[Música] Como que o Brasil se forma de onde vem os povos que estão por aqui nós já falamos sobre de onde vem os indígenas que estavam aqui no Brasil e como que começa a colonização portuguesa Mas se a gente olhar hoje pros brasileiros de onde a gente vem por que que tem grupos aqui no Brasil que conseguem falar de ancestralidade dando nome dos antepassados de onde vieram com documentos e uma série de coisas e tem grupos aqui no Brasil que não fazem ideia de de onde vieram e não tem registro histórico para isso olhando para
um outro tipo de registro o que que a genética dos brasileiros fala sobre nós o que que ela conta sobre o nosso passado e que tipo de formação do país violenta e não violenta que essa genética mostra a gente tem um passado brutal para mostrar por aqui com a genética humana que envolve questões super complexas de ancestralidade reconstrução de dados e fontes de informação super diferentes o que não não ficção onde a gente discute ciência do dia a dia com especialistas precisamos aqui de alguém muito qualificado para fazer isso a nossa convidada é a TTA
hun meer que é professora do departamento de genética e biologia evolutiva da USP é geneticista de populações e lidera dois grandes projetos de diversidade genética brasileira Então vai falar com muita propriedade do que a gente tem aqui bora para esse papo Ah e antes de partir para essa conversa vou lembrar você que esse episódio do não ficção também tem o apoio da insider que é a marca de roupas funcionais feitas com tecnologia para serem a roupa de todo dia e durarem muito tempo na sua rotina como tem durado na minha eu continuo fazendo os testes
da Tech t-shirt que eu tô usando aqui em casa e ainda não posso falar muito sobre a performance dela numa maratona num evento esportivo mas posso comprovar que o tencel da insider é uma fibra tão macia e confortável que se a sua criança tiver no seu colo resfriada ela vai adorar limpar o nariz no seu ombro mas como a fibra segura muito bem O pigmento ela não desbota mesmo depois de lavar bastante como é o caso das minhas camisetas além de ainda desamassar no corpo e depois dispensar passar depois de lavada e deixar evaporar rapidinho
o suor porque elas TM um tecido antiodor Aproveita que a gente tem 12% de desconto com o nosso cupom Atila 12 link não saiba mais t t Anes de tudo obrigado pela participação aqui faz meses muitos meses que eu queria conversar contigo fico muito feliz com você poder est aqui obrigado pelo seu tempo pela sua atenção por tudo aqui desde quando esse podcast começou uma das pessoas que tava ali elencada no no fundamental pra gente discutir aqui era o teu nome assim pela tua franqueza pela tua clareza e pela importância da sua área de estudo
e eu quero muito nessa conversa aqui hoje trazer pras pessoas a por que que eu acho essa área de estudo tão importante eu quero muito colocá-las no mesmo passo que eu tô pra gente entender como que ciência pode fazer parte da história do Brasil revelar coisas sobre o país sobre a população brasileira que tipo de importância que isso pode ter e como isso pode ser bem ou mal feito no sentido de né de onde vem o material genético como a gente lida com isso e por aí vai então para entrar nessa Ceara toda eu queria
dar o basicão pras pessoas entenderem um pouco o que que é genética de populações humana então o o que que o DNA de uma população pode falar sobre ela qual quão sólido podem ser os resultados que a gente tira disso desde a coisa mais muitas aspas aqui por favor me corrija Recreativa de falar ah meus ancestrais vieram dessa porção da Europa por causa do meu teste genético até falar olha Eh esse povo tá aqui não era daqui veio de lá o que eles dizem sobre a propriedade deles aqui ou Há quantos anos eles vivem nessa
região H quantas gerações eles estão aqui é embasado ou não pela genética Tá bom obrigada pelo convite é um prazer eh tá aqui e eu acho que a gente tem que começar pelo começo e quando eu falo começo é começo 300.000 anos Começando na na no surgimento do Sapiens na África né o surgimento do Sapiens na África acontece há mais ou menos 300.000 anos nossa espci nossa espécie eh e ele tem uma uma história eh muito marcada pela biogeografia da diversificação deessa espéci seja de como eles habitaram diferentes continentes ao longo do tempo a gente
consegue ocupar uma variedade absurda de ambientes todos é a única espécie né de vertebrados que que que habita todos os continentes eh sem grandes Eh claro com problemas ao longo do tempo mas problemas pros outros pros outros é não tanto para eles bom a gente tem então esse surgimento na África mais ou menos 300.000 anos eh esse número varia 200 300.000 300.000 é uma abordagem mais nova mais é focado nos esqueletos encontrados recentemente no norte da África mas o que que a gente tem a gente tem o surgimento da espécie na África eh essa espécie
ela fica pelo menos 200.000 anos dentro da África diversificando ela habita todo continente Africano ela fica muito tempo dentro da África ela ganha diversidade genética como ela disse porque a diversidade Ela depende do tamanho da população população vai crescendo vai enfrentando diferentes desafios né ecológicos e vai então Eh essa diversidade vai sendo perfilada digamos mais ou menos 100000 anos ela começam as expansões para fora do continente eh africano né então com vista vendo assim né provavelmente Eles tentaram muitas vezes sair por algum motivo não conseguiram ou se saíram foram grupos comão pequenos que não que
não importa ou seja saí tu precisa ter um número para que essa população deixe descendentes então o que que a gente vê a gente vê essa saída e 100000 anos também base em arqueologia recente né A data mais comum usada era 60 70.000 anos é que toda vez isso nunca fica mais novo né você sempre descobre alguma coisa que pode ser mais antiga e então tem essas essas saídas né que a gente chama de Out of Africa ou seja população a espécie sur de lá e se diversifica se diversifica e habita outros continentes como Europa
Ásia é Oceania e América em tempos distintos né um um uma parte aqui um parênteses para te facilitar um pouco para facilitar para quem tiver vendo a gente tem um episódio com Bernardo Steves falando das evidências que a gente tem e as datas e as épocas de ocupação das américas vias de entrada de onde vem os povos que estão aqui no Brasil hoje em dia discutindo Du TR horas 2 horas o essa essa essa se você quiser ver também para entender esse salto eh Então essa saída da África eh nesse sentido do ponto de vista
genético O que que a gente vê a gente vê eh todas as populações fora da África como Ramos da população africana Ramos mais recentes porque elas são populações que divergiram da população Africanas a gente tem uma diminuição da diversidade conforme a gente vai se afastando da África por razões óbvias né não saiu toda a população africana saiu uma proporção da variabilidade eh ao aumentou de número criou uma certa variabilidade nova mas pequena e assim como foram eh sucessivos efeitos fundadores que a gente chama ou seja Pequenos Grupos foram povoando diferentes regiões né E se estabelecendo
ali com sucesso ou não porque provavelmente houveram muitas tentativas eh frustradas de de de tanto de pra Europa quanto pra Ásia quanto pra América quanto para cí eh Nesse contexto Então a gente tem aí uma outra camada que recente que se que se coloca né Eh na na história da espécie humana que é a introgressão ou o cruzamento com os Ender Tais e com espécies neandertais que aí incluo denisova que é o indivíduo da da da Ásia que gera uma diversidade diferente também pros indivíduos que saíram da África todas todas as populações fora da África
tem alguma porcentagem de DNA neandertal eh isso provavelmente levou tanto a uma seleção natural positiva quanto negativa né regiões que não não eram eh úteis ou que simplesmente não eram compatíveis e hoje são como vazios genômicos né acho que tu não tem dar um exemplo pontual posso estar bem errado mas até onde eu lembro entre povos tibetanos por exemplo você tem um pedaço de DNA ali que não é do homo sapiens é dos denisovanos e que adapta eles à altitude que adapta eles à altitude quer dizer perderam uma série de DNA dessa mistura mas o
que ficou ali teve essa utilidade a seleção positiva que você fala né Ilhas esses vazios genômicos normalmente estão relacionados com eh desenvolvimento cerebral ou Critical ou com coisas relacionadas à características sexuais Então faz sentido né que se perca porque o sapis era dominante era maiores nert eram grupos pequenos e ali teve um eh o os tibetanos é um exemplo e é muito interessante porque a gente acha esse exemplo aí 2012 2014 a gente acha esse sinal de seleção a se 6000 anos mais ou menos no tiv só que sem nenhuma evidência que o denisov tinha
vivido nessas altitudes não tinha me ligado disso é em 2019 sai um artigo mostrando que há 160.000 anos tinham um um denisovano vivendo a ess a 3 1000 m e é uma história fantástica porque na verdade é um templo budista que o que que eles fazem eles usam muito ossos como rituais né então eles tanto nos rituais como a parte do crânio essa parte da calvária como é bandeja coisa assim mas uma coisa que eles fazem é macerar os ossos é queimar cremar mesmo e e macerar para fazer um um macera alguma coisa ritual Então
os ossos principalmente dos monges eles são queimados e são e usados para isso há 30 anos atrás um monge Olhou as ossadas que estavam ali expostas dentro do templo e se deu conta que tinha uma mandíbula muito diferente E ele disse foi uma sorte ele a o acaso favorece a mente preparada né Ele olhou e disse não isso aqui não parece ser um monge parece ser uma coisa diferente ele doou esse espécime pr pra universidade em 2019 eles publicam como sendo um denisovano que viveu lá 160.000 anos legal e assim 160.000 anos a a o
o Sapiens mais antigo que chega em altitude chega nos Andes há 12.000 anos Então se isso é mais de 150.000 anos de diferença e aí começa a ter um aporte de que realmente os caras estavam lá se adaptaram conseguir viver porque se tu acha um é provável que tinha muitos né Não nunca assim Claro ele pode ter ido lá e morrido sozinho mas é pouco provável que tenha se mantido Então isso é muito interessante né é um exemplo Claro de uma adaptação que vem de outra espécie não Da Nossa então a gente começa a se
dar conta que naquele momento que o Sapiens sai da África tinha pelo menos quatro espécies ou assim erectos e os os os outros né os os denisovanos os neandertais que viviam nesse momento e provavelmente todos eles se cruzaram entre si né e o Sapiens sai dentro desse dessa linha do tempo que você fala mas isso não quer dizer que outros grupos de humanos ou grupos próximos não tenham saído também e ocupado outros espaços que é o que a gente vai descobrindo agora aos poucos né É é na verdade o que os claro eu tô falando
da expansão do Sapiens mas antes da expansão do Sapiens tem uma outra expansão humana que é a do erectus o erecto sai antes da da África e ele então da origem neandertal na na Europa ao homem de flores lá nas ilhas né do pacífico ao ã denisova na Ásia e provavelmente um monte de outra espécie que a gente não encontrou ainda e a o Sapiens na África então Os descendentes desta migração de erecto se encontram depois quando o Sapiens sai e o Sapiens prevalece por en motivos é uma espécie mais violenta uma espécie os enander
era um grupo pequeno exes tinham armas distintas então tem tem várias coisas aí eh diferentes então quando a gente fala tudo isso né obviamente a gente tinha tem evidências arqueológicas né que são sempre o primeiro passo ou são o primeiro passo em geral mas dentro desse contexto de genômica que começa H 20 anos que é muito recente e principalmente nos últimos 10 anos que a gente tem essa genômica arcaica que a gente consegue vem indivíduos antigos a gente consegue consegue ter mais detalhes dessa complexidade né também a gente identifica com o DNA populações Fantasmas teriam
contribuído pro saper seriam contribuído pro netral pro denisova Então a gente tem um nível de precisão mais alto por quê Porque o DNA ele é eh geográfico específico tempo específico as mutações acontecem em algum lugar tanto que a gente tem características que você consegue associar olho puxado na Ásia pele mais clara no norte da Europa cabelo ruivo nessa região é sempre complicado a gente atribuir características a certos povos mas tem tem tem aspectos bem únicos regionais né claro e Mas sempre pensando num contexto não tipológico né a variação humana ela é um Gradiente desde a
África até a América tá ela tem esse se tu olhar um um um plotter de de de genômica de de populações humanas tu vai ver que tu vai ter grupos que não são coesos eles têm uma dentro do um espaço eles se diferenciam e muitas vezes é difícil tu saber a diferença entre um nativo-americano e um asiático dependendo do que que tu usa né e e muito claro né quando eu falo dessa variação que se que se que acontece na saída da África e que que se distribui ao longo dos continentes eu tô falando é
de uma parte muito pequena do Genoma tô falando de 001 Por que é o que tá diferenciando os indivíduos né só que claro nesse 001 tem muito muita coisa e muita coisa relacionada à adaptação ao ambiente como as que tu citou cor de pele cor claro olho e cabelo como algo que vai de carona né e outras caracter adaptação à dieta Leite construção de nicho então assim Tod toda esses desafios ambientais eles acabam eh muitas vezes pro indivíduo sobreviver né dentro de uma certa variabilidade os mais hábitos daquele ambiente vão sobreviver E se eles tiverem
