a aula que você vai ver a seguir é parte de um curso da casa do Saber mais plataforma Educacional com mais de mil horas de conteúdos desenvolvidos pelos melhores professores do país quer conhecer então clique no link que está abaixo do título desse vídeo assim agora e tem acesso a outras aulas desse curso e também é um mundo de conhecimento bem boa noite a todos nós vamos então hoje dar continuidade falando do Aristóteles Nossa tarefa aqui ela falar do Platão e do Aristóteles Então hoje nós vamos falar um pouco da Aristóteles e para isso vamos
utilizar bastante o que nós vimos a semana passada porque o Aristóteles é um discípulo de Platão não é o Aristóteles viveu numa numa época em que a democracia ateniense já estava bastante comprometida em comprar Tão ela já estava assim mas com a história ainda mais isso vai se refletir bastante na nas posições políticas e na filosofia política também do Aristóteles principalmente como nós vamos ver no seu pouco entusiasmo em relação a democracia da polis grega e principalmente de Atenas o Alexandre o Aristóteles Ele viveu uma época bastante negativa para a Grécia e maneira geral para
a cultura grega e principalmente para a vida política é uma vez que a partir de 340 antes de Cristo Alexandre da Macedônia iniciou as suas guerras de conquista É engraçado porque Aristóteles um determinado momento da sua vida ele foi preceptor do Alexandre Alexandre Magno é a Macedônia um reino vizinho da cidades Gregas um determinado momento da sua vida o Aristóteles foi chamado pelo pai do Alexandre que então era um garoto ainda não é para ser o preceptor naquele tempo que ele ficava o educador da criança ou do Adolescente o que o Aristóteles fez durante algum
tempo né e depois então Alexandre se tornou grande imperador o grande conquistador que veio Inclusive a dominar as cidades gregas ainda em vida do Aristóteles teve consequência bastante drásticas para a política e a cultura grega que nós não precisamos ver aqui com detalhes Mas como eu disse a o que nós podemos utilizar nós podemos utilizar bastante aquilo que vimos na aula passada sobre Platão Aristóteles permaneceu durante 20 anos desde os 18 anos até os 38 anos na academia platônica né Nós vimos aula passada que era o lugar onde Platão congregava os seus discípulos seus alunos
e lá ministrava então as suas lições Aristóteles veio para Atenas adolescente ingressou aos 18 anos na academia de Platão e lá permaneceu até os 38 anos [Música] aprendendo E ajudando a difundir as ideias de Platão a partir daí a partir desse momento ele pôs razões de política interna não é da escola se afastou e foi difundir as suas ideias em outras cidades posteriormente voltou para Atenas e abriu a sua própria escola que se chamou o Liceu e que era uma espécie de escola concorrente né da academia platônica ou veio a se tornar isso é claro
então que tendo passado 20 anos como discípulo e colaborador de Platão a filosofia platônica tem uma influência muito grande sobre Aristóteles ao mesmo tempo nós vamos Verificar também que a maior parte desses 20 anos que Aristóteles passou na escola de Platão serviu também para amadurecer as suas próprias ideias de tal modo que isso é uma espécie de jogo ou de relação muito particular que costuma acontecer o acontecia muito né nas escolas antigas de filosofia né o aprendizado é junto a um outro filósofo de uma outra geração é também ao mesmo tempo o amadurecimento das ideias
originais daquele que está aprendendo e foi o que aconteceu com Aristóteles na medida em que ele vai desenvolver uma filosofia que é por muitos aspectos e dos mais importantes é muito diferente daquele que foi o seu mestre mas para começar com aquilo que eles têm em comum nós podemos já de início lembrar algo que nós vimos aula passada acerca de Platão O que é que caracteriza a filosofia de Platão nós vimos é o que se pode chamar de dualismo a separação entre o sensível e o inteligível nós vimos que essa separação entre o mundo sensível
e o mundo inteligível ou o mundo das aparências e o mundo das Essências ou das ideias em Platão era uma solução para o que nós chamamos também de problema de Parmênides ou seja aquela constante passagem do ser ao não ser que constitui a mudança algo é depois deixa de ser daquela maneira passa a ser de outra enfim as mudanças das transformações do mundo sensível que fizeram com que para Mendes um filósofo pré-socrático é Viesse a manifestar essa opinião a realidade tal como nós havemos na nossa experiência imediata é uma passagem do ser ao não ser
o que é um absurdo uma vez que essa passagem não deveria ver que seria a passagem do ser ao nada então há algo na realidade tal como nós a experiência nos imediatamente é que é contraditório e essa contradição tem que ser resolvida de alguma maneira para ter uma resolveu separando esse mundo das aparências que é contraditório que é incompleto que é por vezes absurdo né do mundo das ideias onde reside então a verdade e as essências ele instalou portanto em filosofia que nós chamamos de dualismo ora Aristóteles parte do mesmo problema que era o problema
