Porque não temos liberdade de escolha | Espinosa e o livre-arbítrio

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Fernando Rainho
O filósofo Bento de Espinosa foi uma das mentes mais radicais do século XVII ao desafiar a crença no...
Video Transcript:
terminar ou não um relacionamento comer o doce ou manter a dieta continuar naquele emprego ruim chato abusivo ou sair mesmo não tendo nada em vista perdoar alguém que me machucou que me feriu que me traiu ou excluir essa pessoa da minha vida e seguir em frente nas dúvidas que Eu mencionei assim como outras que nós temos na vida dúvidas diárias talvez não tão drásticas a gente tem sempre a sensação que somos senhores do nosso destino Que Nós escolhemos por onde vamos ou o que vamos fazer qual caminho a gente vai trilhar bem o filósofo Holandês
Bento de Espinoza que viveu no século XV em seus estudos e postulados trouxe a seguinte ideia revolucionária pra época não existe livre arbítrio isso mesmo você não escolhe nada nós não colhemos o caminho que vamos traçar Isso é uma ilusão da nossa mente e Nesta aula nós vamos ver o porquê por exemplo vamos ilustrar o ponto de Espinosa Imagine que você entra numa padaria e se depara com a seguinte escolha aparentemente simples fácil e rápida você entra numa padaria e se depara com a seguinte escolha tem uma fruta e um croaçã de doce de leite
e agora Qual escolher veja você eu e todo mundo nã toda a torcida do Flamengo como costumam dizer acredita que faz a escolha consciente racional livre entre a fruta e o croaçã pensa que tem Total Liberdade para escolher entre os dois Fernando eu escolhi a fruta Porque por mais que eu tivesse vontade de um doce eu tive força de vontade persistente lutei Contra isso pensei no meu personal trainer pensei nas horas suadas da academia pensei na minha dieta no fim de semana no verão e diz eu vou escolher a fruta Fernando eu escolhi o croaçã
porque eu estou de aniversário e eu mereço um Mimo segunda-feira eu começo a dieta ou Hoje eu tive um dia difícil e quero me dar um um um agrado ou hoje eu consegui uma promoção e vou comemorar hum veja parecem escolhas livres mas segundo Espinosa essa sensação de liberdade ela é ilusória esses pensamentos são só justificativas que su mente diz a você da Escolha que o seu corpo fez por por que não escolhemos porque segundo Espinosa essa decisão aparentemente boba simples ela foi influenciada por uma série de fatores que um domínio sobre você sua fome
sua preferência por doces ou não experiências passadas com sabor de doce de leite a visão do croaçã na padaria naquele dia se ele estava apresentável se ele estava brilhoso se ele estava bonito cheiroso bem proporcional Sei lá eu se você estava se sentindo carente ou não naquele dia para que ele aliviar num doce Hum e sóa carência por si só já tem a ver com o condicionamento de quanto carinho recebeu dos Pais na infância Ou de repente se você está carente porque o namorado eh disse que ia ligar e não ligou amiga que na noite
anterior diz que ia dar uma passadinha na sua casa nos últimos eh minutos momentos cancelou e não foi por causa de um problema de saúde cada uma dessas influências existem inúmeras eu citei algumas condicionamentos ou como vai dizer a Espinosa cada um desses afetos externos a mim internos os internos são minha carência minha disposição meu nível de glicose no sangue minhas memórias afetivas os externos são calor que tava no ambiente na padaria se estava 30º estava 15 como que tá um ambiente ao redor naquele momento como é que tá apresentado o croaçã se tá bonito
se não tá bonito se tem alguém Fit saudável bonitão comendo ali uma fruta ó que isso já vai me influenciar ou tem alguém ali acima do peso comendo croaçã hum amiga que foi na minha casa ou não foi na minha casa o namorado que ligou ou não ligou o quanto de exercício eu fiz veja todas essas são variáveis afetos Como diz Espinosa externos a nós que vão ecoar nos afetos internos que nós temos e vão dar como resultado um desfecho que levou você a desejar o croaçã ou a fruta o que nós chamamos de uma
