[Música] representando a UNESCO no Brasil, Lorena Carvalho. o secretário de gestão da informação, inovação e avaliação de políticas educacionais, Evânio [Aplausos] Araújo, a vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, Évia [Música] [Aplausos] Paranaguá, o presidente da associação, Nacional de Dirigentes Municipais de Educação, Alécio Costa [Aplausos] [Música] [Aplausos] Lima, a deputada federal professora [Música] Goret, a deputada federal Luciene Cavalcante. [Música] O deputado federal e secretário de educação de Fortaleza Idilvan Alencar. Lutardes Costa Freire, pesquisador filho de Paulo Freire. Anunciamos a presença de Nita Freire, esposa e organizadora da obra de Paulo [Aplausos] Freire. Agradecemos a
presença de todas as pessoas. De modo especial, agradecemos aos intérpretes de Libras e aos profissionais de audiodescrição que estão garantindo a acessibilidade do nosso evento. Informamos que esta cerimônia está sendo transmitida ao vivo no canal do Ministério da Educação no YouTube. A Medalha Paulo Freire é uma iniciativa do Ministério da Educação e tem como objetivo reconhecer e valorizar projetos de alfabetização e educação de jovens e adultos. A medalha integra o Pacto Nacional pela superação do analfabetismo e qualificação da educação de jovens e adultos e foi reinstituída por meio do decreto 1248 assinado pelo presidente Luís
Inácio Lula da Silva em 5 de junho de 2024. Ao todo, serão investidos R milhões deais. Trava no pé. Senhoras e senhores, informamos que o padre Júlio Lancelote não pôde estar presente nesta cerimônia, mas deixou sua fala registrada em um vídeo que assistiremos agora. Aguarda um pouquinho, por favor. Só um minutinho. Olá, queria saudar o Ministério da Educação pela realização deste seminário que é o marco de equidade da educação. Muito bom o trabalho que vocês estão fazendo e saudar principalmente a criação da medalha Paulo Freire. Eu celebrei a missa do corpo presente do Paulo Freire
há 28 anos. E a memória do Paulo Freira é muito forte, muito grande, na medida em que ele acompanhou a pastoral do menor da Arquidiocese de São Paulo, quando foi acolhido por Dom Paulo Evaristes na Pontifícia Universidade Católica. Então essa medalha será muito importante e um marco na educação brasileira. Deus abençoe. Paulo Freire vive. [Aplausos] [Música] [Aplausos] Convidamos a fazer o uso da palavra a deputada federal, professora Goret. Oi, bom dia, pessoal. Bom dia, professora Gorete do estado do Amapá, amazônia brasileira. muito feliz em participar desse momento, desse momento que é um momento de virada
de chave pro nosso país. Cumprimentar a Zara e em nome dela cumprimentar a todos que fazem parte desse dispositivo e em especial a nossa amada viúva do eterno Paulo Freire. NRA Freire e seu filho, Lut Gardes. Obrigada. Cumprimentar meus colegas deputados federais, professor Idilvan e professora Luciene. Dizer para vocês que lá no Amapá nós sofremos eh duplamente ou triplamente os últimos anos que passamos com um descaso com a educação desse país nos governos Temer e Bolsonaro. foi ruim pro resto do país, como diz na minha terra, que alvará lá para o norte, onde nossas ruas
são líquidas e onde a palavra diversidade não tava nem eh sendo reconhecida. Então nós, eu tive uma experiência como deputada federal, como secretária de educação e hoje deputada federal. E estou muito feliz em hoje termos um governo que está focado com políticas públicas estruturantes para que nós não possamos mais correr o risco de retrocesso, né, Zara? Não dá mais. Quero compartilhar rapidamente com vocês algumas políticas públicas que nós avançamos no estado do Amapá de maneira bem rápida com relação a reconhecimento legal. Todas as escolas quilombolas do estado do Amapá, através de decreto, lei, nós legitimamos
