🔴"TIA, VOCÊ NÃO PRECISA DE UM BEBÊ? LEVE MEU IRMÃOZINHO, ELE TEM 5 MESES E ESTÁ COM FOME…"

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Histórias de um User
🔴"TIA, VOCÊ NÃO PRECISA DE UM BEBÊ? LEVE MEU IRMÃOZINHO, ELE TEM 5 MESES E ESTÁ COM FOME…" #histór...
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tia por acaso você não precisa de um bebê leve meu irmãozinho ele tem CCO meses e está com muita fome ao ouvir isso a mulher se virou e congelou ao ver um menino de 11 anos com um bebê nos braços inscreva-se em nosso canal para não perder mais histórias emocionantes como esta e deixe o seu curtir no vídeo para continuar assistindo o cheiro de peixe frito e frutas amassadas pairava no no ar quente do mercado de domingo o burburinho de vendedores gritando ofertas se misturava ao som metálico de moedas trocando de mãos Lorena avançava entre
as barracas tentando ignorar a exaustão que pesava em seus ombros ela estava ali apenas para comprar alguns ingredientes para o jantar mas sua mente estava distante o peso da rotina do trabalho na Editora da sensação de que sua vida não tinha mais um propósito real o casamento fracassado com Eduardo ainda ecoava dentro dela mas ela tentava sufocar esses pensamentos foi quando sentiu um puxão na barra do vestido tia por acaso você não precisa de um bebê Lorena virou-se rapidamente a voz era infantil mas carregava uma seriedade desconcertante diante dela um menino de no máximo 11
anos segurava um bebê enrolado em um pano velho o bebê chorava mas o garoto permanecia imóvel segurando-o com firmeza leve meu irmãozinho ele tem 5 meses e está com fome o coração de Lorena disparou por um segundo ela pensou ter entendido errado mas o olhar do garoto era firme determinado ele não estava brincando o quê sua voz Falhou Eu não tenho nada para dar para ele Minha mãe disse que se eu encontrasse alguém que quisesse eu podia dar a voz do meno não tremia mas havia algo partido dentro dele uma aceitação Cruel da realidade Lorena
olhou ao redor buscando uma explicação pessoas passavam sem perceber ou pior sem se importar como ninguém via aquilo como ninguém ouvia onde está sua mãe ela perguntou o peito apertado o menino olhou para trás e Lorena seguiu seu olhar até um canto Sombrio do mercado uma mulher magra cabelo desgrenhado roupas sujas encostava se contra um pilar segurando uma garrafa de cerveja parecia alheia a tudo Lorena sentiu uma onda de indignação subir pela garganta você não pode simplesmente ela parou o que deveria dizer você não pode simplesmente dar seu irmão mas ele já havia feito isso
o bebê choramingou apertando Os Pequenos punhos no ar a fome era Evidente o menino puxou a manga Lorena de novo por favor tia ele precisa comer a frase atravessou Lorena como uma lâmina ela não sabia exatamente por mas pegou o bebê nos braços ele era tão pequeno tão leve seu corpinho estava quente mas sua pele parecia fina demais o choro diminuiu um pouco quando ele encontrou um novo colo Pedro Pois foi assim que ele se apresentou permaneceu ao lado dela como se não acreditasse que alguém tivesse aceitado a Lorena respirou fundo aquilo não era um
problema dela não era sua responsabilidade Mas então se não fosse dela de quem seria Lorena segurava o pequeno Benício com um cuidado instintivo enquanto Pedro caminhava ao seu lado os braços cruzados como se ainda não soubesse se poderia confiar nela o bebê agora estava mais calmo mas seu corpo pequeno tremia de fome e fraqueza o que ela estava fazendo ela olhou de relance para Regina a mãe das crianças ainda encostada no Pilar Agora rindo sozinha o olhar perdido no vazio O que levaria uma mãe a chegar a esse ponto seria vício desespero ou simplesmente descaso
Lorena sentiu um nó no estômago ela não podia simplesmente ir embora e fingir que nada daquilo estava acontecendo Vocês já comeram hoje perguntou tentando manter a voz f Pedro Balançou a cabeça não tinha nada pra gente mas não tem quase nunca Então tudo bem tudo bem nada naquilo estava bem vem comigo ela disse decidida Pedro hesitou mas quando o bebê começou a chorar novamente ele se apressou para segui-la eles caminharam até uma lanchonete simples no mercado o cheiro de comida quente fez Benício se agitar nos braços dela Pedro olhava tudo com uma postura rígida como
se estivesse preparado para ser expulso a qualquer momento Lorena comprou um prato feito para Pedro e uma mamadeira com leite morno para Benício quando ela entregou a mamadeira o bebê agarrou a mamadeira com desespero sugando o leite com uma fome voraz Pedro não tocou no garfo de imediato pode comer Lorena incentivou o menino olhou para ela desconfiado não vou ter que pagar depois né Lorena sentiu uma aperto no peito quantas vezes ele já passara por situações em que a bondade vinha com um preço não é só comida Pedro pode comer o garoto não precisava ouvir
mais nada ele devorou a refeição com uma velocidade que fez Lorena se perguntar Há quantos dias não comia direito ela observou os dois enquanto a culpa e o dilema começavam a tomar conta de sua mente o que eu estou fazendo aquelas crianças tinham uma mãe por pior que fosse ela não era responsável por elas não podia simplesmente pegar os dois e levá-los para sua casa como se fossem seus mas a alternativa era deixá-los ali com fome sozinhos Pedro terminou de comer e limpou a boca na manga da blusa suja Obrigado disse olhando diretamente para Lorena
sua voz ainda era séria mas havia um brilho diferente em seus olhos Lorena suspirou e olhou para Benício agora adormecido nos braços dela vocês moram onde Pedro apontou para um beco na lateral do mercado a gente fica por ali quando minha mãe some às vezes ela volta rápido às vezes demora a dor subiu pelo peito de Lorena Como Uma Onda Eles não têm um lar ela se pegou olhando para Pedro e Benício de um jeito diferente algo dentro dela queria protegê-los queria levá-los para um lugar seguro mas isso era certo ela não era mãe deles
não era família o que deveria fazer denunciá-los à assistência social isso poderia significar separá-los para sempre levá-los para casa isso poderia colocar ela mesma em uma situação complicada o dilema queimava dentro dela se eu os deixar aqui o que acontece amanhã e depois Lorena fechou os olhos por um segundo respirou fundo então tomou uma decisão ela olhou para Pedro e disse vamos para minha casa pelo menos por hoje Pedro não respondeu de imediato Mas então devagar ele assentiu e foi assim que tudo começou a porta do apartamento de Lorena rangeu ao se fechar atrás deles
o ambiente silencioso contrastava com a confusão do mercado ali não havia gritos de vendedores cheiro de fritura ou o peso invisível da indiferença das pessoas que passavam por Pedro e Benício sem enxergá-los Lorena segurava Benício com firmeza enquanto Pedro parou no meio da sala imóvel ele escaneava o lugar com os olhos atentos sem expressar nenhuma emoção Clara sua postura era rígida como se estivesse pronto para correr a qualquer momento é aqui que você mora ele perguntou sem tirar as mãos dos bolsos sim Lorena respondeu tentando manter um tom neutro não é nada grande mas é
confortável Pedro apenas assentiu mas não se moveu ele estava estudando tudo como se tentasse entender as regras daquele novo ambiente antes de abaixar a guarda Benício se mexeu nos braços dela resmungando ele precisava ser trocado alimentado e colocado para dormir Lorena caminhou até o sofá e sentou-se segurando o bebê com delicadeza onde ele pode dormir Pedro pergunt de repente Lorena ergueu os olhos o tom da pergunta não era de um irmão mais velho casualmente interessado era protetor Pedro queria ter certeza de que o irmão estaria seguro ele pode ficar no meu quarto por enquanto vou
improvisar um berço para ele Pedro franziu o senho desconfiado Você tem filhos a pergunta pegou Lorena de surpresa ela abriu a boca para responder mas fechou novamente não disse Por fim nunca tive Pedro pareceu considerar essa resposta por um instante então desviou o olhar e cruzou os braços Então por que você tá fazendo isso o que Lorena poderia dizer que olhá-los despertava algo dentro dela que não conseguia ignorar que ver Benício Faminto e Pedro segurando todo o peso do mundo nos ombros fazia com que ela sentisse uma necessidade absurda de protegê-los ela apenas suspirou porque
vocês precis de ajuda Pedro desviou o olhar como se estivesse lutando contra algo dentro de si resp Lorena levou e caminé o quarto improvisando C confortvel para Benício Maci seoni eog Pou no Son Pedro permaneceu em pé na sala Sem demonstrar nenhum sinal de querer se acomodar você pode dormir no sofá Lorena ofereceu prefiro ficar acordado Lorena franziu o senho você não precisa fazer isso aqui é seguro Pedro não respondeu mas também não se moveu Lorena suspirou ela entendia para ele segurança não existia ele não podia se dar ao Luxo de confiar em adultos não
depois do que provavelmente já passara ela apagou a luz do quarto e voltou para a sala vou preparar algo para você comer disse Pedro apenas assentiu mantendo-se imóvel vigiando à porta do quarto como um Guardião silencioso ele não confia em mim e no fundo ele estava certo em não confiar Lorena acordou com um sobressalto havia um som alto insistente reverberando pelo apartamento Batidas na porta ela piscou algumas vezes tentando se situar o relógio na parede marcava 1:40 da madrugada a sala estava escura mas a luz fraca do poste lá fora iluminava a silhueta de Pedro
ele estava acordado ele não dormiu Lorena se levantou devagar sentindo o coração acelerar quem é ela perguntou embora já soubesse a resposta Pedro não olhou para ela seus olhos estavam fixos na porta as batidas ficaram mais fortes Lorena eu sei que você tá aí abre essa porcaria de porta a voz de Regina era arrastada mas agressiva Pedro encolheu os ombros instintivamente Lorena respirou fundo e caminhou até a porta sem destrancar vai embora Regina tá tarde eu quero meus filhos o coração de Lorena apertou você os deixou no mercado e daí são meus filhos Você não
pode simplesmente pegá-los e levar para casa como se fossem seus Lorena ol para Pedro ele estava parado no mesmo lugar mas os punhos estavam cerrados abre essa porta Lorena ou eu vou fazer um escândalo Você quer que os vizinhos chamem a polícia Lorena hesitou se Regina realmente chamasse a polícia as chances de que eles simplesmente entregassem as crianças de volta para ela eram altas o sistema ainda protegia a mãe biológica por pior que fosse a situação mas e Pedro e Benício ela se aproximou da porta você quer dinheiro Regina Houve um momento de silêncio do
outro lado quero meus filhos não você os abandonou hoje à tarde e agora aparece na minha casa de madrugada se você quer levá-los vai ter que provar que pode cuidar deles eu sou a mãe isso já deveria ser o suficiente a raiva na voz dela transbordava você tá bêbada Regina mais silêncio quanto você tem a voz dela veio mais baixa agora Lorena fechou os olhos ela sabia no fundo sempre soube eu posso te dar um pouco mas você vai embora e deixa as crianças em paz esta noite Pedro se mexeu atrás dela o olhar chocado