de toda a filosofia grega desde a pré-socrática como explicar a mudança como remetê-la a um elemento estável como compreender a instabilidade remetendo a um princípio de estabilidade necessário para dar razão de ser das mudanças e das do mundo tal como nós vivemos imediatamente Aristóteles tocado por esse problema de parmends tal como Platão vai encaminhar uma solução que na sua estrutura formal nós podemos considerá-la como muito parecida porque porque o Aristóteles vai instituir também um dualismo ou seja essa separação entre o sensível e o inteligível aparece também para o Aristóteles como a solução mais adequada para
esse problema porque na verdade só o dualismo pelo menos na visão dessa filosofia clássica grega é que permite que nós possamos dar a razão de ser das mudanças ou seja compreender como e porque o nosso mundo é tão instável tão mutável isso só pode ser feito remetendo essa mudança ao ser na sua acepção mais estável portanto na recepção de eternidade e de imutabilidade nós vimos também que o que caracteriza o dualismo de Platão é algo que nós chamamos de transcendência significa que o mundo da Verdade que é esse mundo das Essências ou das ideias situa-se
numa posição mais elevada acima e completamente separado do mundo das mudanças do mundo da instabilidade de tal forma que passar da existência instável A Essência absolutamente estável e imutável é elevar-se né e portanto essa elevação é um movimento de transcender de transcendência uma vez que nós não se encaminhamos para um lugar por assim dizer uma dimensão mas elevada do que aquela em que habitualmente é estamos e já que o mundo das ideias é algo que está acima do mundo sensível esse mundo das ideias é então para Platão o mundo transcendente o dualismo portanto em Platão
ele ele caracteriza-se por essa transcendência do mundo da Verdade em relação ao mundo das aparências ora Aristóteles adotará também o dualismo mas já aí há uma modificação na no que ele faz no pensamento do seu mestre Platão ele adota o dualismo mas não o concebe na forma da transcendência ou seja ele acha que não há necessidade de dividir em Dois Mundos fazendo com que no mundo transcendente ou das ideias resida a verdade a realidade em si mesma e no mundo das Essências no mundo das aparências é vida a mudança e tudo aquilo que nós experienciamos
de instabilidade por quê Porque ele acha que a duplicação desse mundo que se nos apresenta tão contraditório não é propriamente uma solução é mais uma fuga da realidade sensível do que propriamente uma solução então além do que eu posso encontrar nesse mundo inteligível que eu penso existir para resolver o problema do mundo sensível problemas análogos aquele que eu encontro no mundo sensível porque eu estou instituindo uma outra realidade e essa outra realidade apesar de ser uma realidade constituída por essências por seres totalmente estáveis ela também terá os seus problemas e o primeiro deles Aristóteles logo
localiza é justamente a relação que se pode estabelecer entre esses dois mundos a realidade sensível e a realidade é intelectual realidade inteligível essa relação Aristóteles considera que se nós aprofundarmos se nós examinarmos de uma maneira que vai além daquilo que Platão enunciou que Aristóteles considera que não foi propriamente um exame de todas as dificuldades ele considera que se nós aprofundarmos isso nós chegaremos em aporias ou seja Tem dificuldades insolúveis o que faz então com que a instituição do mundo inteligível Deixe de ser uma solução passe a ser mais um problema para o conhecimento é filosófico
Veja por exemplo a cada para cada ser sensível para cada objeto sensível cada coisa há que haver no mundo das ideias um protótipo um arquétipo ou aquilo que é a essência deste objeto sensível e ele confere realidade suponhamos que alguém crie um determinado objeto fabrica um determinado objeto que não existia antes dele inventado eu devo supor então que esses arquétipos eternos também seguirão esse mesmo ritmo quer dizer aparecerá no céu das ideias um arquétipo um modelo deste objeto que não existia que eu acabo de fabricar ou de inventar mas isso é contraditório porque os arquétipos
são eternos os arquétipos são imutáveis então eles não podem surgir ou desaparecer Além do mais se nós queremos [Música] aprofundar de forma e chegarmos mesmo a uma radicalidade dessa relação é insensível inteligível eu devo considerar que todas as coisas do mundo sensível estão em constante transformação e que elas não são iguais em dois momentos do tempo consequentemente se elas são diferentes e muitas vezes completamente diferentes será que é isso também corresponde diferentes essências diferentes arquétipos lá nesse mundo das ideias nesse mundo das realidades Essa é a segunda dificuldade a inúmeras você está sendo apenas mais
