ó, presta atenção, eu vou falar de um perfil específico, indivíduo que tem uma inteligência preservada e tem uma cognição preservada ele tem uma linguagem preservada linguagem fala preservada mas ao mesmo tempo ele apresenta dificuldades expressivas na sua vida tanto que ele buscou né alguém buscou e teve um diagnóstico de autismo Então não é uma coisa que é uma coisa Qualquer, isso significa que tem um impacto na sua qualidade de vida. Onde que tá esse Impacto de qualidade de vida, em geral na inflexibilidade, os comportamentos inadequados, nas habilidades sociais, na compreensão de situações sociais um pouco mais complexas, é desse caso que eu vou falar aqui entendeu esse é o perfil que eu vou falar aqui certo porque autismo leve a pessoa pode usar essa expressão e entender de muitas maneiras né até asperger a pessoa pode entender e pode ter outros desafios muito diferentes pois eu vou falar desse perfilZinho aqui e claro que eu vou falar a partir das práticas com melhor evidência científica então fica aí para gente conversar Olá meu nome é Lucelmo Lacerda, eu sou Doutor em educação pela PUC São Paulo, fiz o pós-doutorado pela psicologia da UFSCAR e eu pesquiso práticas baseadas em evidências para autismo. Vamos maginar este perfil que eu estou falando aqui para vocês tá Eu tenho algumas coisas que eu vou enfrentar prioritariamente Toda pessoa é uma pessoa complexa que envolve um milhão de coisas então ela pode ter vários Desafios individualizados que só em uma avaliação individual desta criança que vão poder ser levantadas essas questões então óbvio que eu tô falando aqui não vale como prescrição "é todo mundo que tem autismo Então faz aquilo ali que o Lucelmo está falando" Não tô falando obviamente em geral majoritariamente tá mas muito provavelmente você vai perceber aí esse esse encaixe aí com essa criança vs adolescente que você tá lidando Então vamos pensar aqui do ponto de vista das habilidades sociais Tá certo, as pessoas têm muita dificuldade de entender que habilidade social você se comportar no ambiente com outras pessoas exige habilidades muito diferentes daquela habilidade que a gente chama de inteligência em geral que a gente tá em geral falando aí de coisas mais linguísticas mas lógico-matemáticas né são coisas muito diferentes, um indivíduo pode ser um gênio uma matéria né gênio E ele simplesmente não saber como fazer uma coisa super simples como pedir para um colega para participar da brincadeira Olha que coisa bizarra né, você pode dizer "Coisa super simples, ele não sabe isso mas sabe o nome dos dinossauros todos?
" É, pois é, porque são coisas muito diferentes né Eu já falei aqui no outro vídeo, olha, é mais um vídeo aliás, sobre a teoria da mente né E tenho vários experimentos, o mais famoso é mais ou menos assim só para eu falar assim bem rapidinho depois eu coloco no final para quem quiser assistir, ver mais, inclusive fazer o teste da teoria da mente aí com a sua criança né é a seguinte, eles pegam duas bonecas né e uma dessas bonecas vai guarda uma bolinha dentro de um cesto fechado e ela sai do ambiente, apresentando isso para criança, a outra boneca pega tira do sexto e põe na Caixa, tira do sexto e põe na caixa e fecha e aí a outra boneca volta né E aí ela vai procurar aquela bolinha, ou ela vai procurar primeiro no sexto onde ela deixou ou ela vai procurar primeiro na caixa onde a outra colocou Então isso é perguntado para criança e olha que interessante eu gostei muito da metodologia dessa pesquisa, é uma pesquisa que foi publicada em 85 e teve como principal autor um cara chamado Simon Baron-Cohen sou fan do trabalho dele, incrível né. E o que que ele fez? ele pegou três grupos de crianças um grupo de crianças com desenvolvimento típico que não tinha nenhum diagnóstico, crianças pequenas quatro anos porque porque a gente sabe que com quatro anos essas habilidades estão desenvolvidas de se colocar no lugar do outro tomar perspectiva do outro para interpretar uma certa situação né para prever o que que um indivíduo iria fazer pensar e fazer como esse caso, o outro grupo era de pessoas com síndrome de down que a interface de neurodesenvolvimento é um prejuízo cognitivo a deficiência intelectual normalmente né então você tem um indivíduo que tem uma perda de inteligência de modo geral e ainda assim eles acertaram e você tem pessoas com autismo exclusivamente pessoas SEM deficiência intelectual E a grande maioria errou e qual que é o grande valor no meu entendimento dessa pesquisa é demonstrar aqui a inteligência social vamos chamar assim é completamente diferente da Inteligência da Cognição para assuntos acadêmicos e escolares então quando a gente confunde essas coisas a gente acaba subestimando o problema.
