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Video Transcript:
Muito boa noite, meus caros! Sejam todos muito bem-vindos a esta nossa conversa. Como eu havia comentado com vocês logo de manhã cedinho na nossa reflexão, a nossa meditação diária a partir dos textos de Santo Afonso, no dia de hoje, nós faremos a nossa meditação da Semana Santa. Né? Faremos uma live mais voltada à meditação da Semana Santa. Não é uma meditação muito longa, mas, sem dúvida alguma, um momento para que a gente possa conversar, possa refletir um pouco sobre este tempo especial que estamos vivendo, né? Nesta semana, amanhã, Quinta-feira Santa, a maioria das paróquias
celebra a Ceia do Senhor, então já é mais difícil, né, para que os seguidores aqui possam acompanhar. E depois, na Sexta-feira Santa, não é conveniente, né? Inclusive que fiquemos, né, falando muito, né? Que nos dispersos. Muito é melhor que mantenhamos um certo recolhimento para que possamos aproveitar bem a Sexta-feira Santa e celebrar bem. Então, por isso, eu escolhi aqui a quarta-feira para que pudéssemos fazer essa nossa conversa, né, para não deixar nenhuma semana sem que realizemos aqui esse nosso momento, esse nosso encontro. Né? Desde novembro do ano passado, estamos firmes e fortes aqui. Alguns de
vocês estão desde o primeiro dia, a primeira live do ano passado, e, desde então, todas as semanas, temos feito aqui a nossa conversa e a meditação de Santo Afonso de Ligório. Temos feito todos os dias, né? Hoje, nós estamos na meditação de número 87. Então, também, vários de vocês estão firmes aí na meditação de Santo Afonso. É isso aí, né? Vamos buscando sempre progredir, melhorar, fazer a vontade de Deus, conhecer a sua vontade, enfim, né? Essa é a ideia. Então, vamos entregar a Deus este nosso momento e aí já começamos aqui a nossa conversa em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. Oremos: ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação por Cristo Senhor nosso. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do
vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, meus queridos. Então, vamos começar aqui a nossa reflexão de hoje falando sobre a cruz de Cristo. Uma coisa que eu gostaria aqui de colocar e até de sugerir, né, para vocês, é que vocês depois confiram, né? Eu sei que a maioria aqui já está inscrito no canal, mas, depois, confiram a sua inscrição no
canal, porque às vezes acontece, né? Não sei por quê, mas algumas pessoas me relataram que haviam feito a sua inscrição no canal, ativaram suas notificações e o YouTube, por algum motivo, tirou a notificação, né? O aviso de notificação. Então, depois, confiram isso, né? Não deixem de ativar também as notificações. Se você já segue, ótimo, mas confira lá se as notificações estão ativadas. Tá bom? Então, muito bem. Na nossa reflexão de hoje, falaremos aqui a respeito da cruz de Cristo. A cruz é o grande símbolo, o grande sinal da salvação. É pela cruz que Jesus nos
dá a vida nova, é pela cruz que Jesus nos salva, é pela cruz que temos direito à vida eterna, né? Direito este dado por Jesus, né? Direito este que o Filho nos dá. E, então, em Jesus, que é o Filho legítimo, nós também somos filhos, somos filhos no Filho, né? No único Filho legítimo de Deus. Todos nós somos aceitos. Então, vamos meditar um pouquinho sobre isso. Em muitas cidades, hoje, no Brasil, ocorre a procissão do Encontro, quando saem as imagens do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores, e esta procissão celebra o encontro
de Jesus e Maria no caminho do Calvário. Então, meus queridos, quando nós olhamos, né, para a Paixão de Cristo, para todos os mistérios aí, né, que envolvem, né, que a gente celebra nessa semana, pensemos a partir daquilo que os primeiros autores cristãos falaram para nós sobre a Paixão de Cristo, os chamados padres da Igreja: São Clemente Romano, Santo Inácio de Antioquia, São Policarpo. Todos esses primeiros autores e pregadores do cristianismo insistem na questão da grandeza da morte escolhida por nosso Senhor. E vejam, a morte de Cristo é grande porque é a morte de um Homem-Deus,
mas ela é grande porque este Homem-Deus escolheu para si a mais terrível, a mais ignominiosa das mortes, que era a morte de um ladrão, de um criminoso, de um condenado à ação pública, a ponto de ter de ser pendurado e elevado do chão para ser visto e para inspirar temor. A crucifixão era isso, né? A pena da crucifixão existe desde a antiguidade. Não existe um consenso entre os historiadores sobre o local exato, né, onde surgiu a pena de crucifixão, mas a maioria dos autores concorda que esse costume começou entre os persas, o costume de crucificar
os condenados, né? De estirar os condenados ou amando-os ao patíbulo, ao madeiro, e deixando morrer de fome ou amando-os com pregos, para que tenham uma grande perda de sangue. E aí, associando a perda de sangue com a insolação, muitos ficavam dias na cruz e, muitos, tinham a insolação, a desidratação, e morriam de fome, né? Então, tudo isso... Né, nos mostra que era uma pena terrível; a cruz era uma pena terrível. Nós, hoje, né, como cristãos, estamos muito acostumados ao sinal da cruz e talvez já não olhamos para o sinal da cruz captando toda a profundidade
deste sinal. Porque, no tempo de São Paulo, por exemplo, São Paulo fala: "A cruz que é loucura e escândalo para muitos." Por que Paulo fala isso? Justamente porque, na antiguidade, se conhecia a pena de morte pela cruz. A cruz era um instrumento terrível, um tipo de morte terrível; era a morte reservada aos ladrões, aos salteadores, aqueles que não merecem misericórdia nenhuma, aqueles que necessitam de uma punição exemplar. E a cruz tinha também essa função, justamente de ser vista; ela era um sinal para intimidar aqueles que pensavam em praticar o mal. Olha que interessante: Deus se
serve de um sinal que era execrado, de um sinal ignominioso, de um sinal baixo. E aí está a grandeza e o triunfo de Cristo, porque Cristo escolhe aquilo que é mais baixo, Cristo escolhe aquilo que é mais humilhante, Cristo abraça exatamente aquilo que ninguém queria abraçar. Na justiça de Deus, aqueles que deviam são poupados, e aquele que era inocente paga. É por isso que, quando Jesus conta a parábola dos trabalhadores, falando do patrão que pagou conforme a sua vontade, né? Uns foram contratados no começo do dia, outros no meio, e outros chegaram no fim. E
depois, aqueles que viram o patrão pagando a todos, sobretudo aqueles que trabalharam desde a primeira hora, se revoltaram e disseram: “Não, mas esses chegaram agora, e o senhor vai pagar a mesma coisa.” E o que o patrão responde na parábola? “Mas, meus amigos, eu não estou pagando para vocês aquilo que foi combinado. Então, se eu combinei que iria pagar isso e estou pagando, qual é o crime? Qual é o erro? Não há erro. Agora, se eu quero tirar do meu tesouro o dinheiro que me pertence e pagar para aqueles que chegaram na última hora, por
que eu não posso dispor dos meus próprios bens? Será que eu estou sendo injusto?” O patrão da parábola fala: “Será que estou sendo injusto, ou vocês é que estão sendo invejosos em relação aos últimos?” Bom, essa parábola fala do orgulho humano, da inveja humana; ela fala do perigo que todos nós, que somos católicos, que temos uma vida de igreja, que nos confessamos, podemos cair no erro de começar a olhar para quem está fora da igreja ou para quem não está ainda tão firmemente unido a Cristo, e começar a criticar, a dizer: “Não, mas você chegou