decisão livre portanto consciente racional pra Espinosa é apenas uma ilusão repito uma ilusão criada por nós por nosso cérebro por nossos pensamentos por desconhecer todas essas forças que nos habitam e escolhem por nós estamos portanto conscientes do desfecho eu consigo estar consciente se eu vou escolher a fruta ou o croação Eu tenho memória disso mas não estamos conscientes das causas que se entrelaçam que se conversam e geram esse desfecho estamos conscientes portanto do movimento de escolher entre a e b mas não do intrínseco e delicado e múltiplo processo de afetos que nos afetam que nos
levam a escolher A ou B por isso nós temos a ilusão Que Nós escolhemos Eu acho que eu escolhi porque ignoro todos esses afetos essas influências múltiplas veja observe a natureza ao seu redor o vento venta o rio corre e flui em uma determinada direção o passarinho come alpiste o gato caça insetos quando vê um o leão caça a gazela a gazela caça sei lá o que que ela caça mas foge do leão a abelha poliniza o macaco faz macaquice a floreira floresce na primavera murcha no outono se você observar a natureza ao seu redor
os animais e as coisas já parecem nascer sabendo o seu papel e parecem já nascer programados a fazer o que fazem nenhum animal tem Crise existencial a abelha ela ela não acorda e pensa Puxa que que eu vou fazer hoje tá chovendo acho que eu não vou sair mas eu deveria polinizar as flores hã ela se sente culpada ela vai pra terapia fica se debatendo na cama polinizar não polinizar e a questão aí no almoço ela fica em dúvida comer aquele melzinho ou a minha dieta saudável L eu tenho que pensar no verão isso não
acontece os animais sabem os papéis que representam instintivamente eles vão lá e fazem o que estão programados a fazer e o ser humano Por que seríamos diferente se pergunta Espinosa se para o filósofo somos também parte da natureza portanto também somos como os demais animais que tem por aí portanto nossas escolhas não seriam também pré-determinadas instintivas por assim dizer assim como um cavalo em um campo aberto ele não vai ponderar entre caminhar devagar e galopar sua reação ao se sentir em perigo ou vulnerável é correr assim como se você colocar um gato perto de uma
de de água e tentar dar um banho nele esse gato vai pular fora assim como se você deixar um em um potinho na sua varanda o seu Pátio hã um um um prato um punhado de sementes de um lado e uma fatia de bolo bolo de chocolate do outro lado em sua varanda lado a lado e Viar um passarinho ele vai instintivamente escolher as sementes ele vai comer as sementes passarinho não come bolo de chocolate assim como uma planta não escolhe para onde ela vai se virar ah hoje será que eu vou pra esquerda hoje
será que eu vou pra direita hoje será que eu vou para baixo vou para cima ela vai virar para onde tem luz e acabou pra Espinosa Nós seres humanos também somos assim pré-determinados a escolher com base na nossa natureza porque o ser humano também faz parte da natureza mas acontece que com o ser humano diferente dos outros animais existem muito mais variáveis muito mais condicionamentos que nos atravessam hum existem múltiplas variáveis para Nós seres humanos que não tem nos demais animais Espinosa vai dizer que existem muitos afetos que nos afetam sejam do ambiente então só
para citar alguns mas existem inúmeros calor frio alguém dizendo para fazer algo a propaganda que você viu na TV no Instagram como os meus parceiros se relacionam E como eles se relacionam comigo né No momento presente daquele acontecimento em questão então afetos internos como eu tô me sentindo minhas memórias emocionais Quais as crenças que eu eu tenho sobre eu mesmo sobre o outro sobre o mundo as relações que eu já tive na infância minhas memórias sensoriais e emocionais portanto os meus medos minhas carências meu nível de segurança questões físicas como se eu dormir bem se
