Brasil, O PARAÍSO dos Banqueiros

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Estúdio 5° Elemento
ERRATA: Aos 7:57 do vídeo, a foto que aparece não é de Fernando Roberto Moreira Salles Junior, mas d...
Video Transcript:
Ó, pode esquecer aquela ideia de montar o seu próprio negócio e construir um patrimônio pra família, a não ser que o seu negócio seja um banco. Nós vivemos no paraíso dos banqueiros. A agiotagem oficial é o único negócio que prospera por essas bandas.
Eu sei que você deve estar pensando que isso é normal, que é assim no mundo inteiro, mas não é. Saiu a lista da Forbes com as maiores fortunas do mundo. E analisando com uma lupa, descobrimos que aqui no Brasil a máquina de sugar o seu dinheiro e mandar pra caixa forte dos rentistas, dos especuladores, dos usurários legais, os donos do país, está a todo vapor.
Os Estados Unidos concentram a maior parte dos bilionários do mundo. Isso todo mundo já sabe, né? São mais de 900 bilionários por lá, enquanto aqui temos apenas 55.
Na segunda posição vem a China com 465 e a Índia aparece em terceiro com mais de 200 bilionários. Antes de mais nada, é preciso que você tenha mais ou menos uma noção de quanto significa 1 bilhão. Suponhamos que uma pessoa ganhe 10.
000 por mês e um ano são 120. 000. Ao fim de 100 anos, se ela tiver viva, terá ganhado 12 milhões.
Vai, vamos contar também que ela tem a 13º 13 milhões. Dinheiro de uma vida, né? Mas para chegar no tão sonhado bilhão, faltaria a bagatela de 987 milhões.
O cara precisaria de 76 vidas para ganhar 1 bilhão. E se já é difícil imaginar 1 bilhão, para e pensa que Elon Musk, o primeiro da lista Forbes, tem um patrimônio de 224 bilhões. Ah, e tem um detalhe importante, a gente tá falando em dólar, viu?
Então, convertendo a grana do dono do X, a gente chega a um total de Rhão344 bilhões deais, tá bom para você? Então, de agora em diante, saiba que todos os valores aqui nesse vídeo serão dados em dólares, tá bom? Até para facilitar, se 1 bilhão já é complicado, o que se dirá da casa dos trilhões, não é mesmo?
Bom, continuando. Depois de Elon Musk, vem o dono da Amazon, Jeff Bezos, com 197 bilhões de patrimônio. Na terceira colocação, temos Mark Zuckerberg com patrimônio de 181 bilhões.
Mas não vamos ficar aqui listando os nomes dos homens e mulheres mais ricos do mundo, né? A questão é entender como eles conseguiram amealhar as suas fortunas e comparar com os bilionários brasileiros. Elon Musk tira os seus bilhões basicamente de duas empresas, a SpaceX e a Tesla.
Jeff Bezos é o dono da Amazon. Zuckerberg foi o fundador do Facebook. E seguindo na lista dos americanos, temos Larry Allison, dono da Oracle, uma empresa de softwares.
Warren Buffet, o dono da Berkshire Hatway Inc. , que por meio das suas subsidiárias atua nos negócios de seguros, transporte ferroviário de carga e serviços públicos em todo o mundo. Larry Page e Sergei Brin, sexto e sétimos da lista, são os fundadores do Google.
Preciso dizer alguma coisa? Não, né? E nos dois penúltimos lugares, entre os 10 mais ricos dos Estados Unidos, temos o maior acionista da Microsoft, o Steve Bmer, e Bill Gates, que foi o seu fundador.
Por fim, Michael Bloomberg, dono da Bloomberg, empresa de tecnologia voltada para o mercado financeiro. Vale uma curiosidade aqui. Bill Gates, que desde 1990, por quase duas décadas, ocupou a posição da pessoa mais rica ou a segunda mais rica na lista anual da Forbes, caiu de posição, entre outros motivos, por conta do seu divórcio com a Melinda Gates.
Fica a dica aí, hein? Divórcio não é bom negócio, não. Mas voltando ao nosso assunto, percebam que a maioria dos bilionários dos Estados Unidos conseguiram as suas fortunas investindo em tecnologia.
Isso acontece também na China. Entre os 10 mais ricos da China, cinco estão ligados a empresas de tecnologia. Zanging, o maior bilionário dentre os chineses, é o fundador do TikTok.
