As melhores odsado você encontra na KTO. Acesse via link do futebol teco que está aqui na descrição e assim você ajuda o canal. você falou sobre dogmas.
E aí, assim, eu queria entrar num papo até cunho mais religioso, do ponto de vista que, assim, eh, você acha que o fato de algumas religiões e eh incutirem mais dogmas nas pessoas, coisas que não podem de maneira nenhuma serem confrontadas, isso faz com que gere eh esse tipo de leitura que você estava citando aqui da pessoa que se depara com algo que ela simplesmente não acredita, ela não existe uma na cabeça dela uma possibilidade dela se abrir para discutir a respeito daquilo, para conversar sobre aquilo, até para discordar daquilo, mas de um jeito eh que tenha pensamento, né? Eu e aí eu pego uma discussão que eu tive essa semana hum com uma eh amiga sobre um eh ela é formada na área de saúde e tudo mais, portanto, conhece o corpo humano como poucos, muito bem sucedido na área dela, mas defendia sumariamente, dogmaticamente a real existência de um personagem bíblico, acho que é o pai de Noé, cujo nome eu não me lembro, que viveu 777 anos. E ela acredita piamente na existência desse desse homem que foi citado no livro de Gênesis.
E dizer que esse homem não existiu é a é é uma ofensa a fé dela. Mesmo ela o ano o ano dele, o ano dele é equivalente ao nosso ano. Então eu acho que sim.
Eu não sei. Se bem que Gênesis, né? É, mas assim, segundo a Bíblia, acho que é Lama, alguma coisa assim.
Eu não sei o nome do do o João pode pegar aí. Eu não sei o nome do personagem. Acho que é isso lá.
Maquia. Pô, o pessoal é essa questão do dogmática, assim para ficar nisso, as as religiões partem de certas verdades reveladas e que são de fato apresentadas como como premissas a aceitar. E naturalmente essa aceitação, ela costuma vir chancelada por aquilo que nós chamamos de fé, que é uma certeza sobre coisa que não podemos demonstrar nem comprovar.
Ora, o nosso amigo cante para você ver como tudo pode ser problematizado e ficar difícil. Ele dirá que toda tentativa de demonstração da existência de Deus é absurda. E por quê?
Porque Deus é uma questão de fé e fé prescinde demonstração. Pior do que isso, se fosse possível demonstrar a existência de Deus, não haveria mais fé. Porque se é uma questão de demonstração, ou existe ou não existe.
Ora, como a fé é a crença no indemonstrável, então desapareceria a fé, que é a base de pelo menos algumas das religiões. O problema é que a religião não é a única usina de dogmas da nossa sociedade. Ou seja, a religião tem um mérito socializador interessante, mas você tem hoje eh a construção de espaços de interação que um dia foram chamados pelos pós-modernos de tribos, mas que no mundo digital, recebem a alcunha bolhas, onde o pertencimento requer eh um alinhamento dogmático.
Ora, como cada um de [Música] nós para existir em sociedade precisa de uma certa definição de si, que nós poderíamos chamar aqui de identidade. Numa sociedade como a nossa, a identidade contemporânea passa pelo pertencimento a esse tipo de grupo, entende? Eh, houve um tempo que você era identificado pelo sobrenome, pela família que pertencia.
Eu sou um Uhum. Alcântara Machado. Uhum.
Eu sou, né? Em outros tempos, você era identificado pela empresa onde trabalhava, né? Então você diz: "Ah, eu sou Itaú, né?
Eu sou Bradesco, eu sou, né? E havia um apreço pela longevidade dos vínculos laborais. Mais recentemente passamos a ser identificados pelas práticas de consumo.
E a tua identidade passa por para onde você vai, né, nas férias, né? E haverá quem vá para Dubai todo ano. Isso é dizer muito sobre alguém.
Uhum. H. Não é o mesmo ir para Dubai e para não ir para Londres, ir para Cancú.
São informações que vêm como uma verdadeira árvore de Natal, porque permite você atribuir a aquela pessoa muito mais dados a partir daquele que foi oferecido. Então, as práticas de consumo se tornaram o grande, a grande matéria-prima das identidades. contemporâneo mais radical.