eu tô com dor de cabeça se eu tô com glicose baixa ou alta no sangue se eu tô com dor de dente se eu tô constipado tudo isso tudo isso os externos e os internos formam uma rede complexa que se conversa para uma decisão sobre determinado acontecimento o externo ressoa e ecoa no nosso interno e disso tem-se um desfecho É como se eu pegar um carro aqueles problemas de vestibular da física de de de aula de física vocês lembram que é assim se eu pegar um carro com massa x sei lá quanto é que pesa
um carro 300 kg 500 Kg H uma velocidade de 100 km/h e dizer que ele vai bater num poste que tem uma massa de 2 toneladas a um ângulo de 30º Qual o que é o desfecho você consegue prever Quanto que o carro vai amassar Quanto que o poste vai amassar que que vai acontecer com aquele carro o dano do veículo o impacto que vai ter você consegue calcular assim poderiam ser calculadas as nossas ações e as nossas escolhas da mesma forma só que não é só a massa e a velocidade que vai entrar aqui
são todos esses afetos como vai dizer Espinosa externos e internos que se conversa nas circunstâncias específicas de uma determinada situação e com os afetos que estavam presentes naquele instante no exemplo que eu dei a padaria poderia ser outro poderia ser uma conversa com namorado poderia ser um cinema poderia ser acordar ou não acordar poderia ser escovar os dentes ou não escovar os dentes poderia ser viajar ou não viajar poderia ser eu na geladeira escolhendo o que que eu vou comer Qual filme eu vou ver na Netflix qualquer coisa sua escolha foi determinada de forma inevitável
não existe uma opção paralela ou alternativa que você poderia ter seguido senão aquela que de fato ocorreu só que o passarinho ele não tem traumas infantis com os pais passarinho não tem uma sociedade que imprime valores e espera que ele represente algo na sociedade o passarinho ele não sofreu bullying no colégio o passarinho não tem portanto tanta complexidade tantos atravessamentos tantos afetos quanto ser humano de qualquer forma nós somos igual ao passarinho no quesito desfecho também somos determinados a realizações com base nos afetos que nos afetam vai dizer Espinosa Então somos sim semelhantes aos outros
animais mas nós temos mais afetos que nos afetam temos mais fatores condicionantes vai dizer o filósofo vamos dar uma rápida olhada em algum dos fatores condicionantes que por exemplo a psicologia trabalha eu trabalho em minha clínica com os pacientes afetos portanto internos que moldam as nossas escolhas só para vocês verem o grau de complexidade disso né a infância por exemplo por mais que você seja adulto aou infância Ainda lhe afeta porque é o espaço onde nós construímos nossas primeiras memórias sensoriais e emocionais com os nossos cuidadores e disso surgem os papéis representacionais de como as
coisas funcionam nesse mundo e essas experiências se tornam moldes vamos dizer assim para nossas futuras relações Então imagina que seu pai foi carinhoso com você teve uma base Segura uma troca legal você internaliza um protótipo TIP de confiança e segurança e cuidado isso vai influenciar positivamente as suas relações por outro lado imagina que você não teve muita sorte ou tanta sorte quanto um pai carinhoso e seu pai era agressivo batia em você gritava com você era imprevisível isso provavelmente gerou um sentimento de uma um afeto como diria ipnos de desconfiança esse afeto ele vai se
repercurtir em você no passado e no presente tanto no passado em como você se relacionou com as demais interações que lá estavam de momento Então os coleguinhas a mãe os irmãos já com algum tom de desconfiança e isso já vai modelar as demais relações que você teve ali se pertencer a um grupo ou não no colégio Claro esse afeto misturado a Outros tantos que aconteceram né externos daquele momento e internos também mas vamos lá você teve essa Infância com o pai beleza agora aos 18 anos ao esperar uma resposta de alguém para um encontro amoroso
