GUERRA DO IMAGINÁRIO | Ep. 2 - Surpreendido pela alegria

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Brasil Paralelo
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[Música] [Música] God H inf att Us [Música] Inglaterra sendo atacada pelos nazistas, as noites eram momentos de desespero. Aviões despejavam bombas sobre edifícios e casas. Com as cidades às escuras, só restavam os sons dos impactos dos mísseis e os clarões anunciando a morte.
As famílias desesperadas tentavam buscar abrigo, mas nem sempre era possível. No dia seguinte, rádios e jornais noticiavam os rastros da destruição: prédios arrasados, corpos nas ruas e a movimentação do governo para responder aos ataques. E à noite, para angústia da população, os nazistas voltavam.
O espírito britânico precisava de uma palavra de consolo e esperança. Uma voz surgiu na escuridão. O dono dessa voz cresceu em um país com mais de 500 anos de guerra religiosa e ele sabia que só tinha um jeito de acabar com o ódio que levava os homens a se destruírem: os cristãos precisam se unir.
E para isso, era preciso dar continuidade ao legado de Chesterton. Essa voz era de Clive Staples Lewis, ou simplesmente C. S.
Lewis. C. S.
Lewis nasceu em 1898 na cidade de Belfast, o centro protestante da Irlanda. Filho do advogado Albert James Lewis e de Florence Augusta Lewis, foi educado inicialmente por sua mãe e uma governanta. Passou a maior parte do tempo na biblioteca da família, dedicado à leitura de livros clássicos.
A infância dele foi uma infância tipicamente da educação clássica. Uma das experiências que mais o marcou foi justamente o fato de ter essas atividades de leitura literária com o irmão, em que eles pensavam na criação de universos imaginativos ou da fantasia. Eles tinham um mundo imaginário que era um mundo de animais falantes.
Então, foi uma infância cheia de imaginação e cheia de literatura, mas teve um momento de rompimento dessa felicidade da infância, que foi justamente a morte da mãe. E aí ele começa a questionar tudo aquilo que acreditava até então e ele suplicou a Deus que curasse a mãe, e a mãe não foi curada. Então, foi a primeira decepção dele com Deus.
Após isso, ele passa uma adolescência tremendamente solitária junto com o seu irmão. Em sua autobiografia, "Surpreendido pela Alegria", Lewis relembra essa fase. A morte de sua mãe se somava ao falecimento recente de seu avô paterno.
Extremamente abalado pelos acontecimentos, o pai de Lewis não soube conduzir a situação. Ele dizia que a mãe era o arrimo da família, porque o pai tinha tendências à depressão. Teve essa questão com o pai, né?
Essa relação de amor e ódio, expectativa às vezes não correspondida. O Albert, que era o pai dele, devia ter algum tipo de problema de natureza emocional, alguma coisa assim. E aí os meninos são enviados para colégios internos.
Ele suplicava ao pai que o tirasse desses internatos, porque ele sofria muito preconceito, pois era mais introvertido, mais voltado para os livros. Lewis foi enviado a vários internatos, onde sofreu abusos e maus-tratos. Um dos diretores de uma das escolas que frequentou foi preso, acusado de maltratar os estudantes.
Nessa época, Lewis escreveu uma carta reafirmando seu desprezo pela religião. Angustiando-se, enviou a carta ao pai: "Por favor, me tire o mais rápido possível desse internato". E aos cuidados de um professor particular, finalmente teve a oportunidade de estudar em um ambiente tranquilo.
Foi com a sua ajuda que conseguiu ingressar na Universidade de Oxford. Conseguindo entrar em Oxford, a Primeira Guerra Mundial levou ao inevitável conflito entre as nações. O resultado foi a morte de mais de 10 milhões de soldados e 13 milhões de civis.
Com o aumento das baixas britânicas no decorrer dos conflitos, o governo britânico precisava de cada vez mais homens para lutar na guerra. Pela lei, Lewis não tinha obrigação nenhuma de participar do conflito armado. No entanto, ele se alistou e foi para a frente de batalha.
Mesmo ainda ali, como jovem, nesses conflitos existenciais, ideológicos e filosóficos transcendentes, ele julgou que o dever de ir à guerra era uma obrigação moral. Lewis foi hospitalizado duas vezes no período em que esteve na guerra. Foi acometido da chamada febre das trincheiras e foi dispensado.
Voltou. O seu capitão morreu em uma granada, e os estilhaços o feriram em três partes do corpo. Parte da granada ficou alojada próximo ao peito.
Após os ferimentos, na enfermaria, Lewis refletiu sobre o. . .
Seu destino na trincheira percebeu o valor do companheirismo e da amizade em meio ao sofrimento físico. Conheceu um grande amigo que o fez assumir um dos maiores compromissos de sua vida. Na Primeira Guerra Mundial, Lewis conhece, porém, que se tornou um grande amigo.