Lorena não o olhou ela pegou algumas notas da bolsa e deslizou por baixo da porta por alguns segundos não houve som algum então passo se afastando Lorena Soltou o ar lentamente encostou a testa contra a porta Pedro a olhava a expressão tensa você comprou a gente sua voz era dura cortante Lorena olhou para ele Exausta eu fiz o que precisava para garantir que vocês ficassem aqui esta noite Pedro engoliu em seco ela vai voltar Lorena sabia que ele estava certo ela respirou fundo então a gente precisa descobrir o que fazer antes disso Pedro ficou em
silêncio depois de um tempo caminhou até o sofá e deitou-se de lado sem encará-la pela primeira vez naquela noite ele parecia ter relaxado um pouco Lorena apagou a luz e se sentou na cadeira próxima ela também não dormiria o amanhecer chegou trazendo um silêncio tenso Lorena não pregou os olhos Pedro também permaneceu alerta mas em algum momento o cansaço venceu e ele dormiu no sofá Benício olio ao caos que o cercava dormia profundamente no improvisado ninho de cobertas que Lorena preparara ela se levantou da cadeira sentindo o corpo pesado como se estivesse carregando um fardo
invisível a noite anterior Parecia um borrão em sua mente Mas uma coisa estava Clara Regina voltaria e da próxima vez talvez não fosse só pelo dinheiro o som da campainha ecoou pelo apartamento Pedro acordou imediatamente o corpo rígido como um fio prestes a se partir Lorena engoliu seco e caminhou até a porta seu coração martelava no peito Eu sei que você está aí Lorena abre essa droga de porta Regina Lorena fechou os olhos por um segundo respirou fundo Pedro fique aqui não abra a porta não importa o que aconteça Pedro não respondeu mas o olhar
que lançou a ela dizia tudo lor destrancou a porta e saiu fechando-a atrás de si Regina estava encostada no corredor um cigarro entre os dedos finos e trêmulos seus olhos estavam vermelhos as olheiras fundas seu corpo magro parecia ainda mais frágil Sob a Luz fria da manhã mas havia algo de feroz nela algo que queimava por trás da ressaca e do desespero você acha que pode roubar meus filhos a voz dela era um venenoso Lorena cruzou os braços tentando manter a calma eu não estou roubando ninguém estou tentando garantir que eles tenham comida e um
lugar seguro para dormir Regina soltou uma risada áspera seguro você acha que esse apartamento Muda alguma coisa você acha que pode consertar a vida deles Lorena não respondeu eu sou a mãe deles você pode brincar de boazinha o quanto quiser mas nada disso importa no fim eles vão voltar para mim o sistema não ajuda estranhos como você você não tem direito nenhum sobre eles as palavras de Regina eram como facas invisíveis e a pior parte ela não estava errada Lorena sentiu um gosto amargo na boca o peso da realidade desabou sobre seus ombros ela estava
bancando a heroína mas no fim O que poderia realmente fazer você não cuida deles Lorena tentou manter a voz firme Pedro tem medo de você Benício está subnutrido isso não é ser mãe Regina apertou os olhos e avançou um passo ficando perigosamente próxima e quem é você para me dizer como ser mãe você já teve filhos você sabe o que é carregar uma criança no ventre passar por noites em claro ter que escolher entre alimentar seu filho ou pagar o aluguel o silêncio de Lorena foi a resposta reg sorriu um sorriso torto e Amargo é
o que eu pensei você pode comprar comida para eles pode dar um colchão quente mas nunca vai ser mãe deles nunca Lorena sentiu um nó na garganta então prove que você pode cuidar deles Regina riu de novo mas dessa vez havia algo de perigoso em sua expressão você quer guerra Lorena Ótimo vamos ver quem ganha E com isso ela seou os saltos dos Sapatos batendo no chão frio do Corredor Lorena Ficou ali sentindo o peso das palavras de Regina ela queria acreditar que estava fazendo a coisa certa mas pela primeira vez duvidou de si mesma
Lorena fechou a porta atrás de si mas a voz de Regina Ainda ecoava dentro de sua cabeça você nunca vai ser mãe deles nunca ela se encostou na porta sentindo o peso das palavras da outra mulher se espalhando como veneno Regina estava errada não estava mas então por que aquela frase doía tanto Pedro ainda estava parado no meio da sala as mãos nos bolsos o rosto fechado Benício dormia alheio à tensão do ambiente ela vai voltar Pedro disse Quebrando o Silêncio Lorena o olhou eu sei o menino desviou o olhar e apertou os lábios ela
sempre volta Lorena queria dizer algo que trouxesse segurança algo que dissipasse aquela névoa escura nos olhos dele mas não sabia o quê Porque No fundo ela também estava perdida ela caminhou até a cozinha e começou a preparar um café o cheiro do pó misturado à água quente se espalhou pelo apartamento Pedro sentou-se à mesa observando-a Lorena olhou para ele e por um momento viu outra criança uma que nunca chegou a conhecer ela apertou a da caneca sentindo a lembrança invadir seu peito Como Uma Onda inevitável anos antes o sonho que nunca se concretizou a sala
do consultório tinha cheiro de álcool e papel recém impresso Eduardo segurava sua mão com força mas o aperto não lhe trazia conforto o exame mostrou uma baixa reserva ovariana Isso significa que a chance de uma gravidez natural é extremamente pequena a médica explicou tudo com um tom técnico e impessoal como se estivesse falando sobre uma estatística qualquer mas para Lorena aquelas palavras significavam o fim de um sonho ela sentiu Eduardo apertar sua mão de novo mas não olhou para ele então não há possibilidade sua voz saiu mais fraca do que esperava a médica hesitou a
possibilidade existe mas é mínima a fertilização vitro poderia ser uma opção mas o processo pode ser desgastante e caro vocês precisariam avaliar se querem seguir esse caminho Lorena não ouviu mais nada depois disso seu peito estava apertado sua cabeça girava ela passou anos se imaginando como mãe anos construindo aquela ideia dentro de si e em poucos segundos tudo foi arrancado quando saíram do consultório Eduardo tentou falar alguma coisa mas ela ergueu a mão não agora ele respeitou pelo menos naquele dia mas conforme o tempo passou as diferenças entre eles ficaram mais evidentes Eduardo queria insistir
nos tratamentos queria buscar todas as possibilidades médicas mas Lorena sabia que aquilo só aprofundaria a sua dor Eles brigavam constantemente o silêncio entre os dois se tornou mais pesado o amor se transformou em algo amargo E no fim o casamento desmoronou de volta ao presente você tá chorando a voz de Pedro trouxe Lorena de volta à realidade ela piscou algumas vezes e percebeu que estava segurando a caneca de café com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos não ela limpou os olhos rapidamente só me perdi nos pensamentos Pedro não pareceu convencido mas não
insistiu Lorena Soltou o ar devagar e sentou-se à mesa com ele Pedro Posso te perguntar uma coisa ele deu de ombros Por que você nunca chora Pedro arregalou levemente os olhos surpreso com a pergunta direta chorar não resolve nada Lorena sentiu algo se partir dentro dela Pedro tinha 11 anos 11 mas falava como alguém que já tinha visto e sentido mais do que deveria Se Eu Chorar ela não vai melhorar Se Eu Chorar o Benício não vai parar de sentir fome então eu não choro a lógica dele era cortante triste Lorena queria dizer que ele
estava errado que chorar às vezes era necessário mas seria justo ele teve que aprender a se proteger cedo demais você já pensou em como seria sua vida se pudesse escolher Pedro desviou o olhar não faz diferença a vida é como é e se fosse diferente e se você pudesse morar num lugar onde ninguém te fizesse mal onde você não precisasse se preocupar o tempo todo Pedro olhou para ela estudando-a isso existe a pergunta o atingiu como um golpe Lorena assentiu sim existe Pedro não respondeu mas pela primeira vez parecia considerar a ideia Lorena percebeu algo
ali um pequeno espaço onde a esperança poderia crescer mas ela também sabia que Esperança quando destruída podia machucar mais do que qualquer outra coisa e se ela não conseguisse protegê-los e se no fim Regina tivesse razão Lorena encarava a tela do computador os dedos pairando sobre o teclado mas sem digitar nada ela já havia pesquisado tudo o que podia sobre guarda temporária direitos de crianças em situação de risco e os trâmites legais para assumir responsabilidade sobre Pedro e Benício mas a cada site que acessava a realidade se tornava mais dura o sistema não facilitava nada
para quem não fosse parente biológico e Regina ainda era a mãe deles o pensamento a fez serrar os punhos a mulher que largava os filhos no mercado e aparecia de madrugada pedindo dinheiro ainda tinha todos os direitos legais enquanto isso ela que havia alimentado acolhido e protegido aquelas crianças era apenas uma estranha sem qualquer autoridade não era Justo mas a vida raramente era ela respirou fundo e pegou o telefone precisava de orientação oficial discou para o número do conselho tutelar local depois de ser transferida algumas vezes uma voz feminina atendeu Conselho Tutelar bom dia bom
dia meu nome é Lorena Vasconcelos eu gostaria de saber como proceder para solicitar a guarda temporária de duas crianças que estão em situação de risco houve uma pausa a senhora tem algum parentesco com as crianças não o tom da mulher do outro lado da linha mudou ligeiramente entendo podemos marcar uma conversa com uma de nossas assistentes sociais para que você Explique a situação mas já adianto que sem vínculo familiar as chances de conseguir a guarda são mínimas Lorena já esperava essa resposta mas ouvi-la em voz alta fez seu estômago revirar quando posso ir hoje à
tarde às 3 você pode vir ao posto do Conselho no centro da cidade estarei lá Lorena desligou e olhou para Pedro que estava sentado no sofá observando-a Ele não perguntou nada mas seus olhos diziam que ele queria entender vou tentar conseguir a guarda de vocês Pedro continuou encarando-a sem esboçar você acha que vão deixar Lorena não respondeu a resposta verdadeira provavelmente não o escritório do Conselho Tutelar era pequeno e abafado com móveis desgastados e pilhas de papéis espalhadas sobre as mesas Lorena foi conduzida a uma sala onde uma mulher de meia idade cabelos curtos e
óculos na ponta do nariz a aguardava dout Lorena certo sou ver assente social ela estendeu a mão e Lorena apertou com firmeza me chame só de Lorena por favor Vera indicou a cadeira à frente de sua mesa me conte o que aconteceu Lorena respirou fundo e começou a narrar tudo o encontro com Pedro no mercado o estado de Benício a forma como Regina apareceu na madrugada pedindo dinheiro em troca dos filhos a assistente social ouviu tudo em silêncio sem interromper apenas tomava notas quando Lorena terminou Vera tirou os óculos e massageou a testa é uma
situação delicada eu sei você realmente quer pedir a guarda temporária sim Vera suspirou vou ser muito honesta com você a legislação brasileira favorece a manutenção da criança com a família biológica sempre que possível a menos que haja provas concretas de abuso o juiz dificilmente concederia a guarda a alguém que não tem parentesco Lorena engoliu em seco mas eles estão sendo negligenciados Pedro tem medo da mãe Benício está desnutrido isso não conta conta mas precisa ser documentado Vera pegou uma ficha e começou a preencher o primeiro passo é abrir um processo de denúncia o conselho fará