uma característica destas que seja visível ela acaba aumentando em proporção né Se puder fazer uma analogia porca é como se a gente tivesse eh sotaques locais do nosso Genoma mas que por estarem sob pressão do ambiente da dieta de onde a gente vive você ainda consegue encontrar sotaques genéticos aí com valores para aquele ambiente para aquela situação que ajudaram aqueles humanos ali a se adaptarem naquele lugar adaptarem melhor falando em sotaque tem as línguas também né que são um outro prox de variabilidade né é quando as línguas começam a se diferenciar E aí a gente
tá falando de um tempo bastante recente tá falando de 6.000 anos em média né Eh tu começa a formar clusters linguístico específicos com obviamente quem fala a mesma língua tende a casar com quem fala com a mesma língua então tende a ter uma homogeneidade naqueles grupos então muitas vezes a língua é usada como um prox para eh olhar uma população os indivíduos né populações aqui duas tem uma língua mais próxima uma tem uma língua muito diferente das duas provavelmente se eu for olhar pra genética vai refletir também vai refletir né e dentro da América isso
é um uma coisa bastante paradoxal né porque a gente tem maior diversidade Gené desculpa maior diversidade linguística né na Amazônia principalmente do mundo hoje e a menor diversidade genética claro que a gente tem todos os os efeitos fundadores todos os problemas e tem o genocídio né com a com a colonização que matou 98% talvez tenha se perdido alguma coisa aí no caminho que é algo que a gente tenta entender mas então o panorama geral é esse é usar esse 0.1% da diversidade olhar para ele é como se botasse uma lupa nele e dizer eu quero
olhar aqui eu sei que a maioria é igual os humanos são humanos eles vêm do mesmo lugar e é muito recente pensar se é 70.000 anos é muito recente de diferenciação então a gente desculpa para dar uma uma comparação a gente tem menos variabilidade entre humanos do que entre dois três chimps é de mesmo bando vezes né É então é como se a gente pegasse essa esse zer um botasse uma lupa nele e e dissesse vamos olhar aqui que é o que a gente vê diferenciação mesmo nesse 01 a gente vê esse Gradiente então a
gente sabe que não são grupos eh não são cluster específicos não são assim essa população essa população são completamente isoladas Não né são humanos e os humanos se os humanos interagem então tem dois fatores fundamentais eu acho que tem que ficar muito claros quando a gente tá falando de ancestralidade principalmente ou de tentar entender o que é uma população eh e como ela eh se dispersou e como ela se estabeleceu como população A primeira é a escolha dos marcadores né a gente sabe que eles têm que estar nesse 01 que eles têm que tá nessa
parte variável mas a a gente tem muita coisa tem 3 milhões 4 milhões é focar na diferença né focar na diferença então a gente já foca na diferença Então já tem um viés porque a gente tá focando na diferença porque se focar no resto não acontece nada eh então escolher os marcadores né Hoje tá um pouco melhor mas obviamente todos os sets eh comerciais para estudo de ancestralidade eles são desenvolvidos com população pra e com população europeia ou asiática que são os dois grupos que tem mais estudo genéticos né Tu consegue Hoje os estudos com
europeu tu diferencia duas pessoas em duas regiões eh da Alemanha por exemplo E aí não é porque tem uma Fartura maior de marcadores Mas é porque eles são mais estudados e conhecidos é por é é é porque tem eles foram escolhidos para serem mais descritivos naquela população certo né Acho que esse é o ponto e também porque tem mais grupo de referência que é o segundo ponto tu precisa ter um grupo de referência né E tu precisa ter as referência se tu nunca colocar um Tupi nunca tu vai ter um um um um match ou
uma ligação com o Tupi na tua amostra então se você teria e você ter que colocar muitos Tupis para poder começar a diferenciar entre eles Claro eles tem uma variabilidade mais baixo também é seria mais complicado do que obviamente uma população europeia né mas esses dois pontos assim escolha porque Claro os testes genéticos eles eles mudam de um pro outro seja os comerciais assim O resultado vai mudar e mesmo algumas plataformas eh atualizam de tempos em tempos né então muda por exemplo eu quando fiz o meu que eu sou a pessoa menos interessante do ponto
de vista genético da humanidade eu o primeiro teste deu 89% alemão aí deu uns 11 ou 12 inglês e o resto finlandês tá fazia sentido porque inglês tu pensa no no norte da da Alemanha aqui o plat que é um meio que o inglês e um alemão misturado a Inglaterra recente né literalmente atualizaram atualizaram virou 99.9 alemão 0.1 finlandês finlandês eu ainda não consegui localizar De onde saiu at alguém perdido mas é é é é muito sem graça é muito pouco variável mas interessante quando olha no mapa é da alemanha tem dois pontos de probabilidade
um é de onde veio a família da minha mãe do outro onde veio a família do meu pai então eles conseguem ter esse tipo porque com mais dados mais ricos agora qual coisa mais PR clar tem mais porque eles vão usando claro tem S sei lá esse banco deve ter 7 milhões de pessoas usando eles vão colocando todo mundo que que assina o termo lá dizendo pode usar o meu para comparação Então vai perfilando né Eh então é é isso vai mudando Então não é eh uma coisa dogmática em que tu tem um resultado de
ancestralidade esse resultado ele vai ficar ali para sempre Parado né mas não é que a sua ancestralidade mudou é capcidade de interpretar el a capacidade de interpretar mudou isso e claro isso vai mudar porque a gente vai crescendo do ponto de vista científico e isso vai sendo colocado nessas análises né então ela não é uma coisa ela é dinâmica desse ponto de vista e aí eu acho que é um ponto que é eh que que talvez seja mais complicado pra população entender porque aí tem tem muitos conceitos importantes eh que são perdidos ou no s
explicados pra maioria das pessoas porque no ensino médio hoje eh a gente segue com com um uma estrutura da disciplina de genética bastante conservadora né de 1940 no máximo Mendel basicamente é todo respeito ao Mendel né Eh ele conseguiu fazer uma coisa incrível desvendou os mecanismos de deidade antes do DNA mas a gente tem aí um caminho pela frente depois importante eh o problema do Mendel é que a gente acabou um pouco Prisioneiro dele do ponto de vista eh de divulgação porque ele dá uma ideia né esses 5% do Genoma que são mendelianos Ou seja
que são traços explicados por uma mutação num gene ele dá uma impressão muito determinista né de que se tiver mutação a er vilha vai ser rugosa ou Lisa amarela ou verde e que ela é binária e que ela é binária e e assim é o que Eu normalmente falo para meus estudantes olha para fora porque na osp é fácil olhar para fora que é só mato olha para fora nada é binário tu tem 100 árvores aí dificilmente elas vão ter o mesmo tamanho e olha que muitas talvez sejam Clones umas das outras elas não temm
o mesmo tamanho elas não temm a mesmo cor de folha nada quase é binário tem esse 5% características que sim e são extremamente importantes pra genética médica e eu entendo essa ideia desses status que a genética tem e que um pouco se conecta com a a essa ideia determinista por dois motivos primeiro porque quem tem uma doença genética hereditária destas ela quer saber o que que é né anemia F fore por exemplo anemia F tu quer saber o que que é tu quer saber a origem doença genética não tem cura mas entender faz com que
diminua a ansiedade diminua e melhora a maneira com que tu lid com a doença o segundo ponto é que a maneira que a genética começa a ser apresentada pr pra sociedade de maneira mais Ampla eh lá na década de 90 é com teste de paternidade que é o que é a primeira coisa que sai na mídia e que é um s não não é um sin não da 99.9 sim e não mas é um s tem que ser um sim ou não porque tu não quer meio que saber se o cara é teu pai tu
quer saber se tu teu pai então acho que esses dois pontos né Eh tanto a educação que ainda tá numa fase eh que deveria ser talvez ã atualizada e essa questão de como a mídia apresenta E aí são outros posso dar outros exemplos como quantas vezes tu assiste na TV Gene da diabetes encontrado em europeus Gene do não seiem quem encontrados em africanos Gênio do Câncer de estômago em populações asiáticas ou japonesa Então mas um gene não é de uhum né um gene para algum traço morfológico fisiológicos com alguma corrupção nele ele pode gerar uma
doença mas a ideia a ideia é passada de maneira muito equivocada isso atrapalha Quando tu tenta transferir isso paraa evolução humana ou isso pra ancestralidade que aí tu tem um problema de entendimento mesmo né que você dificilmente vai achar um gene de alemão né Já tentaram né Ach Dev ser uma guerra por [Risadas] isso mas porque essa era a ideia a ideia era tipológica de Tut teu e não era qualquer alemão era o alemão loiro de olho claro alto era esse que sobrevivia porque o os o o nazismo matou centenas de milhares de alemães matou
todos com deficiência uma geração que praticamente não foi morta a geração deficiente matou homossexuais matou ou seja matou um monte de eles queram um tipo né então é eh esse determinismo Claro e toda Eugenia vem disso né dessa ideia muito determinista acho que a gente tem que fazer esse esse essa transição né desses conceitos porque os outros conceitos e que chegam de genética na sociedade e todo dia a gente é bombardeado por isso transgênico vacina terapia gênica terapia celular tá em tudo dificilmente tu consegue um super sem passar por DNA ou genética bom por DNA
tu passa por tudo mas sim sem ter esses conceitos o tempo todo né sem ter um entendimento de como aquilo funciona ah tô fazendo aquela paradinha rápida para lembrar você de assinar o nosso canal assim você recebe os próximos episódios do não ficção e os vídeos do canal em geral e para quem já se inscreveu gosta do que viv pensa em mandar um apoio mandar um Valeu demais um pix em contato @a lamarino pcom.br isso faz toda a diferença pra gente mas para trazer pra genética de de populações para ancestralidade tem uma outra coisa que
que eu acho que não é tão discutida e que vale a gente passar aqui que é a noção de que com o DNA e com a caracterização do DNA de bastante gente viva e e morta já você também consegue não só agrupar essas pessoas e falar olha isso tá aqui isso tá aqui provavelmente Veio desse grupo tem uma mistura desse com esse mas também reconstruir eventos do passado reconstruir eventos do passado eh é o principal da genética de populações quando você fala por exemplo que neandertais eram populações pequenas É porque tem pouco esqueleto Ou tem
outras coisas que te dizem falar isso te deixam falar isso tem pouco esqueleto Mas sempre tem pouco esqueleto isso não é uma novidade né porque isso depende de uma série de de fatores para manter aqueles esqueletos né ao longo do tempo mas o Genoma deles aponta para um um um um nível eh de mutação e de tamanhos de fragmentos que mostra que eles eram uma população menor do que a do Sapiens na mesma época porque São muito parecidos mais parecidos do que sa vocêes tê menos diversidade do que esperado é porque Claro o DNA é
de uma maneira muito geral eh quanto maior a população mais a chance de ter uma mutação porque todo mundo nasce com uma série de mutações novas a cada geração né então quanto mais gente nascendo mais a possibilidade de mutações embora o DNA seja muito bem eh estruturado digamos ou ou adaptado para ser conservado a mutação ela é essencial para ter as injeções de diversidade né Eh então ao contrário do resto ele o DNA nunca vai ser um sistema entrópico ele vai ser um sistema que tenta manter com que ele seja eh repetido ou seja dividido
de maneira eh muito precisa mas essas mutações elas são essenciais né a gente se nós estamos aqui é porque nós somos umas um conjunto de mutações bem sucedida ao longo da história é o que gera variedade na natureza são as mutações as mutações né E então então com a genética de populações basicamente O que que a gente tá falando a gente tá falando que a gente quer entender uma história evolutiva de um grupo de pessoas que tem uma origem comum e como esses grupos que são muitos se diferenciaram ao longo do tempo e do espaço
eh entender a história evolutiva resgata obviamente eh eventos históricos porque a gente tem que pensar que essas populações Em algum momento se separaram e foram viver em continentes diferentes e elas ficam quase isoladas por milhares de anos no caso da América 15.000 anos de isolamento das outras populações mas se você não soubesse nada sobre a história das Américas olhando pro DNA dos brasileiros seria possível reconstruir muito disso né Ah eu tenho o DNA de um grupo que tava aqui a mais tempo tem outra entrada Depois tem outros povos trazidos também dá para não o o
Brasil né tem que pensar o seguinte América a gente tem to essa diferenciação e quando chega na América passa um período na índia ficar lá 10.000 anos que é uma ponte de terra que havia entre a Ásia e a América o que o que faz com que esses indivíduos se tornem nativos americanos ou primeiro americanos porque se eles tivessem simplesmente entrado na América eles provavelmente seriam asiáticos na berinja eles entram asiáticos e saem 10.000 anos depois de uma maneira muito simples eh como como primeiros americanos ou nativos americanos ou beringe anos e eles habitam ou
seja eles conseguem ocupar todo o continente em 2000 anos né né E essa ponte de terra se desfaz porque acaba a glaciação e o nível do mar aumenta Então volta a ter um isolamento eles já estavam lá parcialmente isolados volta ter um isolamento um povoamento muito rápido 2000 anos né então tu garante que temha gente e a Europa a América é um continente absurdo em termos de tamanho ecossistemas você tem que juntar praticamente todos os outros ecossistemas do mundo para ter para ter América né então tu tens Eh esses indivíduos aí vivendo aí virtualmente isolados
