Ele enfatizava o aspecto de que, pela graça, nós somos salvos, porém silenciando muitos aspectos dessa salvação pela graça, inclusive dando a entender que a doutrina católica diz que nós somos salvos exclusivamente pelas obras. E não é verdade! Uma grande confusão para a doutrina católica: a graça inicial não pode ser merecida; ela é graça pura, ou seja, a graça pela qual nós nos convertemos a Deus.
Ninguém pode merecê-la; é Deus quem nos a dá de maneira soberana. A graça final também não pode ser merecida; isso é doutrina do Concílio de Trento. A graça final quer dizer que a gente só não vai para o inferno porque, no último instante da nossa vida, Deus nos dá uma graça que nos faz perseverar na fé, na esperança e na caridade.
Esta última graça também não pode ser merecida; ela é dom puro de Deus. Agora, todas as nossas boas obras, para terem um valor sobrenatural, dizem a doutrina católica, necessitam da chamada graça atual, que é o impulso sobrenatural que Deus nos dá. Senão, nós não conseguiríamos fazer o bem sobrenatural.
Então, você tem graça antecedente, graça concomitante e graça consequente; você tem graça por todos os lados! Como é que alguém pode dizer que nós somos, por assim dizer, aqueles que professam a fé da salvação pelas obras? Não é verdade!
Porém, nós temos uma teologia da graça que é equilibrada, ou seja, uma teologia da graça que não apenas é equilibrada, mas ela é muito alta, porque, diferentemente de Lutero, que achava que a graça era uma capa que cobria a pessoa, para a doutrina católica, a graça transforma mesmo o homem por dentro e o torna capaz de obras sobrenaturais para as quais a graça o capacita. Se não fosse assim, nosso Senhor não teria mandado nós fazermos boas obras. E ele mandou, e nos prometeu uma recompensa em troca dessas boas obras.
Portanto, vejam: com Lutero e, depois, Calvino leva isso a um nível mais exagerado ainda, porque, para Calvino, quem salva é uma decisão soberana de Deus; ele que decide quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Absurdo! Ora, é justamente através dessa concepção da graça como uma capa que nasce a ideia de que a graça é uma espécie de desculpa para o pecado.
“Ah, eu só sou salvo pela graça, então eu posso pecar! ” Todos pecaram; todo mundo é pecador. É a fé que me justifica: se eu creio, então eu posso fazer o que eu quero, porque, no final das contas, eu jogo tudo na conta da graça.
Isso é uma doutrina que, entre os protestantes contemporâneos, chama-se de "Hiper Grace", mas que também tem a sua versão meio católica no chamado catolicismo liberal, que separa a fé da moral, que diz: "O importante é você acreditar naquilo que a Igreja ensina. " E na moral? “Ah, a gente dá um jeitinho, tudo acontece do modo como a gente quer.
” Veja, isso não tem nada a ver com o Evangelho! Se você pegar o capítulo 5 de São Mateus, que é o primeiro capítulo do Sermão da Montanha, São Mateus nos relata umas palavras de Jesus que são muito fortes. Jesus diz: "Não penseis que vim abolir a lei ou os profetas; não vim para abolir, mas para completar.
Em verdade, eu vos digo: antes que passe o céu e a terra, nem a mínima letra ou traço serão tirados da lei até que se cumpram todas as coisas. " Com efeito, eu vos digo: "Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e dos fariseus, não havereis de entrar no reino dos céus. " Se a vossa justiça não exceder, não for maior que a dos fariseus e dos mestres da lei, ele explica o que significa isso comentando os mandamentos.
Por exemplo, ele diz: "Ouvistes o que foi dito aos antigos: não matarás. Eu, porém, vos digo: todo aquele que tratar seu irmão com ira será réu no julgamento. " Ou seja, se antigamente, na lei antiga, era proibido matar, agora é proibido ficar com raiva.
Pergunto: o que é mais exigente, a lei antiga ou a lei nova? A lei nova! Jesus diz: "Os antigos diziam: não cometerás adultério.
Eu, porém, vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher cobiçando já adulterou com ela em seu coração. " Antes, era proibido adulterar; agora, é proibido olhar. Qual lei é mais rigorosa, a antiga ou a nova?