as escolas quilombolas nos seus territórios. Então a gente passou a chamar Escola Quilombola Estadual José Bonifácio, por exemplo, acho que esse é um primeiro passo importante. A gente fez um projeto junto com o UNICEF, alfabetizar, letrando nos saberes e fazeres quilombolas para enfrentar especialmente essa questão da alfabetização na idade certa, mas principalmente a distorção idade série. Nós lançamos plataforma Avanz como uma plataforma pioneira no norte do país, com conteúdos acessíveis e contínuos sobre inclusão escolar, eh portaria de nome social, educação com dignidade e respeito, atendendo acima de tudo a comunidade LGBTQI APN+. É rápido, gente,
já tô terminando. Um plano nacional para pessoas privadas de liberdade e egresso com parceiros importantes como os Tribunais de Contas, Ministério Público, OAB, promovendo articulação entre os sistemas de justiça, educação e assistência social. Lançamos o travessia povos tradicionais para reduzir as distorções com respeito aos territórios e também um plano estadual de educação em direitos humanos, que é um documento orientador com diretrizes e ações estratégias que consolidam a escola como espaço de inclusão, equidade, democracia, estruturado em dimensões estratégicas e foi elaborado e aprovado pelo conselho Estadual de educação e também lançamos o reconhecimento legal dos profissionais
da inclusão e educação específica, que instituiu alguns cargos efetivos para profissionais da educação indígena, pedagogo indígena, auxiliar educacional indígena, especialistas em educação indígena, tradutor e por aí vai. E agora, como parlamentar nós entramos com o PL 1660 de 2024, instituindo o fator amazônico que eu tenho discutido com o Ministério da Educação, com outros ministérios, como da eh ministra Simone Tebet, para que nós possamos reconhecer que não teremos inclusão, não teremos como eh reconhecer a diversidade se nós não tivermos um fator eh diferenciado de investimento para as áreas de difícil excesso. Então, nós já estamos juntas,
eu, professora Lucien, na defesa do fator amazônico que é o custo amazônico. Não adianta tratar os diferentes de maneira igual. Nós precisamos de investimentos diferenciados, especialmente a gente fala aí da região amazônica com políticas públicas de desenvolvimento social com foco na redução das desigualdades. Como eu falei para vocês, existem muitas preocupações com as nossas florestas, mas pouca preocupação com quem cuida das florestas. E também para sanar algumas lacunas sobre o direito do quilombola, nós temos um PL 2124 que institui o marco legal da educação escolar quilombola no Brasil e da outras providências. Enfim, eu tô
muito feliz em participar desse momento, feliz em encontrar pessoas com compromisso e parabenizar mais uma vez esse evento e que nós possamos nos unir respeitando a diversidade, respeitando assim, respeitando a diversidade. É para parar, não? Só um minutinho, por favor. Salve, Manaus. Agora, agora sim eu vou terminar. Então, a gente precisa de fato de propostas estratégicas que necessitem de apoio nacional e implementar a política nacional de direitos humanos. E a equidade, dizer que a equidade não é apenas um princípio, é uma prática que exigem coragem política, sensibilidade humana e ação institucional concreta. Contem com o
nosso mandato. Parabéns a esse lançamento importante. Estamos juntos em defesa da educação. Muito obrigada. [Aplausos] Com a com a palavra. Oi. Oi. Com a palavra a deputada federal Luciene Cavalcante. Eh, bom dia. Bom dia para todo mundo. Tô muito feliz de estar aqui. Quero cumprimentar essa mesa potente na figura da nossa secretária, eh, Zara Figueiredo, secretária da SECADI, o guarda-chuva, nossa, nosso escudo protetor dentro do MEC, que tem feito um trabalho junto com a sua equipe extremamente importante. Quero cumprimentar aqui todo mundo na figura da Anita Freire, essa pessoa, essa professora que guarda a resistência,