As práticas de de consumo, elas se vê eh em concorrência com os pertencimentos, os ingressos e as exclusões em grupos digitais. De tal maneira que a pessoa que não te conhece, ela fará perguntas até descobrir qual é a tua. Por mais que você se esquive, porque você sabe aonde ela quer chegar.
E você percebe que ela já faz perguntas visando obter respostas que sejam classificatórias. Sim, de você, né? Esse cara é Lula, esse cara é bolso, não sei o quê, esse cara é então eh eh eh aí você se pega sendo definido como trampista, não sei o quê, é o segmento dos trampistas que não é propriamente do ramo não sei do que tal.
E e você a única coisa que disse é que tá precisando comprar cotonete, mas a partir daí já te encaixaram em tudo. Exato. Então, eh eh eu entendo, eu entendo que haja uma necessidade de saber com quem você tá falando.
E em cada época, em cada momento da história, as informações para saber quem é que tá na minha frente são outras. Sim, mudaram ao longo do tempo. E é por isso que hoje é levado tão a sério a inscrição no mundo digital.
Eu sou tua seguidora. Quantas vezes a pessoa me disse isso e eu pergunto: "Você colocou essa ênfase toda para eu agradecer? Então eu eu agradeço.
Aí você já se acalma. Ou você quer que eu saiba mais sobre você a partir dessa informação? " Sabe do tipo, se eu sigo um professor de filosofia, então é porque eu tenho algum interesse por filosofia, então é porque eu não sou tão imbecil assim, então é e blá blá blá blá blá blá blá.
Então veja, eh eh de tal maneira que se você chega e diz: "Eu inexisto no mundo digital", é possível que não haja relacionamento possível para muita gente. Eu sei por quê? Porque eu não tenho a onde agarrar esse cara.
Eu não tenho como classificá-lo. Se você não pertence a nada no mundo digital, você é indefinível. Louco, sabe?
Eh, você é indeterminado, você é de identidade borrada, como o Ades na visita de Ulisses na Odissia, ele chega no inferno e o que que ele observa é que as criaturas que estão ali, elas não são determináveis, são borrões. São borrões. perderam a topografia que a singulariza.
Pois a topografia que nos singulariza odiernamente é a topografia da inscrição digital. Ela, por sua vez, indicativa de outros pertencimentos e outras e outras vieses ideológicos, etc, etc, etc. Sim.
Então, por isso é tão importante, porque se o teu pertencimento digital for discutido e problematizado, é toda a tua identidade que tá em jogo, com todas as simplificações que isso incorre. Você entendeu? Porque as categorias estão dadas.
Ou você é A, ou você é B, ou você é C, ou você é D. Aí você pega e fala: "Viu, eu não me encaixo bem em nenhuma das coisas. Azar o seu malandro, né?
Porque para existir aqui ou é, né? Ou é Chico ou é Francisco, não tem conversa". Então aí você percebe que a nuance, a sutileza, o refinamento e a independência custou caríssimo.
Ah, você é do grupo tal, de jeito nenhum. Ah, então você é do outro. Hum, entende isso?
Se só tem dois grupos, esse é o problema. Eh, na matemática tem isso, né? Se não é número racional, é número irracional.
Por quê? Porque é o famoso princípio do terceiro excluído. Princípio do terceiro excluído na matemática explica a a votação no Alkim, né?
É incrível como, né? Eh, se não é um, é outro. Pega e fala: "Viu, mas deixa eu te explicar.
Eh, não me enquadro completamente num por causa disso, disso, disso, disso, disso. Mas se você quer me encaixar no outro, saiba que há ressalvas, saiba. E eu tenho direito de ter ressalvas.
E o fato de eu pensar com autonomia não faz de mim um murista, né? um um frouxo, um um que não quer dar cara tapa, um Não, não, não. Eu apenas problematizo as categorias vigentes e não me deixo cernir por elas de modo absoluto e hipótese alguma.
M.