E os robôs japoneses viraram também brinquedos! No começo da década de 1980 nasceu o Omnibot 2000, que tinha uma fita cassete no peito que guardava sequências de comandos e gravações de voz, sem contar que ele podia carregar pequenos objetos. E foi também o período de lançamento do ROB, o robô da Nintendo, que não teve sucesso comercial mas era um acessório interessante do Nintendinho e virou até personagem da franquia Smash Bros.
Voltando pro ocidente, o destaque vem do Instituto de Tecnologia do Massachussetts, o MIT. É o Genghis, um pequeno robô inseto que gerou a produção de modelos mais baratos e simples em design, com forma e comportamento inspirados em animais. Chegando na década de 1990, temos uma grande mistura de projetos práticos que foram base para desenvolvimentos futuros, com mais algumas daquelas experiências futuristas que parecem querer dar um passo robótico maior do que a perna.
Um exemplo bom nasce em 92: a Cyberknife, um sistema para a medicina criado em Stanford e usado em cirurgias para reduzir tumores. A utilização de máquinas em operações menos invasivas e que exigem precisão só evoluiu com o tempo e começou aí. Outro avanço foi o RoboTuna, do MIT, que ajudou a estudar como o nado dos peixes funciona.
Mas tivemos também a parte de entretenimento: a Lego lançou uma linha de produtos de robótica chamada MINDSTORMS , com design modular, e o programa Robot Wars começa a passar em 98 na rede britânica BBC, popularizando as batalhas entre robôs, que viraram febre no mundo todo e em eventos de tecnologia. Ao mesmo tempo, nasceu uma criatura mecânica curiosa chamada Kismet, criação da engenheira Cynthia Breazeal, uma cabeça que interagia com humanos e foi presença garantida em programas de tv e livros didáticos do período. As grandes corporações também começaram a sonhar com os próprios robôs e isso começou em 99 com o Aibo.
Esse é o cachorrinho da Sony que brincava e interagia com o dono. Apesar das vendas serem bem limitadas, ele é considerado um sucesso e teve um relançamento anos depois. E em 2000 surge o Asimo da Honda, capaz de realizar várias tarefas como caminhar de maneira independente, subir e descer escadas.
Ele também virou uma figura famosa em eventos e era planejado pra ser um assistente pessoal, ganhando versões mais avançadas ao longo do tempo, mas sem cumprir todas as promessas originais. Isso porque os anos 2000 marcam avanços pontuais na automação e na inteligência artificial. E, em vez de serem complexos, os robôs são criados para tarefas que podem ser mais simples e objetivas, mas são bem cumpridas.
Um caso é o do primeiro Roomba, o robô-aspirador lançado em 2002 pela iRobot. O modelo inspirou produtos similares em outros campos e foi seguido pelos robôs da Kiva, que trabalham em armazéns. Essa empresa foi adquirida mais tarde pela Amazon e hoje são centenas de milhares de modelos trabalhando pra essa gigante.
Já 2005 marca a apresentação de uma empresa que virou fenômeno nas redes sociais: a Boston Dynamics, que revelou ao mundo o seu primeiro projeto que saiu do papel, o BigDog. A ideia era que ele fosse um robô de transporte de carga e acesso a terrenos acidentados, mas aos pouco outros modelos mais ousados foram revelados, como o cachorro Spot e o humanoide Atlas. Ela já foi tema aqui do canal, então, já sabe, assiste aqui depois.
Nas últimas duas décadas, os avanços em Deep Learning também foram notáveis, com sistemas não só mais inteligentes, mas que ficam mais espertos na medida em que repetem algo e são alimentados com novos dados. De 2012, temos o InMoov, um humanoide de código aberto e que pode ser impresso em 3D. Já a Pepper, da SoftBank, foi criada para ser um robô multifuncional, de guia turística a recepcionista.
As vendas, entretanto, terminaram em 2021 com a empresa se reorganizando. E claro que não podemos nos esquecer da Sophia, um robô que chegou a ganhar em 2017 a cidadania da Arábia Saudita, sendo o primeiro robô a conseguir algo do tipo. Ela imita expressões faciais e tem uma fala bem articulada, mas tudo em torno dela é meio misterioso e o projeto já foi acusado de ser uma fraude, ou apenas um chatbot com um corpo complexo.
Nos últimos anos, tivemos avanços também como nanorrobôs, como em pesquisas da Universidade da Pensilvânia, e na utilização de sistemas para carros autônomos, que navegam sozinhos usando sensores como o LiDAR. Isso sem contar projetos que nem sabemos quando e se vão sair do papel, como o ambicioso Tesla Bot, que pode na verdade ter sido apenas uma piada. E claro que o Brasil também tem suas criações, como o primeiro robô brasileiro, o Tinbot de 2017, e também o Robô Laura, um conjunto de algoritmos usado em hospitais e que é chamado assim mesmo sem ter um corpo físico.
Em resumo, os robôs passaram de projetos únicos e quase artesanais para atrações de puro lazer e pra impressionar, depois para projetos mais práticos e industriais, sempre com games, cinema e literatura ampliando o nosso imaginário. E hoje a gente nem precisa mais sonhar: eles são usados em vários campos já na prática, desde industriais até na medicina. O futuro próximo ainda não é de androides tradutores, militares ou para trabalhos domésticos completos, mas a evolução dessa área mostra que o potencial ainda é grande.
E essa é a história dos robôs, um assunto complexo e antigo, mas ainda com muita expectativa pro futuro. Se você tiver uma sugestão de uma empresa, produto ou serviço aqui pro quadro, deixa um comentário que a gente lê! As fontes consultadas para o roteiro estão na descrição e não se esqueça que esse é só um resumo, um recorte, e muita coisa fica de fora.
Confira ainda a playlist do História da Tecnologia pra saber do que a gente já falou por aqui. Até a próxima!