agora.” Agora, acontece que Deus é generoso, e Deus não se deixa vencer em generosidade. Então, na lógica de Deus, na lógica da cruz, nós somos os operários da última hora, nós somos aqueles que chegaram depois, e recebemos; trabalhamos pouco e recebemos muito. O que Deus pede de nós? Deus nos pede que o amemos, que o obedeçamos, que vivamos com Ele já nesta vida, que nos confessemos, que comunguemos, que pratiquemos a caridade, o amor ao próximo. É isso. Esses são os meios ordinários de salvação. E se a gente for ver, é muito pouco em vista do
que nós vamos receber, que é o céu, que é uma eternidade feliz. E no céu, qual é o prêmio? O prêmio do céu é Deus mesmo; Ele se dará inteiramente, claramente, de maneira compreensível, por toda a eternidade, àqueles que o amam. Ou seja, nós receberemos muito mais do que o que nós merecemos. Então, nós somos estes operários da última hora. Na lógica da cruz, não paga quem deve; paga quem pode. Na lógica da cruz, não paga quem deve; paga quem pode. Por quê? Porque nós, pecadores, somos devedores da justiça divina. Deus nos ama, Deus nos
deu a graça do batismo, Deus renova todos os dias as graças que Ele quer nos dar. Deus faz isso todo dia, todo tempo. Só que, o que acontece? Nós retribuímos com quê? Com o pecado, com a desobediência. Nós retribuímos com o desejo de satisfazer as nossas paixões, os nossos desejos, os nossos gostos, e às vezes ignoramos solenemente, conscientemente, deliberadamente aquilo que é vontade de Deus e que nós sabemos que é vontade de Deus. Entendeu? Então, é assim que a gente paga o amor de Deus. Então, nós devemos muito à justiça de Deus. Deus fez muito
por nós, e nós retribuímos muito mal, muito mal. Então, nós somos devedores. Quem deveria pagar a justiça divina? Nós deveríamos pagar. Só que acontece o seguinte: nós somos tão pequenos, tão miseráveis, que nem o melhor dos seres humanos, derramando todo o seu sangue, seria suficiente para pagar nem os seus próprios pecados. Imagine para redimir a humanidade toda e satisfazer a justiça divina. Somente alguém capaz de merecer para todos um mérito infinito, imenso. Então, quem paga? Quem pode pagar. Nós devemos, mas nós não podemos pagar. Na lógica dos homens, quem deve paga. Na lógica de Deus,
paga quem pode. E, na lógica de Deus, o único que pode é Jesus Cristo. Somente Jesus, que é o homem Deus; Ele, que é uma pessoa divina, que já existia antes de todos os séculos, ao encarnar-se, teve a sua natureza humana criada. A natureza humana de Cristo foi criada; a natureza divina é incriada, ela sempre existiu. Jesus entra no tempo; Jesus, que é eterno, entra no tempo, entra na história humana, se faz um de nós e toma sobre si, como diz o capítulo 53 de Isaías, as nossas dores. Ele assume aquilo que é nosso porque
Ele pode pagar; Ele pode pagar. E, sendo Ele Deus... Sendo ele perfeito, não devendo nada à justiça divina, seu sofrimento se torna automaticamente o maior sofrimento. Então, vejam: existem mortes por tortura, afogamento, incêndio... enfim, existem mortes que são terríveis. A gente olha pra cruz e, quando dizemos que na cruz Jesus assumiu o maior sofrimento possível, alguém pode se perguntar: "Mas e as outras pessoas que eram crucificadas? Então, por que o sofrimento de Jesus é maior, se tanta gente era crucificada desde a antiguidade?" Cabe essa pergunta. Então, o que nós podemos entender? Existem sofrimentos, do ponto
de vista humano, maiores que o de Jesus? Sim, pode haver. Pode haver uma morte por sufocamento, por afogamento; pode ser que ela seja tão terrível quanto uma morte na cruz. Mas o que fez a morte de Cristo, o suplício de Cristo, ser o maior de todos foi o fato de que ele não devia nada. Isso já eleva o seu sacrifício. Primeiro ponto. Segundo ponto: ele é Deus. Sendo Deus, a sua própria Encarnação — o mistério da Encarnação — ao fazer-se homem, isso é um esvaziamento, como São Paulo fala no capitulo 2 de Filipenses: Cristo esvaziou-se
de sua glória e assumiu a condição de um escravo, fazendo-se aos homens semelhante. Isso é um movimento que a Sagrada Escritura chama de kenosis. O que é a kenosis? Em grego, é o esvaziamento. Jesus não deixa de ser Deus, mas ele não usa das suas prerrogativas de Deus o tempo todo. Olhe o insulto que Jesus recebe no alto da cruz: "Se você é o Filho de Deus, desça daí, salve-se a si mesmo e salve também a nós!" Uma blasfêmia. A Sagrada Escritura diz: "Não tentarás o Senhor, teu Deus." O que o mau ladrão estava fazendo?
Tentando a Deus. Jesus se esvaziou. Ele tinha poder, ele poderia reagir, ele poderia descer da cruz; seria retumbante essa resposta. Se ele descesse da cruz, fizesse um grande milagre, demonstrasse o seu poder, os sacerdotes creriam, todos ficariam amedrontados, todos alcançariam esta prova de que ali de fato estava o Filho de Deus. Mas veja: Jesus passa pela kenosis, o esvaziamento. Ele tinha poder; ele era consciente de quem ele era. Existem alguns teólogos que dizem a heresia de que Jesus não tinha plena consciência de que ele era Deus e que ele foi tomando consciência disso com o
tempo. Isso é absurdo! Basta ler os padres da Igreja, os primeiros autores cristãos, basta ler os Evangelhos. Então, isso é absurdo. Jesus sabia quem ele era; ele sabia do poder que tinha, mas Jesus demonstra muito mais o seu poder ao não usá-lo. O poder de Cristo, o poder da cruz, está em ter o poder, ter a possibilidade e não lançar mão disso. Quando nós vemos a cena do evangelho de Domingo de Ramos, em que Jesus é amarrado — Deus sendo amarrado! Deus que é poderoso, que pode tudo, Deus que com apenas um ato de vontade
pode criar e pode destruir qualquer coisa — Deus se deixa amarrar. A mansidão! Jesus demonstra muito mais o seu poder na sua mansidão, se deixando amarrar, se deixando açoitar, se deixando crucificar e permitindo que o tentassem, que blasfemasem contra ele, duvidando dele, desafiando o poder dele, e ele nada faz, tendo poder para fazê-lo. Ele nada faz. Então, primeiro: o poder da cruz, a eficácia da cruz, está no fato de que é uma vítima inocente. Agora, por que o sofrimento de Jesus é o maior? Porque Jesus é Deus, e Deus é infinito. Deus é onipotente, é
onisciente, é onipresente. E este Deus tão cheio de atributos se rebaixa, se deixa amarrar, se deixa cuspir, permite as blasfêmias, e tudo isso por amor a nós. Então, por isso que a morte de Cristo é a maior de todas, porque a humanidade de Cristo é o modelo de humanidade. Deus, quando criou Adão e Eva, pensou em Adão e Eva de modo perfeito, mas deu liberdade. E eles usaram mal. Ao usarem mal esta liberdade, o pecado entra no mundo e, como diz o catecismo da Igreja, ele se comunicou de forma misteriosa, de forma misteriosa, é uma
solidariedade maldita da comunicação do pecado. Não é isso que Deus planejou. Em Jesus, esta humanidade é reconstruída, é restaurada. Jesus recapitula, ele reorganiza, ele reordena a obra da criação em si. Por isso que os santos padres, os primeiros autores cristãos, viram em Jesus o novo Adão. O novo Adão! Jesus é o modelo de homem por excelência; é o homem perfeito, é o homem sem pecado, é um homem inteiramente ordenado para o Pai, porque ele é o Filho do Pai e a sua missão é fazer a vontade do Pai. Então, na cruz, nós temos a restauração
