No Brasil, existem 72,5 milhões de pessoas inadimplentes, que acumulam, ao todo, 397,5 bilhões de reais em dívidas. Seria como se cada uma delas devesse quase 5. 500 reais.
E quem paga essa conta? Se você respondeu que são os bancos, está totalmente enganado. Na verdade, essa fatura bilionária é dividida entre todo mundo que paga suas contas em dia.
Tendo milhões de cidadãos com educação financeira zero e programas de ampliação de crédito que mais incentivam o acúmulo de boletos, o Brasil se vê em um ciclo vicioso da inadimplência, onde quem de fato leva o calote é o bom pagador. Com a capacidade de definir a concessão de crédito e os juros, a alta taxa de inadimplência no Brasil vem nos afundando para um cenário econômico cada vez mais difícil. Mas quem são os inadimplentes do Brasil?
E como você paga pelo calote dos outros? Esse vídeo é em parceria com a Nomad, a melhor conta internacional para você viajar, comprar e investir no exterior. Abra sua conta agora no QR Code da tela e use o código ELEMENTAR no cadastro e ganhe até 20 dólares de cashback na sua primeira operação de câmbio.
Desde 2020, no começo da pandemia, o número de dívidas atrasadas há mais de um ano vem crescendo sem parar. Em 2023, 46% delas estavam atrasadas há mais de dois anos. De acordo com o Mapa da Inadimplência do Serasa, o Brasil tinha, em junho de 2024, 43,99% da sua população com débitos em atraso.
Os estados com mais inadimplentes, naquele momento, eram o Rio de Janeiro, com 54,3%, o Distrito Federal com 52,8%, e o Mato Grosso com 52,3% de pessoas devedoras. E, de acordo com o Serasa, o desemprego e a redução da renda são os principais responsáveis pelo endividamento dos brasileiros. No entanto, uma pesquisa realizada pelo Google em parceria com o Instituto Quantas revela que a alta da inflação e o aumento dos impostos, também têm um peso grande nesse cenário.
Essa situação tem causado um aumento nas dívidas relacionadas às contas básicas, como água, luz e gás. E 74% delas estão atrasadas há, pelo menos, um ano. Muita gente já teve a água ou a energia cortadas, mas ainda não conseguiu se reequilibrar.
Devido à dificuldade para quitar essas despesas essenciais, muitos brasileiros aumentam o uso do cartão de crédito, que se transformou na principal causa de inadimplência no país: desde 2018, 55% das dívidas são de não pagamento de cartão. Em 2023, das dívidas contraídas usando o cartão de crédito, 59% delas correspondiam a compras de supermercado. Mas além do desemprego, dos preços altos e do tanto que pagamos em impostos, esses números tão altos de endividamento estão associados à falta de educação financeira no Brasil.
Em 2018, apenas 35% dos adultos eram financeiramente educados. De acordo com a Agência Senado, “O analfabeto financeiro faz parcelamentos ignorando o peso dos juros no preço final. Entra no cheque especial e paga apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito sem perceber que em ambas as situações, está contraindo empréstimo — e empréstimo caro.
Deixa o dinheiro parado na conta-corrente e não aplica em investimentos. Por vezes, nem sequer poupa. Tais comportamentos estão presentes em todas as classes sociais.
” A dívida acaba se tornando um redemoinho de problemas. A cobrança da taxa de juros aumenta a dívida, e isso torna cada vez mais difícil não só pagar o débito, como também conseguir empréstimos e financiamentos no futuro. Essa situação afeta não apenas as finanças, mas também a saúde e todos os relacionamentos dessas pessoas.
Segundo um levantamento do Serasa, em parceria com o instituto Opinion Box, cerca de 83% dos inadimplentes brasileiros sofrem de insônia devido à preocupação com as dívidas e esse mesmo percentual viu sua vida social mudar. 62% deles sentiu o impacto das dívidas no próprio casamento, 36% se afastaram dos amigos, e 31% deixaram de frequentar reuniões familiares. Pra especialista Denise Valle Machado, psicóloga e analista social do Projeto de Apoio às Famílias em Situação de Superendividamento: “É comum, tanto na literatura quanto no nosso projeto, citarem esses sintomas: insônia, tristeza, medo de não dar conta, conflitos com a família ou com pessoas do entorno.