A nova! A lei antiga dizia: "Quem repudia sua esposa, dê-lhe um documento de divórcio. " Eu, porém, vos digo: "Todo aquele que repudia sua mulher, fora no caso de união ilícita, torna-adúltera.
" Ou seja, a lei antiga permitiu o divórcio; a lei nova proíbe o divórcio. Qual que é a lei mais rigorosa? A nova.
Os antigos diziam: "Não jurarás em falso. " Eu, porém, vos digo: "Não jureis de modo algum. " Qual que é mais rigorosa, a lei antiga ou a nova?
A nova! Ouvistes o que foi dito: "Olho por olho, dente por dente. " Eu, porém, vos digo: "Não resistais ao malvado.
" Então, o que Jesus mostra aqui é que o evangelho exige muito mais de nós; é uma lei interior, é uma lei que tem a ver com a mudança do nosso coração. O Sermão da Montanha é como que a essência do Evangelho. Portanto, essa ideia de que "ah, posso fazer o que eu quero e jogo na conta da graça" não tem nada a ver com o Novo Testamento.
Pelo contrário, na carta a Tito, São Paulo diz: "Nós vos ISO no Natal. ” Com efeito, a graça salvadora de Deus manifestou-se a toda a humanidade; ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com ponderação, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós para nos resgatar de toda iniquidade e purificar para si um povo que lhe pertença e que seja zeloso em praticar o bem.
Veja aqui. Na carta, Tito, São Paulo fala que a graça nos salva do domínio da ditadura das paixões humanas. Isso é uma coisa muito grandiosa, porque vejam: todos nós temos paixões desordenadas; todos nós.
As paixões são esses movimentos instintivos que existem em nós, são desordenados, excessivos ou defeituosos, ou são contraditórios. É por isso que, quando uma pessoa se converte, ela tem que fazer um pouco de esforço para praticar a Lei de Deus. Vejam, eu sou teólogo moral, não gosto muito da linguagem de tipo legalista; a minha praia é a moral das virtudes, que puxa pela razão, que faz a pessoa entender a racionalidade de uma conduta ordenada.
Essa é a minha praia. Porém, eu preciso reconhecer que, dada a situação em que o mundo se encontra, em que as pessoas perderam a capacidade de raciocínios mais profundos, se nós não nos educarmos para a docilidade, não conseguiremos silenciar as paixões para que a voz da razão fale mais alto. É isso que acontece com a maior parte das pessoas: elas sabem o que é bom, elas aprenderam; a Igreja ensina, a Igreja é nossa mãe, mas não conseguem.
Não conseguem. Por quê? Porque as paixões estão surtadas, enlouquecidas dentro delas.
Então, no começo da vida espiritual, a pessoa tem que realmente confiar na graça de Deus e pedir a Deus o seu socorro para reprimir as suas más paixões, porque senão ele não vai conseguir. Ele não vai conseguir rezar, ele não vai conseguir subir na vida espiritual; ele sempre vai ficar na periferia. Por isso, às vezes a gente tem que dizer a pessoas que estão com dificuldade de praticar a virtude: "Meu filho, ponha os meios.
" Ah, mas por exemplo: "Eu gosto de ver coisas erradas na internet. " Então jogue o celular fora. Umas medidas meio radicais assim.
Não tire o computador do quarto. Ah, mas não sei o quê. Corte pela raiz.
Por quê? São medidas que uma pessoa virtuosa não precisa. Não precisa.
Uma pessoa virtuosa simplesmente não quer saber daquilo. Porém, quem ainda não é virtuoso tem que fazer um esforço, porque ele não tem o hábito ainda de praticar o bem. São Paulo diz em Efésios, capítulo 5: "Ficai bem certos: nenhum libertino, impuro ou ganancioso, o qual é idólatra, tem herança no reino dos céus.
" Na carta aos Hebreus, no trecho que nós liamos ontem, o autor diz assim: "Sirvamos a Deus de modo a agradar-lhe com piedade e temor. " Ou seja, nós temos que conservar a graça; não basta recebê-la. Por exemplo, quando você se confessa, você recebe a graça.
