Oi agora vai gente agora vai hein Bom dia bom dia Bom dia Bom dia eh então sejam bem-vindos a nosso segundo dia do Congresso Brasileiro de Psicologia macone psicodélicos ética saberes or cestrais de caminho para atuação uma realização do Conselho Federal de Psicologia em parceria com a fundação Osvaldo Cruz e o Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte damos as boas-vindas a todos que estão aqui presentes e cumprimentamos também aqueles que nos acompanham pelo nosso canal do YouTube do Conselho de Psicologia gostaria de início de fazer eh um pedido né de
lembrar que é importante a gente garantir que esse evento seja acessível seja acolhedor a todas as pessoas então sabemos que algumas pessoas possuem alta sensibilidade auditiva afetada por ridos intensos por isso pedimos a a colaboração em relação a ruido altos e também eh informar que não existe banheira unissex então pedimos o respeito a todas as identidades de gêneros presentes aqui eh entendendo que a nossa intenção é criar um ambiente acolhedor inclusivo para todas as pessoas e todas as identidades eh também quero lembrar de assinarem a lista de presença que vai garantir certificados lá na frente
quem não assinou ainda e puder assinar eh e a nossa primeira mesa vai ser intitulada Marcos legais e políticas públicas que ela abre nosso debate com esse olhar crítico sobre as legislações atuais as políticas públicas que modam o acesso a regulamentação e o uso das substâncias que aqui estamos discutindo eu gostaria de chamar pra mesa eh os participantes antes de me apresentar também né me chamo Alexandre Oliveira sou da comissão de direitos humanos do Conselho Federal de Psicologia sou psicólogo nortista de família tradicional Ribeirinha do Amapá sou TRS masculino sou especialista em saúde coletiva pela
Universidade Federal da mapá e me organizo em frente de luta relacionado à defesa da luta antimanicomial e a reforma de drogas como o movimento da luta antim manicomial e a articulação naal de psicólogos TRANS e travestis do Brasil eh quero convidar pra mesa Bruna imani que atua como assessora de advoca na iniciativa negra com foco na articulação política e defesa de políticas públicas antiproibicionista social étnico-racial sua experiência envolve mediação de diálogos estratégicos entre a sociedade civil e o poder público além da coordenação de campanhas voltadas para para justiça racial segurança pública e intersecção de gênero
raça e classe com olhar fiado para a construção de redes de apoio e Aliança Bruna contribui para fortalecer o protagonismo negro espaços políticos aprendendo a formulação de estratégias que ampliem a visibilidade o impacto da pautas defendidas na iniciativa Negra Obrigado Bruna Eu que agradeço boa Bom dia eh vou convidar também Ednaldo Rodrigues Xucuru indígena do Povo Xucuru de uruba Pernambuco é psicólogo de saúde indígena e atua na área de atenção psicossocial e promoção do bem-viver indígena na Secretaria de Saúde indígena do Mato Grosso do Sul Obrigado Edinaldo vou convidar também Fernando Bezerra psicólogo Doutor e
mestre em psicologia clínica Pela PUC São Paulo pós doutorando em psicologia na PUC Rio especialista em teoria e prática em uiana e saúde mental e atenção psicossocial atualmente é coordenador da associação psicodélica do Brasil e integrante do eixo Macon psicodélicos do crpr RJ e convidar nosso último integr da mesa Emílio Figueiredo graduado em Direito na pu Rio mestrado justiça e segurança na UFF advogado há 20 anos atuando a 15 no campo de política de drogas com atuação e defesa envolvendo cannabis e psicodélicos principalmente por usuários cultivadores pacientes Profissionais de Saúde pesquisadores Associação e outras iniciativas
atualmente é Conselheiro no Conselho Nacional de política de drogas no conade do Ministério da Justiça e membro da comissão do setor de canabis medicinal do Conselho Federal da ordem de Advogados do Brasil Obrigado ehem um país marcado por Profundas desigualdades sociais e raciais é necessário fazermos a discussão da política de drogas Considerando o impacto e o encarceramento desproporcional que as políticas antiproibicionista têm sbre populações negras indígenas e periféricas e fazendo essa discussão compreendendo nossas diversas psicologias nossos diversos brasis eh fazendo essa intersecção de raça classe e território eh se faz muito necessário na discussão do
uso terapêutico a realidade da criminalização e que diversas populações sujeitos são sujeitados nesse cenário Então vamos dialogar hoje com os saberes ancestrais em um painel de convidados excepcionais que vão trazendo e na luta pela reforma política de drogas na defesa dos direitos humanos na construção de novas alternativas novas possibilidades da construção desse paradigma que a gente vem construindo eh Então vamos dividir o tempo a gente vai ter duas horas de mesa vamos dividir esse tempo em mais ou menos 20 minutos de fala para cada participante E aí a gente vai abrir para as perguntas e
fazer essas boas trocas que para isso que a gente tá aqui né pra gente conseguir ter essa construção desse diálogo eh eh com essa incidência que queremos dentro dessa desse grande evento que é hoje esse Marco eh histórico na nossa eh na nossa classe e e con junto com construção com os movimentos sociais que estão aí há muito tempo também eh junto com os povos tradicionais fazendo essa essa luta Então vou convidar eh não vou falar tão bonito quanto cerimonialista ontem mas vou dar a palavra paraa Bruna imani Pode ficar à vontade obrigado bom dia
a todos todas e todes eu sou a Bruna imani mulher negra 33 anos periférica usuária de droga tambémm a acho importante colocar isso e eu vou trazer aqui na minha fala como que é a questão dos slides dois L você po Ah deixa eu ver bom enquanto estão colocando os slides não tem problema eu vou trazer que a essencial destacar né que o Marco legal da política de drogas no Brasil tem sido conservador e retrógado eh a política de drogas atual tal como tem uma estrutura que é ferramenta de controle não apenas no contexto a
guerras drogas mas também no controle social e racial forçando o racismo em todos os territórios que ali estão presentes um exemplo é a lei antimanicomial um Marco legal importante que nunca foi completamente implementado evidenciando que mesmo quando há avanços na legislação as transformações estruturais necessárias não acompanham quando falamos sobre Marcos legais as políticas públicas no contexto de políticas do Brasil é crucial destacar que esses Marcos são em grande parte instrumentos de controle sobre corpos negros e territórios periféricos eh deixa eu passar aqui eh desde o início a política de drogas tem servido mais para reforçar
o racismo estrutural do que promover segurança pública e saúde é essencial destacar que o Marco legal da política de drogas no Brasil tem sido conservador eh um exemplo disso né como eu falei além da atual lei de drogas a gente vai trazer aqui eh uma uma linha do tempo então a lei de drogas de 2006 que tem um nome suposto né sobre o combate ao crime organizado intensificou o encarceramento em massa de jovens negros e Moradores de Periferia ao invés de resolver a lei Aumentou a superlotação dos presídios e criou um sistema lucrativo pro estado
uma vez que quanto mais preso a um menor custo por indivíduo a lógica por trás dessa política não é justiça mas manutenção do sistema que lucra com com o encarceramento e a criminalização da pobreza outro marco importante quando a gente trata disso a entender a história né sobre a combate a guerra as drogas é o decreto de 1830 que criminaliza o uso através do pito do pango que que trata a substância popular entre negros escravizados e libertos esse decreto foi um dos primeiros de como as leis no Brasil foram utilizadas para controlar e criminalizar a
população negra a lei da vadiagem logo depois posteriormente né surgiu como no mesmo princípio permitindo que negros não estivessem pregados e pudessem ser presos esses Marcos legais não são apenas parte do passado eles é ainda no presente onde a política de drogas e encarceramento em massa continua a impactar desproporcionalmente as comunidades negras e periféricas então Através disso é importante destacar que essas políticas não estão apenas desatualizadas mas ativamente prejudiciais elas se conectam a uma agenda de controle racial que atravessa a história do Brasil em vez de promover transformações radicais e necessárias elas perpetuam como um
sistema de opressão e Através disso a gente vem trazendo né aqui nos slides eh a política de drogas no Brasil tem gerado impactos negativos especialmente sobre a população negra sobre a como a guerra as drogas intensificou o carcer momento em massa e a violência a gente sabe que não é a guerra as drogas é guerra contra pessoas pobres periféricas negras indígenas pessoas eh ribeirinhas quilombolas eh e isso é uma coisa assim que eu quero deixar muito bem explicado aqui essa guerra ela tem um alvo e o alvo tá aqui a mira tá Certeira na nossa
cabeça e o racismo estrutural como ela se perpetua através do da seletiva da lei de drogas 11343 de 2006 eh aqui eu trouxe um pouquinho né da história né a aplicação seletiva gerou consequências estruturais pro Brasil o encarceramento em massa mar gitor da população negra nós temos alguns dados aqui que eu vou mostrar para seguir a violência estatal aumentada e o reforço das desigualdades e aqui algumas fontes e a iniciativa Negra a iniciativa Negra por uma nova política de droga surgi no contexto em 2015 como uma organização da sociedade civil comprometida em retomar a política
de drogas no Brasil com foco na na Equidade racial E de gênero a iniciativa reconhece que as políticas proibicionistas atuais são diretamente ligadas ao racismo estrutural e ao controle de Corpos negros a organização trabalha para promover a democracia e os direitos humanos questionando a lógica punitiva que caracteriza a Dual atual lei de drogas eh Seguindo os dados né do ifop eh a gente percebe assim ó como o Brasil Manteve a posição no ranking como terceiro país que mais encarcera as pessoas no mundo com mais de 773.000 presos aproximadamente 30 3% do total desses dessas prisões
são Provisórias Ou seja pessoas que ainda não foram condenadas Quando pensamos nas políticas públicas de hoje é necessário reconhecer que nas periferias o estado não está ausente ao discutir políticas públicas é importante questionar Que tipo de política nós estamos falando a política pública conservadora que criminaliza o uso de drogas e promove a repressão policial nas periferias é uma política de morte que já a presença do estado é sentida por meio da repressão policial e encarceramento já as políticas públicas que defendemos são aquelas que fortalecem a democracia e promovem dignidade humana a não a presença do
estado nas periferias não se dá pela ausência Mas pela pelo contrário pela presença do estado e sentida por meio de repressão policial de encarceramento Essa é a política que o estado brasileiro nas comunidades Negra usa controle repressão e morte e queremos discutir as políticas de vida que garantem dignidade e que inclua a reparação histórica pela violência perpetrada contra a população Isso inclui políticas de saúde mental moradia educação mas também o fortalecimento desses espaços Democráticos e o combate à militarização portanto ao abordar Marcos legais e políticas públicas é necessário além do que está escrito na lei
questionar estruturas que sustentam as políticas para nós uma política pública que seja efetiva precisa ser discutida com a participação da sociedade civil precisa ser transparente deve promover a dignidade e direitos fundamentais de todos especialmente das populações mais vulnerabilizadas eh aqui mostra como as falhas do modelo atual de política sobre drogas né através das da criminalização dos usuários o foco na ão e e não na saúde pública penalização ao invés de de assistência e inclusão e os os efeitos desse modelo são marginalização exclusão social e perpetuação da pobreza eh os as principais falhas no combate ao
Crime Organizado né o aumento das penas por delito relacionado às drogas não diminui o poder das organizações criminosas muito pelo contrário o sistema prisional ele fortalece essas organizações ao invés de desmantelar lasas a lei de drogas intensifica o encarceramento sem diminuir a criminalidade e uma política que produz muitos efeitos sociais com a aplicação seletiva da lei de drogas milhares de famílias têm seus laços rompidos afetando principalmente mulheres que cuidam sozinha de seus filhos impactando a comunidades inteiras a gente sabe que quando uma pessoa ela vai encarcerada a gente não tá falando só daquela pessoa vai
uma família inteira junto muda-se todo o sistema famar daquela pessoa que tá indo né pro cárcere eh de acordo com a anuário brasileiro de Segurança Pública o Brasil registrou aproximadamente 49757 homicídios em 2022 embora o número tenha diminuído em relação aos anos anteriores o país ainda enfrenta alarmantes taxas de violência e a causa de violência armada e conflitos eh entre Ganges e a guerra as drogas continuam a ser fatores signific iOS para esses números eh o adoecimento de policiais né quando a gente traz aqui eu não trago só a questão dentro das Comunidades das pessoas
que são usuárias e das pessoas familiares de egressos e tudo mais a gente traz também o adoecimento dos policiais o índice de suicídio entre policiais é maior do que a média de outras profissões e através do pesquisa do Geni o grupo de estudos de monitoramento da violência da uerg de 2022 revela que 10% de policiais militares entrevistado entrevistados tentaram suicídio e 22% pensaram em suicídio então a gente entende que a a guerra as drogas ela produz lesões graves morte e afastamento frequente por doenças entre agentes públicos de segurança eh é muito importante a gente pensar
aqui que essa política que a gente tá trazendo é uma política para todos né E quando a gente inclui todos a gente inclui também eh o adoecimento aí das da das polícias né e queremos entender que a gente sabe que a gente não passa de um bonequinho do Estado né todo mundo ali entende seu papel e entende a gravidade do que se está fazendo eh aqui eu trago os custos econômicos né da criminalidade que 113 bilhões em 1996 para 285 bilhões em 2015 Então você pensa né olha o custo de toda essa guerra e o
que que a gente poderia est fazendo com toda essa grana investida aí para movimentação social para implementação estratégicas de leis e redução de danos entre outras coisas eh o combate da desigualdade ao tráfico né eh os privilégios de classe o modelo atual do tráfico de drogas e as camadas sociais mais altas Protegendo o mercado seguro para brancos e ricos contradições nas favelas não há plantações de maconha ou cocaína nem fábrica de armas o que invalida a justificativa para concentrar ações nesses locais a gente compreende né onde que tá essas questões e a gente sabe como
eles chegam quando eles vão eh atrás dessas pessoas né que tem uma estrutura maior E aí eu quero trazer Através disso que quando pensamos nas políticas é necessário reconhecer que nas periferias o estado né não está ausente como eu falei várias vezes e trazer também um apontamento aqui importante só um momento trazer que assim quando a a gente vai por exemplo pensar naas violência dentro das Comunidades né entendendo que o estado ele tá sempre lá é importante a gente entender que dentro das Comunidades a taxa de homicídio é maior e a taxa de prisões menor
e dentro dos bairros de classe média e classe alta é o contrário a taxa de de apreensão de drogas é muito maior e a taxa de homicídios é menor então a a gente eu consigo ver eh nitidamente através desse quadro Como o estado vem caçando desde a época após a falsa Abolição né Porque nós já estávamos Livres como eles vem caçando os povos negros indígenas quilombolas como ele vem colocando miras e e arrumando cada vez mais desculpa para fazer uma higienização no no no Brasil a a ideia aqui tratada não é sobre eh a Guerra
ao tráfico a guerra a gente sabe de quem a gente tá falando a gente quem mora dentro das Comunidades quem mora dentro dos espaços quem tem essa noção sabe como é difícil e como é prejudicial toda essa guerra as drogas que a gente entende que não é o combate né Muito pelo contrário a nossa ideia também não é combater a nossa ideia eu acho que a questão de punir né A questão de trazer uma uma relação de proibição não é e nunca foi estratégia para combate de nada nós estamos em 2024 entendendo ainda isso e
como que a gente faz para jogar o jogo saudavelmente eh Pois é e ag vou trazer as propostas para um futuro diferente a redução de danos é um modelo focado na saúde no Cuidado ao invés de repressão como eu falei nela se trata usuários de drogas como indivíduos que precisam de apoio e não como criminosos e essa abordagem humanitária tem se mostrado eficaz também na prevenção de problemas relacionadas ao abuso de substância o uso abusivo é uma política de vida em contraposição a política de morte outro aspecto importante na luta com essa nova política de
drogas é a reparação para população negras que foram afetadas de forma desproporcional pela política de repressão repressão não se resume apenas a compensação financeiras mas também envolve acesso a políticas afirmativas programas de integração e apoio social e egressos do sistema prisional que muitas vezes são deixados à margem da sociedade aqui a gente mostra um pouquinho Olha que lindo gente a iniciativa Negra através da atuação com se fundadores e parceiros se tem ocupado espaços estratégicos como o Conselho Nacional de política de drogas o conad para influêncer e para influenciar e proporcionar estruturas essenciais para a criação
de medidas que realmente respondam às demandas as comunidades instituição instituição de uma Comissão da Verdade para investigar desde fatos Gerais como a incidência a países estrangeiros e um projeto globalizado de guerras drogas que sustentou e segue alimentando teorias racistas e supremacistas no como participação de de Agentes do Estado em crimes contra a humanidade e parceiros de pessoas desaparecidas em meio a esse conflito Anistia para pessoas envolvidas ao conflito trabalhando no desencarceramento da terceira maior população carcerária do mundo esse processo deve ser estabelecido junto a mediações locais continuadas e alternativas que permitem processos reconciliados entre pessoas
autoras e vítimas de pela violência garantindo reinserção e repactuação em territórios e processos de promoção de pais mudanças legislativas e institucionais para o fim do conflito a guerras drogas são necessárias para mudanças legislativas institucionais que possibilitem o fim do conflito hoje justificado pelo a proibição das drogas melhoria nas leis para as drogas lícitas pois apesar de que já regulamentada a cadeia produtiva das drogas lícitas é necessário aprimorar normativas existentes para o álcool o tabaco e os medicamentos inclusive no que diz respeito às guerras à publicidades para essas substâncias ampliação do diálogo com movimentos sociais como
antiproibicionista abolicionistas feministas lgbtq P animais e movimento antimanicomiais para construir uma frente unificada entre as práticas abusivas da política de drogas a criação de mais espaços de Participação Popular e inclusão de lideranças negras e periféricas na formulação de política de drogas para garantir que as políticas reflitam as necessidades das Comunidades mais afetadas a construção de programas educativos e de conscientização focada na redução de danos no combate ao estigma do de drogas o fortalecimento de aliança internacionais e o diálogo com organizações que defendem política mais humanas e menos repressiva o desenvolvimento de políticas voltadas para a
Reintegração Social de egresso do sistema prisional com foco a educação emprego e apoio psicológico essas ações são necessárias para uma mudança efetiva tá gente e para chegarem em ações coletivas reconhecemos Que mudanças estruturais exigem o diálogo amplo Participação Popular e alianças internacionais e é necessário mobilizar uma frente única que promova política de drogas inclusivas justas e focadas em Direitos Humanos a luta por uma nova política de drogas exige compromisso contínuo com a justiça racial inclusão social e essa defesa dos Direitos Humanos a atuação da iniciativa já tem mostrado caminhos mas é essencial que essa pauta
ganhe cada vez mais ocupando espaços de poder e decisão somente assim a gente pode construir um futuro furo onde a política de droga seja de fato ferramenta de justiça e reparação para as comunidades negras e periféricas e para fechar eu quero trazer aqui um poema não foi a coca que o estrangulou o Maloca não ia deixar nem foi no drink que se afogou e a quebri com abandonar não foi craque foi tristeza foi mobar que a solidão não foi o be eu tenho a certeza era só um moleque sangue no chão foi depré o estigma
se perder no labirinto a exclusão não é Enigma a perseguição nos quer instinto se reduz os danos da L lista Bora bolar um plano e não elimina dá brancoa ou D preta ou das mais implícita mas não é careta então não discrimina não dá tráfico só os pino pelo geográfico moia por esse método é que surja o hino Até os médicos seria noia não é pelo embate que traz a favela é pelo embate que traz o horror não é lojinha de cada Viela onde se caminha PR Sada da dor nós Pede uma sempre é cuado
para policial discordo Força Pública estado com a república sem acordo é é pela cor que se enquadra a fina flor é quente essa corja ladra e foja na minha gente não é pelo bo que causou o nó que onde causa o nó estarmos vivos sempre estado de guerras e estado de sítio morando no pátio no convívio nós não vale nenhum Biriri é mor risco tá de bololô no bumbep ou no Bororó no par pa tipapá pode dar MTE titi nos frasquinhos de loló se os C quiser arrumar o blá blá blá Se não vier no
ratatatá vai demorar para cantar a Lili não é guerra as drogas é um bom negócio que tá em Volga na vida diária privatização das prisão para nosso reduz a vidão e cada vez mais na solitária não é guerras doog atacar as ccos quem se te advoga lucra tem avião tem barco Reis da narco burguesia chucra não é guerra as drogas quando vocês hem quant surge é um ódio da raça tramada só tem um fetiche em Cadeia Bora le o Borges encarceramento em massa e vamos PR as ideias nem sóa crítica melhor compreensão Neco política no
Gu temem ação fajuta sua ética revolução na minha poética revolução Bora é isso gente [Música] obrigada não tem como né a gente é antiproibicionista e também é da área da cultura não dava [Aplausos] Muito obrigado Bruna obrigado pela poesia eh vou passar a palavra agora para Ednaldo rodrigu Xucuru Bom dia eh a todas as pessoas que estão aqui presentes também as pessoas que estão nos acompanhando né pelo YouTube do cfp eh eu sou um homem indígena né Estou eh usando uma camisa vermelha um colar né de sementes que eu ganhei do Povo ticuna quando eu
estive lá recentemente justamente com a pauta drogas e uma região que tá impactada justamente pela guerras drogas eh estou usando um casaco preto né eh um óculos eh tenho cabelos pretos lisos né tem uma pele também preta não retinta eh venho do nordeste do Brasil né Sou do povo chukur no Estado de Pernambuco eh Sou formada em psicologia e estou atuando com saúde mental atenção psicossocial promoção do bem-v aos povos indígenas Né desde de 2013 eh especificamente lá em Pernambuco e atualmente Eu estou aqui na Secretaria de Saúde indígena do Ministério da Saúde com essa