e não receber a resposta prontamente então você mandou lá um no tinder uma mensagem no Instagram uma mensagem e a pessoa não respondeu logo de cara você começa a ficar desconfiado essa desconfiança vem à tona um exemplo de como ela pode aparecer no presente tá podem ter outro tantos atravessamentos eu estou simplificando aí você tá lá no tinder um gatinho a gatinha ele demora para responder aí você começa a ficar p da vida começa a ficar irritado com raiva dá vontade de cancelar o encontro ou pior se comportar de forma rispida com esse gatinho ou
com essa gatinha querer responder na mesma moeda aí você vai lá e é agressivo com gatinho agressiva com gatinho isso já vai afetar o desfecho dessa interação essa desconfiança e resposta não surgem do nada você não escolheu fazer ela é fruto de uma cadeia de afetos que vem do passado e continuam a moldar o presente à medida que esse interno vive dentro de você e ecoa com os afetos externos que acontecem de momento assim como a padaria hum nesse caso a gente falou de um afeto a relação de confiança ou abuso com seu pai mas
esse um vai reverberar em outros vários dentro de você e fora de você dá para entender é uma espécie de Efeito Dominó só que múltiplo acontecendo ao mesmo tempo uma certa teia de aranha que vai se relacionando uma espécie de Efeito Borboleta Talvez seja a melhor definição onde uma coisa influencia todas as demais veja como um afeto como aur desenvolvida na relação com seu pai não atua de forma isolada ela se combina com outros afetos tanto internos quanto externos que estão presentes naquele momento esse afeto Inicial ao se conectar com o estado emocional atual que
você está por exemplo nessa esse exemplo aí do gatinho ou da gatinha esse afeto Inicial ao se conectar com o seu estado emocional atual suas experiências recentes e o ambiente ao seu redor cria uma rede de influências que vai dar o desfecho a escolha que você vai ter por exemplo ao esperar uma resposta para um encontro que você tá lá hum a desconfiança essa do pai Pode se misturar com a ansiedade do dia com experiências passadas de rejeição ou até mesmo com algo que você viu nas redes sociais minutos antes você viu lá nas redes
um casal feliz e aí você ficou carente ou mais carente e isso influenciou sua resposta todos esses afetos juntos vão moldar como você reage no presente tornando as suas escolhas o resultado dessa combinação de fatores e não de um único evento isolado perceba nossas escolhas não são determinadas por um só um afeto só mas por uma combinação complexa de fatores um afeto se entrelaça com outros e todos juntos reverberam influenciando nossas reações em cada situação cada acontecimento ou experiência emocional Não age sozinho mas em conjunto moldando do modo como nós interpretamos e respondemos ao Mundo
ao nosso redor Estamos portanto constantemente atravessados por essas múltiplas forças externas a nós e internas que somadas definem Nossas ações e percepções no presente deu para pegar a ideia cada afeto ele conversa e reverbera em outros afetos internos que você construiu o item e externos de momento que são os inputs do ambiente de momento que combinados vão ditando as suas escolhas e seus comportamentos Imaginem um um um laser aqueles de apertar Sabe aquele que você apertava um botãozinho em cima que a gente colocava no olho do professor no olho do outro colega do amiguinho para
encher o saco você aperta e sai uma luzinha imagina esse laser esse laser apertado ele seriam os estímulos externos esse raio do laser né que vai entrar em você reverberar ricochetear nas suas experiências internas de diversas como se fosse uma bolinha de pinball hã esse laser entre vai batendo e se transformando ao bater em vários afetos internos seus e vai sair um desfecho que será seu pensamento e comportamento fruta ou croaçã de doce de leite fato é que quando entrar na padaria naquele dia com aqueles afetos e aqueles atravessamentos externos daquele dia naquele horário naquele