uma toda comparação para que nós possamos estabelecer analogia semelhança ou outros tipos de relação suponha um critério se eu vou comparar dois objetos eu explicitamente ou implicitamente utilizo um critério que é um terceiro termo para estabelecer a comparação entre aqueles dois é porque se eu tô comparando eu tô comparando em relação alguma coisa consequentemente a comparação entre o objeto do mundo sensível e esse arquétipo inteligível exigiria um critério que seria então um terceiro ou uma terceira realidade né que Platão é não chegou a prever né É E assim Aristóteles vai em muitos de seus textos
colocando dificuldades para essa teoria das ideias no sentido de mostrar que ela não é uma boa solução para o problema de Parmênides que no entanto é um problema é o problema é aquele que tem que ser contornado de qualquer maneira caso contrário você não tem saber você não tem uma ciência constituída porque consciência é a ciência da estabilidade da regularidade não posso ter um saber acerca do que é todo momento mutável e extremamente efêmero né os gregos não concebiam que se pudesse constituir um saber acerca disso saber tem que ter algo de estável e mesmo
que nós consideremos que as coisas têm lá seus aspectos não é de transformação algo nelas tem que permanecer caso contrário eu não posso identifica-las e não posso vir a saber nada de objetivo acerca delas bem Então como como pensar um dualismo que escape desses problemas que aparecem para Platão é interessante notar que aqui nós já temos um primeiro exemplo do que eu disse a pouco o aprendizado a assimilação que Aristóteles fez da filosofia platônica foi ao mesmo tempo o amadurecimento de ideias originais de ideias próprias dele o que ele passou a supor é o seguinte
Não há necessidade de duplicar o mundo duplicar a realidade a realidade está aqui a realidade é esta que está diante de nós é o objeto particular é a pluralidade é a multiplicidade com todos os inconvenientes que ela apresenta para aquele que quer conhecê-la essa é a realidade Aquela que está diante de nós e diante dos nossos sentidos da nossa sensibilidade é Aristóteles tem uma concepção bastante bruta da realidade é isso que tá aí diante de nós qualquer outra coisa que eu venha a pensar acerca disso é uma duplicação intelectual desta realidade acontece que ela é
desordenada ela é desordenada eu tenho então que estabelecer uma ordem para que conhecimento seja possível então Aristóteles vai pensar uma perspectiva dualista que seja constituída da seguinte maneira de um lado eu tenho a realidade sensível que é a única dimensão efetivamente real com todos aqueles desacertos que nós já vimos aqui Além disso eu tenho também instrumentos intelectuais é que são da Ordem do pensamento e portanto de natureza inteligível não são portanto realidades empíricas são de natureza inteligível são instrumentos do intelecto que me ajudam a colocar alguma ordem alguma estabilidade nessa desordem do mundo sensível então
eu deixo de pensar em Dois Mundos eu simplesmente separo agora a realidade sensível tal como ela me apresenta e penso nas possibilidades intelectuais ou inteligíveis de ordená-la e a partir daí então eu tenho um dualismo que não se constitui mais de dois mundos constitui apenas de duas maneiras de considerar o mesmo mundo uma maneira é a sensibilidade a outra maneira é o intelecto ou a inteligibilidade que eu vou procurar acerca desse mundo sensível então isso constitui uma modificação é muito significativa em relação aquilo que Platão havia proposto porque eu quero estar dizendo é que aí
mesmo nessa realidade tão desordenada é nela mesmo que nós vamos encontrar o conhecimento desde que nós saibamos aplicar a essa realidade as condições intelectuais que a tornem inteligível ou seja nós podemos superar pelo intelecto pelos instrumentos intelectuais esta desordem que a realidade sensível apresenta para a experiência imediata e qual é a relação entre esses instrumentos intelectuais que eu vou utilizar para compreensão dessa realidade e ela mesma essa realidade sensível qual é a situação relativa de cada uma dessas dimensões E aí então que nós podemos aplicar aquela palavra que descreve toda a modificação e a profundidade
da modificação introduzida por Aristóteles no pensamento de Platão que é justamente o contrário de transcendência que é imanência quando eu digo que uma coisa imanente a outra eu quero significar que as duas estão juntas embora sejam diferentes eu tenho portanto aí um recurso para pensar uma separação que aquela que deve realmente existir entre o que é sensível desordenado mutável etc e o que é inteligível portanto a ordem a estabilidade própria da esfera do inteligível Eu tenho um recurso para pensar essa separação mas ao mesmo tempo eu penso essa separação como não sendo Dois Mundos nem
