Bem, amigos do Quinto Elemento, estamos de volta em Lisboa. Primeiro, como sempre, muito obrigado pelos comentários. Já disse que a gente lê todos os comentários que vocês escrevem. E como sempre eu digo, não somos dono da verdade e procuramos buscar a verdade e conhecer mais. Por isso, os comentários de vocês são sempre muito relevantes, até pra gente pensar e refletir também sobre esse problemão que virou a geeconomia. Dessa vez estamos no Parque do Príncipe Real. Isso aqui é um lugar espetacular. Hoje está um dia absolutamente fantástico em Lisboa. Um dia de sol, temperatura agradável em
torno de 14, 15º, um ventinho típico da capital Luis Boeta, que dá esse friozinho que não adianta, eu passo frio, mas pelo menos desta vez a produção não me meteu numa roubada. Mentira, meteu sim, porque eles marcaram de manhã e furaram. Fui salvo aqui pelo Jake. Obrigado Jake. Obrigado aí pela por ter vindo, porque se fosse pela produção, né, além da preguice de cenário, que graças a Deus eles não escolheram, eu não teria programa, mas graças a Deus fomos salvos pelos nossos amigos aqui. Então vamos falar agora do que interessa, meu caro, geoeconomia. Pois bem
meu caro, o chinês sentiu o BAC chinês, mas será que foi por causa do homem mais perigoso do Ocidente? Aliás, quem você acha que é o cara mais perigoso do Ocidente? Eu não tô falando do ladrão, que ladrão a gente sabe, tô falando mais perigoso. A verdade é que tá sendo construído agora novas estruturas de mercado. Eu vou começar comentando com vocês uma notícia do Financial Times, que teve agora recentemente um family officer de Dubai, que basicamente eles compraram as Malvinas, meu caro. Basicamente investiram 8 bilhões de dólares para montar uma cadeia de blockchain e
ativos digitais. Exatamente isso. Quer dizer, qual é a ideia do cara? Primeiro eles viram um arquipélago lá nas Maldivas, um um arquipélago que é oceano Índico e os caras estão cheios de problemas financeiros porque fizeram dívida, como sempre, né? A famosa dívida perpétua, uma crise de dívida e precisava de investimento. Esse family officer foi lá e meteu uma grana grande para dentro das maldivas, basicamente conquistando a soberania deles. Mas para fazer o quê? um grande centro financeiro. Pois é, é assim que também os países perdem a sua soberania, meu caro. Mas de qualquer maneira, o
que importa é que o investimento feito pelo pelo Family Officer foi planejado, na verdade foi um cara chamado MBS Global Investments, que basicamente nos últimos 5 anos, né, vão fazer o investimento que vai exceder nos próximos 5 anos o PIB das Maldivas, que é em torno de 7 bilhões de dólares e tem oito de investimento. É dinheiro. O ministro das finanças, queosa zammer lá das Maldivas, óbvio, disse que o país precisa dar um salto para diversificar, além do turismo, que dizem que é maravilhoso, eu nunca fui, não sei se você foi. Se você foi, comenta
aqui, porque eu não conheço. E da pesca, tá? Mas afinal, quem é o MBS e por isso é importante pra gente? Vamos lá. Os caros administram ativos, né, dinheiro de terceiros da de famílias no valor da ordem de 14 bilhões de dólares. É um é um fundo é um family officer super rico de um catariano chamado Sheik naf bin Altani. A garoto, foi uma compra de jurisdição. Foi isso que o cara fez. Para quê? Para criar uma própria rede digital de blockchain e de moedas. Qual o objetivo dele? fugir. Você que já viu o nosso
último programa da tecnopolaridade, é uma rede paralela, privada, com apoio de um país soberano para sair do sistema de controle monetário digital, por exemplo, que querem enfiar aqui na Europa, tipo Eurodigital, o DREX no Brasil, mas que envolve também a China e o Vale do Silício. Ou seja, meu caro, as pessoas com grana já perceberam a necessidade de fugir do controle e da vigilância digital, principalmente o que virá com a inteligência artificial. O centro financeiro internacional das Maldivas, meu caro, será um centro de 830.000 m² com uma capacidade para receber 6.500 pessoas. É coisa, meu
caro. E gerar emprego para 16.000 pessoas na capital chamada Malé. é uma zona franca financeira para blockchain, ativos digitais, moedas digitais para atuar globalmente, cujo objetivo será triplicar o PIB das Maldivas, o Senegal, em 4 anos e gerar uma receita eh bastante robusta de bem mais de 1 bilhão de dólares, né, por ano, aproximadamente, segundo o plano lá que os caras conversaram e anunciaram. Mas o que importa mesmo do ponto de vista da geoeconomia é exatamente que esse investimento busca criar uma grande estrutura digital paralela ao sistema monetário que existe hoje, fugindo da China, fugindo
do Swift, que é o o sistema europeu americano, fugindo e e eventualmente inclusive de outros controles, inclusive de moedas digitais. O que acontece agora é que eles escolheram Maldiva exatamente porque em dezembro último a Mudes olhou para as Maldivas e disse que países e havia uma pressão de liquidez externa muito grande lá e que as obrigações eh que eles têm de dívida eram substanciais e provavelmente os caras não iam pagar. Basicamente eles deviam dinheiro pra China eh desculpa, pra Índia. Eh eu tô confundido China e Índia direto, né? Desde do último programa você percebeu que
existe um problema comigo entre a China e a Índia, né? Mas eu vou resolver isso. Mas existe uma uma gana que eles devem do famoso títulos lá que é o Susuk, que é uma ordem de quase 500 milhões de dólares em dívida e outras obrigações financeiras que também devem aos países islâmicos, que são os donos desse Susuk, não é verdade? Tá? Então, o Zameria reconheceu esse papel que a Índia e a China aí sim desempenharam como parceiros do desenvolvimento lá das Maldivas, mas que de qualquer maneira nesse momento faria com que houvesse um grande defô
desse título. E aí o que acontece? Esse filme office olhou isso, percebeu a possibilidade de entrar num território, criar uma estrutura para competir no seu sistema monetário e ao mesmo tempo se proteger, se esconder, utilizar da soberania daquele país de acordos internacionais já eh realizados. Mas veja, tem mais coisa por trás disso, porque as vantagens, no caso do arquipélago, óbvio, que os caras lá têm estabilidade política, tem uma região de excelente conectividade dos cabos, proximidade com os grandes mercados, como da Índia, Índia mesmo, tá? E país do Golf. Só que a grande maioria dos empresários,
por exemplo, perceberam que vai ser que não vai ser fácil eh naturalmente trivial, por exemplo, para que Malé se torne esse grande centro financeiro regional, principalmente por causa da concorrência de outros centros. Mas o que importa por trás disso é que se não é tão fácil assim competir com outros centros financeiros, tipo as ilhas Maurícius e Dubai, por que então os grandes fundos estão realmente tentando fugir eh ou criar um novo centro financeiro pelos três motivos que a gente falou: fugir da tecnopolaridade, fugir das regras de compliance, da imobilidade do capital, do controle jurídico do
capital que tá sendo feito desse através do sistema de compliance e fugir do que a gente chama do tecno cesarismo. E aí, meu caro, houve o que aconteceu. A Palantir fez um acordo com uma empresa chamada Exai. Basicamente era para acelerar a IA aonde? Investimentos financeiros. A XAI, na verdade, ela fez uma parceria com a Palentir. E a ideia desses caras é impulsionar a adoção da inteligência artificial por acaso, né? Nada mais do que por acaso no setor de serviços financeiros, tá? Qual é o motivo deles? Foco de soluções orientadas para inteligência artificial para empresas.