uma visita à casa da mãe biológica valiar as condições se for comprovado que as crianças estão em risco elas podem ser encaminhadas a um abrigo temporário Lorena sentiu o estômago afundar um abrigo sim mas eles podem acabar separados Vera assentiu lentamente É uma possibilidade Lorena fechou os olhos Pedro jamais aceitaria isso ele cuidava do irmão como se fosse a única coisa no mundo que importava alguma outra alternativa Vera hesitou a única outra possibilidade seria convencer a mãe a assinar um termo de entrega voluntária mas pelo que você me contou ela parece mais interessada em dinheiro
do que em abrir mão da Guarda Lorena sentiu o coração apertar então Regina tinha o poder mesmo sendo uma mãe negligente e responsável e Perigosa a raiva subiu por sua garganta e se eu conseguir provar que ela não tem condições de cuidar deles Vera ajustou os óculos se houver provas concretas podemos solicitar uma medida protetiva mas a decisão final sempre será do juiz Lorena passou a mão pelo rosto e quanto tempo isso leva semanas talvez meses o tempo que Pedro e Benício não tinham quando Lorena voltou para casa encontrou Pedro sentado no chão da sala
brincando com um boneco improvisado feito de e elásticos Ele olhou para ela atento E aí Lorena se sentou ao lado dele vai demorar Pedro não pareceu surpreso apenas desviou o olhar eles vão colocar a gente num abrigo a voz dele era baixa Lorena mordeu o Lábio eu vou fazer de tudo para que isso não aconteça Pedro ficou em silêncio por um momento mexendo no boneco eu não vou deixar ninguém levar o Benício olhou para ele eu sei Pedro engoliu em seco e se a minha mãe aparecer de novo e se ela tentar me levar a
força Lorena não sabia a resposta mas sabia de uma coisa ela não deixaria isso acontecer ela não vai te levar Pedro eu prometo Pedro olhou para ela estudando-a então muito devagar assentiu Lorena sabia que aquilo não era confiança Total mas era um começo e ela usaria cada minuto que tivesse para garantir que aquela promessa fosse cumprida o toque da campainha ecoou pelo apartamento interrompendo o fluxo caótico dos Pensamentos de Lorena Pedro que estava sentado no chão brincando com Benício ergueu o olhar imediatamente seu corpo se enrijeceu é ela ele perguntou sua voz carregada de tensão
Lorena não respondeu de imediato ela sentiu um arrepio na espinha antecipando que Regina poderia ter voltado mais cedo do que esperava mas ao se aproximar da porta e espiar pelo olho mágico percebeu que estava errada era Eduardo o choque percorreu seu corpo fazendo com que ela demorasse um segundo a mais para reagir o que ele estava fazendo ali Pedro percebeu sua hesitação quem é Lorena girou a maçaneta e abriu a porta devagar Eduardo estava exatamente como ela se lembrava alto bem vestido a barba perfeitamente aparada mas algo nos olhos dele parecia diferente Lorena o simples
som do seu nome vindo da boca dele a transportou para um turbilhão de lembranças ela respirou fundo tentando se recompor o que você está fazendo aqui Eduardo apoiou uma mão no batente da porta podemos conversar Lorena hesitou mas deu um passo para trás permitindo que ele entrasse quando Eduardo atravessou a porta seus olhos foram direto para Pedro e Benício Quem são ele perguntou franzindo o senho Pedro o analisou com desconfiança sem dizer uma palavra são os meninos que estou ajudando Lorena respondeu cruzando os braços Eduardo Se Virou para ela ajudando é isso que estão chamando
agora a implicância no tom dele fez Lorena apertar os lábios sim porque é exatamente isso que est fazend Eduardo cab exalando um suspiro pesado eu sou que você foi ao consel fão diseg guard est quando eão conv importa importa Eduardo ignorou a pergunta e apont para Pedro você realmente acha que isso é uma boa ideia Lorena você sabe que isso não vai acabar bem e o que exatamente você acha que vai acontecer você está se metendo em algo grande demais Regina pode não ser uma boa mãe mas a lei está do lado dela você pode
acabar se machucando nesse processo Lorena sentiu a raiva crescer dentro dela E qual seria a alternativa fingir que não vi nada deixar essas crianças passarem fome e frio isso não é responsabilidade sua as palavras de Eduardo ecoaram no pequeno apartamento Pedro olhava de um para o outro absorvendo cada palavra talvez não fosse no começo mas agora é Lorena rebateu Eduardo passou a mão pelos cabelos frustrado Lorena Seja honesta você está fazendo isso por eles ou por você a pergunta atingiu Lorena como um golpe no estômago o o que isso quer dizer quer dizer que TZ
você esteja se agarrando a Isso porque perdeu a chance de ter filhos Talvez esteja tentando preencher um vazio o sangue de Lorena gelou você aa que isso é uma substitui Eduardo ergueu as mãos em um gesto defensivo Eu não disse isso só est pedindo que você pense se não está fazendo isso porque precisa sentir que tem um propósito Lorena sentiu a raiva borbulhar so sua pele você quer saber a verdade Eduardo sim eu sempre quis ser mãe e sim foi uma dor enorme saber que não poderia ser mas isso aqui ela apontou para Pedro e
Benício não tem nada a ver com o que eu perdi tem a ver com o que eu posso oferecer Pedro olhava para ela agora e havia algo novo em seus olhos eu estou aqui porque eles precisam de mim e porque eu quero estar aqui para eles Eduardo suspirou balançando a cabeça Você sempre foi teimosa e você sempre quis me dizer o que fazer o silêncio entre eles se Estendeu finalmente Eduardo deu um passo para trás você sabe que Regina pode virar isso contra você não sabe eu sei e você vai continuar mesmo assim Lorena olhou
para Pedro e Benício então voltou seu olhar para Eduardo sim Eduardo ficou parado por um momento depois soltou um suspiro Eu espero que você saiba o que está fazendo ele se virou e saiu fechando a porta atrás de si Lorena Ficou ali com o coração acelerado enquanto Pedro continuava olhando para ela ele hesitou por um segundo depois perguntou você queria ser mãe ela olhou para ele e Sorriu suavemente Eu ainda quero Pedro baixou a cabeça pensativo Lorena não disse mais nada mas pela primeira vez ela sentiu que Ele começava a entender o apartamento estava silencioso
demais Lorena já havia se acostumado com os pequenos ruídos de Pedro se movimentando pela sala ou com os resmungos noturnos de Benício mas agora nada o silêncio era errado quando ela acordou naquela manhã e foi até a sala o sofá Onde Pedro dormia estava vazio o ninho improvisado de Benício no quarto também seu coração pulou no peito Pedro sua voz saiu mais alta do que pretendia nenhuma resposta a respiração ficou curta ela correu até a porta e a encontrou entreaberta algo dentro dela gritou ela correu escada baixo descalça sentindo o pânico se espalhar por seu
corpo como veneno a portaria do prédio estava vazia Raimundo ela gritou pelo porteiro que apareceu detrás do balcão O que foi Dona Lorena crianças Pedro e Benício você os viu saindo Raimundo franziu o senho saíram sim com a mãe deles o mundo parou o quê Ela apareceu aqui bem cedo dizendo que estava levando os filhos de volta Pedro estava estranho não queria ir mas ela puxou ele pelo braço o bebê tava no colo dela achei que a senhora já soubesse Lorena sentiu o chão sumir so seus pés não não isso não podia estar aconte Endo
ela puxou o celular do bolso com as mãos Tremendo e discou o número que já havia pesquisado diversas vezes mas nunca quis usar Conselho Tutelar Bom dia Regina levou as crianças a voz de Lorena saiu ofegante ela veio aqui e pegou os dois e sumiu houve uma pausa do outro lado da linha Você tem alguma prova de que as crianças estavam em perigo o quê elas estavam machucadas alguma evidência de abuso recente Lorena apertou os olhos com força elas estavam em perigo todos os dias em que ficaram com ela Benício estava desnutrido Pedro morria de
medo dela Isso não basta a mulher suspirou sabemos que a mãe tem um histórico problemático mas ela ainda detém a guarda sem uma ordem judicial que determine o contrário não há nada que possamos fazer neste momento vocês vão esperar algo acontecer esperar que ela machuque um deles eu entendo sua frustração senhora mas sem um relatório oficial ou uma denúncia anterior formalizada o sistema protege a mãe biológica a raiva e o desespero se misturaram dentro de Lorena formando uma tempestade sufocante então o sistema está falhando O Silêncio do outro lado confirmou o que ela já sabia
o sistema falhava todos os dias podemos enviar uma equipe para verificar a situação mas sem um motivo concreto para intervenção será apenas uma visita de rotina visita de rotina como se Regina fosse uma mãe comum como se aquela situação pudesse ser resolvida com burocracia Lorena desligou o telefone sem dizer mais nada ela não podia aceitar aquilo não ia aceitar Lorena dirigiu pela cidade sem rumo fixo o coração martelando no p tentou lembrar de qualquer detalhe qualquer informação que Pedro pudesse ter mencionado sobre onde moravam antes ela foi até o mercado onde os encontrou pela primeira
vez nada perguntou aos vendedores as pessoas que trabalhavam ali diariamente Regina magra cabelo desgrenhado ela vem aqui às vezes mas nunca fica muito tempo ela aparece quando tá precisando de dinheiro depois some já vi ela dormir perto da rodoviária mas faz tempo cada resposta era um golpe no peito o tempo estava passando e ela não fazia ideia de onde procurar ela tentou ligar para o conselho tutelar novamente implorar por qualquer recurso Mas recebeu a mesma resposta fria a mãe ainda tinha os direitos Lorena sentiu a impotência como um peso esmagador e se nunca mais os
visse e se Pedro e Benício desaparecessem como tantas outras crianças que caíam pelas auras do sistema não ela não podia deixar isso acontecer foi só no fim da tarde depois de incontáveis telefonemas e buscas Sem resultado que recebeu uma ligação Inesperada Lorena a voz era de Vera morete a assistente social com quem conversar dias antes sim alguma notícia recebemos uma denúncia anônima sobre crianças em situação de risco o endereço registrado é de um zona oe Lorena sentiu a respira falhar pode ser Eles talvez mas não podemos agir sem um mandado estamos tentando contato com um
juiz para conseguir autorização para visita assistida Lorena fechou os olhos mais burocracia mais espera e se eu for até lá não é seguro se Regina perceber que está sendo vigiada pode fugir novamente mas esperar não era uma opção Obrigada Vera ela desligou antes que a mulher pudesse protestar Ela já sabia o que precisava fazer o sol estava se pondo quando Lorena estacionou o carro perto do endereço fornecido o prédio era um antigo Conjunto Habitacional agora em ruínas janelas quebradas pichações nas paredes lixo espalhado pela entrada ela sentiu um arrepio Esse era o lar de Pedro
e Benício ela se aproximou devagar o coração acelerado e então ouviu um choro abafado Benício o som vinha de um dos apartamentos do térreo ela segurou a respiração e caminhou até a porta entreaberta dentro do pequeno espaço escuro Regina estava sentada no chão segurando uma garrafa Pedro estava encolhido ao lado do irmão tentando fazê-lo parar de chorar Regina ergueu os olhos injetados para Lorena e soltou uma risada sem humor sabia que você viria Lorena ignorou a provocação eles não podem ficar aqui Regina deu de ombros não é problema seu é sim Regina se levantou os