. "Deixa ele, o moleque é tão inteligente desse, se vira, deixa ele" Aí, a medida que as habilidades sociais estão prejudicadas, o que que acontece? presta atenção, o indivíduo chega no grupo e ele fala alguma coisa que é inadequada naquele grupo e o grupo dá um corte nele, olha, adolescente é cruel viu, é cruel, um corte na veia tira sarro zoar para caramba e aí aquela experiência dele, ou seja, ele se comportou, não se comportou de uma maneira habilidosa e aí a consequência que ele tem é uma consequência aversiva que ele enquanto pessoa, enquanto organismo, se comporta para evitar, ou seja, já diminui um pouco a probabilidade de tentar de novo mas a força dessa motivação social muito grande, então ele tenta de novo e aí mais uma vez fracasso normalmente Infelizmente é verdade daí olha a contradição A Minha experiência é negativa então o que eu sinto só de pensar em sair com aquele grupo já dá uma sensação ruim mas tem uma motivação que é orgânica, biológica.
Adolescente, gente, presta atenção no que eu vou falar, adolescente ele é um bicho que não quer saber dos Pais, pai não presta, a mãe não presta, só quem presta são os amigos, e isso você pode ver tudo quanto é adolescente porque é uma questão biológica, biológica, tem a ver com naquela mudança toda no corpo, daqueles hormônios, Aquele monte. . aquela maluquice toda lá.
Tem um texto muito bom de dois autores brasileiros que é o Almir del prette e Zilda del prette, são dois autores que estão entre os maiores nomes do mundo para falar sobre habilidades sociais professores da UFSCAR que eles falam assim, eles usam essa expressão que eu acho muito boa, que adolescência é o ápice das habilidades sociais, é um Top né porque lá que você tem uma motivação social absurda né mas eles também tem essa crueldade e ainda mais no ambiente coletivo em que até para se destacar, para chamar atenção né, essa prática do bullying né, coisa mais ácida é muito comum e aí ele tenta de novo, fracasso, Tenta de novo, fracasso, daí, olha para você ver a contradição que existe e esse é o ponto, eu tenho uma motivação social enorme para estar com outro só que quando eu tento tá com outro quando eu quero tá com outro quando eu só penso em tá com outro eu sofro por que vem né eu sinto tudo aquilo que eu senti no momento desses vários fracassos, em análise do comportamento é chamado de punição, eu me comporto e a consequência não é uma consequência vantajosa para mim é uma consequência desvantajosa então eu passo a me comportar para evitar aquilo, mas, como é que eu posso me comportar para evitar uma coisa que tá tão forte do meu corpo que e tem uma motivação individual forte e essa é a situação que gera o sofrimento extremado, é essa a situação, ele começa a descrever assim "não, eu não gosto de sair, não, não gosto daquele negócio não, gosto de ficar na minha, deixa quieto, não gosto" Porque ele tá vivendo essa contradição e ele tá sofrendo sofrendo sofrendo muito, A grande maioria tá sofrendo muito e esse sofrimento vai constituir quadros de depressão quadros de ansiedade, depressão e ansiedade pode ser muitas coisas tá eu não vou esgotar esses quadros mas eu quero só apresentar um pouco para vocês porque eu acho que esse vídeo tem que ser bem bem fundamentada porque eu acho que tem um valor para quem tá nessa situação para entender esse quadro tão complexo. Imagina o seguinte, a gente faz isso que o modelo experimental com um animal pega o animal e da choque tudo que ele fizer leva choque, tudo da choque e ai ele chega numa situação em que ele fica numa numa situação em que nada que ele fizer é bom, tudo que ele fizer é ruim e aí ele vai diminuindo o comportamento, se tudo que ele faz tem punição, punição, punição, punição Ele diminui o comportamento e ele vira um sujeito inerte, ele viram uma coisa inerte e esse é um quadro de depressão modelo experimental, um dos, né, um outro exemplo modelo experimental de ansiedade. O rato tá lá na caixa de esquina né E aí ele aprende primeiro a pressionar uma barra e produzir comida, pressionar uma barra e produzir comida, aí de repente ele só faz isso, pressiona a barra.
. . e produz comida, pressiona a barra.