Aham. O que que você tá revelando? Na verdade, controle, meu caro. Essa foi uma parceria que foi anunciada agora no dia 6 de maio com a colaboração, né, inclusive de um outro fundo chamado TWG Global. E esses caras querem implementar exatamente inteligência artificial nada mais nada menos do que dentro do setor financeiro, com o argumento de que vai gerar eficiência operacional. Na verdade, não estamos falando disso. Estamos falando de usar as empresas como agentes modulares dessa inteligência artificial, adaptando as necessidades eh de negócios a uma grande rede de controle, monitoramento. Isso é o ponto mais
importante. Esses caras vão usar uma integração de inteligência artificial que a gente chama no nível C Suite, tá? que basicamente eh conecta empresas e que depois vão conseguir juntar esses caras numa grande análise de todas as operações financeiras deles, ou seja, dados, incluir dados, dados financeiros no livro da famosa República Tecnocrática. E por isso que essa matéria é muito importante, tanto a primeira matéria das Maldivas quanto essa parceria da Palantir. Porque o que os caras estão fazendo é exatamente tentando fugir da política monetária liberal, criando uma estrutura técnico polar, mas também no caso da Palantir
montando esse tecnocesarismo. Nós já alertamos sobre o risco da tecnocracia e na verdade esse é o sistema que é o maior perigo pro Ocidente. Se hoje você acha que o XPing representa um perigo enorme pro mundo, a realidade, meu caro, é que o CEO da Palantir, Alex Carp é, sem dúvida alguma, o homem mais perigoso do ocidente. É um cara simpático, né? Cara de maluco, cita Santo Agostinho, fala de Niets, né? faz digressões poéticas, posturas filosóficas, mas ele existe uma, ele vende a uma verdade muito simples. Por trás da das ações dele há um único
objetivo. O CARP está construindo um sistema operacional de uma guerra perpétua. Do mesmo jeito que o sistema monetário foi criado, a partir das dívidas perpétuas, ele tá traçando o projeto para um novo tipo de tecno autoritarismo, onde a inteligência artificial, meu amigo, não apenas observa o campo de batalha, ela vai se tornar o maior campo de batalha. O principal produto da Palantir, que é o AIP, já está incorporado em diversas operações militares dos Estados Unidos. Esse cara, meu amigo, esse produto auxilia na aquisição de alvos, logística do campo de batalha, coordenação, atenção, coordenação de drones,
policiamento preditivo, se lembra do Minority Report? Pois é. E fusão de dados em uma escala que faria a agência de segurança nacional, que é NSI corar de vergonha. Esses caras estão captando dados e controlando o e criando o que nós chamamos de supremacia algoritma. É uma guerra. Uma guerra por máquina, guiada por código, vendida como uma marca patriótica, mas no final é controle puro e simples. Eles estão usando todos os aspectos da tecnologia como arma. E é claro que fundos como o MBS percebem isso e estão olhando com preocupação. As empresas americanas, por sua vez,
estão comprando essas soluções. Citbank, BP, AIG, Herz. Todos esses caras já usam o produto da Palaner. A linha entre o que é aplicação militar e aplicação civil simplesmente, meu caro, desapareceu. A tecnologia hoje de vigilância, ela tá monitorando clientes, funcionários e agora cidadãos. O Carp, ele não quer apenas alimentar o Pentágono, ele quer que a Palantir atue em escolas, hospitais, bancos e nos tribunais, no judiciário. E é por isso que se torna um cara tão perigoso, porque não é apenas uma uma tecnologia que a gente tá implementando, é um sistema de crenças. A fala do
Carp é basicamente dizer, vamos transformar sistemas, abre aspas, reconstruir instituições, como se ele fosse Moisés, meu caro, no topo da montanha, implementando novos mandamentos. Mas por trás desse tom dele, por trás desse tom messiânico, profético, existe algo que é muito mais assustador, que é a convicção de que a resistência democrática, ou seja, a vontade popular, a sua vontade é uma deliberação confusa que eh depende da sua moral e essa moral tem que ser contornada. Ele não está vendendo, meu caro, ferramentas tecnológicas de otimização. Ele está vendendo inevitabilidade de um futuro, de um mundo. Assim eh
como tantos outros filósofos, tá? Governados pela I. Esqueci até o nome daquele careca lá que eu já falei várias vezes no G economia, eh, Yuri Harari, que também vende a mesma inevitabilidade. O Carp, ele não esconde a sua posição política. Ele é totalmente pró-militar, antiransparência e abertamente, abertamente, meu caro, ele debocha sensibilidade do vale do silício em relação às a questões morais, inclusive teológicas, inclusive da base da moral cristã. Então, enquanto outros CEOs naturalmente falam sobre ética, performance, cartas abertas, o CARP diz claramente quando ele eh gere a Palantir, estamos travando uma guerra contra a
ineficiência, contra a burocracia. Até aí eu tô dentro, né? Até aí a gente tá junto. Os inimigos estrangeiros estamos dentro. E os inimigos nacionais, opa, atuar. Ou seja, ele ridiculariza a ideia de que a tecnologia deva ser restringida por determinados valores morais ou por uma hesitação ética. Pro Carp, a bússola moral é obsoleta. Inclusive, os valores cristãos não são os valores, mas a própria ideia de moral para ele não faz sentido. O que importa na cabeça do Carp é a eficiência, a disrupção, a dominação e a implementação. Guarde isso, meu caro. Guarde, porque é exatamente
isso que tá sendo montado nessa república tecnocrática. Ele não quer apenas auxiliar o poder, ele quer otimizar o poder, transformá-lo em arma e automatizá-lo, gerando um campo de batalha permanente na inteligência artificial. Não se trata de um presidente buscando equilíbrio. Trata-se de um homem forjando a camada de um software, de um estado de vigilância e chamando-a de libertação. Esses caras representam dentro dos Estados Unidos um dos maiores riscos à democracia e liberdade humana. O software para ele não resolve problemas apenas. O software decide quais problemas vale a pena resolver e você pode ser um problema