da obra de Deus, da obra da criação. Santo Tomás de Aquino nos ensina que, quando lemos a Sagrada Escritura, devemos entender o tríplice movimento do Espírito Santo a revelar as Escrituras. Santo Tomás diz assim: tudo aquilo que está contido na revelação de Deus aparece primeiro como profecia — é o Antigo Testamento —, depois como acontecimento — Novo Testamento — e depois como Sacramento. Então, pelos sacramentos, Jesus perpetua na Igreja a sua ação no mundo. Quem é que perdoa os pecados? É Jesus, que no sacerdote perdoa os pecados. Quem é que batiza? É Jesus que batiza
no sacerdote, no diácono, no bispo, no padre. É Jesus quem celebra a missa. O sacerdócio do padre é uma participação no sacerdócio de Cristo. Então, é a chave de leitura da Sagrada Escritura que Santo Tomás nos dá. Nós temos que olhar as coisas primeiro como profecia — Antigo Testamento —, depois como acontecimento — Novo Testamento — e, por fim, como Sacramento na história da Igreja: profecia, acontecimento, Sacramento. Quando olhamos lá para o Antigo Testamento, nós vemos o velho... Adão! O velho Adão era um homem perfeito que foi criado para ser feliz, para saber de tudo,
para viver na companhia do Pai. Olha que coisa: quando nós dizemos que nós, seres humanos, refletimos a imagem e semelhança com Deus, é isso mesmo. O que Jesus fazia? Jesus convivia com o Pai, Deus Pai. Quando cria o homem, Ele cria o homem para conviver com Ele. É a semelhança! É a semelhança! O homem foi colocado num jardim de delícias para viver com Deus, para falar com Deus, mas ele se sente sozinho e pede uma companheira. E Deus dá a mulher, Eva. Até o momento do pecado original, Eva era virgem, Eva era Imaculada. Eva era
a companhia, a completude do homem. Mas vem Satanás. Qual é a grande obra do inferno? Destruir a obra-prima de Deus. E quem é a obra-prima de Deus? Você e eu; nós, todos, seres humanos, somos a obra-prima de Deus. E o grande objetivo do mal é destruir a obra-prima de Deus. Por isso, o pecado é uma invenção angélica; é um anjo que cria o pecado, seduz a mulher e esta convence o homem. O pecado entra no mundo. Santo Irineu de Leão já disse isso algumas vezes e repito hoje: ele diz que, do mesmo modo que o
pecado entra no mundo, ele é vencido no mundo pela mesma porta por onde ele entra, ele sai. E a lógica de Deus é a lógica de vencer nas mesmas coisas. Então, para que o pecado entrasse no mundo, foi necessário um jardim, uma árvore, um fruto, um anjo, uma mulher e um homem. É isso que tinha ali no Paraíso: a árvore do conhecimento do bem e do mal, o Jardim do Éden, a serpente, Satanás, Eva a mulher, Adão o homem e o fruto proibido. É isso, esse é o cenário da entrada do pecado no mundo. Mas
Santo Irineu fala: "E este Deus que vence sempre, Ele também suscitará uma mulher, um anjo, um homem, um fruto, uma árvore, um jardim." Que está no Antigo Testamento é profecia, no Novo Testamento é acontecimento. Lá no Antigo Testamento, nós temos um homem e uma mulher que são imagem profética daquilo que é o desejo de Deus. Eles pecaram, mas o desejo de Deus continua o mesmo; o plano de Deus não mudou, apesar do pecado, apesar da infidelidade. E aí, Santo Irineu vai dizer: no Novo Testamento, Deus reordena as coisas. Como assim? Como no Jardim do Éden
vem a serpente maldita e seduz Eva, é um anjo que anuncia a Eva a proposta do pecado. No Novo Testamento, nós temos um anjo que aparece a uma virgem imaculada. Eva era virgem, imaculada; Satanás aparece para seduzi-la, para que coma o fruto proibido. No Novo Testamento, nós temos o Arcanjo que aparece à Virgem Maria, que era virgem e era imaculada. Satanás seduz Eva, que come o fruto da perdição e o joga para o seu ventre, e o dá ao homem com o Arcanjo Gabriel. A saudação "Em Nome de Deus", a proposta que Deus fez. E
quando Maria diz sim, Maria concebe dentro de si o bendito fruto de seu ventre. O maldito fruto de Eva nos deu pecado; o bendito fruto de Maria é Jesus. Jesus! Eva disse não a Deus; Maria disse sim a Deus. Maria é a nova Eva. O próprio Santo Irineu, ele vai dizer, né, que a saudação do anjo ao chamar Maria "Ave Maria", que é a saudação típica do Império Romano. Ave! Santo Irineu, ele diz: "Não é exagero pensar que o Anjo, ao saudá-la assim, tenha feito de propósito, porque ao dizer 'ave', nós temos a palavra 'Eva'
ao contrário." Ave, Eva! Maria é a Eva ao contrário, é a Eva invertida. Se a primeira disse não, a segunda diz sim. Mas acontece que a primeira estendeu a mão e colheu o fruto da perdição, mas a segunda Eva também foi conduzida a um jardim; um jardim tenebroso chamado Calvário. Calvário! Neste jardim foi plantada uma árvore, que é a verdadeira árvore do conhecimento do bem e do mal. Qual é esta árvore? A árvore da Cruz, que foi plantada no Calvário. Toda árvore, para dar fruto, ela precisa ser regada. A árvore da Cruz foi regada com
o sangue de Cristo e Ele mesmo é o fruto que pendeu desta bendita árvore. Eva estendeu a mão para colher o fruto da perdição. Nossa Senhora estendeu seus braços para receber seu Filho morto; a nova Eva colhe o fruto da salvação que ela gerou dentro de si: Ave, Eva! Então, Deus reconstrói, Deus recapitula a cruz; ela é um momento em que a criação, a desordem do pecado, é reordenada. É reordenada, né? Todo o universo, tudo aquilo que foi criado é reordenado em Jesus Cristo. Jesus dá sentido a todas as coisas. E aí, nós temos que
pensar, meus caros, no seguinte: como que a cruz de Cristo? Como que eu posso tirar um fruto disso, um fruto concreto disso? Primeira coisa: ao meditar na Paixão de Cristo, eu não devo ter dó de Jesus. Muita gente lê os textos da Paixão e a pessoa fica ali naquela compunção, né, e às vezes alguns mais emotivos chegam às lágrimas pensando no que fizeram a Jesus. E aí entra naquilo que Santo Afonso nos diz; quem está acompanhando as meditações diárias de Santo Afonso já ouviu isso esta semana. Santo Afonso, ele fala: o que matou Jesus foram
os meus pecados. Então, não é para que eu tenha dó de Jesus, porque a obra da salvação já está feita de uma vez por todas! Jesus já sofreu e já mereceu por mim. E na missa, Jesus sofre misticamente; Jesus sofre sem dor. É o sacrifício incruento. A cruz é o sacrifício cruento, cru, doloroso de Jesus. Mas Ele... Já aconteceu, na missa, há uma atualização desse sacrifício. Cada missa é o Calvário de novo e de novo e de novo, até que ele venha, até que venha o juízo final. Mas é um sacrifício místico; não há dor
da vítima. Jesus não tem dor a cada missa. Então, meditar a Paixão de Cristo não é ter dó de Jesus. Meditar a Paixão de Cristo é olhar para ela como uma escola de santidade. Nós temos que olhar para aquilo que Jesus fez no seu caminho para a morte e depois para a ressurreição e tirar as lições. Jesus, ao se encarnar, ao se fazer homem, ele assumiu tudo que é humano. Para quê? Para que a gente possa imitá-lo, para que a gente possa olhar para ele e fazer igual. Então, Jesus nos dá uma lição. Jesus nos