Diante das calamidades que vivenciam na Primeira Guerra Mundial, eles fazem uma promessa um ao outro que é a seguinte: caso um deles viesse a falecer, o outro cuidaria da família daquele que faleceu. E foi o que veio a acontecer, né? O pedre tomba no campo de batalha.
Quando Lewis é dispensado, ele honrou e cumpriu a promessa ao seu amigo. Essa promessa chateou bastante o seu pai, ele fez tudo isso contra a vontade do pai, mas cuidou da mãe do amigo. Nas cartas, ele menciona o dia a dia com essa senhora, que ele chama de "a minha mãe".
Ele assume, né, essa responsabilidade, essa vivência, né? Por sua experiência de vida, a guerra mudaria para sempre a vida de Lewis. Anos mais tarde, ele faria reflexões sobre esse período.
[Música] No fim dos conflitos, Lewis alugou um apartamento para morar em Oxford com a senhora Moore. Ele retomou sua vida acadêmica, que havia sido interrompida pela guerra, plenamente recuperado da sua saúde. Aí ele retoma a vida estudantil em Oxford.
O retorno de Lewis foi muito feliz porque ele foi destacado com premiações de "Primeiro Aluno" em várias áreas. Primeiro, ele tira uma graduação em Letras Clássicas, ou seja, ele fica graduado em Latim e Grego. Logo em seguida, ele tira uma segunda graduação em História Antiga e Filosofia.
Então, ele tenta procurar algum emprego, achar alguma coisa, mas não tem tanto sucesso. Ele fala: "Bom, então eu vou fazer uma terceira", e faz uma terceira em Literatura Inglesa. Foi um dos únicos que teve o triplo "Primeiro Lugar".
Lewis procurou emprego em vários lugares em Oxford. Ele lutou muito para conseguir uma vaga como Professor Assistente. Ele foi professor de Filosofia e também de Literatura Medieval e Renascentista.
Ele passa a lecionar essa matéria em Oxford e Cambridge durante toda sua vida. Ele é um professor de literatura durante toda sua vida como conhece um jovem estudioso das línguas que transformaria sua visão de mundo. Em 1925, o departamento de inglês de Oxford recebia dois professores novos: na área de Literatura, recebia C.
S. Lewis, um ateu solteiro, interessado muito na literatura moderna; o departamento de Filologia recebia J. R.
R. Tolkien, casado, católico e interessado em Old English. Tolkien pode ser considerado um grande medievalista pelos seus estudos, tanto da história quanto das línguas medievais, e ele era reconhecido por isso em Oxford.
Ele pegava esses manuscritos antigos e os estudava linha por linha, verso a verso, palavra por palavra. Este então se estabelece como um filólogo e um importante filólogo no século XX. Tolkien é um acadêmico genial.
A primeira impressão que Lewis teve de Tolkien não foi das melhores; Lewis disse que ele era um sujeito pálido e fluente. Em pouco tempo, esses dois grandes personagens do século XX estreitaram seus laços de amizade. Eles tinham um amor em comum para com a literatura, para com os romances de cavalaria, para com os textos mitológicos e antigos, e isso foi aproximando os dois.
Eles criaram uma amizade profunda, longa, verdadeira e até uma amizade profissional, porque ambos começaram a dar opiniões e a fazer críticas ao trabalho um do outro. Lewis ficava cada vez mais entusiasmado com a presença de Tolkien. Em sua autobiografia, ele registrou o impacto dessa amizade em sua vida.
As conversas entre Lewis e Tolkien eram cada vez mais intensas, e a importância dos mitos e da imaginação aproximavam cada vez mais Lewis do cristianismo. Em frente ao Magdalen College, em Oxford, existe um caminho chamado Addison Walk. Eles costumavam ter longas conversas sobre mitologia e sobre tudo mais.
E Lewis uma vez entrou em uma conversa, e a conversa estendeu-se até as 3 da manhã. Nesse dia específico, Tolkien convenceu Lewis de que o cristianismo era um mito e que satisfazia todos aqueles desejos mais primordiais que o coração dele desejava e enxergava nos mitos. Mas ele não percebeu.
"But myths are fiction. The stories they tell are true. They're lies and therefore worthless.
Even though breath through silver, they're just beautiful lies. You can't seriously believe in fairy tales. " "Why not?
I can. In fact, I do. " "But this is preposterous.
How can you seriously believe a lie? " "Oh Jack, myths are not lies. The very idea of a lie.
. . see, we’ve been duped.
The word 'myth' is seen as a lie because we have been duped into accepting the first real of materialism. " "What is that? " "That is the high claim that there is no supernatural order to the universe.
The material has imprisoned us in a world of matter. They [ __ ] us into a prison. They want us to discover what lies outside their narrow philosophy.
Worse than that, they think that any attempt to escape from the prison is an act of treason. " "Well, wouldn’t it be an act of treason against rationality to believe otherwise? Now Jack, think for a moment: how can it be wrong for a prisoner to think of things that exist other than walls and jailers?