para ser resolvido. Imagina. E isso é importante, meu amigo, porque de certa forma existe um grupo dentro do ocidente que está se voltando cada vez mais para vigilância, velocidade e controle simulado, assim como os tecnocratas chineses. E os seus sistemas oferecem os três pontos ao mesmo tempo. E eu vou dizer, não é que o Mark Zuckerberg seja santo ou Elon Musk também. De certa maneira, esses caras também fazem isso, mas pelo menos eles fingem fingem vender bens sociais. O Carp não, ele de certa forma diretamente se orgulha de que o seu software finance ataques, comísseis,
ataques eh eh usando vigilância preditiva, inclusive redes de arrasto. E ele chama isso de progresso e eficiência. Ou seja, meu caro, a tecnocracia está vindo gerida por umas novas empresas. E a Palantir não é apenas uma empresa de tecnologia, mas é uma das empresas de defesa mais valorizadas da história dos Estados Unidos. Esses caras estão negociando hoje a 200 vezes o lucro projetado. E o Wall Street hoje ama o Alex Carp, o Washington ama esse cara e o Pentágono ama ainda mais. Ele é um braço do que nós podemos dizer que virou exatamente o complexo
industrial eh militar americano. Então, esses caras estão usando a tecnologia da informação para transformar dados e até mesmo dados e satélite, inteligência de ataque instantâneo e de controle. Mas não é só macro, é no nosso dia a dia. Nós somos monitorados o tempo integral nessa captura de dados. E é através dessa logística tecnológica imperial que tá sendo montado essa nova república tecnológica. é a rotina, né, que ele finge ser o filósofo guerreiro no final para impressionar alguns investidores e falar da defesa de segurança nacional. Mas o que realmente deveria ficar de saldo disso é aquilo
deveria nos preocupar, porque o CARP está vendendo um futuro em que as guerras não vão precisar de apoio público, não vão precisar, porque vai ser uma determinação da inteligência artificial como uma melhor solução a ser tomada. Ele tá vendendo um futuro onde toda a nossa base moral é terceirizada. por um código de programação e a cada interação humana se torna um ponto de dados a ser processado, pontuado e utilizado. Se lá o o nosso querido amigo avisou sobre o Big Brother, o Carp está construindo exatamente aquela sala de controle que tá lá. Isso é que
tem por trás da República Tecnológica. Agora, claro que você pode achar que é apenas uma mera afetação de um maluco preparando um caminho pro futuro, onde a dissidência é uma falha, onde a ambiguidade é uma falha e o ser humano é apenas um problema, né, ou mais uma ineficiência a ser resolvida ou eliminada. Parece um papo muito futurístico e muito maluco, mas a visão dele é exatamente essa. A inteligência artificial como consciência, consciência total, tomada de decisões preventivas, militarização imperturbável de todas as instituições, é, em muitos aspectos, meu caro, algo verdadeiramente aterrorizante. E isso tá
tá sendo tá sendo visto, medido, não por uma análise filosófica, tá? mas com uma análise específica até por causa da reação dos mercados, inclusive do MBS, e olhar e falar assim: "Cara, eu quero construir minha própria rede porque eu não quero ficar sobre o domínio dessa república eh tecnológica, então a e tecnocrática de alguma forma, aliás, de alguma forma não, de forma total, tá? E é exatamente isso que tem acontecido. Por isso, meu caro, através dessas administrações de sistemas que têm sido feito, através desse domínio tecnológico, através das políticas liberais e neoliberais que acabaram com
ocidente, levaram o sistema monetário internacional no estádio que está, é, que está acontecendo o empobrecimento programado. Esse empobrecimento pagado, ele não é à toa. Ele é um efeito direto nos últimos anos, desde 1970 para cá, quando acabou o Breton Woods e nós começamos a ter todo o problema da liberação da base do sistema monetário. Esse empobrecimento programado resulta diretamente num dos efeitos mais perversos do Ocidente, que é a proletarização da classe média. Veja esse gráfico aqui abaixo. Veja o que aconteceu. Pela primeira vez, os um, o equivalente a 1% dos mais ricos do mundo ultrapassaram
toda a riqueza da classe média. Isso significa que está havendo uma proletarização, um achatamento e uma aumento, não da desigualdade, mas da distância mesmo de classes, da mobilidade de classe e onde esses caras vão cada vez mais formar oligopólios e dominar o mundo. E aqui embaixo, esses caras aqui que nós fazemos parte, seremos administrados em prol de uma economia planejada, baseada num sistema monetário baseado em energia e que a promessa será de abundância tecnológica. Mas o resultado é que a sua escolha será morta, assim como a sua liberdade. Enfim, existe uma nova era de uns
sistemas econômicos. Então, o fim desse sistema monetário produzido pelo liberalismo, que gerou a proletização da classe média é o grande responsável, sem dúvida nenhuma, pelo não o fim dele, mas ele, né, pelo empobrecimento dessa classe média. Só que a inevitabilidade desse fim é evidente, porque não se consegue mais seguir economicamente falando com esse sistema monetário e com essas dívidas, com as dívidas perpétuas. Aí, meu caro, o que está sendo proposto como modelo alternativo são modelos tecnocratas de domínio, seja pelos americanos, seja pelos chineses. E essa é a grande questão, porque o liberalismo se exauriu, só
que a tecnocracia ou modelo parcial chinês, de fato, não são eh substitutos equivalentes dessa nova ordem. A realidade, até o Financial Times reconheceu: "A velha ordem está morta, a China e outros países deverão repensar a questão." Mart escreveu isso recentemente eh num artigo. Ele é o grande profeta neoliberal, defensor disso no eh no Financial Times. E ele cita inclusive um relatório do World Economic Outlook do FMI que fala muito claramente que a China e os países criedores europeus, principalmente a Alemanha, já começaram e sempre registraram, na verdade, né, superábit persistentes, eh, na sua balança de
conta corrente, enquanto historicamente os Estados Unidos registraram déficites compensatórios. Ou seja, até mesmo o Mar R começa a a confessar que o resultado disso é uma posição líquida de investimento internacional que é muito pequena dos Estados Unidos, faça a sua produção total. Em números, isso tá em torno de 20, 24%. Então, como os Estados Unidos registraram déficits comerciais e em conta corrente durante muito tempo, eles também acabaram tendo tendo uma vantagem competitiva na área de serviços. Registraram também grandes déficits na sua área industrial. E daí vem todo esse esse problema da desindustrialização, desindustrialização que está
