hoje e vamos agora para o capítulo 2 o círculo vicioso do preconceito linguístico nós vimos no capítulo anterior vários mitos que são transmitidos e perpetuados em nossa sociedade essa transmissão ocorre no chamado círculo vicioso do preconceito linguístico este círculo se formaria pela união de três elementos que seriam a gramática tradicional os métodos tradicionais de ensino e os livros didáticos e a gramática tradicional acaba inspirando né a prática de ensino essa prática de ensino vai provocar o surgimento da indústria do livro didático e os autores deste livro didático acabam fechando o círculo uma vez que eles
acabam recorrendo a própria gramática tradicional como fonte de concepções e teorias sobre a língua a mais alta Instância Educacional do país o Ministério da Educação tem feito esforços louváveis para provocar uma reflexão sobre os temas relativos à ética EA cidadania plena do indivíduo e isso para estimular uma postura menos dogmática e mais flexível por parte pelo menos das escolas públicas os já citados parâmetros curriculares nacionais reconhecem que existe muito preconceito decorrente do valor atribuído as variedades padrão o Sigma associado as variedades não-padrão consideradas inferiores ou erradas pela gramática essas diferenças não são imediatamente reconhecidas e
quando são são objeto de avaliação negativa para cumprir bem a função de ensinar a escrita EA língua padrão a escola precisa livrar-se de vários metros o de que existe uma forma correta de falar ou de que fala de uma região é melhor do que é de outras o de que a forma correta é a que se aproxima da língua escrita ou de que o brasileiro fala mal português onde que o português é uma língua difícil de que é preciso consertar a fala do aluno para evitar que ele escreve errado essas crenças insustentáveis produziram uma prática
de mutilação cultural agora Apesar de nós encontrar nos isto nesses documentos normativos né é importante um beijinho desse voltar também para a efetivação ou não né dessa desse ponto de vista na própria prática dos professores em sala de aula muitas editoras vem tentando produzir um material didático mais compatível com as novas concepções pedagógicas e o próprio PNLD o plano nacional do livro didático tem contribuído também para uma revisão das formas tradicionais de elaboração desse tipo de livro Aparentemente parece que os livros didáticos deram um bom passo adiante no combate ao preconceito linguístico quase todas as
coleções avaliadas e aprovadas pelo PNLD em suas últimas edições trazem algum momento uma discussão sobre variação linguística e preconceito linguístico no entanto muitos desses livros didáticos deixam muito a desejar No que diz respeito é de vista teórico e principalmente terminológico esse por causa da confusão permanente entre Norma padrão e Norma culta hora porque os autores que elaboram livros didáticos em que se prega o reconhecimento e o respeito da avaliação linguística livros concessões tão boas dedicadas à leitura e à produção de textos continuam apegados a tradição do ensino transmissivo e acrítico da doutrina gramatical é que
os preconceitos como bem sabemos se empregam de tal maneira na mentalidade das pessoas que as atitudes preconceituosas se tornam parte integrante do nosso próprio modo de ser e de estar no mundo por isso é importante nós temos aqui um trabalho lento continue e profundo de conscientização para que se comece a desmascarar os mecanismos perversos que compõem a mitologia do preconceito o mais respeitado e renomado e do preconceito linguístico por meio de comandos paragramaticais no Brasil foi durante longas décadas o Professor Napoleão Mendes de Almeida até falecer no começo de 1998 aos 87 anos ele nunca
escondeu sua intolerância e seu autoritarismo em suas colunas jornal e é fácil verificar os mais de 600 páginas de seu dicionário de questões vernáculas como ele foi e ainda é aclamado por muitos como um defensor intransigente da língua parece oportuno aqui é Marcos Wagner mostrar de que maneira eles e seu essa sua defesa o verbete vernáculo do citado dicionário começa assim os delinquentes da língua portuguesa fazem do princípio histórico quem faz a língua é o povo verdadeiro moto para justificar o desprezo de seu estudo e sobre a mágica o vocabulário esquecidos de que é falta
