Seja um membro do canal e ganhe benefícios. Em dezembro de 1831, um navio da Marinha Real Britânica partia da Inglaterra para sua viagem rumo a América do Sul. Seu objetivo era realizar uma expedição com a ideia de estudar um pouco mais sobre a história da vida na Terra, mas eles tinham um problema.
O capitão dessa viagem era Robert Fitzroy, explorador e meteorologista, que ficou com a responsabilidade de encontrar alguém que seria capaz de largar tudo para viajar por 5 anos por um lugar desconhecido estudando os animais e as plantas da região, só que até agora eles não tinham encontrado ninguém. Depois de muita procura a resposta veio de onde eles menos esperavam: um jovem naturalista de 22 anos com pouquíssima experiência chamado Charles Darwin. Eles não sabiam o que iria acontecer, mas ao voltar dessa viagem, esse grupo de exploradores mudaria a história da ciência para sempre.
Mas como tudo isso aconteceu? Como Darwin saiu da Inglaterra sendo apenas mais um jovem promissor e retornou ao seu país como um pesquisador lendário? Quais descobertas ele fez nesta região?
E como este homem mudou para sempre a forma como nós lidamos com a humanidade? Hoje, no Explicando - Genius. Oi, eu sou o Tinôco e no dia 12 de fevereiro de 1809 em Shrewsbury, na Inglaterra, nasce Charles Robert Darwin.
Ele veio de uma família muito rica e intelectualmente relevante na época. Erasmus Darwin, avô de Charles, por exemplo, já estava inserido na comunidade científica, publicando o livro “Zoonomia, ou as Leis da Vida Orgânica”. Com ele, Erasmus se tornou o primeiro britânico a especular que a vida teria surgido de um ancestral em comum.
Enfim, desde muito cedo Charles Darwin sempre nutriu muito interesse pela vida animal. Tanto que quando ele entrou na escola, ele não queria nem saber de estudar e passava o dia todo com seus animais empalhados e sua arma de fogo… ele tinha nove anos na época! Aos 16, Darwin foi retirado da escola por seu pai, que queria dar um empurrãozinho para que seu filho seguisse a carreira médica.
Assim, ele o fez trabalhar o verão todo daquele ano auxiliando médicos no tratamento de pessoas de baixa renda. Só que você deve imaginar que isso tudo foi extremamente traumático para o jovem rapaz que só reprimiu ainda mais essa vontade de fazer medicina. Só que por outro lado isso não agradou nem um pouco seu pai que resolveu meter o louco e falar: “Se você não vai ser médico, você vai ser padre!
” Assim, Darwin entra para Universidade de Cambridge estudando teologia, mas lá, ele conhece um homem que mudaria sua vida para sempre: John Henslow. Este era um renomado professor de botânica que colocou na cabeça do jovem Charles Darwin a ideia de seguir na carreira de naturalista. Ele nem sabia ao certo o que isso significava mas só de ter “natura” na palavra, ele já gostou.
E foi assim que Darwin começou a estudar, de brincadeira, sobre a botânica, geologia e a zoologia. Uma coisa que é impressionante de se perceber é a quantidade de cursos que esse cara fez na vida. E uma coisa que é impressionante de se perceber é a quantidade de cursos que esse cara fez na carreira.
É por isso que eu digo que ele teve um azar enorme em não nascer numa época em que tinha a Alura disponível para poder estudar programação, tecnologia, liderança, gestão, tudo que tiver interesse. A Alura, como a maior escola de tecnologia do país, conta com mais de 1. 500 cursos que eu tenho certeza que o Darwin iria ficar maluco só de ver tanta opção.
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Enfim, pouco tempo se passou e em 1831, Darwin se formou. Assim, ele decide fazer uma viagem a Tenerife, a maior das ilhas Canárias espanholas, para estudar história natural. O que ele não sabia é que ao voltar dessa viagem, ele receberia uma notícia que iria mudar a sua vida para sempre!
Chegando em casa, Darwin viu que havia uma carta em sua caixa de correio. Ela havia sido escrita pelo seu amigo e professor John Henslow e dizia sobre uma expedição para mapear a costa da América do Sul e das ilhas dos Mares do Sul. Nela dizia que o Capitão Robert Fitzroy estava buscando um naturalista para acompanhá-lo a bordo do HMS Beagle, que ficaria na função apenas de estudar, catalogar e pesquisar tudo.
Então, Darwin pensou: Eu vou sair de casa para viajar para o outro lado do mundo em uma região pouco habitada com pessoas completamente desconhecidas para ver e estudar animais potencialmente perigosos? ! É lógico que eu animo!
E foi assim que no final de dezembro de 1831, Charles Darwin decidiu partir em sua viagem de cinco anos a bordo do Beagle. Uma coisa que é importante a gente deixar claro é que quando toda essa aventura começou, ninguém tinha a menor ideia do que iria encontrar. Era um mundo completamente novo e desconhecido sendo explorado.