. . e produz comida, certo, beleza, aí introduzem uma luz acende uma luz, depois essa luz, depois de um minuto, ele leva um choque Ok a luz fica acesa e leva um choque, da segunda vez que a luz é acesa ele quer fazer outra coisa para ver se ele se livra daquele choque, ele começa a variar o comportamento, ele faz um monte de coisa, nada funciona, e nada funciona, depois ele vai aprendendo que não adianta fazer nada e a grande questão é a seguinte ó, presta atenção, e eu vou mostrar para vocês que é a mesma coisa de seres humanos tá e se a luz acendeu e não tem nada que ele possa fazer que vai tirar aquele choque vocês concordam comigo que se ele tá simplesmente fazendo comida comendo fazendo comida e comendo é que tá com fome ele deveria, ascendendo a luz, produzir comida e comendo, na hora que vier o choque.
. . paciência e depois eu continuo, né?
não é o Lógico? não é isso que ele faz e quando acende a luz ele fica assim. .
. . .
paralizado, quando ele leva o choque aí ele volta a produzir comida, o que que é essa paralisação, que que acontece com essa luz que fez se paralizar? Vocês já viram aconteceu? ansiedade, isso que é ansiedade, uma das formas de você entender, um modelo para você entender.
A ansiedade é quando você sinaliza alguma coisa no ambiente alguma coisa para sinalizando "olha, vai vir uma punição barra pesada segura a bronca aí" e esse indivíduo ele se torna improdutivo ele sofre e ele tem uma série de comportamento respondente dentro dele que produzem o sofrimento, mas você vai dizer "isso é animal, não tem nada a ver com ser humano" gente, eu tô explicando um animal porque é mais simples de de vocês entenderem né vou trabalhar com seres humanos agora tá, o cara chega, vamos imaginar um cara que trabalha no call center, ele liga e depois desliga liga-desliga oferece. . .
Digamos que ele ganhe 5 reais a cada certa quantidade de ligações demora mais a cada 10 minutos de ligação ele ganha 5 reais, vamos imaginar, Então tá bom, o chefe chegou nele e falou assim "Ó meu camarada, você entra daqui 10 minutos na minha sala que eu quero. . .
olha, vou-te esfregar aquele relatório na tua cara, eu não, olha, eu não sei nem o que falar, eu vou entrar aqui aí você entra lá" ele entra lá, você acha que esse 10 minutos esse cara vai ficar ligando normalmente? não senhor e ele vai ficar "Meu deus do céu, o que que eu fiz? eu não fiz nada, o que aconteceu?
eu não fiz nada" vai começar a suar, ele vai começar a ofegar, ele vai ter piriri, vai ter um monte de coisa, ele vai ficar improdutivo igualzinho rato paralisado, igualzinho, porque você sinalizou uma situação de aversividade, uma punição no futuro, então você imagina um indivíduo com autismo adolescente que passou por inúmeras situações aversivas de contato social Aí amanhã ele tem que ir para escola uma aversividade, uma ansiedade lá em cima "aí, tem que ir para tal lugar" olha a ansiedade onde vai gente vai lá para casa dos primos. . .
. vou sair. .
. . .
Então você tem quadro emocional muito sério implicado no autismo leve porque as pessoas subestimam as dificuldades sociais e subestimam e isto é um grande equívoco, isso leva a esses quadros de depressão ansiedade e muitos outros infelizmente ainda muito piores com ideação suicida e até o suicídio infelizmente que é muito mais comum nessas populações do que na população com desenvolvimento típico. Pois Bem, dito tudo isso, e aí, não era para falar de tratamento aqui o vídeo? Sim, vamos vamos falar então eu preciso portanto mudar a vida desse indivíduo de modo que ele consiga Ter Experiências sociais de sucesso, ter experiências sociais em que ele se comporta para socializar E isso tem vantagem para ele tem reforçadores só que ele não pegou isso no ar como a maioria das pessoas pega Então eu preciso ensinar né E não adianta você ensinar do ponto de vista de descrever as coisas porque se fosse isso ele sabe ele sabe entrar no site de sabe ler sabe ver não é esse o problema não é isso simplesmente Esse é um problema mais complexo, mais profundo e tem a ver com treino, o que que é treino?
a palavra treino que tem tanto preconceito contra ela, treino quer dizer que não adianta você falar simplesmente você fala mas você inclui uma parte de prática Essa é a questão Essa é a jogada. Pausa para dizer que eu não acredito que você vai consumir o conhecimento aqui tão caprichado tão grilado e não vai entregar aqui um likezinho no vídeo, não vai se inscrever aqui, clicar no Sininho para você receber todos os vídeos, esse vídeo aqui só dando uma dica, é o primeiro de uma série de três, depois vai ver outros tá, e não vai mandar o link desse vídeo para os amigos para o grupo de família grupo de família de Mães de pais, grupos de profissionais para a gente entender um pouco melhor esse caso não posso acreditar que não vai fazer isso. .