a memória do Brasil que a gente quer, que a gente luta. E cumprimentar aqui meus companheiros eh de Congresso Nacional. Quero dizer que a gente tem aqui uma frente potente, tem muita resistência eh no Congresso Nacional. Eh, e tô muito feliz porque aqui a gente tá falando de um de um marco eh por igual equidade na educação. E quando a gente fala em equidade na educação, a gente tem que estar preparado paraa luta, que é a luta de classes, que é a nossa luta é uma luta histórica, ainda mais num país como o nosso. Nós
estamos dentro das 10 maiores economias do mundo e a gente tem tanta desigualdade e exclusão. Então é uma luta ferrenha, mas é a luta que dá sentido e propósito. Tenho certeza que a existência de todo mundo. Eh, quero chamar a atenção especificamente para uma questão, eh, que é quando a gente vai olhar pros dados do Brasil eh em educação. E a gente tá nesse momento lá no Congresso Nacional, a gente aqui faz parte da comissão especial que está discutindo o novo Plano Nacional de Educação. eh tem um um fator no nosso país que é a
educação infantil. E quando a gente olha paraa educação infantil, os dados de acesso de qualidade, ela revela como ninguém, um nenhum outro eh fator as nossas maiores desigualdades, sejam elas regionais, sejam elas de classe. Quem são quem são esses bebês e as crianças que têm acesso à educação? E é a nossa etapa da educação básica com menor quantidade de acesso. Apenas 40% dos nossos bebês e crianças estão nas creches. Ao mesmo tempo, é na educação infantil também, na educação infantil de 4 a 6 anos, aonde a gente teve o maior aumento de inclusão quando a
gente vai olhar o fator racial. Hoje o Brasil avançou na inclusão de crianças pequenas, negras, eh, e que é um fator de muito orgulho também. Isso é uma luta histórica. E eu chamo atenção quando a gente fala eh de equidade paraa educação infantil, porque quando a gente fala de acesso à creche, a gente tá falando eh primeiro de salvaguardar aquele bebê e aquela criança e fazer dele um sujeito de direitos numa fase da vida aonde todas as pesquisas já demonstraram a importância neurológica, fisiológica, de ter acesso a um equipamento educacional. Então, para um projeto de
futuro, para um projeto de enfrentamento, de desigualdade, é estratégico a gente universalizar a educação infantil. Mas quando a gente fala equidade, educação, a gente tá falando também eh de uma política que é central, que é espinha dorsal, de qualquer projeto de desenvolvimento de nação, porque a gente deixa de fazer da escola um espaço de reprodução, de desigualdade para ser um espaço de equidade. Por que que é tão importante a gente ter creche para todo mundo, uma creche de qualidade? Porque o nosso país, o nosso país, ele tem um outro fator se soma a essa exclusão
sistemática dos bebês e as crianças. A gente é um país de tradição machista, misógena e o Brasil é campeão do mundo, entre os maiores índices de casamento infantil. Isso significa dizer que até os 17 anos de idade, quase 40% das nossas meninas e adolescentes estarão casadas. Isso é hoje. Qual que é o impacto disso para uma educação de equidade? Qual é a política, uma política central que vai nos ajudar a quebrar esse sistema de opressão que existe sobre os corpos das nossas meninas e e das nossas mulheres? Porque a gente sabe que a gente chama
de casamento, mas nem deveria chamar porque não tem consentimento, porque é venda, porque é captura, estupro. É disso que se trata. E desses 40%, mais de 10% são crianças até 12 anos. Então, quando a gente fala de equidade no nosso país, quando a gente fala que é luta, que é resistência, é porque é isso, é essa a nossa trajetória, é isso que a gente tá enfrentando aqui. E não há outra solução senão a gente fazer isso, a gente se fortalecer e a gente entender também esse momento histórico que a gente enfrente. com isso já vou