pauta né E essa é uma a questão de drogas é uma pauta né muito cara né também dentro do da instituição e eu acho que né Falando de instituição de alguma forma eu estou aqui também apresentando essa instituição que tem o papel de se aproximar da temática e de discutir a questão de drogas e principalmente né o tema que tem se né as pessoas têm se debruçado nos últimos anos que é né [Música] a as drogas que são né que na verdade não são drogas mas que são entos e que sempre foram usados né pelos
nossos povos e que ao longo do tempo foram sendo né transformadas principalmente né pelas autoridades em drogas né Eu acho que ontem nós tivemos né a oportunidade de ouvir algumas pessoas com falas muito ricas eu queria destacar né a Fernanda kaigang eh que só a fala dela né já fecharia esse evento assim de forma Brilhante de como que nós precisamos olhar para todas as questões né Eh dos povos que né foram ao longo dos anos sendo marginalizados entre elas as populações indígenas que sofrem né com a violência né Eh Colonial há mais de 500 anos
eh a criminalização né das né dos dos saberes das práticas né da da das medicinas e do uso né das das substâncias das plantas né que tem vários poderes né e tem vários né Eh eh vários significados para os povos e a gente precisa olhar para uma diversidade de povos aqui no Brasil ainda em inalcançável né por todos nós e pela sociedade geral principalmente né é muito comum nos discursos Gerais a gente ouvir que né indígena é tudo igual e a gente precisa entender que as né as sociedades indígenas brasileiras ainda né formma uma das
maiores sociodiversidade do mundo né considerando também eh não só né cidade de povos mas de regiões de modos de vida de tradições de produções né e de conexões né com seus territórios seus saberes e de uso de suas De suas plantas como como forma de conexão com a vida eh e acho que pensar um pouco né na questão dos né dos próprios né das dos próprios das próprias plantas que TM né propriedades medicinais propriedades com conexão né Eh com a espiritualidade né todos os povos têm as suas nativas e também aquelas que chegaram de fora
entre elas a maconha né e é bom a gente olhar porque cada região né teve contatos diferentes com né com a própria maconha eu venho da né da transição do Sertão né do Agreste com o sertão do estado de Pernambuco e lá todo mundo sabe né dos dos das longas batalhas né Eh eh policiais em em em o que eles chamavam de combate né a região do polígno da maconha né e de quantas pessoas né foram assassinadas e também os impactos que isso também causou nos povos indígenas do Sertão de Pernambuco eh e aí se
tornou essa relação né dos povos indígenas com a maconha muito complexa a gente precisa olhar para isso e acho que mais complexa no sentido da demonização da própria né da própria substância maconha em si né E que hoje a gente tem uma dificuldade enorme de dialogar sobre o tempo porque ainda não se desconstruiu né Essa essa demonização né da maconha em si e né Nós temos poucas iniciativas E aí eu nem trouxe assim dados né porque não tem né sobre as iniciativas de uso medicinal né da da da da maconha né Eh Embora ela seja
usada de forma muito caseira a gente vai no né nas comunidades do Sertão o pessoal usa né Eh para tratamento principalmente de dores crônicas né a forma caseira né de produção caseira né o mais comum é usado no no ácool 70 ou na cachaça né o que eles cham da bucha né da maconha muito utilizada para dores né Principalmente dores eh na coluna que ele chama a maioria das pessoas no sertão trabalham no na roça né e quando chega a uma certa idade da vida Elas começam a apresentarem muitas dores crônicas né e a gente
sabe dos tratamentos ainda precário no próprio serviço de saúde para garantia de tratamentos adequados E aí né as plantas elas são né a principal né os principais eh eh métodos né de tratamento desses agravos à saúde isso não é reconhecido e isso é feito de forma ainda escondida porque as pessoas eh têm medo ainda da repressão né a legislação ela não contempla né as sociedades indígenas Eu tenho um ten um participar de alguns GTS que né pensam a criação de políticas públicas e como instituição eh nós somos né com instituição cesai Nós Somos convidados e
quando eu pergunto tá o que tá se pensando aí como um capítulo que pense né os povos indígenas considerando a diversidade E aí você não encontra nada então nós precisamos olhar para isso né É urgente eh nós precisamos também né pensar como né Eh até com a produção né da própria maconha nos territórios como que a gente pode alinhar isso né em algumas regiões não são todas as regiões é claro para que nessa produção ela se dê de forma adequada e principalmente para fins terapêuticos também né Eh a Fernanda trouxe né uma questão que é
uma realidade a ausência de políticas públicas porque muitas vezes se olha o uso apenas no sentido de de do uso não né não adequado da maconha né ou então né do do uso que vai né Eh degradando algumas pessoas e né Isso é muito mais uma uma uma reprodução né Principalmente da do preconceito e a ausência de políticas públicas o grande problema nos territórios indígenas é a invasão aos territórios né A A A negação de direitos muito básicos e esse esvaziamento né né da da do Bem Viver né dos modos de vida das culturas eh
da produção né artística da da valorização né dos modos de vida e principalmente das medicinas indígenas que vão esse esvaziamento vai sendo ocupado né por pelo uso prejudicial de algumas substâncias que não é a maconha né é o álcool né Principalmente o as bebidas alcoólicas que assim como na sociedade geral né ela tem muito mais impactos né danosos do que qualquer uma outra droga né mas que a gente precisa também olhar com cuidado para essas né questões principalmente relacionadas à à ausência de políticas públicas que é justamente esse esvaziamento né né do do dos espaços
né né das vivências e dos modos de vida e eu trabalho né Desde o ano 2000 né num diálogo entre né modelo né biomédico da saúde e as medicinas indígenas isso tem sido um desafio imenso né até para né para o reconhecimento né o modelo biométrico reconhecer a eficácia das medicinas indígenas se dá qualquer nome né ah o diálogo é muito pouco Ah não se reconhece né a eficácia né dos Remédios produzidos no território Ah vocês podem usar mas né a gente não quer saber muito disso então mesmo mesmo se tendo um trabalho né de
que o profissional ao chegar nos territórios indígenas ele precisa olhar primeiro né para né de saber de conhecimento das medicinas indígenas ainda há um distanciamento muito grande e nós precisamos né Eh desconstruir isso e quando se fala né do do do dos tratamentos do uso né de de medicamentos da própria comunidade isso é muito mais difícil as demandas que T chegado pra gente principalmente na né na atenção psicossocial tem sido os processos de adoecimento e a medicalização tem sido uma preocupação porque Tem se tornado mais uma arma Colonial né e uma arma Colonial né pacífica
e sendo aceita né pela própria pelo pela própria comunidade devido ao processo de adoecimento e ainda é um desafio quando a gente né a gente tá ontem se falou até n da questão dos tratamentos de né que as pessoas que né que TM uma boa evolução né com com com as medicações convencionais para depressão é um número muito baixo eu acompanhei isso por 13 anos né E todas as pessoas que que eram medicadas que são medicadas né com medicações convencionais você vê pouca melhora né o que você vê nelas é uma dependência do uso dessa
medicação que se tornou crônica e quando a gente faz a proposta ainda para os para né Principalmente para os médicos fazerem né prescrição né do cannabis medicinal de outras né da própria Jurema medicinal que tem aí né e pesquisas trabalhos voltados para né com comprovação de bons resultados no tratamento né de depressão ansiedade e outros transtornos mentais eles desconhecem totalmente né Eh a eficácia desses medicamentos e às vezes se negam a fazer essas prescrições a maioria desconhece totalmente né É urgente essa aproximação né com com com a formação principalmente né dos profissionais para trabalharem principalmente
em territórios indígenas para que eles entendam que né o toda a potência idade dos tratamentos né Para todo e qualquer agravo à saúde tá dentro do próprio território Então esse espaço aqui né eu considero ele um espaço muito rico até do ponto de vista de pensar a instituição que precisa né Precisa dialogar com essa temática né ainda é muito Inicial essa discussão junto né a às instituições que trabalham com saúde indígena e trabalham com as questões sociais de modo geral nos territórios que não tem muitas é praticamente só só a cesária saúde indígena presente nos
territórios e que precisa dialogar com todos todas essas temáticas mas aí super necessário também esse diálogo com né com com lideranças e principalmente com os profissionais que são de origem indígena e que estão atuando dentro dos territórios precisamos né olha olhar um pouco para para paraas para os povos indígenas em relação a essa questão né E aí é um pouco isso a maior preocupação que temos no território é justamente a medicalização de Corpos com né os químicos principalmente psicotrópicos né de tarja preta né é uma preocupação enorme e todas né todos os povos todas as
comunidades com potência enormes de produção né e de alinhamento né de seus conhecimentos né tradicionais trazer os pajés para o diálogo é extremamente importante porque são a maioria deles né são as pessoas que conhecem Principalmente as ervas e sabem lidar com essas ervas dentro dos territórios E aí dialogar com eles sobre essas temáticas é necessário então é o recado assim que eu deixo a abertura pro diálogo sobre né Principalmente sobre o cannabis medicinal a maconha medicinal mesmo né junto aos povos indígenas é super necessário nesse momento eh nós né tem chegado demandas né Eh que
são muo muito alinhadas a proposta da repressão né ah Vocês precisam criar né ações e serviços de combate vem com esse nome né de combate né ao uso do álcool de combate ao uso das drogas mas nunca se vem né as propostas de dizer nós precisamos criar uma linha de cuidado né que a dialogue né com o povo sobre os problemas que impactam né no bem-viver dos povos e não criar outros né a gente percebe que né principalmente a repressão às drogas tem aumentado o número de homicídios dentro dos territórios indígenas então é olhar para
todas essas questões que são agravos diretamente ao bem-viver saúde mental dos povos indígenas eu acho que é um pouco isso pra gente iniciar uma reflexão e dizer que é necessário que nós possamos criar protocolos orientações né de cuidado principalmente né Nós temos hoje a presença da Psicologia né já bastante forte né junto aos povos indígenas que chega né pelo viés da violência principalmente da violência autoprovocada mas que a gente precisa entender essas questões apenas como sintomas que precisam né serem tratados a partir do que causou esse mau-estar e ele é muito mais amplo e a
gente precisa dialogar bastante para que né os serviços de Psicologia para que os conselhos né regionais possam entender né e orientar seus profissionais atuarem também junto aos povos indígenas Muito [Aplausos] obrigado muito obrigado Edinaldo vou passar a palavra agora para Fernando Bezerra Alô escutando eh queria agradecer a todas todos todes presentes para mim é um grande prazer est nesse evento resultado de muitos anos né de luta de de eh avanço na nossa categoria Mas também de consolidação de grupos organizados de grupos de usuários de movimentos sociais que estão já há mais de 10 anos aí
nessa luta que no Brasil então ver hoje esse auditório lotado ver onde a gente chegou é extremamente gratificante eu queria agradecer ao Conselho Federal pelo convite a todos os colegas da mesa né tá com pessoas tão incríveis iniciativa Negra o Edinaldo Emílio aí parceiro de longas datas de longa data Então isso é é realmente gratificante né Eu acho que lembro muito da fala do Fábio ontem como é que ele tava feliz né e eu tô também ansioso feliz contente e tô assim e eh muito animado bem vou fazer uma pequena fala né Eh sobre desafios
regulatórios falar sobre psicodélicos Marcos legais e políticas públicas espero que a gente possa avançar nesse tema e trazer também algumas eh eh reflexões para pro próprio sistema conselhos então é um pouco dessa ideia esse evento hoje no meu entendimento marca história da temática no território nacional então Eh fica aqui novamente meus agradecimentos a gente vive um contexto de chamado renascimento Psicodélico pelo menos Desde da década de 90 especialmente após os anos 2000 ao menos é o que escutamos está Mídias e começa a surgir na conversa entre colegas de trabalho a partir do que se denominou
de renascimento Psicodélico novas pesquisas científicas foram realizadas para avaliar essas substâncias incluindo seus usos terapêuticos não é novo né na década de 60 e 70 tiveram milhares de estudos sobre psicodélicos diversas pesquisas clínicas eu não sei se tá dando um um um chiado tá Ah parou eh sen eu tentar pronto obrigado então não é nada novo na verdade década de 60 70 até os anos 50 já iniciaram os estudos e a gente teve muito estudo Clínico com resultados excepcionais assim nunca foi um problema exatamente do risco dos psicodélicos nunca foi um problema dos psicodélicos não
terem bons resultados e nem a metodologia dess estudos era inadequada era muito adequada paraa época embora nem sempre fo fossem randomizados né controlados com duplo cego como a gente faz muitas vezes hoje na pesquisa clínica esses estudos eram muito e muito bons inclusive mas a a proibição devasta a pesquisa clínica a proibição devasta tudo aquilo que se constrói pro campo da saúde em nome do estigma e do controle social principalmente naquela época vinculada aos grupos de contracultura que questionavam as Guerras por exemplo do imperialismo então isso foi eh eh um massacre em relação não só
essas pessoas davante criminalizadas como outras pessoas já eram as pessoas negras como foi falado todo o genocídio que a gente vive há muito tempo mas também outros povos como por exemplo os povos indígenas e ali então novos povos que questionam o status quo são criminalizados e perseguidos a partir de então então o que que é o renascimento Psicodélico né Essas pesquisas foram impulsionadas por resultados promissores obtidos nos estudos clínicos essa novidade de voltarmos a fazer pesquisa clínica sobre psic del e seu renascimento para alguns autores eh então pro autor que nomeia isso em 2012 que
é o o psiquiatra inglês Bena ele vai falar que o renascimento Psicodélico entende-se uma ideia de um renovado interesse nas substâncias psicodélicas no mainstream ocorrido nos últimos 30 anos especialmente seus usos terapêuticos então é um baita problema esse conceito é um problemaço assim eu tive uma uma infelicidade de ver de uma palestra do de um de uma pessoa do Maps que colocou a o símbolo da do do do movimento de contracultura e riscou no slide seguinte né não assim acho que tem um movimento político importante não podemos riscar nenhum nenhuma nem a contracultura não podemos
riscar desse mapa nenhum grupo minoritário né a gente não pode construir o uma regulamentação terapêutica que vai aumentar o estigma pro uso social isso é uma coisa sinequanon a gente tem que estar de acordo com isso básico né então o conceito de Nascimento Psicodélico desenvolvido por esse psiquiatra ele foi construído a partir de uma perspectiva do Norte Global com pouca atenção dada ao que ocorre e ocorrer nas regiões dos países do sul Global cessa estabelece uma lista de precursores de nento Psicodélico formada com raras exceções por cientistas homens brancos da Europa e dos Estados Unidos
Além disso conforme observa um artigo do do Sandro Rodrigues no prelo o autor identifica diversos projetos de pesquisa contemporâneos e as pessoas que protagoniza essas pesquisas nos últimos 25 anos destacando os 16 grupos e acredito que esse renascimento da pesquisa científica como psicodélicos deve considerar novos métodos de pesquisa especialmente no âmbito da neurociência e da neuroimagem a história do Renascimento Psicodélico é contada a partir do Norte global e de uma delimitação de saberes científicos que exclui inclusive outras epistemologias ao fazê-lo o autor ignora Marcos regulatórios a luta política e o avanço do uso religioso de
psicodélicos como Como por exemplo o caso brasileiro da iasca ignora o fortalecimento e a luta contra o estigma dos usos de medicinas por povos indígenas deve destacar inclusive o papel das pesquisas de ciências humanas e sociais no Renascimento Psicodélico ocorrida no contexto de países do sul global que também é ignorado é preciso Portanto reimaginar o renascimento Psicodélico por outras bases renascimento Psicodélico é arte visionária que surge renascimento Psicodélico é regulação da yaska renascimento Psicodélico é renovação e fortalecimento dos povos indígenas em relação a seus os tradicionais tudo isso é renascimento Psicodélico renascimento Psicodélico não pode
ser entendido a partir meramente de um Marco de uma ciência positivista por mais importante que ela seja o debate em geral parece tão enado para defender o psicodelismo mainstream que um dos títulos de um artigo publicado no J psychiatry psychic psych keeping theen for off the Assinado por Richard Eden E Eden griffins eles falam pros autores é fundamental que as comunidades científicas devem estar vigilante na oposição à fusão da ciência com agendas culturais mais amplas mas nós estamos aqui para articular a ciência com agendas culturais mais amplas sim no tocante ao papel das ciências recordo
um artigo que eu escrevi com com a com Sandro e com a Daniela Monteiro na revista platô no sentido que é preciso evitar a repetição de reducionismos epistemológicos não basta defender a ciência como se tratasse de um monólito mas compreender as contribuições das ciências diversas assim como dos saberes dos próprios usuários e dos povos tradicionais e ancestrais para orientar regulamentações saudáveis nesse Campo atualmente internacionalmente são iniciadas iniciativas de regulação dos psicodélicos seja com proposta de descriminalização dos cogumelos com psilocibina ou mesmo de regulação de Agudos terapêuticos como do MDMA só para dar um Panorama para
vocês hoje o MDMA já completa estudos de fase três né para ser regulado teve uma recente negativa da fda que já foi mencionada pela Iara ontem né e a gente tem também estudos de fase três em curso com psilocibina com princípio ativo dos cogumelos tá e a gente além disso a gente tem eu vou mencionar muito brevemente a gente tem também uma regulação já realizada eh da camina que é um Psicodélico dissociativo tanto pela fda quanto pela agência europeia de medicamentos e quanto pela Anvisa no Brasil vou comentar mais em breve sobre isso as regulações
têm seguido vias diferentes seja o Caminho das agências reguladoras como danva no Brasil como da regulação da cetamina para depressão de difícil tratamento ou mesmo a recente negativa de fda ou a tentativa fracassada de regulação da psicoterapia com MDMA no tratamento de transtorno de estresse pós-traumático solicitada pela lacos terapeuticas nos Estados Unidos paralelamente um conjunto de movimentos sociais articulados propõe em Bellot nos Estados Unidos eleições estaduais ou municipais regulações terapêuticas ou híbridas nos quais por exemplo se propõe o uso de cogumelos ao invés da psilocibina sintética e se aposta em perspectivas mais populares de uso
desafiando o proibicionismo e modelos médic centro médic centrados em algumas regulações destaca-se não é necessária prescrição para que se realize a aquisição e o uso supervisionado de cogumelos com psilocibina além de Estados e cidades nos Estados Unidos pode se lembrar outras regulações ainda discretas como a que tá ocorrendo na Austrália o Brasil não é os Estados Unidos e nem faz parte da Europa tampouco da Oceania o básico a ser lembrado por aqui é que não estamos no norte Global H demandas que atravessam ess debate que remontam a articulação política de qualquer regulação a regulação da
escetamina por exemplo realizada por uma big Pharma no Brasil aliás Quem viu a regulamentação da escetamina acontecer passou nas portas fechadas não garante acesso a esse fármaco as pessoas mais vulnerabilizadas do nosso país hoje a cetamina ela é considerada ela ela tá em equivalência aos padrões de ouro para tratamento de depressão refratária e quem tem acesso a cetamina quem tem acesso a r 30$ 40.000 para fazer uma terapia com cetamina no Brasil o mais absurdo é que a a AC cetamina que na verdade cetamina é um isômero né É É ela é muito barata só
que se produz uma escetamina nasal caríssima que é vendida nas clínicas particulares e quem tá acessando Então essa terapia tão importante com ótimos com promissores resultados bem quem tem grana para pagar então eh eh eh eu eu entendo que essa regul essa regulação se ela não passa pela Via dos movimentos sociais se ela não passa pela Via política ela se torna uma regulação elitista e sem acesso seria um absurdo ver no Brasil por exemplo a regulação daas que acontecesse dessa forma seria um absurdo então é uma regulação elit sem acesso e os custos para São
então também abusivos não há saída eu não tô passando SL né Eu esqueci dos SL desculpa gente depois eu most as fotinhas e tal bonitinho não saída PR regulação das psicoterapias assistidas por psicodélicos no Brasil que não perpasse o Sistema Único de Saúde e o fortalecimento da saúde pública paralelamente a esforços que devem ser tomados no sentido de garantir a soberania nacional e os interesses brasileiros em detrimento de interesses mercadológicos de produtores e Comerciantes das substâncias sintéticas o que eu quero dizer não basta psicodélicos no SUS é preciso que a gente Aposte em pesquisas com
cogumelos em Natura é preciso que a gente Aposte em pesquisas com substân sub naturais a gente não pode esperar os Estados Unidos regular o Canadá regular para comprar essas substâncias de empresas estrangeiras internacionais e ficar a mercê de gastar valores Absurdos naquilo que a gente poderia ter por R 20 a dose então O Brasil precisa postar em pesquisas com plantas e apostar no efeito comitiva ressaltando as características culturais próprias da nossa nação e na demanda de acesso todo cuidado deve ser realizado no sentido de garantir políticas que valorizem os direitos humanos e sociais os saberes
e culturas de povos indígenas a luta antimanicomial com adoção de políticas de reparação histórica portanto a gente quando pensa na eficácia quando faz um estudo para comparar eh substâncias diferentes pra gente ter ali um controle de viés é muito bonito né Porque de fato é importante mas nenhum a gente nunca vai conseguir ir garantir que a gente não tem a interveniência de outros fatores em pesquisas clínicas então é muito legal que a gente quando a gente coloca psicoterapia na pesquisa clínica a gente pode colocar mais coisas também por exemplo eu vou tratar uma dependência de
substâncias eh eh eu posso ali comparar alguém que usa psilocibina e outro que tá usando Placebo em grupos randomizados e tudo mais beleza só que se eu não comparar não só a psilocibina na psicoterapia mas alguém que vai para um capsad alguém que vai fazer vai começar a e a pensar em novos processos de trabalho para ter renda alguém que vai ser e desconstruído o estigma que vai ter de novo sua identidade que não tem mais isso pode ser muito mais eficaz do que uma medicação que entra sozinha porque ela tem efeito x y z