. . já fez já?
tá bom. Treinamento de habilidades sociais então ele começa com processo que é de avaliação, existem protocolos que tem trocentos mil habilidades presentes para poder avaliar é claro que não vai usar todos os protocolos né. Vou falar aqui só dos três principais protocolos: Social Skills Solution, socialy savy e peers, o peers tem um perfil de um autismo mais leve assim mais de Fronteira os outros dois tem perfil um pouco maior um pouco mais amplo e o peers tem uma divisão aí também de para adulto né adolescente e adulto então esses protocolos eles permitem que a gente Observe o comportamento do indivíduo faça os registros e saiba o que que ele faz o que que ele não sabe fazer o que ele faz bem e o que ele faz mais ou menos, o que que ele faz todas as vezes, o que que ele faz só às vezes.
Vou te dar um exemplo, você sabe puxar um papo, um papo, começar uma conversa com uma pessoa? existem oito formas de puxar uma conversa, oito, então eu tenho que decompor todas essas 8 e perguntar se ele sabe fazer em cada uma dessas oito E se ele sabe decidir se ele sabe discriminar qual que é a melhor forma naquele contexto E se ele faz isso de uma maneira competente de uma maneira adequada a gente tem muitas pessoas por exemplo com autismo com esse nível mais leve que quando eles abordam outras pessoas eles a borda, a bordam bastante, Às vezes as pessoas falam porque autista não é sociável Não é bem assim não viu não é bem assim não, aliás, me fala se a pessoa que você Professor ou o pai ou irmão qual é o perfil Se ela aborda, principalmente quando é criança assim. .
. abordava né. .
. acho que você podia falar um pouco dessa história. Quando a criança aborda mas aborda sempre de uma maneira inadequada assim que é desconfortável para outra pessoa e aí a medida que ele vai sentindo mais a maneira que outra pessoa recepciona isso também isso vai diminuindo porque vai punindo esse comportamento aí na adolescência ele.
. . você tem essa crise aí que a gente ta falando né, pois bem, se ele faz essas abordagens, se ele consegue discriminar Qual é o melhor naquele naquele contexto, se essa abordagem que ele faz é adequada, porque, por exemplo, eu posso ter uma abordagem que é por meio de um pedido eu falo assim "O chefe, Que horas são por favor?
" "Puxa, ta tarde, nem imaginava que fosse horário já" E aí a gente pode ali engajar numa conversa, certo, ou eu posso dizer "o cara, me dá tal coisa Aí, dá seu celular para jogar" Claro que não, claro que é inadequado, se é uma pessoa que eu não conheça, então percebe, existe também dentro de cada uma dessas habilidades uma série de outras sub-habilidades né de coisas que você tem que saber que você tem que conhecer e imagina que eu tô falando de alguém que veio falar comigo a pessoa diz assim "caramba aula hoje em foi difícil pra caramba" é um contexto de uma faculdade ou do ensino médio depois de uma certa aula eu posso responder isso de algumas formas, por exemplo, eu posso dizer sim "Pô, foi o mesmo, tá louco mano, essa professora aí olha para mim só ela é de Geografia porque essas duas eu fico. . Nossa é muito ruim as aulas dela" eu fiz um comentário mas eu fiz um comentário complexo eu fiz um comentário que adicionou alguma coisa que esclareceu um pouco melhor aquilo que eu penso relação a isso e já adicionou outra professora, então percebe que eu respondi e Isso é um que a gente chama, um operante verbal que a gente chama de intraverbal tá, eu respondi, eu tô sob controle sobre o que o indivíduo me falou, existe uma relação temática entre as falas, eu não respondi uma coisa aleatória né,mas eu joguei a bola para cima para ele fazer outro comentário né, ou eu posso fazer assim ó o cara diz assim ó "A aula foi difícil né" "foi mesmo, mas eu acho que aula pior do que aquela outra, a aula sei lá de tal coisa para mim não tem pior, você não acha que ela outra aula pior" e ele vai responder para mim, agora veja, eu respondi, só que agora eu respondi fazendo uma pergunta então joguei jogar bola para ele Isso é uma estratégia uma forma de eu responder que mantenha conversação isso é bom, baita competente, ou eu posso dizer assim a nossa aula mó difícil, acho que a aula mais difícil n que já teve" "Sim", acabou a conversa, eu respondi, eu disse que concordava com ele e ainda assim acabou conversa porque é uma forma inadequada de responder, Lógico, eu não tô dizendo que é sempre adequado eventualmente pode ser, mas de um modo geral em um contexto em que o indivíduo quer manter uma conversação é inadequado porque não atingir o fim que próprio indivíduo quer, que ele deseja para si para suas habilidades entendeu mas ele não tá percebendo isso ele ta dizendo "Pô, tô concordando, isso mesmo, respondi a ele" que é uma vitória, tem alguns que não respondem ficam alheios a uma pergunta como essa, então eu tenho que ver qual é o ponto que esse indivíduo tá e não é uma coisinha Só não quando você vai ver Papapá.