Na época, por exemplo, a grande maioria das pessoas acreditavam que os animais tinham espécies fixas, ou seja, que Deus havia colocado eles no mundo da forma que eles são e não havia qualquer tipo de mutação, evolução, ou desenvolvimento. Pena que esse pensamentos estava prestes a mudar. A primeira parada de Darwin foi em Cabo Verde, na ilha de Santiago, onde ficou por 20 dias, estudando a geologia do local.
E assim, lá, ele começou a perceber uma coisinha estranha. Ao coletar algumas espécies de plantas, insetos e animais marinhos, Darwin começou a perceber a semelhança desses animais com animais de outras partes do mundo, mesmo que a ilha onde ele estava fosse completamente isolada. E ainda mais!
Ele notou que alguns animais meio que estavam ajustados ao clima e à geologia da ilha. Mas, como isso seria possível? Talvez esses animais tivessem um ancestral em comum… não… é impossível.
Pouco tempo depois, em fevereiro de 1832, Darwin finalmente chegou ao Brasil, atracando na cidade de Salvador, na Bahia, depois seguindo para o Rio de Janeiro. Aqui, Darwin teve seu primeiro contato com uma floresta tropical e ficou absolutamente encantado com a biodiversidade do nosso país. Imagina o cara que estava acostumado com chuva e tristeza na Inglaterra chegando no Brasil.
Isso foi tão impactante para ele, que Darwin anotou em seu diário que "O dia transcorreu deliciosamente. Mas esse talvez seja um termo pobre para expressar as emoções de um naturalista que, pela primeira vez, aventurou-se sozinho em uma floresta brasileira. A elegância da relva (.
. . ), a beleza das flores, o verde brilhante das folhagens e, acima de tudo, a exuberância do ambiente me encheram de admiração".
Aqui, a ideia que ele teve lá em Cabo Verde começou a fazer cada vez mais sentido na sua cabeça. Ele notou como a biodiversidade tropical contrastava fortemente com os ecossistemas da Europa, o que só ajudou a moldar ainda mais sua concepção de que os animais se adaptaram à região em que viviam. Mesmo com essa admiração, uma coisa que Darwin ficou horrorizado foi com a escravidão e chegou a presenciar situações complicadas durante a sua estadia.
Na Inglaterra, os movimentos abolicionistas já estavam crescendo deliberadamente, e dentro de um ano seria abolida, diferentemente do Brasil que foi o último país das Américas a acabar com a escravidão. Pouco tempo depois, Darwin vai para o Uruguai e para a Patagônia, onde as coisas começam a ficar divertidas. Lá ele encontrou fósseis de um grande Toxodon, que é tipo um rinoceronte, e do chamado Megatherium, que é tipo uma preguiça-gigante – o cara encontrou esse animal só em 1800 sendo que a preguiça existe desde que inventaram a rede – Mas assim, quando ele viu essa parada ele ficou bolado.
Porque se Deus tinha criado os animais fixos e imutáveis, como no passado poderia ter existido um rinoceronte diferente? Ou uma preguiça diferente? Essa pergunta acabou ficando na cabeça dele.
Pouco tempo depois, em 1835, nosso querido pesquisador chegou às ilhas de Galápagos e aqui, meu amigo, o jogo começa a mudar. A primeira coisa que Darwin observou foram os tentilhões, uma espécie de ave local. Só que o grande ponto é que alguns desses tentilhões tinham bicos adaptados para os diferentes tipos de alimentação e isso deixou ele boladíssimo!
Charles começou a pensar que talvez todas essas aves possuíssem um parente em comum no passado e que foram se adaptando de acordo com o local em que cada uma vivia no decorrer dos anos. Essa ideia foi corroborada quando ele observou que algumas tartarugas gigantes da ilha tinham cascos ligeiramente diferentes, o que parecia estar relacionado às condições ambientais de cada ilha, como a vegetação disponível. E além disso, ele também observou a existência de iguanas marinhas que eram únicas na região.
Elas eram adaptadas para se alimentar de algas no mar, enquanto algumas outras eram adaptadas para se alimentar de plantas na terra. A existência de espécies tão especializadas em um ambiente relativamente pequeno reforçou a ideia de que esses animais talvez estivessem mudando com o tempo, se adaptando ao ambiente ao redor. Só que essa concepção de mudança era um completo absurdo para época.
Nem passava pela cabeça das pessoas que isso fosse possível. Assim, Darwin seguiu fazendo seu trabalho de coletar, anotar e enviar para a Inglaterra tudo isso que ele estava descobrindo. As cartas com essas informações chegavam até os pesquisadores mais renomados do mundo, gerando um interesse enorme pelo seu nome e pelo seu trabalho.