sendo combatida pelo Trump. Essa turminha do livre mercado vira e manda aquela famosa frase, né, de criança na quinta série. Mas e daí? Porque eles são apaixonados pelo livre mercado. É um fetiche, né? O cara tem a mulher e vê o livre mercado, ele vai para cima do livre mercado. O cara tem um fetiche com livre mercado. Só que isso fez com que os Estados Unidos vivessem além das suas possibilidades durante décadas. E isso hoje é insustentável. Já falamos isso diversas meses aqui no G economia. Então, ah, é impossível hoje pagar as dívidas americanas. Também
é impossível forçar o cara a pagar as dívidas em função de ser a maior força militar. Então, na prática, nós vemos um modelo que é absolutamente sustentável e nós temos apenas duas outras opções. Só que existem maneiras elegantes, meu amigo, de entrar em defô, de não pagar a conta. Uma delas é inflação, outra delas depreciação, outra delas falência. E a mais importante, repressão financeira. E é exatamente isso que tá sendo construído, a imobilidade do capital. Você não consegue mais movimentar o seu dinheiro, nem tirar o seu dinheiro do banco. Você vai tirar 5.000€ 3.000€ aqui
na Europa. Você tem que explicar pro banco o que você vai fazer com o seu dinheiro. Olha só que coisa, não é verdade? Mas isso não é só aqui. Isso, aliás é no mundo todo do Ocidente, principalmente eh nos grandes bancos que já estiveram em crises financeiras, Brasil, Estados Unidos, eh outros países da Europa, América Latina em geral, entende? Agora, quando você olha tudo eh o que aconteceu, principalmente dos déficos, começa a entender porque os estrangeiros acabaram montando um grande superáit, eh uma grande poupança internacional em relação ao sistema monetário. E é exatamente isso que
chegou um momento em que não tem outra solução. ou você refunda o sistema, esse sistema que foi feito pós-guerra notadamente, inclusive o próprio Ken também já dizia isso, né, que esse sistema que existe hoje de sistema macroeconômico está intrinsecamente ligado a ao sistema de trade comercial e internacional. E é por isso que o sistema monetário internacional não pode ser entendido sem o sistema comercial entre países, sem os acordos entre países comerciais e vice-versa. Ou seja, você não vai compreender a política comercial de um país sem compreender o sistema monetário internacional. Então você começa a entender
a interligação desses temas. E por isso que o Trump hoje tem atacado as tarifas dessa maneira, porque o problema dele não é apenas o sistema eh de tarifas ou de balanceamento de conta corrente, mas é o próprio sistema monetário criado em 71 no início, através de superáos que depois se deterioraram. Exatamente. Essa detoração levou ao fim da paridade cambial lá atrás e essa generalização da taxa flutuante, do dinheiro flutuando com esse sistema inventado pelos bancos para empobrecer as pessoas, a tal da meta de inflação. Sabe o que significa, meu amigo? Que significa que todo ano
o Banco Central vê quanto que ele acha que você tem que empobrecer, ou seja, os perderem poder de compra. É isso que tem atrás o sistema de metas de inflação, que apenas privilegia e deixa os bancos mais ricos através de um sistema monetário extremamente perverso e que só serviu para empobrecer as classes médias e os povos no mundo. Os neoliberais, meu amigo, planejaram a destruição da classe média mundial e a construção de oligopólios e agora estão tentando manter essa política que gerou esse resultado para você, fingindo que está atendendo as demandas da população. Existe uma
nova moda que é a famosa assim: "Estamos polarizando demais, precisamos agora de uma terceira via". é o famoso isentão, o ponderado. O Vanes Tables resumiu da seguinte maneira a pergunta: "É possível ser liberal em substância e populista em estilo?" Frase deles, meu caro. Ou seja, eles querem usar o método do Trump para falar com o povo, mas para vender o mesmo programa desde 1971, que gerou o empobrecimento de toda uma classe trabalhadora, que simplesmente faz com que um trabalhador médio tenha que pagar, por exemplo, aqui na Europa a um em torno de 60 70% de
imposto do seu salário. É isso que esses caras querem. Mas não é só aqui no Brasil, também já existe um movimento terceira via feito, por exemplo, pelo Michel Temer. A realidade, meu caro, é que do ponto de vista econômico, nós temos três opções. Ou nós voltamos para a política de desenvolvimento nacional, que é o sistema de economia política do LIT, ou voltamos para o neoliberalismo, que gerou esse problema todo, ou então se vai para a tecnocracia planejada e totalitária, que é o sistema chinês. Que tal? e que hoje está sendo construído em forma análoga atenção
para alguns caras do Vale do Silício da República Tecnológica. Manter o sistema neoliberal é impossível, porque exatamente ele que levou a todos os problemas que nós temos. E de certa maneira, entenda, a China também não quer entrar nessa confusão, porque ela não será, atenção, eh, a fornecedora de bens públicos nem quer ser o grande provedor de de liquidez internacional. Simplesmente hoje, inclusive no modelo dela que ela está atuando, é uma economia de transição, porque esse modelo, inclusive, dela é insustentável se não tiver alguém pagando a conta. Ela depende de exportação e como ela não quer
ser fornecedora de bens públicos mundiais, nem a fornecedora de financiamento global, que é o que os Estados Unidos são hoje, qual o papel que ela quer fazer? Uma fase de transição. Qual seria o sistema estável? Então, para que ela aponta? Ela não quer manter esse modelo? Não, meu amigo. A fase final dela é a economia tecnocrática, a economia planejada e controlada de um sistema monetário baseado em preço que vai deixar de existir para um sistema baseado em energia. Ou seja, ela entendeu que ela precisa construir portos, infraestrutura e commodities para poder fazer essa transição. A