Não há o fato de que o prisioneiro é capaz de pensar em coisas fora dos muros que sugere que talvez coisas existam fora dos muros, afinal? Se a prisão realmente é tudo o que existe, como conseguimos imaginar coisas que existem além da prisão? " E é nesse ponto que entram os mitos.
Você vê, os mitos existem fora da prisão; os mitos nos permitem escapar. E Tolkien cria um mundo por simbolismos, e esses símbolos são. .
. Verdadeiros e o conteúdo do mito, as histórias, os enredos também são verdadeiros. Toda a trama traz algo de verdade e verdades mais profundas do ser humano: amor, ódio, vingança, alegria, angústia.
Você consegue mitos, a suspensão daça, você percebe que estão f Jes identific of andc andid. Character Jesus of Nazare exed in time and space. You can palese the year o ois soeto perce essaaa mito verdadeiro.
Isso não é mais apenas a participação de um elemento espiritual na realidade material, mas é a consumação do próprio Deus infinito, eterno, feito carne. Em convence o Lu que o cristianismo, um mito de Cristo, tem esse tão convincente de arte primária e que é um mito na história, um mito que se faz na história para a qual todos os outros mitos apontam. E, após essa argumentação, do do do toen né, o o LS fica a profundamente da palado.
Isso vai levar sua conversão ao cristianismo. As palavras de Tolkien tocaram as fibras mais sutis da alma de Lewis. A conversa com seu amigo permitiu a Lewis religar o mundo da razão com o mundo da imaginação.
Tolkien convenceu Lewis que os mitos eram vislumbres da realidade. Eu não tenho dúvidas de que muito do que Lewis admirou em Tolkien não foram somente seus argumentos, mas foi a sua maneira de viver essa integração da fé ao cotidiano: no cuidado com a família, no compromisso com o trabalho, na atenção aos amigos, na frequência aos ritos religiosos, a vida de oração. Tolkien não foi o único a impactar a cosmovisão de Lewis.
O escritor irlandês seria decisivamente influenciado pelo apóstolo do senso comum. Em sua autobiografia, ele registrou o impacto da leitura de "O Homem Eterno" na década de 30. A amizade de Lewis e Tolkien entrou em uma nova fase.
Os encontros regulares dos dois acabaram formando um grupo literário que adquiriu um status quase lendário. Imagine que você tem um grupo de amigos que se encontra frequentemente, que tem interesses parecidos, tem ideias diferentes, mas que gosta muito de bom papo e de uma boa cerveja. Esses eram os Inklings.
Inklings foi formado por professores que gostavam de literatura e, comear, reunir a ideia era fazer poesia ou em voz algum livro. Uma crítica entre amigos e também um incentivo. Vê-se a importância de um grupo como esse de revalorizar a tradição literária medieval, no que ela tem de específico e rico, em detrimento das mistificações que foram feitas dela na modernidade.
Não só eles, mas os amigos tinham uma paixão por mitos, por histórias, especificamente pela Idade Média, que viam de extraordinário: o heroísmo, o amor cada vez mais elevado até chegar a Deus; uma imaginação sacramental e simbólica de representar, por imagens, uma realidade espiritual mais profunda da qual a matéria participa. Tolkien e outros integrantes do grupo Inklings tinham uma preocupação muito grande com os rumos da civilização humana, da civilização europeia. Os Inklings achavam que a idade moderna era muito superficial, muito racionalista, muito subjetivista também.
Era necessário transcendência. A literatura podia tocar os corações, e era nos corações que estava o problema da destruição da humanidade. Chesterton já tinha feito esse movimento, e Tolkien e Lewis acompanharam essa ideia daquilo que realmente a modernidade precisava, que era essa abertura transcendental.
A amizade e o companheirismo eram uma grande marca da vida de Lewis, peça central do Inklings. Ele escreveu inúmeras vezes celebrando a amizade como o tipo de amor mais difícil e importante ao ser humano. Estavam cada vez mais envolvidos com a literatura da sua época.
Um dos autores mais influentes, porém, era o socialista fabiano H. G. Wells, considerado o pai da ficção científica.
Wells via a imaginação como caminho para uma Utopia. [Música] Comentaram que as obras de ficção científica não eram exatamente como eles queriam que fossem. Eles disseram: "Bom, se a gente não vê uma obra como a gente gostaria de ler, vamos escrever uma que seja do nosso gosto.
" Eles combinaram: "Vamos escrever sobre viagem ao espaço e viagem no tempo. " Vamos fazer uma aposta? Vamos fazer um sorteio aqui!
O que sair para você, você escreve e tal. E aí para Lewis sai espaço e para Tolkien sai viagem no tempo. Lewis escreveu e fez a trilogia sobre viagem espacial na trilogia cósmica.
Ele tem essa história, então, do Ransom, que viaja para alguns planetas. O Ransom é um estudioso de literatura, mais especificamente de linguagem, e é apresentado como sendo filólogo. Uma evidência óbvia a Tolkien: o primeiro livro é "Além do Planeta Silencioso".
E o que seria esse planeta silencioso? Seria a Terra. Não se sabe se os outros planetas conseguem escutar o que está acontecendo na Terra propriamente.