O que eu quero dizer com isso? Você recebe o jato da vida divina na sua alma, e Deus passa a te vivificar por dentro. Ora, isso é suficiente?
Não. Você tem que conservar a graça. Quando a gente comunga, a graça aumenta, porque o próprio Cristo, o próprio Deus, entra em nós.
Agora, por exemplo, termina a missa e eu já saio gritando pelos caminhos, dando buzinada no povo; eu não estou conservando a graça. Eu saio da confissão, já começo a me inteirar das fofocas, já vou falar com outro, já vou ver o que não devo etc. Eu estou jogando a graça no lixo.
Eu tenho que aprender a conservar a graça de Deus. Não adianta a pessoa se confessar só para "pagar tabela", sabe? Como quem paga um pedágio: vai lá, confessa, mas não melhora.
Você está fazendo algo errado; você não está lutando seriamente contra o pecado. Por exemplo, chega uma pessoa e fala assim: "Eu dormi com a minha namorada. " Ah, tá bom, então deixa, te absolvo.
Te absolvo tal. Semana seguinte, dormiu com a namorada. Ou, meu amigo, você não está colocando os meios para parar de dormir na casa dela.
Se você quer viver a vontade de Deus, você tem que colocar os meios. Não adianta você simplesmente achar que vai chegar um negócio aqui que vai me dar uma vontade quase mágica e tudo vai mudar. Ou sabe o católico de fachada que, pela frente, ele é muito certinho, mas por trás, só o diabo sabe?
Não. O livro do Apocalipse é um livro que cobra as nossas boas obras. Apocalipse 2, versículo 5: "Lembra-te de onde caíste, arrepende-te e pratica as tuas obras do início; caso contrário, se não te arrependeres, virei e removerei teu candelabro do lugar.
" Ou seja, Deus quer ver o fruto das boas obras em nós. Apocalipse 3, versículo 15: "Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono. " Antes, "tá aqui, conheço as tuas obras: não és frio nem quente.
Oxalá fosses frio ou quente, mas porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te-ei. " [Música] Sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Dou-te o conselho: compra de Mim ouro purificado no fogo para ficares rico, vestes brancas para vestires e não aparecer tua nudez vergonhosa; e compra também colírio para unir os teus olhos.
Pois eu repreendo e castigo os que eu amo. É isso, né? Quando um pecador peca e Deus faz sentir um pouco o peso da sua mão, significa que Deus não abandonou.
Há uma graça educadora que o conduz. Santo Afonso diz: quando uma pessoa peca e não acontece nada, ela deveria ficar com medo, porque significa que Deus a abandonou. Portanto, se entra bandido, ladrão, é como uma casa sem muro; entra tudo que não presta ali dentro.
Portanto, se Deus te trata com dureza pelos teus pecados, saiba que Ele ainda está com você. Porém, não brinque, porque isso tudo é muito sério. O que é ser morno?
O que o Espírito Santo diz aqui é: "Conheço as tuas obras: não és frio nem quente. " Veja, o morno é o quê? É aquele que está na média ponderada, que ele não pratica virtude heroica, mas também não está.
Tolado na lamira do vício, então, por exemplo, o Fulano, que ele não é um bebum do boteco, mas também não tem a temperança de controlar o seu [Música], é o outro que não é um libertino, um devasso, um depravado completo, mas também não tem a castidade heroica, aquela pureza de alma que convém aos cristãos. Ou seja, é o Fulano que se contenta com ato de virtude pela metade. Sabe reza, mas reza um pouquinho; faz os mandamentos, mais um pouquinho só; não coloca esforço, não coloca empenho, não se entrega.
É a pessoa relaxada na sua vida espiritual. Esse é o morno. Nós temos que tomar muito cuidado com isso, porque o Senhor trata com muita severidade quem é morno.
No Capítulo 7 de São Mateus, Jesus diz: "Pelos seus frutos, conhecereis. Nem todo que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. " Naquele dia, muitos me dirão: "Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome?
Não expulsamos demônios em teu nome? Não fizemos muitos milagres em teu nome? " Então Eu lhes declararei: "Jamais vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
" Veja como o nosso Senhor trata com rigor. Então, não adianta eu estar aqui na igreja: "Senhor, Senhor, eu te amo, eu te louvo, eu te adoro, eu te glorifico; eu me ajoelho, boto a boca no chão, levanto o traseiro para cima, caio por terra, rolo, choro, grito etc. , mas nas minhas obras eu sou um relapso.