olhos faiscando você acha que pode me substituir acha que pode simplesmente pegar meus filhos e fazer de conta que eu não existo eu só quero que eles tenham uma chance Regina Balançou a cabeça rindo você nunca vai conseguir o sistema está do meu lado eles são meus e você você é só uma mulher sozinha que acha que pode mudar o mundo Lorena engoliu a raiva e deu um passo à frente então me prove que você pode cuidar deles Regina ficou em silêncio e naquele momento Lorena soube ela não podia e no fundo Regina também sabia
disso mas a batalha estava longe de acabar o silêncio dentro do prédio abandonado era pesado o cheiro de mofo e Álcool impregnava o ar e cada pequeno ruído parecia amplificado pelo desespero crescente dentro de Lorena Regina estava ali encarando-a com olhos vermelhos os lábios curvados em um sorriso debochado como se aquilo fosse um jogo mas não era Pedro segurava Benício nos braços os olhos arregalados observando cada movimento entre as duas mulheres onde eles deveriam estar Lorena perguntou a voz baixa mas carregada de tensão Regina deu de ombros levando a garrafa aos lábios aqui mesmo mas
mudei de ideia o estômago de Lorena afundou o que você fez Regina soltou uma risada você acha que eu sou burra Lorena que eu ia deixar você me tirar meus filhos assim Lorena avançou um passo a raiva crescendo dentro dela aonde você os levou Regina estreitou os olhos avaliando-as e se eu não quiser dizer você vai fazer o quê chamar a polícia sabe o que eles vão fazer vão me perguntar se as crianças estão comigo e quando eu disser que sim vão me desejar um bom dia Lorena sentiu a impotência sufocar sua garganta Pedro apertou
os braços ao redor do irmão como se temesse que Regina voltasse para pegá-los a qualquer momento mas algo no rosto da mulher estava errado ela estava blefando você não está mais com está Lorena arriscou Regina piscou surpresa pela rapidez da dedução Lorena sentiu o coração acelerar o que você fez Regina onde eles estão o sorriso da mulher desapareceu e ela olhou para o lado inquieta eu fiz o que tinha que fazer a resposta gelou o sangue de Lorena ela se inclinou para a frente o olhar fixo no de Regina Me diz onde eles estão regu
lábio como se estivesse lutando internamente Então revirou os olhos deixei eles com um amigo um cara que devia me um favor que amigo Regina se virou para ela irritada por que você se importa tanto não são seus filhos porque você não se importa o suficiente o grito de Lorena ecoou pelas paredes vazias ela nunca foi uma pessoa de perder o controle mas naquele momento era impossível conter a explosão de sentimentos Pedro olhava fixamente para ela como se estivesse vendo algo novo algo que talvez não Esperasse Regina cruzou os braços eu os deixei com um cara
chamado Russo ele cuida de uns lugares pela cidade disse que ficaria de olho neles para mim Lorena sentiu a náusea subir ela já ouvira falar desse nome antes Russo não era alguém confiável se Regina os entregou a ele eles estavam em perigo ela não podia perder mais tempo se algo acontecer a eles Regina Eu juro que você vai se arrepender Regina riu mas dessa vez havia algo nervoso em seu Tom boa sorte heroína Lorena não esperou mais ela se virou para Pedro vamos o menino não hesitou segurou Benício com mais força e seguiu Lorena para
fora daquele prédio caindo aos pedaços eles Tin Um Destino agora e não havia tempo a perder Lorena dirigia com os dedos apertados no volante a mente girando em possibilidades aterrorizantes ela sabia quem era Russo ele era um intermediário de pequenos esquemas na cidade agiota atravessador alguém que lucrava em cima do desespero dos outros não era um homem Violento mas não tinha escrúpulos se Regina realmente deixar as crianças com ele era imposs saber o que ele faria Pedro estava no banco do passageiro segurando Benício que dormia exausto ele é perigoso Pedro perguntou a voz baixa Lorena
Não mentiria para ele sim Pedro apertou os lábios e olhou pela janela e se ele não quiser devolver eles Lorena Manteve os olhos na estrada ele vai querer dinheiro pessoas como ele sempre querem dinheiro Pedro soltou um suspiro longo mas a minha mãe não tem dinheiro eu sei mas eu tenho o menino a olhou surpreso você vai pagar para pegar eles de volta Lorena apertou o volante se for preciso Pedro não disse nada mas Lorena percebeu algo em sua expressão talvez pela primeira vez ele acreditasse que alguém lutaria por eles o bar ficava em uma
rua suja na periferia da cidade a fachada desgastada e as janelas escuras davam ao local um ar intimidador Lorena parou o carro e respirou fundo Pedro olhava fixamente para o prédio quer que eu fique no carro Lorena olhou para ele e Balançou a cabeça quero que você fique perto eles entraram o cheiro de cigarro e Álcool impregnava o ambiente homens encostados no balcão falavam em tons baixos e uma música ruim tocava em um rádio antigo no fundo do bar sentado a uma mesa estava Russo ele era um homem robusto de pele marcada pelo tempo e
olhos pequenos e astutos quando viu Lorena se aproximar sorriu mas não se levantou Ora ora Regina mandou reforço Lorena cruzou os braços onde estão as crianças Russo pegou um palito de dente e o girou entre os lábios Seguros pelo menos por enquanto Lorena sentiu o estômago revirar eu quero eles agora euis mas aunon Assed meu lado dela inquieto Lorena não piscou quanto Russo eru as sobrancelhas quanto o quanto você quer para me entregar eles agora O homem ficou em silêncio por um momento analisando então sorriu de lado Regina realmente Pou a informação caiu como uma
bomba pagou com o qu o sorriso de Russo ficou mais largo você não quer saber Lorena sentiu o sangue gelar Pedro deu um passo à frente o corpo tenso você não pode ficar com eles Lorena disse sua voz firme Posso sim até alguém me dar um motivo bom o suficiente para devolver Lorena serrou os punhos se algo acontecer com eles você vai se arrepender sorriu Já ouvi isso antes mas eu sou um cara razoável então vamos fazer um acordo Lorena estreitou os olhos que tipo de acordo você me dá algo que valha a pena e
eu devolvo às crianças Lorena sentiu o peito apertar ela sabia exatamente o que ele queria dizer e estava disposta a pagar Qualquer preço o olhar de Russo era um misto de provocação e desprezo ele sabia que tinha o controle da situação e isso o divertia Lorena sentia a respiração curta o peito apertado com a urgência da situação Pedro estava ao seu lado os punhos cerrados mas ela podia sentir o leve tremor em seu corpo ele também sabia que o tempo estava se esgotando quero vê-los agora Lorena Manteve a voz firme Russo riu baixo balançando a
cabeça você tem coragem eu admito mas coragem não vale nada sem dinheiro Lorena puxou a e tirou o que tinha um maço de notas isso deve bastar Russo pegou as cédulas e contou lentamente como se estivesse se divertindo com a situação bonito mas não é o suficiente Lorena sentiu o sangue ferver então o que você quer Russo se inclinou na cadeira os olhos escuros avaliando Você parece ser uma mulher esperta talvez a gente possa negociar Outra coisa o nojo subiu pel pela garganta de Lorena ela sabia exatamente o que ele queria dizer Pedro deu um
passo à frente a mandíbula trincada onde eles estão o garoto rosnou Russo levantou a mão rindo calma Moleque eu não sou um monstro ele acenou com a cabeça para um homem próximo que saiu pelos fundos do bar Lorena Segurou o ar o segundos pareceram horas então passos ecoaram no corredor e lá estavam eles Benício foi carregado para dentro Os Pequenos braços caídos o corpo magro demais seu rostinho estava sujo os olhos semicerrados como se estivesse sem forças até para chorar Pedro soltou um suspiro estrangulado e avançou antes mesmo que Lorena pudesse reagir ele pegou o
bebê nos braços segurando-o com um cuidado desesperado Benício o bebê não reagiu de imediato Lorena sentiu um frio na espinha ela correu até Pedro tocando o rostinho de Benício sua pele estava quente demais febre ela se virou para Russo o que fizeram com ele o homem apenas deu de ombros nada ele só não se adaptou bem ao novo lar a raiva explodiu dentro dela você é um desgraçado Russo riu e você é uma mulher que fala demais agora pega os garotos e some daqui antes que eu mude de ideia Lorena não perdeu tempo ela pegou
Pedro pelo braço e praticamente Correu para fora do bar o caminho até o hospital foi um borrão Lorena dirigia como se sua vida dependesse daquilo Pedro estava no banco de trás segurando Benício e murmurando palavras baixas para ele como se tentasse mantê-lo acordado fica comigo Benício você vai ficar bem eu prometo o bebê soltou um gemido Fraco mas não abriu os olhos Lorena sentiu as lágrimas queimarem seus olhos ela falhou ela deveria ter feito mais quando chegaram ao hospital ela estacionou o carro bruscamente e saiu correndo com Pedro ao seu lado a recepção estava movimentada
mas quando os enfermeiros viram o estado de Benício agiram rápido ele está com febre alta está desidratado precisamos interná-lo imediatamente Lorena assentiu incapaz de falar Pedro segurava sua mão com força os olhos fixos na maca onde os enfermeiros colocaram o irmão eu posso ficar com ele Pedro perguntou a voz Tremendo o Enfermeiro olhou para Lorena você é responsável por eles a pergunta a atingiu como um soco no estômago ela deveria ser ela queria ser sim sua voz saiu firme mesmo que o medo tentasse sufocá-la o enfermeiro Então venha as horas seguintes foram intermináveis Benício foi
colocado no soro examinado e monitorado por médicos ele estava Fraco mas estável Pedro não saiu do lado do irmão por um segundo sequer Lorena observava os dois o peito pesado com a certeza absoluta de que não podia mais permitir que aquilo acontecesse ela tentou seguir as regras tentou respeitar o sistema mas o sistema falhou E se o sistema falhava Então ela teria que lutar por conta própria ela puxou o celular do bolso e discou um número Vera a assistente social atendeu com a voz cansada Lorena O que houve Benício está no hospital Pedro também está
debilitado eu quero entrar com um pedido imediato de guarda houve um Silêncio do outro lado então Vera respondeu você tem provas Lorena olhou para a maca para o bebê ligar aos aparelhos tenho e não vou parar até conseguir isso ela desligou e respirou fundo a guerra estava só começando Lorena nunca se sentiu tão Exausta nos primeiros dias após conseguir a guarda provisória de Pedro e Benício Ela descobriu que a maternidade não era apenas sobre amor e proteção era sobre Noites em claro preocupação constante e um medo sufocante de não ser boa eficiente Benício ainda estava
em recuperação a desnutrição e a febre o haviam enfraquecido e os médicos recomendaram uma dieta especial Além de acompanhamento regular ele acordava várias vezes à noite chorando e Lorena mal dormia atenta a qualquer sinal de piora Pedro por outro lado era um desafio diferente ele não rejeitava Lorena mas também não demonstrava proximidade havia um muro invisível ao seu redor construído por anos de abandono e desconfiança ele fazia o que era pedido Mas sem o calor que uma criança daquela idade deveria ter não pedia nada não reclamava de nada aceitava a comida tomava banho quando ela