. . da um monte de coisa um monte de habilidade Se eu disser para você que um indivíduo, por exemplo, se ele não sabe puxar uma conversa eu tenho oito formas e cada uma dessas formas eu tenho que saber não só como é que eu tenho que abordar eu tenho que saber em que contexto que eu tenho que abordar eu tenho que saber não só o que falar mas como me comunicar de uma maneira mais Ampla porque existem aspectos não-verbais da comunicação E existem aspectos que a gente chama de paralinguísticos Então tem que ver o meu corpo a minha entonação o meu movimento, a forma que o meu meu rosto está se está consistente com aquilo que eu quero comunicar o meu tom da minha voz tudo isso faz parte desse processo, percebe que não é uma coisa simples, é uma coisa complexa E aí, depois que eu identifiquei tudo isso eu vou criar contexto para treinar treinar a palavra treinar é muito importante aqui porque nós precisamos de prática não adianta dizer para o indivíduo assim " Ò, na hora de xavecar uma menina você faz assim, assim você tem que ser educado, você tem que falar de uma coisa que ela gosta, perguntar o que ela gosta e depois de algum tempo fazer uma proposta para ela" você falar isso e não fala nada é a mesma coisa porque isso é uma descrição completamente genéricas que não resolve o problema mas vamos imaginar que eu faço o seguinte ó prestação, eu tenho um indivíduo que não sabe xavecar, o comportamento que é uma habilidade social que tá dentro de uma classe que nós chamamos de de habilidades sociais de intimidade certo então ele vai ter que chegar numa pessoa que ele tem algum tipo de interesse né E vai ter que puxar um papo chama conversa e direcionar essa conversa para fazer uma proposta de uma relação de intimidade Ok bom acontece que não existe o certo e o errado e assim eu certo assim errado não existe isso a cada pessoa com qual você vá conversar pode reagir de um jeito a uma forma que você vai abordá-la, você não tem, então, mas existem alguns Alguns parâmetros né então por exemplo se ela já tiver acompanhada de uma outra pessoa e houver sinais de que ela tem relações de intimidade com aquela pessoa e aí o que que significa há sinais de que ela.
. . significa que talvez eles estão de mãos dadas, talvez a distância, veja como são sinais sociais tão sutis, da distância que ela fica da outra pessoa, Às vezes a outra pessoa toca na perna dela, coisa assim, então esses são indicativos de que não é adequado você fazer qualquer proposta dessa natureza para essa pessoa porque essa pessoa pode ter ali um relacionamento intimidade, pode haver algum contexto em que a outra pessoa está presente e você não viu esses sinais de intimidade, a pessoa pode ir acompanhada um baile uma coisa assim e você pode perguntar "é seu namorado?
" "é sua namorada? " e aí se ela disser que não aí tudo bem abre seu terreno para você conversar "Ah não Poxa queria te pagar uma bebida aqui" ou não na adolescente né mas adulto "não, que eu queria sentar aqui, conversar com você e puxar um papo, não sei, às vezes se é seu namorado e ele pode ser ciumento né, então, qual é o seu nome? " e aí a pessoa responde e ela tem que ter aquela flexibilidade para responder adequadamente.
. . é difícil.