ensina paciência, Jesus nos ensina a mansidão, Jesus nos ensina a rezar. Quando Jesus estava pregado já na cruz, ele começa a dizer algumas palavras que a gente chama de "as sete palavras de Cristo na cruz". Em algumas cidades, na Sexta-feira Santa, ainda existe o sermão das sete palavras, onde geralmente o sacerdote vai contemplando as sete palavras de Cristo na cruz, as sete frases que Jesus repetiu, vai meditando sobre elas. As sete frases que Jesus disse na cruz são trechos dos Salmos; ou seja, Jesus estava recitando Salmos. Jesus estava rezando na cruz. Você quer lição maior
do que essa? Jesus, na cruz, está nos ensinando como nós devemos nos portar nos sofrimentos da nossa vida, no dia a dia, rezando, clamando a Deus, pedindo socorro a Deus. É isso que Jesus nos ensina; é uma lição para que nós imitemos. Muitos católicos, quando vão à celebração da Sexta-feira Santa, ficam perplexos quando ouvem; se perturbam. Eu já vi gente que fica até perturbada com aquele Evangelho da Sexta-feira Santa, quando Jesus, na cruz, diz: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?" Parece um desespero; parece que Jesus não está confiando. Parece que, em algum momento,
a fé dele fraquejou. Não, não é isso! O que Jesus está fazendo ali, no alto da cruz, é rezando; ele está recitando os Salmos. Inclusive, o Salmo da Sexta-feira Santa é exatamente este: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?" No alto da cruz, Jesus reza. No caminho para o Calvário, ele carrega a sua própria cruz, e ele cai várias vezes. O que isso significa? Qual é a lição disso? Que nós, também, carregando a nossa cruz, não vamos acertar sempre; nós vamos cair em alguns momentos. A nossa cruz, ela vai parecer mais pesada; nós seremos
quase esmagados por ela. Mas, também, no meio desse caminho, nós teremos alguns alívios. No meio do caminho da nossa vida, nós vamos encontrar vários Cirineus. Quantas pessoas a providência de Deus já colocou na sua vida, na minha vida, numa hora de necessidade! Às vezes, você está passando por uma dificuldade, por um problema, e aí você recebe uma ajuda de quem você nem imaginaria. Deus está te socorrendo! Jesus quer nos ensinar essas lições. Aparecerão Cirineus para nos ajudar. Nós não precisamos nos perturbar; Deus mandará. E, aliás, nós temos um Cirineu permanente para nos ajudar a carregar
nossa cruz, que é o nosso anjo da guarda. Rezemos constantemente ao nosso anjo da guarda. Se nós rezássemos mais para o nosso anjo da guarda, que tem a incumbência de cuidar de nós, de cuidar da nossa salvação, certamente nós resolveríamos os nossos problemas. Nós não pedimos aos nossos anjos da guarda. Nós temos esse auxílio do céu e não usamos. Nós temos o auxílio da intercessão dos Santos; temos a possibilidade de pedir ajuda das almas do purgatório. Não pedimos! As almas do purgatório são sedentas para ajudar porque elas também querem ajuda. Então, se você reza pelas
almas do purgatório e pede a elas que te ajudem, é certo que você receberá essa ajuda. São Cirineus espirituais. Nós não os vemos, mas eles estão aqui, eles existem; nós podemos lançar mão deles também nesse caminho do Calvário. Jesus se encontra com Nossa Senhora; ele se encontra com sua mãe nas dores e nas angústias da nossa vida. Nossa Senhora está conosco. Por quê? Porque Jesus, no alto da cruz, nos deu sua mãe; disse também a Nossa Senhora que nós é filhos dela: "Eis aí o teu filho." Nossa Senhora leva isso a sério. Nas nossas cruzes,
nos encontraremos com Nossa Senhora; ela estará conosco, caminhará conosco, tornará o nosso caminho menos árido. À vista de Nossa Senhora, no meio dos problemas, nós conseguimos caminhar mais facilmente. Peçamos sempre a intercessão de Nossa Senhora. É um caminho. Mas, também, nesse caminho, nós teremos contratempos, nós teremos dores, nós teremos sofrimentos; mas tudo isso serve para a nossa purificação. Quando Jesus fala de seguimento dele, ele fala em cruz: "Quem quiser me seguir, tome a sua cruz e venha após mim." Se a gente pegar o texto original em grego, o texto diz assim: "Vem atrás de mim."
Por quê? Atrás, para aprender o caminho. Jesus trilha primeiro o caminho para que nós possamos passar pelo mesmo caminho, imitando. Quando Jesus chega para ser crucificado, ele é humilhado mais uma vez; ele é despido, suas vestes são retiradas, removidas, e então ele é pregado na cruz. Existem alguns estudiosos que colocam um detalhe interessante a respeito do modo como os romanos crucificam os condenados. Os romanos costumavam fazer a cruz sob medida para aquele condenado; eles não ficavam reaproveitando as cruzes, mas faziam a cruz para aquele condenado. E é interessante que os estudiosos do Santo Sudário, que
é o lençol onde a imagem de Cristo ficou gravada na ocasião da sua ressurreição, como que a gente sabe que o Sudário gravou... Aquela imagem, né? No tecido, na ressurreição, pelo seguinte: a imagem de Cristo ficou impressa no pano por radiação. Radiação em ca de um pano reduz o pano a pó. Então, isso significa que foi um milagre muito grande que preservou aquele pano, porque foi uma explosão de luz que gravou a imagem no pano e ainda gravou como um negativo fotográfico, sendo que a foto só foi inventada no século X. Essa é a tecnologia,
né, que já aparece ali no Sudário. Isso significa o quê? Que Jesus foi envolto naquele lençol e, no momento da ressurreição, foi tanta luz que saiu do corpo de Cristo que isso foi o suficiente para imprimir ali a sua imagem. Muitos estudiosos, né, que olham para o Sudário hoje, percebem que um dos ombros de Jesus está deslocado; não está quebrado, mas está deslocado. Provavelmente, o que pode ter ocorrido pode ser que a cruz que reservaram para a crucifixão fosse uma cruz na medida de Barrabás, por exemplo, que já era condenado e que acabou sendo solto
no lugar de Jesus. Porque o que aconteceu? Jesus, ao ter o ombro deslocado, muito provavelmente, na hora de ser crucificado, já havia um furo prévio que ficava na trave, né, horizontal da cruz. Aquela trave horizontal já vinha com um furo para facilitar. Era só pregar, né? O prego ali, né, mais ou menos aqui nesse ponto. Era só pregar o prego e enterrar o prego naquele buraco que já estava previamente aberto. Agora, acontece o seguinte: se Jesus tem esse deslocamento, provavelmente ele foi crucificado numa cruz que não era dele, não era para ele. E aí, então,
esticaram o braço para que a sua mão chegasse no buraco, na forma daquela cruz que não era dele. E, aliás, isso faz todo sentido, porque aquele que não devia nada à justiça divina, aquele que sequer deveria morrer, morreu por uma pena que não era dele; morreu talvez até mesmo numa cruz que não era para ele. Isso é muito significativo, porque a cruz de fato não era para ele; ela era para nós. Mas ele morreu no nosso lugar. Ele quis satisfazer; ele desejou satisfazer a justiça de Deus. E eu pego, então, o texto de São João,
capítulo 19, versículo 17 em diante, para que vejamos como se deu esta cena: "E o levaram; e o levaram Jesus saiu carregando ele próprio a cruz para um lugar". Então, é curioso aqui. Ele próprio sai carregando a sua cruz, o patíbulo infame, para um lugar chamado Calvário, em hebraico, Golgota. Aí o crucificaram com outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos mandara escrever um letreiro e crucificá-lo na cruz. O escrito dizia: "Jesus o Nazareno, Rei dos Judeus". Muitos judeus leram o letreiro, porque o lugar onde Jesus fora crucificado ficava perto da cidade.