por 15.000 anos até que chegam os colonizadores europeus os os primeiros conquistadores né e o descendo da América então ele coincide com o maior movimento expansionista da história da humanidade que é a época das navegações nunca se moveu tanta gente de um continente para outro entre os continentes tão rápido em tão pouco tempo tanta gente né tão ráp é então tu tem essa essa essa essa essa chegada massiva de europeus trazendo africanos né não de maneira voluntária escravos escravizados africanos e isso é é forma a população americana em geral a população americana nova né que
é que é após de 1500 e Eles encontram uma vasta eh quantidade aqui de de indivíduos a gente estima hoje em torno de 5 a 10 milhões né só na Amazônia então é é Gente o que antes por exemplo com dados genéticos nunca se chegava a esse número porque não se tinha dados genéticos tão precisos hoje a gente chega a 5 10 milhões e a gente então tem começa com esse Mosaico da população brasileira que se diferencia da população latino-americana de maneira bastante marcante porque as populações eh latino-americanas né hispano hablantes principalmente elas TM um
componente muito forte indígena e um componente muito forte ibérico alguns pontos muito isolados como a costa lá de de de do do México e a costa da da Colômbia vão ter um percentual africano também mas o Brasil recebeu metade né dos indivíduos escravizados são foram seis quase 6 milhões Estados Unidos Por exemplo recebeu 400.000 que é é uma diferença brutal brutal então isso forma essa população né Só que essa população Ela é formada em momentos eh eh diferentes ela é muito dinâmica e ela o Brasil também vai expandindo essas fronteiras ao longo do tempo né
o Brasil era era uma porção muito menor e com essas expansões vai mudando cada expansão dessas para outros territórios vai mudando um pouco a cara do que é a população brasileira Porque no momento inicial a gente tem essa essa chegada eh de poucos portugueses né nos primeiros anos são muito poucos até o até o século XVI são poucos de fato e esse de indígena né majoritariamente Tupis na costa era 1 terç da população da na costa eh que formam também várias alianças com diferentes pessoas existe ali uma tensão né como acontece em todo mundo eh
mas junto Claro com essa com essa chegada vem doenças Então vem uma desestabilização social né então sim eles morreram 98% foi foi dizimado é o maior genocídio da história da humanidade porque é muita gente a gente se pensar só em 10 milhões do Brasil já é muita gente se pensar na América toda se torna absurdo eh se fala muito em em guerras de conquista e nas doenças que são dois fatores importantes no entanto existem outras outras coisas como uma desestabilização do ecossistema né os portugueses começa a construir coisas desestabiliza o ecossistema desestabilizam as estruturas das
sociedades indígenas o que já fragiliza eles tu tem muitos indígenas saindo da Costa e entrando no continente tem um processo de interiorização então uma mudança né grande tudo isso é somado né e tudo isso vai mudando também conforme a gente vai vivendo a história do país posso fazer um parêntese Aí queria dar pras pessoas uma noção da escala do que é 98% do que acontecer isso quando a gente tem aquela por favor interrompe quanto você quiser eu tô só quando a gente tem aquela reconstrução de que indígenas eram grupos isolados que viviam em comunidades pequenas
com esse Ou aquele grupo meio precário pouca cultura não sei o quê na verdade o que a gente tá vendo é o registro do Sobreviventes Sobreviventes exato de um massacre de mais de 95 98% da população e para dar um exemplo me limitando ao que eu conheço a gente vem para cá com doenças que são na nativas são originárias da Ásia da Europa e da África eram três continentes Unidos que trocaram muita gente muitos animais e muitas doenças e várias dessas doenças vem dos animais que a gente cria então gripe Sarampo varía tudo isso passa
por esses animais intermediários então quando os portugueses vê eles estão vindo com um rol de doenças de três continentes e de milhões de anos de convivência que não tinha aqui nas Américas quem vivia aqui vivia muito mais isolado E aí mesmo que os portugueses não entrassem em contato com essas populações só chegaram elas se conversavam entre elas e aí você semeia Sarampo na Costa do Brasil e esse Sarampo vai matar a gente no interior do Amazonas né E aí quando os portugueses chegam no interior do Amazonas e falam Olha não tem ninguém lá é tudo
vazio é tudo novo é terra virgem tem só um grupo isolado aqui com 100 pessoas vivendo juntas são 100 de 1 Milhão que viviam ali naquela região e que há 100 anos atrás foram destruídas e perdidas né Então essa noção que a gente tem de o interior do Brasil é vazio é é terra virgem tem que ser ocupada e não sei o qu a gente tá reconstruindo e descobrindo ainda vão ser vários episódios aqui para falar disso que o que encontraram tava assim mas o a origem não é essa né É e tem um fator
eh também que talvez seja anterior a isso é que a gente tem as sociedades elas duram certo tempo as civilizações os maisas quando os n chegavam chegaram os Maas já não eram os Maas os Maas eram ruínas enfim na Amazônia parece ser a mesma coisa agora é muito Óbvio com esse lidar né com lier que tu vê que tinham estruturas grandes a terra preta é uma é um indício de que a população era grande ali mais sobre isso numa conversa futura aqui é e é algo que eh sempre foi dito né o Eduardo Neves sempre
bateu nessa tecla de As populações não eram não eram pequenas As populações eram grandes E aí os geneticistas contrapõem dizend não mas com a evidência que a gente tem a gente não consegue ver a gente não conseguia ver mesmo porque a gente não tinha genua mas a gente não tinha a gente não tinha o total dos marcadores e a gente tava olhando marcadores escolhidos para outras populações quando a gente consegue fazer isso que faz pouco tempo 2021 que a gente consegue publicar o essa ideia de de de uma grande população na Amazônia a gente começa
a ver não realmente e e o nosso trabalho quando sai sai junto com dois um do leider mostrando essas estruturas e o outro de um com com espalho botânica mostrando que a floresta era manejada e deixou de ser a 1000 anos e o Eduardo fala muito da crise dos 1000 anos na Amazônia né que teve um dequino populacional e a gente vê isso geneticamente a gente vê no gráfico como começa uma redução populacional há 1000 anos e claro quando chegam os os os europeus vai para do sobra 2% mas já começa né esse declínio populacional
em algumas eh partes da Amazônia eh mas é intensificada de maneira abrupta depois então a gente tem isso também seja civilizações não duram milênios né impérios não duram mil como el de Páscoa né chega os ingleses chegam numa crise que já tava rolando mas terminam de de de claro né então tem tem esses fatores e isso talvez né E isso eu vejo como uma dificuldade hoje quando se estuda as populações da América eh a questão de entender a América como um cenário complexo desde a beringe a beringe era complexa eram populações estruturadas não eram populações
tão pequenas teve seleção natural quando eu comecei a estudar há 13 anos quando eu comecei a estudar 15 genética seleção natural as pessoas não acreditavam em seleção natural na América e o argumento dos geneticistas eraa é muito pouco tempo 15.000 anos não era pouco tempo era pouco método era pouco dado né e a gente tem que est aberto a isso de que vai mudar conforme a gente vai aumentando o número de dados a gente vai reafirmar muitas coisas mas a gente vai também conseguir coisas novas me fala um pouco sobre o que que é pouco
dado e quão diferente é estudar populações brasileiras em São Paulo Rio de Janeiro e salvador ou no interior do país o que que muda de um lugar para outro para trazer um exemplo concreto assim uma coisa que me marca muito eu recentemente fui levantar ancestralidade de um de um ramo da minha família porque os parentes ali estavam interessados em saber sobre isso eu sabia usar uma ferramenta de ancestralidade na internet não genética documental eh Family search esses outros e falei Ok vou ajudar aqui vamos levantar isso eh eu venho de pais que se conheceram no
interior de São Paulo e vieram viver na cidade então família da minha mãe é uma família que tem sobrenome italiano tô tô dizendo sobrenome aqui quando a gente entra na parte da da história do país eu dou a base genética disso e a família do meu pai sobrenome italiano também então chegada recente no país esses braços italianos da família foi ridiculamente fácil de levantar essa ancestralidade a ponto de achar assim certidão de nascimento de bisavô trisavô dos avós eh assim foi muito fácil foi questão de duas semanas de busca e dava para desenhar a família
inteira ali todos os Ramos todos os Ramos não mas assim em muitos detalhes e se eu quisesse estender pra parte europeia se eu essa curiosidade dava para chegar em quem são os ancestrais Qual parte da Europa chega no século X 16 fácil é tranquilo tranquilo nem todos os povos aqui e eu posso falar isso por uma parte da minha genética inclusive podem fazer isso reconstruir as coisas dessa forma tem gente que pode falar não meu povo vive aqui desde sempre e tem gente que fala meus pais não sabem quem são os pais deles assim né
especialmente eu quero que você mostre um pouquinho do que que é quais são os grupos que passam por essas diferenças aqui no no Brasil é eh São eu acho que tem dois níveis de não conhecimento eu vou começar pelo mais próximo que é este que tu tá falando de ah Imigrante nós somos Imigrantes né recentes né 100 150 anos máximo ãã você tá falando de você é nós é assim são nós somos os imigrantes mais recentes fora doos japoneses italianos e alemães são os que chegaram por úp antes disso mas teve esses quatro séculos de
escravidão que que trouxeram 6 milhões de pessoas de diferentes partes da África né E aí a documentação é para não eu não vou dizer escassa porque ela praticamente não existe o que que existe existe o porto de partida que não quer dizer nada mesmo coisa que tu pegar um avião de Guarulhos e tô assumir que tá de São Paulo quase todo mundo sai do Brasil pro Guarulhos né ou grande parte então não não funciona não é informativo Então esse é um é um é um é um dado ou seja normalmente o que se tem são
esportes de partida Porque isso é uma documentação e ISO que a documentação daqui foi queimada isso que eu ia dizendo a a a a dentação após o final da escravatura o que aconteceu foi a queima dos documentos relacionados aos escravos S Aos aos a escravizados africanos simplesmente para fazer de conta que não existiu e para evitar processo porque eles tinham comprado os fazendeiros tinham comprado os africanos esisar então obviamente eles queriam uma restituição é não é o processo dos donos de escravos recebendo o processo de quem era escravizado são do escravos tentando processar o governo
pela posse que eles perderam posse que eles perderam porque para eles Aquilo é posse tá E aí se começam a fazer manobras e uma delas é essa queimar porque agora aí se Decide Duas coisas no Brasil democracia racial eles decidem que o Brasil é um país que tem uma democracia e eu e por outro lado começa mais ou menos a ser uma política genista né 1889 é quando começa e fica na Constituição na Constituição de 34 ou 36 ainda tem né A questão eugenista lá junto com isso começa os movimentos migratórios recentes que tinham dois
motivos um esses italianos que vem massivamente para São Paulo para substituir né mais de maneira assalariada os os africanos escravizados e assim são milhões né milhão e meio acho no final total e essa leva do Rio Grande do Sul que é um que é diferente no sentido de que são dadas as terras para muitos deles eh com dois objetivos proteger a fronteira porque é um estado difícil né porque tinha todas as as as fragilidades por por est junto eh da Argentina e Uruguai e pela política de branqueamento isso é muito claro eles querem branquear o
Brasil quanto Olha a estimativas lá do Roquete Pinto ele diz que em 2012 não vai ter mais africanos ou negros no Brasil a gente vai chegar nesse ponto é então assim era toda uma ideia de esquecer e é o que acontece depois de quatro séculos de uma escravidão do país que mais teve escravos por mais tempo se passa de uma violência absurda porque a gente tá falando de uma sociedade em que se a pessoa não te servisse o chá direito tu podia bater nela ou matar ela Os relatos do Darwin sobre a escravidão no Brasil
são horríveis né de de caminhar pelas ruas de de Salvador acho e ouvi gritos de de de pessoas sendo sendo espancadas né Ele fala de uma senhora que tinha um parafuso entre os dedos e se a empregada servia mal chá ou fazia alguma coisa ela simplesmente apertava isso contra a palma da mão da empregada ISO eram coisas do dia a dia é uma violência a gente foi como país institucionalizado de maneira violenta porque não é normal uma parte pequena de uma população poder ter como posse outros seres humanos né né e foram quatro séculos e
quando isso acaba não existe reparação para eles Isso inclui apagar essa história e aí é um apagamento e é um é é é direcional e é o governo fazendo isso a gente vai apagar essa história Então quando você tá sequenciando o DNA eu eu ainda vou chegar nas nas consequências genéticas dessa história mas ainda pensando na na a reconstrução dessa ancestralidade do que a gente consegue saber quando você pega esse DNA de dese Ines de europeus principalmente migrantes recentes você tem acesso ao material genético que é muito mais comum muito mais estudado No resto estudar