Durante a viagem, Darwin ainda estava processando todas essas informações que ele havia adquirido. Ele não tinha nem ideia de que, na Inglaterra, os maiores cientistas do mundo estavam ansiosíssimos para conhecer o grande naturalista que havia descoberto tudo aquilo. A viagem chegou ao fim em 1836 e Darwin trouxe consigo uma vasta coleção de plantas, animais, fósseis e rochas, além de cadernos lotados de detalhes.
Ele imediatamente começou a organizar esses materiais e a preparar suas notas para publicação. A quantidade de dados coletados foi tão gigantesca que Darwin passou vários anos apenas catalogando tudo isso. Em 1839, Darwin publicou um livro sobre sua viagem à bordo do Beagle, sendo um sucesso imediato.
Seu nome já havia se tornado um dos maiores no meio científico, mas ele ainda não era o grande cientista que conhecemos hoje em dia. Tudo isso só aconteceu depois dele publicar o seu próximo livro: A Origem das Espécies. Depois de anos trabalhando e estudando tudo o que havia coletado, chegou a hora de publicar as suas ideias e conclusões.
Nesse livro, Charles Darwin não apenas propôs a ideia revolucionária sobre a Teoria da Evolução e da Seleção Natural como também apresentou diversas evidências, igual Chitãozinho & Xororó. Ele se esforçou para responder a todos aqueles que contradiziam suas ideias e apontou os caminhos para as pesquisas futuras com relação a tudo isso. Nesta obra, Darwin fala sobre a origem do ser humano e mostra a nossa evolução durante todo esse caminho.
Ele começa observando que dentro de qualquer população de organismo existem variações naturais, sendo que essas variações podem afetar a capacidade dos indivíduos de sobreviverem. Devido à recursos limitados, esses organismos competem entre si para sobreviver. Esta "luta pela sobrevivência" beneficia aqueles que têm características vantajosas, ou seja, aqueles que estavam mais adaptados ao ambiente.
Assim, esses indivíduos têm uma maior probabilidade de sobreviver e reproduzir, passando essas características às próximas gerações. Por exemplo, a iguana que conseguia nadar em Galápagos, sobreviveu e passou seus genes para seus descendentes. Com o tempo, essas pequenas variações acumuladas através de gerações podem levar ao surgimento de novas espécies, à medida que as populações se adaptam cada vez mais a seus ambientes específicos.
Isso é o que Darwin chamou de "descendência com modificação". Além disso, nesse livro, Darwin argumenta que todas as espécies vivas têm um ancestral comum. Da mesma forma que essa iguana vai passar suas características para a futura geração, no passado, uma única iguana passou seus genes que, com o tempo, gerou todas as iguanas que conhecemos.
Ele usa dos diversos fósseis encontrados para mostrar isso, identificando que essas espécies vão evoluindo e mudando com o tempo. Só que assim, você deve imaginar que tudo isso foi extremamente afrontoso para a sociedade da época. Nós estamos falando do século XIX, uma sociedade praticamente moldada pelos ideais tradicionais e religiosos.
Inclusive, esse pensamento estava impregnado dentro da própria ciência. Muitos cientistas acabaram concordando com a visão de Darwin, já que ela respondia diversas perguntas e esclarecia muitos enigmas da época. Já outros nem cogitavam a ideia de que a religião pudesse estar errada, principalmente quando Darwin revelou que não acreditava nem na Bíblia, nem em Deus.
Ele foi muito criticado por cristãos ortodoxos, que o pintavam como herege. Isso piorou com a publicação dos livros "A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo" em 1871 e "A Expressão das Emoções em Homens e Animais" no ano seguinte, nos quais ele explora ainda mais a origem e evolução da espécie humana na Terra. Darwin não chegou a ganhar grandes prêmios por sua atuação na ciência, mas após a publicação de A Origem das Espécies, em 1859, o cientista passa a ser conhecido mundialmente.
Ao longo do tempo, no entanto, houveram maiores pesquisas e as evidências a favor da evolução se acumularam, transformando Charles Darwin em uma figura central na biologia e na ciência no geral. No dia 19 de abril de 1882, Darwin faleceu em Downe, na Inglaterra, com 73 anos de idade, vítima de uma insuficiência cardíaca. Especulava-se que ele sofria de Doença de Chagas, contraída em uma de suas viagens.
Porém, nada disso foi provado. Após uma petição pública no parlamento, Darwin foi enterrado com honras na Abadia de Westminster ao lado de outro grande cientista: Isaac Newton. Mesmo depois de tanto tempo, Darwin ainda é lembrado como um dos mais revolucionários cientistas de todos os tempos, mudando a forma como o mundo enxerga o ambiente ao nosso redor e transformando para sempre a história da humanidade.
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Se você curtiu esse conteúdo, eu tenho certeza que você também vai curtir esse vídeo aqui, sobre uma Obra Perdida de Leonardo da Vinci. Enfim, é isso, muito obrigado pelo seu acesso e até o próximo vídeo, valeu, falou, um grande abraço do Tinôco e lembre-se: A existência é passageira. Tchau!