de escola é que ocasiona transformação a deterioração o apodrecimento de uma língua cozinheiras e babás engraxates trombadinhas vagabundos criminosos é que devem figurar segundo esses derrotistas como verdadeiros Mestres e nossa sintaxe e legítimos Defensores do nosso vocabulário baixo desse parágrafo pessoal para demonstrar que além do preconceito linguístico de Napoleão Mendes de Almeida está aí manifestado um profundo preconceito social para Napoleão Mendes de Almeida a literatura brasileira morreu em 1908 junto com Machado de Assis toda a vasta produção do modernismo e dos períodos seguintes seria para ele merecedora do mais profundo desprezo na mesma linha de
Conduta preconceituosa se encontra o livro é mas de Luiz Antônio sacconi nós temos aqui 420 páginas para quem deseja ver em letra impressa a perpetuação de todos os preconceitos que examinamos a primeira parte deste livro justamente os mitos né pessoal o livro não tenho mais remoto critério de organização ou supostos erros são encadeados causticamente um após o outro sem nenhuma distribuição baseada em tipos de erros ortográficos fonéticos sintáticos morfológicos nem a mais elementar ordem alfabética de assunto mas o pior de tudo é a enxurrada de expressões preconceituosas que inundam livro de ponta a ponta um
dos públicos mais atacadas o que impôs a Cone sua gramática né em seu livro não erre mais é justamente o público dos Jornalistas e como se não bastasse o ataque que ele faz aos jornalistas ele não hesite em ofender preconceituosamente outros segmentos sociais para ele a regência namorar com é coisa de italianos para ele a forma Penha usada só pode existir na fala pois o correto na escrita seria p o nada e aconselha os peões aqui tem um bom senso de trocar essa forma pela outra quando escrevem se é que escrevem mostrando na sua opinião
que todo peão é necessariamente analfabeto o mesmo acontece em relação aos erros supostamente cometidos por caminhoneiros caminhoneiros contudo incansáveis trabalhadores merecem todo perdão deste mundo sacconi aceita a crença primitiva e ingênua de que a palavra e objeto a que ela se refere são uma e amei o seu forma da palavra está errada o objeto não existe falando do nome Antártida ele disse Eis aí uma região do Globo que em verdade não existe é porque para ele né só existir e o Antarctica E se alguém diz cantar Tida não existe ao comentar o deslize de um
repórter de televisão que pronunciou ibero em lugar de ibero ao referir-se a um Festival de Rock sacconi afirma esse festival garantimos não existiu e ao condenar o uso do artigo adiante do nome da cidade de Franca conforme tradição antiga entre os lá nascidos na frase moro na Franca que ele rebate não mora ele Condena usos que já estão muito consagrados há muito tempo a na Norma literária real e não na fictícia que só ele conhece o José x já e os nos mais diversos dicionários e na obra de muitos escritores de reconhecido talento ele tenta
impor formas arcaicas que causariam estranheza qualquer falante bem instruído e abolir Construções que são perfeitamente aceitáveis resultantes das inevitáveis transformações porque a língua passa como é fácil concluir o livro não é ruim mais está repleto de erros erros de descrição dos fenômenos linguísticos e sobretudo erros de Conduta preconceituosa e nada ética podemos dizer portanto usando as palavras do próprio sacconi que seu livro não passa de um verdadeiro festival de asneiras o personagem bíblico Josué para provar aos inimigos que Deus estava ao seu lado manda o sol interromper seu curso pelo céu e o só obedecem
nos dias de hoje aqui no Brasil também existe um Josué que sonha em a interromper o curso da língua petrificando a sobre a forma da Norma padrão tradicional seu nome todo é Josué Machado além de escrever em diversas revistas é também autor de um livro chamado manual da falta de estilo tanto quanto sacconi senão até mais né José Machado tem que dar suas lições de bom português recorrendo a piadas grosseiras a humor nada engraçado e de modo previsível extremamente preconceituoso seu preconceito contra as mulheres e os homossexuais frequentemente Expresso no livro se sintetiza na seguinte
