[Música] Como que faz para que 100 bilhões de neurônios mais outros bilhões de glias que são as células de sustentação e as suas várias sines possam caber num espaço tão confinado que é o crânio você abrir o cérebro de uma pessoa num ato cirúrgico para tirar um tumor para o que for não é você abre a cabeça você não vê nenhum movimento para nada daqui a pouquinho você só vai e mexer os dedos a da mão [Música] direita e você diz aqui dentro tá o pensamento aqui dentro estão as minhas paixões aqui dentro estão as
minhas emoções minhas tristezas como é que você isso que acontece se fosse você para esticar basicamente ele ocuparia umas 10 vezes o tamanho do [Música] cérebro a mente ela é está no cérebro ela é produto da atividade do cérebro é uma grande Pergunta o órgão que fascina estes três pesquisadores é o centro do nosso sistema nervoso representa 2% do peso do corpo mas recebe 25% do sangue bombeado pelo coração divide-se em dois hemisférios nas pessoas destras estão no hemisfério esquerdo as áreas que respondem pela fala e pela compreensão verbal no córtex cerebral a camada mais
externa do cérebro estão nossos neurônios células nervosas muito sofisticadas os neurônios se comunicam incessantemente entre si por meio das chamadas sinapses cerebrais que permitem ver escutar entender o mundo que nos rodeia e interagir com ele a partir da segunda metade do século XX os cientistas ganharam a possibilidade de estudar cada vez mais pormenorizadamente o cérebro em funcionamento com o eletroencefalograma é possível detectar os impulsos nervosos que percorrem o córtex cerebral nos anos 70 com a tomografia computadorizada os cientistas puderam obter imagens da estrutura cerebral foi o aparecimento da chamada ressonância magnética funcional que permitiu Talvez
o maior salto para o conhecimento do cérebro em funcionamento com a tecnologia pesquisadores passaram a relacionar certas atividades com a variação do fluxo de sangue em determinadas estruturas do cérebro uma outra tecnologia chamada tomografia de emissão de pósitrons aumentou ainda mais as alternativas para a investigação do cérebro humano em função essas imagens do cérebro e do sistema nervoso as neuroimagens ajudaram a constituir e ampliar um novo Campo científico a neurociência o termo neurociência que é uma criação recente ele tentou abarcar todas as divisões das pessoas que estudavam o sistema nervoso obviamente que nós somos um
ramo da biologia nós somos uma parte da biologia é a biologia interessada na compreensão da função cerebral esper Cavalheiro é pesquisador da Universidade Federal de São Paulo e um dos mais importantes neurocientistas do Brasil a imagem do cérebro a imagem do corpo humano melhorou muitíssimo nas últimas décadas a ressonância é quase que você ver uma fotografia interna do indivíduo não é quando você vê uma ressonância você acha que você tá vendo o próprio órgão não é como se não tivesse a parede do corpo você vê o coração tal como é você vê o pulmão tal
como é coisa que nós não fazíamos na época do raio x mal e mal se via ossos e sombra das estruturas internas agora nós podemos exatamente ver quais são as áreas que estão envolvidas naquilo que você tá fazendo naquele momento centro de neuroimagens da Universidade Estadual de Campinas aqui pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas combinam tecnologias de última geração para obtenção de de imagens do cérebro de pessoas com certo tipo de epilepsia Geraldo é uma dessas [Música] pessoas o médico e cientista Fernando sendes coordenador do grupo de pesquisa está conversando com ele daqui a pouquinho
você só vai mexer os dedos da mão direita como se tivesse tocando piano Tá bom quando eu falar exatamente essa área aqui onde nós estamos vendo esse ponto vermelho é a região relacionada à movimentação da mão direita do paciente nesse exame especificamente ele tem um registro simultâneo do eletroencefalograma que vai registrar atividade elétrica cerebral através de eletrodos colocados no couro cabeludo e quando ocorrer uma alteração dessa atividade elétrica cerebral que é relacionada à epilepsia nós vamos a naquele momento procurar alterações no funcionamento cerebral E essas alterações vão estar localizadas em uma determinada região do cérebro
Então nós vamos poder identificar a a estrutura que está relacionada à geração dessa normalidade então com esse exame eh anatômico H nós podemos diagnosticar uma lesão que está causando a epilepsia com o exame funcional nós vamos ver o que aquela alteração por exemplo interfere na função mas o que é epilepsia quem responde é o Dr esper que elegeu a doença desde 1983 como Seu principal objeto de estudo hoje para nós nós sabemos muito claramente que há no tecido nervoso nas células do sistema nervoso uma de uma descarga anormal é como se fosse uma determinada alteração
elétrica do cérebro certo e que ao invés de ficar restrito a esse neurônio que em teoria tá doente ele passa pros vizinhos e os vizinhos Falam assim ué essa conversa não conheço e reagem mal a isto a epilepsia Talvez seja doença do sistema nervoso mais frequente Ela atinge de um a 2% da população em qualquer país do mundo ela é uma doença que já está reportada a fazer parte da história da humanidade casos de epilepsia já se já se encontra se encontrava relatado na Bíblia em livros mais antigos Na medicina hipocrática o próprio Hipócrates já
dizia né O pai da Medicina o hipóc dizia e ninguém acreditou muito no que ele falou na época que foi uma bobagem que a epilepsia era uma doença do cérebro é uma doença que já foi entendida exclusivamente como uma doença psiquiátrica que eram quadros [Música] mentais tirava as pessoas do convívio da sociedade colocava em asilos porque as pessoas tinham aquelas convulsões que é um tipo de manifestação de epilepsia não é a única exação da epilepsia E talvez isso tenha que ser muito claro para todos não é aquela crise convulsiva em que a pessoa emite algumas