então a gente precisa apostar na complexidade também enquanto Horizonte enquanto classe preocupada com estigma e marginalização oriunda da guerras drogas os processos regulatórios e normativos assim entendemos deve estar sempre além dos usos terapêuticos alinhadas as perspectivas de redução de danos o caminho medicalizante de regulações estritas usos terapêuticos pode aprofundar o estigma dos usos sociais caso não andem lado a lado devee mencionar que hoje profissionais de Psicologia realizam atuações com usuários de psicodélicos em diferentes contextos Eh quero citar aqui dois em ações de redução de danos em contexto de festa realizamos suporte a crises induzidas por
psicodélicos em condições de trabalho precárias e com carência de fdos legais e normativos seja no âmbito de leis que ampar as ações de redução de danos mas igualmente é oriunda dos conselhos profissionais essas ações de suporte experiências desafiadoras com substâncias psicoativas notadamente as psicodélicas é realizada ao menos desde 2006 no Brasil e hoje existem cerca de 40 coletivos de redução de danos em atuação na área enquanto as ações de redução de danos em festa se ampliam para fora do circuito da festa de música eletrônica da onde nascem no Brasil na verdade nasceram do Rock psicodélico
no cenário internacional encontra populações mais vulnerabilizadas É com grande alento acompanhar o desenvolvimento de grupos de trabalho e eixos que trabalham a temática do usos psicodélicos no âo do sistema conselhos destaco aqui por exemplo o eixo maconha psicodélicos do crprj do qual faço parte mas igualmente outras iniciativas como GT Pernambuco Psicodélico e é fundamental a atuação do crp Paraná nessa temática no Rio de Janeiro em 2023 a gente fez uma pesquisa o mapeamento e 772 psicólogas responderam esse mapeamento sobre maconha psicodélicos ainda no grupo de trabalho à época na oportunidade quase 50% respondentes não obtiveram
acesso ao conhecimento sobre a temática em sua formação Universitária ainda que 90% mais de 90% acredite que a temática dos psicodélicos Deva ser debatida pela psicologia a falta de conhecimento sobre a temática pela categoria no âmbito do Rio de Janeiro ainda importante a psicoterapia assistida por psicodélicos é desconhecida por por mais de 50% das respondentes e a psicoterapia de integração é desconhecida por 74% dos participante enquanto apostamos em regulações mais amplas nesse âmbito a psicologia coloca diante de uma questão de grande relevância hoje antes de qualquer regulação e no futuro independentemente de qualquer regulação do
US terapêutico há um significativo continente de pessoas buscando ajuda o sofrimento mental nas substâncias psicodélicas o sofrimento não aguarda os Marcos jurídicos E normativos essas pessoas hoje buscam psicólogas e psicólogos e eventualmente recebem mais preconceito e estigma com menções de que as experiências oriundas do uso de psicodélicos São vício engano ou desprovidas de significado ou relevância terapêutica a gente recebe isso direto Tais condutas não apenas escancaram o estigma social vinculado ao uso de psicodélicos mas igualmente contrariam radicalmente a ciência e as condutas éticas esperadas por profissionais da nossa área de atuação os trabalhos de redução
de danos de redução de danos em festas são essenciais mas atuam no âmbito da urgência e emergência e se dão em curto espaço de tempo sem continuidade há demandas contínuas de atendimento psicoterapêutico vinculada ao uso de psicodélicos no entanto que demanda um trabalho de integração e elaboração das experiências vivenciadas assim como de preparação para as experiências psicodélicas esse trabalho tem sido denominado de psicoterapia de integração a psicoterapia de integração psicodélica Não envolve prescrição fornecimento de substâncias mas acolhimento em contexto de terapia de pessoas que usam usaram ou pretendem usar psicodélicos e procuram profissionais qualificados e
com uma perspectiva de atendimento integral a essa esse texto tá na Trip né no nosso grupo da APB a psicoterapia de integração portanto pode trabalhar desde a preparação do uso até a elaboração e integração das experiências pós-uso pois envolve o aprofundamento e a produção de sentido no em processos emocionais seja no âmbito individual ou a reflexão dos insights vinculados à comunidade e à cultura no qual o usuário está inserido conforme apresentado pelo Sand Rodrigues ontem a APB criou em 2019 então o projeto Trip terapeutas em redes pela integração psicodélica que por sua vez propõe a
construção de referenciais éticos para que os psicoterapeutas brasileiros possam atender na temporalidade própria da Clínica pessoas que usam ou desejam usar psicodélicos dentro da diversidade de realidades do nosso país a psicoterapia de integração pode abranger o suporte integração oriunda dos usos sociais por exemplo religiosos ou da busca de tratamento a aprimoramento da Saúde Mental Então as pessoas podem procurar porque tiveram uso social tiveram uma uma experiência desafiadora de querem elaborar aquilo eventualmente querem fazer o uso mas querem se preparar antes para esse uso e aí entra toda uma questão até do acolhimento durante o uso
que é uma questão ainda né Eh mais eh específica né que tem que ser trabalhada portanto coloca-se as questões Quais as alternativas para a Psicologia brasileira no sentido de orientar a categoria eticamente acerca do suporte e prática da Integração das experiências psicodélicas Além disso o suporte psicológico durante o uso da substância seja realizado no no contexto de prática de redução de danos infestas seja no consultório ou em serviços públicos requer não apenas desenvolvimento de competências específicas mas igualmente de orientações éticas e técnicas direcionadas da categoria no fim estamos aqui reunidos nesse evento que marca o
momento para se orgulhar da Psicologia brasileira pela coragem de olhar para o uso de psicodélicos destaco aqui o cuidado sobre a temática que incluir a diversidade de vozes e a interseccionalidade paralelamente sustentando a posição ético-política que fomente orientações a categorias amparado no respeito aos direitos humanos sociais e atentas as armadilhas daquilo que temos denominado de Matrix neoliberal que suga o uso das substâncias psicodélicas para a promoção do lucro exorbitante de acordo com holes e kinova a corrida do ouro psicodélica levanta uma série de desafios em torno da comercialização disponibilidade de compostes psicodélicos e o risco
de captura corporativa tanto dos futuros sistemas regulatórios quanto das políticas mais amplas em desenvolvimento a noção de Matrix em primeiro lugar É oriunda da psicóloga estadunidense Bet eisner que em 1997 inicia sua conceituação no que se refere ao impacto do contexto de vida onde partem e para onde retorno as pessoas que usam psicodélicos isso é o uso de psicodélicos é modular não apenas por dimensões pessoais do Set dimensões ambientais do setting como n mas igualmente por recortes culturais e sociais mais abrangentes que inclu inclusive o status legal da substância portanto é muito possível que o
efeito e eficácia de um psicodélico no contexto proibicionista não seja mesmo do efeito no lugar onde não há estigma e ele foi regulado a Matrix neoliberal como se poderia prever aposta na prescrição em detrimento de questões siis Aliás a regulação da cetamina é um bom Exemplo né ninguém precisa de psicoterapia né para fazer usar acetamin e o ajust a experiência psicodélica um desafiador é sempre entendida como um problema muitas vezes tratada uma experiência psicodélica no uso de camina tratada até mesmo com antipsicóticos como vimos na regulação da cetamina pois as dimensões psicológicas da dimensão humana
nessa leitura ampliam os custos do paciente enquanto não ampliam lucro da indústria seja no âmbito das psicoterapias assistidas com Psicodélico ou das psicoterapias de integração observa-se uma mudança paradigmática no qual se ampliam as demandas de conhecimento biopsicossociais Por parte dos profissionais da área além de trazerem subrepticement experiências místicas ou de pico que podem causar algum estranhamento por parte do profissional as agências reguladoras têm dado Claros sinais de confusão de como se dará a regulação das terapias com psicodélicos exatamente pela clivagem entre os domínios da dimensão bioquímica e e da subjetividade humana entendo contudo que o
sistema conselhos encontra-se num lugar favorável para avançar em normativas para o âmbito das práticas de redução de dano e das psicoterapias de integração assim contribuirão para um Claro avanço Nacional na temática com o potencial de ocupar uma posição internacional de Vanguarda nesse tema não é tempo de se amedrontar mas esperançar para um futuro dos psicodélicos no Brasil finalmente a Mat Trix neoliberal fomenta a autopromoção entento de questões comunitárias e sociais Mais abrangentes enquanto coletivo Associação psicodélica no Brasil que nasce em 2015 como ator social busca tensionar para as regulações com substâncias psicodélicas sejam socialmente referenciadas
atentas às iniquidades exorbitantes no cenário nacional e portanto igualmente portarse como uma barreira à Matrix neoliberal os psicodélicos devem se lembrar não são ferramentas progressistas em si mesmos psicodélicos podem ser usados em contextos Democráticos mas igualmente em cenários de abuso em cenários antidemocráticos por essa razão é fundamental que se mantenha orientações a categoria E se contribua em conjunto com os diversos atores da ciência e da militância psicodélica para produzir uma cultura de respeito democracia e liberdade como nos coloca o filósofo Mateu Petran para mudar o si mesmo em linha com os valores psicodélicos de amor
e conexão em última instância é necessário mudar o mundo pois mudemos o mundo Muito [Aplausos] obrigado muito obrigado Fernando passo a palavra agora para Emílio Figueiredo vontade [Música] [Música] Bom dia eh começar dizendo que eu sou É acho que esse aqui chegar aqui ele vai resolver [Música] device Bom dia então começar dizendo que eu sou um homem de pele branca olhos verdes cabelos longos amarrados em coque no alto da cabeça uma robusta barba grisalha vestindo um paletó azul escuro com uma camisa azul clara e uma gravata também azul escura e um homem muito feliz de
estar aqui hoje ao lado de vocês está aqui no no cfp uma instituição que admiro muito a incidência nesses anos que eu tô trabalhando com política de drogas no Brasil o cfp sempre foi um grande parceiro eh né primeiro primeiro Marco que eu vi do cfp foi o apoio ao congresso internacional sobre drogas que foi produzido aqui em Brasília em 2013 e que foi um Marco na questão da política de drogas onde eu conheci várias pessoas que estão aqui presentes destacando meu querido tofoli né que de uma maneira muito singela chegou para mim e perguntou
por que que todo mundo que me encontrava saía rindo né Depois que depois que a gente acabava o encontro você já sabia a resposta né então eu tô muito feliz de estar aqui muito feliz com esse essa esse tipo de abordagem é uma abordagem que eu não vejo em nenhuma outra categoria profissional eh nós no direito a gente máximo que a gente consegue falar é de cannabis falar maconha muito difícil psicodélicos então nem pensar e eu vou trazer um papo meio careta né que é um papo de Marcos legais da da maconha e do os
psicodélicos no Brasil mas eu quero dizer que eu trago isso como uma um ponto de crítica né Principalmente depois de ontem de ouvir a fala da Fernanda fiquei com aquilo reverberando né eu já venho com com essa percepção de que tudo que que o o o ocidente tudo que o né a perspectiva ocria pinta como como algo né de suprassumo da humanidade na verdade se aproveitou eh de saberes e de de pontos de vistas de perspectivas de outras pessoas que não eles então Eh eu trago isso né dos Marcos legais como um ponto de partida
mas um ponto de também de mutação né da gente poder transformar a realidade e isso tá acontecendo é uma coisa muito dinâmica que vem acontecendo no Brasil nos últimos tempos então assim para começar eu tenho que trazer como que essas substâncias são tratadas no no ordenamento jurídico né então o Brasil ele signatário de Convenções internacionais de controle de substâncias né Principalmente a convenção única sobre entorpecente da ONU de 1961 onde traz principalmente ali e eu vou tentar trazer sempre cannabis e Psicodélico juntos mas aqui essa convenção el só trata da cannabis ainda não não atendia
não não afetava os psicodélicos né estamos falando de 1961 o uso dos psicodélicos ainda tava muito incipiente né em termos de de de manifestação cultural e isso que o o Fernando trouxe que acabou sendo uma reação que a gente vai ver depois então 61 eh a ONU faz um grande pacto de controle de substâncias numa esteira que começa lá em 1830 no Rio de Janeiro né do da lei do pito do pango né um código de postura municipal mas que é a primeira expressão de proibição civil que a gente tem na humanidade e que vai
se sofisticando até chegar globalmente em 61 E aí então a cannabis ela é incluída em duas categorias né na lista um e na lista 4ro eh ela sai da lista 4ro agora em 2020 mas é a lista eh né a lista um eh entorpecente com o uso terapêutico e lista quatro entorpecente sem uso terapêutico e o Grande Lance dessa dessa convenção é que ela traz a proibição como Regra geral mas ela traz a possibilidade de exceção a essa proibição o uso dessas dessas substâncias para o alívio da dor e do sofrimento Então esse Esse é
o grande grande exceção né a grande fissura na proibição parte do alívio da dor e do sofrimento em 70 71 tem um outro protocolo né aí nesse protocolo de controle de substâncias já vem realmente os psicodélicos então na lista um LSD dmt psilocibina e mescalina são incluídos mas mais uma vez é reconhecido o uso dessas substâncias para o alívio da dor e do e do sofrimento e também nessa convenção há a previsão tanto dos usos ritualísticos religiosos como também a previsão da redução de danos né então Eh aqui a gente já começa a ampliar essa
fissura né então o o uso para fins ritualísticos e religiosos são são contemplados e também a questão da redução de danos em 88 tem uma terceira um terceiro protocolo uma terceira convenção terceira convenção e essa convenção ela não traz uma lista de de de substâncias mas mais uma vez a possibilidade do uso para o alívio do sofrimento e da dor então esses essas regras praticamente valem no mundo inteiro né são Convenções que o Brasil é signatário e mesmo os lugares onde legalizaram o há essa essa regra com o pano de fundo e a a cobrança
internacional a Constituição Brasileira Ela traz né ainda muito por incidência neoliberal do controle de substâncias né de de de né não permitir e qualquer forma lícita de de uso Ela traz na Constituição no artigo 5º Ela traz a a proibição né do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins né em em em dois incisos e também no artigo 243 da Constituição Federal fala que as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do país onde forem localizadas das culturas Ilegais de plantas psicotrópicas serão expropriadas Então até uma né o direito à propriedade que é um direito
sagrado no ordenamento jurídico brasileiro ele é relativizado em nome do controle dessas substâncias e quando a gente vai pra Lei mesmo que a gente tem hoje em vigor é a lei 11353 é uma lei a lei de drogas que tá em vigor desde 2006 que traz como Regra geral a proibição das das drogas mas traz a exceção do uso ritualístico religioso e traz também o uso eh para fins medicinais e científicos Então essa é a grande né é o caminho que a gente tem para trilhar hoje no no Brasil A Busca Pela mudança uso ritualístico
religioso uso medicinal e científico a lei de drogas Ela traz uma uma diferenciação né teve o julgamento do re 635659 recentemente onde eh o artigo 28 da lei de drogas foi declarado AD inconstitucional só que ele segue como sendo um um texto da Lei não ele não foi removido da Lei então isso isso segue eh presente no texto da lei Mas o que mudou foi que esse artigo ele não é mais tratado na Esfera criminal Ele é tratado na Esfera civil Então não é mais um crime isso que tá previsto aí né então ali tá
trazendo né as condutas relativas ao porte para consumo próprio e o que o Supremo decidiu que quem porta 40 g de maconha ou ou até seis plantas fêmeas de né de maconha de cannabis eh são submetidos a Penas de advertência a prestação de serviço a comunidade não não foi previsto no julgamento então não há possibilidade de ser punido com essa pena e ou então medida educativa né então e isso vale tanto para pro para quem porta como para Quem cultiva e esse artigo ele também ele traz a o parágrafo que traz a diferenciação do usuário
pro traficante porque enquanto o usuário né Não não é atingido pela esfera criminal o traficante é e com pena privativa de liberdade com pena de prisão e esse artigo 2º nada mais é do que a expressão eh no texto de uma lei desse desse racismo que vem lá de 1830 porque traz critérios subjetivos né para a diferenciação do usuário traficante sendo que esses critérios na hora que você vai ver né a conduta do agente local tudo mais você acaba vendo que na verdade eles miraram determinadas pessoas e determinados territórios aqui no Brasil e essa diferenciação
é muito importante porque enquanto o artigo 28 após o julgamento do Supremo Tribunal Federal não é mais um crime o artigo 33 é crime e o artigo 33 traz diversos verbos né então Eh importar exportar dezenas de verbos que aind vai ver que tem mais e pena mínima de 5 anos pena máxima de 15 anos de cadeia então e aí aí que é importante perceber que tem o verbo ali no meio prescrever e ministrar Então quem prescreve quem ministra substâncias controladas né substâncias proscritas podem ser eh sujeitos a a essa pena de 5 a 15
anos e existem outros verbos né então enquanto no caput traz ali algumas dezenas tem outras dezenas no no parágrafo primeiro e isso né inclui também os verbos envolvendo o cultivo mas não só o cultivo né quem tem local e tudo mais e né a gente pensando eh no na psicoterapia assistida principalmente o local quem sede o local tá pode também estar eh sujeito as penas do tráfico de drogas e a lei de drogas ela não traz a lista de substâncias proibidas quem Traz essa lista de substâncias proibidas é a portaria 344 que foi editada em
1998 né A primeira edição foi 1998 pela então Secretaria de Vigilância e saúde do Ministério da Saúde hoje é atualizada pela Anvisa né então e ali traz algumas alguns eh né algum algumas denominações né então de entorpecentes e psicotrópicos e traz também mais uma vez né a exceção da proibição né traz ali que ficam proibidas a a a né a produção fabricação importação mas traz como exceção trabalhos médicos e científicos né então hoje hoje o que a gente tem inclusive na portaria 344 diante da Anvisa é a possibilidade de pedir autorização para trabalhos médicos e
científicos dessas substâncias e quais são essas substâncias né então primeiro vou trazer a cannabis a cannabis ela tá o cannabis deol tá na lista C1 na lista de substâncias controladas ela entra nessa lista em 2015 e a planta da cannabis está na lista e na lista de de plantas proscritas né uma eh né uma arrogância da da do do do do legislador né no caso aí do do do do ministério de colocar seres vivos a gente vai ver que tem outros né de colocar seres vivos na na lista de proibidos e também na lista f
o tetra canabinol o thc na lista F eh E assim a cannabis ela teve essa mudança né da do cannabidiol para a lixa C1 a partir de uma demanda popular é muito importante aqui o Ant sidarta falou da da marcha da maconha né então a gente teve alguns movimentos né que eu eu trago como um tripé marcha da maconha eh movimento do cultivo doméstico de maconha e o movimento de pacientes de cannabis medicinal esse esse tripé foi o grande impulsionador da mudança né foi quem demandou né E quando lá em 2014 quando a gente batia
na porta da Anvisa e falava não as pessoas estão estão se tratando com com maconha como que fica Ah não ninguém nunca pediu isso aqui aqui pra gente a gente não sabe o que fazer ligava para lá falava né as mães ligavam para lá pedir não minha filha precisa de canabidiol Ah canabidiol que substância ess uma substância que vem da maconha Ah se vem da maconha é proibido né porque a a lista é a lista é que proíbe a a maconha ela proíbe a maconha e todas as substâncias que dela derivam então Eh essa demanda
né foi uma demanda de esclarecimento do poder público e de criação realmente de uma nova regulação a a essa nessa rota regulatória da cannabis é muito interessante eu costumo dizer que os psicodélicos hoje em 2024 Então como a cannabis estava em 2013 mais ou menos 2014 que não tinha ainda uma rota regulatória definida né A gente vai ver ali a primeira norma é justamente a norma de janeiro de 2015 que classifica o canabidiol como uma substância controlada mas essa demanda dos Pais né das famílias de crianças com epilepsia com graves epilepsias eh começa em 2013
né e passa o ano de 2014 inteiro sem ter um resultado quem assistiu o filme ilegal a vida não espera eh viu um retrato dessa demanda social né e eu acho importante assistir isso porque a demanda tem dado certo né a gente não tem uma regulação eh eh perfeita mas hoje já tem algum acesso à cannabis enquanto uma ferramenta terapêutica e a gente tivemos uma sequência de normas então a gente teve RDC 3 em 2015 que classificou canabis diol 17 que criou uma rota de importação eh né E de de importação do produto de cannabis
a 66 que permitiu o o thc também ser utilizado como ferramenta terapêutica a 156 onde a Anvisa reconhece a cannabis como uma planta medicinal a 327 que cria autorização sanitária para hoje ter produtos de cannabis sendo vendidos na nas farmácias BR brasileiras e é importante perceber que o produto de cannabis vendido na na farmácia brasileira não é um medicamento a 327 ela cria uma categoria regulatória de produto de cannabis medicamento de cannabis no Brasil só existe um que é o meva que é um estrato alcoólico rico em thc e cbd que é registrado enquanto medicamento
os demais são registrados não são registrados são eles têm uma autorização sanitária para serem comercializados de uma maneira precária né eles querem que esses produtos se tornem eh um produto eh de né classificado como medicamento teve a 335 que tentou agilizar a a a fila de espera dessa autorização porque cada pedido de importação é autorizado pela Anvisa e isso era feito de maneira manual e então começou a ter um movimento de automação nessa autorização a 367 trata de importação de de produto de produto eh à base dessas substâncias cont controladas né inclusive plantas também para
pesquisa científica 570 também tentou agilizar essa importação a 659 é a resolução atual sobre importação para fins de pesquisa então quem for pesquisador precisar de insumo para pesquisa envolvendo substâncias controladas RDC 659 é muito importante ser lida e compreendida e utilizada para obter as autorizações e hoje a resolução 66 é que permite importação de cannabis direto pelo paciente com prescrição de profissional de saúde né revogando as a a 335 e a 570 Essas são as normas que nós temos hoje sobre cannabis no Brasil e aí a gente vai PR os psicodélicos né os psicodélicos que
a gente tem hoje é acetamin e cetamina eh classificada como substâncias psicotrópicas controladas portanto permitidas mas que só podem ser utilizadas em ambiente clínico né então foi isso que o Fernando falou ninguém ficou sabendo da da aprovação desses medicamentos aqui no Brasil isso foi feito de uma maneira eh subterrânea né só só realmente passado para para quem ia realmente prescrever e colocar isso na sua prática Clínica no caso dos médicos também tem a as listas de substâncias precursoras então ácido Licério ergotamina sassafras safrol né também são substâncias cont controladas ou seja até para chegar a