Eu não tô lutando de verdade. " Não basta! Você pode fazer o que você quiser, meu filho; não atrapalha com o Deus que tudo vê!
Ou você coloca verdadeira dedicação em servir, com todo o seu coração, pagando preço por isso, ou senão, nada feito. Isso tem muito a ver com uns detalhes, né? Por exemplo, o detalhe de viver bem a caridade.
Às vezes eu falava aqui, né, sobre esse hábito que a gente tem de falar mal das pessoas. Mal hábito! É um hábito feio.
Às vezes é até um hábito de família. A pessoa gosta de falar mal, fala assim por não é por maldade, sabe? Por esporte, comenta, fala, se que não aguenta.
Fala aqui, fala ali, solta uma ali, solta com lá; não tem aquela maldade no coração de destruir alguém, não tem. Mas é a morbidez do falar mal dos outros. Se a gente não corta isso, a caridade foi pro saco.
Você não pratica caridade, por exemplo, se você não aprende a ter pureza mesmo nas suas palavras. Porque o Fulano, que tem uma boca podre, mais baixa que o dicionário do Bocage, não adianta dizer que tem pureza! Só fala do que não presta, fica o tempo todo falando, falando, falando.
Aliás, é uma falta de educação, né? Eu acho muito patético esse uso que se tem hoje em dia dos cristãos, nós ficarmos falando palavrão assim, como se estivéssemos falando provérbios de sabedoria. Lavar a boca, né!
Dizer palavras edificantes, palavras educadas, tá nos detalhes. Tem muito a ver com os detalhes da nossa vida. Um dos textos mais impressionantes do Novo Testamento é a curtíssima carta de São Judas.
Ela não tem nem capítulo, ela só tem versículos, tem uma página praticamente. É um texto lindo. São Judas diz assim: "Amados, estando todo empenhado em escrever-vos a respeito da nossa comum salvação, senti a necessidade de mandar-vos uma exortação, a fim de que lutes pela fé que foi transmitida aos santos uma vez para sempre.
" Ou seja, eu tenho que lutar pela fé; a vida espiritual é um combate. A vida espiritual não é um, digamos, período de férias: "Ai, que gostoso! Vou sentar no colinho do papai do céu.
" Não é isso! Eu tenho que lutar pela fé, eu vou ter provações, vou ter as coisas, vão ser difíceis; uma virtude não vem de modo fácil, não vem. Eu tenho que colocar muito esforço!
Só que, como a graça me antecede, me acompanha e ela me leva até o fim, então eu sei que eu não estou semeando no nada; estou realmente me empenhando com a ajuda de Deus. Mas São Judas diz que se infiltraram certas pessoas das quais, desde há muito tempo, estava escrito o seguinte juízo: ímpios que mudam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam o nosso único soberano e Senhor Jesus Cristo. Ou seja, eles não vivem debaixo do senhorio de Cristo; são libertinos, fazem aquilo que lhes parece bem, aquilo que eles gostam.
Embora estejais plenamente instruídos, quero lembrar-vos de que o Senhor primeiro salvou o povo da terra do Egito, mas, num segundo momento, fez perecer os que não foram fiéis. Depois ele fala de Sodoma e Gomorra, do arcanjo Miguel, e aí ele diz como é que são essas pessoas. Ele diz: "A deles enveredaram pelo caminho de Caim," ou seja, o sacrifício da desobediência, né?
"Por amor ao lucro, precipitaram-se no estravio de Balaão. " Balaão queria o dinheiro que Balac lhe oferecia e se corrompeu. Depois foi morto pela espada e perderam-se na rebelião de Coré.
A rebelião de Coré é uma rebelião que aparece em Números, capítulo 16, que é quando Coré, que era sacerdote, se levanta contra Moisés e faz uma sublevação, faz uma rebelião contra Moisés. Sabe o que aconteceu com Coré? Dá uma chegadinha lá em Números 16.