tem muito mais banco de referência e tem aí o a documentação histórica também para comparar bater e cruzar as coisas quando você vai estudar população africana africana não tem o registro não tem o registro e tem pouco banco de referência assim no 90% dos genomas ou dos dados sequenciados são europeus ou asiáticos então a África tem muito mais dados que a América eu vou chegar nisso depois mas tem poucos dados então a gente consegue identificar por Regi por exemplo a gente consegue identificar por regiões da África isso isso é relativamente fácil mas a gente não
consegue chegar ao ponto que chega na Europa ainda agora tem grandes iniciativas eh africanas que eu acho que vão começar a resolver esse problema Eh que que que a gente vai conseguir usar para entender um pouco a população brasileira também porque esse é um resgate histórico an é uma reparação de alguma maneira uma reparação tu tá dando para aquelas pessoas uma origem uhum uhum É você não tem como uma pessoa que é afrodescendente aqui no Brasil chegar na resolução que você teve de prováveis origens essas duas regiões da Alemanha não e claro e o nível
de misena é outro Ah o Brasil eu sempre digo que o Brasil é um país mestiço ou mes genado mas é um país multiétnico também então enquant a gente tem uma população missada a gente tem também os indígenas que tão na Amazônia e em outras partes do Brasil que são indígenas a gente tem os japoneses que ainda não deu tempo seja são duas Três Gerações el ainda não não fazem parte tanto né de maneira expressiva da população brasileira como mestiços não tem como você ter uma Miss generação de 10 gerações né não é e o
Rio Grande do Sul que é acho que é um parte de Santa Catarina que é uma parte também que os alemães italianos se mantiveram muito isolados por todas as questões políticas relacionadas a esse estado que era um estado muito eh eh limítrofe mesmo no Brasil né Eh então são tem isso tem essa essa dinâmica de ser multicultural e e e mado em relação aos africanos não acontece assim é dificilmente tu acha um indivíduo afrodescendente que seja 100% africano porque eles foram sujeitos a uma história bastante eh dura né de violência e e entre outras coisas
eram vendidos Enfim uma diferença também entre como como se deu a escravização na nos Estados Unidos no Brasil lá eles tinham esse incentivo maior a formação de famílias para terem filhos para terem mais eh pessoas escravizadas enquanto no Brasil isso não era um problema repõe né repõe os não estavam nem aí um país como Portugal que não era um país num reinado na époc perde 20% no transporte e não tá nem aí então acho que estariam preocupados 20% no transporte você quer dizer das pessoas que eram compradas entre sair um barco da África e chegar
no Brasil 20% morri no caminho é assim é uma coisa monstruosa e é algo até do ponto de vista se tu fosse pensar só do ponto de vista capitalista já é um absurdo né mas quando tu é o maior provedor do mundo quando tu simplesmente tem domínio que tu pode entrar e pegar quem tu quiser as pessoas podem morrer de exaustão as pessoas podem trabalhar até morrer porque tu vai repor aquela pessoa né então tem essas diferenças que são são bastante importantes e a mistura que Eu presumo que deixe reflexo que é não não manter
grupos homogêneos né Pega cada um de uma região e espalha esse pessoal e mistura pessoas de regiões diferentes para eles não se falarem entre eles e não poderem escar ex isso é muito Claro agora nesse projeto que a gente tem genômico nos africanos é muito claro tu tem indivíduos que são mosaico de populações de dentro da África Uhum E aí você não vai ter Ah você vem dessas duas regiões da Alemanha você vem dessas tu vem daquil do do outra ponta e da outra ponta né da tua a tua E aí Claro tem que ter
esse cuidado a parte africana do teu Genoma vem dessas dessas partes a parte europeia é outra coisa e entre indígenas pois são os indígenas são um problema eh do ponto de vista metodológico ou de dados maior né porque a gente fala aí desses números 90% dos genomas ou dados de genom tipagens são europeus e tal quando a gente chega indígena a gente chega a um número patético tem 24 genomas indígenas de sul-americanos tu coloca pra América não não chega a 60 70 de alta resolução que tu possa usar E por quê dois deles justamente de
populações brasileiras que são suru e cariana que são dois bancos são os infelizmente os únicos dados que a gente tem disponíveis hoje para estudos eh públicos que estão lá no bão de referência são amostras que não foram legalmente eh exportadas digamos do país e que vem de um caminho muito tortuoso né Eh por quê justamente por toda a história né de de e são populações vulneráveis são populações que sofreram muito com eh o processo de colonização da América mas também eh O que leva leva uma coisa protecionista ao longo prazo que tem sentido mas também
tem que pensar que é o sul Global né México para baixo que é onde a gente estaria nesse momento mais interessado em populações indígenas que são onde elas realmente existem Estados Unidos elas existem existem Mas elas têm já são mais miscigenadas são menos indivíduos e tal então tem dois interesses o se o sul global que são populações pessoas não tem interesse tem esse preconceito do ponto de vista eh histórico talvez na ciência de achar que as populações têm pouca variabilidade e não vale nem a pena estudar o que a gente agora vendo com Genoma não
é né eh e e e a questão do Cuidado Com a vulnerabilidade das populações não é que que é um problema mas é uma solução porque ela acaba com o problema da exploração dessas amostras de maneira irrestrita né então tem esses cuidados que são bastante éticos digamos mas se eu te disser que a para minha resposta para essa pergunta é falta de interesse acadêmico falta de interesse em financiamento ao longo dos anos agora a gente tem um pouco de ressurgimento disso né e mas ao longo do tempo eu acho que foi muito falta de interesse
mesmo porque o que interessa Na verdade o que é feito normalmente é feito por um motivo que embora a gente faz ciência de Base a gente tente fazer essa parte Ira né de de estabelecer Quem são os indivíduos isso tem um interesse farmacêutico sempre por trás né e o investimento é muito maior Ou seja Qual a necessidade de fazer um milhão de genomas da da da Inglaterra uma ilha que é todo mundo igual Daí eles têm que ficar fazendo é um pouco que a gente comentava antes ficar olhando coisas que são tão específicas que que
é mais fácil você pegar três brasileiros aqui você vai ter mais diversidade ent todos diversidade que entre todos é E aí um pouco cuidado com o que o que é brasileiro também né porque pegar todo brasileiro da zona de São Paulo também não vai te adiantar muito eu consigo compor três brasileiros diferentes aqui intencionalmente que vão representar muito mais variedade genética do que porque o Brasil são países né o Brasil São brasis n Então a gente tem cada lugar uma história cada com uma dinâmica muito diferente Ah tô fazendo aquela paradinha rápida para lembrar você
de assinar o nosso canal assim você recebe os próximos episódios do não ficção e os vídeos do canal em geral e para quem já se inscreveu gosta do que viv pensa em mandar um apoio mandar um Valeu de demais um pix em contato @am marino.com.br isso faz toda a diferença pra gente bom então você me deu um contexto né do que a gente tem conhecido do que a gente tem mostrado do quão sólidos são os resultados e o que que a gente pode falar sobre eles agora eu quero dar o próximo passo então aplicando esses
métodos entendendo isso caracterizando o Genoma de vários brasileiros nem de longe o suficiente mas o suficiente né pro que todo mundo gostaria de estudar mas eu acho que tem conclusões muito sólidas que já dá pra gente tirar do Brasil Então dá uma explicação para mim de olhando pro Genoma dos brasileiros hoje O que que a gente reconstrói dessa história e o que que isso mostra sobre como essa história foi porque a gente tá numa vivendo numa época de desinformação propositalmente criada brutal né uma coisa é quando não se Sabia quando a gente não tinha acesso
à informação era fácil você mentir porque as pessoas não sabem elas não TM como confiar e beleza Hoje não para você poder mentir bem você tem que suplantar a verdade com uma pilha tão grande de merda que fica difícil de destrinchar ali dentro de onde aquilo veio Isso inclui a nossa história Isso inclui o nosso passado a gente tem movimentos eh organizados na educação para tirar livros de história para tirar a importância da história no ensino a gente tem movimentos organizados na academia para tirar a autonomia de quem faz pesquisa para tirar a capacidade das
pessoas terem voz e falar a gente tem movimentos organizados na internet em outros lugares de desinformação para florear o passado né para contar versões politicamente incorretas da nossa história que vão ser brutais em no que elas tentam mascarar a gente tem camadas e camadas aí sem contar toda a estrutura racista da sociedade de não deixar nem a gente poder olhar para essas coisas Ou nem ver isso como algo necessário mas eu acho que resultados genéticos eles portam como faca quente na manteiga tem tem coisas muito sólidas que dá para se falar sobre a história do
país por exemplo ã o primeiro acho que o Brasil é um um conglomerado de pequenos países eh em que a história de cada região é diferente em termos de composição de população eh o Brasil é um país eh só se olhar já pro ponto de vista como a gente falava antes das línguas como uma um proxy né paraa genética ou paraa diversidade que iniciou com 1000 línguas nativas que vieram mais centenas de línguas africanas e que hoje fala 46 línguas europeias hoje o Brasil fala 46 línguas europeias então isso já muda já diferencia ele do
resto que é hispânico ou que então é um país muito diverso em todos os níveis né E toda essa diversidade é interessante tanto a indígena que como eu falei talvez a única maneira de resgatar é de maneira mais precisa seja com a população migen porque entre outras coisas já fica bem claro inclusive por evidência genética que ela foi massacrada ela foi massacrada então Eh provavelmente é um reservatório como o Brasil é um reservatório de linhagens africanas né ele provavelmente seja um reservatório de linhagens indígenas que não se encontram mais na população o que a gente
vê por exemplo olhando o mitocondrial eh de grupos indígenas e de de população brasileira a gente tem 60% mais de variabilidade na população brasileira de epog grupos mitocondriais do que na população indígena vamos decompor isso um pouquinho sim pras pessoas entenderem o que que é o DNA mitocondrial o que que ele rastreia e o que que implica ver uma variabilidade maior nele do que no resto do genomo a gente tem três sistemas mais usados para estudar genética e genética humana principalmente né um é o DNA mitocondrial que basicamente é uma molécula que não tá no
núcleo da célula Tá fora que ela passa ao longo das Gerações então o Teu DNA mitocondrial é o DNA passa das mulheres pros filhos mas só as mulheres passam então o Teu DNA mitocondrial é o mesmo da mulher mais antiga da tua linha de antepassados para posicionar as pessoas um pouquinho nisso desculpa entrar na na explicação quando a gente aprende lá na escola tem a célula tem o núcleo tem a mitocôndria a mitocôndria que é aquela estrutura da célula tem um DNA próprio dela e a mitocôndria que eu tenho foi herdada do óvulo da minha
mãe isto e erdou do óvulo da mãe dela e então se eu olhar pro DNA mitocondrial eu tô vendo um DNA isolado que reconstrói a linhagem materna linhagem sent sem com maior T de mutação então ele é mais fácil ele é muito mais geográfico específico né tu tem tu consegue olhando prooral mostrar De que grupo populacional a pessoa vem eh o segundo sistema é o uns os dois outros sistemas são são são nucleares parte do DNA eh do material genético da da do núcleo eh um é os cromossomos autossômicos que recombinam ao longo das Gerações
ou seja se misturam tu erda uma parte do pai uma parte da mãe e tu é uma mistura disso quando a gente fala de DNA humano a gente tá grosseiramente falando disso em maior parte disso disso em maior parte e o cromossomo Y que é um cromossomo exclusivo dos homens que é uma parte do DNA que é exclusiva dos homens que passa do pai pros filhos homens né então e é a mesma lógica do DNA mitocondrial seja teu cromossomo Y eu não tenho o teu cromossomo Y é o mesmo do teu ancestral masculino mais antigo
do meu pai e tem que vir do pai dele do pai do p do ex exato então esses temas e quando tu tá olhando pro cromossomo i e pro D mitocondrial é como seesse uma foto do passado num país como o Brasil o que que isso representa isso representa os primeiros anos do processo de minação da população brasileira aqueles primeiros 200 anos Quem são os pais e quem são as Quem são os pais e as mães do brasileiros ou seja como quando os europeus chegaram aqui aconteceu esse processo de mistura e quem se misturou com
quem E aí você não tá só para ser muito muito claro nisso você não tá falando daquele 0% de diferença entre humanos você tá falando de um resultado genético que é o mais sólido possível no sen que é o genomo inteiro e tipos de genomas diferentes tipos de genomas diferentes apontando pra mesma coisa né não Ah não você não tá pendurando Ah de repente não pode acontecer aí o que aconteceu com você a chance de isso acontecer é muito remota de de repente você rever esses resultados e descobrir que ah o que a gente antes
chamava de DNA inglês agora é alemão é é um nível de de base só é um sistema muito bem estabelecido que vem sendo estudado há 40 anos então é um sistema muito bem estabelecido principalmente dos uniparentais né cromossomo y e DNA m é é tão sólido Quanto pode ser né Quanto pode ser né como tudo eh Então esse é uma fotografia do passado a gente tá olhando lá para trás né e claro que em populações de outros continentes populações específicas a gente tem então aplog grupos que é o que a gente chama né ou linhagens