essas substâncias psicodélicas as substâncias que levam elas também são controladas aqui no Brasil e a gente entra aí de volta na lista e lista de plantas e fungos e esse termo fungos é uma introdução recente Se não me engano do do início de 2023 Porque durante anos embora tivesse o clav paspali ali no meio a Anvisa chamava uma lxa de plantas tão somente né e essa lista traz aí eh seres vivos né plantas e um fungo que contém substâncias psicodélicas E aí tem uma discussão se se todos são psicodélicos ou não né E uma e
uma que e uma que né T tem uma ali que a gente não tá tá tá tá tá foi colocada indevidamente ali no meio né achando que ela tem dmt mas ela não tem mas e é que tem dmt não está muito bom isso é isso é maravilhoso mas é mas mas assim é eu eu eu eu estranho muito né Eu como como o o ser humano cria uma lista de taxons proibidos né É realmente no mínimo é arrogância ou então infantilidade né porque realmente eh cresce cresce trombeta em beira do rio no né Brasil
inteiro né Eh e isso né não ninguém ninguém expropia a terra do outro porque cresce tromb né E aí eu acho chama atenção a ausência do psilo cubensis né dos cogumelos psilocibina e também da iboga né são são dois Dois seres vivos que tão ficaram fora dessa dessa lista e também tem a lista das substâncias E aí realmente a lista F lista de substâncias de uso proscrito no Brasil e realmente tem uma sequência de substâncias psicotrópicas que são proibidas né muito muito importante ver que eh essa essa E aí eu eu trouxe só os clássicos
porque se for pegar né esses essas essas substâncias novas que são sintetizadas que são incluídas rotineiramente nessa lista né porque então aqu an Bomb né an Bomb quando eu comecei a trabalhar com política de drogas não estava na lista hoje já tem todas as variações de an Bomb estão na lista de substâncias eh proscritas Na verdade até a salvinorina né você que você lembra né foi 2012 que foi incluída a a salvinorina né mas o os demais praticamente vieram justamente naquela onda de 71 né porque quando a gente critica Anvisa fala assim ah Anvisa é
só você mudar tira tira o o dmt da da da da lista ah não posso eu sou submetido a um controle internacional senão o o o gif vem aqui a gif né que é a junta internacional de fiscalização de entorpecentes vem aqui e e pune a gente então eh é a a a a política de drogas a prescrição eh não tem base científica e não tem base democrática porque na verdade é uma uma imposição internacional né para o ordenamento jurídico brasileiro e que quando a gente tenta mudar é uma dificuldade o canabidiol teve uma mudança
porque o canabidiol ele não está nominalmente na lista de controles e mesmo assim se você for olhar o adendo lá na lista C1 da da Anvisa tá dizendo que é só o canabinoide o o canabidiol sintético isolado se ele tiver acompanhado de outras moléculas ele tá na lista F proscrito então Eh mas também eh a Anvisa botou o adendo na lista f de permissão de uso medicinal né para para essas substâncias tanto o thc quanto o canabidiol mas não tem para essas substâncias psicodélicas eu acho interessante trazer aqui a questão regulatória eh da ias da
dmt porque a dmt ela tem a questão do uso religioso muito consolidado aqui no Brasil e houve uma série de regulações administrativas aqui no Brasil nos últim nas últimas décadas e hoje né desde 2010 né O que é a última resolução envolvendo esse tema a a a permissão do uso ritualístico religioso da dmt contudo essa mesma resolução Veda o uso terapêutico Então porque dizendo que não há estudos Cent í ficos sobre esse tema e a gente sabe que já existe mas eh uma coisa que eu tô aprendendo na política né e eu tô lá no
conad também sou Conselheiro lá lá no lá no no Conselho Nacional de política de drogas e é que cada ação tem uma reação Então se a gente mexe com o uso terapêutico da dmt Possivelmente eh oportunistas reacionários vão vir aproveitar essa mudança para também arrochar de alguma forma Então tudo é sempre pisando em ovos sempre pensando em todas as possibilidades é é uma teoria dos jogos é um xadrez muito grande que a gente tem que abordar quando vai propor uma mudança eh a ibogaína é interessante ver que ela embora não esteja na lista de substâncias
proscritas ela tem uma vedação de comercialização que é uma uma resolução eh própria para ibogaína que você não pode anunciar ibogaína mas ao mesmo tempo ela tá no dcb como insumo farmacêutico então tem alguém hoje desenvolvendo ibogaína para uso farmacêutico no Brasil porque isso não para no dcb à toa alguém solicitou né E também teve eh uma uma uma manifestação né uma nota técnica do senapred do Ministério do da Cidadania eh contra o uso da ibogaína para da dependência química e eu acho que isso também diz muita coisa pensando nisso aí foi de 20 2020
quem tava no ministério da Cidadania Se não me engano era o esmar terra né então é desculpa falar esse nome aqui é desculpa desculpa mas eh mas mesmo no no governo atual o ministério da Cidadania segue sendo um um uma manifestação reacionária e que a gente eh precisa combater lá a presença deles dentro do conad é é sempre eh buscando eh endurecer a política de drogas rapidinho sobre cogumelos psilocibina né Eh muita gente pergunta ah o cogumelo não é proibido né o cogumelo não está ali na lista Você acabou de falar ele não tá na
lista mas o que a gente tem hoje no Brasil não é muito bom primeiro há uma guerra entre os Comerciantes de cogumelo se vocês jogarem no Google botarem guerra guerra dos cogumelo tem uma reportagem do W trazendo como um fornecedor cagueta o outro pra polícia e para as autoridades né um um negócio assim eu eu achei que eu tivesse visto muita coisa pesada na na nas disputas da cannabis Mas o que eu vejo no cogumelo é É surreal eh e o que a gente isso gerou já duas condenações Porque até então sempre falavam assim para
mim Milar você fala que o cogumelo né tem que tem uma restrição legal né Eh porque a lei de drogas Ela não proíbe o cogumelo nominalmente né junto lá com a portaria 344 mas a lei de drogas falam que os substratos onde onde foram encontrad as substâncias proibidas também são proibidos E aí quando você pega o cogumelo seco aquilo ali Qual é a classificação aquilo ali é um substrato que contém psilocibina psilocina né psilocina no caso né que contém que contém psilocina E aí há o problema e isso já gerou duas condenações eh criminais aqui
no Brasil nesse ano então eh se até o ano passado a gente não tinha ninguém condenado por vender cogumelos no Brasil hoje nós temos duas pessoas condenadas dois casos diferentes em locais diferentes condenados aqui no Brasil por comercializar cogumelo e tão somente cogumelo porque tinham outros caros envolvendo cogumelo mas tinha outras substâncias tinha maconha tinha cocaína tinha tinha ácido E aí o pessoal ah não não é do cogumelo são as outras substâncias não agora a gente tem casos envolvendo tão somente eh cogumelo nó também tivemos dois pedidos de Abas Corpus para o cultivo de cogumelo
aqui no Brasil dois pedidos negados Não fui eu que fiz eu só acompanhei mas né trago aqui tão somente Não posso falar muito sobre o caso mas são são casos que foram negados e ao mesmo tempo a gente teve eh uma uma rejeição de denúncia né uma pessoa foi denunciada né nessa guerra dos cogumelos e o Ministério Público Federal disse que eh não cabia denunciar essa pessoa que comercializava E aí né a gente pode entender tentar entender o que que houve mas a a realidade é que esse essa pessoa passou batida né no caso dele
o crio foi outro então a gente tá segue na insegurança jurídica quanto aos cogumelos eu sei que é uma uma eh ferramenta terapêutica maravilhosa vários psicólogos amigos meus têm adotado eh né vejo os pacientes relatando quando quando um comerciante tira o produto dele eh assim eu vejo a lamúria nos pacientes e nos terapeutas porque realmente eh a é deixa né de de ter acesso a a uma substância que ajuda bastante mas a insegurança jurídica permanece eu tenho que fazer esse Alerta não posso não posso deixar de fazer isso aqui mas há um caminho de mudança
né a gente não podia cannabis hoje pode cannabis Então se a gente não demandar se a gente não se organizar E aí entra a minha conclusão né Eh na cannabis a gente tem um fato social consolidado eh né que é o principalmente né o uso Recreativo e eu tenho adotado esse uso Recreativo io muito a partir da retomada do artigo do do sociólogo Howard Becker né tornando-se usuário de maconha eh que fez 70 anos ano passado o artigo né o artigo ele ele escreveu há 70 anos atrás onde ele descreve justamente o uso Recreativo da
maconha eh dos músicos de jazz e aí é é uso Recreativo mesmo mas também nós temos uso terapêutico uso uso medicinal uso ritualístico eu tenho adotado muito uso cultural para englobar tudo isso né tudo é cultura inclusive o direito é cultura também e ontem depois da fala da Fernanda fiquei pensando se o direito na verdade não é uma contracultura né a cultura humana e é é é o que é o que veio antes então a gente tem esse fato social consolidado a gente tem uma demanda organizada Então as os pacientes se organizaram os usuários se
organizaram a marcha da maconha é uma organização de usuários de maconha que vai pra rua criticar a proibição e propor a legalização como um caminho a ser seguido né a gente tem uma regulação eh eh parcial hoje e a gente tem a disputa né a disputa pela reparação histórica a gente tem disputa pela Anistia das pessoas que estão presas a gente tem disputa pela uma adoção de modelo regulatório que não seja neoliberal né a gente tem uma disputa acontecendo na cannabis uma disputa muito mais clara do que a gente vai ver com os psicodélicos porque
os psicodélicos Como eu disse Parece que eles são eh tão algumas voltas atrás né o fato social tá posto as pessoas usam psicodélicos Pô eu fui a muita festa fui a muito universo paralelo fui a a muita muito Muitas muitos Eventos onde eu usei psicodélicos né Então as pessoas usam né a gente tem a questão do uso terapêutico né a gente tem a questão do uso ritual né então assim as as coisas estão acontecendo estão acontecendo só que a gente não tem uma demanda Ainda bem organizada em torno dos psicodélicos a gente precisa organizar melhor
a demanda pela regulação dos psicodélicos E aí aproveitando né Eu acho que é muito bom quando a gente não não sai fazendo as coisas porque a gente tem oportunidade de pensar bastante e aí é né muito do que eu ouvi ontem a gente precisa eh fazer uma regulação que de início Já traga o respeito a todos esses saberes ancestrais não tem como a gente pensar numa regulação passando por cima disso é o ponto de partida dessa regulação então é uma é é uma é Um Desafio muito grande assim como é o desafio fazer Anistia é
Um Desafio fazer faz a reparação histórica também é Um Desafio contemplar os saberes ancestrais numa regulação é muito difícil fazer isso mas é possível E é isso que a gente tem que botar no papel agora né e e eu acho que esse tipo de evento é o é o grande espaço e a gente não tem uma regulação tirando AC etamina a gente não tem uma regulação dos psicodélicos aqui no Brasil e a luta segue companheiras e companheiros vamos nessa Esses são os meus contatos eu fico à disposição de vocês [Aplausos] Obrigado Emílio gente que discussão
rica discussão rica com um debate bem fundamentado onde a gente consegue eh ver né que a expansão do debate tem uma complexidade enorme para muito além de causa e efeito químico Como disse Ednaldo apenas a discussão do uso prejudicial nós temos muito pela frente e como Bruna bem trouxe a guerra as drogas tem alvos bem definidos e para uma prática com eh caminhos para atuação Precisamos sim falar de política território povos tradicionais quilombolas ribeirinhos indígenas população negra contexto Rural contexto Urbano e entre outras ciências como política direito antropologia arte poesia entre outros contextos sociais para
enquanto categoria podermos discutir as nossas diretrizes e orientações con fortalecimento da saúde pública e da nossa profissão eh em relação às perguntas como a gente teve um pequeno atraso no começo vou pedir para vocês escreverem as perguntas Os questionamentos que ficaram dessa mesa pra gente discutir no fórum temático que vai ter à tarde a gente vai ter um espaço maior para essa troca e discussão então vou abrir para um brev considerações finais de 1 minuto e meio e fica à vontade BR Ah então vou pegar eh primeiro eu quero agradecer a todo mundo que está
aqui presente muito obrigada também por ter esse espaço né que é tão importante pra gente eh como você disse são informações muito ricas mesmo que a gente vem trazendo não é coisa da nossa cabeça são estudos de anos e anos e anos que nós trouxemos aqui e eu espero eh que tenha sido Rico para vocês tudo que eh todas as questões todas as eh as pautas trazidas e agradecer demais eh se vocês quiserem também nós da iniciativa Negra temos o nosso site iniciativa Negra e Lá também tem uma riqueza de pesquisas que trazem todas as
questões como Segurança Pública eh antiproibicionista é só chegar lá e baixar gratuitamente as pesquisas e dar uma lida muito obrigada bom eu também quero né agradecer a todos pela né pela oportunidade de trazer né a saúde indígena para esse debate né como eu falei é um processo que precisamos caminhar juntos com né Principalmente com as medicinas indígenas dentro dos territórios para que né as medicinas não sejam condenadas né mais uma vez a a ao não reconhecimento de suas eficácias né Quero Agradecer né aqui a comissão de direitos humanos pela oportunidade né a partir dos dos
parentes que me indicaram para né para vir para cá para iniciarmos esse debate e fico à disposição também né inclusive com né a área técnica da atenção psicossocial e promoção do bem-viver da cesai para que a gente possa continuar esse diálogo né para o ano que vem lá no Sertão de Pernambuco né Nós estamos chamando um seminário sobre Jurema medicinal né é uma uma primeira proposta para dialogar sobre essa temática em territórios indígenas bem eh então só de fato agradecer mesmo assim né Eu acho que é falei assim um momento emocionante para nós assim né
para todos nós E também disponibilizar aí o nosso espaço né o site da associação psicodélica do Brasil tá disponível né Eh fácil encontrar no Google tem no Instagram nosso site e a gente tá também aí né convidar para quem não for para quem for estar no Rio de Janeiro 8 e 9 de novembro né a gente vai ter o segundo congresso brasileiro sobre psicodélicos e quem não puder estar já né Já os ingressos também acabaram esgotando em em muito pouco tempo né 3 dias e meio e a gente vai est com a transmissão ao vivo
então também a gente vai fazer transmissão do congresso né vai ser um evento também com que vai chegar a ter três espaços concomitantes né com debates apresentação de trabalhos então a gente tá muito animado assim né Para para que ano né que ano Quantos eventos assim né Eu acho que a gente agora depois é é colher os frutos também né para construir justamente como o Emílio falou eh propostas de avanço no nosso campo então acho que a gente tá cultivando bem assim então fico muito feliz com esse cultivo aqui hoje com todos vocês obrigado eh
eu gostaria de novo de agradecer e parabenizar o o cfp pela pelo evento né Fantástico maravilhoso eh gostaria de dizer para vocês que eh a mudança que a gente tem né A partir do que tá posto no direito passa ou pelo uso ritualístico religioso ou pelo alívio do sofrimento e da dor ou pelos trabalhos científicos é esse o caminho que a gente tem para demandar né E isso precisa de organização E aí eh né Ednaldo você falou que tem poucas iniciativas eu lembrei depois que o povo pancar aru lá em Pernambuco está organizando uma associação
indígena de de uso medicinal da da maconha então assim esse tipo de iniciativa eu tô lá ajudando eles na na parte jurídica e é esse tipo de organização que a gente precisa fomentar por fim gostaria de também agradecer e parabenizar eh Bruna Ednaldo Fernando Alexander muito obrigado por est aqui com vocês aqui na mesa e vamos nessa Muito obrigado gente então vamos dar prosseguimento agora com a nossa próxima mesa e vou pedir pra mesa sefazer eu vou chamar a psicóloga Carolina Roseiro po Vamos tirar uma foto esa aí gente t então gente voltei vamos lá
a nossa próxima mesa é psicoterapias e outras clínicas dimensão ético-política barra psicodélicos para essa mesa Vou Chamar Carolina Roseiro psicóloga mestre em psicologia institucional Doutora em educação conselheira do 19º plenário do Conselho Federal de Psicologia e coordenadora do grupo de trabalho atuação da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos e contexto terapêutico tá vindo tá vindo gente PR ch moment beleza gente vamos fazer assim vamos dar essa pausa de 5 minutos para vocês poderem beber água respirar andar esticar a perna pedindo para quem estiver entrando e fechando a porta para não o barulho não atrapalhar
aqui pessoal da transmissão podemos começar em 2 minutos Bom [Música] dia dando início à transmissão de mais uma mesa desse congresso Estamos aqui no Congresso Brasileiro de Psicologia maconha e psic éticas saberes ancestrais e os caminhos para atuação Meu nome é Carolina Roseiro sou uma mulher branca de cabelo escuro cacheado e estou vestida com uma roupa aqui da tapuia em Brasília eh então dou as boas-vindas a todas as pessoas aqui presentes e nossos cumprimentos também às pessoas que vão nos assistir online que estão assistindo essa gravação fica disponível no canal do Conselho Federal de Psicologia
no YouTube eh queria antes de iniciar né me dirigir aqui às pessoas presentes né a quem está presente aqui assinou uma lista no credenciamento não é necessário assinar mas nemum lista né Essa lista do credenciamento já é o suficiente para certificação né Eh o certificado de participação do evento é para as pessoas que estão aqui presentes né quem nos acompanha online vai ter né o acesso a informação o acesso aos diálogos mas a certificação é para quem está aqui presente eh queria pedir a colaboração né das pessoas presentes aqui eh essa área em frente à
mesa é a área que as câmeras apontam pra transmissão então quando precisarem se deslocar né a gente pede a gentileza de não passar aqui na frente para não atrapalhar quem tá assistindo em casa eh nessa mesa nós vamos eh ter o apoio de uma funcionária do cfp Sara ela está aqui à minha direita perto da porta eh para receber perguntas por escrito Então nós vamos tentar aqui organizar o tempo para que a mesa possa responder algumas questões como já foi orientado anteriormente esse congresso ele é organizado com as mesas que estão transmitidas eh online e
também com fóruns temáticos Então a partir de hoje à tarde eh nós iniciaremos esse trabalho dos fóruns temáticos E aí nos fóruns temáticos eh O Privilégio da palavra fica com quem está participando Então as intervenções vão ser feitas né nesse nesse espaço Eh vamos tentar garantir né se der tempo eh que essas perguntas por escrito cheguem à mesa eh pode ser que não dê tempo da gente fazer a escolha de algumas dessas questões para serem eh uma intervenção eh ao vivo aqui mas as perguntas chegarão bom outros lembretes eh e a quem ainda não fez
o credenciamento a organização pede por gentileza que o façam o credenciamento tá aqui ao lado né é importante para registrar a presença e para depois ter acesso a essa certificação então para dar início rapidamente né tendo em vista que o atraso que tivemos no início das Mesas eh vamos ter aqui a presença de e Paula Siqueira Sofi labord Bruno Ramos e luí Fernando tofoli serão apresentados né devidamente a cada fala nesse momento darei a palavra a luí Fernando toffoli é um usuário de psicodélicos Ele trabalha com psiquiatra e professor de psiquiatria na Unicamp onde coordena
os grupos de pesquisa e que investiga a iasca e outros psicodélicos e leps que dedica ao estudo de políticas de drogas e a palavra é sua muito grato Olá gostaria de saudar todas as pessoas presentes humanas e não humanas que tem um cachorrinho aí né visíveis e invisíveis né e para quem não pode me ver eu sou umom de 50 anos com cabelo grisalho cortado bem curtinho branco Cis com uma camisa preta com os risquinhos verticais eh é uma experiência muito boa tá aqui eh nesta neste congresso e e eu queria agradecer o convite e
laudar a iniciativa do cfp de fazer isso né Eh curiosamente eu sou o único médico que vai falar hoje para vocês e hoje é o dia do Médico né e eu não sei se eu vou defender muito a minha profissão aqui mas e aí essa história do cfp né eu Ten o cfp me mandou pra África para conhecer o Quênia né uma vez eu e aí eu queria resgatar uma coisa aqui para vocês que é na época eu era coordenador de saúde mental de um município do interior do Ceará Sobral e e eu tava aind
da forma ainda me considero né bastante envolvido com a luta antimanicomial e como a gente ainda não mencionou a luta antimanicomial até hoje né até esse momento eu queria lembrar que é importante a gente saudar também essa luta e esse movimento da reforma psiquiátrica e da luta antipanic [Aplausos] comal eu fui pro pro Fórum Social Mundial né lá em que aconteceu em nairobi em 2006 Se não me engano eh e e o cfp tem uma uma tradição também que eu acho que para mim para mim é muito clara ela remonta assim uma coisa mais explícita
a partir da primeira amostra Nacional das práticas em psicologia as pessoas mais idosas vão V se lembrar que aconteceu Se não me engano em 2000 ou em 99 e cujo tema era psicologia e compromisso social Então eu acho que atendendendo a essa esse mote né Nós estamos aqui discutindo uma questão que V psicologia e compromisso social também né ã o que que eu vou falar hoje para vocês eu vou contar um pouquinho uma história essa história vocês vão me desculpar um pouco porque ela tem um que assim de notte Global mas acho que é importante
pra gente situar o que tá acontecendo aqui com a gente muita gente já fez ah salvas importantes né sobre o Fernando falou bastante sobre isso né o Fernando Bezerra sobre a construção de uma de um renascimento e eu tenho eu engasgo um pouco com essa palavra da Renascença psicodélica porque a pessoa que cunhou aconteceram umas coisas não muito legais que né inclusive perdeu o o não muito legais por própria responsabilidade da pessoa então eu tenho um pouco de implicância com o termo e foi bom também que o próprio Fernando já fez a crítica a esse
conceito né mas eu vou contar uma história que começa no norte global para depois a gente chega lembrar dessa continuidade desse processo todo e que embora muitas vezes o momento atual e tenha né avanços e retrocessos a gente tá num ponto de um de um caminho que às vezes a gente nem sabe onde é que vai dar mas que a gente tá aqui abrindo ele né De certa forma Então gostaria de lembrar disso outra coisa É que eu queria assim tem essa um pouco esse hábito de médico de falar de disclaimer né Queria Dizer para
vocês que eu não ganho dinheiro com Psicodélico né a não ser o fato que eu sou professor que estuda esse tema dentro da Universidade eh pelo menos até o momento isso não tem acontecido e e queria lembrar para vocês né que eu pedi que me abrissem me apresentando como usuário de psicodélicos né eh uma palavra que tem sido usada para isso é psiconauta mas essa palavra foi cunhada por um cara chamado é uma palavra que eu acho bonita eu gosto da palavra psiconauta mas ela foi cunhada por um cara chamado Ernest yunga que era um