Agora, imagina o seguinte, E se eu tô no ambiente de um grupo de habilidades sociais por exemplo certo e nesse grupo de habilidades sociais eu tenho lá dois três terapeutas e aí eu pego uma das pessoas estão participando a gente discutir ali Quais são os elementos essenciais para a gente respeitar os direitos humanos do outro e de si mesmo né então, por exemplo, ter uma vida amorosa sexual da maneira que melhor lhe aprouver né, da maneira que um indivíduo sentir, quiser, é um elemento importante da dignidade humana e da experiência humana né bom então o indivíduo se ele tem esse desejo ele tem esse direito de interagir e de desenvolver essas habilidades para poder ter essa vida na sua Plenitude correto só que ele não pode chegar e fazer isso sem o consentimento de outra pessoa isso seria uma violação a intimidade da outra pessoa, dos Direitos Humanos da outra pessoa, ele também não pode esperar que as outras pessoas vão aceitar qualquer tipo de abordagem porque as pessoas precisam consentir elas precisam querer, elas precisam ter desejo também de ficar com você né, então essa discussão sobre esse respeito aos direitos humanos é sempre uma parte fundamental do processo de desenvolvimento de habilidades sociais e aí beleza e aí a gente vai discutir Quais são as regras básicas né, Por Exemplo né, a pessoa não tá acompanhada de outra pessoa, você faz uma abordagem que inclua "posso me sentar" né que que tenha um consentimento para esse primeiro passo da pessoa enfim, a pessoa precisa dar sinais e isso é continuamente né No futuro se você quiser beijar, abraçá-la tocá-la, precisa do consentimento e o desejo dela também, como é que como é que é esse processo até lá? Bom, nós discutimos passo a passo, claro que não tem condições de apresentar isso aqui né E aí beleza beleza beleza tá resolvido? Não, aí eu posso ter um terapeuta lá como confederado como a gente chama ou um educador como confederado que é um apoiador, é um participante do processo, só que ele tá fazendo uma espécie de um papel ali né, ou uma outra pessoa que também faz parte do grupo então diga assim "então vai lá, xaveca lá agora, vamos ver" só que tem uma diferença gente, presta atenção, tem uma diferença que é a seguinte, se der certo, ótimo, as pessoas vão elogiar vamos bater palmas eu vou me sentir bem a pessoa vai se sentir bem, mas se ele errar ele não vai levar um tapa na cara e ninguém vai jogar refrigerante nele ninguém vai ficar fazendo bullyng e xingando ele ninguém vai nada, entendeu, se ele fizer errado vai descrever para ele que tá errado vai dizer poxa parabéns por ter tentado que legal cara, que coragem, vai ter esses reforçadores essas consequências reforçadoras por ter se engajado naquilo ali que maravilha Que ótimo você experiência positiva diferente das experiências sociais lá do passado ali naquele contexto de treino Você não tem hipótese de punição e é por isso que é tão importante E aí quando eu te descrevo o que você fez certo e o que você fez errado você vai falar "entendi, entendi" aí ele pega ali um pouquinho mais, finamente, aquela regra porque as pessoas com autismo leve, com asperger né, Elas aprendem muito mais as relações humanas por regra do que por esse feeling intuitivo, eles vão estipulando regras criando regras o problema da regra é que a regra é rígida e a realidade é maleável mas à medida que você vai vivendo muitas realidades muitas experiências de treino Você vai criando regras mais sofisticadas mais, sofisticados, mais elaborados, mais sofisticadas, mais finas e você vai desenvolver a habilidade para lidar com cada tipo dessa situação.
Bom, digamos que numa abordagem desse tipo, de uma abordagem de intimidade, tenha dez aspectos que você tem que cumprir, 10 coisas importantes. Ele acertou uma só, nove ele errou, tudo bem. Amanhã Tenta de novo E aí amanhã quem sabe não acerta duas e depois acerta três, daqui a pouco ela acerta 10 e lembre-se além dele tá fazendo e ele Tá acertando algumas coisas errando outras ele também está assistindo outras pessoas, se eu tô falando de grupo tá, tem abordagens que são individuais e outras em grupos, baseados em aba tem nesses dois modelos depende de qual é habilidade eu quero devolver Depende do momento, depende da estrutura que eu tenho depende monte de coisa tá mas ele também ta vendo outras pessoas passar por aquilo então eu também aprendo por observação porque esse esse caso desse autismo leve, desse asperger, esse indivíduo ele tem uma cognição preservada então ele observe e ele consegue ver "Opa, aquilo ali deu certo, aquilo lá ele deu errado" Principalmente quando tem um feedback, quando o terapeuta, o professor, ele falar "olhar, das dez coisas, a primeira você fez muito bem por isso por isso por aquilo, segunda já não conseguiu fazer legal por isso por isso por isso por aquilo, a terceira coisa foi muito boa por isso por isso" Tudo é descritivo, feedback são descritivos né, esse é o padrão-ouro que a gente tem hoje, feedbacks descritivos de todo o conjunto do exercício da habilidade e você imaginou então, portanto, se o indivíduo faz isso inúmeras vezes e ele começa a ficar com um xaveco show de bola aí ele vai para a realidade e ele vai para um cenário em que ele tá afim de alguém, que ele quer xavecar, a probabilidade de ele ser bem sucedido é muito maior, não tem nem comparação, muito, mas muito maior.