China, meu caro, por outro lado, sentiu essa pancada do Trump. Ela sentiu, ela tem medo da volta do sistema de eh de economia política de Frederich List. E esse é o conflito real, econômico, que nós estamos vivendo. Liberais empurrando o mundo como um modelo de transição para uma tecnocracia energética que vai prometer abundância para as pessoas, mas vai entregar o totalitarismo, vai entregar o crédito, o controle de crédito social, vai entregar a imobilidade do capital. Por isso que eu digo, não acreditem propagandistas, os chineses sofreram muito com os últimos, as últimas questões tarifárias. Dados o
governo chinês, por exemplo, divulgados na última sexta-feira, você tem uma visão do tamanho do problema. Mostraram o desenrolar dessa guerra comercial. Veja, foi tão pancada, meu caro, que ela já está reordenando o fluxo de mercadorias ao redor do mundo. As exportações, os produtos que a China vendia para os Estados Unidos, realmente até aumentaram no mês passado. Aí alguns vão dizer: "Ah, então não aconteceu nada". Realmente, eh, as tarifas não impactaram. Por quê? porque ela foi impulsionada pelo comércio com outros países do Sudeste asiático, mas mesmo com as tarifas do presidente Trump sobre os produtos chineses.
Mas a história, lamentavelmente, para a China não é essa. O que aconteceu foi que houve uma forte desaceleração realmente das remessas de produtos dos da China pros Estados Unidos. Só que aí ela vendeu, empurrou isso pros países eh do sul global e as importações diminuíram porque ela não tem economia interna. Meu caro, os números comerciais divulgados na sexta-feira refletiram a atividade de abril no mercado chinês e você vê claramente as tensões que existem não só entre Estados Unidos e China, mas que elas escalaram muito, mas muito mais rapidamente do que o esperado no aspecto econômico.
Por isso que o Chine sentou com Trump agora na Suíça e a gente vai falar disso já já. Mas os resultados disso, por exemplo, dessas remessas, dessas importações, caíram 22% comparada com o mesmo período do ano anterior. Sabe o que quer dizer? Que a China perdeu 20% do seu mercado do maior comprador do mundo, o maior consumidor do mundo, e empurrou para o Sudeste asiático, que são países bem mais pobres. Como é que ele faz isso? redução de preço e desindustrialização desses países. Ou seja, apesar das exportações da China terem aparentemente subido em 8%, você
vai ver que ela teve um impacto de preço e financeiro brutal, tá? E se essa tendência continuar sendo observada, o que vai acontecer é que as fábricas chinesas que já estão correndo para embarcar mercadorias, né, e já estavam antes da tarifa do TAMP, com medo do aumento das guerras eh comerciais, elas vão se agravar. Muitas das mercadorias que saíram dos portos chineses acabaram em alguns países que também são exportadores e acabaram indo para aquela associação das nações do sidest asiático, que é a famosa azeã. Então, os produtores nacionais chineses, na sua grande maioria, interromperam a
maior parte da sua produção para o mercado dos Estados Unidos. E estão fazendo o quê? Eles então pegam os seus produtos e direcionam, redirecionam para países da AEAN, porque é onde eles montaram algumas fábricas ou tem alguns pontos de reparação ou apenas aquele selinho de qualidade para dizer que finalmente tá vendendo eh aquele produto foi feito em outro lugar. Então, a realidade que os 10 países que fazem parte dessa nação do Sudeste asiático receberam todo o fluxo de mercadorias que já estavam prontas portas chineses, mas que não puderam ir para os Estados Unidos porque seriam
basicamente eh eh tarifados. E por que a China não conseguiu vender isso internamente? A China já está amassada, meu caro, pela crise do mercado imobiliário. Ela nem uma dificuldade enorme de aumentar a sua economia interna. Só resta ela desindustrializar e canibalizar outras indústrias. A crise imobiliária, meu caro, se espalhou na China e tem se espalhado pro restante da economia. Já chegou em bancos, já deixou os governos atolados, eh, os governos locais chineses atolados em dívida e os jovens chineses já têm enfrentado dificuldade passando o sufoco, que os jovens europeus também tá passando, menos opção de
emprego e dificuldade em adquirir imóveis. Os dados de abril que eu comentei para vocês dão exatamente esse quadro para que a gente você possa entender o que está acontecendo nas políticas em Pequim. Ou seja, meu caro, Pequim quer que as pessoas gastem, mas não sabe como. O secretário do tesouro dos Estados Unidos, que é o Scott Bens e o Jameson Greiller, que é o representante comercial dos Estados Unidos, se encontraram agora, né, com o vice-pre e vice-preiro-ministro da China, o Ri Feng, e se encontraram agora em Genebra nesse final de semana. Eh, e basicamente fizeram
a primeira reunião comercial sobre as tarifas entre os dois países. A China tava valentona, né? Tava dizendo que ia por tudo ou nada. Acabou rápido essa conversa. Essa conversa acabou rápido. Por quê? Porque eles ficaram com medo do choque de demanda ser muito pior do que esperado. A economia está prestes deles, tá, a enfrentar dois grandes obstáculos que são enormes do ponto de vista da economia eh chinesa, inclusive reconhecido por por grandes bancos locais lá japoneses como Anomura. Esses caros olham e falam o seguinte: primeiro, o problema do setor imobiliário da China é grave. Soma-se
a isso as tarifas americanas que foram absurdamente altas, chegaram a ter 145%, foram revistas agora. Então, a maior economia da Ásia sofreu um choque. Um choque de indústria, um choque de emprego, um choque de logística, um choque de investimento no longo prazo. O maior exportador do mundo ter perdeu um dos seus maiores clientes. O que que aconteceu? À medida que as fábricas pararam de funcionar e os navios porta contêiners começaram a atracar no porto de Shangai, Sherenshen, Nigbo, Zazan, acho que é isso. Um outro que eu não sei falar, e Hong Kong, dezenas de milhares