Números 16 diz: "Mal acabou de pronunciar todas essas palavras, o solo fendeu debaixo deles; a terra abriu sua boca e os engoliu, com as suas casas, com toda a gente de Coré e todos os seus pertences. Eles desceram vivos para o Sheol, pro inferno, com tudo que era deles; a terra os cobriu e eles desapareceram no meio da Assembleia. " Ele diz: "Essa gente segue o caminho de Coré; eles desonram as vossas refeições comunitárias.
" Desonram missa, né? Quer dizer: "Vem, comam. .
. " Sem est prepar banqueteiam sem temor. Apent a si mesmo.
Aí ele diz: "São nuvens sem água que passam levadas pelo vento, aquela pessoa vazia que é levada por qualquer moda, por qualquer coisa que aparece. São árvores do fim do outono, sem frutos, duas vezes mortas: mortas porque têm a morte do pecado mortal e depois têm a morte eterna no inferno, desenraizadas. São ondas furiosas do mar que as próprias abominações; aquela pessoa que vai e vem, vai e vem, é sempre inconstante, é uma montanha-russa entre o vício e a virtude, estrelas errantes, as quais estão reservadas para sempre ao turbilhão das trevas.
Mas ele diz: "Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras preditas pelos apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vos diziam: 'Nos últimos tempos aparecerão zombadores, andando ao sabor de suas ímpias paixões. ' São eles que provocam divisões; são mundanos, não têm o Espírito. Vós, porém, amados, edificai-vos sobre o fundamento da vossa santíssima fé e orai no Espírito Santo, de modo que vos mantenha no amor de Deus, esperando a misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
Vós, porém, edificai-vos sobre o fundamento da vossa fé, de modo que vos mantenha no amor, esperando fé, caridade e esperança — as três virtudes teologais, e o centro disso tudo é: orai no Espírito Santo, ou seja, vai fundo na oração, mergulha de verdade na oração. Qual é o sinal de que você está buscando a Deus? O sinal de que você está buscando a Deus é que você leva a oração muito a sério na sua vida.
Ela não é um momentinho que você reserva aqui e acolá, simplesmente para cumprir uma obrigação com Deus. Se você não leva a oração a sério e se você não se aprofunda, ele chama isso aqui de "oração no Espírito", que é oração contemplativa. É quando você mergulha na oração, mesmo na meditação.
Na contemplação, você saboreia Deus; você começa a desfrutar do que há de melhor na vida espiritual. Se você não faz isso, Santo Afonso dizia o seguinte: "O cristão que pratica meditação de verdade — não é o que finge que medita. O que finge que medita vai lá e cumpre o seu tempinho de oração, mas o que leva a oração a sério mesmo, que medita, que mergulha na oração mental, aquele que vai na profundidade da oração.
Santo Afonso diz: 'A meditação não convive com o pecado. ' Ou a pessoa alarga a oração, ou ela alarga o pecado. Não tem outra hipótese.
Combata pela tua fé! Tenha uma vida de oração regrada, uma vida de oração profunda, que também não basta o pragmatismo de quem simplesmente cumpre, pá-pá-pá-pá, faz aquelas tabelinhas. Não se trata disso; se trata de mergulhar em Deus e de beber de Deus.
Se você realmente mergulhar na vida de oração, você vai começar a receber de Deus virtudes sobrenaturais. E se você realmente corresponder ao impulso da virtude, por exemplo: Deus te move para a caridade, então você faz um ato de caridade gigantesco, você ama, você vai lá, abraça aquela pessoa que te desagrada, você dá aquele perdão com todo o seu coração, ou você, por exemplo, se humilha como tem que se humilhar, porque o cristão não pode ser soberbo, altivo. Ou quando você obedece, ou quando você, por exemplo, é justo até nos mínimos detalhes, você pratica atos generosos de virtude.
O que acontece é que a graça vai aumentando em você, porque ela provoca virtude, e quando você corresponde, ela faz a virtude aumentar. Que nós possamos ter essa perseverança nas boas obras, queridos irmãos, e não nos rendamos a uma doutrina desequilibrada da graça que coloca tudo na graça ou tudo na lei. Não!
Nós precisamos da graça para praticar a Lei de Deus e para chegarmos à santidade.