Além disso, estava escrito em hebraico, latim e grego. Os sumos sacerdotes diziam a Pilatos: "Não escrevas: 'o Rei dos Judeus', e sim: 'ele disse, eu sou o Rei dos Judeus'". Respondeu Pilatos: "O que escrevi, está escrito". Quando crucificaram Jesus, os soldados pegaram sua roupa e a dividiram em quatro partes, uma para cada soldado, exceto a túnica. Era uma túnica sem costuras, tecida de cima a baixo, de uma peça só. É curioso também pensarmos aqui num ponto que os santos padres percebem: eles dividem as vestes de Jesus em quatro partes. Os judeus escreviam o nome de
Deus com quatro letras, o tetragrama sagrado. O Deus feito homem tem as suas vestes divididas em quatro partes, assim como o nome de Deus tem quatro letras. O Deus feito homem tem seus bens divididos em quatro partes, né? Então, os santos padres fazem esse paralelo do número. Era uma túnica sem costuras, sem costura, tecida de cima a baixo, de uma peça só. Então disseram: "Não a rasguem, vamos sorteá-las." Soldados junto à cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo a mãe e ao lado o
discípulo predileto, diz à sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." E depois disse ao discípulo: "Eis aí tua mãe." Desde este momento, o discípulo a levou para sua casa. Depois, Jesus, sabendo que tudo estava terminado, para que se cumprisse a Escritura, disse: "Tenho sede." Havia aí um jarro cheio de vinagre. Empaparam uma esponja em vinagre e a prenderam no hisopo e a aproximaram da sua boca. Jesus tomou o vinagre e disse: "Está acabado" ou "Está consumado", né? Em outras versões do Evangelho se diz que Jesus não tomou, outras já dizem que ele tomou. Aqui
há um caráter simbólico nisso aí, né? O vinagre misturado com sal se torna um anestésico. Então, é interessante que nos outros evangelistas falam que era uma salmoura, né? Um vinagre misturado com sal. Então, ensoparam uma esponja e levaram na ponta de um pau até a boca de Jesus para ele chupar. Por que isso? Porque os crucificados ficavam com a boca muito seca, como perdiam muito sangue, eles começavam a projetar o corpo pra frente para tentar respirar e cada vez a respiração ia ficando mais curta. Eles iam desidratando muito rápido. Então, dar vinagre com sal seria
um anestésico para que sentisse menos dor. Nos outros evangelistas, dizem que quando chegaram essa vara com a esponja com vinagre e sal, Jesus não tomou. Aí, aparentemente, aqui é uma contradição: os outros evangelistas dizem que ele não tomou e João fala que ele tomou. Mas veja bem: tem um detalhe. João fala que ele tomou vinagre; vinagre, prenderam no hisopo e aproximaram da sua boca. Jesus tomou o vinagre e disse: "Está consumado." Então, quais versões estão certas, né? Quais evangelistas acertaram? Todos eles, porque primeiro Jesus se recusa a tomar. O vinagre com sal que é anestésico.
Por quê? Porque ele quis assumir a paixão por completo, quis assumir toda a dor e todo o sofrimento por inteiro. Mas depois ele toma vinagre, só o vinagre, sem o sal; ele não tem o mesmo efeito anestésico. Mas tomar o vinagre tem, sim, uma questão da amargura própria do vinagre. Então Jesus, ao sorver esta amargura, ele diz: "Está acabado", como que querendo dizer que ele assumiu toda a amargura e todo o peso da paixão, sem fugir, sem mitigar uma só coisa, um só detalhe. Tudo que era vontade do Pai foi feito. E aí, de novo,
ele reza com o Salmo, dizendo: "Está consumado". Isso também é um Salmo. Inclinou a cabeça e entregou o espírito. Era a véspera do sábado, o mais solene de todos os judeus; para que os cadáveres não ficassem na cruz no sábado, pediram a Pilatos que lhe quebrassem as pernas e os descessem. Os soldados foram e quebraram as pernas aos dois crucificados com ele. Ao chegar a Jesus, vendo que estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado lhe abriu o lado com um golpe de lança. Imediatamente, jorrou sangue e água. Aquele que viu dá testemunho,
e o seu testemunho é verdadeiro. Sabe que diz a verdade para que creiais. Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura: não lhe quebraram nenhum osso. E outra Escritura que diz: "Contemplaram aquele que transpassaram". Essa é a narrativa do Evangelho. Então, nós temos muitas lições que Jesus nos dá no caminho do Calvário. O caminho até a morte é um caminho de lição. Nesse caminho, Jesus cai, se levanta. Isso nos ensina o seguinte: Jesus, que não devia nada à justiça de Deus, cai não porque ele tenha pecados, mas porque ele carrega os nossos. E os nossos
pecados são pesados. E ele cai para nos lembrar que, quando nós caímos esmagados pelo nosso pecado, ele está pronto a nos ajudar a levantar. E nesse caminho, encontraremos Simão; nesse caminho, encontraremos Nossa Senhora. Então Jesus nos dá a lição da humildade, de aceitar ajuda quando precisamos de ajuda. Devemos imitar a humildade de Cristo. Depois, ele se encontra com sua mãe. Devemos imitar a devoção. O que é devoção? Devoção é dedicação a uma pessoa. O que é ser devoto de Nossa Senhora? É dedicar-se a Nossa Senhora, olhar para Nossa Senhora, pedir sua intercessão, imitar as virtudes
de Nossa Senhora. Jesus demonstrou devoção; ele se encontra com sua mãe nesse caminho de dor. Depois, ele consola as mulheres de Jerusalém que choravam por ele e diz: "Não choreis por mim, mas chorai por vossos filhos". Aqui, Jesus nos ensina a virtude da bondade. A bondade, ele, no meio do seu sofrimento, na obra da Redenção, simplesmente poderia passar reto por aquelas mulheres, porque afinal de contas o mais importante era cumprir a vontade do Pai. Jesus, no entanto, faz o que ele faz: para no meio do seu sofrimento para consolar as filhas de Sião. E aí
então ele ainda tem tempo para não olhar para si e consolar aquelas mulheres, aquelas mães que choravam por ele. Bondade! A bondade nos aproxima das pessoas. A bondade é o primeiro passo para a caridade, e a caridade é o que vai nos aproximar de Deus. É o que vai apagar a multidão dos nossos pecados, a caridade, a prática da caridade. Que possamos aprender essa lição de Jesus de que nós sempre temos algo para dar, nem que seja a nossa atenção, nem que seja para emprestar o nosso ouvido. Nós sempre temos algo de nós para oferecer.