de chineses continentais foram o quê, meu caro? demitidos não receberão os seus salários estáveis para voltar a investir na economia chinesa nos próximos meses. A Goldman Sax estimou que algo em torno de 20 milhões de trabalhadores na China estão empregados em empresas que estão diretamente ligados à exportação para eh produtos que estão destinados aos Estados Unidos. Ou seja, o efeito negativo desse desemprego é brutal. Em restaurantes, empresas de transporte, em distritos comerciais, onde os trabalhadores estão morando ou que vão deixar de trabalhar. São áreas e e mais áreas que podem ficar totalmente paralisadas. E toda
essa pressão leva a um esfriamento, né, a um congelamento dessa economia interna que faz com que o governo tenha que injetar dinheiro na economia. E é muito difícil compensar totalmente o impacto de uma ruptura desse tamanho. Então a economia chinesa que tava sendo prevista crescer 5% hoje deve-se atingir no máximo 3 a 3,5. Claro que eles não vão falar isso, não vão mentir os números, né? Mas é exatamente isso. E esse é um problema, porque o Trump está criando uma deflação dentro da economia chinesa. Quando isso é feito através da melhora de produtividade, a deflação
econômica não é um problema. Mas do jeito que tá sendo feito, meu amigo, a situação é catastrófica. É uma deflação de preço que vai mudando e moldando o comportamento e faz com que as pessoas simplesmente não comecem a querer continuar comprando e ter uma perspectiva de consumo pior, entende? Agora, só o tempo realmente tirar se a China está realmente vivenciando essa desinflação, digamos assim, que é uma tendência de longo prazo, né, rumo à deflação, ou se ela já está vivenciando uma deflação. O Japão serve como um bom exemplo e ensinou ao mundo como lidar e
as preocupações que derivam de políticas monetárias que gerem deflação, que é um fenômeno que, como a inflação, também às vezes tem vida própria. E por isso que a China não pode encarar isso de forma liviana. E ela percebeu isso, porque isso passa a ser um problema também para o presidente do Banco Popular da China, que é aquele Pan Gorg Hank, acho que é isso, né? E que tá ali tentando se equilibrar uma política monetária de um sistema totalitário. Então, uma grande preocupação na Ásia hoje é e dos seus e dos vizinhos do Sudeste Asiático, é
que a China exporte essa deflação, como o Japão também fez, com risco crescente de quê? desindustrializar e gerar desemprego em vários setores que não vão competir ou não vão conseguir competir em preço com os produtos chineses que vão vir em terra arrasada da China porque não foram paraos Estados Unidos, entende? Então, eh, a China de fato vem tentando impulsionar muita dessa deflação no preço global dos preços ou dos bens comercializados, jogar isso para para esse país. A grande queda do preço de exportações chinesas tem a ver não só com as políticas do Trump, mas também
com e depois mundial com essa exportação de deflação. Ou seja, meu caro, a deflação aparentemente não terminará em 2025. Existe uma incerteza que continua e persiste quanto a escala e a eficiência da próprio estímulo da economia chinesa interno que não tem essa força. Já falamos algumas vezes aqui no G Economia e isso tá sendo agravado até pela resposta que a China tentou ter a choques externos. Eles não vivenciaram essas questões, eles sempre vivenciaram um cenário onde eles eram os grandes fabricadores, as grandes fábricas do mundo, estimulada por uma política monetária americana que financiava a festa
chinesa, entende? Eles não conseguiram ainda desenvolver o mercado interno. E essa mudança tá, está sendo agravada e é um problema que talvez a China não saiba ou não consiga resolver sem os americanos. e eles vêm posicionando e tentando posicionar o seu mercado interno como válvula de escape para esse excesso de produtos que vem do setor eh manufatureiro e parte dessa exportação jogada pros países do do sul global. Esse é o cenário econômico do momento e é o cenário que os próprios liberais admitem que tá acontecendo. Só que eles não admitem que eles criaram isso. E
aí a consequência disso tudo é um processo destrutivo. Preços caindos, não porque existe aumento de produtividade ou porque a tecnologia está melhorando. Os preços estão caindo porque as empresas estão desesperadas para movimentar os seus estoques e sobreviver. É o famoso saldão, o patrão tá maluco do Ricardo Eletro, entende? Os preços ao produtor, meu caro, caíram por 29 meses consecutivos. Os números de março mostraram a queda mais acentuada em 4 meses e as pris as previsões apontaram para uma queda ainda mais acentuada nesse relatório de abril que eu falei. E o problema é exatamente a falta
de confiança, é esse descompasso entre um excesso de oferta e a demanda morna que tá se tornando eh cada vez mais arraigado nos solos chineses e na população chinesa. O que que o cara vai fazer com essas exportações? Veja, direcionar para plataformas eh nacionais com grandes descontos ou para países vizinhos pode parecer inteligente no curto prazo com estratégia de sobrevivência, mas se tornar uma estratégia de longo prazo, meu caro, isso quebra o poder de precificação dos setores, destrói o lucro geral das companhias e prepara o cenário de uma nova rodada de corte de custo e
demissões. Então os caras entram numa bola de neve, entende? Agora, como eles vão estabelecer uma dinâmica para sair disso? Tem que sentar com um laranjão, meu caro. Se não sentar com laranjão, vai sentar, desculpem aqui, no do laranjão. É isso aí. Porque a destruição dessa economia liberal e das cadeias produtivas está se dando sim. E aí as empresas já começaram a operar defensivamente, como a gente fala no mercado. Ou seja, meu caro, os exportadores já estavam enfrentando grande mudança no padrão de comércio global. Agora com as tarifas e agora com a tática de barganha de
curto prazo e de pressão comercial, uma tática caótica de luta mesmo, onde não fica claro qual o perfil do seu oponente, a China perdeu a bússola que ela sempre teve de negociar com calma no longo prazo. Ela pegou o famoso laranjão maluco, caótico, que simplesmente vai destruindo a economia chinesa sem uma estratégia clara que ela possa entender o que tá acontecendo. E essas quedas de preço realmente têm se persistindo eh no longo prazo e não vão se corrigir sozinhas, não vão mesmo. Elas só vão remodelar comportamento das pessoas, eh fazendo com que elas reduzam seus