mandava e dormia quando lhe era dito para dormir mas nunca se permitia parecer confortável e aquilo machucava Lorena mais do que qualquer coisa o despertador mas Lorena já estava acordada Benício havia chorado de madrugada e ela levou quase uma hora para fazê-lo dormir novamente agora o bebê ressonava baixinho no berço improvisado ao lado de sua cama ela se levantou com cuidado e foi até a cozinha preparar o café da manhã Pedro já estava sentado à mesa Quando ela entrou os olhos baixos brincando com uma colher Lorena olhou para ele por um instante antes de pegar
o leite do dormiu bem ela perguntou Pedro deu de ombros sim quer pão ou cereal o que tiver ela se Forçou a não suspirar Pedro nunca dizia o que queria nunca expressava uma preferência era como se tivesse aprendido a não esperar nada do mundo Lorena colocou um prato com pão na mesa e serviu um copo de leite para ele Pedro Pegou o pão mas não começou a comer o que foi ele hesitou por um segundo antes de perguntar se minha mãe voltar você vai dar a gente de volta o coração de Lorena apertou ela se
sentou ao lado dele escolhendo suas palavras com cuidado eu vou fazer de tudo para que vocês fiquem aqui Pedro franziu o senho mas se ela aparecer se ela pedir pra gente voltar Lorena engoliu em seco ela não pode simplesmente aparecer e levar vocês agora vocês estão minha guarda Pedro abaixou os olhos para o pão pensativo Então quer dizer que você pode fazer a mesma coisa Lorena piscou surpresa o quê Pedro apertou os punhos sobre a mesa se você quiser se livrar da gente também pode né o estômago de Lorena afundou Pedro eu não quero me
livrar de vocês minha mãe também dizia isso até um dia decidir que não queria mais Lorena sentiu um Nó na Garganta Pedro não estava sendo Cruel ele estava sendo honesto e ele tinha razão em ter medo ela não discutiu não tentou convencê-lo apenas Pegou sua mão e disse eu sei que você não acredita em mim ainda mas eu vou provar que estou aqui para ficar Pedro ficou em silêncio mas depois de um tempo começou a comer o pão e por enquanto isso era o suficiente os dias seguintes foram uma batalha constante Benício precisava de acompanhamento
médico frequente ele não estava acostumado a uma rotina estável e chorava muito estranhando o ambiente novo Lorena passou horas tentando confortá-lo muitas vezes Exausta e sem saber o que fazer Pedro por outro lado continuava distante Ia para a escola voltava fazia o dever de casa sem que ela precisasse pedir mas havia uma frieza em seus gestos uma barreira que ele não permitia que ninguém ultrapassasse Lorena tentava não pressioná-lo mas às vezes doía na terceira noite consecutiva sem dormir direito ela se sentou na sala com uma xícara de café os olhos ardendo de cansaço Pedro apareceu
na porta observando-a em silêncio Você tá cansada ela sorriu cansada demais para negar Estou mas faz parte Não é Pedro franziu o senho minha mãe dizia isso também mas depois começou a nos evitar disse que a gente dava trabalho demais Lorena olhou para ele sentindo o coração apertar novamente isso nunca vai acontecer aqui Pedro desviou o olhar todo mundo cansa uma hora ou outra ela quis argumentar quis dizer que ele estava errado mas sabia que palavras não bastavam ela precisaria mostrar os dias até ele acreditar uma semana depois algo mudou Pedro estava sentado no chão
da sala brincando com Benício o bebê estava mais forte Agora rindo mais se movendo melhor Lorena os observava da cozinha sentindo um calor suave no peito então aconteceu Pedro ergueu os olhos e a olhou diretamente ele gosta de você Lorena sorriu e você Pedro hesitou então deu de Mas pela primeira vez havia um pequeno sorriso ali e para Lorena aquele era o começo de algo real Lorena não esperava vê-lo de novo era um sábado à tarde quando a campainha tocou Benício dormia no berço improvisado ao lado do sofá e Pedro estava na mesa rabiscando algo
em um caderno velho o tempo estava mais calmo naquela semana sem visitas de Regina sem chamadas de assistentes sociais Sem Batalhas legais imediatas para travar mas ao abrir a porta e encontrar Eduardo parado ali Lorena sentiu como se algo dentro dela tivesse sido jogado para o passado ele estava do mesmo jeito de sempre a barba Impecável a roupa alinhada o perfume discreto era como se o tempo tivesse sido gentil com ele enquanto ela sentia o peso dos últimos meses afundando seus ombros Lorena Eduardo sorriu como se não tivesse sido ele a se despedir da última
vez Ela cruzou os braços desconfiada O que você está fazendo aqui Pedro se virou ligeiramente para observar a cena da mesa seu olhar era avaliador sempre atento a qualquer ameaça Eduardo seguiu o olhar dela e por um instante pareceu incomodado com a presença de Pedro posso entrar Lorena hesitou então suspirou e abriu mais a porta se a afastando para deixá-lo passar Eduardo entrou e analisou o pequeno apartamento com um olhar curioso então é aqui que você mora agora Ela fechou a porta e se virou para ele sim é diferente havia algo no tom dele que
a irritou o que você quer Eduardo ele colocou as mãos nos bolsos e deu de ombros eu queria saber como você está fiquei sabendo da sua nova vida Ele olhou para Pedro novamente que não tirava os olhos do caderno mas ouvia tudo atentamente não achei que você fosse se envolver com algo assim Lorena cruzou os braços algo assim Eduardo ergueu uma sobrancelha crianças responsabilidades você nunca quis isso antes a raiva subiu quente pelo peito dela não foi isso que aconteceu e você sabe disso Eduardo suspirou Eu só fiquei surpreso a gente passou anos tentando e
agora de repente você tem uma família o Tom dele era suave quase nostálgico e aquilo a irritou ainda mais isso aqui não tem nada a ver com o que aconteceu entre nós não ele a olhou com aqueles olhos castanhos que um dia fizeram seu coração acelerar porque parece que você encontrou exatamente o que queria só demorou um pouco para perceber Lorena os punhos se você veio aqui só para questionar minhas escolhas pode ir embora Eduardo levantou as mãos em rendição Calma eu não vim brigar só queria ver você ela riu sem humor ver como eu
estou ou tentar me convencer de que estou errada ele desviou o olhar por um segundo depois suspirou Talvez um pouco dos dois Pedro fechou o caderno com um estalo e se levantou vou ver o Benício ele saiu para o quarto mas Lorena sabia que ainda estava ouvindo Eduardo observou o menino sair e esfregou a nuca ele não gosta de mim ele não confia em estranhos Eduardo sorriu de lado então eu sou um estranho agora Lorena sentiu uma pontada no peito sim ele não escondeu a decepção e Se a gente pudesse tentar de novo a pergunta
ficou no ar entre eles Lorena piscou atordoada o quê Eduardo enfiou as mãos nos bolsos tenso agora que você tem sua família talvez talvez possamos tentar de novo você queria filhos Eu queria um casamento sólido Agora você tem os dois por que não podemos recomeçar Lorena soltou uma risada mas não havia humor nela você realmente acha que pode aparecer aqui depois de tudo e simplesmente me oferecer um Recomeço ele não recuou porque não ela Balançou a cabeça porque eu não sou mais aquela Lorena ele ficou em silêncio e foi nesse momento que Lorena percebeu que
ele realmente acreditava que ela aceitaria Eduardo não mudou ele ainda via o mundo como algo que ele podia moldar ao seu gosto mas ela mudou ela não queria voltar a ser a mulher que vivia tentando se encaixar em um molde que nunca foi feito para ela você foi uma parte importante da minha vida Ed mas essa parte Acabou ele piscou surpreso com a firmeza dela você tem certeza ela olhou para o corredor onde Pedro tinha desaparecido e depois voltou para Eduardo tenho ele abriu a boca para dizer algo mas desistiu por fim apenas assentiu então
eu espero que você saiba o que está fazendo ela sorriu dessa vez eu sei a ol segundos e então deu um passo para trás Adeus Lorena ele se virou e saiu Lorena fechou a porta e soltou um longo suspiro Pedro apareceu no corredor ele foi embora ela assentiu Pedro a observou por um instante você vai sentir falta dele Ela pensou por um momento e então sorriu suavemente não Pedro não disse nada mas ela percebeu que ele relaxou um pouco e então sem Viso ele pegou seu caderno e voltou a rabiscar como Se Tudo estivesse no
lugar certo e pela primeira vez Lorena sentiu que realmente estava o cheiro de tinta fresca ainda pairava no ar quando Lorena recuou alguns passos e observou o pequeno cômodo que até pouco tempo atrás era apenas um quartinho de despejo agora as paredes tinham uma nova cor um tom de azul claro que ela mesma havia escolhido a antiga estante foi lixada e pintada de branco pronta para acomodar materiais de artesanato o espaço não estava perfeito ainda havia caixas empilhadas nos cantos pincéis espalhados sobre a mesa improvisada e um leve resquício de poeira teimando em alguns cantos
mas era um começo ela respirou fundo sentindo algo dentro dela se agitar uma mistura de excitação e medo ela estava realmente fazendo isso Pedro entrou no cômodo devagar observando tudo com curiosidade ele franziu o senho ao ver as tintas os pedaços de tecido e a pilha de madeira que Lorena havia trazido o que é isso Lorena sorriu limpando as mãos sujas de tinta no jeans velho é o meu novo projeto Pedro olhou ao redor novamente Ainda parecendo confuso Você vai vender tinta ela riu não eu vou fazer brinquedos Pedro piscou surpreso brinquedos ela assentiu e
pegou um dos pedaços de madeira da mesa quando eu era criança meu avô tinha um pequeno Ateliê ele esculpia brinquedos à mão pintava e vendia na feira da Cidade eu passava horas vendo ele trabalhar sempre quis fazer isso mas a vida foi me levando para outros caminhos Pedro continuou encarando-a como se tentasse entender o que aquilo significava E por que você quer fazer isso agora ela hesitou então olhou ao redor porque agora eu sei para quem quero fazer esses brinquedos Pedro desviou o olhar fingindo desinteresse mas ela viu o canto de sua boca se erguer
levemente naquela noite depois que Benício dormiu e Pedro se deitou no sofá Lorena acendeu uma luminária na mesinha do Ateliê improvisado e começou a trabalhar ela pegou pedaços de madeira lápis Cola e Tin seus dedos antes acostumados apenas ao teclado do computador e à rotina da editora agora tocavam ferramentas de forma hesitante ela lixou cortou esculpiu cada movimento a fazia se lembrar do passado do avô sentado no banquinho de madeira os olhos gentis brilhando sob a luz amarela do Ateliê esculpindo bonecos e carrinhos de madeira do som do pincel deslizando sobre a tinta fresca do
Che de verniz que pairava no ar ela sorriu sentindo uma sensação de pertencimento que há muito não experimentava quando terminou pegou o pequeno brinquedo nas mãos e observou sua criação era um boneco simples esculpido em madeira Clara mas para ela era muito mais do que isso era um Recomeço na manhã seguinte Pedro acordou e encontrou o boneco de madeira em cima da mesa da cozinha ele pegou o Brino e o virou nas mãos analisando cada detalhe você fez isso ele perguntou sem olhar para Lorena ela assentiu enquanto colocava café na xícara fiz não é grande