Marahuating fundou a Tenset, empresa de games online. Lei Jun é o CEO da Xiaomi, fabricante de produtos eletrônicos como celulares e outros gadgets. Colin Han é dono da PDD Holdings Pinuo Duo, uma plataforma de comércio eletrônico que permite aos usuários participar de transações de compra em grupo.
Kaxim investe nas áreas imobiliária, portuária, energética e de telecomunicações. Robin Zen é o dono da CATL Contemporary Empirex Technology, empresa de tecnologia e fabricante de baterias. Jack Ma é o dono da Alibaba, que todo mundo conhece, empresa ligada a vendas pela internet.
O démo mais rico da China é Heianjan, dono da Media Group, uma empresa de comunicação. Na Índia, os bilionários são polivalentes. Mukesh Ambani, o homem mais rico da Índia, é presidente da maior corporação do setor privado do país, a Reliance Industries, presente no setor de petróleo e gás, telecomunicações, varejo e serviços financeiros.
Bom, e esse aí parece que tem um banco também lá. Gautan Adani, segundo colocado, é fundador do Adani Group, um conglomerado multinacional indiano com sede em Ahmedabad. Fundado em 1988 como uma empresa de comércio de commodities, os negócios do grupo incluem gestão marítima e aeroportuária, geração e transmissão de eletricidade, mineração, gás natural, alimentos, armas e infraestrutura.
Ufa, hein? Mas e no Brasil? É comum a gente ouvir falar que o brasileiro é invejoso e não gosta de ver ninguém prosperar.
Mas aqui entre nós, eu acho que talvez seja assim, porque os nossos bilionários não inspiram. Entre os 10 brasileiros mais ricos, todos bilionários, não temos ninguém no ramo da tecnologia, a não ser o sócio do Zuckerberg no Facebook, Eduardo Saverin, de 42 anos, que aliás é o primeiro da lista. Mas aí não conta, né?
O cara nasceu aqui, mas fez sua fortuna fora. E aí temos mais três que ganham dinheiro com a maior cervejaria do mundo. Um pedaço dela é brasileira, mas o grosso também vem de fora.
Incorporaram também outras empresas do setor alimentício, mas já já a gente fala sobre eles. Dos cinco bilionários restantes, quatro são banqueiros ou herdeiros de banqueiros. Pois é, é muito bilionário rentista para tanta miséria.
Com patrimônio líquido de 20,6 bilhões de dólares, Vick Safra e os seus quatro filhos herdaram a fortuna do falecido bancário brasileiro Joseph Safra e agora ocupam o segundo lugar na lista dos mais ricos do país. Jacob Safra é responsável pelo banco suíço J. Safra Sarazin, pelo Safra National Bank de Nova York e pelos imóveis da família nos Estados Unidos.
David Safra administra o Banco Safra no Brasil e as participações imobiliárias brasileiras do grupo J. Safra. Alberto Safra deixou a diretoria do Banco Safra em 2019 e mora em São Paulo.
Sim, você já ouviu falar bastante no Banco Safra, que já foi o centro de muitos escândalos e até condenado por cobrança de taxas abusivas em contratos de empréstimo e financiamento. O que se por um lado mancha a instituição, por outro não diz nada sobre a índole dos herdeiros. Esse vídeo não é sobre o caráter de banqueiros, mas sobre como no Brasil parece que só o capital especulativo tem chance de prosperar.
Alguns fatos desabonadores podem ser mencionados apenas para mostrar que nem sempre o sucesso financeiro num país rentista está relacionado ao mérito. Fernando Roberto Moreira Sales Júnior, de 77 anos, e o seu irmão Pedro Moreira Sales, são membros de uma das mais antigas famílias de banqueiros do Brasil e ocupam a sexta e sétima posição no ranking dos bilionários tupiniquins. Seu falecido pai, Walter Moreira Sales, foi o fundador do Unibanco e embaixador nos Estados Unidos.
Em 2008, Unibanco se fundiu com o Itaú, um dos maiores bancos comerciais do Brasil, criando o Itaú Unibanco, que se transformou no maior banco privado da América Latina. Sim, você conhece bem o Itaú Unibanco, né? é um dos que mais investe em publicidade.
Em 2024, a instituição teve o maior lucro da história dos bancos privados no país. Eu sei, o Brasil tá capengando, mas o Itau não perde, né? Se existe alguma relação entre esse lucro astronômico e o fato dos irmãos Moreira Sales terem doado mais de 2 milhões a candidatos da nova esquerda liberal progressista nas últimas eleições, a gente nunca vai saber.