Agora, pode ser que ele também não seja bem sucedido porque a menina não acha ele bonito, o menino não acho ele bonito ou sei lá tá afim de outra pessoa, qualquer motivo, mas ele já está tão confiante já teve tanto reforço para ele comportamento que ele sabe que ele fez certo né ele consegue ali entender mais ou menos aquilo ali e ele consegue ir para uma outra, o seu comportamento ta mais resistente e ele consegue emitir esse comportamento vezes o suficiente para que uma hora dá certo caramba "Oh, que isso" claro que dá certo, você tentar direitinho, souber interpretar os sinais, já for meio certeiro, dá certo, tá certo com certeza absoluta e aí ele tem uma experiência de reforço na vida real aí pô show de bola, aí a gente quebra essa contradição que a gente tava falando lá de uma motivação social muito forte, uma motivação também amorosa, sexual, se for caso né, eu tô falando aqui do Xaveco mas isso que eu tô falando, eu acho que vocês estão entendendo que eu tô falando de todas as habilidades sociais e eu dei esse exemplo do Xaveco mas vale para todas né, e daí ele vai ter essa experiência positiva, ele vai conseguir ter amigos, se ele treinou, treino, treino, treino relações de amizade dentro daquele grupo né ou dentro de um contexto individual, se ele treinou milhões de vezes como fazer uma abordagem, puxar um papo, a segunda forma, a terceira forma quarta forma, 5ª 6ª 7ª 8ª e treinou, treinou treinou, treinou de um jeito, de outro, de outro de outro de outro. Esses treinou, pessoal, não é tudo repetindo, repetir que o cara fala não, tem nada a ver com isso, essa é uma impressão equivocada treinar significa eu fazer de milhares de formas diferentes, o treino Ele precisa disso ele precisa de flexibilidade, modificação, variabilidade, tudo isso está dentro do escopo que a gente tem estudado nos últimos anos né E aí ele consegue chegar em alguém e com competência puxar um papo e aí tem um colega, tem um amigo, ter outro amigo, tem outro amigo mesmo que em algumas oportunidades não tenha sucesso, por exemplo, você quer se aproximar de alguém, mas você não consegue ter amizade com aquela pessoa, ou você quer ter uma relação de intimidade, manda um xaveco mas não dá certo mesmo que isso aconteça, isso acontece por outros motivos e não porque você dá uma bola fora muito pesada, Quantas bolas fora aí que vocês já viram? conta aí para nós nos comentários, acho que o pessoal vão vai conseguir ver "a, então não foi só no meu caso só" acho que até legal, acho até meio terapêutico para as pessoas né, e você não vai dar aquela Bolona fora, o indivíduo não vai dar aquela Bolona fora, e aí, mesmo que não seja bem sucedido não vai gerar também uma situação conflituosa, olha, eu vou falar uma coisa com vocês que dificilmente eu falo né, Eu evito, Eu tenho um diagnóstico meu recente né, e, pensando assim, por exemplo, o tempo da escola eu não precisaria de nenhuma questão pedagógica eu era muito bom aluno sempre assim um aluno de primeiro e tals, mas eu tinha um problema social gravíssimo, gravíssimo, toda escola que eu estudei todo santo dia tinha 10 cara para me bater na frente à escola em inúmeras vezes eu não consigo nem contar a quantidade de vezes e não era só em uma escola, era todas que eu passava.