passagem na qual ele procura explicar o uso da expressão dar à luz em geral o objeto direto que é criança o animal Nascente fica oculto ela deu um filho a luz e já se sabe pela natureza da fêmea no bom sentido que ser ela e fez o fará vira a luz faltará saber apenas o sexo o que nem sempre fica claro nem muito muito muito tempo depois além se referir às mulheres como fêmea Josué Machado fazendo Eco aos senso como mais retrógrado confunde e sexo com orientação sexual como se uma criança normal ao nascer não
tivesse o sexo biológico definido a última investigação que trata aqui do preconceito linguístico nos comandos paragramaticais Que bug nos traz nesse capítulo né é a investigação de uma coluna de jornal chamada dicas de português assinada por Dad squarisi Esta senhora tem escrito nos últimos anos algumas das coisas mais estúpidas jamais ditas acerca da Língua Portuguesa e e sua milenar história Marcos bagno nos traz aqui um texto título em português o caipirês publicado no Diário de Pernambuco de quinze de novembro de 1998 ele vai utilizar esse texto aqui para trazer as suas análises Fiat Lux e
a Lucy fez Clareou este mundão cheinho Jeca status a direita a esquerda à frente atrás só se vê uma paisagem caipiras caipiras e mais caipiras alguns deslumbrados outros desconfiados um só um iluminado pobre peixinho Fora D'água tão longe da Europa mas tão perto de Paulistas cariocas baianos e Maranhenses e antes tarde do que nunca a definição do caráter Tupiniquim lançou luz sobre um quebra-cabeça que atormenta este país capiau desde o século passado que língua falamos a resposta veio das terras lusitanas falamos o caipiras sem nenhum compromisso com gramática portuguesa no vale-tudo eu era tu era
nos era eles Era por isso não fazemos concordância em frases Como não se ataca as causas ou vende-se carros na língua de Camões o verbo está enquadrado na lei da concordância sujeito no plural o verbo vai atrás sem choro nem vela os sujeitos causas e carros estão no plural o verbo vaquinha de presépio deveria acompanhá-los mas se faz de morto O Matuto ingênua passa batido sabe porque o sujeito pode cerati ao vivo ativo prática ação expressa pelo verbo os caipiras que é o sujeito desconhecem que ação o outro lado passivo sofre ação o outro lado
que é o sujeito é desconhecido ação pelos caipiras reparou o sujeito o outro lado não pratica a ação há duas formas de construir a voz passiva com verbos ser a passiva analítica a cultura Caipira é estudada por isso aí estas os carros são vendidos pela concessionária com o pronome se nós temos a passiva sintética estuda-se a cultura Caipira vendem-se carros no caso não aparece o agente mas o sujeito está lá passivo mais firme dica use o truque dos tabaréus cuidadosos troca passiva sintética pela analítica e faz a dança com o sujeito vende-se casas ou vendem-se
casas casas São vendidas logo vendem-se casas não se ataca ou não se atacam as causas as causas não são atacadas então não se atacam as causas Face ou fizeram se a luz a luz foi feita Face à luz firmou-se ou firmaram-se acordos acordos foram firmados firmaram-se acordos na dúvida não botei recorreu Truck só assim você chega lá e ganhe um passaporte para o mundo a Deus caipira lândia é o que mais impressionou a base nesse texto foi o seu poder de síntese em poucos parágrafos A autora conseguiu reunir praticamente todos os chavões rançosos que compõem
a mitologia do preconceito linguístico os preconceitos sociais e étnicos também foram devidamente contemplados o preconceito já se manifesta no título português ou caipiras a partir daí como milho de pipoca em óleo quente por lá vão as palavras de conteúdo semântico fortemente preconceituoso mundão Jeca status caipiras caipiras e mais caipiras deslumbrados do pinguim capiau caipiríssima tu tabaréus caipira lândia é ou não é um poderoso trabalho de síntese a questão da partícula se enunciados do tipo vende-se casas vem sendo investigada há muito tempo nos estudos gramaticais e linguísticos brasileiros o que todos os estudiosos e aqui na
língua falada no Brasil no português brasileiro ocorreu uma reanálise sintática nesse tipo de enunciado Isto é o falante brasileiro não considera mais esses enunciados como orações passivas sintéticas não é porque somos caipiras Jeca está Torres má todo soltar vários é porque a língua muda com o tempo segue seu curso ela se transforma afinal se não fosse desse modo ainda estaríamos falando latim na verdade falamos latim um assim que sofreu tantas transformações que deixou de ser latim e passou a ser português da mesma forma português do Brasil queiram os puristas ou não também está se transformando