coisa mas parece com o Benício Lorena piscou Pedro apontou para os pequenos traços no rosto do boneco o cabelo dele é igual ao do Benício e a boca também Lorena sorriu Talvez eu tenha me inspirado um pouco Pedro ficou em silêncio por um momento segurando o brinquedo então para a surpresa de Lorena ele guardou o boneco no bolso você vai fazer mais ele perguntou a voz casual como se não quisesse demonstrar interesse vou tentar Pedro assentiu lentamente e então saiu para a escola o boneco ainda no bolso Lorena ficou parada ali observando a porta pela
qual ele saíra e pela primeira vez sentiu que talvez estivesse quebrando aquela barreira os dias seguintes foram tomados por rabiscos de esboços compras de materiais e pesquisas sobre como melhorar suas criações Lorena percebeu que cada brinquedo que fazia tinha um propósito ela fez um carrinho de madeira resistente pensando naqueles que Pedro nunca teve criou um móbile colorido para o berço de Benício para que ele tivesse algo bonito para olhar antes de dormir e sem perceber seu pequeno atelierê começou a se transformar ela postou algumas fotos dos brinquedos nas redes sociais sem grandes expectativas mas em
poucos dias recebeu mensagens de pessoas interessadas você vende essas peças meu filho adoraria um desses como faço para encomendar Lorena piscou para as mensagens surpresa ela não esperava que houvesse interesse tão rápido mas então percebeu Talvez isso pudesse ser mais do que um projeto Pessoal talvez isso fosse de fato um novo começo na noite seguinte Lorena estava concentrada pintando detalhes em uma nova peça quando sentiu alguém observá-la ela levantou os olhos e viu Pedro parado na porta os braços cruzados Você tá gostando disso né ela sorriu sim muito Pedro hesitou então entrou no Ateliê e
pegou um pedaço de madeira da mesa posso tentar Lorena piscou surpresa Claro ela lhe entregou uma lixa e mostrou como começar Pedro pegou a peça e começou a alisar a superfície com movimentos cuidadosos você não vai reclamar se eu errar ele perguntou não Errar faz parte do aprendizado Pedro não respondeu mas pela primeira vez Lorena viu algo diferente nele não era só interesse pelo Brin era confiança ele estava baixando a guarda e para Lorena isso era mais valioso do que qualquer brinquedo que pudesse criar Lorena estava terminando de organizar algumas peças no Ateliê quando ouviu
a campainha tocar Pedro que estava sentado no chão lixando um pedaço de madeira parou imediatamente seus ombros ficaram tensos e Ele olhou para a porta com um olhar que Lorena já conhecia bem desconfiança medo ela limpou as mãos no avental e caminhou até a entrada seu coração já martelava no peito antes mesmo de espiar pelo olho mágico e então ela viu Regina Lorena fechou os olhos por um segundo como se pudesse afastar a realidade com um simples piscar mas quando abriu de novo a mulher ainda estava ali mexendo ansiosamente no zíper da jaqueta surrada os
olhos fundos mas mais alertas do que da última vez Pedro já sabia ele se levantou rapidamente e pegou Benício no colo segurando-o com força é ela não é sua voz saiu quase num sussurro Lorena assentiu apertando o maxilar Pedro recuou alguns passos instintivamente ela veio pegar a gente Lorena sentiu um nó apertado no peito isso não vai acontecer mas ela sabia que não era tão simples assim porque Regina ainda era a mãe biológica deles e gostasse ou não o sistema ainda dava a ela o benefício da dúvida Lorena abriu a porta mas não se afastou
para deixar Regina entrar a mulher sorriu de lado não vai me convidar para entrar Lorena cruzou os braços o que você quer Regina Regina suspirou dramaticamente eu vim ver os meus filhos Lorena não respondeu imediatamente ela observou Regina com cuidado a aparência dela estava diferente as roupas estavam limpas o cabelo preso em um rabo de cavalo simples e não havia o cheiro de álcool que costumava acompanhá-la mas seus olhos seus olhos ainda tinham aquela sombra inquietante Aquele olhar de alguém que sabia exatamente quais palavras usar você os quer de volta agora depois de tudo Lorena
Manteve a voz firme Regina estalou a língua eu sei que cometi erros mas estou Tent me recuperar estou indo à reuniões consegui um emprego estou mudando Lorena sentiu a onda de raiva se misturar ao medo você não pode simplesmente aparecer e achar que pode pegar os meninos de volta porque agora decidiu que está pronta Regina inclinou a cabeça o sorriso desaparecendo eu sou a mãe deles Lorena isso nunca mudou você os abandonou e estou tentando consertar isso Regina rebateu a vó Subindo ou você acha que é melhor do que eu só porque tem uma casa
bonitinha e d comida para eles Lorena não recuou eu sou melhor do que você porque eu fiquei houve um silêncio pesado entre as duas Regina desviou o olhar por um instante mas logo se recuperou eu vou entrar com um pedido para reaver a guarda as palavras fizeram o chão sumir so os pés de Lorena o Regina ergueu o queixo você achou que isso ia durar para sempre que podia simplesmente roubar meus filhos e ficar por isso mesmo eu tenho meus direitos e agora que estou me recuperando vou lutar por eles Lorena sentiu a raiva ferver
dentro dela você não quer esses meninos Regina você quer provar um ponto Regina riu e você quer o qu se sentir uma heroína a boa Samaritana que salva perdidas você nunca vai ser mãe deles de verdade você não pode substituir o que eu sou Lorena engoliu em seco você não pode machucá-los de novo Regina olhou diretamente para ela a gente vai ver ela se virou e Desceu as escadas desaparecendo na Rua Lorena fechou a porta e se encostou contra ela sentindo o peso esmagador daquela ameaça quando se virou viu Pedro parado ali olhos arregalados ele
já sabia o que aquilo significava e ele estava com medo aquela noite foi silenciosa Benício dormia profundamente alheio à tempestade que se formava ao seu redor Pedro por outro lado não disse uma palavra ele apenas se sentou no sofá segurando o boneco de madeira que Lorena fizera para ele girando-o entre os dedos Lorena se sentou ao lado dele ela vai levar a gente lhe perguntou sem olhar para ela a voz dele era baixa quase apagada Lorena sentiu o coração apertar eu não vou deixar isso acontecer Pedro soltou um riso sem humor você não pode prometer
isso Lorena virou o rosto para ele posso e vou Pedro finalmente a olhou o sistema sempre fica do lado da mãe você mesma disse isso Lorena respirou fundo o sistema nem sempre está certo e eu não sou a mesma mulher que entrou nessa história de olhos fechados se ela quer lutar então eu também vou lutar Pedro a encarou por um longo momento e então lentamente assentiu mas Lorena sabia a Guerra ainda não havia acabado o ar no tribunal era pesado sufocante o murmúrio de advogados e testemunhas preenchia o ambiente enquanto Lorena mantinha as mãos firmemente
cruzadas sobre o o colo tentando controlar a ansiedade Pedro estava sentado ao lado dela rígido como uma estátua seus olhos fixos no chão Benício estava sob os cuidados de uma assistente social naquele momento longe dos olhares curiosos e da tensão daquele lugar do outro lado da sala Regina ela estava vestida melhor do que Lorena jamais a vira cabelo preso roupas limpas uma pasta de documentos à sua frente mas seus olhos carregavam aquela mesma inquietação aquela expressão que Lorena sabia bem Regina estava ali para lutar mas não necessariamente pelos filhos ela estava ali para vencer o
juiz entrou na sala e o burburinho cessou instantaneamente vamos dar início ao processo de disputa de guarda entre a requerente Lorena Vasconcelos e a mãe biológica Regina Martins o coração de Lorena bateu forte era agora o advogado de Regina foi o primeiro a falar meritíssimo minha cliente reconhece que cometeu erros no passado mas ela tomou medidas para mudar sua vida está empregada frequenta reuniões de apoio e tem uma moradia estável o que mais uma mãe precisa fazer para merecer seus próprios filhos Lorena sentiu um nó na garganta o advogado estava estruturando Regina como uma mãe
arrependida alguém que havia enfrentado dificuldades mas que estava se esforçando para recuperar sua família então foi a vez de seu próprio advogado responder com todo o respeito não se trata apenas do esforço recente da mãe biológica trata--se do bem-estar das crianças e Nesse quesito temos evidências de que a negligência de Regina Martins não foi pontual mas sim um padrão que colocou seus filhos em risco o advogado apresentou os documentos do hospital os relatórios médicos de Benício e os registros de denúncias feitas ao Conselho Tutelar o juiz analisou as folhas em silêncio Regina cruzou os braços
o olhar se tornando mais frio senhora Martins o que a senhora tem a dizer sobre essas evidências o juiz perguntou Regina respirou fundo eu admito que nem sempre tomei as melhores decisões mas eu nunca quis machucar meus filhos eu estava em um momento difícil sem apoio Agora estou melhor só quero minha família de volta seu Tom era controlado cuidadosamente calculado Lorena sentiu um arrepio ela sabia que Regina era uma manipuladora Nata e sabia que o tribunal poderia ser enganado então veio a parte que Lorena mais temia o advogado de Regina se levantou gostaríamos de chamar
Pedro Martins para um depoimento Pedro ficou imóvel por um segundo Lorena sentiu sua respiração travar Pedro tinha sido Claro desde o início ele não queria falar ele não queria ser forçado a reviver tudo mas agora ele não tinha escolha Lorena olhou para ele tentando transmitir apoio Pedro engoliu em seco e se levantou atravessou a sala e se sentou na cadeira ao lado do juiz onde as testemunhas prestavam seus depoimentos ele parecia menor naquele espaço imenso Pedro Quantos anos você tem o advogado perguntou 11 a voz do menino saiu baixa Você se lembra da última vez
que viu sua mãe antes de ir morar com Lorena Pedro assentiu mas não respondeu imediatamente pode nos contar como era sua vida com ela houve um silêncio longo Lorena sentiu a na sala abai os olhos para as mãos ela ia embora e demorava para voltar eu cuidava do Benício quantas vezes isso aconteceu Pedro hesitou muitas o advogado de Regina se inclinou Mas sua mãe sempre voltava certo Pedro apertou os lábios sim o advogado sorriu levemente então mesmo quando sua mãe estava ausente ela ainda era sua mãe você a ama Pedro Lorena sentiu um aperto no
peito Pedro franziu o senho parecendo Confuso com a pergunta eu Ele olhou para Lorena então desviou o olhar eu acho que sim o advogado a sentiu satisfeito e você sente falta dela Pedro não respondeu Pedro Pedro respirou fundo Então finalmente ergueu a cabeça eu sinto falta da mãe que eu queria que ela fosse mas não da mãe que ela era o silêncio que seguiu foi absoluto o advogado de Regina pareceu momentaneamente perdido Regina do outro lado da sala cerrava os punhos Pedro olhou para o juiz eu sei que mãe é uma palavra importante mas não
significa a mesma coisa para todo mundo para mim mãe não é só quem deu a gente pro mundo é quem fica quem cuida quem se preocupa Ele olhou para Lorena e a Lorena ficou o coração de Lorena se apertou Pedro desviou o olhar rapidamente como se não quisesse prolongar aquele momento de vulnerabilidade o juiz observou o menino por um longo instante Obrigado Pedro pode voltar para o seu lugar Pedro se levantou e caminhou rapidamente para o lado de Lorena ela queria abraçá-lo queria dizer que ele foi incrível Mas sabia que ele não queria ouvir isso