Jesus, no meio do seu sofrimento, ele não olha; ele não para no seu sofrimento. Ele demonstra a sua bondade. Ele consola. Ele que estava sofrendo, ele que seria morto, ainda tem tempo para consolar aqueles que sofrem. Então, aprendamos a lição da bondade de nosso Senhor. Sejamos nós também pessoas boas. Sejamos bons. Consola os nossos irmãos, aqueles que precisam, e consolem o coração de Deus através da nossa oração, sobretudo rezando por quem não reza, rezando por aqueles familiares nossos que talvez estejam afastados de Deus. A bondade. Depois, Jesus se encontra com Verônica, que enxuga o seu
rosto. Verônica, nós não sabemos o nome dela exatamente, né? Porque o nome não é um nome próprio; é, na verdade, uma junção de duas palavras: "vero", verdadeiro, e "icon", imagem. Vero ion, a verdadeira imagem. Segundo a tradição, o rosto de Jesus ficou impresso no pano, no tecido de Verônica, quase como um agradecimento de Jesus àquela que veio para consolar o seu coração no caminho do Calvário. Meus irmãos, olhando para Verônica, lembremos de que quanto mais nós consolos o coração de Deus, rezando, levando uma vida sacramental regular, fazendo a caridade, instruindo os ignorantes na fé, cada
vez que a gente fizer isso, nós estamos imprimindo em nosso coração o rosto de Cristo. Nós também temos um chamado para sermos portadores desse vero ion, vericon, a verdadeira imagem. Pelo batismo, nós somos chamados de cristãos. O que é um cristão? É um outro Cristo. As pessoas têm de enxergar Cristo em nós. Só que, para que as pessoas possam enxergar Cristo em nós, nós temos que matar o velho homem que existe em nós. Nós temos que matar aquele velho homem egoísta, aquele velho homem que só olha para si, o velho homem preocupado só com a
própria vida e com as próprias coisas, para olhar para os outros. E, quando eu digo olhar para os outros, eu não estou dizendo assim: "para olhar muito longe". Não. Não é olhar muito longe; é olhar para quem está perto de nós. Às vezes, os idosos da nossa família são aqueles que precisam ser ouvidos. Às vezes, os idosos da nossa família... Que contam mil vezes a mesma história, que falam a mesma coisa, que reclamam das mesmas coisas. Eles precisam de quem os ouça, eles precisam se sentir amados, valorizados, respeitados. Então, às vezes a gente fala de
ser santo, de fazer grandes coisas por Deus. Se nós ouvirmos os idosos da nossa família, já estamos fazendo uma grande coisa. Se o marido ouvir a esposa, com tudo que ela quer dizer, que ela quer colocar, é natural que as mulheres tenham uma necessidade de se expressar maior; é natural, faz parte da natureza feminina. Então, um esposo que ouça atentamente a sua esposa, ele está sendo bom. Está sendo bom. Uma esposa que acolhe o marido também é a mesma coisa. Um filho que ouça o pai e a mãe; pais que sejam capazes de ouvir os
próprios filhos também. Nós não precisamos ir longe. Às vezes a gente pensa em fazer grandes coisas. Não. Deus pede para que a gente faça por Ele aquilo que está ao nosso alcance, e o nosso alcance, o curto alcance, é dentro da nossa casa, é dentro do nosso ambiente de trabalho. Se eu ouço por amor a Deus aqueles que estão perto de mim, se eu acolho por amor a Deus aqueles que estão perto de mim, aquele colega de trabalho mais inconveniente, aquela pessoa com quem ninguém quer falar, aquele a quem ninguém dá atenção, eu estou imprimindo
em meu coração a face de Cristo, a face de Cristo, e eu estou consolando o Coração de Jesus. Porque eu faço isso não porque eu quero, não porque é bom, não porque eu desejo, não porque eu faria isso natural; não. Eu faço por causa de Cristo, por causa de Cristo. Madre Teresa de Calcutá, uma vez, foi entrevistada por uma repórter. Essa história é bem conhecida. E a repórter disse, vendo tudo que a Teresa fazia, e essa repórter ficou assim, bastante até impressionada, até enojada de ver a naturalidade com que Teresa dava banho em doentes, trocava
curativos e ficava dentro daquele ambiente nem sempre com cheiro tão bom. Enfim, ela disse para Madre Teresa: "Madre, eu não faria o que a senhora faz nem por um milhão de dólares." Eu não faria. E a Madre Teresa respondeu a essa repórter: "Eu também não." E aí a repórter se espanta. Dizendo: "Não, mas como não? Eu vi a senhora fazendo isso o dia todo. Como a senhora não faria?" Ela falou: "Não. Eu também não, naturalmente. Eu não faria isso. Eu não ficaria cuidando de doentes, lavando feridas, trocando, cuidando, dando comida na boca. Naturalmente, eu não
faria. Eu só faço porque eu vejo Cristo no doente, no pobre, na criança. Então, por Ele, por causa d'Ele, eu faço." Então, pensemos nisso: é a face de Cristo no outro. A face de Cristo no outro. Santa Catarina de Sena, numa certa ocasião, estava na casa dos pais. Ela vivia no fundo da casa dos pais. Ela, embora usasse hábito religioso, era da Ordem Terceira Dominicana; ela não era uma irmã dominicana regular que vivia no mosteiro. Ela vivia na casa da família. E passa um mendigo, um pedinte, pela porta da casa dela. Era inverno e ele
tiritava de frio. E ele, curiosamente, a chama pelo nome. Ela era muito conhecida, então ela não estranhou. Ele disse: "Catarina, eu estou perecendo por conta desse frio. O que você pode fazer por mim? O que você tem para me aquecer?" E ela ficou sem saber o que fazer. Bom, ela foi até o baú do quarto do pai dela, tirou uma camisa, a melhor camisa do pai, e vestiu naquele morador de rua, naquele pedinte, naquele mendigo. E ela vestiu, e ele agradeceu muitíssimo, muitíssimo, por ter recebido aquela camisa. Muito bem. Depois, ela se explicou com o
pai; o pai entendeu. Era um homem também de um coração imenso. Disse: "Não, tudo bem, doou, está doado, tá tudo certo." Muito bem. Passa-se um tempo, Santa Catarina de Sena tem uma visão. Nessa visão, ela vê o mendigo. Só que quando o mendigo se volta para ela, ela percebe claramente quem era aquele mendigo: Nosso Senhor Jesus Cristo, que estava com a camisa do pai dela. E Jesus se mostra assim para ela. E aí, o que Jesus faz? Ele disse: "Catarina, como me vestiste, Eu também te vestirei." E Ele manda que venham anjos que trouxeram, como
que uma blusa, uma lã, e a cobriu misticamente. Isso não foi físico, foi místico. E, curiosamente, a partir daquele dia que Santa Catarina de Sena foi misticamente vestida por aquela lã, aquela blusa alva e branquíssima, a santa nunca mais teve frio. Podia estar o inverno que fosse, Catarina de Sena usava sempre o mesmo hábito, sem blusa, sem nada. Ela não perdia a temperatura do corpo, ela não se esfriava, ela não sentia incômodo algum. Ela nunca mais sentiu frio. Ela recebeu essa graça física de nunca mais ter frio. Tudo isso por conta de uma camisa dada
a alguém que precisava. Então, nesse caminho do Calvário, aprendamos as lições que Jesus nos dá. Se nós O consolamos, cuidando daqueles irmãos que estão à nossa volta; se nós O consolamos, rezando por quem não reza; se nós O consolamos, rezando todos os dias e fazendo companhia a Ele, Ele imprimirá a Sua face sobre nós, sobre o nosso coração. E, nesse caminho do Calvário, ainda existirão quedas. Mas, nesse caminho do Calvário, também, na medida em que formos nos aproximando de Deus, nós seremos despidos na nossa vida. Deus permite determinados sofrimentos para nos purificar, para nos aproximar