minuto a temperatura que a padaria estava naquele horário as pessoas que ali estavam o tamanho da fila se tinha alguém bonito ou não fitna se tinha alguém gordo ou não se tinha o doce estava apresentável ou não esses afetos externos vão reverberar com os meus afetos internos que já falamos meu humor minhas memórias afetivas meu nível de glicose se eu dormir bem se eu tô carente se eu tô confiante como uma bola de pinball batendo ali dentro esses afetos todos vão conversar vai reverberar e vai ter um veredito do meu corpo meu destino já está
fadado escolher A ou B já está fadado dado Porque naquele dia naquele minuto são aqueles os afetos que me afetam e não teria como ser diferente com aqueles afetos de momento não poderia se ter outro desfecho portanto vai dizer Espinosa se a cena Se repetisse mil vezes mil vezes eu iria escolher a mesma coisa pra Espinosa a realidade simplesmente é não há outro caminho que você poderia ter tomado naquele momento na padaria ao escolher entre o croaçã e a fruta ao não com aqueles afetos presentes de momento talvez em outro dia se você tivesse dormido
mais meia hora ou se tivesse mais descansado talvez se você tivesse ido na padaria 10 minutos antes ou depois os afetos externos já seriam diferentes e já influenciariam os seus afetos internos de uma forma diferente hum modificando o desfecho contudo essa cena não existe a realidade simplesmente é não tem paralela ou outras possibilidades para Espinosa com os afetos que ali estavam o desfecho só poderia ser aquele que foi se você escolheu a fruta seria a fruta se você escolheu o croaçã seria o croaçã e vai ser pelo resto da eternidade se você voltasse no tempo
naquele instante e assim é com as demais escolhas Por ignorância dos afetos que nos afetam externos que nos internos em um determinado tempo e espaço onde a cena se Desenrola achamos que escolhemos se vamos acordar cedo ou não achamos se a gente vai na festa ou não se a gente vai na viagem ou não achamos que escolhemos até os nossos parceiros amorosos Não é esse discurso eu escolhi estar com meu parceiro de vida Fernando meu namorado minha namorada meu esposo minha esposa eu eu escolhi minha escolha de vida hum não é assim que a gente
fala ora quem aqui escolhe por quem vai se apaixonar ou não é assim que funciona se fosse assim não tinha tanta gente se apaixonando por gente que não presta a gente vai logo no difícil né no problema no desafio no carinha ruim por quê Porque a gente gosta de se martirizar e se punir não não porque não é a gente que escolhe não é a gente que escolhe ter atração o corpo só se atrai e vai e se você alguma vez na vida se sentiu atraído mas como a gente diz conteve os impulsos Ah eu
me sentia atraído mas eu não fui não se engane é porque o seu corpo Decidiu não ir não você os afetos conversaram e tomaram uma um veredito você só seguiu o que parece ser uma escolha livre é na verdade o resultado dessas causas que estão todas interligadas e fora do nosso controle consciente como o passarinho que eshe o alpiste ao invés do bolo de chocolate Só que mais complexo porque tem mais atravessamentos repito para Espinosa a sensação de liberdade que sentimos é na verdade uma ilusão Essa ilusão ocorre porque embora estamos cientes das nossas ações
não compreendemos todas as causas que nos levam a agir de certa maneira nós desconhecemos todas as leis da natureza que operam sobre a gente desconhecemos todos os micro pensamentos e condicionamentos que temos dentro do nosso corpo e dos agentes externos de momento PR Espinosa essa ideia de agirmos livremente é é ela é semelhante à experiência de uma pedra que se arremessada por alguém se a pedra tivesse consciência hum a pedra jogada por alguém e se ela tivesse consciência ela diria Ela poderia pensar eu tô me movendo porque eu escolhi me mover que maravilha né e