encaminhando pro final, mas não poderia deixar de falar que a gente eh tá aqui hoje dentro da Universidade de São Paulo, eh no coração, eh, econômico, o segundo maior PIB do nosso país é o estado de São Paulo, falando que a gente tá fazendo um programa de equidade junto com uma medalha Paulo Freire. Isso é um recado muito importante para a extrema direita, porque quando a gente fala em luta, em luta de classes, a gente tá falando desse mundo que a gente tá disputando agora. A gente tá falando de pessoas que estão na política e
na sociedade querendo promover a vida e outros a morte. É isso. No final do dia, escolhe quem vai viver e quem vai morrer. Então, é muito importante. A gente tá aqui e aqui a gente tem meu companheiro aqui, Dilvan, que é do Nordeste, a gente tem aqui o Norte, a gente tem aqui o Sudeste e a gente tem aqui também uma parceria com a UNESCO que é muito importante que a UNESCO esteja aqui com a gente, sabe? Porque as escolas cívico-militares, que é um projeto em curso aqui no estado de São Paulo, ele já foi
rejeitado por todos os organismos internacionais, pela UNESCO, pela ONU, dizendo da gravidade que significa para os direitos humanos, para uma educação eh para equidade, ao projeto de escolas cívico-militares. E é importante que a UNESCO saiba que a despeito do MEC, de uma forma coerente com o projeto que foi eleito e com a Constituição Federal extinto o programa do PEIM, os estados e municípios no Brasil seguem tentando a todo custo implementar as escolas cívico-militares. E por que que eu estou chamando atenção da UNESCO? Porque está em julgamento no STF a constitucionalidade das escolas cívico-militares. E como
os observadores internacionais já estiveram aqui, já apontaram seus relatórios, que não pode, que não condiz constatar nesse trabalho junto ao STF de reconhecer a Constituição de 88, o que tá lá colocado, de nos ajudar a enfrentar essa extrema direita que agora em julho eles já querem implementar mais de 100 escolas aqui no estado de São Paulo. E é essa decisão que tá sendo julgada lá no ST. Então, quero aqui parabenizar todo mundo, dizer que a gente segue firme na luta, uma luta em defesa da educação, é uma luta constante. eh e me colocar à disposição
à disposição do nosso coletivo Educação em Primeiro lugar, é formado também pelo professor deputado estadual Carlos Janaz, pelo vereador CO Janazi, na defesa da educação, da valorização e respeito aos profissionais da educação e também defesa de uma escola pública forte. E só para terminar, Azar, que eu tô falando bastante, né? Ai, meu Deus. Mas é uma notícia boa, a gente, o nosso mandato entrou no MPF pedindo o desarquivamento do assassinato, na nossa opinião, e da comissão da verdade do educador Anício Teixeira. e eles desarquivaram eh e vão investigar junto com a comissão, com os dados
da comissão da verdade, qual foi a real situação da morte do educador Anísio Teixeira, que foi contrado num fço, né, de um poço de um elevador. Então, a gente tá aí lutando de todas as formas em defesa da educação. E só para terminar com uma poesia, eh, pavão misterioso. Quem sabe me conhece, já sabe que eu sempre termino assim as minhas intervenções. Eh, ele termina assim: "Não temas, minha donzela, a nossa sorte nessa guerra. Eles são muitos, mas não podem voar. E vamos embora voar para um outro mundo muito melhor do que esse. Muito obrigada.
Com a palavra Lorena Carvalho, representante da UNESCO Brasil. Ah, bom dia, UNESCO. Bom dia a todos presentes aqui nesse evento. Eh, eu quero dizer da minha satisfação, não só profissional, mas também pessoal, de estar presente num evento que tem esse tema. eh equidade ao tema da do doutorado que eu tô seguindo agora. E é uma satisfação imensa tá aqui eh representando a UNESCO. A UNESCO esse ano celebra seus 80 anos de fundação. Eh, e é impressionante ver que 80 anos de uma instituição que surgiu com o objetivo de trazer a mente dos homens à paz.