vezes um grito cai no chão se debate não é saliva e isso dura ao redor de 1 2 minutos e depois a pessoa volta paulatinamente ao normal acorda com sono meio sonolenta tonta com dor de cabeça e se recupera Isto é o grande uma grande manifestação da epilepsia Mas ela é uma um quadro muito digamos de uma frequência muito pequena dentro das epilepsias as epilepsias têm muitas manifestações os tratamentos avançaram muito tanto que eu tenho a impressão que eu posso até tá errado mas eu acho que nós não resolvemos ainda uns 10 a 15% dos
casos a maioria 85 90% dos casos são curados hoje de epilepsia de volta ao centro de neuroimagens o Dr lilim é médico e importante cientista do grupo de pesquisa sobre epilepsia e neurociência ele também é professor da faculdade de ciências médicas da Unicamp a epilepsia ela tem tratamento na sua grande maior parte das das vezes entretanto grande maioria dos pacientes Não recebem um tratamento adequado esse fato é um dos grandes fatores para com que os pacientes tem uma maior taxa digamos de morbidade e mortalidade que eles se machucam mais e os pacientes TM uma taxa
de morte maior do que a população em geral o diagnóstico da epilepsia na infância na adolescência às vezes pode passar-se desapercebido por quê Porque boa parte das pessoas entendem a epilepsia como Aquela crise de convulsão que cai no chão se bate entretanto Existem algumas outros tipos de crise epilé que não é dessa maneira uma que muitas vezes é rotulado a criança que vive no mundo da lua é a famosa crise de ausência em a que a pessoa sai do ar por poucos segundos né como se tivesse desligado né é a famosa aquela criança que não
aprende na escola Porque de fato ela não tá aprendendo porque tá tendo dezenas centenas dessas crises de ausência então é preciso ficar atento quanto a essas outras manifestações de crise epilética boa parte da neurociência também se desenvolveu graças a estudo A análise de pacientes com epilepsia dado ao fato de que muitas vezes as pessoas consideram como uma janela uma oportunidade única de gente compreender os mecanismos de funcionamento cerebral então muito do que nós conhecemos hoje em termos de neurociência funcionamento cerebral é Graças aos pacientes com epilepsia especialmente dos anos 1990 para cá cresceu a velocidade
das descobertas e do conhecimento sobre o cérebro essa última década da do século passado foi chamada de década do cérebro através de um decreto do do Presidente Americano foi criado condições nos Estados Unidos estímulos investimentos que permitisse se entender o cérebro de forma mais adequada então de 1990 até 1999 nós tivemos a década do cérebro não é e isto pegou de certa forma no mundo todo porque Estados Unidos nós sabemos o quanto que ele é líder na ciência e o fato deles terem decretado não é um período para estudar o cérebro isso de certa forma
foi pra Europa foi pros países ainda naquela época de desenvolvimento chegou ao Brasil tivemos vários estudos para entender melhor o cérebro a primeira coisa que era importante que nós entendêssemos é como é que o cérebro se desenvolve essa coisa de imaginar que que a criança é um adulto em miniatura nós já sabemos que é uma grande bobagem não é é um cérebro que está num estadio de desenvolvimento que vai levar aquele indivíduo então ele não é em miniatura é uma coisa em processo de como é que os neurônios são formados como é que eles nascem
e como é que ele vai servir ou se destinar a fazer com que eu veja ou eu escute ou eu sorria como é que essa história do neurônio ele se forma na cabeça da gente então isso é fundamental nós não tínhamos a menor ideia de como é que esses processos aconteciam como é que o cérebro cresce entre uma criança entre o período que você tá no útero da mãe e um adulto como é que esses neurônios sabem exatamente para onde eles vão e o que é que eles têm que fazer isto eu acho que é
um grande achado o outro achado que foi muito fundamental é uma grande mudança no conceito de neurônio em relação ao desaparecimento e à morte de neurônio nós acreditávamos ainda quando eu comecei a fazer a medicina já muito tempo e que os neurônios que morriam ao longo da vida do de um ser humano Eles não eram substituídos perdeu-se perdeu-se hoje nós sabemos que existem áreas do cérebro que estão constantemente produzindo novos neurônios não é então você imaginar que isto Você pode até não é quando você tiver muito velhinha muito mais dos seus 90 anos você ainda
tem possibilidade de ter novos neurônios que vão se colocar em novos circuitos para que você aprenda coisa nova é fantástico nós nos acreditávamos nisso essas e outras descobertas das neurociências trouxeram novas questões a mente ela é está no cérebro ela é produto da atividade do cérebro é uma grande Pergunta a inteligência o que é inteligência Aonde tá isso não é a mente é um produto do cérebro uma vez que H é o cérebro que processa todas as informações eh sensoriais né tudo que existe no ambiente ele é processado no cérebro e também toda a experiência
vivida é armazenada no cérebro Ou seja a identidade do indivíduo a história do indivíduo e com isso o seu comportamento o seu pensamento o processamento das informações e assim por diante quando Nós pensamos no ser humano no ambiente que ele vive na forma que é importantíssimo ele entender né entender esse ambiente entender as questões filosóficas por exemplo quem sou para onde vou e por Vivo só o cérebro funcionando pode fazer essas perguntas que a gente tem a resposta não tem nenhuma não é mas o cérebro te dá a possibilidade pelo menos de questionar isso mas
o cérebro ainda tem muitos segredos para nós nós temos que estudar ainda muito para poder resolver as patologias