indo assim né é a mesma coisa da mesma forma Nós também acreditamos que as nossas ações são escolhas Livres mas na verdade nós estamos sendo movidos por causas que não controlamos causas que seguem as leis da natureza portanto Espinoza ele então nos convida a ver as nossas ações de uma forma diferente não como escolhas isoladas feitas por uma vontade independente o que gera culpa Hum mas como partes de um processo maior de causas e efeitos que nos movem assim como a pedra é movida pela força de quem arremessou assim como o gato foge da água
e sei lá que que ele faz caça moscas assim como a girafa gira feia Nós também nós também o bonito da filosofia de Espinosa é que ele tira de nós humanos o fardo de sermos especiais nós somos como os outros animais e isso traz um certo alívio a partir desse entendimento Espinoza redefine O que significa ser livre para ele a liberdade não é agir sem causas primeiras mas compreender as causas que nos movem quanto mais nós entendemos as influências que moldam nossos desejos nossos pensamentos e ações mais nós nos aproximamos de uma uma forma de
liberdade entre aspas eu coloquei entre aspas porque não é a liberdade de escapar das causas mas a liberdade de agir com conhecimento eu sei que me move eu sei que me instiga eu sei quais são os gatilhos do ambiente que reverberam e despertam determinados desejos e vontades em mim por aqui entra aqui entra Outro ponto interessantíssimo da filosofia de Espinosa e preste atenção porque este ponto é bem desafiador difícil de compreender vamos lá vamos vamos vamos vamos tentar ilustrar aqui tá ao entender os afetos que nos afetam ao entender o os afetos que nos AF
afetam isso já modifica a valência desses afetos vou repetir ao entender os afetos que me afetam eu já modifico esses afetos eu entender porque eu tenho medo de algo já modifica a minha relação com o medo eu entender por que eu estou carente já modifica a minha carência eu entender porque que eu sou ou estou triste já modifica a minha tristeza modifica no sentido de que algo mais vai surgir ali algo diferente do que estava acontecendo vai acontecer ali no próximo encontro entre afetos externos e os internos aos quais eu modifiquei um pouco é como
se na analogia do carro e do poste nós inclinemos esse poste mais alguns graus antes era 30 né O carro uma massa tal vai bater num poste a 30º agora agora agora eu entendendo os meus afetos internos esse 30 virou 35 e agora quando o carro vier as contingências externas quando ele bater já vai bater diferente já vai ter outro desfecho ao compreender os afetos que nos afetam nós já modificamos as valências desses afetos é o que vai dizer Espinosa assim nós podemos usar a consciência a razão para iluminar os afetos que nos afetam Olha
que Bárbaro isso assim nós podemos usar essa vantagem de conseguirmos enxergar o nosso corpo operando de certa forma e tentar iluminar esse corpo os afetos que estão sendo afetados e isso é o melhor que a gente pode fazer vai dizer Espinosa tentar entender um pouco mais as leis da natureza que sobre nós através dessa consciência nós podemos iluminar os nossos afetos nós podemos conhecer melhor algum dos afetos que nos afetam esse por exemplo é o papel da análise e da terapia ao jogar luz em como eu enxergo a minha relação ou como eu vivi e
experienciei isso reverbera dentro de mim da minha relação com meu pai na infância com minha mãe como eu fui criado do que eu sinto falta do que minhas emoções comunicam ao compreender os afetos que me afetam eu já modifico a valência dos próximos afetos eu já inclino esse poste já modifico um pouco mais Olha que Bárbaro aqui pra Espinosa que reside a nossa liberdade ao entender porque eu sinto uma raiva descomunal do meu chefe Por exemplo quando ele me critica ao entender porque eu me sinto muito carente quando meu namorado não tá online no WhatsApp
ao entender porque isso acontece eu já modifico esse isso a valência e a força intensidade desse isso desse afeto eu já modifico queç o próximo comportamento automático que eu teria que seria sei lá gritar de volta com meu chefe ou ligar novamente pro meu namorado para aliviar minha carência Hum eu modifico não porque eu tenha livre arbítrio para tal Porque eu decidi agir diferente mas simplesmente porque eu já vou ser afetado de outra maneira o meu corpo vai reagir de outra maneira a este carro que vai encontrar esse poste o ângulo do poste já é