do Y de de lugares destinos que podem ser diferentes dentro do país norte sul da Itália enfim país Basco e o resto da Espanha eh mas populações isoladas poções tem todo canto né então o que que a gente vê aqui a gente vê e a cidade de linhagens mitocondriais da população brasileira ela neste momento é maior do que da população indígena indígena não mada O que quer dizer o quê primeiro que a população indígena reduziu de tamanho Só que essa redução de tamanho não levou a perda total das linhagens antigas porque algumas se mantiveram na
população brasileira e eu não tô falando de pouco tô falando de muito quando quando a gente olha para esse esse Panorama essa fotografia né do do descobrimento da descobrimento é horrível da da colonização da invasão invasão da colonização eh é muito claro eh porque o que que se encontra hoje na população brasileira em média né claro que como eu falei são diferen de Brasil mas em média 35% de mitocondriais indígenas 35% eh um pouco mais africanos e o resto europeu 1 terço de cada linhagens maternas no Brasil 1/3 indígen 1 terç europeu e 1 terço
africano isso é é tem um pouco de enriquecimento para africano mas em geral 1/3 tá então as mães do Brasil são as mães do Brasil São dos três grupos quando a gente olha para o cromossomo Y é outra história é 75% europeu um pouco mais eh o resto ali entre 1% e 75 24% vai ser africano e um menos de 1% vai ser indígena isso mostra o quê que naquele primeiro momento os homens indígenas foram excluídos desse Pool né dessa dessa dessa primeira tinção eh é difícil imaginar que isso não tenha sido um processo violento
não não não desculpa a gente vamos vamos vamos deixar claro antes da gente entrar n então olhei PR as mães 1/3 1/3 1/33 olhei pros pais 3S qu4 três qu4 europeu e 1/4 africano praticamente um quarto ali africano indígena e quase inexistente e nem 1% indígena direito é seja os homens indígenas foram excluídos dessa formação inicial da população brasileira né difícil pensar que ele foi uma escolha porque não faria sentido se fosse se a gente Esperasse mais ou menos uma coisa homogênea terço um terço um terço né de de de cromossomo Y não é isso
que a gente vê ah eram muito menos homens portugueses do que indígenas e eram muito menos homens portugueses do que africanos também então Foram poucos homens EUR europeus né com muitas mulheres indígenas que é o que a gente vê paraa variabilidade do dos mitocondriais eh indígenas e e africanas né então Eh isso que a gente Ch de cruzamento assimétrico de maneira muito biológica né é sempre complicado falar cruzamento quando a gente tá falando de bos mas não foi um casamento eu não vou usar o termino casamento assimétrico Isso não é um casamento a maneira que
aconteceu de que não entram proporções iguais que tu tem uma simetria o esperado seria bom tem 1/3 1/3 1/3 vai ter 1/3 1 ter ter no Y também e não é isso que a gente vê isso se torna mais eh Evidente quando a gente olha o o o Genoma completo né que aí a gente vê eh uma proporção de analidade Europeia no Brasil em torno de 65% o Brasil é um país com a grande eh analidade europeia comparado com resta América e menos de 10% de ancestralidade indígena né E esse menos de 10% ele meio
que se mantém ao longo dos dos dos Estados a mesma coisa o que muda é mais a Africana e a e a europeia Então aí fica evidente né Eh sumiram as mulheres e a os homens Sumiram no primeiro momento e as mulheres vão sumindo ao longo do tempo porque vai diminuindo né tu continua com 30% de ancestralidade ã indígena mas na população geral tenho menos de 10% de ancestralidade geral indígena claro que aí pode ter algum erro mas vai ser um erro de 1 ou 2% na na eu eu vou ser um pouco mais explícito
do que você tá É sim pode ser quando você fala casamento casamento não cruzamento assimétrico é violência sexual é violência é violência assim não eu não tenho dúvida de que seja violência isso é o é que o Brasil tem uma história violenta a gente sabe quatro séculos de escravidão corroboram a 98% da da populações sendo mortas corrobora outra vez eh sim é violência sexual eu eu Sim provavelmente teve muito muita violência sexual mas tem outras violências todas para Claro para assumir mas é que tu tem que pensar assim alguns argumentos quando a gente coloca isso
né ao público São ai ã mas os indígenas os caciques davam as filhas pros europeus isso é violência Isto é violência não é violência sexual direta tipo os filhos deles talvez não sejam fruto de um estupro ou sim não sei mas é violência a outro tipo de sistema Esse é um argumento fácil outro tipo de sistema era na Alemanha nazista também é outro tipo de sistema não pode ser usado esse argumento né porque ele não não ah mas o homem europeu era mais atraente para quem sabe para uma indígena que nunca tinha visto um homem
europeu eles é porque a atração é cultural muito cultural normalmente tô atraído por alguém que é mais parecido contigo né claro que tem a questão do estrangeiro fo óo distinto mas teria que ser muito né teria que praticamente todas as mulheres indígenas e africanas se jogando em cima dos homens europeus porque tem um detalhe aí a gente tem uma propensão muito grande a se misturar geneticamente e essa mistura deixa muitas evidências né então basta uma pessoa tendo filho com uma pessoa de uma outra etnia para um tempo depois você vê uma mistura que vai percolando
pelo resto da população né eh tanto que a gente tem como você descreveu no começo evidências de DNA neandertal DNA denisovano de denisova DNA de outros grupos que estão extintos e até populações que você diz que são populações fantasmas que a gente tem a evidência genética mas não tem mas não sabe quem são é porque o registro fóssil ele é escasso também ainda não encontramos quem quem quem de onde esse DNA veio então assim aconteceu uma mistura há muito tempo há milhares de anos e ainda se consegue ver ela hoje é muito difícil de você
manter o material genético isolado estancado num lugar A não ser que você tenha um método muito sistemático de fazer isso quando a gente vai fazer um cruzamento de plantas e eu quero ter uma nova variedade de laranja nascer uma laranja diferente eu tenho que queimar as outras todas pra abelha não polinizar uma polinizar outra e contaminar geneticamente a minha laranja aqui né então assim para você ter linhagens genéticas puras tem um trabalho ativo muito forte de você eliminar toda outra variedade genética Claro a gente tá num país onde os europeus chegaram invadiram e eu posso
usar Invasão com essa evidência foão né assim como foi um genocídio E então invadiram e mataram há mais de 500 anos e por mais de 500 anos esses europeus conviveram Com uma população extremamente diversa e enorme de indígenas aqui que deixou aí 1 ter de ancestralidade dos brasileiros correntes Qual o nível de violência que eu tenho que ter por 500 anos sustentada inabalável mantida reforçada para não ver 1% de homens indígenas contribuindo para essa população grande e porque Claro Eh tava sistematizada a escravidão africana né os indígenas foram existe esse esse também essa ingenuidade Talvez
o falo de informação de que não houveram escravos eh pessoas escravizadas de origem indígena realmente nos primeiros momentos não mas existiram outras violências o aldeamento foi uma violência tu pega todo mundo e coloca todos vivendo juntos no mesmo lugar não importa se eles falam 80 línguas distintas eles ficam aldeados Isso é uma forma de violência e os bandeirantes o que os bandeirantes fizeram do ponto de vista de de de de foi uma escravidão direta das populações indígenas cada Bandeirante tinha 3 4000 indígenas como escravos né basicamente homens ou e também mulheres então tem todos esse
tem esses esses essas camadas tem a primeira e daí quando começa o Bandeirante que já é final do séo X começo 17 eh isso se isso aumenta de uma maneira né exponencial e a mesma coisa entre negros fal mesma coisa entre negros são quatro séculos né eu encontro mitocôndrias super diversas de várias origens africanas mas praticamente todas a gente tem praticamente todas as Linares africanas no Brasil maternas maternas mais paternas raríssimo meu trabalho de Mestrado eu fiz era mitocondrial e y de afrodescendentes eh a gente começou com 600 e foi diminuindo por outros problemas mas
eu lembro que eu achei dois cromossomos Y indígena e eu e eu lembro que a minha orientadora na época fez o repetir várias vezes para porque a gente nunca tinha sido encontrado um cromossomo Y indígena numa população afrodescendente e é mais ou menos a mesma coisa de uma população pegasse uma população brasileira eu provavelmente não encontre um eh eu encontre menos como nós somos Y africano né então assim não é o comum né não é o comum comum é o é o europeu e um europeu muito específico n então isso Isso é uma eh é
uma violência em si é um cruzamento que a gente chama de cruzamento simétrico em geral e isso é continuado ao longo do tempo de outra maneira vestido de outra maneira porque a gente tem essa primeira porque é uma coisa que o DNA faz também que que é é uma das Ferramentas úteis é as datações a gente consegue datar as grandes introgressão ou seja os grandes eventos de mistura né e os grandes eventos de mistura eh São ali com CIC começ ciclo do Ouro que é quando começa ou entre Band antes o ciclo do Ouro que
é quando eles começam a entrar na população brasileira mas também em relação a indígenas são os primeiros e os últimos é quando tu tem um grande aporte deade ancestralidade indígena na população brasileira e parece uma peneira que vai matando todos os homens e deixando as mulheres para trás que vão sumir num segundo momento e depois tu começa o a política toda de estado ela ela começa a isolar os indígenas até o ponto de hoje né que que são mais protegidos que tem que ser mas esse isolamento faz com que eles consigam se manter como um
grupo coeso e os africanos a mesma coisa porque com a com a mudança da corte pro Brasil explode né depois a corte 1,5 milhão e me veio só nos nos nos Poucos Anos depois da chegada da família real que é quando o Brasil passa a ser um algo e é quando o português vira uma língua mais falada aqui porque at então não CL porque era o tup geral é era língua oficial tup geral Mas e quando o Brasil passa a ser de fato algo porque antes ele era nada mais do que uma colônia de exploração
e e as pessoas vinham aqui tirar as coisas e levar embora não tinha não tinha um uma um investimento em Estrutura né começa aí e aí coloniza a costa que é onde estão a maioria dos indígenas e aí já diminui mais a população então quando a gente vê por exemplo pessoas que descrevem o racismo estrutural no Brasil e que falam coisas como para brancos poderem trabalhar produzir fazer riqueza negras tê que estar na casa deles servindo trabalhando limpando fazendo então que o Brasil é construido nas costas de mulheres negras indígenas geneticamente não é verdade dá
para falar isso sem sem chance de de erro ali Sem chance de erro e e e tem várias eh sutilezas nisso né que eu acho que são regionais e que as pessoas não se dão conta você agora que tá vendo ouvindo Provavelmente você já ouviu alguma história na família de que ah minha bisavó foi pegando no laço pegando no laço é isso que eu ia falar pega no laço e eles acham que nó violência é é uma coisa vista é tudo muito romantizado com com europeu branco é muito romantizado né e e tois vo foi
esses dias né não é que foi H quatro séculos atrás e foi pegando laç Então essas coisas mas outros tipos de romantização também que eu acho que que que vem dessa dessa dessa ideia de democracia por exemplo claro que em relação às cotas que é uma que é um tópico Claro de não deveria ser controverso mas é eh eu venho de uma região que só tem alemão né obviamente que tem alemão mais pobre e mais rico mas tu não consegue comparar Uma colônia alemã que vem para cá há 150 anos entre 150 e 70 anos
que vem com capital cultural porque as pessoas vêm com uma profissão mesmo que se mantém a língua delas mesmo que se lavador n que trabalha na lavoura ela sem uma profissão essas pessoas eh ganharam terras ganharam passaram pela reforma agrária né passaram é passaram pela reforma agrária eh por motivos completamente errados mas passaram a receber uma bolsa do estado não foram todas foram a lev inicial mas as outras se beneficiam disso é uma vinda feita com dinheiro do Nordeste dinheiro público exato com dinheiro com dinheiro público que é uma coisa que não feita com os
com osos africanos escravizados aí foi uma escolha do governo fazer isso então é muito difícil eh tu pensar num no mesmo colocar essas pessoas no mesmo patamar o cara que tá no nordeste na zona do Sertão que é bisneto de de de um africano escravizado ou de uma pessoa escravizada que não necessariamente era um africano mais com este capital cultural e desculpa uma pessoa que era escravizada e a decisão de se ela tava certa ou errada quando ela tentava fugir era feita na base da cor da pele dela cla feita base Claro como é hoje
pela polícia né não é que seja muito diferente e Mas isso é e é uma maneira de pensar que eu consigo entender a visão do Imigrante do Rio Grande do Sul isolado lá por 200 anos me desculpa até o Getúlio lá amarrar o cavalo no belisco Rio Grand não existia basicamente né Eh entender mas é uma visão de uma falta de um conhecimento e talvez e uma falha na educação de fazer que o Brasil não é aquilo o Brasil é outra coisa e tem uma história diferente tem que ser contada essa história tanto a indígena
quanto a africana quanto a história do país e quando morre o menino negro baleado hoje no DNA dele você já tem evidência desse mesmo tipo de violência ao longo dos séculos exatamente e outra visão que também é essa normalização que existe eh de uma que não é uma escravidão mas é algo que tu Condena as pessoas a se manterem sempre no mesmo estado né Zon de São Paulo todo mundo que mora no edifício que mora é branco todo mundo que trabalha ou é ou é nordestino ou é negro os bares a mesma coisa E aí
