O Que Aconteceu com a Editora Abril?

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Bastidores do Poder
Neste documentário, vamos explorar os bastidores do poder da Editora Abril, uma gigante que já foi s...
Video Transcript:
O que aconteceu com a editora Abril nos anos 80 e 90 a editora Abril era sinônimo de poder influência no Brasil suas revistas eram parte do cotidiano de milhões de brasileiros ditando o que era notícia moda e entretenimento da Veja a Capricho a Abril dominava As bancas as mesas de centro e as discussões nacionais mas como um império tão sólido que parecia intocável foi abalado a ponto de quase desaparecer neste documentário vamos mergulhar na era Dourada da maior editora do país explorar as estratégias que a levaram ao topo e entender as escolhas que causaram sua queda Esta é a história de uma editora que não apenas acompanhou mas definiu o ritmo do Brasil até que o mundo mudou tudo começou no início dos anos 50 uma época em que o Brasil estava em plena modernização Neste período a mídia impressa era escassa e direcionada ao público adulto é nesse contexto que Victor tibeta um italiano que morou nos Estados Unidos enxergou uma oportunidade de ouro levar entretenimento para um público pouco explorado até então as crianças em 1950 tivet conseguiu a licença da Disney para publicar os quadrinhos do Pato Donald no Brasil e então fundou a Abril foi uma jogada ousada e arriscada já que os quadrinhos não eram uma a febre nacional e a maioria das publicações eram focadas em política economia e cultura o entretenimento infantil Quando existia era visto como algo secundário um nicho que não despertava o interesse das grandes editoras porém tivet estava certo o sucesso foi instantâneo e a tiragem inicial de Pato Donald alcançou impressionantes 82. 000 exemplares as crianças adoraram as histórias e os pais aprovaram o conteúdo Já que as histórias da Disney eram vistas como educativas seguras e transmitiam valores positivos esse primeiro passo foi decisivo para afirmar a editor Abril no cenário Nacional pouco tempo depois em 1952 Abril lançou a Capricho inicialmente uma revista de fotonovelas italianas o formato era inovador e rapidamente encontrou seu público Mas tvta sabia que o Brasil tinha potencial para mais ao longo da década de 1950 ele começou a explorar outros nichos de mercado percebendo que o leitor brasileiro queria não apenas entretenimento mas também conteúdo útil e relevante para o seu cotidiano no fim da década a aposta da editora foi no mundo da moda com o lançamento do título manequim trazendo fotografias fornecidas por agências estrangeiras tvet também foi Pioneiro na criação de uma rede própria de distribuição algo raro na época o que garantiu que suas publicações chegassem a todo o Brasil em 1958 Victor chamou seu filho Roberto tivet que trabalhava no Japão para time Magazine para se juntar ao império que estava começando a construir Roberto aceitou mas com a condição de poder criar três revistas uma financeira nos moldes da Fortune uma semanal informativa nos moldes da time e uma revista brasileira da Playboy assim surgiram a exame em 1967 a veja em 68 e a Playboy Brasil em 75 com as bases firmemente estabelecidas de um portfólio que só crescia Abril estava pronta para um novo capítulo o início da próxima década marcaria a ascensão definitiva da editora ao topo da mídia brasileira ampliando sua influência para além das bancas de revistas durante os anos 80 Abril estava no auge do seu poder dominando o mercado de revistas impressas a empresa marcou sua posição como líder no setor editorial e começou a se aventurar em novas áreas o portfólio de revistas da Abril era Imbatível e seus títulos se tornaram parte do cotidiano de milhões de brasileiros influenciando a cultura e o pensamento Nacional a veja se estabeleceu como a Bíblia da classe média alcançando uma tiragem de 1. 200000 exemplares semanais o que a tornava a maior revista do Brasil e uma das mais influentes da América Latina ela se destacava pelo seu jornalismo investiga ne ativo e por sua análise política moldando o debate público do país seus artigos não apenas informavam mas frequentemente determinavam o Tom das discussões políticas e sociais veja era sem dúvida a principal revista de opinião do Brasil lida por formadores de opinião políticos e empresários outro Pilar desse império foi a isame que se estabeleceu como a principal fonte de informações para o mundo dos negócios nos anos 80 a revista já tinha uma circulação que o passava 100.