Ransom vai para um outro mundo, e um outro mundo que não tem a figura do mal, seria Marte, que na trilogia ele dá o nome de Malacandra. Seres celestiais o levam; esses seres são aquilo que a tradição cristã chama de anjos. Ele consegue estar presente vendo tudo que acontece.
As características: ele não tem poder sobre tudo; cada planeta tem um anjo, que é essa entidade tutelar. O nosso planeta Terra cortou, perdeu o contato porque tem uma certa rebelião, uma rebelião planetária que seria, na verdade, uma rebelião celeste. Se for fazer o paralelo dessa rebelião, vem um que seria o torto, que seria a pessoa que acaba dominando a Terra, que seria a pessoa errada, né?
Mal. O anjo, essa entidade tutelar que estava aqui, se rebelou contra o supremo, a entidade suprema do universo, que é Deus. Você vê que o efeito de ter um anjo torto que domina a Terra acaba afetando toda a espécie humana, coisa que as espécies de Marte não são afetadas.
O que seria indiretamente para um certo pecado, né? O que seria o pecado original? O que está em.
. . Evidência ali na trilogia cósmica o tempo inteiro é esse conflito, esse duelo entre o bem e o mal.
Você tem essa primeira aventura desse livro que é "Ransom indo pra Marte", ele compreendendo uma outra cultura. Então, Lewis critica a cultura da Terra em paralelo a essa cultura de Malacandra, que é Marte. É uma cultura materialista, uma cultura hedonista, uma cultura totalitária, uma cultura cientificista do planeta Terra contra uma cultura que ainda dá importância aos valores perenes, que é a poesia, que é a literatura, que é a comunidade, que é, por exemplo, a própria Piedade, que tem lá a vida religiosa deles.
A segunda viagem foi para Vênus, que ele chama de Perelandra, e a história de um Adão e uma Eva daquele local que também não tiveram contato com o mal. É como se fosse uma recontagem do Gênesis bíblico, sendo que não há queda. A queda de Adão e Eva é colocada na história e ela é evitada pela interferência de um ser celestial.
Então, ali você tem uma história do Paraíso. O terceiro livro é diferente porque não tem nada espacial, ocorre inteiramente onde? No planeta silencioso, que é a Terra.
É a história de como um instituto de ciência toma o poder no mundo. Ele começa a ver esse controle de um projeto mesmo, né, de cientistas para falar o que deve ser a sociedade. A ciência vai ser agora a nova voz; acabou a religião.
Então, o mérito da trilogia espacial é justamente tocar no assunto da ciência e da magia, como elas poderiam colocar em risco o futuro da humanidade. Está muito claro que é uma visão religiosa: a religião como ponto de salvação, a vida metafísica, a própria vida da imaginação. Você encontra o ser humano onde ele está para uma vida de conversão.
O que você tem de simbolismo na trilogia cósmica é um simbolismo da visão sobrenatural do mundo na cosmovisão cristã. Todos os eventos estão permeados de sobrenaturalidade, com o bem sempre vencendo incomparavelmente e sendo maior do que o mal. As visões utópicas e os valores materialistas denunciados por Lewis na trilogia cósmica foram responsáveis por eclodir mais uma grande guerra.
A Segunda Guerra Mundial foi um período de grande mudança na vida de Lewis. Ele recebeu refugiados de Londres em sua casa e chegou a dar aulas para as crianças que tinham dificuldades de leitura. Emocionado pela convivência diária com elas, começou a escrever uma história que retratava o sofrimento enfrentado por meninos e meninas que fugiram de Londres às pressas por causa da guerra.
Anos mais tarde, dessa premissa, ele escreveu seu livro mais conhecido. O momento da Segunda Guerra Mundial foi um período em que a sociedade estava vivenciando uma total desesperança, né? O sentimento, obviamente, não era bom.
O avanço da Segunda Guerra deixava um rastro de sofrimento e morte pela Europa. Abatidos e sem esperança, os ingleses precisavam de alguém que restaurasse o ânimo da população e essa seria a missão de Lewis. Começa com uma imagem de que o cristianismo é como uma casa que tem um grande corredor que dá acesso a todos os cômodos, e que cada cristão se sente melhor em um dos cômodos, e que não é bom ficar preso ou morar no hall de entrada.
Mas tem partes da casa que são comuns; essas partes são para todos, não é só do batista, não, é de todos. Então ele fala: "No meu livro eu quero falar daquilo que é comum para todos". "A área comum" é um livro que é extremamente ecumênico porque ele serve justamente para trazer a comunhão dos cristãos nessa explicação pura e simples do cristianismo.
Ele estava ali trazendo a palavra de Deus como uma forma de conforto para que as pessoas conseguissem superar o caos da Segunda Guerra Mundial. Particular Christian Creed against another, um dos seus objetivos é que o Apóstolo Credo, o mais antigo dos credos cristãos, sirva como a base sobre a qual todos os cristãos possam se unir. Lewis consolidou-se como um grande divulgador da fé ao longo de toda a década de 40.