Porque se é na mente dos homens que surgem as guerras, é na mente que a gente constrói as defesas da paz. E a gente constrói as defesas da paz com os princípios de uma educação como um bem comum, como um direito para todos. E uma educação que tem que ter a equidade como ética. A equidade é uma questão de ética educação, porque só com políticas de equidade a gente consegue realmente reduzir as grandes desigualdades que existem no Brasil, no mundo, regionais, locais. E a gente se depara muito com isso. Eh, eu tô na UNESCO há
24 anos, mas eu cresci no Piauí. H, nos anos 70, num estado com uma desigualdade extrema, a gente vê grande evolução, mas a gente sabe que ainda tem muito, muito, muito a seguir. e 80 anos depois da fundação da UNESCO, onde a gente se depara hoje com ah crescimentos de discurso extremamente autoritários, respondendo a deputada com uma educação que precisa mostrar que a democracia e o livro pensamento são a solução para que você tenha forma cidadãos ativos, cidadãos que consigam perceber o seu papel na sociedade. Eh, o mandato da UNESCO hoje ele ainda se faz
urgente, né? né? E a gente sim, deputado, a gente tá à disposição para conversar e para para seguir na luta por uma educação que seja emancipadora, tá? É uma satisfação imensa tá nessa mesa da do lançamento da medalha Paulo Freira, nosso patrono, né, da educação no Brasil. Eu quero, não, eu não posso deixar de agradecer ao Ministério da Educação por toda a parceria e confiança que tem na UNESCO como grande parceiro para trazer os princípios da UNESCO de uma educação humanista, uma educação que traz o direito humano como bem, né, principal para pra humanidade. e
agradecer a Zara, porque para mim, especialmente nos 24 anos de UNESCO, eu pude acompanhar muitas idas e vindas, muitos altos e baixos da inclusão. Eh, tive momentos de sair de reunião chorando, emocionada pelo bem e pelo mal, eh, por por chorando em em em agonia, em desespero de dizer: "Meu Deus, estão destruindo a EJA e o que que a gente faz?" E tive momento de sair assim, meu Deus, aí já voltou e sair chorando de novo por essa alegria. Então eu eu quero muito testemunhar que nesses 24 anos eu tenho um orgulho imenso de trabalhar
com essa secad que tá aí hoje. Zara, parabéns, parabéns mesmo. E agradecer, quero agradecer e parabenizar esse evento que tá sendo incrível, uma aula, né? A UNESCO foi uma escola, mas esse evento agora foi uma aula imensa. Obrigada. Obrigada a todos, [Aplausos] gente. Neste momento fará uso da palavra o presidente da UNDIM, Alécio Costa Lima. Eh, bom dia a todas. Bom dia a todos. Gostaria de saudar aqui a tribuna na pessoa da nossa secretária da SECAD Azara, pessoa também que da minha maior estima, né, assim, eh, que tem todo um trabalho de luta e de
comprometimento com a educação e também com a defesa das minorias, né, assim, a Zara, eu digo para ela, eu nunca queria ser a Zara, né, porque ela ela tem, né, assim, acho que de todas as secretarias do Ministério da Educação, a mais desafiadora de fato, é a SECADI pela diversidade, né, de todas as pautas inclusivas a que ela se propõe. A gente fica muito feliz, né, com o atual governo nacional, né, que tem assim no Ministério da Educação essa prioridade do resgate, da ressuscitação, né, da SECADI, de uma secretaria que cuida dessas pautas das minorias,
cuida dessas pautas da inclusão e cuida da equidade na educação. Às vezes nós somos eh professores e estamos no cargo de gestor educacional, a gente acha que o nosso maior desafio é garantir uma educação de qualidade. E esse talvez seja o maior problema da educação brasileira. É a baixa qualidade que nós temos, né, de modo geral, em todas as redes públicas e inclusive privadas também quando comparado com padrões internacionais, né? Então assim, a gente pensa que esse é o maior problema da educação no Brasil. E aí, assim, quando a gente se debruça sobre os dados,
a gente percebe que o maior problema não é a falta de qualidade, o maior problema é a desigualdade educacional que impera o nosso país e que durante muito tempo essa desigualdade ela é velada, né? Ela é velada historicamente e colocada debaixo do tapete, né? E aí a gente tem um governo que tem a coragem, né, de levantar esse tapete, sacudir esse tapete, tá azar em cima dele, né? Então assim, é uma mudança, né, de de totalmente político. É nessas horas que a gente chora de alegria, né? É uma mudança política, né? quando a gente tem,
