Olá saudações família eu sou kattiuscia Ribeiro mulher preta nascida e criada numa comunidade quilombola do Rio Grande do Sul eu sou Doutora em filosofia Africana e é deste lugar que parto para pensar o mundo de hoje a filosofia africana procura refletir sobre a vida a partir de saberes produzidos em tempos imemoráveis o que o berço da humanidade tem a contribuir para a qualidade das nossas vidas hoje lembrando sempre que para nós o futuro é ancestral [Música] quero pedir licença especial aos meus ancestrais para falar sobre o tema de hoje porque nada que eu diga são
palavras minhas nós não estamos inventando a roda só possibilitando que ela não pare de girar nosso Oi de hoje tem como tema o elemento principal dos Pensamentos africanos a ancestralidade quando não souber para onde ir olhe para trás e saiba pelo menos de onde vem são fofas nossos ancestrais não estão no passado trazemos eles em cada detalhe do nosso corpo no nosso jeito em nosso espírito somos os frutos de seus sonhos e realizações o filósofo mão na caranga afirma que cada pessoa deve fazer a si próprio três perguntas básicas quem sou eu eu sou realmente
quem sou eu sou realmente tudo que poderia ser essas perguntas não se referem somente a nós São perguntas que atingem a nossa história a nossa identidade coletiva sabemos que a colonização é uma tecnologia que procura esvaziar o outro a própria história do seu modo de ser e estar no mundo as primeiras coisas que os colonizadores fizeram Foi mudar o nome obrigar o culto há outro Deus transportar de território obrigar a falar outra língua a colonização tentou reduzir a nossa ancestralidade ao processo escravocrata a nossa raíz a nossa matriz cultural é o que nos possibilitou essa
reflexão e é essa reconexão que é a nossa resistência eles combinaram de nos matar mas nós combinamos de não morrer essa frase da grandiosa escritora preta Conceição Evaristo vai no centro da nossa posição ética política e espiritual sem procurar pela nossa história se encontra lá com as nossas próprias palavras e nunca saberemos quem de fato fomos e somos trazemos wibi wibi para as filosofias da antiguidade africana é um coração nesse aspecto espiritual a morada do nosso pensamento o centro das nossas reflexões é descolonizar o pensamento experimentar Outro ponto de vista mais próximo das nossas origens
enquanto povo Preto aqui no Brasil são frutos dos nossos ancestrais a capoeira os quilombos a música A filosofia os terreiros as histórias contadas de geração em geração e tantos outros saberes que permitiram chegar até aqui e nos mantêm firmes nessa travessia de sobrevivência mas o que essa reconexão com a nossa a qualidade pode significar para o futuro de pessoas pretas como compreender quem somos se não nos perguntarmos quem éramos o melhor de onde somos ancestralidade não pode ser definido apenas como uma árvore genealógica está muito além disso ela se firma na coexistência e se torna
uma forma respeitosa de um raro relembrar e saudar os nossos antepassados acredito que precisamos pensar e repensar os modelos e filosofia de vida e nos incluam nós povo preto como seres históricos carregados de cultura e tradição só sim percorreremos os caminhos que nos permitirão modificar a nossa relação com o mundo nós descendemos de um e o que é anterior ao processo Colonial eu sou porque nós somos eu sou porque os meus ancestrais são cultuar ancestralidade é reivindicar o caminho entender que o mundo que pisamos a língua que falamos o modo como comemos a roupa que
vestimos não foram feitas por nós a nossa vida só é possível pelo trabalho de uma comunidade que nos antecede esse entendimento forja em nós uma ética da coletividade tínhamos uma relação mais equilibrada com a natureza como nos alimentávamos sabíamos como usar um chá Como plantar tinhamos os pés no chão tudo isso é sobre ancestralidade encerro esse programa deixando uma reflexão e onde vive a sua ancestralidade achei nós axé para nós saudação e até breve e E aí [Música]