gastos, adiem gastos e acabam tendo decisões de investimento que mudam o rumo das empresas e geram desemprego. Então, o que importa agora, meu caro, de fato, é a disposição eh da China a entender que ela não vai conseguir peitar os Estados Unidos sem ela se tornar importante na política monetária. E ela sabe disso, entende? Porque ela tem uma fragilidade do emprego, ela tem uma fadiga da demanda e ela tem margem das suas empresas em colapso. Reconhecer então que ela precisa reformular esse modelo voltado paraa exportação é uma tarefa muito maior do que ficar redirecionando o
comércio. É necessário uma genuína, uma alteração completa e uma recalibração de todos os motores da demanda da economia chinesa que eles não aprenderam a fazer porque eles vivem da grana dos Estados Unidos, eles vivem dos déficits de balança comercial e do consumo americano, entende? que por sua vez é financiado e é estimulado pelas dívidas perpétuas do banco, a famosa escravidão do crédito. Então nós vemos hoje um momento que se ou se altera o sistema econômico, e aí para alterar o sistema econômico, eu estou dizendo alterar o sistema monetário, ou você se altera o sistema de
produção. E é por isso que ao invés do Trump olhar e estogar dizendo que vai alterar o sistema monetário, que implicaria num grande defor, ele tá preferindo restabelecer um sistema baseado na produção desenvolvimentista de e soberania dos seus países, trazendo as indústrias para dentro para depois fazer a alteração do sistema monetário, que também é inevitável. Agora, o melhor é a mídia, né? A mídia falava assim: "Durante semanas a China valentona afirmou que não vai se envolver em negociações comerciais com os Estados Unidos porque eles tem mercado interno, eles são o maior exército, né, um dos
maiores exércitos do mundo e não vai se ajoelhar e chegar a um acordo com um valentão caótico que é o Washington, o maluco do Trump". Bom, deu uma semana depois que Neelensk sentou lá e falou: "E aí, como nós resolvemos?" Não é mesmo? Então, C Pequim indicou que sentaria na mesa de negociações, né? E aí, o que a mídia falou que o valentão eh amarelou? Não, meu amigo. O representante comercial chinês que é o Ren Fing se reuniu lá com secretário do tesouro Scott Ben na Suíça. Mas o argumento é sensacional. Ele disse que estava
lá preocupada com o mundo, preocupada com a responsabilidade de Washington, né? Preocupada com o uso das negociações como uma grande cortina de fumaça para continuar a coerão e a extorção dos povos. O governo chinês tá preocupado com você, você acredita nisso, né? E aí ele disse que foi tudo com base numa consideração completa dos interesses da China e dos apelos da indústria e dos consumidores americanos, dizendo que eles só vão sentar porque os consumidores americanos se ajoelharam e imploraram a China. Por favor, China, salve-nos. Salve a nossa comprinha da Walmart pra gente poder continuar comprando
camisa em meias baratas. Mas esse é um papo furado. E a mídia compõe esse papo. A China tá quebrando, meu cara. Estados Unidos, o Trump ficou apertando o botão e falou: "Ó, meu irmão, ou acaba com isso, acaba com esse sistema, ou nós vamos ter de fato um problema maior." E não teve jeito. Pequim não ia conseguir baixar a temperatura sem ter eh sem parecer fraco diante das tarifas, sem parecer fraco e revelar que ela não consegue revitalizar sua economia por conta própria. Então ela criou essa narrativa, tá lá assentado, as autoridades chineas estão assumam
uma pressão interna monstruosa devido às consequências, como eu já falei, dos da crise imobiliária de vários anos e que agora sentou para dizer o seguinte: "Precisamos conversar porque nós temos uma bilhões de chinesinhos aqui para alimentar". Agora, entenda uma coisa, meu caro, nada melhor para reativar, reaquecer numa economia, fazer as pessoas gastarem, reativar empregos do que uma boa guerra. Isso é verdade. A crise comercial, ela gera guerras de desestabilização porque elas levam oportunidade de crescimento. Por isso que a China vai promover desestabilizações como na guerra do Paquistão e da Índia, que é um conflito que
se acalmou, mas se iniciou, como nós falamos antes, por uma questão confronto militar de desestabilização, um confronto militar que é um confronto militar de procuração. Esses dois países têm arsenis nucleares, já falamos sobre isso, e estão altamente armados. Veja bem, a Índia é um país tradicionalmente não alinhado, mas que abandonou o seu histórico de hesitação em relação aos Estados Unidos e simplesmente vem comprando anualmente bilhões de dólares em equipamentos dos Estados Unidos e de e fornecedores eh ocidentais. Ao mesmo tempo, eles reduziram a compra eh de armas da Rússia, que foi a sua grande aliada
depois da Guerra Fria. O Paquistão fez o caminho inverso, recorreu à China para comprar a maioria das suas compras militares e essas conexões injetaram políticas de superpotência nesse conflito do sul da Ásia ali entre Paquistão e China. Os Estados Unidos, por sua vez, cultivaram na Índia esse parceiro para combater Pequim, enquanto Pequim utilizou do Paquistão, exatamente para deixar a Índia preocupada à medida que ela se aproximava dos Estados Unidos. A China liderou esse apoio público ao Paquistão agora e escreveu um artigo falando do amigo inabalável, o parceiro corporativo estratégico para todas as condições. Pequim fez
acenos de apoio ao Paquistão. Eles vendem 38% de todas as armas do Paquistão. Forneceu 80% nos últimos 4 anos de tudo que o Paquistão comprou em armas, segundo até uma ONG que fica aqui em Estoco, né, que acompanha esse fluxo globais de armas. Então, ao mesmo tempo, nisso que isso acontecia, a China reduzia sua dependência das armas russas em mais da metade. Em nos últimos 4 anos, na verdade, entre 2006 e 2010, a Índia reduziu 80% eh o seu consumo de armas russas e aumentou o consumo de Estados Unidos, de alguns aliados, inclusive França e
Israel. Então, a única exceção que existe nessa discussão é que os Estados Unidos vendem os F16 para o Paquistão. Na verdade, na época do governo Biden, ele fez um contrato de quase 400 milhões de dólares para serviço de manutenção dos CES vendendo SF16 pro Paquistão. Só essa foi a exceção nesse conflito, né, entre um e outro. Só que aí o Paquistão usou o F16 para derrubar um avião lá de Nova Deli, da Índia. E a situação, eu ficou ruim nessa relação entre os dois aí, entre os dois, que eu digo, os Estados Unidos e a