né, esse foco, essa preocupação, eh, buscando, eh, de fato reduzir essas desigualdades educacionais, que também a gente sabe que ela é reflexo da enorme desigualdade econômica desse país, ela só se reflete, ela só se reproduz, porque a escola ela é um espelho da sociedade. Então essa desigualdade educacional hoje dentro das nossas escolas, das nossas redes de ensino, ela é a reprodução do modelo da desigualdade socioeconômica que marca esse país, né? A profunda desigualdade. E a gente fica feliz a com o lançamento hoje desse prêmio no dia que o IBGE anuncia que o país alcançou o
seu menor índice, né, de igualdade, de renda da história, da série histórica do BGE e do dia do meu adversário também, né? né? Então assim, nada é por acaso, né? Assim, acho que essas coisas ela não foi orquestrado com IBGE, porque IBGE tá divulgando hoje que que, né, que o Brasil alcança seu seu menor índice, né, de desigualdade de renda no país. A gente fica feliz e animado com isso. E a gente sabe que isso não acontece também por acaso, é fruto de decisões de políticas de um governo que se preocupa com essa promover essa
questão de maior igualdade na sociedade, né, com políticas afirmativas, com políticas que vão ao encontro de realmente quem precisa. A gente não fica feliz com isso e feliz com essa iniciativa, Zara. A gente está aqui para colocar da relevância, né, dessa iniciativa que é a construção de um marco referencial da equidade para educação, né? Então assim, acho que também isso é um vai ser um divisor de águas, né, a construção e que eu gostaria de aqui em nome da Anita Freire, do seu filho, saudar essa seleta plateia aqui, que eu já vi várias pessoas aqui,
assim, é muito qualificado esse fórum que está aqui hoje, né, assim, a gente tem pessoas que a gente conhece de uma história de vida de luta, né, pela questão da garantia do direito à educação, né, assim. Então essa plata parabénsara pelas pessoas que você convidou e reuniu nesses três dias aqui em São Paulo, né? Parabéns a vocês pela qualidade do público que vocês representam e a esperança que vocês são para nós na construção desse marco. A gente espera que daqui realmente a gente vai ter um marco, né, para pra questão da equidade no país muito
mais qualificado com a contribuição de cada um que está aqui. E aí a gente também não poderia deixar de ressaltar eh o ano passado a importante política do Ministério da Educação dentro da SECADI, né, que foi o pacto pela reeducação do a retomada desse pacto pela readicação do analfabetismo, né, e aí é normatizado por dec por decreto, portarias e tudo mais. E hoje a gente tem essa o lançamento da da medalha Paulo Freira como uma das ações, né, dessa política. né, de combate a essa essa esse maior desafio que a gente enfrenta ainda, essas pessoas
que tiveram o seu direito negado à educação quando na idade adequada, né? Então assim, é uma dívida social e essa dívida ela é histórica. Essa dívida ela é de todas as instâncias do governo. Essa dívida é do governo federal em primeiro lugar porque a gente nunca teve de fato essa questão do combate ao analfabetismo. Nós estamos em pleno século XX com a gente tem reduzido eh ano a ano, mas o percentual é muito elevado, considerando que nós vivemos no século XX na sociedade de conhecimento e que o Brasil ostenta esses percentuais tão elevados ainda. que
tanto tempo para reduzir algo que se a gente tivesse realmente foco e decisão política de governo, política nacional de enfrentamento, políticas mais efetivas, né, que com financiamento que realmente reconheça, né, essa questão da importância de se radical analfabetismo, esse problema já não seria tão grande como ele ainda persiste na nossas na nossa história. A gente também teve um marco histórico em 20 24 anos de história do Fundéb ano passado, uma conquista também, né, nossa, né, Zara, lá na na CIF, na Comissão Intergovernamental Financiamento que foi que era uma luta histórica da UNDIM e a gente
conseguiu com apoio da SECADI convencer o MEC, convencer com SED todo mundo da importância que não dava mais para tratar a educação de Jos Adulto como uma sueducação do ponto de vista do financiamento, porque só ela era 0.8. né? Só ela em 24 anos de existência de FUNDEB era a menor ponderação. Por quê? Então ali tá a razão da explicação porque a gente ostenta o percentual tão alto de analfabetismo. Porque no financiamento não tá dito que é uma prioridade, né? E aí depois de muita discussão historicamente pedi até que lavrasse em ata, né? Que aquela