agora então apenas estendeu a mão Pedro hesitou por um segundo eem então segurou a mão dela sem mais perguntas meritíssimo disse o advogado de Regina a voz tensa Lorena percebeu Pedro tinha conseguido algo que nenhum argumento jurídico teria ele havia exposto a verdade e agora só restava esperar após horas de argumentações apresentações de provas e depoimentos o juiz finalmente se inclinou para a frente faremos uma análise minuciosa do caso e aremos a decisão nos próximos dias o coração de Lorena afundou Eles teriam que esperar ela olhou para Pedro que ainda segurava sua mão com força
não importava o que acontecesse ela não o deixaria sozinho e naquele momento ela soube que ele também não a deixaria a sala do tribunal estava mergulhada em um silêncio pesado o ar parecia denso carregado por uma tensão que ninguém ousava quebrar Pedro estava sentado na cadeira de Testemunhas as mãos pequenas apoiadas nos joelhos o corpo rígido como uma estátua o juiz um homem de cabelos grisalhos e olhar cansado observava o menino com uma expressão neutra mas havia uma curiosidade velada em seus olhos Lorena prendeu a respiração ela sabia que aquele momento era crucial Pedro tinha
falado pouco no depoimento anterior mas agora com asv pert direcionas a ele era sua chance de expor a verdade da maneira mais clara possível o advogado de Lorena se levantou e caminhou lentamente até o centro da sala Pedro você se lembra de quando começou a cuidar do Benício sozinho Pedro apertou os lábios seus olhos foram para o chão como se buscassem algo que o fizesse se sentir seguro sim você pode nos contar como era a sua o garoto respirou fundo eu acordava quando Benício começava a chorar se minha mãe estivesse em casa Ela mandava eu
cuidar dele porque dizia que precisava dormir às vezes ela não estava o que você fazia quando ela não estava Pedro engoliu em seco eu dava água para ele às vezes Tinha um pouco de leite que sobrava mas outras vezes não tinha nada eu tentava fazer ele dormir de novo porque eu não sabia o que mais fazer Lorena sentiu um nó no estômago o juiz Manteve os olhos atentos ao menino mas não interrompeu e quando sua mãe voltava Pedro hesitou depende às vezes ela voltava normal só quieta mas às vezes às vezes ela estava nervosa nervosa
como Pedro mordeu o Lábio gritava jogava coisas uma vez quebrou um prato e disse que a gente dava trabalho demais Lorena fechou os olhos por um segundo lutando contra a raiva que subia por sua garganta e você se machucou alguma vez Pedro olhou para suas mãos como se tentasse encontrar uma resposta ali eu aprendi a me esconder quando ela ficava Nervosa mas uma vez ela esqueceu de alimentar o Benício por muito tempo ele ficou fraco eu tentei pedir comida para um vizinho mas ele disse que não podia ajudar Lorena sentiu um arrepio na espinha ela
sabia que Pedro havia passado por muito mas ouvir os detalhes ali naquele tribunal tornava tudo ainda mais brutal o advogado assentiu absorvendo cada palavra Pedro você tem medo da sua mãe o menino ficou em silêncio por um instante Então ergueu os olhos para o juiz eu tenho medo de que ela nos leve de volta as palavras caíram como pedras no chão o juiz franziu o senho Por que você acha que ela isso Pedro respirou fundo porque ela não quer ficar sozinha não é porque ela quer a gente é porque ela não quer que outra pessoa
fique com a gente Lorena sentiu um arrepio percorrer sua pele o juiz permaneceu em silêncio por um momento analisando cada detalhe da expressão de Pedro então Regina se remexeu na cadeira visivelmente irritada isso é ridículo ele é só um menino não sabe o que está dizendo o juiz ergueu a mão interrompendo senora Martins por favor mantenha-se em silêncio Regina bufou cruzando os braços Lorena sabia que ela estava se segurando mas Pedro não terminou ele apertou os punhos e olhou novamente para o juiz ela nunca quis o Benício ela dizia que ele só existia porque o
pai dele enganou ela dizia que ele foi um erro o impacto das palavras reverberou pela sala Lorena ouviu um leve murmuro vindo da área onde os espectadores estavam sentados o advogado de Regina se remee na cadeira claramente incomodado Pedro como você se sentia quando sua mãe falava isso o advogado de Lorena perguntou Pedro ficou em silêncio por um longo tempo Eu queria levar o Benício para outro lugar queria esconder ele e você sente que agora ele está seguro Pedro assentiu com aena ficou sem comer ele nunca dormiu no chão nunca ficou sozinho o juiz se
inclinou para a frente apoiando os cotovelos sobre a mesa e você Pedro você também se sente seguro Pedro piscou algumas vezes Ele olhou para Lorena e ela viu algo diferente em seus olhos não era só medo era Esperança sim o juiz assentiu lentamente Obrigado Pedro você pode voltar para o seu lugar Pedro desceu da cadeira e caminhou rapidamente até Lorena ela não disse nada apenas Pegou sua mão e desta vez ele segurou firme a sala permaneceu em silêncio por longos segundos após Pedro se sentar o juiz fez algumas anotações sua expressão fechada o advogado de
Regina pigarreou tentando encontrar um jeito de minimizar o impacto do depoimento com todo respeito meritíssimo estamos falando de uma criança que embora corajosa pode estar sendo influenciada pelas emoções do momento minha cliente reconhece seus erros mas acredita que o melhor para seus filhos é estar com sua mãe biológica o juiz ergueu a mão interrompendo a fala já ouviu o suficiente Lorena sentiu seu coração acelerar o juiz fechou um dos documentos à sua frente e suspirou farei minha avaliação final antes de tomar uma decisão definitiva Mas devo dizer o bem-estar das Crianças sempre será a prioridade
deste tribunal Lorena sentiu uma onda de esperança o advogado de Regina se remexeu percebendo que a situação não estava ao seu favor Regina por outro lado permaneceu imóvel seus olhos estavam fixos em Pedro ele não a olhou de volta porque naquele momento ele Finalmente sabia que não precisava mais ter medo e Lorena sabia que a luta estava quase chegando ao fim os dias que se seguiram ao testemunho de Pedro foram os mais longos da vida de Lorena o tribunal havia encerrado as audiências e agora tudo estava nas mãos do juiz uma única assinatura poderia mudar
completamente o futuro de Pedro e Benício Lorena sabia que havia feito tudo ao seu alcance apresentara provas mostrara os registros médicos de Benício expuseram o histórico de negligência de Regina mas no fundo temia que nada disso fosse suficiente porque a lei ainda protegia a mãe biológica sempre que possível e Regina sabia disso Pedro estava inquieto naquela manhã ele não dizia nada mas ficava andando de um lado para o outro pela sala o boneco de madeira que Lorena fizera girando em suas mãos você acha que ele vai decidir Hoje ele perguntou finalmente Lorena suspirou Espero que
sim Pedro franziu o senho E se ele mandar a gente de volta Lorena engoliu em seco então a gente encontra outro jeito Pedro não pareceu convencido ele se sentou no sofá apertando o boneco contra o peito eu não quero voltar Lorena sentou-se ao lado dele você não vai desta vez Pedro olhou para ela estudando-a e devagar assentiu mas elb que até ouvir a decisão ele não conseguiria descansar e nem ela a sala do tribunal estava mais silenciosa do que nunca Regina sentava-se do outro lado com os braços cruzados e os olhos semicerrados seu advogado cochichava
algo para ela mas a mulher não parecia interessada Pedro estava ao lado de Lorena segurando sua mão firmemente o juiz entrou e todos se levantaram vamos dar início à leitura do veredito sobre o processo de guarda das crianças Pedro Martins e Benício Martins Lorena sentiu seu coração acelerar o juiz foliou alguns papéis pigarreou e começou após análise detalhada das evidências testemunhos e relatórios médicos este tribunal reconhece que houve negligência por parte da mãe biológica Regina Martins nos cuidados de ambas as crianças ele fez uma pausa Regina mexeu-se na cadeira no entanto também reconhecemos que a
mãe biológica demonstrou intenção de reabilitação e está empregada participando de programas de apoio consideramos que laços familiares são importantes para o desenvolvimento infantil sempre que possam ser mantidos com segurança Lorena sentiu um aperto no peito o juiz olhou diretamente para Pedro depois para ela contudo diante das evidências apresentadas e do melhor interesse das crianças no momento este tribunal decide conceder a guarda definitiva de Pedro Martins e Benício Martins a Lorena Vasconcelos o mundo parou por um segundo Lorena piscou Pedro arregalou os olhos o qu Regina sussurrou do outro lado o juiz continuou Regina Martins manterá
o direito de visitas supervisionadas com possibilidade de revisão futura caso demonstre estabilidade e compromisso com o bem-estar da crianças Pedro apertou ainda mais a mão de Lorena Isso significa que a gente fica ele perguntou a voz hesitante quase sem acreditar Lorena sentiu as lágrimas se acumularem nos olhos ela olhou para ele e Sorriu significa que você fica Pedro soltou um suspiro longo como se todo o ar preso em seus pulmões finalmente pudesse ser liberado do outro lado da sala reg se levantou abruptamente Isso é um absurdo eles são meus filhos o juiz bateu o martelo
A decisão foi tomada caso a senhora descumpra os termos do acordo perderá o direito às visitas Regina respirava rápido os olhos cheios de ódio mas não havia mais nada que pudesse fazer no estacionamento Lorena sentiu as pernas fraquejarem ela se apoiou no carro e fechou os olhos por um momento Pedro estava parado ao a seu lado olhando para a Rua pensativo a gente ganhou ele perguntou ainda parecendo surpreso Lorena sorriu sim Pedro desviou o olhar para ela então para sua surpresa ele deu um passo à frente e a abraçou não foi um abraço longo nem
apertado mas foi o suficiente Lorena sentiu um nó na garganta ela passou os braços ao redor dele e ficou ali apenas segurando-o vamos para casa Pedro assentiu e pela primeira vez ele parecia acreditar que realmente tinha um lar mas Regina não desistiu Lorena percebeu isso algumas semanas depois quando começou a notar sua presença de longe uma sombra na esquina quando Pedro saía da escola uma figura distante na feira onde Lorena fazia compras ela nunca se aproximava nunca tentava nada mas estava lá e Lorena sabia a ameaça ainda não tinha desaparecido o cheiro de tinta fresca
e madeira lixada se misturava ao aroma suave de café na cozinha o pequeno apartamento de Lorena antes silencioso e organizado agora vibrava com vida Pedro estava sentado no chão da sala rabiscando algo em um caderno Benício agora mais forte e saudável engatinhava ao redor dele soltando sons animados cada vez que o irmão levantava o lápis no ar Lorena obs vava a cena da porta do Ateliê segurando uma xícara de café morno ela ainda se pegava surpresa ao pensar na palavra mãe ela agora era de fato a mãe de Pedro e Benício e isso mudava tudo