Isso indica que, apesar de o bullying ser culpa do bullyng sempre e ninguém vai discutir isso, havia algum componente no meu comportamento de falta de habilidade social que também provocava aquilo, porque aquilo não acontecia com as outras pessoas, era comigo só né, se você perguntar para mim o que que eu fazia, eu não sei, hoje eu não sei, eu tenho até vontade de conversar com os amigos daquela época, os conhecidos daquela época para perguntava o que eu fazia que reproduzia esse comportamento das pessoas, eu eu não, sei de verdade eu não sei, se naquela época eu tivesse tido esse apoio para entender essas situações e me comportar diante dela, Nossa Senhora, minha vida teria sido muito melhor naquele contexto né, eu tive ainda algumas situações que foram favoráveis para mim assim meio de coincidência que fizeram muito efeito, um outro dia eu conto essa história para vocês. Principalmente quando era menor por quê porque aí isso aconteceu muito depois que eu era um pouco maior E aí teve menos repercussões negativas pelo menos no meu entendimento né E esse negócio do Xaveco pelo amor de Deus, pela madrugada, isso aí para mim foi a coisa mais terrível, que mais me produzia sofrimento, pesado mesmo, eu juro para você que quando eu lembro do Xaveco que eu tentei algumas pouquíssimas vezes nessa idade eu lembro e falo "meu Jesus amado" eu me sinto mal da cabeça aos pés de lembrar, falo "IH, caramba" de tão idiota que era a coisa que eu falei meu Deus do céu meu mas era muito, não tinha condição mesmo, não tinha condição mesmo, entendeu, tinha até uma menina que depois eu soube que tava afim de mim e eu fui lá falar uma besteira do tamanho do mundo e é óbvio que ela, também não tinha nem cabimento, dali por diante ela fala "OH, ta louco? " não tinha condição.
Eu lembro que tinha uma amiga que chamava Flávia e ela dizia assim pra mim "Lucelmo, as mina tão tudo querendo ai" e ela era muito mais velha, ela era dez anos mais velha que eu "As muie ta tudo querendo, se você chegar você vai ver, as mulheres doida, tá doidinha, ninguém ta mais doida que as muie não" E eu falando "Não, não é assim não porque eu não consigo", eu pensando retrospectivamente, Nossa, era uma questão de de habilidade mesmo, de falta de habilidade para ser mais preciso. Acabou que, no meu caso, Acabou as coisas, enfim, uma série de outras coisas culminando minhas coisas darem certo, eu consegui desenvolver mais relações etc e tal por um monte de motivo que outro dia aos poucos eu vou contando aqui, mas isso não é o caso de grande parte dos indivíduos, grande parte dos indivíduos simplesmente acaba caindo num poço de sofrimento por conta de todos os elementos que eu falei para vocês aqui. Para terminar, Deixa eu só pontuar uma coisa que é importante nesse processo que o ensino de habilidades sociais ele é também um ensino de uma cognição social então quando eu tô dizendo que o indivíduo tem que fazer o treino que esse treino ele é permeado por flexibilidade ele vai variando variando.
tem até um esquema de reforçamento que a gente chama . . .
. . .
. . que é um esquema em que o indivíduo emite o comportamento e a gente reforça, por exemplo, vamos imaginar que a gente está treinando o indivíduo chegar no lugar e cumprimentar As pessoas chegar "E aí pessoal, beleza?
" E ai a gente reforça "Pô, bacana, foi boa a sua abordagem, vamos fazer de novo" só que agora tem que ser diferente da outra você tem que ser apropriado mas tem que ser diferente da outra. Então tem sempre que ser diferente do anterior, aí você pode fazer um dois três quatro cinco se for três, quer dizer que o seu cumprimento tem que ser diferente dos três ultimos e pra pra ter reforços, daí, portanto, você tem que ir fazendo coisas ligeiramente diferentes isso é muito legal esse treino da flexibilidade, mas não só isso, uma compreensão de cognição significa que eu começo a entender porque que o outro vai reagir assim ou assado ou daquele outro jeito, em fim, de inúmeras diferentes formas que as pessoas podem responder nesses nesses vários contextos, entendeu? Então, eu preciso também aprender a me colocar no lugar do outro e portanto, treino de habilidades sociais não é como eu já vi gente falar, um absurdo, uma falta de respeito, em fim, e uma falta de conhecimento né, "Ah, fica igual uns macaquinho adestrado" , Uma falta de respeito com as pessoas com autismo que tem essa dificuldade nessa cognição social, nesse repertório social, é uma.
. é um. .
. Em fim, o treino de habilidades sociais é para o indivíduo aprender a entender o outro porque isso deveria ser uma coisa intuitiva só que é Nossa espécie é variada e nós temos pessoas diferentes que têm diferentes repertórios pré instalados sobre isso e a gente ensina para eles isso, tudo bem né, Dá muito trabalho mas tá tudo bem consegue ensinar então ele aprende a se colocar no lugar do outro a pensar sobre o outro sobre o outro sente a reconhecer o sentimento do outro pensando em como me sentiria nessa nessa nessa naquela situação entendendo o rosto do outro, como é que o corpo, o rosto comunicam coisas também sobre o que ele tá sentindo e aprendendo a se comportar de uma maneira flexível diante das inúmeras formas que o ambiente social pode se apresentar, é isso que são as habilidades sociais.