duas dimensões completamente Opostas entre si elas simplesmente estão juntas imanentes é como Nós pensamos hoje Aristóteles é aquele que inventou praticamente a nossa maneira de pensar ao inventar essa relação que ao mesmo tempo uma separação entre a lógica e a realidade quando nós dizemos algo tem lógica nós não queremos dizer que existe um céu categorial em que a lógica que eu tô observando ali tá lá separada completamente não é ali É ali naquele elemento empírico naquelas coisas que está uma certa conexão lógica tá ali agora é evidente que não está nessa cadeira nessa simetria puramente
material está em algo que eu posso notar na realidade além da pura materialidade além do por objeto sensível no entanto para notar esse elemento inteligível que me faz conhecer a ordem do mundo sensível eu não preciso apelar para uma outra dimensão transcendente porque porque essa maneira de pensar essas formas intelectuais de compreender as coisas elas são imanentes as próprias coisas eu as aplico elas estão sempre junto do sensível que elas têm como missão é ordenar então a primeira lição a que nós temos que aprender com Aristóteles é essa ele parte do mesmo problema que Platão
e dá uma solução que é estruturalmente análoga o dualismo só que esse dualismo então assume essa figura da imanência quer dizer a inteligibilidade os elementos inteligíveis estão juntos aos elementos sensíveis eu não preciso portanto constituir Dois Mundos mas continuo sendo dualista continuo entendendo que uma coisa é o mundo sensível outra coisa é essa esfera intelectual inteligível que me permite compreendê-lo e é o [Música] Aristóteles dá várias justificativas para essa sua solução e uma delas é uma referência que ele faz a Sócrates uma referência que tem plausibilidade na medida em que nós podemos supor que o
mundo das ideias esse dualismo consistente numa separação entre dois mundos teria sido mesmo algo de Platão uma invenção de Platão não algo que já estaria em Sócrates que no entanto procurava o quê procurava uma maneira de definir as coisas além da sua particularidade como nós vimos também a semana passada Então o que o Aristóteles suponha o seguinte é aquilo que Sócrates procurava era o que nós podemos chamar de definição o que significa isso fazer com que as coisas sensíveis ganhem uma identificação intelectual que me faça conhecê-las não na pura particularidade sensível mas aquilo que elas
têm de genérico de geral onde propriamente reside o conhecimento por isso que Sócrates Não não nunca se conformava com definições particulares ele queria sempre definições abrangentes definições que se existem para aquele caso mas também para muitos outros análogos né então eles tratam isso que ele tava procurando Exatamente isso uma maneira inteligível de entender a particularidade sensível agrupando então o sensível em classes em conceitos em grupos que não são propriamente naturais porque no mundo sensível cada coisa é apenas ela mesma na sua particularidade quando eu faço relações e a grupo eu naturalmente Estou projetando nesse mundo
sensível é maneiras de conhecê-lo que são maneiras intelectuais instrumentos né de inteligibilidade a partir daí então é que a filosofia passa a contar com essa separação que vai determinar toda a tradição filosófica que virá depois não mais a separação entre dois mundos o mundo sensível o mundo inteligível mas a separação entre a realidade sensível e a lógica que a governa e a partir da qual nós podemos conhecê-la E é isso que Aristóteles em Aristóteles Expressa o termos o termo lógica né que vem daquele que nós já conhecemos que é o termo grego Logos aproximadamente palavra
conceito expressão né várias outras traduções possíveis nenhuma evidentemente é absolutamente conveniente mas quando Aristóteles Fala Em lógica que ele quer dizer isso existe um mundo sensível existe um real e ao mesmo tempo existe uma expressão intelectual desse mundo dessa realidade e essa expressão intelectual porque ela é é o Logos Ou seja a lógica né que permite então todas as definições todos os agrupamentos todas as classificações né que eu posso fazer e que me ajudam então a conhecer a realidade porque porque conferem a essa realidade sensível uma ordem que ela não apresenta na experiência mais imediata
que eu faço dela ficou com vontade de ver o curso completo as próximas aulas estão disponíveis na casa do Saber mais para você assistir onde quando e como quiser clique no link que está na descrição e no primeiro comentário desse vídeo e assim agora mesmo para ter acesso ilimitado a esse e outros cursos do catálogo