escritor eh que tinha umas certas um certo namorinho ali com o nazismo e militarista então um cara um pouco complicado né Eu acho que usuário de Psicodélico tá bom aí eu queria saber daqui só para entender para queem que eu estô falando poderia levantar a mão aqui quem já teve alguma experiência com algum Psicodélico só para ter uma ideia Beleza Ok estamos em casa beleza não sei não sei em casa quantos levantaram a mão né mas enfim bom querides psiconautas eh eu acho que assim vamos começar pensando numa coisa que eu acho interessante dentro dessa
história que eu quero contar para vocês que vou começar com o encontro da ciência ocidental com os psicodélicos né a gente tem o encontro do ocidente com os psicodélicos a gente tem evidências vamos pegar aqui a evidência por exemplo do peot né a gente tem evidências arqueológicas levantadas mais recentemente de que é pelo menos 6.000 anos existe contato uso eh registros dos alcaloides eh arqueológicos do uso de peiote no México eh mas sistematicamente conforme os os ocidentais foram chegando aqui né na na terra que eles denominaram de América ou Américas eh e foram encontrando os
povos originários que faziam uso dessas substâncias de expansão e de contato e de enfim de muitas coisas que a gente imediatamente religa assim a uma ideia de espiritualidade mas o conceito de espiritualidade ocidental nem bate muito bem pra gente falar de povos originários se me permitem né falar sobre isso eh eh eu não sendo um membro dos povos originários mas eh quando esses ocidentais chegavam tudo que eles viam era comunhão com o capeta então o consumo dessas substâncias era um sinal de que essas pessoas falavam com com o demônio né e o primeiro contato da
ciência com eh os psicod deu através justamente do peot foi registrado né olha que que é isso aqui né e uma nova ciência tava se se desenvolvendo ali no final do século XIX vamos examinar o que é que é essas pessoas que consomem peot tão H vamos ver se a gente consegue isolar o princípio ativo já existia né química já existia fisiologia já existia essas ciências que existem até hoje E aí o peot ele é isolado pela primeira vez ele é um alcaloide então quimicamente ele é fácil de se isolar Isso é uma história muito
diferente com os canabinoides que são substâncias mais complexas e só as técnicas ficaram mais claras depois mas que os alcaloides Pratic ente na cozinha dá para fazer um isolamento de de um alcaloide eh isso acontece em 1897 e a síntese em laboratório da mescalina acontece em 1919 a gente costuma colocar um Marco da ciência psicodélica como a descoberta das propriedades psicoativas do LSD que se deu em 1943 ele tinha sido sintetizado em 38 ficou lá guardadinho no no laboratório até que no dia da bicicleta né 19 de abril de 43 o Hoffman resolve experimentar substância
e pá né Vamos chegar nesse pá depois mas já tinha um Psicodélico que se sabia que alterava a consciência fortemente sintetizado quimicamente de à disposição das pessoas que naquela época eram basicamente homens brancos da ciência por que que não teve uma revolução psicodélica terapêutica no começo do século XX isso começa a acontecer da metade do século XX para frente né eu não posso uma resposta definitiva para vocês mas tem alguns pontos pra gente pensar sobre isso primeiro o primeiro modelo que aparece para se usar o a mescalina no contexto científico é isso aqui serve para
imitar a loucura nós podemos fazer experimentos de loucura artificial com a mescalina isso não é novidade nenhuma aconteceu com várias substâncias com o haxixe no século XIX que vem da maconha né ã com as anfetaminas com a cocaína com o LSD depois com a dmt também por aí aí vai né Há uma longa história da tentativa da biomedicina de querer fabricar Psicose para poder entender ou ou enfim tratar ou enfim eh colocar na no microscópio a Psicose com todos os problemas que significa colocar um conceito desses dentro de um de uma metáfora microscópica ã e
a houve alguns experimentos tal mas Inclusive tem a as famosas que eu vou ler um pouquinho para vocês sobre elas uns registros delas aqui das famosas cartas do Jung sobre a mescalina né que ele escreve apenas em 54 e 55 mas ele tinha consciência disso e ele trabalhava né com o inconsciente de uma forma profunda eh e com fenômenos que de certa forma eh Hoje em dia a gente associa de alguma maneira com o que a gente chamaria de espiritualidade mas a coisa Nunca andou como proposta terapêutica né a coisa muda de figura com a
descoberta do LSD bom primeiro que o LSD é totalmente sintetizado em laboratório então assim é de domínio da ciência isso já tem um um vamos dizer assim uma espécie de valor intrínseco ligado a isso segundo que aí já tinha sido aberta a era da psicofarmacologia que é quando se começaram a sintetizar e descobrir princialmente aplicar substâncias purificadas para a tentativa do tratamento dos transtornos mentais é uma era aí que vai desde de 1935 até 1960 foram foram as anfetaminas foram descobertas na década de 20 Mas elas foram aplicadas para transtornos mentais eh a partir de
1935 então tem as anfetaminas o lítio em 1940 se eu não me engano ou 49 os antipsicóticos os antidepressivos e os B diazepínico os calmantes todos eles surgem nesse período que vai ir aproximadamente da síntese a proibição do LSD e o LSD nasce dentro desse contexto onde já se tinha a ideia da proposta de que Ó essas substâncias podem servir para você fazer algum tipo de terapêutica ã quando a gente pensa nas cartas do Jung né E aí essas cartas elas vem elas vêm depois elas vêm já na época em que o LSD na basicamente
a gente tem duas grandes décadas do do LSD a década de 50 onde ela é onde ele é testado como modelo de Psicose e depois começa a ser testado como modelo terapêutico que vira uma espécie de droga magnífica se você olha as capas das revistas americanas ou mesmo a Cruzeiro do Brasil o LSD quando ele aparece ele aparece como algo assim uma grande novidade uma coisa positiva nos anos 60 principalmente na segunda metade dos anos 60 a cara é outra é loucura é perdição é alteração cromossômica são coisas desse tipo vale dizer que essa história
da alteração cromossômica inclusive uma grande ficção científica no mau sentido né que se criou e que nunca se foi comprovada foi publicado como estudo científico tá publicado lá o estudo mas nunca mais foi replicado de uma forma que se pudesse garantir que essas que essa substânci pudesse causar alterações cromossômicas de fato não não as causa né mas o hubber o hubber não desculpa o Jung ele tinha um amigo que era um padre chamado vctor White E e esse Mr White aí dessa história ele foi chamado num asilo de de de alienados né como eles chamavam
para ajudar a interpretar as experiências espirituais que alguns pacientes estavam tendo quando tomavam LSD aí ele como um junguiano mandou uma carta pro Jung né em 54 falando ô o que que você acha do LSD Jung aí o Jung disse assim o LSD é a mescalina o Jung já tava entendendo muito bem mas ele sabia que era Psicodélico E aí ele começa a falar da mescalina que era o que ele entendia ela falou ah de fato ela tem efeitos muito curiosos vejo ald Huxley né dos quais eu sei muito pouco eu também não sei qual
o seu valor psic terapêutico com pacientes neuróticos ou psicóticos só sei que não adianta desejar conhecer mais do inconsciente coletivo do que se obtém através do sonhos ou das intuições numa outra carta pro hubber que era um grande foi o cara que deu o LSD pro Huxley né era um grande foi um grande propagandista do LSD nos anos 50 o Jung escreve pro pro hubbard também dispensa o a ideia do do do uso da mescalina porque a a imaginação ativa né as técnicas que eram que eram já utilizadas pela pela psicologia analítica né pelo método
jungian ele já achava que bastava então Quanto Mais Você o conhece ou inconsciente ele fala né então se essas drogas servem para conhecer o inconsciente Quanto Mais Você o conhece maior e mais pesado se torna o seu fardo moral porque os conteúdos do inconsciente se transformam em suas tarefas e deveres individuais assim que eles se tornam conscientes você quer aumentar a solidão e o mal entendido você quer encontrar mais e mais complicações e responsabilidades crescentes Você já tem o suficiente disso se eu pudesse dizer uma vez que fiz tudo o que sei que tinha que
fazer Talvez eu devesse perceber uma necessidade legítima de tomar mescalina mas se eu tomasse agora não teria não teria certeza nenhuma de que eu não tomei senão por uma curiosidade ociosa E aí ele assim talvez porque tava velhinho né era assim rejeitou logo essa essa novidade essa modernidade falou que tinha cita cita eh a guerra de Troia fala que pode ser que esse seja um presente de grego né um cavalo de Troia né e e depois na carta do hubbard eu nem vou ler para vocês Porque talvez os jungianos possam ficar um pouco decepcionados porque
olha é brabo o negócio aqui viu ele fala dos dos indígenas peeira vi fora que ele considera também que a mescalina pode ser apenas uma maneira artificial e marxista de poder induzir a espiritualidade e controlá-la né E já dava uma detonada lá D uma cutucada no aldos Huxley com seu Admirável Mundo Novo que seria um experimento bolchevique né mas enfim por que eu tô falando isso para vocês olha só essa era uma mentalidade da primeira metade do século ligada à psicoterapia né que muda radicalmente com com a experimentação que envolve essas várias disciplinas não só
eh né os psicólogos mas todo mundo ali que de alguma maneira tava preocupado com o cuidado das pessoas que estavam em sofrimento mental claro que houve vários Idas e Voltas houve a o contexto de você dar h psicodélicos para pessoas psicóticas isso até hoje é uma coisa bastante controversa no temos da literatura mas a gente sabe que algumas pessoas certamente vão piorar inclusive é bom a gente já fazer esse disclaimer aqui né a gente sabe que Psicodélico não é para todo mundo não vai funcionar para todo mundo e tem gente que vai fazer mal como
tudo na vida né então é importante a gente já ter isso muito claro para a gente olhar para esse fenômeno com respeito com interesse mas sem idolatria né não tem sentido a gente idolatrar qualquer coisa mesmo que seja os psicodélicos né e que com isso a gente pode ter um pouco mais de clareza para colocar botar as coisas em seu lugar né E e aí eu queria mencionar para vocês um personagem que talvez vocês não tenham ouvido falar Alguém já ouvi falar de Sydney coen CIC era um psiquiatra né que foi um ele foi amigo
da betth eisner colaborador da Bet eisner que o Fernando citou a criadora do conceito de Matrix eh então ele trabalhou com ela ele eh teve uma experiência com com LSD em 55 na época a cabeça dele era que isso aqui imita Psicose ele achou que ele ia ficar catatônico ou paranoico E aí ele teve uma daquelas experiências Ahá né e ficou muito impressionado com a coisa e resolveu pesquisar e ele escreveu um famoso artigo publicou um famoso artigo em 1960 de um estudo onde ele levanta o risco e a segurança né do uso do LSD
E aí ele fala aquilo que a gente já sabe em ambiente controlado cuidadoso né com enfim com dedicação e apoio é uma substância bastante segura né que depois um cidadão chamado Timothy leery cita essa carta numa audiência do Senado americano em 1966 que já foi feita na época do backlash backlash não é 1970 69 quando começa a proibição aliás vale dizer a proibição na Califórnia porque tem essa questão americana de poder proibir estado por estado já começa em 66 então o LSD Já foi proibido 66 na Califórnia né então ah essa audiência já estava dentro
dessa coisa de que essa essa droga que causa aberração cromossômica já tinha aqueles videozinhos de conscientização que tocavam nas escolas vocês procurarem no no YouTube são sensacionalmente horríveis e hilários e interessantes também ao mesmo tempo né Eh já tinha esses vídeos sendo sendo divulgados nessa época e E aí o o l cita Esse estudo na audiência do Senado e o cen em 66 vai dizer não isso aí que você falou é só em ambiente controlado essa segurança que você tá falando não é no meio da rua não é nesse jeito doido que você quer promover
de todo mundo mudar a consciência tomando uma substância e E aí nós temos então um médico versus um psicólogo nessa história tudo bem O lir era um psicólogo muito particular a primeira experiência que ele teve com o psicodélicos foi com cogumelos 1960 ele eh depois ah monta logo rapidamente um projeto na Harvard em 62 e já em 66 ele é expulso da Harvard porque ele dá uma locada mesmo na história serve para um monte de gente assim existe uma uma uma coisa sobre o livro assim que ele ele ele é uma figura que ao mesmo
tempo é genial mas cruzou um certo número de Barreiras que não era permitido e que não é permitido nem hoje então tem uma uma socióloga chamada Daniel eh gifford escreveu um um livro que chama estd Revival que ela entrevistou um monte de cientistas psicodélicos e até hoje ela diz que os cientistas psicodélicos atuais os de hoje em dia tão fugindo do espectro do fantasma do do do cientista que como é o terma que ele usa do cientista impuro que era o que era o o lir né ele larga a o jaleco e veste o taidai
né esse aqui é o negócio e promove né aquela ideia da conexão de todo mundo taral a gente sabe que o mundo mudou com LSD mas o mundo não mudou tão para melhor quanto a gente esperava que ele mudasse né inclusive teve eh retrocessos no meio desse processo todo então Eh talvez tem uma série de coisas aí do ly que não cabe a gente ficar falando do ly aqui de uma forma aprofundada mas ele também era um cara genial porque até hoje e a Daniel gifford fala disso também até hoje o modelo do drug settin
setting E aí tem o Matrix da da da Bet eisner eh tá sendo usado pelos cientistas psicodélicos e quem cunhou isso foi o lirry o inventor desse conceito né de que você tem a força da droga o efeito do Estado mental da pessoa que é o set e o e o ambiente que é o seting que pode extrapolar também pra gente pensar no Matrix foi ele né ã Então esse fantasma tá a assombrando a ciência psicodélica até hoje e a gente sabe que os cientistas psicodélicos usam psicodélicos E assim se você for perguntar e e
e ao mesmo tempo isso é uma coisa Principalmente nos contextos anglo-saxônicos Tabu né aqui no Brasil uma coisa né Eu acho que parece Nossa mistureba né que às vezes é ruim às vezes é boa com certeza tem muitos problemas mas nisso essa bagunça parece interessante porque isso essa legitimidade não é roubada não é furtada ão pelo menos até agora não tem sido diante desse contexto né E aí H um ponto Eu já preparei um monte de coisa aqui que eu não vou poder falar que eu vou ter que pular mas um ponto que eu queria
refletir com vocês agora é quando a gente fala por exemplo da proibição já que a gente falou de Lary de contracultura e a e a narrativa que a gente escuta com muita frequência é que ã os psicodélicos foram proibidos porque eles eram Associados aos rips era contra cultura era contra guerra é o lir e o Richard Nixon teve um papel nisso e teve a guerra as drogas porque foi o cara que inventou esse termo que as Guerras eram na verdade ele não falava guerras falava as drogas eram inimigo público número um né tem aquela declaração
do assessor dele dizendo que era uma forma de controlar os recalcitrantes né mas o fato é que a guerra as drogas do Nixon foi muito mais fraca do que a guerra as drogas do Reagan tem muitos dados sobre isso próprio filme 13ª emenda mostra isso muito bem que fala de guerras drogas e e e racismo né e é óbvio que racismo tem muito a ver com essa questão muita gente já falou sobre isso eu não vou entr nisso mas o um ponto que eh tem sido relevant mais recentemente por alguns historiadores é que não é
bem só a questão da guerras drogas que entrou como um papel sobre isso existe um processo de apaixonamento e depois um uma quebra né de dessa dessa paixão e uma emergência de uma espécie de relação tóxica que acontece da Medicina com os psicodélicos então primeiro os médicos adoram essa coisa quando os psicodélicos saem fora do controle dos médicos eles começam a não gostar quando é a sociedade que tá tomando por própria conta autonomamente e eu não vou mais controlar dentro do meu ambiente isso já começa a ficar perigoso para os médicos evidentemente E aí esse
tal Sidney cen consegue em 60 fazer um artigo super favorável a SD e em 66 tá falando ó esse tro é perigoso e deu no que deu tem uma série de outras coisas tem a questão do do do modelo do do estudo randomizado controlado duplo cego que não se axa a questão do Placebo você já devem ter ouvido falar sobre isso Porque isso teve um papel importante também na questão da rejeição da da terapia assistida por MDMA para transtorno do estresse pós-traumático mas eu queria que vocês considerassem uma possibilidade também a possibilidade de que parte
da rejeição dos psicodélicos e a Yara tocou isso ontem um pouco sobre isso então Já facilita eu falar para vocês que essa rejeição tenha vindo justamente porque era uma terapia associada era uma forma de tratar associada à psicoterapia e a gente não pode esquecer como a biomedicina resolve tentar descartar as terapias Profundas a partir dos anos 70 também então coincide também esse momento há um deslocamento da ideia da do conhecimento da terapia profunda para modelos mais biomédicos numa outra Renascença que é a Renascença da psiquiatria biológica que ela era do começo do século XX ela
renasce novamente nos últimos anos do século XX novamente mente né e agora a gente tá de novo de uma certa forma reviven cando um um um momento onde a gente tá criticando de novo a a psiquiatria excessivamente biológica ou o modelo das neurociências excessivamente biológicas para entender o fenômeno humano e o sofrimento mental inclusive alguns dos estudos que tinham sido feitos né esses estudos abertos com alcoolistas eh foram replicados depois nos anos 60 tem os estudos da segunda metade dos anos 50 eles foram replicados anos 60 e houve alguns dos por exemplo o vamos dizer
assim o pesquisador mais sério sobre alcoolismo e LSD que é o Savage que retoma essas pesquisas mesmo depois da da proibição consegue manter elas durante um tempo até um pouco nos anos 70 ele criticava que esses estudos que foram refeitos nos anos 60 por outros caras estavam na intenção mesmo de mostrar que não funcionava E que eles Como fizeram Esse estudos focado no que ele chamado de eh quimioterapia psicodélica que é basica o que o Emílio falou e o Fernando também comentou que é o que nós temos legalmente que é o modelo da escetamina né
esse termo é um termo dos anos 60 quimioterapia psicodélica ou seja dispensando completamente esse conceito da psicoterapia né Eh para eu me encaminhar aqui paraas conclusões por causa do nosso tempo né e eu queria trazer algumas inquietações para vocês sobre isso né então da mesma maneira que a gente eh Lauda a iniciativa do cfp pelo fato de trazer aqui esse tema que é um tema que é um tema que incomoda os prescritores né como é que psicólogo que não é prescritor tá falando de Psicodélico né os prescritores incluem os médicos de humanos os médicos veterinários
Os Dentistas e em algumas circunstâncias de autorização ah os enfermeiros E aí vocês botem aí médicos dentistes pode falar dentista mesmo enfermeiros e veterinárias né ah mas também ao mesmo tempo a gente tem uma outra questão psicoterapia não é regulamentada no Brasil de uma forma sólida assim ó tá regulamentado assim ó isso aqui que quem pode fazer assim assado e eu não sei se isso necessariamente ruim no momento em que a gente vai regulamentar os psicodélicos a gente tem que tomar cuidado com o corporativismo Então esse é um pedido aqui para quem é do GT
que a gente pense de um Eu sei que vocês estão dentro de um conselho de classe e tem umas obrigações de pensar sobre dentro da Corporação mas a gente precisa pensar trans eh eh corporativamente né nesse contexto acho também que a gente precisa H lembrar que há muito risco de se fazer uma espécie de Marco Temporal da das terapias psicodélicas e limar os povos originários desse processo né já foi feito com a terra não é difícil de fazer com as terapias não né esse risco ele é eh ele tá posto e que a gente tem
que eh estar muito alerta mas outras pessoas com muita mais legitimidade do que eu falaram sobre isso Ah mas eu queria também lembrar uma outra coisa que é quando a gente fala assim terapia de integração né se o que é terapia de integração é a ideia de que são pessoas que passaram por experiências com psicodélicos H essas experiências mexeram com a pessoa e a pessoa não sabe muito bem o que fazer com isso aí vai fazer uma terapia para E aí se você for olhar algumas das definições oficiais de integração para integrar isso na sua
vida no seu dia a dia né mas veja bem gente olha como é que o mundo tá né então nós estamos falando de uma sociedade que existe num modelo econômico tóxico que tá envenenando o mundo integração é fazer a pessoa voltar de novo para esse contexto é igual pegar um soldado que teve stresse postraumático e jorar para ser soldado e matar mais gente É isso que a gente quer com terapia de integração será que esse nome é bom será que a gente não deveria chamar eh terapia da gestão autônoma uso terapia do uso eh como
é que a gente integra a transformação de um mundo que tá adoecido E que né Nós já estamos sabendo as notícias tá aí a gente tá vivendo em Apocalipse como é que a gente vai poder mudar essa essa cena a gente tem que mencionar isso em toda apresentação que a gente faz como a gente vai mudar o rumo do mundo diante das mudanças climáticas estão acontecendo eh tudo bem Eu não acho que os psicodélicos em si vão salvar a humanidade Nesse contexto Mas a gente não pode fazer com que eles atrapalhem acho que esse é
um ponto importantíssimo né porque nós estamos lidando aí com uma situação que o Jung cita nem uma das cartas na carta pro White ele fala que ele tem muito medo da situação do Aprendiz de Feiticeiro e se todos nós aqui e O Aprendiz de Feiticeiro é um é um poema do do get é um poema curtinho meio que até infantil já vou passar a já vou passar a palavra mas é o caso da maconha da maconha nós temos uma regulamentação em disputa né como foi falado anteriormente eh Então estou aqui eh representando o grupo de
trabalho mas também por ser integrante eh da secretaria de orientação e ética do Conselho Federal de Psicologia então é é por isso que tenho acompanhado mais de perto esse debate Então já passo a palavra agora teremos a distribuição de meus papeizinhos aqui de cola só um instante Sofi labord psicóloga mestranda em Ciências da Saúde pela UFRN mora muito bem né e docente pelo Centro avançado de medicina psicodélica Camp é Pioneira em sua área a oferecer suporte psicológico e conduzir sessões com DNT em contexto de pesquisa no Brasil sua pesquisa investiga os efeitos subjetivos da substância
e o seu potencial terapêutico além da pesquisa Sofia atua como psicoterapeuta de orientação clínica na abordagem da Psicologia [Aplausos] transpessoal opa Bom dia melhorou Bom dia a todas todos e todes É uma honra est aqui compondo esse espaço eh eu sou uma mulher branca de 28 anos com cabelo escuro olhos claros camisa preta nordestina potiguá e meu percurso em pesquisa começou em 2016 na realidade eu costumo dizer que meu percurso em pesquisa começou no momento que eu tive meu primeiro encontro com Psicodélico a época foi com a Alasca e eu busquei o que a gente
chama de uso terapêutico né eu tava passando por um momento de muito sofrimento eh a época o meu pai que que foi um um homem que conhecia os meus 10 anos de idade que nunca constituiu vínculo comigo ele passou por um processo de adoecimento um câncer no pulmão tinha 3S meses de vida e retomou o contato para que ocupasse esse lugar de cuidado pelo tempo não dava para pensar muita coisa né era tá ali era tá junto mesmo e eu passei por um adoecimento mental físico se é que dá para separar uma coisa da outra