eu vou pra segunda parte que eu te falei tem uma primeira parte que é essa fotografia dos primeiros séculos e tem a segunda parte que a gente chama de eu não sei a tradução pro pro português em inglês é a Sorta ative mating que basicamente é como se tá dando nas últimas quatro cinco gerações esses cruzamentos escolha de parceiros como que ela aconte de parceiro é é escolha de como essa escolha de parceiros acontece enfim deve ter um termo mas eu não enfim é escolha porque a gente usa muito Ecologia mas não usa em em
humanos mas agora se usa E aí a situação piora então desculpa para trazer a gente pro você tá já olhou pro passado eu genétic agora você tá falando nas últimas gerações quem teve filhos com quem Fes com quem E aí o panorama passa de essa coisa escancarada de uma presença africana indígena predominante contra na linha maior de materna para uma menor né na no Y para simplesmente tu olhar pro eu tô falando de Genoma tu olhar pro Genoma e ver que pessoas madas casam com pessoas migadas pessoas quanto mais Mig genado mais pessoa tem de
casar entre si qual que os brancos casam com os brancos e os negros casam com negros os pardos casam com pardos e a gente sabe a estratificação da sociedade brasileira do ponto de vista de elites né ou de distribuição financeira Então a gente tem uma manutenção das pessoas Isso quer dizer várias coisas uma delas é que a gente não tá subindo né que esses estudos que mostram que o Brasil levar 11 gerações para subir de uma classe para outra é evidente né Tu tem uma foto lá no passado dizendo que as pessoas eh tinha essa
simetria por violência e agora tu tem uma assimetria porque é quase uma casta social e isso se repete em diferentes estados claro que tu não pode Tu faz uma análise geral pro Brasil mas depois tu faz por estado né e é muito Evidente mas de que outra forma você teria bairros negros e bairros brancos em Salvador por 400 anos Claro mas é a ideia é dessa ideia destrói algumas coisas isso destrói a ideia de democracia racial que já deveria ter caído há muito tempo destrói a ideia de que existe uma fluidez entre os grupos transição
social não existe eh mostra que cotas sim são necessárias porque tu precisa fazer que essas pessoas subam de alguma maneira você tá falando economicamente né economicamente eh não é um problema as pessoas casarem com pessoas mais parecidas com elas Isso é o que acontece se fosse só isso a gente teria populações isoladas o que você tá me dizendo é não só elas casam entre elas Como só quem tem chance de casar com outro grupo são mulheres de um grupo mais que sofre mais violenta que sofre mais violência que são recrutadas por n mecanismos para fazer
parte desses outros grupos quer dizer você não tem transição social e quando tem é alguém de um grupo dominante pegando uma mulher de um grupo que não não continua sendo o mesmo é então assim o Brasil não não Melhorou não melhorou digamos do ponto de vista dos das relações né entre as pessoas o que também seria um milagre de tivesse melhorado porque considerando é o Brasil é muito recente é tudo muito a abolição da escravatura é muito recente são 150 anos são poucas gerações não houve política nenhuma para que essas pessoas fossem incluídas Ah tô
fazendo aquela paradinha rápid dá para lembrar você de assinar o nosso canal assim você recebe os próximos episódios do não ficção e os vídeos do canal em geral e para quem já se inscreveu gosta do que V pensa em mandar um apoio mandar um Valeu demais um pix em contato @am marino.com.br isso faz toda a diferença pra gente deixa entrar nessa política pública só fazer uma observação antes isso você sabe a gente já conversou sobre ancestralidade outras vezes e tal mas eu eu sou um reflexo dessa mistura que você tá descrevendo tranquilamente já fiz o
teste de ancestralidade mais de um teste inclusive de mais de uma empresa e tanto no Brasil quanto fora e já reconstruí que a minha linhagem paterna é sul da Itália Meu DNA em geral tem mistura de Europa com mundo e um tanto de África pouca coisa um tanto de nativos americanos e norte da África ou África Boa pergunta nem sei te dizer faz bastante tempo que eu não vejo isso e minha lingagem materna mitocondrial é indígena ISO assim não é uma coisa que que que aparece tão facilmente pelo meu fenótipo se você for olhar paraa
minha aparência pelo como eu sou julgado na sociedade se né se se se eu vou ser barrado ou não na entrada de alguma coisa se o segurança vai me seguir ou não E por aí vai mas tá aqui é a linhagem materna e eu não sei de onde vem não tem esse registro na família da minha mãe é indígena minha esposa metade japonesa pai dela é japonês a outra metade mistura mas a linhagem materna indígena também de outro canto do Brasil meu filho agora Y europeu mitocôndria indígena repete o mesmo padrão que o meu então
né que é um padrão que foi repetido ao longo dos do tempo né é isso isso e é é o comum dentro da população brasileira e a a falta de registro histórico é ela é ao longo da história ela vai acontecendo no Brasil também de maneira diferente que nos países hispânicos que tinham censos né exes tinham censos de populações então eles chegaram eles organizaram viram quantos indígenas tinham mais ou menos por região então o Brasil nunca fez isso não tem registro chegar de não tem nada os portugueses vieram aqui para explorar é a gente se
chama brasileiro porque é quem vai extrair o p Brasil é não é ninguém veio aqui fazer amigo masé est muito claro então tu não tem esse registro no México por exemplo tu consegue olhar eh a população atual se tem alta porcentagem indígena né em torno de 60% das regiões do México e tu consegue relacionar ela com o censo de 1700 1600 porque são as mesmas populações Ou seja a população que era indígena ela ela impacta né geneticamente a população que tá vivendo naquela região né então isso aqui é inviável e é uma coisa que a
gente tem sofrido bastante para fazer né eu eu trabalho com diversos grupos um deles são os Tupiniquins e do Espírito Santo e eu lembro que foi muito difícil conseguir registro histórico assim a tu que ter que ir para livros específicos para olhar sem porque aquele senso de 500 anos e BG completamente ele dá um parâmetro Mas ele é muito fora do que se espera né da realidade então é difícil estudar essas populações porque não é também tu tem que pensar uma coisa a gente faz a parte genética mas essa parte genética ela não é cega
né ela precisa de alguns parâmetros pr pra gente conseguir entender o problema você tem que balizar tudo né Tem que balizar tudo E outra coisa que que é muito clara também na população brasileira e que eu acho que é um é algo porque aqui a gente tá falando de populações de ancestralidade como se isso fosse algo neutro não é né deixa deixa eu trazer um ponto para esse então que eu acho que amarra tudo Eh esses resultados genéticos eles entram num contexto numa sociedade por exemplo que deve ter muita gente por aí que se que
adoraria se dizer 100% europeia e que não faz ideia da mistura que tem por trás de uma sociedade que você pode ter pessoas com muito mais ancestralidade africana numa situação de Privilégio e julgando e tirando proveito direto ou indireto da condição de vida de populações que tem podem até de pessoas que podem até ter menos ancestralidade africana mas como tem a região da cor de pele com marcadores de pele mais escura vão estar submetidas a isso então você tá jogando CL Claro o a aparência e não necessariamente a sexalidade e e n outras coisas então
a gente tem um contexto que essa genética pode ser usada de maneira distorcida aí para muita coisa ou desfazer muito conceito errado que a gente tem noção de superioridade de raça e uma série de outras coisas eu queria pegar um exemplo daqui do Brasil de uma política pública relacionada à missena e do por que ela deu errado porque como ser humano é diferente disso que você introduziu pra gente que é a questão do do de uma política eugenista no Brasil que é uma coisa que na Biologia eu não vi discutida quando eu fiz graduação que
é um buraco enorme para falar sobre genética de populações genética humana e o papel da ciência na sociedade que acho que a gente tinha que que D uma é detalhar um pouquinho mais mas vamos aproveitar então o teu conhecimento aqui para detalhar isso a gente tem um histórico no Brasil de um governo que virou e falou ok temos essa miseração mas ela vai embora e isso é pintado de maneira bem específica que você vai ter homens brancos tendo filhos com mulheres cada vez mais brancas até sumir com qualquer traço aqui Bras tem um quadro famoso
A Redenção de c né obrigado me me dá esse quando isso quando vem essa política o que que ela fez para tentar chegar nessa solução final de eliminar esse DNA por um uma via mais longa final né e no que que ela resulta hoje eh ela ela acontece ela ganha força junto com a abolição da escravatura né naquela época que tinha uma efervescência desse modelo tipología que a gente fala porque aí tu começa tudo com essa antropologia física a questão da identificação dos crânios da Separação dos indivíduos por morfologia eh por o Darwin falava por
exemplo que todos tinham vindo da África Mas isso é um pouco deixado de lado né el Não não é levado em conta nesse aspecto mas se começa com blumen bar com essa ideia dos crânios de raças crânios você conseguir separar os humanos em grupos dif separ os humanos em grupos diferentes isso é muito forte eh isso vai ganhando uma força eh ao longo dos anos até a guerra até a Segunda Guerra Mundial eh em em em diferentes frentes né em alguns países pode ser uma coisa de europeu querendo justificar o que fez com colonizados africanos
mas um país como nosso que tem essa mistura é uma coisa muito mais de dia a dia de justificar porque tem Branco mandando em negro né justific é de de tirar tinha eh concursos aqui eugenistas no Brasil né que tem propagandas de crianças qual seria o modelo 1930 sim quem é a criança Ariana perfeita né perfeita no Brasil eles não usavam a palavra Ariano Mas eles usavam uma palavra eh muito parecida né então isso conana né é isso constrói eh isso constrói uma ideia de que a gente usou essas pessoas por quatro séculos e agora
elas não queram mais elas na minha tem que sumir com elas né E essa ideia vai até realmente 145 Quando acaba a Segunda Guerra Mundial porque tudo era baseado em crânio nesse momento eles não tinham como aferir isso de maneira genética porque não existia se existia genética lá nova síntese começava a dar os seus primeiros passos não de maneira muito aberta também como maneira eugenista é per em Essência mas os alemães eram era a questão do crânio era era a primeira coisa né n eu lembro documentário que eu que eu assisti uma vez que eles
olhavam para essa pessoa e perguntavam se ela era judia ou não porque o crânio dela era diferente não era tão dolicocéfalo quant deveria ser um crânio não era redondinho ou lisinho não tinha testa assim é não tinha testa assim eh quando os alemães eles decidem ou seja porque isso é é um processo também né ao longo da do nazismo esse vem passa por vários pontos mengel e várias coisas mas tem um momento que que é decidido e que que que os judeus não só os judeus né os judeus os ciganos os homossexuais morreram 500.000 ciganos
morreram 1 milhão de seriam seriam eh exterminados eles eles começam eles separam isso já mais final da Guerra bem no final diria separa uma sée de judeus são cerca de 160 e esses judeus são extremamente bem tratados porque eles são o tipo da Você tá brincando o tipo biológico alógico o que por si já não faz nenhum sentido porque eu tem judeu sefardita judeu alemão que são populações muito diversas Com interrogação de muitas outras populações fazem então mas no im tipo biológico é quando a gente pega um organismo e fala bom essa planta vai ser
a régua que eu vou usar para medir todas as plantas Dessa espécie e vou comparar com ela dess esp Esse é o tipo então assim mas o o toda a equipe do Hitler ela tinha esse ideia de tipo alemão né tanto que teve né o o todo o aquele experimento de mulheres suecas e norgas sendo filhos com alemães agora tem um monte dessas crianças pelo mundo Barriga de Aluguel literalmente eh então a ideia era a gente alimenta bem esses indivíduos eles são o tipo então assim para que eles não tenham nenhum um um problema de
saúde mas a gente obviamente mata eles depois e eles virariam uma uma coleção óssea né de representantes de judeus eh eu acho que eles iram pra universidade de Frankfurt a guerra acaba antes disso mas a ideia é ens ela é absurda ou seja ali Realmente isso chega a um ponto máximo sabe de não só tu querer um tipo que é o aceito é de tu querer estabelecer os outros tipos e e preservar eles no sentido de Olha isso existiu Mas isso não era bom né Essa história é conhecida mas isso aconteceu obviamente antes com os
tipos e africanos que selecionava os indivíduos É impossível construir aquelas coleções que tem de Antropologia física se aquilo não foi selecionado porque eles têm eles são muito homogêneos entre eles né Isso é tudo escolhido né então é muito duro né quando a gente fala desse tipo de situação né e aqui no Brasil se manifestou com de outra maneira vamos brancos e Vamos diminuir vamos branquear a população e Vamos diminuir o resto então Claro não a gente não matou as pessoas diretamente aos poucos mas não juntando numa câ de gás Pou quatro séculos matando africano Mas
a gente não não não colocou eles numa câmara de gás todos em pouco tempo né é terceiriza e parcela terceiriz e parcela basicamente e isso realmente tem uma força muito grande até 1945 até até que não tem mais como né não tem mais como fazer isso não tem mais como eh nem não só do ponto de vista de tipológico ou eugenista mas também do ponto de vista a ciência muda a partir de 1945 né a ciência passa a ter regras a ciência passa a ter comit gética por exemplo que é uma coisa que não que