Mas o que a gente sabe é que os Moreira Sales são acionistas majoritários da CBMM, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, principal fornecedora mundial de Nióbio. O grupo Moreira Sales tem 70% das ações, enquanto um consórcio japonês e sul-coreano tem 15% e um consórcio chinês tem outros 15. Para se ter uma ideia, o Brasil tem cerca de 90% das reservas de nióbilio do mundo.
Quando Bolsonaro falava sobre nióbil e era quase um mantra na sua campanha em 2018, houve uma enchurrada de críticas. A mídia caiu em cima. Quer dizer, o país não pode explorar tamanha riqueza em benefício da população, mas os irmãos Moreira Sales, que figuram entre os maiores bilionários do mundo e donos do maior banco privado da América Latina, para eles tudo bem, eles podem.
Será que é por esse tipo de coisa que os Moreira Sales apoiam e financiam candidatos de esquerda? Será que a tentativa de ridicularizar o Bolsonaro tem a ver com o fato de sua proposta ameaçar o que se parece muito com um monopólio? A gente nunca vai saber.
Outro banqueiro entre os bilionários brasileiros é o André Esteves. André Estaves começou sua carreira como estagiário no Banco de Investimentos Brasileiro, Pactual, e acabou adquirindo o controle do banco. Stevies vendeu o Pactual para o gigante bancário suíço UBS em 2006 por 3,1 bilhões, formando a subsidiária brasileira UBS Pactual.
Em 2009, ele vendeu o UBS Pactual pra empresa de investimentos BTG e tornou-se presidente do conselho e CEO da nova empresa chamada BTG Pactual. Sim, você já ouviu falar do BTG Pactual? Esse foi um dos bancos naquele pool de instituições financeiras, investidores privados, fundos de pensão e a Petrobras, a SE Brasil, que era promessa de alavancar o país ao primeiro mundo, com a exploração do pressal.
Alguém lembra dessa panaceia? Pois é, foi tiro na água. Fizeram muito barulho, mas o negócio deu um prejuízo danado.
Sabe como é que é, né? Banqueiro é banqueiro. André Esteves, agora entre os 10 mais ricos do país, pelo visto, se recuperou bem do golpe, né?
Ele é um daqueles sujeitos que sempre está rondando o poder público. Conseguiu a proeza de elogiar até o Rad como ministro da economia e nem ficou vermelho. Justo Rad, o taxa humana, aquele que não manja nada do assunto, como ele mesmo já confessou, né?
Quero também registrar que apesar de eu dar uns pitacos em economia de vez em quando, eu estudei dois meses de economia. Estudei dois meses de economia foi para passar no exame da PEC. Somos o paraíso dos banqueiros.
Olha só, o problema não é banqueiro ganhar dinheiro. É natural que os bancos encham o cofre quando todo mundo tá prosperando, inflando suas contas correntes. Não tem problema mesmo.
Mas quando o país inteiro tá quebrando e os bancos batem recorde de lucro com seus acionistas figurando na lista dos homens mais ricos do mundo, tem alguma coisa muito errada, né? Os bancos estão lucrando com a falência da classe média. Esse é o problema.
Quem disser que nunca pagou juros para banco, tá mentindo. Eu mesmo. Olha.
E se não tiver mentindo, deixa os contatos aqui nos comentários que eu preciso de umas aulas, viu? Enfim, aquela compra parcelada, aquele dinheiro emprestado para ajudar um irmão, aquele rombo no cheque especial ou no cartão de crédito para sanar a conta do supermercado. É daí que saem os bilhões dos bancos.
Ó, banqueiro ganha até quando a gente tá na pior. E claro, o governo ajuda, né? O crédito consignado do Lula é um belo exemplo.
Praticamente pegou a rentabilidade do FGTS do trabalhador e transformou em lucro para banco. O governo poderia liberar o saque do FGTS, mas preferiu usá-lo como garantidor de empréstimos bancários. Sacou a jogada?
Você faz um empréstimo no banco, claro, com juros, e o seu FGTS é a garantia. Ou seja, você trabalha a vida inteira pros bancos. O setor imobiliário também é uma mina de ouro, mas se você pensa que as imobiliárias ficam com a maior fatia do bolo, engana-se redondamente.
São justamente os bancos que ficam com o grosso do dinheiro. Mesmo quando há inadimplência num contrato, a instituição financeira pode tomar o imóvel. Juntos, os bancos acumularam um estoque de 79 bilhões em imóveis até novembro de 2024.
Tá bom? Aí vai ter banqueiro falando, reclamando que não consegue vender fácil. Imóvel é uma coisa difícil de vender, que eles assumiram o risco do financiamento.