em um dia Daqui alguns séculos será uma língua diferente da falada em Portugal mais diferente do que já é análise de Dad squarisi é de uma comovente pobreza pois ela só leva em conta o critério se e reduzindo esse critério a um jogo de supostas equivalências é atitude comum do gramático tradicionalista que encarar língua como objeto descontextualizado inerte congelado morto fora do tempo fora do espaço independente das pessoas que a falam e nós finalizamos aqui os estudos deste Capítulo Bons estudos a todos e até a próxima E aí Olá senhoras e senhores a língua parada
por Camões e por Louis vai no Brasil e mal a pior e bom então até oficialmente inflamar a palavra português quando a era dependente do segmento inexistente as duas décadas digita num colégio de São Paulo o mais a famato deles pelos anos de existência e pela história de sua Fundação foi pelo diretor de vaco assado suas questões e após apresentação e a cada um deles tem uma volta Sábado um beijo é uma sequência de Amarilys cada qual com o nome da disciplina e do uma pessoa que aí guardar para seus pertences pode o armário do
professor de português e como havia a ação comunicação e a caspa eu não perguntei o que que a todos o casacos ouvintes pergunto aqui a língua parada na Inglaterra a parada na França a falar em muitos países têm todas elas o próprio nome para distingui-las e a limpar a nossa terra não tem o jogador conhecido da nossa língua repousa hoje neste procedimento sua origem teve as primeiras raízes há 61 anos quando a quarta revolução contra São Paulo foram criadas as férias de julho o amor igual pilha e primeiro de fevereiro o a 30 de novembro
não me quer para o lado com feriados dias de maquiagem mais do que comemorativo E aí a empregamos agora a palavra comunicação de formatou com correta e os meios de comunicação constituídos por empréstimos em estações de rádio e canais de divisão pele então este aqui ó mensurável de conhecida já parou mal já parou bem e a linguagem é a arma desses meios com essa arma o mundo topo é atingido e quando te traga do mal e idosos a mente e e não prendemos porém Em substituição da palavra português o senhor sejamos de festa imperativo disso
em comunicação Nacional na Vila divisão e vem porque tá um beijo e impressos rádio televisão parece marcou gaste uma vez de barato do nosso idioma sem custo primário sólido sem passar secundária séria sem contigo da língua para criar tem exerce essas profissões deixa-se dominar pelo fluido no nosso brigadeiro e expõe a público ele e toda sorte léxicos festividade qos E aí aparece um nojento Reco o repórter o Rio Pomba um mandei eles saírem isso e em vez de mangueira e os sair e estoura bumbum se papai ver o a investir de papai vídeo e outras
parvoíces pode ser que da televisão aparece a palavra escrita na tela com todas as letras recorde e eu vou contornar régua que nome dar a esse procedimento é E aí E aí eu não faço careta nenhum gesto saber curso aqui aqui digitais e diz lápis pode colocar procedimento inútil da profundeza das raízes das ofensas acima compradas no idioma o mal não se desliga não mais geração em duas justificação implica com sedimento governamental imediato e permanente para que daqui a três gerações haja do Brasil com o Bernardino Bruno agradável imponente como odiar muito existente em diversos
países e e no rádio e na televisão podemos encontrar o entrevistador conhecedor do idioma mas que dizer que o português das pessoas que ele entrevista tratante e um esportista seus erros de técnica esportiva podem ser corrigidos quase imediatamente mas os erros de português do entrevistador e do entrevistado exige anos para comprar Cristo Rei os profissionais da política se podemos chamar o Rich que a provisão a nave está objetos do Mal causado pela fraqueza do curso primário e pela resistência do secundário no tocante ao estudo da gramática ainda que tenha feito o curso superior de libra
não tem o político segurança no seu discurso a Sérvia somente frango a busca autodidaticamente e E aí [Música]