não existia até 194 C né a ciência era muito eh pautada pela visão do colonizador né e o que o colonizador fazia não importava ou mesmo na Alemanha nazista e e não só na Alemanha nazista mas em nos Estados Unidos que seguiram fazendo experimento com com gêmeos até 1970 75 negros com sífilis em negro sim é então assim mas imagino que era antes né emem que não se tinha nenhum tipo de de de preservação eh é um pouco a ideia da ciência pela ciência né de que o que importa é que ela vai gerar frutos
não não é assim que se for a ciência né não pode ser assim que se for a ciência eu ten uma série de vídeos aqui com ciência suja e vamos ter outros discutindo justamente isso sim sim inclusive É verdade você participou falando sobre várias vezes mas o último foi ética ética né e entendam que quando a gente tem reticência sobre por exemplo caracterização genética de indígenas ou de africanos ou de afrodescendentes é porque você tem por um lado um ganho riquíssimo a se ter com isso de entender ancestralidade entender o que aconteceu com a sua
população mas ao mesmo tempo tem que reconhecer e tomar um cuidado para que isso não fomente não tenha essa base que historicamente teve muito na ciência de ser um estudo para poder eliminar e discriminar e não um estudo para poder entender né e é um cuidado que eu acho que a gente já tem há muitos anos pelo menos quem trabalha com de populações por exemplo não usar certos termos que a gente não usa há três décadas como negroide caucasoide e a e genética médica continua usando Ah é É eles usam para várias coisas eh então
isso isso isso é algo importante assim começa pela maneira que tu te refere as coisas tentar estabelecer o que é uma população é muito difícil porque vai depender de n fatores culturais linguísticos mas genéticos também não é fácil porque como eu falei depende do número de marcadores que tu usa que marcadores e que populações compara é difícil e mas eu acho que isso se intensificou um pouco depois de 2022 que teve esse tiroteio no Texas acho que o rapaz matou um monte de gente e ele deixou um Manifesto manifesto e no Manifesto ele ele tinha
pedaços de imagens principalmente pcas ou seja gráficos de diferenciação populacional de estudos de genética e genômica sério eu não faz ideia e ele usa isso como um uma maneira de a prova de que somos diferentes e isso assim é algo que a gente sabia a gente eu eu respondo e-mails eu recebo com assim com todos os tipos de e-mails possíveis estranhos eu recebo tá eh em geral não são agressivos mas às vezes eles têm eh uma agressão velada por exemplo já me procuraram pessoas que queriam eh fazer os testes genéticos para saber que eram 100%
europeus Com argumentos de estou sendo processado por racismo e eu quero mostrar que eu posso eu quero mostrar que eu tenho um atestado genético de que eu sou racista exato É e esse tipo de situação acontece as pessoas pensam Nesse contexto então a gente sabia que dentro desses grupos de supremacia Branca acontecia eles usam isso né Eh mas nunca tinha chegado a um ponto de uma pessoa ter um Manifesto de sabe de tu coloc ali e e matar as pessoas justamente como eu acho que um bom parâmetro para isso de uma maneira distópica é Bacural
também que é um filme sobre uma limpeza étnica né Mais ou menos a mesma ideia de que tu tá permitido a matar alguém que seja diferente de ti isso funciona na cabeça das pessoas né de que de que tu pode fazer e de que isso é o teu eh porque tu é superior isso é uma coisa que vem sendo que Em genética não tem superior né não justamente são todosos Ramos de populações africanas Mas isso também dificilmente aceito por esse tipo de pessoa né Eh como como tu falaste a gente tem toda a informação disponível
hoje é muito difícil tu não achar informação a questão é como tu assimila essa informação e muitas vezes essas informação não convém Ah tô fazendo aquela paradinha rápida para lembrar você de assinar o nosso canal assim você recebe os próximos episódios os do não ficção e os vídeos do canal em geral e para quem já se inscreveu gosta do k viv pensa em mandar um apoio mandar um Valeu demais um pix em contato @am marino.com.br isso faz toda a diferença pra gente me dá então boas fontes de informação para quem quiser saber mais se informar
sobre o assunto tanto de história genética do Brasil dos seus trabalhos e do que mais tem estudado para cá quanto sobre a própria ancestralidade o que que é mais sólido o que que não é o que que você vê como interessante para quem quiser se conhecer tem como as pessoas participarem de estudos é interessante para elas isso como que pode ser essa interação pra gente ter uma uma informação positiva ou que traz um ganho para quem Se informa Nesse contexto é os estudos o problema dos estudos uma grande parte des quees são em inglês e
muito especializados mas o que a gente sempre tenta fazer é textos de divulgação né e existem eh excelentes materiais de divulgação né Eh desde jornais Reinaldo José Lopes é uma pessoa que tem uma visão então é muito acertado em relação às coisas e muito muito precisa alguém que tem que participar aqui com certeza o eu eu escrevo num blog agora eu ando ausente mas que chama darwinianas que trata de evolução em geral e tem vários e assuntos relacionados a evolução humana ancestralidade e coisas assim fico devendo o link não saiba mais é e tem tem
tem ou seja normalmente o que eu tento fazer eh eu não tenho um YouTube nem nada desse tipo mas eu tento sempre e de gerir os nossos estudos pra população né não é um caminho fácil né Tu tem que ter diferentes pontos Mas e todos os nossos trabalhos tem sido amplamente divulgados na mídia geral né Eu acho isso é bom então tem tem diferentes canais e de YouTube tem ciência suja é um canal excelente e em relação à participação de projetos tem grandes projetos hoje no Brasil né a gente tá tá com com o DNA
do Brasil que já tá fechada a parte de amostragem mas tem outra as eh iniciativas privadas também como aent e e que é que é uma empresa que tá fazendo o o um grande biobanco brasileiro para ver diversidade e entrar em estudos Eh claro o problema do estudo é que a gente sempre tem que ter muito consciente que não é algo eh rápido né A devolutiva não é rápida e que não necessariamente vai falar sobre você vai falar sobre você e sim sobre o todo então o melhor é se quer conhecer se mesmo é teste
na calidade mas sempre com as devidas proporções e buscando né um pouco de de localizar isso dentro do do do do que está sendo feito como alguém que não trabalha com isso e sim usa isso para estudo ou seja não trouxe alguém aqui de uma empresa que faz teste genético para falar se o teste é melhor ou pior eh faz para mim a ressalva do que que é legal interessante interpretar nesse tipo de teste eh porque eu sempre ouvi falar que não dá para você levar o pé da letra como você falou do seu passado
e achar que bom isso descreve Ah então meus ancestrais estão aqui e aqui o que que informa não informa e Especialmente para quem tiver uma ancestralidade que tá menos amostrada e que vai ser é esse é o grande problema o meu é muito fácil como eu falei eh quando se trata de nativos americanos e da proporção africana é um pouco melhor mas a proporção Nativa americana realmente ela é bastante eh frágil assim é muito difícil a gente ter um nível eh às vezes por exemplo nos testes que eu vejo é muito geral é Como assim
ou simplesmente entra como indígena American ou nativo americano ou separ em Andes e daí o que não é Andes em Fé terras baixas que seria Brasil mas muitas pessoas me escrevem e e me perguntam assim como eu posso saber de que tribo né que é é a comunidade veio o meu antepassado muito difícil primeiro pode ser que não exista mais que nunca vai ser amostrado quer dizer mesmo se tivesse uma evidência claríssima no sentido de que descendente direto o DNA tá ali bonitinho pristino não quer dizer que você tenha acesso a pass acesso é outra
coisa é que provavelmente os aldeamentos funcionaram né os indígenas se se mienar de alguma maneira então provavelmente são vários grupos né claro que a gente consegue separar grandes grupos G Tupi Caribe que são os quatro grandes grupos linguísticos né e arawak das terras baixas mas nunca é tão específico sabe nunca é uma coisa tão tão pontual porque não tem banco para isso hoje né E é isso que eu que eu tenho Fei da minha vida ultimamente é tentar construir um pouco mais de informação né porque Outro ponto que eu acho que no DNA do Brasil
que é o projeto que a gente vem fazendo eh e em geral de população brasileira o Brasil tem características muito peculiares em termos de como a população se formou né tem muitos isolados genéticos assim de população mestiça mesmo então tem prevalência muito alta de algumas doenças e no Brasil que no resto do mundo quase não existem né a lifra alênio acho que é o exemplo mais clássico tem mais de 1000 casos no Brasil No resto do mundo tem 200 e perdão qual lifra almen que é uma é uma mutação numa proteína que leva diferentes tipos
de câncer eh então no Brasil ela é muito associada com a imigração europeia e com efeito fundador quer dizer chegou alguém um grupo de pessoas com essa mutação é e espalhou fez uma comunidade ali e muito mais gente nessa comunidade tem esse problema do que o caso da gemelaridade em câ do Godói né que é uma cidade que tem 10 vezes mais gêmeos que o a média do Mundo Fantástico e que é e que justamente quando eles vêm nos procurar para fazer o estudo é porque eles são alemães e toda a história que o mle
tinha passado lá e feito experimento com eles e eles não queriam ter a vida deles associada a isso porque um Jornalista argentino que é na fronteira com a Argentina no Rio Grande do Sul fronteira com a Argentina escreveu um livro dizendo que eles eram os experimentos do mengel Então a gente vai lá faz todo o estudo e vê que não e não era que simplesmente era um efeito fundador de uma população que tinha alguma população tinha mais propensão a ter gêmeos e provavelmente veio o vi porque são católicos né são são alemães católicos numa região
específica da da Alemanha provalmente foram diferentes efeitos fundadores e eu não sei se tu sabe isso mas comunidades alemãs até muito pouco tempo atrás era os casamentos eram preferenciais entre luteranos casavam com luteranos e alemães com alemães S até década de 50 60 no no Rio Grande de Sul era uma coisa muito bem estabelecida como na Alemanha Caramba então isso favorece uma série de de alelos ou de mutações que vão crescendo em número dentro da população né filhos dentro de uma mesma família claro ou Grande Família ou se se já vem vem 300.000 alemães não
é pouco mas se eles vêm da mesma região Eles já tu vai mantendo aquilo né e no nordeste acontece o mesmo muitas doenças genéticas isoladas porque essas populações espalhadas pelo Sertão tem pouca mobilidade acabam casando entre si então tem muitos grupos de doenças genéticas específicas dessas regiões né que maluquice Assim é tanto tantos brasi como você diz é e alguma das coisas que a gente tenta ver agora né que a gente é esses alelos ou essas mutações que são patogênicas ou levemente patogênicas né como elas são distribuídas na população brasileira e de que que ancestralidade
elas vieram porque isso é importante uma coisa tu fazer isso na Inglaterra tu sabe de onde veio né aqui Da onde veio elas estão relacionadas com que grupo ancestral porque isso é é importante do ponto de vista de risco para algumas coisas tu conseguir como a por exemplo um exemplo clássico é a a taxia de Machado Joseph no Rio Grande do Sul que veio é uma mutação Aiana que aparentemente chegou lá com esses casais de Aian e hoje a tem uma grande população com essa taxia e ela é uma doença se manifesta Depois dos 30
anos então as pessoas já TM filhos ela é dominante é um problema eh essas coisas assim que a gente eh não vê o impacto da da ancestralidade nessa popul isso eu tô falando todos os exemplos que eu te dei aqui vem de europeu tirando a questão da da anemia ffm vem de africano tudo vem de europeu a gente não sabe nada de na vem de europeu não porque outros povos não tenham problemas mas esses são os mais estudados S estudados já na Europa Você sabem a África tem um par de estudos que são importantes mas
são muito limitados assim e é berço da diversidade né adversá provavelmente muito chegou aqui e como chegou numa proporção baixa pode ter efeito fundador pode ter um mon monte de doença que a gente não sabe e é isso que a gente tá focando agora tentar entender isso né Essa essa carga genética Da onde ela veio quando ela existe em relação aos nativos nada nada se tu me pergunta qual a prevalência de câncer indígena dificilmente alguém na América consegue te responder eh não existe os dados não existem eh e aí eu entro num ponto eh da
questão de ser terem tão poucos genomas claro eu tenho outros estudos que não são agora eu tenho suos com jas completos que que devem sair Eh que que aument vai aumentar muito a variabilidade Mas a questão de o quanto não estudar hoje 2024 é negligenciar essas pessoas e a gente tá numa sociedade que eu acredito muito mais disposta a informar de fato essas pessoas e chamá-las para participar de um estudo consentido bem informado situado com vários indígenas na universidade para fazer essa ponte inclusive e os estudos então né com muito mais condição de ter essas
pessoas não só sendo objeto de estudo mas informada sobre o que que ée estudo e com condições de desenvolver ele também né olhando o Brasil eh do ponto de vista deste ponto de vista né ético principalmente E aí a gente tem que pensar né Eh que o os estudos com indígenas no Brasil começam 1960 65 Eles já começam depois do do do código de Nuremberg né e depois eles assimilam a declaração de Helsink então basicamente os estudos são conduzidos aqui desculpa que são normas que dizem dizem como devem ser feitos os estudos genéticos os estudos
