ué eu quero então desejar boa tarde a todos e todas nem falar que é sempre uma felicidade poder pensar assim nessas questões indígenas se a educação escolar indígena particularmente que a matemática que me agrada tanto por uma questão de pertencimento quanto por uma questão mesmo de pesquisa de atividades acadêmicas e projetos que a gente sempre que eu já me envolvi e continua envolvido em tantos projetos por aqui pelo iphan e outros em outros lugares e aí eu queria então falar um pouco assim sobre sobre a educação intercultural à luz de uma leitura é de 11
uma entrevista que foi dada pelo gesto e baniu a léo que ficou intitulado foi publicado nos cadernos é nos semi aqui né é uma revista de uberlândia da encrenca da universidade federal de uberlândia e ficou com o título a educação intercultural direitos desafios e propostas de descolonização e de transformação social no brasil e aí assim à luz desse texto nem e também pensando refletindo sobre outras questões para além do texto é eu queria dizer em primeiro plano que eu considero que é fundamental que os povos indígenas e os professores indígenas e os intelectuais indígenas é
fundamental que se a posse dos saberes acadêmicos eu tô invertendo a ordem das coisas né não acho que se apossar dos saberes tradicionais é é óbvio ainda que se dizer mas para além dos saberes tradicionais e considera se fundamental que nós nos aproximamos das é de conhecimentos científicos de conhecimentos é de todos os tipos é fundamental que a gente se se aproprie dos debates bibliográficos ainda que não exatamente para concordar pode ser também para discordar mas nós precisamos então conhecer o que estão dizendo para podemos discordar eu acho que essa regra é fundamental e aí
em relação a isso é por exemplo o jardim botânico na entrevista que ele concedeu ele fala bem ele fala a seguinte não queria fazer uma leitura de uma parte que diz assim para nós indígenas a idéia de interculturalidade pode ser entendida a partir de duas perspectivas né aí ele fala uma queda de abrir o caminho para reconhecimento e reposição dos sujeitos colonizados subalternizados subjugados silenciados dominadas e alijado de suas autonomias os detalhes de como a lógica o cosmológica a uma posição de diálogo de interação de coexistência a convivência dialética que eu acho que essa perspectiva
que nos interessa fazer um diálogo de saberes indígenas com outros saberes com o objetivo de valorizar e fortalecer as tradições depois que faz a crítica outras concepções de interculturalidade que não vou entrar nessa questão agora logo na seqüência ele diz assim assim para a defesa de suas culturas e de seus conhecimentos de seus direitos na atualidade os povos indígenas necessitam dominar ao máximo possível o uso os modus operandi e o e operante os colonizadores assim dominar os conhecimentos dos brancos não significa tornar-se branco obi de caça e de seus móveis tradicionais de vida significa que
de posse dos conhecimentos dos brancos e dos seus modos de pensar agir e viver a chance de estabelecer de estabelecerem estratégia eficaz defesa resistência garantia de seus direitos em seus interesses é muito maior transformando os próprios conhecimentos brancos não contra os brancos mas em favor dos direitos coletivos indígenas então eu concordo com essa proposição assim como eu concordo com uma outra proposição complementar que ele coloca uma faca diante que diz assim dessa forma os povos indígenas por meio da escola não abrem mão de garantirem o acesso mais amplo possível os conhecimentos encontrados no mundo esta
veia que lhes interessam mas é k mas é claro sem abrir mão do direito de continuarem produzindo reproduzido promovendo e vivenciando os seus conhecimentos próprios então esses trechos da entrevista do descem nela eu estou aqui referendando só pra ir pra afirmar que a proposta interessante que eu penso assim que o objetivo da escola diferenciada que nós estamos defendendo que nós estamos construindo o objetivo não é ensinar a nós sermos indígenas eu acho assim que se a escola for servir para formar índios eu acho que não precisa de escola para formar a imgx porque em quem
ficou a escola nunca formou ela sempre deformou a tradição indígena desde quando cabral chegou por aqui a escola nunca se propôs a fazer de água com os povos indígenas então eu fico imaginando assim como que uma instituição uma agência e estrangeira em relação às tradições indígenas vão ensinar nos a sermos indígenas considerando que essa agência estrangeira sempre foi aqui no ocidente genocida né então é nesse sentido eu diria então que a escola ela tem que neste momento ser construída exatamente nessa perspectiva intercultural e aí novamente nec me reportando ao texto da entrevista do chefe ele
faz a seguinte fala sobre interno a unidade ele fala assim que que em primeiro lugar é importante entendermos que a instituição escolar assim como a idéia de educação intercultural são invenções do colonizador ele faz essa proposta e tal e aí na seqüência ele vai dizer sim quem ficou lá por exemplo foi criada que manda para garantir a manutenção a reprodução ea continuidade dos modos de pensamento das relações sociais econômicas políticas e culturais próprias da própria sociedade moderna e liberal industrial mercantilista capitalista tecnicista ou seja está dizendo assim que a escola normalmente não é nossa é
