeto foi amplamente difundido por meio das Bandeiras algumas palavras como Canoa capenga xará socar cutuca Mirim muquirana
pereba pinic todas T origem indígena e são amplamente presentes em nosso vocabulário corrente Além disso vemos a influência indígena em alguns nomes de cidades como Guarujá que significa Casa dos Guarus Aracaju que significa Cajueiro de Araras e Manaus que significa mãe dos Deuses a influência indígena aparece também no nome de algumas pessoas no Brasil que possuem tanto origem quanto significado indígena Jandira por exemplo significa abelha de mel Moacir aquele que vem da dor Maiara significa senhora Iracema Lábios de Mel o birajara os Senhor da lança Kauan Kauan e kau significam Gavião ou Guardião e ara
significa aquela que é das águas Tainara Senhora das águas ara Aurora Janaína rainha das águas e Jurandi aquele que fala coisas doces mas nem só de forma orgânica e natural foi feito a herança indígena algumas das heranças foram uma política de estado nacionalista em ial no período imperial e Republicano por meio de um movimento chamado indigenismo aquilo que muitos veem na literatura com Policarpo Quaresma que desejava que o Tupi fosse obrigatório como língua no Brasil teve um efeito prático na República com o renomeamento de cidades de nomes portugueses para nomes indígenas pegando um pequeno recorte
da Região Norte do Estado do Ceará observa-se que cidades como São Francisco tiveram nome modificado para Itapajé que significa fica Feiticeiro de pedra outras como Santa Cruz tiveram o nome modificado para Reriutaba e outras como Lagoa das Almas para kateus ou o distrito de caridade que vira Canindé vemos assim num pequeno recorte da Região Norte do Ceará um movimento feito em todo o Brasil que visava justamente modificar nomes de antigas Vilas portuguesas para nomes indígenas isso com base em um nacionalismo que visava ressaltar uma parte das origens do Brasil vemos assim que desde movimentos como
pombalino até o indigenista Republicano de polític de estado na conu daua eses fazend uma oposição entre o português formal eupi independentemente disso aii daan indígen em nossa lngua é totalmente orgânica e presente nos diversos dialetos do Brasil inclusive o Brasil de hoje carrega uma certa semelhança com o Brasil português antigo como mencionamos anteriormente via de regra os habitantes do Brasil eram bilíngues falando tanto a língua Nativa quanto a da coroa e isso ia desde os nativos audios pelos Jesuítas até os bandeirantes mas existem também reflexos disso no brasileiro atual ainda hoje se fala no Brasil
a língua da coroa de forma formal e heranças indígenas informalmente na linguagem jurídica ou oficial chama-se pessoas com o mesmo nome de homônimo tal como no português formal mas informalmente usa-se a palavra indígena xará ninguém diz que duas carolines por exemplo são homônimas mas que são xará na linguagem formal diz-se que uma pessoa é avarenta na informal fala-se a expressão indígena muquirana na linguagem formal é torto e na informal essa mesma pessoa é capenga na linguagem formal Alguém tem uma verruga na informal indígena a pessoa tem uma pereba na linguagem formal se observa as concordâncias
Devid mente e na informal a inobservância da concordância verbal corriqueira nas rodas de amigos ou seja o que se observa no Brasil atual é o mesmo uso da língua da coroa na linguagem formal e dos resquícios da língua Geral de sua origem indígena na linguagem formal o brasileiro atual não é bilíngue como antigo por não dominar o Tupi na língua geral mas hoje em dia sem saber o brasileiro fala os resquícios de longas construções linguísticas de diversos dialetos de seus antepassados e de diversos povos de uma forma que sequer consegue imaginar E isso só evidencia
a riqueza e a beleza na construção do nosso idioma e você conhecia essas expressões imaginava que tantos nomes e palavras tivessem origem indígena então comenta aqui quais heranças indígenas na língua você mais usa manda pros seus amigos e aproveita e se inscreva agora mesmo aqui no canal para não perder as novidades por aqui n [Música]