Lá lá, aquela ladaainha de sempre, né? Banqueiro adora chorar. A verdade é que o dinheiro saiu do comprador que tinha o sonho da casa própria, pagou por três casas e foi parar lá no Caixa do Banco.
Simples assim. Se você comprar um carro financiado também vai pagar três. E sabe para onde vão os dois carros extras que você pagou e não levou, né?
Pois é. Agora escuta essa. Em 48 horas após o lançamento do iPhone 16, o Itaú vendeu 3.
500 unidades a mais que a própria Apple, gerando uma receita de 27 milhões nesse curto período. O segredo: parcelamentos longos com juros embutidos. Segundo o The News, essa operação possibilitou a fidelização de clientes, além do fato de que a cada compra do iPhone, o Itaú tem acesso a um conjunto completo de dados sobre o comportamento de consumo dos clientes, podendo assim oferecer produtos financeiros personalizados, como investimentos, seguros, crédito e consórcio.
E você achando que tava só comprando um celular, né, Tolinho? Não tem jeito. Se você pretende comprar algo, vai precisar de um banco para financiá-lo.
Você tá ganhando mal, as coisas tão caras, não tem escapatória, precisa de financiamento. E quem é que tem dinheiro num país que não gera riqueza? E para piorar a sua situação e melhorar dos bancos, a taxa Selic está na estratosfera.
Taxa SELIC é a taxa básica de juros da economia brasileira, que é definida pelo Banco Central e serve de referência para os juros que são cobrados em empréstimos e financiamentos. Quanto maior a taxa Selic, mais caro você vai pagar naquela compra que parcelou em 12 vezes porque não tinha dinheiro para pagar a vista. O Brasil está de joelhos para o setor financeiro e pro capital especulativo.
O setor produtivo do país é esmagado não só pelos governos, mas pelos próprios bancos. Afinal, a quem um produtor vai recorrer quando precisa de crédito? Quantas empresas não fecharam no Brasil por não conseguirem pagar os juros de empréstimos que fizeram na tentativa de salvar o próprio negócio?
Mas não é só isso. Praticamente todos os bancos brasileiros estão alinhados com a pauta walk e a agenda verde. Claro, um novo mercado foi criado e novas possibilidades de lucro.
E se você ainda não ouviu falar no crédito de carbono, é sinal que não acompanha o quinto elemento, hein? Eu sugiro que você nos siga já e comece a acompanhar o Geoeconomia com Artur Machado aqui no canal. A mentalidade do país que se transformou no paraíso dos bancos é liberal progressista.
Isso significa que vão querer ganhar até sobre o ar que você respira. E olha, mesmo os empresários que não são banqueiros, como Paulo Leman, um dos bilionários na lista da Forbes, atuam como tais. Em 2009, algumas produtoras de publicidade resolveram revelar a prática sangue suga da EV de Paulo Leman, ao estabelecer um prazo de pagamento de 120 dias paraos seus fornecedores.
Significava, na prática, faturar em cima da própria dívida. É claro que os fornecedores iam tentar subir o preço, cobrar um juro para evitar justamente essa perda. E aí, por outro lado, para evitar a reação e a subida do preço dos serviços que contratava, a criou o pool de fornecedores que deveriam aceitar não só as condições de pagamento, como também valores pré-estabelecidos.
Como monopolizava o mercado, muitas agências de publicidade e produtoras de áudio e vídeo entraram no jogo para não perder o trabalho. E para onde as agências e produtoras correram para conseguir financiamento que permitisse trabalhar com prazos tão longos de recebimento? Claro, pros bancos, né?
Não adianta fugir. Todo o empresariado brasileiro e todos os brasileiros estão nas mãos dos bancos. No Brasil não se estimula quem empreende, se estimula quem empresta.
O mérito não tá na inovação, mas na cobrança de juros. E enquanto a criatividade nacional é esmagada pela planilha bancária, a riqueza do país continua concentrada nos mesmos cofrinhos blindados por ideologia, lobby e juros altos. Não se trata de demonizar o setor financeiro, mas de colocar as coisas no seu devido lugar.
Enquanto a gente não entender que tá ficando para trás economicamente por conta dessa mentalidade mesquinha, a gente jamais vai ter bilionários oriundos do mercado de energia, tecnologia, inovação, por exemplo, a não ser que sejam banqueiros. Isso mesmo. Sabedores de que o setor em que atuam não gera riqueza, já que a riqueza mesmo vem da produção, os banqueiros viraram investidores em áreas como agricultura, produção de energia, logística, extração de minérios e outras atividades.