Então, também impacta nas relações conjugais, de amizade e no âmbito do trabalho, na produtividade ou até na dificuldade para conseguir emprego por estar com o nome nos órgãos de restrição ao crédito. Ou seja, esse tema pode interferir em todas as áreas da vida das pessoas”. No entanto, o impacto das dívidas vai além da esfera pessoal e afeta toda a sociedade.
“Altas taxas de inadimplência podem afetar a disponibilidade de crédito, aumentar os custos de empréstimos e prejudicar o crescimento econômico. Portanto, mitigar a inadimplência não beneficia apenas os devedores, mas também é crucial para a saúde financeira geral da sociedade. ”, afirma o Portal do Investidor.
Mas, como isso acontece? Até onde as dívidas de um indivíduo podem impactar toda a sociedade brasileira? Quando o número de inadimplentes em um país é alto isso faz com que eleve o risco para bancos e instituições que passam a conceder menos crédito no país todo.
Isso provoca o enfraquecimento do mercado financeiro, já que o mercado de crédito é uma importante fonte de financiamento de consumo, quando ocorre a desaceleração de créditos isso afeta consumidores e empresas de adquirir bens, realizar investimentos e reorganizar contas. Ao mesmo tempo, se há uma alta de devedores, as taxas de juros tendem a aumentar. Isso acontece porque, quando muitas pessoas não pagam o dinheiro que pegaram emprestado, o banco perde muito dinheiro.
Para recuperar esse dinheiro, o banco aumenta os juros. Com isso, o banco não só cobre as perdas dos clientes inadimplentes, mas também consegue obter lucros e se manter solvente, podendo emprestar para outras pessoas. E especialmente os bancos públicos, que historicamente emprestam dinheiro para os setores menos inadimplentes, em alguns momentos precisam subir a taxa de juros quando a inadimplência sobe, porque são eles que financiam as atividades produtivas que movem o país, como a indústria e o agro.
Se eles absorvem essa perda financeira, duas coisas acontecem: primeiro, eles ficam menos líquidos, ou seja, têm menos dinheiro para ajudar os setores que mais empregam e fazem o país crescer; e, segundo, o prejuízo desses bancos é pago pela população em geral, exatamente por serem bancos públicos. Por isso o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal também pressionam pra que a taxa básica de juros fique alta. E quanto maior essa taxa, chamada Selic, maior a taxa de juros cobrada por todas as instituições financeiras e as grandes varejistas, que vendem a prazo, do país.
Atualmente com a taxa de juros básica em 10,5%, o Brasil possui a segunda maior taxa de juros entre as quarenta maiores economias do mundo. E isso você percebe quando financia qualquer coisa, seja uma casa, seja um celular, uma máquina de lavar, ou quando pede dinheiro ao banco. O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou: “A dívida não é alta porque o juro é alto.
É o contrário, o juro é alto porque a dívida é alta. ” Com os juros altos, o crédito se torna mais caro, e pegar dinheiro emprestado fica mais difícil para toda a população e pras empresas. Com isso, investir fica mais caro e a oferta de empregos diminui.
Os juros altos também diminuem a receita das grandes redes que vendem a prazo, elas contratam menos pessoas, e o que se cria é um ciclo vicioso, gerando o que os economistas chamam de Ciclo de Recuperação. Pra piorar, algumas empresas que obtiveram empréstimos antes do aumento da taxa, numa negociação atrelada à taxa Selic, têm que lidar com uma dívida maior do que estavam programadas, e, consequentemente, aumentam os preços dos seus produtos. Assim, todos os bens, de imóveis a chocolate, ficam mais caros, desestimulando o consumo.
Desta forma, a taxa de juros cobrada pelos bancos para compensar as perdas dos maus pagadores é paga não por eles, mas por toda a população. E é dessa forma que os clientes pontuais acabam prejudicados e arcando com juros altos, mesmo estando em dia com suas contas. Mas como fazer pra que esse ciclo acabe?
Quais as principais ações que o Brasil tem tomado pra resolver esse problema? Para que este ciclo acabe é necessário que quem deve consiga pagar suas dívidas. Só que o Serasa mostra que essas pessoas não pagam, na maioria das vezes, por terem perdido o emprego, e muitas vezes já estão até com os serviços básicos cortados.