nos primeiros dias após a decisão judicial a casa Parecia um lugar diferente Pedro que antes andava com cautela como se ainda Esperasse que tudo aquilo fosse temporário começara a relaxar ele largava os tênis no meio do o corredor sem medo de repreensão deixava os livros empilhados na mesa da cozinha porque sabia que voltaria para lê-los depois e mais importante ele já não perguntava e se minha mãe voltar todas as noites antes de dormir Benício também mudara ele estava mais ativo sorrindo mais aprendendo a se expressar além do choros que antes eram sua única forma de
comunicação mas com a guarda definitiva vinham novos desafios Lorena passou as últimas semanas ajustando sua rotina entre levar Pedro para a escola levar Benício às consultas pediátricas e tentar manter a casa em ordem ela percebeu que o tempo parecia simplesmente evaporar Antes seu mundo era previsível trabalho Casa Solidão agora cada dia trazia um novo desafio Lorena ela se virou ao ouvir Pedro chamar Oi ele apontou para o caderno Você sabe alguma coisa sobre circuitos elétricos Lorena piscou circuitos elétricos Pedro assentiu franzindo a testa quero fazer um carrinho de madeira que ande sozinho mas não sei
como fazer as rodas se moverem ela mordeu o Lábio para conter um sorriso talvez possamos aprender juntos Pedro não respondeu imediamente depis segundos ele deu de ombros Tá e isso para ele era quase um sim entusiasmado Lorena sorriu e sentiu algo dentro dela aquecer ela estava aprendendo a ser mãe e Pedro estava aprendendo a ter uma Naquela tarde depois de buscar Pedro na escola e alimentar Benício Lorena finalmente teve um tempo para se dedicar ao Ateliê o pequeno espaço antes um cômodo sem uso agora começava a se parecer com algo real as prateleiras estavam organizadas
com latas de tinta pedaços de madeira e tecidos coloridos pequenos protótipos de brinquedos já ocupavam uma mesa no centro da sala e o mais impressionante ela já começava a receber pedidos desde que postara algumas fotos de seus brinquedos artesanais nas redes sociais mensagens começaram a surgir Você aceita encomendas meu filho adoraria um boneco assim como faço para pedir Lorena Nunca havia gerenciado um negócio próprio antes mas agora com a nova vida que estava construindo o ateliê parecia mais do que um sonho antigo Parecia um símbolo de sua nova identidade ela se sentou na mesa e
pegou um pedaço de madeira para começar um novo projeto mas antes que pudesse fazer o primeiro traço ouviu Passos atrás dela Pedro o que você vai fazer agora ele perguntou observando a mesa cheia de materiais acho que um dinossauro de madeira um cliente pediu um para o filho Pedro franziu o senho dinossauro de qual tipo Lorena sorriu eu ainda não decidi você tem sugestões Pedro hesitou então puxou o caderno que sempre carregava consigo ele foliou algumas páginas até encontrar um esboço esse aqui um Velociraptor eles são legais Lorena pegou o desenho e analisou os traços
detalhados do garoto você desenha bem Pedro deu de ombros eu gosto Lorena pegou um lápis e começou a adaptar o desenho para um molde de madeira Pedro observava atentamente você acha que um dia eu posso fazer brinquedos também Lorena olhou para ele você já está fazendo Pedro abaixou os olhos para seu caderno então pela primeira vez sorriu as semanas passaram rapidamente o ateliê começou a se tornar algo real ela conseguiu vender seus primeiros brinquedos Pedro se envolveu no processo mais do que ela esperava ele ajudava a desenhar os modelos escolhia as cores e às vezes
até pegava um pincel para pintar Benício Claro era o testador oficial dos brinquedos se ele tentava mastigar e não quebrava era um sinal de que estavam bem feitos a casa antes tão silenciosa agora era cheia de conversas Pedro contava sobre a escola Benício gargalhava quando Pedro brincava com ele e Lorena ela finalmente sentia que sua vida tinha um propósito ela não era mais apenas a mulher que enfrentou um casamento fracassado não era mais apenas alguém que tinha medo de não ser suficiente ela era mãe e pela primeira vez em muito tempo estava feliz Lorena não
esperava vê-lo novamente Depois da última vez que Eduardo aparecera na sua porta tentando convencê-la de que poderiam recomeçar ela tinha certeza de que ele havia entendido a mensagem mas ao sair do Ateliê Naquela tarde viu-o encostado no capô de seu carro esperando por ela o mesmo Eduardo de sempre bem vestido barba bem feita o olhar avaliador que ela conhecia tão bem mas agora ele não despertava Nela nada além de um suspiro cansado Lorena Ela cruzou os braços o que você quer Eduardo ele deslizou as mãos pelos bolsos um gesto que ela sabia que ele fazia
quando estava nervoso mas tentava disfarçar eu precisava te ver para quê ele hesitou antes de responder porque eu ainda não desisti da gente Lorena fechou os olhos por um segundo sentindo uma ura de frustração e uma ponta de pena ele não entendia Eduardo me escuta Por favor ele levantou as mãos como se estivesse tentando acalmar uma tempestade eu sei que já fiz isso antes que já tentei te convencer mas eu não consigo aceitar que isso ele gesticulou ao redor é o que você realmente quer você está criando filhos que não são seus gastando seu tempo
com brinquedos de madeira Quanto poderia estar reconstruindo sua vida comigo Lorena riu mas não havia humor no som você realmente acredita que a minha vida Precisa de conserto Eduardo franziu a testa eu acredito que você merece algo melhor você poderia estar viajando focada na sua carreira fazendo coisas grandes não presa a duas crianças que nunca deveriam ter sido seu problema a raiva subiu quente pelo peito de Loreno ela deu um passo à frente a voz baixa mas firme você nunca entendeu nada sobre mim não é ele piscou surpreso o qu você acha que tudo o
que eu faço agora é um sacrifício um peso que estou carregando mas a verdade Eduardo ela o encarou sentindo a certeza crescer dentro de si essa foi a melhor coisa que já aconteceu comigo o silêncio entre eles foi carregado viou o olhar por um momento depois voltou a encará-la Você tem certeza disso ela sorriu mas era um sorriso diferente um sorriso de quem já tinha a resposta Fazia tempo tenho Eduardo soltou um suspiro passando a mão pelo rosto então é isso é o fim Lorena assentiu foi o fim há muito tempo Eduardo você só demorou
para perceber ele abriu a boca como se fosse argumentar mas desistiu Depois de alguns segundos ele apenas assentiu certo ele se afastou do carro olhou para ela uma última vez e sem mais palavras caminhou até o próprio veículo dessa vez ele não olhou para trás Lorena observou enquanto ele desaparecia pela rua e então respirou fundo pela primeira vez em muito tempo sentiu-se completamente livre o dia da inauguração do Ateliê chegou mais rápido do que Lorena imaginava o pequeno espaço que antes era apenas um sonho esquecido agora ganhava vida o cheiro de madeira recém lixada e
Tinta fresca preenchia o ar nas prateleiras carrinhos de madeira bonecos articulados móbiles coloridos e dinossauros esculpidos à mão esperavam por novos donos a placa na entrada dizia tudo o que Lorena precisava sentir naquele momento Encantado feito à mão feito com amor Pedro estava ao seu lado observando tudo em silêncio acho que ficou bom ele disse cruzando os braços tentando parecer indiferente Lorena sorriu ficou perfeito Benício gargalhava No Colo Dela balançando um pequeno brinquedo que Pedro ajudara a pintar as pessoas começaram a chegar amigos vizinhos clientes que haviam encomendado brinquedos pelas redes sociais o pequeno espaço
logo se encheu de vozes animadas e risadas de crianças experimentando os brinquedos e Lorena sentiu algo dentro de si se expandir ela havia chegado até ali não como a mulher que um dia foi mas como a mulher que finalmente descobriu quem realmente era a tarde passou em um borrão de felicitações abraços e vendas Pedro sempre discreto Se Manteve mais afastado observando tudo de um canto do Ateliê mas Lorena sabia que ele estava orgulhoso ele nunca foi de grandes demonstrações mas estava ali e isso significava tudo quando o último cliente saiu deixando o ateli finalmente em
silêncio Lorena suspirou cansada mas feliz ela se virou para Pedro foi um bom dia né Pedro deu de ombros foi legal Benício brincava no chão com um dos carrinhos de madeira Lorena sorriu e bagunçou os cabelos de Pedro que revirou os olhos mas não afastou a mão dela mas antes que pudessem sair o sino da porta tocou Lorena se virou e seu corpo ficou tenso era Regina ela estava ali parada na entrada com os olhos cravados em Pedro o silêncio foi instantâneo Pedro congelou Benício alheio à atenção continuou brincando no chão Lorena sentiu o coração
acelerar o que você está fazendo aqui sua voz saiu firme mas controlada Regina deu um pequeno sorriso não de felicidade mas de algo mais sombrio vim ver meus filhos Pedro apertou os punhos Lorena deu um passo à frente bloqueando a passagem de Regina você não pode estar aqui Regina ergueu uma sobrancelha não posso Eles ainda são meus filhos Pedro deu um passo à frente os olhos fixos na mulher que um dia o fez chorar tantas Noites em silêncio não não somos mais seus a voz dele era calma segura Lorena olhou para ele surpresa com sua
firmeza Regina estreitou os olhos não fale assim comigo Pedro eu sou sua mãe sempre serei Pedro riu mas foi um riso frio você sempre disse que éramos um peso agora eu vejo que você estava certa porque você também foi um peso para mim Regina franziu a testa Pedro respirou fundo e olhou para Lorena e eu não preciso mais carregar isso as palavras pairaram no ar Regina abriu a boca para falar algo mas nada saiu ela olhou para Pedro depois para Benício depois para Lorena então lentamente recuou vocês vão se arrepender foi tudo o que disse
ela se virou e saiu desaparecendo na rua desta vez Pedro não tremeu não desviou o olhar e não precisou que ninguém o protegesse porque ele finalmente estava livre quando saíram do Ateliê naquela noite o céu estava Limpo repleto de estrelas Pedro respirou fundo como se estivesse se livrando de um peso invisível Lorena observou-o com carinho Ele olhou para ela diretamente nos olhos e disse como se fosse a coisa mais natural do mundo vamos para casa mãe Lorena congelou Pedro nunca a havia chamado assim antes o mundo pareceu par por um instante Pedro percebeu a reação
dela e desviou o olhar envergonhado mas Lorena se ajoelhou diante dele os olhos cheios de Lágrimas o que você disse Pedro mordeu o Lábio nada ela sorriu tocando suavemente o rosto dele diz de novo ele revirou os olhos mas no fundo sorria também vamos para casa mãe Lorena sentiu o peito aquecer ela os puxou para abraço segurando Pedro e Benício ao mesmo tempo Eles não eram uma família perfeita mas era uma família de verdade e isso era tudo o que importava enquanto caminhavam para casa naquela noite Pedro segurou a mão dela sem que ela precisasse
pedir Benício dormia tranquilamente no carrinho e Lorena olhou para o céu estrelado sentindo uma certeza absoluta dentro de si o passado havia ficado para trás o medo a insegurança as dúvidas nada mais importava porque finalmente ela estava onde sempre deveria estar no lugar que chamava de lar e aí o que você achou dessa história emocionante compartilhe sua opinião nos comentários adoramos saber o que você pensa não se esqueça de deixar seu curtir no vídeo para nos apoiar e se inscrever no canal até a próxima
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