óbvio a escola não é originalmente uma agência dos povos indígenas ela chegou esse imposto como uma forma de colonizar eu diria assim que a escola chegou com uma proposta de arrancar ao indígena dito de outra forma chegou como uma forma de transformar o íntimo índio que era o projeto tanto do estado português quando depois do estado brasileiro o projeto de integrar o índio à nação ao seio da nação brasileira então a palavra integrar sempre esteve muito enquadrada na na proposta nas propostas escolares curriculares por aqui e aí é importante também dizer que de acordo com
com vários pensadores educadores pesquisadores da educação como demerval saviani né é tanto ele mas eu quero na verdade pensar agora neste momento não é exatamente sobre o tema e nossa gente mas eu acho que talvez mais interessante pensar agora em um filósofo chamado luisa observa luiz observe los o francês contemporâneo nosso mais parecido que escreveu um livro chamado aparelho ideológico do estado nesse livro então fala é como que a que as elites né a burguesia consegue reproduzir perpetuar seus valores na sociedade o que ele chama de aparelhos e teológicos entre elas ele fala da igreja
ele fala dos meios de comunicação que manipulam neinha idéias e e aí ele então foca na escola para dizer que é a mais perigosa digamos assim mais perigosa agência de perpetuação dos valores dominantes é exatamente a escola né a escola não é uma agência que produz e reproduz valores da classe dominante e para nós povos indígenas isso não fica nenhuma dúvida na escola sempre serviu então como um instrumento uma agência de colonização só que chegou um determinado momento da história né depois de muito de muita pressão e de muita violência que veio a partir da
escola para os povos indígenas chegou o momento aí nós a partir da segunda metade da década de 1970 e anos 80 é que há um movimento indígena lixo que estava surgindo né então começou a fazer discussão junto com alguns setores da sociedade a discussão a respeito da possibilidade da escola via se uma agência de valorização das tradições indígenas né então pensamos nessa possibilidade e pensou se comunique se você pensar com que seria possível transformar uma agência de violência e opressão em parceira dos povos indígenas então eu considero assim em primeiro plano que obviamente que essas
coisas não é transformar a escola em uma agência de parte parceria não não vai acontecer através de uma fórmula mágica através de uma o mágico num rápido para ver nada disso é porque a escola pra gente transformá la numa agência é de copo de cooperação obviamente que nós iremos ter que avançar lá assim como os colonizadores diziam que os índios tinham que ser lançado e que a escola deveria ser a agência de avançar eu diria que agora nesse momento nós povos indígenas vão ter que fazer exatamente exercício que é de avançar à escola porque porque
eu não consigo assim com facilidade imaginar como que uma agência que durante séculos violentou agora no dia pra noite e virou parceira e com que o estado que historicamente oprimiu e torturou e genocídio como que o estado agora tá dizendo se não beleza vocês são bacanas a gente vai ajudá los e queremos tudo de bom pra vocês né então nas telas em que ter muito cuidado com os discursos observar com muito cuidado o que está acontecendo e aí vamos supor que o estado esteja então criando uma outra armadilha que a gente não esteve nem perceber
exatamente armadilha seja essa né sendo pensando de uma forma extremamente pessimista e ainda é esse meu pessimismo prefiro transformar o otimismo de dizer sim vai ser um tiro pela culatra porque se o estado criou a ete na semana dos povos indígenas criou uma escola né que não uma escola diferenciada que no final das contas é uma armadilha nós vamos transformar essa partilha instrumento de fato nós não vamos tomar conta disso a gente vai pegar no laço né acho que tem que transformar essas falhas contra eles na época dizendo que ama agora não pegar essa escola
um laço e vamos avançava em nosso favor de fato é então vai ser o estado que vai fazer uma escola boa dica para nós na verdade somos nós que vamos transformar a escola num agência nossa e aí nesse sentido eu diria assim que pena que não cabe pensar a escola indígena como alvo foi colonizado sabe se está sem que a escola indígena então ela vai só transmitir valores e currículos e enfim planejamentos vinculados às questões indígenas para que os indígenas sejam bonzinhos e demonstrar que os possam do disco são bonzinhos e que tudo vai ser
a maravilha porque os povos indígenas são maravilhosas eu acho que essa perspectiva não é como o próprio é jéci banho aqui pro coloca nessa perspectiva é equivocada porque a escola a nossa escola escola que nós queremos buscar ela tem que fazer o diálogo com a tradição mas ela tem também dar uma formação para que a gente se após se apropria dos conhecimentos científicos e que a escola que nós que estamos construindo sente uma agência que colabora nos projetos societário nossos povos e colaborar com os projetos societário significa pensar uma escola que viabilize a dignidade dos
povos indígenas têm qualificação para o trabalho e isso não significa dizer que nós estamos no ritmo retendo o capitalismo o neoliberalismo qualquer coisa desse tipo significa que a escola está a serviço do que efetivamente nós queremos é obviamente que a escola tem que funcionar com responsabilidade socioambientais nós temos que avançar a escola inclusive nesse sentido porque historicamente a escola tem rejeitado o diálogo sobre essas questões não é que são tão que historicamente tem sido tão ruins a humanidade que é o por exemplo os próprios problemas trazidos pelo desenvolvimento técnico científico então há a partir do