Os livros que publicou geraram um grande impacto social. Ele continuaria seu trabalho apologético de forma inusitada com a publicação do livro "Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz". As "Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz" foram cartas publicadas em um jornal.
São textos bem curtos em que ele imagina um diabo velho mandando cartas para um diabo jovem, ensinando-o a tentar aquilo que é chamado de paciente. Quem é o paciente? É um cristão que está aqui na Terra.
E aí ele se refere o tempo todo ao inimigo. Quem é o inimigo? É Deus.
Elas trazem praticamente o cotidiano de um cristão que se converte logo no começo: são as tentações que ele sofre. Mostra o argumento diabólico, demoníaco, para fazer o cristão se desviar daquele caminho, isso em plena época da Segunda Guerra. Em determinada carta, o diabo fala: "Então você tem que começar a fazer com que eles se irritem com as crianças na missa ou que comecem a observar: 'Por que essa pessoa está aqui se essa pessoa cometeu adultério?
' Começar a julgar. Então aqui é um lugar de hipócritas. " E é nesse vácuo existente entre você ser um cristão e você se considerar cristão que o diabo entra.
Por exemplo, o diabo conta a história de um outro paciente que estava numa biblioteca, se aproximando perigosamente do inimigo, porque a literatura, em si, representa sempre um perigo de aproximação de Deus. Então o diabo lembrou que não era bom refletir sobre essas coisas com o estômago vazio. E aí ele fala da baixaria infernal.
De hierarquia, né? Na hierarquia, você vai baixando, vai descendo cada vez mais, né? Parece uma repartição pública, né?
Porque o diabo, ele não fica sabendo exatamente, né? O que o humano fez foi um sucesso imediato, porque pessoas se identificavam com, principalmente, as cenas do cotidiano que ele descrevia. É como se cada carta tratasse de alguma coisa que é muito particular da natureza humana.
Ele faz ali uma história totalmente contraintuitiva e, afinal, quem em sã consciência, ainda mais sendo cristão, ousaria escrever no papel do diabo? É capaz de guardar al Bene, al Male, dal Punto di Vista del Male. Liv é, sem dúvida, desgastante, seguramente, noni na prospettiva del Male, mas Lewis o faz justamente para fins de Bene, para entender como age.
Se inspirou no cheio método, que é o método paradoxal; pela aparente contradição, você consegue chamar atenção para verdades absolutamente profundas. A análise do Mal sob a ótica do diabo fez com que Lewis refletisse sobre o crescimento do relativismo na moral e na educação. Ele chamou esse processo de "A Abolição do Homem", que é o texto teórico sobre educação.
Aquilo que você é ensinado, aquilo que você sabe, vai reverberar em quem você é. A tese dele é que a educação tem que transmitir conteúdos teóricos, óbvio, mas não pode ser só isso. A educação tem que contemplar também valores que ele entende que são absolutos.
E aí ele usa a palavra que vem da tradução chinesa, que é a palavra "Tal". Ele usa essa palavra para designar esse conjunto de valores absolutos. E aí ele vai demonstrar que na antiguidade esses valores eram levados a sério.
E como ele demonstra isso? Ele vai pegar trechos da antiguidade clássica do Oriente Médio, da Europa ou da China antiga, dos textos da tradição religiosa do hinduísmo. Ele cita tudo isso para mostrar que esses povos, essas civilizações, todas valorizavam atitudes como coragem, honestidade, justiça, solidariedade, a nobreza de caráter.
São valores absolutos. A partir disso, ele traz as discussões para os aspectos da modernidade. O homem pós-moderno não reage a uma norma existencial; ele não se porta com a moral.
Ele vai ter uma autonomia que, na verdade, o prende. Então a abolição do homem é justamente esse conceito, né? Lutou por meio do relativismo para libertar o homem, e o homem está tão livre que ele se torna nada.
Após a publicação de "A Abolição do Homem" e inspirado pela convivência com Tolkien, Lewis percebe a necessidade de formar o imaginário das próximas gerações, combinando mitologia e estética. É o que se tornaria sua obra de ficção mais conhecida. Ele estudou uma mapa da Itália antiga romana, e havia um nome local que se chamava Narnia.
As Crônicas de Nárnia são uma série de histórias fantásticas criadas 100% para as crianças, porque todos os grandes protagonistas, os grandes heróis, são crianças que descobrem, de alguma forma, esse Reino de Nárnia, esse reino mágico. E são crianças comuns. Elas vão contar com a ajuda de elementos mágicos; são os bichos que falam, os bichos que têm habilidades especiais.
Sete romances que compõem uma viagem imaginária em uma Terra que não é. Eu concordo com Pedro, disse Susana. Aquela história do bosque e do fauno não pode ser verdade.
E por que vocês acham que a história da Lúcia sobre o país fantástico que se alcança pelo guarda-roupa é mentira? Quem disse que a história não é verdadeira? — disse o professor.