e busquei na easc Então esse nesse chá indígena né talvez alguma resposta algum Amparo alguma saída e acho que é algo muito interessante da minha experiência primeiro que quando a gente fala de experiência psicodélica a gente tá falando de algo que é inefável em outras palavras aquilo que não consegue ser traduzido em palavras qualquer tentativa de tradução do que foi esse experiência para mim naquele momento vai mediocri a experiência mas Para efeito de partilha aqui acho que é algo que eu posso dizer é que diante do meu grande desamparo e fragilidade do momento eu encontrei
Amparo durante a experiência em seres inomináveis eu diante do meu desamparo em relação à minha ancestralidade humana eu entendi que a ancestralidade também é planta também é natureza e aí eu como estudante de graduação da época da Psicologia fiquei louca né disse gente que é isso que que rolou quero entender essas experiências quero estudar isso e tive muito pouco interesse e abertura dentro da graduação na época e o que eu consegui encontrar aí foi dentro da teoria da Psicologia transpessoal os inscritos especialmente do stanislav grof que a psicoterapia psicodélica não é novidade né nos anos
60 rolava tem muito escrito sobre isso então desde então eu escolhi a transpessoal como minha abordagem que é a abordagem que eu trabalho até hoje E aí segui como psicoterapeuta o tempo passou até que eu soube de uns estudos que estavam rolando lá no Instituto do Cérebro lá no wall pertinho de mim pertinho de casa pertinho da praia pertinho do surf E aí um estudo que tava aí integrando uma equipe de Psicologia né e eu pensei bem talvez não foi pela psicologia Mas pela área médica eu consiga aí encontrar talvez um maior contato com isso
que para mim é tão caro e aí e onde é que surge essa ideia de pesquisa né existe aí dentro desse Campo da Saúde Mental as limitações dos fármacos fármacos como única saída de tratamento dentro disso Desse paradigma surge a ciência psicodélica hoje e quando eu entrei na na pesquisa eu tava muito interessada em saber tá E aí como é que vocês trabalham o que que acontece nessas experiências como é que eu posso enfim est contribuindo E aí eu me deparo com artigos quantitativos artigos quantitativos são artigos que são pesquisas que dão conta de tudo
aquilo que pode ser quantificado ou medido colocado assim num gráfico são muito úteis pra gente medir uma redução de sintomas a gente aquele gráfico bonitinho né escala da madres E aí vai caindo caindo caindo remissão de sintomas enfim coisa mais linda sim mas eu como psicóloga olhando aquilo pensei gente mas e aí n que que que tá por trás dessa redução de sintomas o que que acontece nessas experiências bem as pesquisas elas dão conta dos interesses da própria área médica né E existe também essa ênfase na substância falava-se muito da admt que eu vou entrar
um pouquinho mais à frente mas muito pouco do que que acontece nessas experiências e o método de pesquisa que permite que a gente investigue isso são métodos qualitativos a qualidade da experiência que Nenhuma medida dá conta e foi por aí que eu orientei minha pesquisa tema do meu mestrado enquanto psicóloga o que que era meu trabalho na prática dentro desse dessa proposta de terapia psicodélica eu deveria então est presente para reduzir os riscos e maximizar os benefícios da intervenção ontem o o draulio introduziu como há décadas lá no Rio Grande do Norte a gente tem
pesquisa com psicodélicos e acho importante marcar que foi nos últimos dois anos que a psicologia entrou que entramos né então é são muito recente e essa inserção se dá através de protocolos esses Protocolos de pesquisa eles buscam a replicabilidade e também uma estrutura pela qual a intervenção vai acontecer cada substância ela pede um protocolo então é muito diferente um protocolo para uma terapia com MDMA ou com dmt enfim dentro desse protocolo existe uma estrutura que começa com triagem médica então uma pessoa que vai passar por uma experiência de terapia psicodélica no contexto de pesquisa passa
por uma triagem médica para entender se é para essa pessoa essa experiência em seguida um preparo com psicólogos que é esse momento que a gente pode conversar com a pessoa discutir expectativas informar o que que ela vai passar como que é a experiência como que eu enquanto psicóloga Posso te oferecer esse suporte porque vamos lá é um protocolo mas as pessoas são diferentes e o cuidado é sempre individual em seguida há o momento da intervenção com a substância em que dentro desse modelo que a gente trabalha lá a função é de suporte psicológico então há
um preparo imediato a gente tá lá junto como é que você tá para essa experiência Você precisa de alguma coisa Quer uma pausa quer que converse só a gente aqui na sala um tempo beleza existe uma primeira sessão com a dose um pouco mais baixa conversamos em seguida no mesmo dia uma segunda sessão com a dose intermediária conversamos novamente no que a gente chama de integração também um acolhimento e uma escuta para essas experiências que são profundamente psicológicas em seguida outros encontros de integração em que a gente pode est fazendo aí dando essa amarrada como
é que foi essa experiência enfim como que isso pode refletir na vida e no [Música] cotidiano E aí a dmt essa substância que a gente trabalhou lá eh ela é uma molécula endógena ou seja nosso corpo produz e também plantas né e ela é a molécula psicodélica da easc só que a easc ela é ingerida Num chá numa mistura e a dmt Nesse contexto que a gente trabalha ela é inalada e muda como que esses efeitos chegam os efeitos duram da ordem de 20 minutos e são efeitos rápidos né começam imediatamente assim que a pessoa
inala E aí eu como psicóloga fiquei muito curiosa que Minha experiência com AAS eu pensei assim gente como assim 20 minutos né e dentro do hospital ainda mais né então eu fiquei meio assim como é que vai ser esse negócio mas seguimos minha pergunta de Mestrado que que acontece nessas experiências Vou compartilhar um pouquinho aqui eu tive a oportunidade de acompanhar e conduzir mais de 50 sessões com dmt e aqui é preciso fazer uma distinção na primeira fase do estudo a gente trabalhou com pessoas saudáveis Essa é a nomeação que as Ciências da Saúde dá
para pessoas que não tem nenhum diagnóstico Clínico então eram pessoas que já tinham experiência com Psicodélico e que foram lá ser voluntários na pesquisa achando massa que ia ter Psicodélico e pesquisa com isso no hospital e aí o preparo é diferente né São pessoas que já têm uma intimidade com esses estados ampliados de consciência e acho que é muito importante marcar aqui o que o Fernando falou também que enfim o uso autônomo acontece né as pessoas usam substâncias A oasc então né o Brasil é um país muito Psicodélico nesse sentido Então essa primeira parte do
estudo tudo eh ela foi voltada as pessoas sem diagnóstico e eu vou falar um pouquinho desses efeitos mais à frente que é o tema da minha pesquisa mas também Houve essa segunda fase do estudo com populações clínicas pessoas que têm diagnóstico em depressão e hoje existe essa limitação dos fármacos e a gente pensa aí de 10 pessoas que TM depressão três não respondem a nenhum tratamento né depressão resistente e o que tá sendo muito evidenciado nessas pesquisas com psicodélico é que são substâncias que são capazes de ter resultados satisfatórios em pessoas que não t resultado
satisfatório com nada e agora vocês Imaginem quem são essas pessoas que buscam o Psicodélico como um tratamento em saúde elas não tão muito interessadas lá no no psiconauta para onde elas vão elas chegam lá dizendo gente tem 20 anos que eu lido com esse diagnóstico tentei já muita coisa e essa é minha última esperança que que eu preparo para uma experiência dessas que que envolve o cuidado com a população Clínica né com alguém que tem um diagnóstico que lida com esse diagnóstico que muitas vezes a gente precisa lá ainda dá assim uma uma pesquisada no
sentido do diagnóstico pra pessoa né tô falando aqui para psicólogos então vocês entendem a trabalheira que que isso dá e depois passar pela experiência infelizmente não vou poder falar tudo aqui né minha fala é muito breve mas deixar marcado aqui quando a gente fala em uso terapeutico de psicodélicos quando a gente fala em populações clínicas o cuidado é distinto e o cuidado é redobrado e o cuidado é individualizado e tem muita coisa pra gente pensar e aí eu queria trazer alguns pontos essa intervenção eu descrevi o protocolo ela acontece com a equipe Clínica multidisciplinar né
então a intervenção que tem o psiquiatra presente eh também existe aí outras coletas por ser em em local de pesquisa clínica né mas é esse trabalho conjunto da Psicologia com a Psiquiatria e o uma coisa muito interessante que eu percebi inclusive com esses estudos com pessoas com diagnósticos é que não necessariamente o ambiente hospitalar era ruim isso foi uma grande surpresa para mim assim Sinceramente eu pensei gente se eu penso tomar o Psicodélico eu quero estar no mato na natureza na praia enfim qualquer outro lugar menos no hospital Que pena que a gente não se
organizou com slide eu não trouxe porque assim o lugar é lindo gente a sala assim é fantástica é uma decoração meio borro com as luzes psicodélicas assim uma poltrona bem confortável as pessoas escutam musca durante os efeitos e aí botam a venda nos olhos a luz a sala fica assim meio piscando tudo isso acontece no hospital universitar nofre Lopes tudo isso é é feito sem ninguém ganhar R um real né inclusive com todas as dificuldades de se fazer ciência no Brasil psicodélica então seguimos bem outra coisa que me chamou muita atenção foi o potencial terapêutico
de experiência rápida e impactante como a condem t inalado o início dos efeitos acontece ainda durante a inalação S terminando a inalação já começou a entrar ali e quem já teve experiência com dmt sabe que assim não existe um gradual para entrar ali né você chega ali imediatamente E aí o que que acontece nessas experiências né eu vou trazer aqui elementos da experiência eh nas pessoas que não tem diagnóstico Clínico porque foi o tema que eu me debrucei em breve vai sair esse estudo qualitativo com as falas dos participantes enfim vai dar para entender melhor
o que que tá em jogo aí psicologicamente Mas uma coisa que é preciso deixar marcada aqui é que a experiência psicodélica é extremamente psicológica ela envolve medos expectativas efeitos subjetivos muito intensos muitas vezes e pedem esse cuidado distinto quando a gente pensa enfim população õ clínicas Mas voltando um pouquinho para as pessoas sem diagnósticos os primeiros efeitos são efeitos sensoriais então primeiro se tem alterações na percepção natural perdão corporal Então as pessoas podem sentir variações de temperatura tremores eh leveza no corpo ou tensão sensação de pressão e admit é uma substância muito visual também Então
a primeira visão que se chega normalmente são geometrias desprovidas de muito sentido psicológico mas em seguida as pessoas podem ter visões extremamente complexas E extremamente psicológicas também algumas pessoas dizem que parece um sonho mas muitas vezes apresentam conteúdos muito distintos do que aparece nos sonhos mas entraria como um sonho lúcido porque não se perde a consciência em nenhum momento a pessoa sabe que está passando por uma experiência sabe que ele tem um tempo para terminar sabe que tá ali e sabe que vai voltar também foi preparada para isso a experiência com o dmt também envolve
emoções e aí dentro disso a gente pode falar de Catarse emocional né então não é incomum durante uma experiência psicodélica as pessoas chorarem ou rirem muito sim e muitas vezes isso tem um um conteúdo né nossa eu ri muito porque eu lembrei que eu tô aqui com o médico com psicóloga no hospital tomando um Psicodélico acontece mas acontece também eu chorei eu nem sei por mas foi tão bom ter chorado fazia tantos anos que eu não chorava fiquei até com vergonha de chorar aqui na frente de vocês mas aí eu disse gente tô aqui já
né parece também e isso existe um benefício terapêutico né pra psicologia tá muito batido mas paraas Ciências da Saúde acho que um trabalho uma costura que que eu tenho feito é dizer isso é terapêutico isso pode ser terapêutico os psicodélicos também nos convida a uma introspecção né fazem com que a gente fique mais atenta ao nosso mundo interno e dentro disso podem vir memórias não acredito tá podem vir memórias Memórias da infância memórias recentes conflitos recentes tudo isso pode vir eh insights dimensão do Insight Então aquela aquele reconhecimento súbito de algo e enfim uma ideia
e uma dimensão aqui que eu gostaria de destacar que é a dimensão transpessoal ou Mística ou espiritual eu gosto de transpessoal porque o nome diz Além Do ego né então é além da nossa experiência de perceber o mundo a partir da nossa perspectiva individual o que que acontece nessas experiências transpessoais isso é bem característico da dmt também encontro com entidades esses seres que parecem ter uma inteligência distinta da nossa e Estão ali na experiência uma conexão profunda consigo com os outros ou ecológica com tudo e com todos sentimentos positivos transcendentes Perdão amor sensação de morte
morte do Ego uma morte simbólica uma morte psicológica que pode ser extremamente desafiadora e pode ser também muito experimentado positivamente depende de cada um cada um sente do seu modo e aqui eu gostaria de deixar marcado que o que se entende isso vem muito também da teoria da transpessoal é que essa dimensão é uma realidade psíquica isso é vivido pelo sujeito e dentro das ciências psicodélicas existem estudos que mostram que passar por uma experiência dessa prediz resultados terapêuticos seguimos o ambiente influencia muito a experiência vou correr um pouquinho mais mas a música influencia muito a
experiência e o vínculo com o psicoterapeuta tem estudos que replicam a mesma coisa dmit inalada com pessoas saudáveis mas em contexto neurocientífico sem lugar bonito sem psicólogo sem nada aquela Toca do eg a pessoa passa pela experiência enfim não se observa esses resultados positivos né porque será né tá muito Óbvio mas assim dentro da ciência discussão é essa eu acho importante marcar aqui tá E aí se o protocolo dá uma estrutura pra gente no final das contas é a psicoterapia é meu lugar e a minha prática como psicoterapeuta que orienta a minha escuta são os
fundamentos da psicoterapia na hora que a coisa acontece na hora que eu tô lá escutando alguém não cabe no protocolo gente se eu for ficar olhando pro papel e perder o que que a pessoa tá dizendo e vivendo e posso dizer as pessoas passam por duas doses nesse protocolo nenhuma pessoa teve experiência igual a outra mesmo com mesmas doses mesmo a mesma pessoa no mesmo dia são experiências profundamente distintas com elementos comuns como que eu trouxe para vocês mas ninguém sabe o que esperar e daí é um lugar muito trabalhoso e muito Como que eu
posso dizer muito fundamental de uma confiança na experiência que nós enquanto terapeutas precisamos ter não é fácil corporal pode acontecer muita coisa então a pessoa tem gente fica quietinha tem gente que grita baba enfim se mexe quer se levantar pede ajuda pede água e e é para você estar preparado para tudo isso e pensar que existe aí um processo se desenrolando E nós como terapeutas somos facilitadores desse processo nós não estamos ali em nenhum lugar de guiança dentro dessa perspectiva E aí vem da transpessoal né acho que eu tive uma grande um me ajudou muito
ter essa base na transpessoal saber ter lido sobre essas experiências saber que essas experiências precisam ser acolhidas incondicionalmente que não é nosso lugar direcionar experiência enquanto psicólogo nem interromper o processo então enfim temos teoria aí que pode nos ajudar e para ir fechando eh dentro dessa perspectiva acho que tá muito claro né durante aqui o congresso como eh esse campo nos pede saberes que são trans abordagem e também transdisciplinares nossa presença ela não é neutra diferente dessa perspectiva neutra assim da Saúde eh a gente tá ali operando um lugar de cuidado e dentro do Cuidado
se eu olho pra pessoa Isso já é uma intervenção se eu chamo pelo nome isso é intervenção a minha presença é uma intervenção Se Eu Não olho pra pessoa isso é uma intervenção as pessoas ficam em Estados extremamente vulneráveis e não é brincadeira usando aí a frase que a Iara falou ontem aiz muita coisa bem e aqui deixar Algumas propostas primeiro conheçam as pesquisas brasileiras conheçam O que que a gente faz eh conheçam as pesquisas do Nordeste lá no frn tem pesquisa com cetamina também né dentro dessa perspectiva que aamina tem esse detalhe né que
ela entrou passou aí tá bem no modelo biomédico tem muitos lugares fazendo protocolo de camina sem suporte psicológico sem gente do lado sem música e lá existe essa pesquisa sendo feita via SUS não é R 40.000 nem R 30.000 de psicoterapia assistida por camina ninguém ganhou um real todo mundo tá produzindo nisso tá rolando nossas pesquisas com dmt também que estão aí na na fase dois caminhando para três e que a a parte Clínica é uma mas é um projeto muito maior dmt de AZ então enfim tem a colheita do dmt para quem não sabe
dmt eh lá que vem da Jurema cresce como um mato gente no nordeste cresce como um mato assim é é difícil até lidar com a Jurema né mas tem lá e tem processo de extração de otimização enfim são os projetos grandes super bonitos e tem trabalho ético sendo feito e tem abertura da ciência para outros diálogos também estamos aí pensando em acesso nessa perspectiva do SUS e também estamos dentro desse paradigma científico descobrindo as evidências né não como como a única saída o único saber a ciência né mas como conhecimentos úteis mesmo paraa nossa classe
paraa nossa profissão em países do sul feito por universidade pública e aí é um convite pra gente enquanto psicólogo se inteirar e garantir o nosso protagonismo nesses espaços se por um lado a ciência tem ganhado muito e é impressionante perceber dois anos atrás quando eu entrei e hoje o lugar que a psicologia cula lá é a coisa mais linda gente assim entrou tinha dois psicólogos eu e o Anderson agora a equipe ó para vocês terem noção tem gente pesquisando Psicodélico e arte no grupo eh existe perspectiva de estudo com outras substâncias também o nosso grupo
da texa também rola muita conversa sobre muitos temas e meu orientador drul ele é um físico né então assim ele bancou isso de dizer tá vamos vamos abrir esse campo vamos permitir que a psicologia esteja aqui que que você faz mesmo Sofia que massa que você faz né então a isso também eu sou muito grata eh vou terminar agora bem nós somos também enquanto psicoterapeutas os profissionais da Saúde de cuidado mais próximo das pessoas gente a gente tá lá muitas vezes semanalmente com as pessoas ou quinzenalmente então é pra gente assumir esse protagonismo sim dentro
desse Campo ao mesmo tempo que tá sendo muito interess esse abertura da ciência paraa psicologia que a gente possa enquanto psicólogo também tá se inteirando do que acontece da ciência tá criticando tá fazendo parte Vai ter muito evento Masso da APB mês que vem também vai ter um novembro lá no no Rio Grande do Norte né de de psicobiologia com a temática de psicodélicos cheio de psicólogo falando a coisa mais linda psicólogo nem tinha psicólogo lá agora tem e é a intervenção com potencial terapêutico mas tem um trabalho que vem a seguir né que a
questão da Integração que já foi tocada eu sei que a Paula vai entrar mais nisso então vou concluir mesmo mas que no final das contas essa transformação ela não acontece no indivíduo porque ele teve uma experiência com uma substância A transformação acontece em relação como nomeia oção de outros pesquisadores na Matrix em relação relação consigo relação com os outros relação com a comunidade relação ecológica com a natureza é aí que a mudança acontece ela acontece a partir de um Resgate de práticas de saúde e essas práticas de saúde estão nos nossos vínculos estão nos nossos
hábitos e estão na possibilidade da criação de outros modos de viver Então o que o que a experiência da terapia psicodélica nos oferece é uma redução de sintomas alinhada a expansão de consciência para que a gente possa resgatar o Imaginário e reflorestar nossos modos de vida obrigada [Aplausos] [Música] então agora vamos ouvir Paula Siqueira graduada em psicologia pela UFRJ especializada em psicologia analítica pelo sedes e ijep aprofundamento em clínica ayurvédica e saúde da mulher no pet College of ayurved and research na Índia formada em psic psicodélicos pela CN atuou como professora e supervisora do curso
de formação em psicoterapia assistida por psicodélicos do Instituto faneros nos últimos TR anos e atua como psicóloga Clínica incluindo acompanhamento teraputico de integração e redução de danos para usuários de psicodélicos sua palavra [Música] Bom dia Bom dia a todas todos todes É uma honra realmente est aqui eh vendo tantas pessoas conhecidas e novas pessoas também cada vez mais aumentando essa rede eh a minha história eu vou começar falando um pouco da minha história porque eu acho que ela ten a contribuir e ela também eh apoia o meu lugar de fala então eh a minha história
começa na minha adolescência com a música com rock progressivo então muito conectada com isso e eh vidrada por aquele sons e entendendo como que essa galera faz essa música não é possível E aí fui atrás da história e da cultura que tava por trás da criação daquelas músicas maravilhosas que me levavam para estados ampliados de consciência sem uso de substância eh e e fui descobrindo o movimento Psicodélico a palavra psicodélicos e e e isso ficou E aí até que um até que um momento eu decidi que eu poderia fazer psicologia acreditando que eu poderia estudar
os psicodélicos na faculdade de psicologia kak Nossa gente sério e aí eu fui parar no frj em 2011 com currículo de 1960 o o currículo do curso que eu fiz era de 1960 podia ter psicodélicos né até né dessa época né só que não e eu lembro que em 2011 eu escrevi um e-mail pro Fernando Bezerra porque quando você coloc naquela época você colocava no Google psicodélicos psicologia o nome dele que aparecia só Então eu mandei um e-mail para ele perguntando como que eu faço quais são os caminhos e tudo mais a gente até trocou
algumas ideias e paralelamente a minha a minha a o meu curso de psicologia eu fui também estudar a orveda e eu também tive as minhas Primeiras Experiências psicodélicas e acabei eh me envolvendo com comunidades AAS queiras e também muito conectada através da música então querendo entender eh e entender com o corpo não entender intelectual de pesquisador que olha de fora mas entender com meu corpo entender com a experiência direta Qual o que que a música fazia né a música enquanto medicina a música enquanto rito dentro dessa essas práticas e E aí a partir disso eh
percebi que junto com o estudo do Ayurveda com compreensão de uma formação de uma subjetividade distinta da Ocidental foi foi desafiador para mim cursar a a psicologia num contexto acadêmico com todas as limitações que ela teria então eu fiz a minha formação com uma grande dose de frustração de Poxa os psic não vai ser aqui que eu vou estudar os psicodélicos quais são os caminhos que eu posso tomar para estudar os psicodélicos inclusive tentei fazer meu meu trabalho de conclusão de curso sobre psicodélicos e os professores né ninguém ninguém topou me orientar na época B