O BTG Pactual, por exemplo, tá pleiteando assumir a concessão do aeroporto de Guarulhos. E aí vem a pergunta: por é que um banco precisa de um aeroporto, hein? O BTG também tem o controle acionário da ENEVA, a maior geradora de gás natural do país.
Investe em terras agrícolas através da BTRA11, armazenagem e escoamento de produção com a BTAL11 e exportação de commodities pela Angel Heart. O BTG se expande de modo a atuar em toda a cadeia produtiva e tudo dentro da legalidade. Mas esse tipo de atividade é boa pro país?
Veja o que aconteceu no ramo dos supermercados. Imagina que você é um produtor de requeijão e tenta distribuir o seu produto nos supermercados do Brasil. Já é difícil concorrer com outras marcas, mas enquanto a briga entre produtores tá valendo.
Nem faz tanto tempo assim as grandes redes de supermercado criaram as suas marcas próprias. A partir daí, meu chapa, o seu requeijão já era. Não vai ter tanto espaço assim na gôndula, a não ser que você pague por isso ou consiga produzir suficiente para vender o seu requeijão sem a sua marca para uma rede de supermercados colocar a própria marca e faturar em cima.
Você não vai conseguir competir mais de igual para igual. Agora você tá refém do seu comprador. O supermercado ainda precisa do requeijão, tudo bem.
Mas o produtor não pode mais ganhar com a sua própria marca e fidelizar os seus consumidores. Tem que torcer para fechar contrato com uma rede de hipermercados. A gente é um país especialista em formar monopólios e oligopólios.
Nossa estrutura só permite que bancos e uns gatos pingados do clubinho das raras grandes empresas de capital aberto no país possam se financiar. Dá para imaginar a deslealdade desse sistema? Um banco pode usar o dinheiro do produtor rural, por exemplo, que tá com a corda no pescoço para investir em terras agrícolas e virar o seu concorrente ou mesmo comprar a sua propriedade.
Não exploraremos as nossas riquezas com vantagem pro país. Também não formaremos empreendedores, visionários e geniais que queirão investir esforço e tempo aqui. Não criaremos produtos com valor agregado e ainda acabaremos por destruir totalmente a classe média se a gente não mudar o nosso modelo de financiamento do setor produtivo.
A quitanda do seu Antônio sempre vai perder pro Oxo e pros hipermercados e pros bancos. E mesmo no agronegócio, o grande gerador de lucro no Brasil, a gente tem que encarar o fato de que o campeão nacional é a JBS, empresa que foi favorecida com aportes estratosféricos do BNDS. Você já sabe o quanto vale 1 bilhão.
Agora imagina o que 8,5 bilhões não fizeram com o frigorífico dos Irmãos Batista. O Brasil produtivo é escravo do dinheiro dos bancos e para além dos bancos, os fundos de investimento também fazem o seu estrago. Difusão em fusão, de aquisição em aquisição, fundos como a 3G Capital de Jorge Paulo Leman vão se transformando em monstros econômicos que não permitem a livre concorrência que tanto pregam os adoradores do mercado.
É o paradoxo da liberdade. Quando não há limites, a liberdade do mais forte esmaga a liberdade do mais fraco. Enquanto o país só explorar a pobreza da população, em vez de gerar prosperidade para todos, enquanto o capital produtivo estiver rendido aos caprichos da Faria Lima, enquanto os nossos bilionários tirarem os seus bilhões do bolso do trabalhador, teremos que conviver com quase 50 milhões de pessoas sem saneamento básico e acreditando que é mais fácil ganhar 15.
000 no jogo do tigrinho do que pagar as contas com o trabalho honesto. 19,5 milhões de pessoas morando em via sem pavimentação, além de traficantes controlando poços de gasolina, distribuição de luz elétrica e internet em áreas cada vez maiores. Distribuição de renda e liberdade de escolha no Brasil é assim: você escolhe se vai pagar pro banqueiro ou pro traficante.
Mas o pior de tudo ainda ter que ouvir de um rentista como Armínio Fraga que a solução pra previdência está em congelar o salário mínimo por 6 anos. Ou reclamações de banqueiros como o de Alfredo Setúbal que diz que 20% de lucro numa operação não vale o risco do investimento. Enquanto relegarmos o setor produtivo do país ao segundo plano, jamais seremos uma nação rica e a chance da sua empresa prosperar é quase nula.
A não ser, é claro, você tenha herdado um banco.
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