Não se deve acusar de mentirosa uma pessoa que sempre falou a verdade. — É mesmo uma coisa séria, muito séria. Mas o nosso medo não é que ela esteja mentindo — replicou Susana.
Estamos com receio que ela talvez esteja doente da cabeça. Acham que ela está louca? — perguntou calmamente o professor.
Podem ficar descansados. Basta olhar para ela e ouvi-la um instante para ver que não está louca. Susana calou-se, nunca tinha pensado que uma pessoa grande falasse como professora e não sabia bem o que havia de pensar de tudo aquilo.
— Lógica! Por que não ensinam mais lógica nas escolas? Só há três possibilidades: ou Lúcia está mentindo, ou está louca, ou está falando a verdade.
Sabem que ela não costuma mentir e é evidente que não está louca. Por isso, enquanto não houver provas em contrário, temos de estar falando. [Música] Ae?
Was that are sort of inhibited in their religious upbringing by a sense of obligation? And Lewis said, "How about taking the story of Christ and stripping it of its stained glass and Sunday school associations and throwing it instead into a magical world of talking beasts and chivalry and adventure? " E as Crônicas de Nárnia vão apresentar releituras de passagens bíblicas e de temas bíblicos na linguagem da literatura de fantasia.
"Who was Christ? Because the maj fig, the only characters allor, is Christian. " Então, por exemplo, o leão, o feiticeiro e o guarda-roupa é nitidamente uma releitura da crucificação e da ressurreição de Jesus.
A feiticeira dialoga com o Edmundo. — Ele traiu. E, você sabe, eu tenho direito de matá-lo.
Você sabe disso. Sabe? Essa é a escrita.
Antes do tempo, a entrega para morrer no lugar do Edmundo. E aí ele volta vivo. A feiticeira não entende.
Aí ele vai dizer, né? Tá, mas então a lei, que é mais antiga ainda, né? Então a mesa de pedra foi quebrada.
Você não sabia disso, né? Mas eu sabia. Então você não tem direito nenhum.
Acabou! A morte de Jesus na cruz, o diabo pensa que derrotou Jesus com a cruz. A feiticeira, a Jades, né?
A feiticeira branca, ela pensa isso. Mas, na verdade, o que ela pensava que foi a derrota. .
. E suponha que um leão viesse para salvar aquele mundo. Como seria Cristo naquele mundo?
As Crônicas todas são apresentadas em um ambiente de uma estética medieval. Pelo menos duas. .
. Aparece um personagem muito curioso, muito interessante, que é um rato falante que é o. .
. Hiips o, Hiips é a Encarnação dos valores de honra, de caráter, de nobreza. Ele é pequenino, mas ele é corajoso.
Ele não tem medo de quem tem, sei lá, quantas vezes a altura dele. Então, a cavalaria é para isso: para defender quem não sabe lutar de criatura. Appunto della mitologia, parlano di heroismo, parlano di virtude, parlano di valori.
Existe uma exemplificação perfeita dos ensinamentos cristãos, né? E da influência, não só medieval e de fantasia, mas também das influências cristãs. Eu os vejo em As Crônicas de Nárnia, no livro "A Viagem do Peregrino da Alvorada".
O personagem Eustáquio tinha muita ganância. Ele era muito ambicioso, estava sempre muito apegado aos meios materiais. Ele era sempre muito desagradável, sempre pronto a destratar quem tivesse ali ao seu redor, e ele tinha uma autossuficiência muito grande, né?
A partir do momento em que ele começa a desbravar um desconhecido sozinho, que demonstra essa autossuficiência, ele se depara com um dragão morto. E ousado como era, ele entra dentro dessa caverna, fica ali deslumbrado com certas relíquias desse dragão. Se ele tomar aquele ouro para si, ele vai ter poder para dominar sobre todos.
E aí ele se transforma nesse dragão. Mas aquilo que parecia uma beleza e um caminho de salvação passa a ser a sua própria prisão. Então, ele se vê preso em si mesmo e começa a esfregar as escamas que tanto o incomodam, que tanto o irritam, que tanto trazem sofrimento para ele.
Agora ele quer uma experiência de liberdade para poder se ver livre daquelas escamas. E aí Aslan olha para ele e diz: "Eu posso te ajudar. " Tão vulnerável estava que ele se coloca de costas para Aslan e permite que Aslan, então, retire as escamas com suas garras.
Mas essa experiência de libertação é dolorosa; foi uma dor tão excruciante, a dor mais terrível que ele sentiu na vida, que parecia, inclusivamente, que a garra de Aslan teria atingido seu coração. E, de certa forma, atingiu. Pois, a partir daquele momento, ele retoma sua forma humana.
Ele consegue se banhar nas águas, diante de um cenário que parece um batismo. Eustáquio, a partir daquele momento, nunca mais foi o mesmo. Ele passa, então, de uma pessoa desagradável para uma pessoa muito mais humana.