eh e aí a partir desse contato com as tradições aasas fui me aproximando cada vez mais e com dificuldade de lidar com a academia e o meu primeiro trabalho como psicóloga já foi enquanto ter fui né contratada como terapeuta Para apoiar pajés indígenas no trabalho deles levar o trabalho deles para outros lugares e como que eh de alguma forma a gente poderia fazer parte dessa integração de culturas de saberes então desde eh processo de triagem preparação integração e apoio musical também né então assinto que uma das coisas que eu aprendi muito com com a tradições
que eu acompanhei com os pajés que eu acompanhei foi um lugar né Não só da da das medicinas Integradas na Cultura né E quando a gente fala integrada é parte da Cultura né é o uso é está dentro não está separado né então desde disso mas de também da cura vir pela alegria pelo prazer pela festa pela dança pelo riso pelo canto então eu sinto que isso é algo também que a que a psicologia tem muito a aprender né porque muitas vezes quando a gente tá falando de profundo sofrimento humano a gente tá falando de
eh questões muito graves que trazem quadros de eh completa né Eh tristeza e melancolia mas que da gente lembrar que não só um setting Clínico H uma sala branca com luz branca né Eh eh não só esses espaços né ou melhor eu duvido muito que são nesses espaços que que as verdadeiras transformações acontecem e então eh a eu comecei a minha trajetória de psicóloga já atuando Nesse contexto de novo não foi institucional né então é um campo de abr matato mesmo de de ser terapeuta nesses contextos e apoiar as pessoas nos processos dela nesses contextos
e sem muita possibilidade de troca com outros profissionais sem muita possibilidade de eh eh Criar e construir conhecimento a partir disso O que me levou a ir buscar conhecimento em outros lugares e os países que estavam produzindo conhecimento e que tinham acesso a esse tipo de prática são os países né colonizadores Então fui lá estudei vi uma série de problemas vi uma série de questões eh mas sinto que também pude ver o que tava acontecendo e de alguma forma ver como que como trazer isso para cá como que de alguma forma aprender o que não
fazer mas também o que o que é possível eh eh ser dialogado então eh dentre dentre o que eu aprendi com as terapêuticas do do dos povos indígenas e com os saberes tradicionais do a Veda também que é a medicina e milenar que foi sistematizada na Índia a própria ideia de aprender né O que é aprender como se aprende e e consequentemente como se desaprende né porque muito do que eu vejo é sobre desaprender descondicionar descolonizar Então como que esses processos eles passam diretamente pelo corpo né então é um dos meus desafios com academia né
com com a ciência é Cadê o corpo onde é que tá o corpo o que que a gente onde é que o corpo tá nesse diálogo sabe o o trauma ele gera dissociação né ele gera separação a gente se desconecta do corpo então para a gente tratar o trauma como que a gente inclui o corpo como que o corpo participa necessariamente e conscientemente desses processos e aqui eh eh quando nesse recorte da gente tá olhando pros psicodélicos dentro de uma moldura uma modalidade de tratamento em Saúde Mental eh outra marca grande que o que o
trauma gera é a perda da sensação de segurança e quando pensamos na perda da sensação de segurança Pode ser que um dia a gente teve segurança a gente se sentiu seguro mas quando a gente olha paraas populações vulnerabilizadas e pros corpos dissidentes essa sensação de seg de insegurança é constante então a gente pode encontrar várias maneiras de tratar traumas diversos tipos de trauma mas como tratar os traumas que não advém de um evento adverso o trauma que não para de acontecer o trauma que vem da violência que vem do racismo que vem da desigualdade social
das homofobi transfobias gordofobia capacitismo e muito mais o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo e também é o país que mais consome pornografia trans esse dado de realidade é um dado que fala sobre a saúde mental do nosso país eu acho que a psicologia precisa se aver com isso e ainda nesse tópico da criação da sensação de segurança nos Espaços terapêuticos ah as pesquisas e a experiência Clínica nos conta cada vez mais sobre a Extrema importância da criação de vínculo entre paciente e terapeuta algo que a Sofia falou e que
já foi dito aqui eh principalmente considerando que a experiência psicodélica é muito poderosa e pode ser muito perigosa e desestruturando podendo causar danos irreversíveis por isso reforço a importância da capacitação de profissionais para atuar na área e quando digo atuar na área estou falando de uma série de competências necessárias que não são ensinadas na Faculdade de Psicologia para além da escuta empática e a habilidade de sustentar a angústia do outro e a nossa no caso por horas um profissional que vai atuar em pap precisa conhecer as diferentes dimensões da arte do cuidado e particularmente as
que surgem em Estados ampliados de consciência principalmente no que tã de experiência Mística e o contato com o invisível então Eh quero também abrir essa esse parêntese aqui para falar sobre o invisível né porque a gente fala de dose set setting e o invisível né aquilo que a gente não controla aquilo que é um mistério aquilo que a gente não sabe o que vai acontecer como que a gente pode se preparar para lidar com isso a gente não aprendeu a lidar com isso na faculdade e eu não tô falando de religião necessariamente né tô falando
de experiências transpessoais como a Sofie falou e dentro dessas experiências transpessoais eh Talvez seja o divisor de águas que os psicodélicos eh trazem não só enquanto abertura de mundos mas também enquanto possibilidade de se relacionar com essas Tec olias ancestrais né que são essas essas essas substâncias psicodélicas porque se a gente entra no lugar de vamos usar os psicodélicos para que eles nos ajudem a x y z a gente tá reproduzindo o colonialismo e a gente tá colocando ele simplesmente como ferramentas para atingir um objetivo Eu sinto que precisamos respeitar os psicodélicos precisamos respeitar a
natureza precisamos respeitar o poder que esses ampliadores de consciência t de nos mostrar céu e inferno né e e e pensando nesse contexto apocalíptico que a gente tá agora como né qual é o lugar deles como que a psicologia pode participar desse momento eu também não acho que os psicodélicos vão salvar o mundo concordo com tofoli de como eles podem não eh eh piorar a situação e ontem como Mayara falou um processo terapêutico com psicodélicos envolve mais sessões sem substância do que sessões com substância nesse sentido as sessões de preparação que antecedem a sessão com
a substância são fundamentais para instrumentalizar o paciente para o mergulho nomear intenções falar sobre medo riscos e possibilidades e principalmente a preparação é o momento em que o vínculo é construído E é isso que vai ser um divisor de águas no sucesso do tratamento e quando eu falo sobre nomear intenções nomear medos riscos e possibilidades é realmente Abrir sabe abrir com a pessoa você vai passar por uma experiência que assim assim assado trazer o mínimo de previsibilidade na consideração do imprevisível Então não é um trabalho fácil sabe não é a gente sabe que o trabalho
clínico é uma artesania é uma construção que vem do vínculo Então e e e e com com os outros profissionais da área de saúde biomédica de fato a nossa classe de psicólogos é a que tá mais preparada que tá mais próxima do cuidado e esse vínculo facilita a possibilidade de entrar em contato com conteúdos profundos que podem vir acompanhados de medo vergonha culpa perda de esperança e poder fazer isso bem acompanhado sabendo que o profissional que está ali realmente com você e realmente te acolhe e te reconhece na sua inteireza mesmo que as partes muitas
vezes considerad feias pela própria pessoa e ou pelo contexto onde essa pessoa está inserida sejam bem-vindas e encontrem vias de expressão e elaboração Ou seja a criação do espaço seguro a partir do reconhecimento de que tudo possui sua sombra uma uma sombra importante de ser endereçada que é a baixa acessibilidade e o fato da gente ainda eh reproduzir muito o colonialismo tanto nos no na importação de protocolos na importação de tecnologias que na verdade a gente já tem aqui tudo muito bem e eh temos a prática underground crescendo cada vez mais e isso é preocupante
pois sem as diretrizes e treinamento adequado muitas pessoas sofreram consequências de se entregarem a tratamentos psicodélicos underground Mas por que o underground tá crescendo tanto porque o sofrimento humano é enorme porque os psicodélicos estão na moda e isso se refere no ento da procura isso se reflete no aumento da procura e demanda por esses tratamentos no consultórios tenho certeza que algumas psicólogas alguns psicólogos psicólogas que estão aqui já receberam essa demanda no consultório levanta a mão quem já recebeu a demanda de tratamento psicodélico no consultório então a gente precisa olhar para isso a gente precisa
se haver com isso eh é interessante que a psicologia que o cfp possa criar diálogos com esse campo porque o underground está acontecendo quer a gente queira ou não quero seja regulamentado ou não o que que é o underground aquilo que tá né escondido aquilo que é proibido aquilo que não tem nenhuma diretriz e por isso o underground acontece de tudo acontece de tudo acontece desde as experiências mais mais catastróficas até experiências lindíssimas com pessoas que sabem o que estão fazendo então assim como que a gente pode olhar para isso e uma e e um
e o cfp que tá se se propondo a de repente pensar maneiras pensar protocolos criar diretrizes como criar diálogos com esse com esse lugar underground que tá aí e tá e eh eh causando danos até permanentes em pessoas né porque gente não é porque você tomou cogumelo duas vezes que você é capaz de cuidar de uma pessoa não é porque você fez um curso de uma semana online que você é capaz de sustentar uma uma uma experiência psicodélica de um paciente então a gente precisa ser rigoroso com isso não adianta Mas é isso já que
é tudo tão difícil a regulamentação é tão desafiadora a galera tá fazendo e tá fazendo e tá fazendo dos jeitos mais diversos possíveis então que a gente possa trocar com essas pessoas também bom eh sinto que a condição para avançar na regulament das terapias assistidas é trazer pro centro as vozes das populações mais vulnerabilizadas pois são elas que mais sofrem a capacitação dos profissionais precisa ser feita incluindo essas vozes aprendendo com os erros já cometidos por aqueles que vieram Antes de nós e pluralizando os espaços e construção de saberes e nesse processo de construir saberes
eu entendo que a integração psicodélica é justamente o processo de transformar conhecimento em sabedoria porque foi isso que o que o tofoli também comentou né Eh eh Tá aí tá na ação tá na criação da comunidade tá na tá no diálogo tá na pluralidade então Eh agradeço a oportunidade espero que a minha fala de alguma forma contribua para isso que a gente tá tentando construir coletivamente aqui obrigada [Aplausos] [Música] bom nós recebemos três questões mas uma delas eh eu vou direcionar a mesa da tarde porque é sobre maconha e as outras duas questões assim que
encerrar a fala do Bruno vou passar à mesa eh Então vou apresentar aqui psicólogo Bruno Ramos Gomes mestre em saúde pública pela faculdade de saúde pública da USP Doutor em saúde pública pela Unicamp foi coordenador e presidente do centro de convivência é de lei trabalhando com redução de danos em São Paulo estudou no mestrado uso de awasa no tratamento de pessoas em situação de rua fez o doutorado sobre o uso de ibogaína no tratamento de dependência no Brasil sua palavra [Aplausos] Bruno Boa tarde já pessoal então queria agradecer primeiro aí o o cfp né a
UFRN e a fio cruz por essa iniciativa eu acho que é um momento super importante assim esse que a gente tá tendo hoje para e eu fico muito feliz de poder contribuir Porque pô tô nessa caminhada aí algum tempo né E daí eu vejo aí o tema do do congresso né que é ética saberes eh ancestrais e os caminhos para atuação Eu sinto que é algo que eu tô tentando aí há muitos anos né encontrar esses caminhos para atuação trabal and né não quero arriscar meu crp né sempre meu ganha pão então Quero trabalhar como
psicólogo mas também né quero poder abrir as possibilidades aí acompanhar os pacientes tal eh só fazer um um aviso eu tô aqui como chacruna né eu participo desse chacruna que é um instituto aí fundado pela Biel Bat que trabalha também com os temas de psicodélicos e plantas Mas também eu sou orgulhosamente um membro da associação psicodélica aí do Brasil né tô ajudando a galera uhu e tô eh então é um movimento muito importante aí né coletivo eh com com vários princípios fundamentais aí pro Brasil eh e construído de forma assim com vários braços aí então
muito feliz venho ajudando a tocar aí a trip e os grupos de estudos da TRIP e que daí semana que vem a gente tem um grupo de estudo que é para discutir essa questão do dos trabalhos com o Psicodélico as práticas clandestinas né a gente vai discutir um artigo que traz um pouco dessas práticas do Underground que vem sendo sendo feito nos Estados Unidos e seria ótimo a gente também conseguir mapear quais são essas práticas que já estão existindo aqui no Brasil né hoje eu que tô bem nessa área sempre adiciona assim um influencer alguém
que tá fazendo algum rituais com cogumelo com iasca ou retiros e tal né então tem um monte de gente que tá fazendo isso daí e eu espero que a minha fala consiga trazer um pouco aí na minha trajetória da minha prática pra gente pensar os caminhos e as possibilidades de atuação aí né na na psic tal e bem então pegando um pouco do que a Paula falou Eu também comecei assim interessado vou dizer na época não se chamava de psicodélicos né rasca assim outras substâncias depois que esse termo foi ganhando de novo mais visibilidade e
tal e de fato na psicologia assim na época da graduação ninguém tinha interesse em nada fala por que que você vai estudar Isso Que viagem tem um monte de coisa para estudar Isso mais ser ruim pra sua carreira né e mas eu queria eu tava muito intrigado porque já tinha tomado aí o tinha tava sendo muito importante para mim e eu tava intrigado para entender o que que era essa tal de aasc né E daí eu fui estudar muito antropologia né para entender então os livrão sobre os ritual da Yu ascas as várias práticas muito
importante para entender os contextos os usos mas ao mesmo tempo eu fui percebendo que o antropólogo não tem o fazer né que a gente tem como psicólogo Então acho que esse é um ponto bem importante assim porque é é isso né tem um lugar do psicólogo é pra gente poder pensar esse lugar do psicólogo da nossa prática junto a isso essas substâncias essas tradições né Eh e eu comecei também na época da faculdade a trabalhar na região da Cracolândia outra coisa que me intrigava mais eram as drogas em geral né que galera usa Por que
que usa o que que é tratamento que que funciona o que não funciona e esse é um campo que é tem tem muito sofrimento né Muito estigma muita eh falta de sucesso assim né as pessoas são se frustram muito tentam tratamentos internação eh e não dá certo e e tal então eu comecei a trabalhar na cracolandia de São Paulo com redução de danos ali fiquei por 12 anos lá na rua trabalhando algo que me marcou muito né porque é um lugar de muita desesperança muito sofrimento muita violência né mas muita vida muita sociabilidade né então
quem quem tá tem bastante experiência na craco também conhece bem assim é um lugar que aprendi muito né com os usuários sobre US de drogas sobre o relacion sobre políticas públicas sobre violência estigma assim muito né E daí assim as possibilidades que a gente tem de oferta de cuidado são muito limitadas muito eh atravessadas por uma moral muito pesada assim né que gera mais estigma muitas violações de direitos né a coisa acho que só vem piorando mais nesse Campo aí da das políticas públicas de atenção ao usuário de álcool e drogas tal e daí nesse
período eu tava né como eu falei já interessado aí na iasc trabalhando com com as pessoas nação de de rua e eu conheci um grupo que tava trabalhando com a yasca para recuperar a população de rua tal então fui estudar esse grupo no mestrado fui levei gente do da rua né para fazer as práticas tal eh depois fiquei tocando esse trabalho ali até 2016 né com esse grupo tal eh hoje em dia tem o pessoal do ieru ali né mas nosso trabalho era tinha um outro formato mais ali influenciado pelo vegetalis peruan pelo Santo daim
e tal então dietas purgas eh na mata tal eh e trabalhos de cura né com a iasca tal eh e fui estudar isso no meu mestrado né Eh muito importante ver assim eu tentei fazer uma pesquisa qualitativa de entender que que era que que é essa tal de cura Como que funciona esse processo terapêutico o que que se entende por recuperação eh qual o papel da iasc o papel do ritual o papel das outras práticas o papel da relação com o curandeiro né então a gente sair dessa lógica de Caio asca cura mas é como
é ela é inserido em todo esse contexto né pra gente entender Qual que é a função de cada um desses dessas práticas tal e venho trabalhando com isso também né como fiz o mestrado daí começou a procurar gente procurando querendo aí tomar iasca para se recuperar para se tratar eh nessa caminhada também ainda procurando mais coisas ouvi falar que tinha um cara que trabalhava com ibogaína no Brasil tinha vio falar muito vagamente sobre ibogaína que é um Psicodélico que é muito pouco conhecido na verdade né e acho que um lado bom dele ser pouco conhecido
é que ele não foi proibido no Brasil acho que não proibiram porque não tinham ouvido falar dele né Eh e daí é isso em 2010 conheci esse esse médico né que também chama Bruno chamamos os Brunos trabalhando com ibogaína eh e comecei a atender para ver qual que era dessa de boga né se ajudava a meso se funcionava E venho trabalhando com a ibogaína a deve ter atendido a imagem de meus pacientes junto com o Bruno e fiz o meu doutorado um pouco vendo esse esse campo do uso da ibogaína né então é interessante que
teve aí uma pesquisa feita pela Angélica o darti Né o schenberg tal 2013 2014 que mostrou ali um um um índice de sucesso que é o que se mede assim que seria um ano de de abstinência né depois do do tratamento e tal 70% que seria assim mais do que o dobro do que o índice de qualquer outro tratamento das melhores clínicas que tem que não são as que tem no Brasil obviamente assim né então assim e daí esses dados que saíram lá em 2013 saiu na sei lá no Fantástico Globo Repórter essas coisas daí
a gente começou a ver pipocar várias clínicas ali começando a trabalhar com ibogaína também então hoje a gente tem você procura ibogaína no Google Ali vai ter ai boga home care boga eh comunidade terapêutica em em coisas de terapias alternativas tem vários vários tratamentos e fica nessa Z zona cinzenta Legal né ela não é proibida Mas ela é consegue se usar de um jeito que é assim não é proibido consegue importar mas a maioria das Clínicas não usa desse jeito né então a gente vai vendo também a entrada de um Psicodélico dentro de um cenário
de tratamento que já é fortemente não regulamentado né então um novo produto nesse mercado de de Clínicas de tratamento tal então estudei isso no no meu doutorado e acompanhei pacientes por por um ano Dorado venho e venho acompanhando os pacientes né e eu posso dizer que eu entrei nisso assim Porque de fato o que a gente tem para tratamento não é suficiente né as pessoas estão precisando estão buscando Eu acho que eu via primeiro isso com com aasc com ibogaína mas desde aí 2015 vai por aí 2016 eu comecei a ver isso receber pessoas procurando
tratamento com cogumelo que era tomar cogumelo depois que aquele né como mudar suente para no Netflix então muito mais gente né procurando e antes assim podia ser gente que curtia Psicodélico tinha algum interesse no estilo na coisa mas não depois 2015 2016 Comecei a receber gente que é isso Senhora de meia idade que trabalha numa escola pública nunca tomou nada nunca alterou a consciência mas tá cansada de tomar antidepressivo tá cansada de sofrer né então de fato a gente tem as pessoas querendo buscando precisando né e com a ibogaína nossa a gente recebe gente assim
muito sofrida mesmo mesmo que já tentou de tudo todas as possibilidades assim né seja em relação às drogas Já atendi caso assim tipo o mais assim Acho que foi com 54 internações e o cara ainda era dono de duas clínicas só vocês vem no nível de loucura eh e e assim as pessoas estão buscando estão procurando que pode funcionar né Eh e paciente com toque com depressão com outros vários outros tipos de transtorno como jogo né É compulsão por sexo por compras que uma hora ela chega num limite ali não tem já tentei tudo o
que tem disponível e não sei mais o que tentar né então a gente vem tratando aí pacientes eh de diversos perfis assim sempre obviamente sendo muito ético né de tentar então acho que numa perspectiva de uma uma triagem né de tem não arriscar paciente não fazer paciente de cobaia eu acho que é um ponto fundamental né a gente deixa eu ver se funciona não você precisa ver se você tá arriscando Que risco que tem né E daí tem pacientes que falam ó você não tem poder você pode fazer o tratamento Mas a gente não tem
dados sobre isso estudo sobre ibogaína e toque tem outros psicodélicos e toque algo muito Inicial e tal né mas tem paciente que fala não eu quero tentar entendeu então assim de fato a gente tem um cenário das pessoas buscando e precisando né e tentando encontrar seus meios acho Por isso que a gente vai tendo esse cenário desse underground desses meios clandestinos que vai se criando porque as pessoas estão estão querendo estão buscando and tal né Eh e eu acho um ponto assim importante trazer que eu comecei também eu fui aprendendo com pessoas que já estavam
aqui então a gente tem é importante a gente ver que é isso Brasil um país que tem por diversas das suas características já práticas tradições de uso desenvolvimento de várias práticas né a gente pode ver tanto em relação às religiões AAS queiras né que a gente tem os usos n indígenas mas daí a partir disso as religiões aias queiras e hoje em dia assim tudo qu é denominação religiosa assim eu só não tinha visto pastor evangélico fazendo ritual coios e eu vi então posso dizer que eu já vi todas todas as linhas assim né É
então então assim eh isso tem um lado positivo do Brasil né a gente desenvolver práticas desenvolver coisas então Eh em relação a iasca né com população de rua eu comecei com um grupo que já estava fazendo isso não fui eu que comecei a a fazer isso né eles foram aprendendo com o pessoal do daim com curandeiros shipibo tal e do mesmo jeito como aprendo né venho tentando ajudar a ensinar as pessoas continuarem isso a gente tem exemplos como a acuda né que é um uma associação que tem vários psicólogos tem várias práticas psicoterapêuticas também em
Rondônia e que faz trabalhos com ayuaska para apenados para presos egressos de cima prisional uma coisa que vem acontecendo aí há mais de década há muito tempo tal então ao mesmo tempo então que a gente vê no no norte Global lá nos Estados Unidos uns primeiros estudos da galera falando que quem sabe pode ser positivo ter cerimônia eh tratamentos em grupo né então assim claro que é positivo ter esse coisa em grupo a galera tá fazendo aqui sei lá desde quando né mas daí a galera tá começando a levantar essa possibilidade dentro dos trâmites né