000 exemplares mensais sendo referência entre executivos e investidores brasileiros a exame ajudava a educar o mercado Empresarial trazendo análises Profundas sobre economia Finanças e gestão em um período em que o Brasil passava por intensas transformações econômicas não só as revistas informativas tiveram seu momento de Glória mas também as publicações de entretenimento a Playboy Brasil lançada em 1975 Foi um sucesso estrondoso na década de 80 a edição brasileira da revista chegou a vender 800. 000 exemplares por mês tornando-se uma das versões mais bem-sucedidas da Playboy fora dos Estados Unidos a revista misturava ensaios fotográficos com entrevistas e reportagens de alto nível conquistando tanto o público masculino quanto a curiosidade geral outras publicações icônicas como Super Interessante lançada em 1987 Quatro Rodas Capricho e Cláudia também desempenharam papéis importantes na consolidação do império editorial da Abril cada uma dessas revistas atendia a públicos distintos mas todas faziam parte da rotina e do Imaginário brasileiro a super interessante por exemplo trouxe uma nova abordagem ao tratar temas científicos e culturais de forma acessível e cativante conquistando jovens leitores em todo o país ao final da década de 80 a editora possuía cerca de 52 revistas em circulação com uma tiragem anual superior de 400 milhões de exemplares o faturamento da empresa ultrapassava os 500 milhões de dólares anuais consolidando sua posição como uma das maiores editoras do Hemisfério Sul com mais de 5. 000 funcionários Abril era um verdadeiro império de mídia influente em todos os aspectos da vida cultural e informativa do Brasil no entanto a empresa não se limitou ao mercado de revistas em busca de diversificação Victor tivet iniciou um ambicioso projeto de expansão para televisão em 1989 Abril lançou a TVA seu braço de TV a cabo que representou sua entrada no mercado Pioneiro de televisão por assinatura Além disso foi Abril quem trouxe a MTV ao país no início dos anos 90 com um portfólio variado e um domínio quase absoluto no mercado a editora se tornou uma verdadeira máquina de gerar receitas e influência tornando-se uma das mais poderosas corporações de mídia do Brasil era impossível encontrar uma banca de jornal ou livraria que não contivesse ao menos um título ou edição com o selo Abril no entanto mesmo que seu domínio fosse absoluto o que Abril não podia contar era com a virada muito rápida nas preferências do Consumidor não haviam concorrentes à altura no mercado de revistas portanto para que Abril encontrasse seu declínio o mercado de revistas teve que acabar no nos anos 90 a editora ainda era um verdadeiro Colosso no mercado editorial no entanto o mundo estava mudando e Abril enfrentava uma ameaça que não soube prever nem combater de forma eficaz a internet com a chegada da internet o cenário da mídia mudou drasticamente o conteúdo online gratuito e acessível em tempo real começou a competir diretamente com as publicações impressas que passaram a ser vistas como lentas e desatualizadas o modelo de negócios da Abril baseado na venda de de revistas e na publicidade impressa começou a desmoronar à medida que a audiência migrava para o digital embora a empresa tenha tentado se adaptar a transição para o digital foi tardia e ineficiente a diversificação de negócios que funcionou tão bem Em décadas anteriores já não oferecia a mesma proteção a aposta em setores como educação e telecomunicações especialmente como a TVA seu braço de TV a cabo foi ousada mas não conseguiu compensar as perdas no mercado editorial em 2006 a TVA foi vendida para telefônica por cerca de R 922 milhões deais marcando fim de uma era de diversificação mas sem oferecer o alívio financeiro esperado em 2013 a editora Abril sofreu um dos golpes mais profundos a morte de Roberto tivet filho do fundador Victor tivet e responsável pela modernização e expansão da empresa sob sua liderança April cresceu e se consolidou como a maior conglomerado de mídia do Brasil Roberto acreditava que o futuro estava no digital e frequentemente alertava seus executivos sobre a necessidade de adaptação mas a transição para essa nova era foi mais lenta do que ele desejava após a sua morte seus filhos herdaram a empresa mas a direção estratégica que tvet exercia com tanto vigor não foi continuada Abril passou a ter uma liderança instável com quatro ceos diferentes assumindo o comando em apenas 5 anos o primeiro deles foi Fábio Barbosa ex-presidente do Santander que liderou o grupo entre 2013 e 2015 mas sem resultados expressivos para reverter a crise ao mesmo tempo o mercado de mídia impressa estava em colapso devido à migração dos leitores e anunciantes para as plataformas digitais em 2017 Abril começou a fechar diversas publicações icônicas como Boa Forma e ele além de demitir cerca de 800 funcionários a editora já não conseguia sustentar a estrutura gigante que havia construído ao longo das décadas com uma dívida monumental de 1 bilhão 600 milhões deais a empresa entrou em recuperação judicial em agosto de 2018 um momento que representou o ponto mais baixo de sua trajetória a partir daí a empresa precisava desesperadamente reestruturar suas operações e renegociar suas dívidas para evitar a falência com o processo de recuperação judicial em andamento a família tifa tomou uma decisão dramática vender o controle da editora Abril para o empresário Fábio Carvalho em 2018 por R 100.
000 além da dívida de R bilhão 600 milhões deais Fábio já era conhecido no mercado por sua habilidade em reestruturar empresas em dificuldades como fez com a Ladder Magazine e agora assumia a difícil tarefa de tentar salvar a Abril so sua ão a editora passou por uma reestruturação ainda mais rigorosa diversos títulos foram descontinuados e o foco passou a ser a preservação das publicações principais como veja e Cláudia além de ajustar a operação para um tamanho mais condizente com a nova realidade do mercado como parte da estratégia para reduzir a dívida e reorganizar as Finanças Carvalho também vendeu importantes ativos da Abril em 2019 a revista Exame foi vendida ao BTG pactual por R 72. 400 mil além da exame o icônico prédio da editora na Marginal tit em São Paulo também foi arrematado pelo banco por 118 milh 700.
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