Ele precisou ou experimentar a dor porque a conversão, de fato, nos traz dor. Porque ela não é um fim em si, ela é um meio para atingirmos a felicidade que nos traz a espiritualidade. A experiência de conversão envolve o despojamento, e despojar-se de si não é uma experiência sem dor.
Despojar-se do seu eu é uma experiência de morte; ela é sucedida pela vida, mas é uma experiência de morte de si mesmo. Lewis passou por isso, a experiência do elst ilustra a experiência dele, que ilustra toda uma experiência padrão de conversão. O sucesso das Crônicas de Nárnia só fez aumentar a popularidade de Lewis ao redor do mundo.
Ele torna-se uma celebridade reconhecida mundialmente e aparece, inclusive, na capa da revista Time. Mas a fama também tem seu preço. Referência mundial na defesa do cristianismo, Lewis passa a ser alvo de diversas críticas.
Esses críticos atacam Lewis, achando que ele é um irracionalista, um inimigo da razão. Ele sofreu críticas contundentes por causa desse trabalho apologético; na academia, em geral, ele sofreu críticas por ser extremamente popular e ele ficou mais famoso por causa dessa visão cosmo-cristã apresentada na obra, sendo mais criticado ainda pelos ateus cientificistas. A perseguição e o entrave na carreira dele aconteceram precisamente porque ele usava figuras mitológicas, de imaginação e de cristianismo nas obras dele.
Ele não foi reconhecido antes dos seus 54 anos. Foi um professor auxiliar quase que permanente. Os Inklings, sem nenhum motivo evidente, param de realizar suas reuniões literárias em outubro de 1949.
Sua mãe adotiva, Mr. Moore, morre em 1951. Isolado de tudo e de todos, Lewis se aproxima de uma fã americana que lhe enviava cartas.
Joy Davidman foi uma americana casada que se divorciou do marido por ele ter sido alcoólatra e ter usado de violência doméstica. Ela, de origem judia, curiosamente também tinha uma ligação com o Partido Comunista dos Estados Unidos e se converteu ao cristianismo através das obras do [Música]. Só que nesse meio tempo, de uma amizade, surgiu um amor.
Joy teve um tombo em casa, teve que ir ao hospital e, no hospital, descobriu que estava em estado terminal. Não havia mais esperança. Esse impacto da possibilidade da morte de Joy traz a Lewis a consciência de que ele estava apaixonado e o abalo de perdê-la.
Ele expõe isso para ela, né? Não sabemos em que momento a amizade se torna paixão, mas eu estou apaixonado por ti. O casamento foi celebrado dentro do próprio hospital, né?
E Lewis finalmente pode, então, conhecer o amor. No entanto, esse amor, esse relacionamento com Joy, eu costumo dizer que é uma faca de dois gumes, porque ao mesmo tempo em que ele se aproximava do amor, ele se afastava de tudo aquilo que tinha construído enquanto escritor e até mesmo começa a se afastar das suas amizades, principalmente da amizade que tinha com Tolkien. Lewis e seu grande amigo se afastam, principalmente após a união dele com Joy Davidman.
Tokin era muito devoto e católico, e Joy Davidman era, por sua vez, uma divorciada. Lewis suspeitava, e provavelmente com razão, que Tolkien não teria aprovado o casamento. Mas então, do ponto de vista de Tolkien, ele não descobre que C.
S. Lewis se casou até ouvir sobre o casamento. Agora, se você considera alguém como um amigo muito próximo e descobre que ele se casou após o evento, isso também é como levar um tiro no coração.
At a forma dos dois lidarem com a literatura e com a produção literária era muito diferente. Muitas vezes, você viu o Lewis como um fã do que o Tolkien escrevia, mas você viu um Tolkien que detestava a forma de escrever do Lewis. Certa vez, Lewis resolveu escrever uma obra à qual foi dedicada a Tolkien, e essa obra é "As cartas de um diabo a seu aprendiz".
Tolkien não entendeu direito porque foi dedicada a ele; Tolkien deixa o mal nas sombras, ele não se ocupa de descrevê-lo em porque acredita que é perigoso estudar as artes do inimigo, para o bem ou para o mal. Tolkien estranhou o fato de Lewis se colocar na posição de diabo. Quando você olha um livro como "Um diabo, seu aprendiz", você realmente vai entender que Tolkien disse que ele não fazia.
Ele acreditava que Lewis era muito rápido nas escritas dele, que não fazia revisão. Por outro lado, Tolkien era minucioso até demais e criticou Lewis também pelo fato de ele julgar que, especialmente "As crônicas de Nárnia", eram alegóricas demais. Há uma alegoria muito óbvia de Jesus, e Tolkien se incomodava com isso.
Tolkien acreditava que o papel do autor cristão não era de defender a fé cristã, mas de simplesmente fazer boa arte. Tolkien é muito mais sutil, então é o motivo de uma crítica que ele fez a Lewis nesse sentido. Tolkien tem uma mensagem muito mais subliminar, muito mais oculta do que, no caso de Lewis.