d'Ele. Então, nós também seremos despidos da veste do nosso orgulho, da nossa autossuficiência, da nossa crença de que nós podemos resolver tudo. Deus irá nos despir daquilo que nós achamos que podemos, daquilo que nós achamos que somos capazes de fazer. Deus se encarregará de nos purificar, nos despindo daquilo que não é d'Ele; e depois seremos crucificados muitas vezes com Cristo. O nosso sofrimento não tem valor para pagar nem os nossos pecados, mas o sofrimento de Cristo tem um valor infinito. Então, aprendamos a tirar fruto dos sofrimentos da nossa vida. Se você está sofrendo numa situação
familiar, se você está com sofrimento por uma doença, por uma situação com um filho ou com um esposo, não perca a oportunidade de oferecer esse sofrimento e associar esse sofrimento ao sofrimento de Jesus. Nós temos que criar o hábito de rezar assim: "Dizendo Jesus, o Senhor que na cruz carregou os nossos pecados, eu peço que o Senhor crucifique com o Senhor essa minha doença." Uma pessoa que está doente está também crucificada com Cristo e deve dizer isso: "Jesus, eu estou crucificado convosco, mas eu quero ter a mesma mansidão, a mesma paciência, e eu quero colher
os frutos que o Senhor quer me dar." Lembremos que Jesus, ao morrer na cruz, faz com que morram também ali o pecado, a morte, a doença, tudo aquilo que é limitação, tudo aquilo que nos impede de chegar até Deus. Jesus leva consigo tudo isso. Por quê? Porque, para Deus, nada é obstáculo. A cruz é um sinal eloquente para nós. Nós carregamos a cruz no peito, colocamos as cruzes sobre os nossos altares, penduramos a cruz na nossa casa, colocamos sobre os túmulos e colocamos no topo das igrejas. Por quê? Porque a cruz não é mais o
sinal de derrota; é o sinal da vitória de Deus, que recapitula e reordena. Jesus recoloca a criação no eixo. Pelo poder da cruz de Jesus, nada pode nos impedir de fazer aquilo que Deus quer que nós façamos. É pela cruz do Senhor que vem a salvação. Ela é a bendita árvore do novo Paraíso. Agora, temos um novo Paraíso, e a árvore deste Paraíso é a cruz; o fruto desta árvore é Jesus. Invoquemos a Santa Cruz de Jesus, invoquemos o preciosíssimo sangue de Jesus. Quando formos rezar, nós invocamos pouco; nós temos que pedir a Jesus com
eficácia: "Jesus, pela tua Santa Cruz, eu peço que o Senhor me ajude a corrigir esse vício, a alcançar a conversão do meu filho, do meu marido, da minha esposa, a superar essa doença." Para quem está numa situação de doença: "Jesus, é pelo poder da Tua Santa Cruz que eu creio. O Senhor venceu tudo; vença o meu câncer, vença a minha doença, vença o meu desemprego." Nós temos que aprender a rezar com os instrumentos que Jesus mesmo nos dá: a sua cruz e o seu preciosíssimo sangue. Nós temos que clamar muito, rezar muito. E é interessante
que na igreja, até um tempo atrás, celebrava-se muito mais. Hoje em dia, essa celebração no dia 2 de julho, o dia do preciosíssimo Sangue de Cristo, está um pouco esquecida. Existe uma festa para o preciosíssimo sangue de Cristo. Então, meus caros, invoquemos o preciosíssimo sangue de Cristo, a virtude deste sangue derramado na cruz, que é um sangue perfeito. Diante de Deus Pai, diante da justiça divina, bastaria uma gota para redimir mil mundos. Mas, não contente em derramar algumas gotas, Jesus derrama todo o seu sangue, a ponto de, quando o soldado livrava ao coração, sair sangue
e água. Quando sai água do coração, já não há mais sangue para correr, então o coração começa a acumular água. No alto da cruz, Jesus nos deu tudo: Ele nos deu seu sangue, Ele nos deu a sua vida, mas também lá do alto da cruz, Ele nos deu sua mãe. E quando Jesus morre, a fé dos apóstolos parece quase se apagar; mas no coração imaculado de Maria, a chama da certeza da ressurreição permanece, porque ela sabia quem era o seu Divino Filho. Se manteve no coração de Maria enquanto toda a Igreja parecia se perder, parecia
se eclipsar. No coração de Maria, se mantinha uma chama viva de amor. Nos momentos mais terríveis da nossa vida, quando tudo parecer perdido, Nossa Senhora estará lá, com seu imaculado coração, com a chama viva de amor ardendo. Tenhamos esta certeza. E neste dia, já para fechar aqui a nossa reflexão, eu gostaria de sugerir para vocês, eu estou relendo; eu fiz a leitura e aproveitei tanto a leitura. Uma boa parte dessas reflexões que eu fiz aqui hoje, muitas pessoas me perguntam de onde eu tirei toda a pregação, toda a fala, toda a aula. A gente tem
que consultar uma bibliografia, estudar um pouco o sentido das coisas para poder elaborar; e nessa reflexão sobre a cruz de Jesus, não foi diferente. Eu utilizei esta obra aqui: "O que Jesus via do alto da cruz". Esta obra é da Editora Ecles e foi escrita pelo padre Ctil. É um livro não muito longo, mas é um livro precioso. Vamos ver quantas páginas tem... 234 páginas. Este livro, "O que Jesus via do alto da cruz", é uma descrição do que Jesus enxergava do alto da cruz. Jesus via os principais lugares ligados à história do povo judeu,
onde Deus fez tanto por aquele povo que agora matava o seu Messias. E a história se repete. Deus, que fez tanto por nós católicos, nos deu a Igreja, nos deu os sacramentos, nos deu o sangue dos mártires, nos deu a coragem dos confessores, nos deu santos fundadores de famílias religiosas. Deus que nos deu tanto, e nós o trocamos pelo nosso prazer pessoal; nós o trocamos por qualquer coisa. Judas. Vendeu Jesus por 30 moedas. Nós, quantas vezes não abandonamos Jesus por um gosto pessoal, por um respeito humano? A situação de Jesus não é diferente hoje. Às
vezes, a gente fica pensando: "Nossa, os sacerdotes, olha que absurdo que eles fizeram"; os judeus, olha o que eles fizeram. Nós fazemos pior, porque eles, pelo menos, ainda não tinham uma clareza suficiente do Messias. Nós sabemos quem ele é e continuamos vendendo Jesus por menos que 30 moedas. São os nossos pecados que seguem prolongando a Paixão de Cristo. Então, Cristo, no Alto da Cruz, ele via os principais lugares ligados à história da salvação, mas, no Alto da Cruz, também ele via alguns, os poucos que restaram daqueles que Ele amava. Então, recomendo muito que vocês, depois,
procurem quem é mais amante da leitura. Eu recomendo que comprem mesmo esse livro. Esse livro aqui dá um retiro pessoal, né? É um roteiro de oração. Nessa semana, estou refazendo esse roteiro, relendo todo dia um capítulo deste livro que Jesus via do Alto da Cruz. Aliás, este livro aqui é um dos livros que está na promoção na minha livraria, né? A livraria Rafael. O link está na descrição deste vídeo. Aí você consegue achar o link, né? E na descrição, né? Basta você procurar. E você ainda pega este valor promocional, né, que vai durar aí até