de saúde em geral tá Eles já T Eles já prevê por exemplo o o o que hoje se considera porque existe a questão ética do parecer de ética em si existe algo que é mais importante que o parecer de ética em si que é o termo de consentimento livro esclarecido que é o que tu assina e quando tu assina esse termo de consentimento eh ou não assina porque ele não precisa ser sinceramente escrito né e ele não era ele não precisava ser escrito até uma certa época ele passou a ter exigência escrita e agora ele
não tem mais exigência escrita o que tu o que tu tu tu tem que informar a pessoa naquele termo tá escrito tá escrito de maneira leiga para leigos não tá escrito porque o projeto não é leigo o projeto não adianta tu passar um projeto ou não adianta tu passar um parecer de ética para alguém que não é da área porque ele dificilmente vai entender aquilo Então nesse termo de conscien imento é isso ele diz o que é a pesquisa o que vai ser feito em que que isso vai impactar a tua vida ele prevê um
risco mínimo Porque sempre tem risco tu pode quebrar o pé indo coletar amostra isso é um é um risco e que é um risco que tu assume ele e prevê ou não devolutiva de resultado então é uma recomendação ética tu devolver os resultados embora seja uma obrigação Caso tu participe de um estudo meu eu não se tu marcar aqui que tu não quer receber nenum informação sobre estudo eu eu não vou te responder eu não vou te passar a informação estudo porque tu marcou o que tu não quer no entanto se em algum momento tu
chega para mim e diz eu quero os meus dados eu tenho obrigação de te passar esses dados ou se tu chegar para mim diz que quer que esses dados sejam excluídos do estudo né então isso é uma obrigação do pesquisador tá então este Tero de consentimento é uma coisa bastante importante e é nele que a gente se pauta em geral porque ali a pessoa assinou né e a pessoa eh disse o que ela quer e o que não quer depois de ser esclarecida fazer com os próprios dados né quando começa né Principalmente as expedições amazônicas
eh eu V eu falo do que eu do que eu tenho familiaridade conhecimento que é a alphax que é essa que começa depois da segunda guerra mundial porque eles buscavam populações não expostas à bomba de yosima e Nagazaki lá a não não exposta a radiação E aí começa um grande eh uma grande amostragem no mundo na Islândia para pegar populações que não estavam expostas para ver o sero para tentar realmente usar isso de maneira adequada o Brasil com exceção dos outros países tinha um brasileiro né que era o professor sa usando metido ou seja dentro
do projeto liderando do projeto e que delimitou muito bem como isso seria feito né Eh claro que nesse momento os protocolos eram cadernos e ele e realmente agora Tá se fazendo a museografia da coleção dele né da etnográfica ele tinha absolutamente tudo anotado pessoa por pessoa o que foi dito o que não foi dito como foi feito então Eh se começa Eu acho que o Brasil tem essa peculiaridade de Se começar de maneira distinta isso não impede que tenham acontecido atrocidades né uma questão de teste de vacinas em outros momentos né e de e de
principalmente de exportação de amostras no Brasil que acabaram Estados Unidos hoje tem quase mais 5000 amostras de indígenas brasileiros guardadas Isso é um problema porque não existe motivo para eles guardar eles princip ou queimar ou devolver né mas isso eu tô falando assim como se como se os indígenas fossem uma população Normal normal eu digo no sentido uma população ocidental qualquer e não são são a população vulnerável Então a partir de um certo momento eles começam todos os os projetos eh envolvendo indígenas vão pro comitê Nacional em é de ética em pesquisa que faz recomendações
né o os comitê de ética não tem força de lei né porque ética normalmente ela é como se fosse uma lei mais aperfeiçoada ela te cria um ambiente que é o que deveria ser que não necessariamente é é o legal e E aí então Eh começam eh neste momento começa a precisar de autorização da FUNAI no entanto os estudos anteriores pelo menos os liderados no Brasil já tinha autorização da FUNAI a Funai por exemplo participa de todas as coletas realizadas por essa ala rix então ou a Funai ou a fundação indigenista então ele já é
um pouco mais eh tem um pouco mais de cuidado né no sentido que não houve uma experimentação como houve nos Estados Unidos não houvem coisas assim tão massacrantes como como aconteceram o panorama hoje é outro né É muito difícil estudar populações indígenas no Brasil justamente porque a legislação eh do ponto de vista ético é é bastante exigente né Eh as últimas grandes coletas realmente foram essas coletas do salão até 2000 né e depois tem um GAP aí agora a gente volta a a coletar E então tem essa mediação eh tem várias maneiras eh [Música] de
de fazer as devolutivas né claro a devolutiva que era feita antigamente era normalmente prestar serviço médico Que era o que fazia basicamente essas expedições do Salzano era o que fazia prestar um serviço médico eh mas o que eu queria tocar num ponto é das duas maneiras que a gente pode eh pedir autorização uma delas é diretamente pro indígena como seria para qualquer pessoa da sociedade ele assina Ele lê aquele termo ele é esclarecido e ele assina dizendo eu quero participar ou não só que existe uma outra questão quando se trata de povos indigenas que é
a questão étnica comunitária de muitas vezes o termo tem que ser um acordo então o cacique normalmente tem que dar o OK e dizer a minha população não vitar nenhum uma população indígena mas a população x vai participar deste trabalho é porque você mostrou uma pessoa porque um sei lá yorubá yorubá não des porque um Guarani Falou vou participar do estudo essa pessoa pode estar consentindo mas o DNA dela informa sobre todos ali né todos como de todos nós uhum né isso isso é o geral de todos nós né e e tu não tem como
dizer também que toda a população de por exemplo por exemplo França é proibido fazer exame de teste de ancestralidade por lei não pode é o princípio básico da Igualdade a Alemanha não faz também via de regra é a mesma ideia né mas claro aqui tem outra outra camada que é a camada da dos anos de violência e de dessa população ser ser negligenciada eh então Claro só que tem alguns poréns aí né porque por exemplo tem populações indígenas que são grandes 3.000 indivíduos Então muitos caciques Então se um Cacique diz sim tu vai est falando
em nome daquela população no estudo vai ser a população x problema é que pode vir alguém da população x e dizer eu não dei o meu consentimento e ao mesmo tempo é impossível pegar al consentimento porque são humanos como todos tem rivalidade tem então assim tem que ficar sempre tudo isso muito claro que a gente tá falando em cima de uma mostragem o que pra gente é óbvio para quem trabalha com isso que aquilo não é o tentativo daquela população mas situações acontecem né é de que um grupo tá de acordo com o que tá
sendo feito e o outro grupo não tá de acordo e se te outro grupo não tá de acordo isso pode ter um problema né até aquela questão dos Yan mamas teve isso né de um grupo Ok outro grupo não Ok e se cria uma situação que é o livro né o trevas no Dorado acho que é que que o livro ele tem uma ideia de demonização bem clara da antropologia física e da genética ele foi refutado em muitas partes que não eram verdadeiras ele tem que cuidar um pouco com essa ideia também de que eh
como tu falou os os os indígenas hoje eles estão nas universidades eles têm representação eles eles sabem o que tá acontecendo a minha experiência com conversando com eles é que eles tem bastante ideia de como as coisas estão acontecendo Endo eh porque n essa essa ideia desse livro Por exemplo me parece muito uma síndrome de Branco Salvador sabe de tu chega lá e dizer agora eu vou salvar essa população indígena aqui que tem tá sendo massacrada ao longo dos séculos ok a gente tem que estar sempre atento a isso Mas eles têm uma voz eles
sabem se comunicar eles eles eles são pessoas que estão vivendo sociedade estão isolados Claro alguns não falam nem português mas tem Associação de povos indígenas tem meios a A Gente Tem trabalhado muito próximo também com o ministério dos povos indígenos porque Claro tem toda a questão das amostras antigas tem essa questão de de de que que se faz são são populações que alumas não existem mais eh descartar isso seria complicado do ponto de vista até de preservação do patrimônio então isso de como né Eh é como pouco eu falei a questão da ética ela vai
sendo refinada ao longo dos tempos elas são recomendações né E claro no momento acho eu diria até o ano 2000 ou depois mesmo do ano 2000 a recomendação era devolver alguma coisa pra comunidade mas devolver alguma coisa em geral né não não não uma questa tão específica de tu informar eh o que a gente tem feito hoje que eu tenho feito especificamente eu tenho feito eu tô recompilação tudo que foi publicado em genética desde o começo para produzir um livro para enviar paraas comunidades indígenas paraas escolas mesmo para dizer olha Isto é o que foi
feito nas últimas décadas e isso é um conhecimento que eu sei que não é um conhecimento aberto porque ele tá publicado em inglês e é uma coisa que a gente tá tá tá fazendo né e tentando ver como também se a gente faz em Eng gatu se a gente faz em eu tenho uma pdoc que é indígena hoje que acho que a única geneticista indígena do Brasil tem esse outro problema a gente não tem aind el num nível eh de fazer pesquisa né mas a gente tem tem feito essas coisas né de tentar eh preservar
um pouco o que já o que foi feito ã tem todas as questões e éticas Que bom por exemplo o que que se faz quando uma pessoa morre maioria dos pareceres consentimentos diz que a pessoa morreu DNA poderia ser usado mas tem populações indígenas que precisam enterrar essa amostra tem populações indas que precisam sumir né com com osom é isso você não pode nem falar no nome dos Mortos ele tem que sumir com aquilo a gente tem que pensar nessas coisas também né E para isso a gente tem que acessar essas populações não é uma
tarefa fácil a gente tá falando de meses de expedições dentro da Amazônia mas é o que a gente tá fazendo é o que vai ser feito porque tudo vai mudando né a gente começa a ver que que essa situação vai mudando e o que é muito importante para mim assim do ponto de vista de de uma pessoa que estuda essas populações que tem contato com elas é trazer essas pessoas paraa luz a luz no sentido de luz esta luz a luz da mídia de tipo assim essas pessoas existem elas fazem parte do Brasil elas são
o Brasil para começar e se elas elas fazem parte de uma população geral né Isso é um ganho é um ganho paraa população brasileira é um ganho para eles então a questão de de de dar um status para porque tu tem que usar as ferramentas que tu tem né A genética tem um status ela é uma ciência que é nova 70 anos e que tá no foco nos últimos 15 anos de uma maneira muito muito forte então Se isso podde ser usado paraa política pública Se isso podde ser usado para diminuir a segregação Se isso
podde ser usado para mostrar essas pessoas existem elas estão aqui há 15.000 anos elas não são um grupo de pessoas homogêneas elas são diversas não só culturalmente elas são biológicamente diversas elas são pessoas que passaram por desafios enormes para povoar esse continente E além disso elas passaram pel maior desafio de todos que foi a colonização europeia né desculpa tá eu vou eu eu queria entrar nessa outra parte mas eu vou parar por aqui de verdade obrigado pela pela conversa tem que é um caminho tem muitos temas pra gente desdobrar ética medicina genética ess ética se
eu entro na DNA antigo tu morre e obrigado mesmo vou a gente linca o material não saiba mais e tudo aqui Adorei a conversa não não é a tua que seu nome tava lá desde come não Eu que agradeço eu acho que é um Talvez o canal mais confiável de ciência do Brasil Espero ser é então assim não mas sempre que precisar eu tô à disposição Maravilha Obrigadão Espero que você tenha gostado da conversa dessa aula da história do Brasil contada por um outro aspecto que é o aspecto genético dos brasileiros e se parece um
assunto que começa leve falando de genética humana e termina numa coisa tão violência com genocídio e toda essa agressão é porque a nossa história é feita disso também e é feita de uma maneira tão integral ao que nós somos hoje que ela deixa marcas genéticas nas pessoas e isso que a Tabita explicou eu vou reforçar de novo por aqui não tá pendurado por um ou dois resultados genéticos não para você contradizer essa esse levantamento da participação das mulheres e dos homens na história brasileira genética você teria que contradizer toda a genética humana médica e uma
série de outras coisas que nós conhecemos não é um resultado simples não é um resultado leve mas é um resultado muito sólido também e desculpa se você ouviu duas pessoas brancas falando sobre isso aqui no Brasil mas como reflexo dessa história também violência sistemática do país são as pessoas que tinham condições agora de falar sobre isso espero que mais pessoas indígenas afrodescendentes e outros se interessem por genética humana se envolvam com isso e tenham as oportunidades de estudar e desenvolver esse tipo de pesquisa eu tentei trazer aqui a pessoa mais qualificada e mais envolvida diretamente
nesse tipo de estudo para conversar sobre você para conversar com você vocês sobre um assunto que é tão delicado mas que precisa ser revelado discutido e mais absorvido pela população a gente se vê numa próxima conversa como essa ou como outras no outro não [Música] ficção