Isso faz com que elas precisem de ajuda pra quitar essas dívidas, e a criação da recuperação de crédito, um processo das instituições financeiras para acabar com as dívidas dos clientes é essencial pra isso. Esse processo, em alguns casos, apoiado pelos governos, em outros patrocinados por entidades bancárias ou de proteção ao crédito, pode incluir uma série de ações pra diminuir as perdas e recuperar o máximo possível dos valores devidos, mas atenuando a taxa de juros abusiva que muitas instituições financeiras cobram, de maneira que o débito não fique impossível de se pago com o passar do tempo. Em 2022, o foco do programa Vá pro Azul, do governo federal junto à Federação Brasileira de Bancos, a FEBRABAN, eram as pessoas que recebiam até 2 salários mínimos, e que estavam inadimplentes, e que conseguiam até 90% de desconto nos seus débitos.
Já o Desenrola Brasil, criado em 2023 contemplou brasileiros com renda de até dois salários ou inscritos no CadÚnico com dívidas de até R$ 20 mil obtidas entre 2019 e 2022. E também pessoas com renda mensal de até R$ 20 mil que puderam negociar suas dívidas diretamente pelos bancos credores. Em março de 2024 a FEBRABAN resolveu fazer um mutirão para negociar as dívidas que mais acometem os brasileiros: as do cartão de crédito, cheque especial, empréstimo pessoal e crédito.
Já o Desenrola Pequenos Negócios, voltado para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, oferece negociação de dívidas sem limite para valor ou tempo de atraso do pagamento para quem queira aderir. Ainda tem o Serasa Limpa Nome, que funciona para todos os brasileiros e permite negociar uma dívida em até 3 minutos sem sair de casa. Só que, apesar de esses programas ajudarem milhões de brasileiros honestos que não conseguiriam, de outra forma, ter o nome limpo e recuperar o crédito, eles também criaram na população, ao longo dos anos, uma falsa sensação de “conseguir tirar vantagem quando não pagam suas dívidas.
Mas como, então, evitar que tanta gente viva endividada, as taxas de juros estejam sempre tão altas e o país inteiro sofra as consequências? A grande saída pra tudo isso é educação. Bom, pra começar que o número de brasileiros que nunca tiveram educação financeira nas escolas é de 93%.
Desde 2010, nós contamos com a ENEF, Estratégia Nacional de Educação Financeira, uma política pública que uniu o Banco Central, o Ministério da Educação e a Secretaria Nacional do Consumidor para promover a educação financeira no país com criação e execução de projetos que disseminem o conhecimento financeiro no país, envolvendo escolas, bancos e empresas públicas e privadas. Ela ainda instituiu um Comitê Nacional de Educação Financeira, responsável por definir os planos e coordenar a execução das estratégias. Tudo isso parece lindo no papel, mas e na prática?
Para acabar de vez com o ciclo de dívidas, não basta só ter programas que ajudem a limpar o nome e comitês de ensino que planejam as estratégias da educação financeira. É preciso entender como o dinheiro funciona e qual a melhor saída para a SUA situação. Cada um tem sua realidade, embora alguns coaches financeiros aqui do YouTube gostem de colocar todo mundo no mesmo saco dizendo que em 6 meses qualquer um consegue ganhar 1 milhão de reais.
Mas a questão é, o brasileiro QUER aprender alguma coisa de finanças? Apesar das fábulas que alguns dizem por aí, aprender o básico sobre finanças está mais acessível do que nunca. Se 93% da população nunca teve educação financeira na escola, hoje mais de 87% das pessoas têm acesso à internet.
Então, por que não começar a fazer escolhas financeiras inteligentes agora? É por isso que eu recomendo a Nomad, uma conta internacional onde você vai dolarizar seu patrimônio e investir no exterior. Assim, você garante uma rentabilidade sólida e se protege da inflação brasileira, que desvaloriza o real cada vez mais.
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E pra entender como funcionam as fraudes com cartões alimentação e vale transporte, num típico caso do jeitinho brasileiro, confere esse vídeo aqui que tá na tela. Então aperta nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse vídeo é isso, um grande abraço e até mais.