século 18 os ministros disseram que a humanidade seria trilharem o caminho racional de produção de ciência e tecnologia que no final produziriam bem estar para a humanidade e ainda chegando no século 21 e observamos que a tecnologia ciência produzida não está disponível para todos ela está concentrado nas mãos de poucas pessoas e que para além disso há o desenvolvimento no formato que aconteceu a partir dessa idéia de progresso produzir morangos humana e produziu instituição é dada é do que nos rodeia dos valores ambientais e o aquecimento da terra ea poluição dos rios ea destruição das
florestas então a escola tem que dialogar com essas coisas todas dialogar no sentido de que os próprios currículos e planejamentos escolares têm que caminhar né com uma concepção de respeito entre as pessoas e das pessoas com o meio onde elas vivem isso isso é fundamental então significa dizer que a escola então tem que dialogar com essas coisas todas que são valores indígenas mas a escola tem também dialogar com uma forma de sobrevivência diria sim sustentável é para os nossos povos estão sintetizando é o que estou querendo dizer a escola então não é não deve ser
na minha opinião a agência simplesmente para ensinar de tradição indígena a escola é um espaço de tradição diz na virada de logar com outros conhecimentos visando valorizar e fortalecer as nossas tradições mas também via viabilizar nossos projetos societário de vivência de sobrevivência do nosso pólo dentro das nossas dos territórios dito de outra maneira ainda a escola e os currículos e os planejamentos escolares têm que dialogar com a ge a gestão territorial os povos indígenas e por fim eu queria dizer assim que que apesar não é já de algum tempo de algumas décadas nós estamos discutindo
a educação escolar indígena diferenciada eu vejo em grande medida que uma parte muito grande das escolas e dos próprios do corpo docente das escolas indígenas ainda continuam em alguma medida reproduzido aquilo que o joão apresentou aqui o joão rodolfo apresentou aqui como pedagogia tradicional então os professores continua apegado à a práticas extremamente tradicionais há valores que por exemplo é só para dar um exemplo da coisa né o objetivo último da escola acaba sendo aprovar ou reprovar o interesse em aprender e ensinar acaba sendo secundário ou quase que desaparecem porque o objetivo último da escola é
aprovar ou reprovar no mundo e aí a gente observa então as escolas indígenas que nós chamamos de diferenciadas e produzindo aqueles velhos aquelas as práticas e equívocos né de punir né de aterrorizar alunos e de transmitir o conhecimento totalmente descontextualizado de tal forma que os estudantes acabam se sentir não sentindo bem na sala de aula nos espaços escolares e no final das contas os alunos preferem estar em outros lugares porque a sala de aula acaba sendo um lugar extremamente antipáticos e aí cabe a nós então é tentar dar um reviravolta nisso para fazer acontecer a
educação é diferenciada e eu diria então que haja uma educação diferenciada no formato que nós pensamos estamos tentando construir pode ser um laboratório inclusive para a educação brasileira partindo do princípio de que a educação nacional é uma educação problemática muito problemática nós podemos ter um laboratório para a educação nacional e talvez assim eu não quero ser potente para dizer que a educação escolar indígena diferenciada pode ser um laboratório internacional para se pensar em alternativa para a crise que está está posta então existe uma crise hoje de valores éticos e valores morais e valores ambientais nem
até está aquecendo os rios estão poluídos e tão poluídos e as florestas estão sendo devastadas e aí nós estamos dizendo que isso tá errado não só nós os nossos antepassados já diziam que isto tem nada que precisa rever nós estamos dizendo que nós temos que fazer planejamento nas nas escolas com o objetivo de fazer essas discussões tentar reverter a situação para o bem dos povos indígenas e podemos dizer que também para o bem da humanidade porque se a humanidade está angustiada né com todas as crises colocada sair pelo progresso pelo aparente progresso então cabe agora
nós reencantar mas tudo o que foi disse desencantado historicamente e aí nós então temos que o dever nós professores o dever de ressignificar os conhecimentos contextualizar os conhecimentos e os planejamentos nossos contextos águas novas realidades com as nossas tradições que os nossos hábitos com os nossos costumes e trazer sem mais sentido de fato mais vida para dentro da escola é para que a educação não se restrinja a quatro paredes se conhece diz simplesmente reprodução de conhecimentos que estão dados prontas e acabadas então é isso eu acho eu considero que nós temos assim um compromisso com
nossos antepassados que é o compromisso então de darmos seguimento ao que foi construído historicamente pelos nossos antepassados dá prosseguimento mas obviamente considerando que sempre as tradições serão atualizadas no diálogo com o presente é isso que eu queria dizer inicialmente obviamente que tem muita coisa para ser dito para ser expresso mas eu penso que com o tempo a gente vai colocando inclusive eu não estou aqui de forma alguma na posição de querer ensinar né eu estou na posição de aprender e ensinar e eu diria que todos nós estamos aqui exatamente nessa posição quem saiu brigado