da da da ciência tal então eu acho que a gente tem muitos potenciais assim né Eu sou muito feliz né de ter aprendido com o pessoal aí que fez trabalho com população de rua de tá aprendendo com o Bruno que faz esse trabalho com ibogaína de aprender com o pessoal que faz trabalho com iboga aqui no Brasil também né Eh e eu acho que assim para mim é a gente pensar como que a gente pode desenvolver uma uma regulamentação né alguns norteadores na psicologia para que a gente possa potencializar o desenvolvimento de se nem ess
protocolos diretrizes práticas brasileiras né para que a gente não fique nesses protocolos algo muito em R de recdos mas que a gente pode ter possa ter o desenvolvimento dessas diversas práticas né Eh influenciadas embebidas por nossas tradições poros nossos saberes né compartilhados Eh em conjunto em aliança né com povos que a gente possa desenvolver eh práticas que todo mundo saia ganhando com isso né a gente tem muito potencial aqui e como é que a gente pode de fato aproveitar esse potencial né porque daí eu vejo assim eu fui assim lá por Abril desse ano eu
fui lá PR PR São Francisco e daí eu ganhei uma sessão de terapia assistida com cetamina foi muito boa foi maravilhoso assim o tratamento mas daí eu vi assim o psiquiatra lá usando pao Santo colocando umas músicas andinas né daí tinha um baralho com cartas de coisa chamanica que você tirava antes e daí tipo legal Não tô criticando ele mas T falando enquanto os psiquiatras lá estão se influenciando pegando várias características da daqui né dos povos daqui Ah eu vejo um monte de psiquiatra assim daí eu posso falar muito médico que tem vergonha do que
os outros caras da sua Corporação vão achar do que tá fazendo de ficar estritamente não temos que usar o protocolo do meps o protocolo de não sei o que lá não vai pegar mal senão não pode Vão achar que eu tô fazendo Sei lá o qu e tal né então como é que a gente pode quebrar essa nossa cara do nosso colonialismo né que a gente fica se vendo como o patinho fez e de fato consiga aproveitar o nosso potencial né para fazer as coisas entendeu eh Então acho que assim e daí no lugar do
do da Psicologia eu fico muito pensando assim né é isso como eu falei a gente não claro eh seguia o nosso código de éticas né os parâmetros éticos não não arriscar paciente né não não como eu falei fazer paciente de cobaia e tal a gente obviamente não prescreve substâncias né isso é uma coisa que não vai mudar mas a gente vai poder fazer muitas coisas tem um papel muito importante né como eu falei na na triagem Eu acho que isso é super importante a gente recebe casos que tá você vê na pesquisa tem ali quem
é borderline quem é bipolar não sei É né mas daí eu recebo paciente que às vezes o cara é eu tenho um paciente atualmente que ele é esquizo afetivo assim diagnosticado toma eh antipsicótico de depósito não deveria tomar psicodélicos né mas ele próprio produz os próprios psicodélicos há anos tem lá argia produz cogumelo então is como é que a gente vai cuidar lidar com casos como esse né claro na triagem ele não passa para poder tomar um Psicodélico mas vai um monte de centro chasqueiro porque dá para ver que não faz direito à triagem assim
né Eh mas a gente recebe por exemplo com a ibogaína pacientes que tão com problema com o uso de craque por exemplo e e é bipolar né E daí ele ó a o surto de mania que o Psicodélico pode disparar o quadro de mania eu conheço isso daí tudo bem at Mania a gente sabe manejar mas eu quero tomar o Psicodélico para poder lidar com a minha dependência né como é que a gente maneja esses graus de riscos como é que a gente constrói né esses parâmetros a gente vai construindo com sentimento frente aos riscos
né Sem arriscar o paciente tem então assim tem vários pontos que tá para além de um de um uma triagem muito crua simples a gente tem que avaliar eu acho que assim o psicólogo né a o trabalho que a gente faz isso de acompanhamento né do trabalho de escuta a gente consegue de fato ir construindo a partir das nuances ali que eu acho que isso a gente tem tem potencial muito grande eu acho que é muito importante para isso porque pra gente falar que a gente não vai ter aprovação ah a regulamentação vai poder psicólogos
vão poder trabalhar com os psicodélicos de tal forma vai ter que fazer tal curso não vai ter tipo de regulamentação né Eh mas ao mesmo tempo e assim até a psicoterapia não é algo privativo do psicólogo né Tem um monte de gente que faz um curso de psicanálise não tem eh até o cachorro se manifestou é tem é terapia com animais né tal eh mas mas assim não é privativa do psicólogo mas tem características da nossa formação do nosso olhar da nossa forma de trabalhar que são singulares e que podem contribuir muito né então assim
trabalhar com casos graves casos difíceis situações delicados ali que a gente poder construir eh né as possibilidades ali isso a gente tem um potencial muito grande né Eh e falar assim a partir do que eu já fiz né com pacientes é então orientação né Assim você não prescreve mas você Oriente chega o paciente fala tô com depressão vou começar a fazer microdose de sei lá o qu ó pelos dados que a gente a gente tem a microdose ela não vai ter esse efeito que você tá buscando Então você ajuda a pessoa a se informar a
se orientar para Que ela possa a fazer o uso dela ela possa encontrar o que ela tá buscando e não perigos e não problemas tal né Eh acompanhar o processo do paciente você não tá servindo às vezes ele vai tomar yasca num lugar vai ter uma experiência autônoma com cogumelo você ajuda ele a se preparar e às vezes se preparar é ajudar por exemplo a se informar sobre vai tomar com os unin Quem são os UNIC e como é que é essa experiência O que você espera porque assim você adentra uma cosmologia né quando você
participa de uma cerimonia assim e às vezes as pessoas não TM menor ideia do que que é ficam totalmente perdidas ou vão lidar com aquela coisa meio idílica né do o índio bom selvagem que tá trazendo o seu tesouro para me mostrar e é isso tá ainda muito distante ter uma relação de pessoa para pessoa né com com aquela outra pessoa indígena que tá ali trazendo o trabalho dela tal então acho que a gente pode contribuir de diversas formas né Já fiz por exemplo acomp acompanhamento terapêutico né então o paciente tá lá fazendo terapia comigo
e tá querendo tomar yasc ficar recaindo lá no uso de droga tá querendo tomar yasc mas tem vergonha eu não consegue não sei que lá já acompanhei paciente fui lá né junto com ele não eu não faço fioterapeuta não faço nada tô junto com ele para sustentar o processo dele né Eh do mesmo jeito como já acompanhei pacientes que em uso de craque entendeu como acompanhante terapêutico qual a diferença né desses usos aí né Eh e é isso acompanhamento pacientes também redução de danos o uso autônomo né uso em festas como ajudar os pacientes se
preparar ou lidar com problemas que podem vir depois tal e então acho que a gente tem potencial para fazer várias coisas acho que a gente já pode fazer várias coisas né mas ao mesmo tempo a gente precisa avançar com alguns Alguns parâmetros aí por exemplo seria muito importante a gente conseguir fazer sessões em grupo com com cogumelo sessões em grupo né com substâncias em que a gente possa acompanhar você não prescreve você não fornece a substância Mas você acompanha o processo prepara aquelas pessoas mas ainda é muito delicado a gente não consegue fazer esse tipo
de de de acompanhamento assim né Eh e eu acho que é isso né assim também só para fechar minha fala eu acho que a gente não se prender muito nessa coisa de das evidências né e de que daí tem que seguir fase um dois e TR porque as várias linhas de Psicologia a gente não tem não é assim que não foi formado desse jeito né a gente tem Várias escolas né que trabalham com psicoterapia terapia em grupo análise e etc como é que a gente consegue fomentar esse campo para daqui a 10 15 20 anos
a gente ter várias escolas de psicoterapias com psicodélicos não é uma brasileira tem as várias uma que surgiu lá no no norte outra no nordeste outra no sul influenciada por várias formas Então como é que a gente pode dar né assim possibilidade para essa riqueza toda brotar é assim terminou minha fala [Aplausos] [Música] pessoal Bom vamos lá né pela programação eh o horário previsto para encerrar às 13 horas nós não vamos nos estender muito mas eh vou repassar as perguntas que chegaram paraa mesa fazer né considerações finais eh tendo essas perguntas também como orientação eh
assim Parte dessas questões que chegaram pra mesa estão relacionadas com o que o Conselho Federal de Psicologia vai fazer com esse debate Então antes de passar as perguntas pra mesa né assim queria tranquilizá-los e tranquilizá-los que nós vamos ter um outro momento né para falar mais propriamente né do que que o Conselho Federal junto com os conselhos regionais de Psicologia pretende debater e pretende fazer a tomada de de decisões quanto a orientações uma coisa eu já posso dizer que o Conselho Federal não vai fazer eh e que Bruno já falou um pouco na na fala
dele né o Conselho Federal não tem papel de estabelecer protocolos eh para o o exercício profissional Qualquer que seja né é o conselho eh tem um papel de orientação ética essa orientação ética ela passa por uma discussão de métodos e técnicas porque é isso que é privativo da Psicologia o uso de métodos e técnicas reconhecidos referenciados à psicologia E isso tem uma conexão com o debate de formação e é aí que entra essa eh interlocução com quem tá fazendo pesquisa com quem tá produzindo referenciais eh no campo aí da produção de conhecimento eh mas assim
a nossa direção vai ser no caminho desse debate eh do que que a ética profissional da psicologia da Psicologia é bom enfatizar tem a dizer sobre esse campo dos usos terapêuticos de psicodélicos e de Mac não é só uma questão de psicoterapia tanto que nós temos a mesa de Marcos legais e políticas públicas como uma mesa conjuntural que veio antes dessas de psicoterapias e vamos ter em seguida amanhã uma mesa que vai falar de cultura e reparação então a gente entende que para falar de ética a gente não pode descontextualizar a ética né como se
fosse uma ética a apenas da aplicação técnica eh e da aplicação de métodos da Psicologia eh então vou passar aqui né as perguntas e aí eh a primeira delas foi direcionada para Sofie mas vou repassar pra mesa toda Eh quantas pessoas estão presentes na sessão além da psicóloga e psiquiatra já houve a necessidade de contenção de paciente então tô passando pra mesa toda entendendo que essa questão da multiprofissionalidade ela é uma questão para nós nesse congresso né E desde já agradecendo a presença né Eh de tofoli dizendo que esta medicina que chega até aqui pela
sua fala ela é muito bem-vinda né no diálogo sobre a psicoterapia E aí a seguir para consagração da easc pessoas que fazem tratamento para ansiedade e depressão são orientadas a pausar o uso de outros medicamentos prescritos Existe algum risco com isso Qual é o posicionamento do cfp e da Medicina quanto a isso já vou ler a outra em seguida não será o caminho e o momento de pautar a prescrição psicológica Crefito agora por esses dias regulamentou a prescrição de medicamentos por parte de fisioterapeutas não nos daria autonomia libertação da classe médica e da Visão capitalista
farmacológica exclusiva e nos possibilitaria trabalhar eh alinhados com saberes ancestrais com foco em psicoterapia assistida autonomia para criar protocolos e políticas eh alinhados com tudo que vem sendo debatido aqui nesse congresso Então essas duas questões elas tratam de prescrição né e do Papel dessas profissões prescritor e tem o questionamento sobre a prescrição por psicólogas e psicólogos eh assim a gente tem aquilo que o conselho regulamenta e a gente tem aquilo que só pode ser regulamentado por lei a questão da prescrição de medicamentos e a questão eh da psicoterapia eh ser regulamentada ou não é uma
questão legal isso passa por regulamentação por lei né então não é papel dos conselhos de Psicologia definir a p a psicoterapia como exclusividade da nossa profissão nós não temos esse poder nós temos o poder e o dever de fazer o debate né e é o que nós estamos fazendo eh assim como a questão da prescrição dos medicamentos então eh a pergunta né sobre o posicionamento do cfp sobre a prescrição de medicamentos eu vou passar mais especialmente para o toffoli na mesa porque isso neste momento atual né do da legislação brasileira né não nos cabe intervir
nessa questão da prescrição o que nos cabe né É fazer aquilo que diz respeito né Eh às questões da dos métodos e técnicas da Psicologia Então pessoal passando aí paraas considerações finais pode ser bom muito bem já estamos todo mundo com muita fome né vou ser bem breve Zinho aqui ó sobre prescrição pelos psicólogos eu Eu não me sinto competente para opinar porque eu realmente não não sei eu gostaria de ouvir dos psicólogos e psicólogas o que acham disso eh mas eu agradeço pela pessoa ter lembrar a questão do eu não sabia que fisioterapeuta tava
podendo prescrever provavelmente deve ser um conjunto específico de medicamentos né mas eu não tava sabendo então entra na lista que eu falei sobre a questão de pausar medicamentos para para aasc para antes do uso da iasca o que a gente tem na verdade é é interessante a gente considerar isso porque é uma espécie de eu chamaria de Lore científico que Lor quer dizer conhecimento Popular então é um conhecimento transmitido não oficialmente isso existe muito na verdade nas profissões da saúde e existe muito dentro da Medicina também uma espécie de de conhecimento informal que não tá
exatamente manualização artigo que saiu no século passado o único até agora falando sobre o risco de se acontecer uma síndrome serotoninérgica ao tomar eh aasc junto com antidepressivos que aumentam a serotonina né os inibidores de recaptação de serotonina e e e dentro dessa perspectiva a ideia seria assim ó simplesmente suspender e tem que esperar fazer a limpesa completa no né da no nível cérico desses medicamentos e no caso da fluxe em especial é um medicamento que o seu metabólito é é é ativo tá presente no soro por pelo menos uns 15 dias né então teria
que fazer uma pausa um achal que a gente chama de uns 15 dias e dos outros em torno de uma semana né Teoricamente mas na prática o que acontece na verdade é a suspensão por alguns dias da maior parte desses medicamentos com a floxetina um pouco mais enrolada e a gente sabe que tem um monte de gente tomando a yasc com os medicamentos também né acaba acontecendo aqui e ali Acho que não era uma coisa muito legal de rolar eu já vi uma uma reação adversa uma pessoa que vomitou muito porque tava tomando ser Alina
junto com a a Alasca Eu acho que o aconselhável seria fazer a suspensão por alguns dias antes e não combinar com floxetina Mas isso é Lore né eu tô falando da minha experiência prática que eu tenho como psiquiatra que durante muito tempo foi de um grupo AAS queiro ã eh mas a gente precisa de bastante estudo sobre isso agora o que eu acho também é que provavelmente não está gerando eh C serotoninérgica que é um fenômeno raro né ao ponto de gerar ã relatos para a para os órgãos competentes porque a gente não tem nenhum
caso relatado né ã mas falta a gente estudar mais esse esse assunto então o que eu tô falando é um pouco um é um é um chute embasado né um achismo de cientista então precisa tomar com um certo Cuidado que eu tô falando ã eh eu só queria complementar minha fala lembrando assim como eu falei para vocês né das pessoas que nos antecedem as pessoas que estão nos tão seguindo junto com a gente e que também de certa forma a gente ajuda a fazer a formação eu queria lembrar alguns eu queria eh lembrar do pessoal
do meu grupo de pesquisa dos grupos de pesquisa na verdade né do Icaro e que estuda psicodélicos e o leaps que estuda política de drogas eu sou muito grato de estar no rolê com essas pessoas né Eh eu queria lembrar o nome do luí Felipe Valêncio que é um estudioso de bioética dos psicodélicos então eu vou mencionar esses nomes também para quem sabe no tem incorporar convites para para conversar com essas pessoas hoje em dia virtualmente né então eu Ten o luí Felipe Valêncio que é um biólogo que estuda bioética dos psicodélicos tá fazendo doutorado
é meu orientando eu vou menar todos os orientandos meus tá vou assim bem galinhona assim com os os ovinhos ã um deles tá aqui né não preciso falar muito foi meu aluno de doutorado o Bruno teve a Ana Carolina Simão que estudou dentro de uma perspectiva junguiana pessoas que eh bebiam aoas que fazam psicoterapia e o que que elas relatavam desse fenômeno né de fazer as duas coisas teve o Rodolfo olivieri que é um psicanalista ã lacaniano acabou de de defender o mestrado publicou recentemente um artigo sobre a experiência psicodélica dos das dos argentinos né
da eh a clínica psicodélica Argentina que rolou no no Século XX e e também fala de outras coisas na na na na dissertação de Mestrado fala também de de foca Especialmente na experiência da miração e também do Daniel casaria que tá prestes a fazer qualificação assim que eu voltar de Brasília a qualificação dele que é um doutorado aonde ele entrevistou pessoas eh que tomaram o cogumelos pilo binos em uso autônomo eh dentro de uma perspectiva psicanalítica winicottiana para principalmente invocando e tentando entender o sentido da vida né né então é muito bom estar no rolê
com essas pessoas e as que eu não mencionei também viu Obrigado eh eu vou começar respondendo a pergunta na na primeira fase do estudo como existiam outras medidas não era apenas a pesquisa clínica também tinha coleta de eg e coleta de existia outra equipe que ficava na sala toda essa equipe era introduzida antes no momento de preparo Então as pessoas sabiam que em algum momento iria entrar uma enfermeira que teria aí Ao começo da sessão uma coleta de eg né daquela touca do eletroencefalograma então a princípio teriam mais profissionais na sala mas quando a gente
chegou para a pesquisa clínica com pacientes era psicólogo psiquiatra com a possibilidade de algum residente de psiquiatria assistir a ou algum IC da Psicologia mas antes o paciente tinha que dizer se ele estava de acordo com isso né então a gente tentava minimizar ao máximo a presença de outras pessoas na sala esse é um ponto e o outro sobre a contenção a gente não não realizava acho que tem uma orientação que é não interromper a experiência poder acolher e poder desde a sessão do preparo sugerir práticas que a pessoa pode se sentir mais segura então
de uma forma geral a gente orientava que se tivesse muito intenso a pessoa Poderia abrir os olhos os efeitos visuais também são percebidos de olhos abertos mas costuma ser com menor intensidade então a gente orientava se tiver muito intenso abre os olhos a gente também orientava sobre técnicas de respiração diafragmática então respiração ela essa Âncora interna que permite que a gente se regule a partir de se conectar com o nosso corpo nossa respiração também tinha orientação para isso e também pedir ajuda então a pessoa poderia se manifestar e esses acordos eram combinados antes como que
a gente pode te ajudar nessa situação Às vezes o combinado era eu vou olhar para você e você pode fazer um toque leve no meu braço né E esse toque era realmente na mão ou no braço esse era um dos acordos também e a intensidade dos efeitos da da admt eles tendem uma introspecção né então dificilmente a pessoa vai se levantar começar a falar a tendência é ficar mesmo de olhinho fechado quietinho mas como experiência psicodélica é uma experiência de corpo não dá para desconsiderar o corpo nessas experiências O que poderia acontecer seria enquanto pessoas
que estão ali na posição de cuidado a gente dá algum suporte caso a pessoa se mobilizasse então evitar que a pessoa caia evitar que a pessoa se machuque enfim não era comum mas essa eram nossas orientações e a gente sempre conversava sobre tudo isso com a pessoa antes para ver até que ponto seria confortável e como que a gente podia individualizar esse cuidado tá acho que respondidas perguntas Acho que mais uma vez agradecer e foi muito interessante porque quando a gente soube dessa mesa a gente entrou em contato um com o outro e pensou gente
o tema dessa mesa dá para ser um congresso todinho assim é muito é muito amplo é muito vasto e também Existem muitos incômodos acho que ficou muito Claro na fala de cada um aqui como a gente tem incômodo como a gente quer aí tá discutindo essas coisas a esse nível Então acho que a gratidão também parte daí né a gente comp partilhou esse não acolhimento dos nossos interesses dentro da graduação mas hoje a gente tá aqui e a gente tá aqui podendo conversar com tanta gente interessada num evento que também tá transmitido online no Conselho
Federal de Psicologia em Brasília então assim isso é é inefável né Acho que não tenho outra palavra mas um sentimento muito bom um sentimento de que massa que isso tá acontecendo que massa que a gente pode estar aqui que massa que eu como nordestina posso estar aqui também né porque não é fácil vir para cá gente não é fácil mesmo mas que legal e que a gente pode criar essas Pontes então eu quero fechar com isso que me colocando na disponibilidade Quem quiser falar comigo quem quiser trocar ideia Enfim estamos aí Estamos nas redes também
E é isso que venham mais momentos assim e agradeço muito eh bem acho que ressoa bastante em mim essa essa sensação de gratidão e essa pergunta né do que que a gente vai fazer com os nossos incômodos como que a gente pode se articular criar nossas redes para olhar para esses incômodos e para criar manas de de colocar isso pra frente né Eh já tem mais de uma década que eu me debruço sobre esse tema e me sinto muito muito emocionada de estar aqui né Eh eu morei passei minha adolescência aqui em Brasília e a
última vez que eu vim aqui foi há 15 anos atrás quando eu tava prestes a fazer o vestibular e foi aqui que eu comecei a ouvir rock progressivo então voltar aqui 15 anos depois nesse lugar é tipo grata me sinto muito muito grata mesmo e eh considerando todas essas falas tudo que foi trazido aqui sinto que a gente tem um grande desafio pela frente né Eh tudo que a gente vem construindo é muito importante mas da gente pensar o que que a psicologia tem a desaprender né pra gente seguir em frente o que que é
o que que a gente precisa desprogramar né talvez muito mais do que aprender ou trazer ir mais e mais e mais é é repensar O que que a gente precisa desmontar e desarmar nos nossos condicionamentos para poder ser profissionais cada vez mais humanizados e mais pertencentes à comunidade né porque num contexto em que o individualismo é tão pregado e muitas vezes a psicologia é vista como individualista né a olhar pro eu e processar os seus conteúdos e as suas histórias a sua biografia Então como que essa dimensão transpessoal coletiva é uma ferramenta fundamental pra gente
avançar muito [Aplausos] obrigada E queria agradecer foi um prazer est aqui tô adorando e e só um comentário sobre a coisa de prescrição eu acho que em vez da gente querer a gente pegar esse poder de prescrição na mão a gente tem que aumentar o acesso das pessoas e a informação na verdade tirar da mão de quem tem esse poder que vai querer com isso [Aplausos] entendeu E é isso valeu pessoal bom Eh estamos encerrando com 30 minutinhos de atraso então Eh já avisando a quem tá aqui presente quem vai acompanhar depois online a gente
deve começar às 15 hor e não Às 14:30 né porque precisa ter deslocamento aqui para fazer as refeições então pedimos a compreensão de quem assiste online né de que as pessoas que estão aqui presentes precisam ter tempo para se alimentar iniciamos às 15 horas obrigada até mais