Índia também, né? Então a Índia tem investido aí a Índia em bilhões de dólares para modernizar o seu exército, ao mesmo tempo que começa a olhar Paquistão como uma ameaça à medida que a China começa a virar a grande irmã disso. Ou seja, esse conflito que nós vimos é um conflito de procuração, entende? O Xipin inclusive ordenou atenção, hein, que as suas a Forças Armadas tivessem preparadas para invadir a Taiwan. em até até 2027, não é? Preocupado e que a escala militar crescesse e ele precisasse então fazer uma demonstração de força. Só que a China,
meu cara, não é isso tudo no seu exército. A realidade é que nos últimos dois anos dois ministros da defesa e vários oficiais sniores do exército da libertação popular foram removidos dos cargos lá chineses, incluindo, meu caro, os principais líderes de determinadas forças, por exemplo, de foguetes que controlam as armas nucleares da China. Então, as cabeças lá estão rolando sim, incluindo eh uma das das demissões mais notórias que foi do general Revei Dong, que era um dos caras mais graduados do país e que se reportava diretamente ao XD Ping. Agora esse cara estava envolvido no
planejamento e numa teórica invasão a Taiwan. É muito difícil você saber afirmar, né, dos bastidores chineses, se foi por causa de corrupção, se foi por causa de ineficiência, mas o fato que isso é um problema persistente e sério no exército lá da libertação popular. Ou seja, o tumulto relevanta sérias eh dúvidas sobre a capacidade dos comandantes eh militares e da capacidade realmente da da China eh ter um exército combatível combatível. As forças armadas deles, meu caro, vê ensaiando essa invasão ao bloqueio de Taiwan tem alguns anos. Eh, fizeram alguns exercícios recentemente, de novo, no início
de abril. Eh, mas tem desafios, por exemplo, de transportar milhares de soldados através de um pequeno estreito ali, que é o estreito de Taiwan, tá? Só que existe um problema maior para mim, é que logística e arma não garante vitória, meu amigo. Depende da força de liderança no campo de batalha, comandantes experientes, gente capaz de tomar decisão rápida numa guerra. Sabe qual foi a última vez que a travou uma guerra, meu cara? 1979. Essa geração atual de oficiais e chineses não tem experiência no campo de batalha. Um fato que o próprio XPing lamentou recentemente. Então,
o problema mais profundo deles é que numa turbulência interna, o Partido Comunista Chinês pode olhar e falar: "Cara, será que eu controlo mesmo meu exército e será que esse cara sai me lutar?" Então, ao contrário das Forças Armadas dos Estados Unidos, que também tem isso, né? Os os oficiais americanos, eles juram a a defender a Constituição e o país. O exército chinês pertence ao partido e dá e recebe ordens e fidelidade ao Partido Comunista Chinês, entende? Então eles deveriam estar sob firme controle do partido, o que não é o caso. Isso vai demonstrando que o
exército de libertação popular chinês com as suas forças armadas marinha, ela tem um poder grande na China. Ele foi imortalizado lá pelo Malt Setung, né, que disse que o poder político brota do cano de uma arma, né, essa famosa fase Maletung, mas ao mesmo tempo é a lealdade dele, a lealdade dos generais não é o país, não é uma constituição. Eles não policiam a si mesmo, eles têm uma lealdade ao partido e a si mesmo a uma estratégia partidária. Mas não é claro se esses caras vão conseguir de fato partir para uma guerra porque não
tem experiência militar. Entende? O XPing após assumir o poder em 2012, ele até fez uma grande campanha de corrupção, eliminando oficiais de alta patente, gente desleal, tentou tomar conta do exército mesmo militar, fez uma restauração grande das forças armadas, a maior desde o maletung. Só que, meu caro, ele tá lutando para assumir o controle e tá mandando gente embora. Ou seja, ele não domina de verdade os militares. Essa onda de demissão pode significar que ele não confia plenamente nos seus companheiros ou nos seus conselheiros militares eh que estariam pronto para uma guerra ou para ensaio
de Tawan. Então, meu caro, o que nós estamos vendo hoje de uma forma muito essa semana muito forte da economia é de um lado, claramente a China percebendo que não vai conseguir, não consegue enfrentar uma onda de ruptura econômica tão forte criada pelas tarifas como aquilo que foi feita pelo Trump. Ao mesmo tempo, ela tá vendo a necessidade de fazer uma transição energética. Essa transição é não só uma transição energética, uma transição do sistema monetário baseado em preço com sistema monetário baseado em energia, controlar as fontes de energia e as cadeias, porque isso vai ser
relevante para aumentar a inteligência artificial. Não porque é um bom negócio, mas porque elas perceberam que está vendo o quê? um campo de batalha militar na inteligência artificial, sendo criada por oligopólios e eh americanos, tipo exatamente eh membros dessa tecnopolaridade ou dessa república tecnocrática, tecnológica, que tá sendo feita nos Estados Unidos, baseada em aí, principalmente pela visão do palantir, que simplesmente está criando tudo isso como arma. Ao mesmo tempo, há uma reordenação do sistema econômico para tentar enfrentar essa inevitabilidade do sistema baseado em energia, que é o que reflete a pauta ambiental. Quais são as
soluções? ou votamos pro sistema de desenvolvimento nacional de Federic List, né, o sistema eh de de economia política, ou mantemos o neoliberalismo no modelo de dívidas perpétuas de países que têm esmagada a classe média com dívidas de crédito impagáveis, ou iremos para o sistema tecnocrata de baseado em sistema de controle baseado em energia, que está prometendo a a abundância, mas vai entregar algum parecido, né? Vai entregar, na verdade, totalitarismo e controle. É exatamente esse momento que nós estamos vendo e que refletem essa semana. Agora, meu caro, você já sabe se tudo isso vai dar certo
ou para que caminho nós vamos seguir. É um assunto para o nosso próximo geoeconomia.