o fim deste mês. E esse valor promocional está pegando vários livros, e este livro que Jesus via do Alto da Cruz é um deles. Eu vou colocar aqui para vocês o link da livraria para ajudá-los a localizar melhor depois. Mas vale muito a pena vocês lerem esse conteúdo do livro e meditar. É coisa que dá para vocês rezar, dá para vocês, assim, como matéria de oração, pelo menos, para um mês, né? Pensando nessas coisas. E aqui, mais no meio do livro, vai falando das coisas que Jesus via. Tem um ponto que eu gostaria de pegar
literalmente do livro para a gente fechar nossa reflexão. Estão pensando nisso? No capítulo sétimo, o capítulo se chama "Os Seus". Jesus via os Seus. E o texto diz: "Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cláus, e Maria Madalena. Mais longe estava um outro grupo amigo que observava, e ali havia outras mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia, sobre o necessário", como lemos em Mateus 27. Também, João, o primeiro de nossos dois narradores, estava ali. Ele não evoca o seu próprio nome, mas a doce
Glória que lhe é reservada o tirará da sombra. É ele quem irá se beneficiar do testamento de Jesus, acolhendo consigo a mãe do Senhor. O testamento de Jesus, olha que bonito isso, né? As pessoas que têm muitos bens antes de morrerem, elas distribuem os bens. Jesus nos deu sua vida, nos deu seu sangue, mas ele quis nos dar um bem Seu: seu testamento. No seu testamento, ele nos deixa sua mãe, sua mãe, a devoção a Nossa Senhora, a intercessão de Nossa Senhora. E aqui segue o padre Ctil Anges falando: "Quando Jesus inclina seu olhar, passando
dos horizontes às pessoas, quando ele busca aqueles que permaneceram com ele nas provações, o que é que ele vê? Mulheres e aquele dentre os apóstolos cujo temperamento lhe é semelhante, um temperamento manso." Os outros estão longe. Uma tradição afirma que eles teriam se escondido no vale do Cedron, nas covas das grandes tumbas. É mais provável, no entanto, que tenham retornado à cidade alta. Eles estão escondidos em algum canto, esperam, tomados de terror e tristeza, por aquilo que está por vir. O mestre já morreu por eles, o reino está sem rei, a escola sem professor, a
família sem pai. "Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão", como diz a profecia relatada em Mateus capítulo 26. No jardim, os três discípulos dormiam quando a trupe de celerados chega e toma Jesus em mãos. Um deles tem uma bela iniciativa, tirando a espada da bainha e cortando a orelha do servo do sumo sacerdote. Mas isso não irá muito mais longe. Jesus lhe torna as coisas tão fáceis. Ele rejeita a violência e, sem dúvida, vê pouca utilidade nessas fidelidades desse tipo. Ele diz aos soldados: "Se é pois a mim que buscais, deixai que
estes sigam seu caminho", querendo assim significar, noos de São João, aquilo que ele dissera a seu pai no instante anterior: "Conservei os que me deste; nenhum deles se perdeu." Então, aqui é um exemplo das reflexões que o padre Ctil Anes vai fazendo, né? Falando do que Jesus contemplava do Alto da Cruz. No Alto da Cruz, tudo é fragilidade, tudo aparentemente é derrota, é fim, mas, na realidade, é o começo. A gente pode ver que quem sobra, né, ali ao lado de Jesus, a maioria dos que sobram ao lado de Jesus são mulheres corajosas. Mulheres, num
grupo de muitos homens, o que sobra são justamente as mulheres. As mulheres que mantêm esta fidelidade, e dentre essas mulheres, aquela que é bendita entre todas as mulheres, e aquela que profetizou de si mesma que todas as gerações a chamariam de Bendita. Do Alto da Cruz, Jesus olhava para Jerusalém, a cidade santa. Do Alto da Cruz, Jesus viu os seus poucos amigos que restaram. Do Alto da Cruz, Jesus viu aqueles que escarneciam dele, mas ele mesmo profetizou: "Quando o filho do homem for levantado, ele atrairá todos". Assim, nós nos sentimos atraídos por Cristo, e nós
queremos ser atraídos por Cristo, meus irmãos. Então, aqui, encerrando essa nossa conversa de hoje, é justamente o que eu desejo para todos vocês nessa Semana Santa. Que vocês possam buscar essa intimidade com Deus já a partir de hoje, possível, já mantendo o máximo de silêncio possível em casa, né? Eu sei que nós temos aí os desafios de casa, né? Eu mesmo aqui tenho duas crianças pequenas brincando, correndo para todo lado, né? E é difícil manter o silêncio, mas naquilo que depende de nós, nós devemos procurar fazer um silêncio, sobretudo um silêncio interior, né? Buscar um
silêncio interior. Tá bom? Façamos isso e procuremos tirar fruto aí da Semana Santa, né? Estou vendo aqui nas mensagens agora as últimas que estão chegando, Natália comentando que a live estava travando bastante, né? Eu tenho visto que isso tem se repetido, né? Um pouquinho, né? Eu vou tentar normalizar aqui essa questão da internet. Estou sempre tentando melhorar aqui alguma coisa, né? Para que a gente possa fazer transmissões com som melhor, com a imagem melhor, iluminação melhor, né? Então, a gente vai ver. Para alguns travou talvez, outros não, mas eu estou sempre olhando esse retorno de
vocês e é sempre importante aí. Tá joia? Deus abençoe muito vocês. Participem, né? Amanhã, da missa na paróquia de vocês. Se tiver a vigília, tentem se programar. Eu sei que é difícil, quem tem filho pequeno é quase impossível, mas tentem se programar para fazer pelo menos uma meia horinha de vigília com Jesus. Amanhã, depois na Sexta-feira Santa, também temos a adoração da Santa Cruz, né? A celebração das três horas e nas cidades onde tem a procissão do Senhor Morto, também é importante participar. Depois, o Sábado Santo, a vigília e o Domingo, né? Na missa do
Domingo de Páscoa. E que possamos tirar muito fruto disso. Olhemos para Jesus. Procurem aí, se vocês tiverem em casa, né? Quem tiver, pode ser que alguém tenha já esse livro e não tenha lido. Quem tiver esse livro aqui em casa e não leu, eu sugiro que, sobretudo na Sexta-feira Santa, leiam esse livro. Ah, Rafael, eu não tenho nenhum livro aqui na mão que fale da Paixão. O que eu recomendo então? Que você reze o seu terço aí em casa, procure manter mais silêncio e, de repente, assista a um filme adequado, né? A Paixão de Cristo,
enfim, né? É um filme que vai te inspirar, né? Essa representação das cenas da Paixão de Cristo e vai te ajudar a rezar e a tirar fruto disso. Certo? Para os que estão perguntando, o livro, se ele é enviado para fora do Brasil, ele é enviado sim. Se vocês clicarem na livraria, a livraria tem um número de WhatsApp lá em cima. É só entrar em contato com o número de WhatsApp e falar que quer fazer o pedido, mas que mora fora. Tem a possibilidade de enviar, sim, né? Manda, sim. Tá bom? Deus abençoe vocês. Peço
que, antes de sair, quem não deu a sua curtida e não deixou aí a sua curtida, faça isso. Isso é muito importante para o canal. Tá bom? Deus abençoe muito vocês. Uma ótima Semana Santa. Que Deus nos guarde, hoje e sempre. Rezemos uma Ave Maria a Nossa Senhora, a Virgem Dolorosa, Mãe das Dores, para que nos abençoe nestes dias e nos ajude, e imprima em nós as chagas do seu Filho Jesus. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa
Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Fiquem com Deus. Tchau, tchau e até a meditação de amanhã cedo.
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