Ele estava particularmente confortável em se identificar como cristão. Ele sentia que as histórias deveriam ser logicamente válidas em sua busca teológica, e que uma das igrejas era a Igreja Católica, da Igreja Anglicana, e ele frequentava a High Church, etc. Mas então, por isso, nunca tornou Lewis um católico.
Lewis tinha preconceitos, dado o fato de que ele veio da Irlanda do Norte e foi criado em Belfast, e quem sabe algo sobre Belfast sabe que. . .
Até responde quando perguntam: "Mas por que você não é católico? ", ele fala: "Se você tivesse nascido em Belfast, você jamais faria essa pergunta para mim! " Lewis via o cristianismo que chamamos de "crypto-católico", e certamente muito não protestante.
Em seu livro final, "Cartas a Malcolm", ele disse que, além do sacramento da bênção, o seu próximo é a coisa mais importante na sua vida, e "sacramento da bênção" ele escreveu com B e com S maiúsculos. Ele também ia a confissões auriculares regulares, e isso é muito incomum para anglicanos. Então, não dá nem para chamar Lewis de um protestante puritano, mas também não dá para chamá-lo exatamente de católico.
A diferença de posições religiosas entre os dois amigos seria uma característica marcante até o fim da vida de ambos. Joy Davidman não se aproximou dos amigos de Lewis. Tolkien só encontrou a mulher de seu grande amigo uma vez, por coincidência, no hospital.
Após três anos lutando contra o câncer, Joy Davidman faleceu em julho de 1960, e o falecimento de Joy mexeu tremendamente com o emocional de Lewis. Ele entrou em depressão profunda, inclusive décadas depois, voltou àquilo que tinha sofrido quando era menino, com a mãe sofrendo dores e definhando até acabar. Agora, 40 anos depois, a mesma coisa outra vez, mas agora com a esposa.
Lewis não fazia nada novo e acabou ficando ainda mais recluso e introspectivo do que era, passando por momentos muito obscuros após a morte de Joy. O diagnóstico de Lewis revelou que ele tinha uma nova crise, uma alta de sofrimento, e a intervenção tomou conta de sua vida. Poucos meses depois, sua saúde começou a se deteriorar.
Em junho de 1961, Lewis foi diagnosticado com dilatação da próstata, com problemas de locomoção e sofrendo com muitas dores. Ele não conseguia voltar a lecionar na faculdade de Cambridge. Em julho de 1963, Lewis teve um ataque do coração e quase morreu.
No mês seguinte, incapaz de lecionar, sentiu-se obrigado a pedir demissão de sua cátedra em Cambridge. Nos últimos meses de sua vida, ele se comunicou com maior intensidade com seu grande amigo. Insistiu que ele comparecesse a um jantar na ocasião de seu aniversário de 70 anos, mas Lewis, portando um catéter e em uma dieta muito restritiva, recusou.
Algumas semanas depois, os dois trocaram afetuosas cartas de Natal. O fato de terem tido essa amizade é uma prova de que há um diálogo possível entre o catolicismo e o protestantismo, e eles foram um exemplo disso que serve para nós hoje. Se a gente parar para analisar, os 30 primeiros anos da vida de Lewis foram anos de muita introspecção, devido a bastante sofrimento.
Primeiro, pela perda inesperada e muito precoce da mãe; segundo, pelo relacionamento frio que ele tinha com seu pai, dentro de uma infância e adolescência bastante solitárias. Ele foi para a frente de batalha na guerra e viu pessoas morrendo; depois, ele se casou e no mesmo ano em que casou, a mulher já descobriu uma doença, um câncer. A dor e o sofrimento permeiam as experiências de vida dele, e aí é só quando ele encontra, então, a fé cristã que ele consegue, de uma certa forma, encontrar um certo conforto, um porquê para se viver.
É o próprio C. S. Lewis que diz que a gente busca uma religião confortável; ele não recomendaria o cristianismo.
Ele vai dizer: "Olha, a dor faz parte da vida, quem vive vai lidar com o sofrimento necessariamente. A questão é o que o sofrimento vai produzir em você. " Aquilo que ele experimentou como sofrimento e lapsos de alegria é o que produziu o que está disponível a nós.
Sem o esmagamento da vida dele, como foi em alguns momentos de dor e incompreensão, nós não estaríamos aqui falando sobre ele. Ele fala das dores. .
. Dele, dos sofrimentos, mas sempre de uma perspectiva esperançosa, tem uma crise, fica com raiva e tudo chateado; absolutamente compreensível. Mas ele não perde a fé.
A última carta que ele escreve, ele escreve no sentido de que se compara a uma semente que foi plantada e que o novo dia está para vir. E essa carta ele escreve alguns dias antes de morrer. Não é esperança com as coisas do aqui e agora; é uma esperança que nos faz olhar e viver aqui com os olhos na eternidade.
Dias após a passagem de leis, escreveu sobre a morte de seu grande amigo Lis, que faleceu sem ver seu grande amigo ser nomeado o maior escritor do século XX. Muito obrigado por assistir à nossa produção. Espero que tenha gostado.
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