outro na nossa analogia e aqui também entra um conceito de Espinosa que vai ecar em niet que vai encar em Freud que vai encar em Carl Rogers que é a ideia de conatos que nit chamou de potência que schopenhauer chamou de vontade também que Freud chamou de pulsão de vida que Call Roger chamou de tendência atualizante que refere-se à força interna de todo o ser para preservar crescer e buscar o seu bem-estar Espinoza tava estudando os seres e as coisas né e ele percebeu conseguiu reduzir tudo a uma questão única que ele observou de movimento
fenomenológico da natureza tudo na natureza tem uma força interna todo ser tenta se preservar crescer e buscar seu bem-estar tenta consumir mais mundo como diria niet depois com a vontade de potência Espinosa define o conatos como esforço inerente a cada coisa de preservar e expandir a sua essência Isso significa que todos os seres como os nós humanos mas todos os seres ou animais do planeta e nós também temos uma tendência natural e inevitável de continuar existindo e agir de maneira que favoreça nossa sobrevivência e prosperidade dessa forma pra Espinosa a liberdade ela está no conhecimento
Porque quanto mais conhecimento tiver das causas que me movem Mas eu ajudo meu corpo a ir em direção ao que me faz bem percebem porque o conatus essa força dentro do corpo ela quer que o corpo se dê bem mas às vezes ela fica meio perdida Deriva desses afetos externos queam nos internos se nós fôssemos uma onda do Oceano a gente fica ali sendo puxado para um lado pro outro com as com as forças desse oceano né mas se com a consciência eu consigo ajudar meu corpo a ir em direção ao que me faz bem
nas palavras de Espinosa cada coisa na medida em que está em si mesma esforça-se por preservar em seu ser vai dizer o filósofo na parte TR da ética proposição se não é a ilusão do livre arbítrio portanto que nos torna Livres mas a clareza sobre as forças que nos determinam quanto mais nós conhecermos essas forças menos somos dominados por ela mais nosso corpo vai ter clareza de buscar o que aumenta sua potência e nos faz bem ao entender os afetos que nos afetam a gente modifica a relação que temos com el com essas forças Espinosa
chama isso de liberdade de compreensão em contraste com a noção eh folclórica que nós temos ilusória de livre arbítrio para ele Essa é a forma mais elevada perdão de liberdade que nós podemos alcançar como seres humanos em vez de nós vivermos a mercê nesse oceano conforme a maré n indo para lá indo para cá perdidos a mercê desses afetos influências externas que coam nas nossas internas algo que ele chama de escravidão dos afetos alguém que não é livre passemos portanto a agir de acordo com a razão e o conhecimento iluminando um pouco das causas Que
nós conhecemos o máximo que nós pudermos eu digo um pouco porque são muitas nós não vamos conhecer todo mas o máximo que nós pudermos porque isso nos aproxima de uma vida mais plena e equilibrada algo que ele vai chamar de Liberdade nós conseguimos com isso ajudar nosso corpo a buscar afetos que mais nos favoreçam porque ele vai ter mais compreensão daquilo que ele quer e precisa tenhamos portanto mais consciência dos afetos que nos afetam E com isso uma vida mais harmônica com o nosso ser mente e corpo no mesmo plano uma coisa só para Espinosa
trabalhando juntos mente e corpo entendendo o que nos move e com isso buscando afetos que nos favoreçam porque pra Espinosa não tem essa dualidade mente é corpo e corpo é mente quanto mais mente eu tiver mais corpo eu tenho quanto mais corpo eu tenho mais mente eu tenho e com isso mais potência perante a vida espero ter ajudado com essa explanação sobre o filósofo nos vemos na próxima
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