ata foi histórica da comissão da CF. A gente, a Zara, conseguiu tanto melhorar a questão indígena, quilambola, do campo, mas também conseguiu pelo equiparar o financiamento do aluno da EJA a um aluno do ensino fundamental. Isso aí é importante pelo reconhecimento do governo, não é pelos 20% a mais de recurso que cada aluno, cada município vai receber e cada estado vai receber, não. Mas é pelo reconhecimento da equidade que um aluno de EJA não é menor ou menos importante do que o aluno do ensino fundamental em idade regular. Então assim, Zara, eu vejo que de
2004 para cá, a o seu trabalho com toda a sua equipe, né, só vem assim dando um passo, um de cada vez. É uma escada que a gente tá conseguindo eh subir, mas assim com muita firmeza e com de forma sistemática, não é por acaso, né? Então assim, hoje é mais um degrau, né, que a gente sobe nessa escada e assim eu não poderia deixar de estar aqui, né, sair lá. estava lá no Amazonas ontem, estive na Mapá, estive em Roraim e ontem estava no Amazonas, né? E aí concordo contigo, a história do fator Amazona
tem que existir, né? A gente conversava ontem sobre piso salarial do magistério e discutir piso salarial do magistério, tô vendo B ali, né? Discutir piso salário do magistério, eu vi ontem com secretários do Amazonas é outra coisa, porque é outra realidade, né? Também tô vendo gente ali do norte também, né? Então assim, mas eu saí de lá para estar aqui ontem à noite para estar presenciando esse momento, né? Porque assim, é um momento realmente de muita importância para nós da educação, né? E dizer também da importância pela escolha do nome, Zara, acho que não poderia
ter ser uma escolha mais feliz por tudo que Paulo Freire representa para nós do Brasil, embora alguns queiram negar a sua importância científica, né, mundial, né, que o que o Paulo Frei representa nessa questão do do da alfabetização, seus métodos, a sua visão da educação, educação enquanto a sua concepção da educação. enquanto aquela educação que de fato promove, né, assim, a inclusão das pessoas, promove a libertação, né, das pessoas nessa a emancipação das pessoas. Então, a escolha não poderia ser mais adequada. Fico muito feliz com a presença da da esposa aqui, Anita, né, que prestigiando
que é a memória viva desse legado que Paulo Paulo Freire nos brinda, né, para o povo brasileiro e para o mundo, né, na luta, no combate contra o analfabetismo. Muito obrigado, pessoal. Com a palavra a vice-presidente do CONED, Évia Paranaguá. Bom dia. Bom dia a todos aqui, presente e todas. Eh, concede me passou um brief, Zara, você já me conhece, você sabe como é que eu sou. E eu li no avião e eu falei, vou mudar tudo porque tá muito técnico e eu não quero falar nada técnico, quero falar com o meu coração. Quero saudar
aqui todos os colegas do dispositivo, em seu nome, Zara, e dizer da minha grande admiração por você e pelo seu trabalho. A Zara, ela não só, como disse Alécio, ela carrega uma uma pasta muito pesada com diversos temas. Mas também ela tem uma capacidade que é ímpar ali dentro do MEC, que é a capacidade de escuta. Ela conversa com com Dim, ela conversa com Concede, ela discute as políticas públicas antes até de lançar, ela ouve a todos, ela guerrea dia e noite, noite e dia junto conosco. Então Zara, eu quero deixar registrada aqui minha grande
admiração pelo seu trabalho. É com alegria e profundo senso de responsabilidade que represento hoje o CONED como sua vice-presidente neste encontro histórico promovido pelo Ministério da Educação por meio da SECADI. É um espaço tão simbólico como a Universidade de São Paulo. Mais do que um evento técnico, esta é uma convocação coletiva a consciência e a ação. Estamos aqui para construir de forma participativa e comprometida o marco referencial da equidade na educação e também o lançamento da medalha Paulo Freira. E eu quero dizer que serão só 19, porque uma é do DF. Ótimo. Ferramenta essencial para
corrigir distorsões históricas e fazer valer o papel transformador da escola pública brasileira. Vivemos um tempo em que se reafirma o óbvio. Não há democracia plena sem justiça social e não há justiça social sem equidade na educação. O marco que estamos construindo antes de tudo, uma afirmação política de que o Estado deve chegar onde historicamente não chegou, com políticas, com presença, com escuta, com reparação social. No Distrito Federal temos feito esse caminho com determinação, não apenas com diagnósticos, mas com ações concretas. Priorizamos a educação infantil, deputada, e a alfabetização como direito inegociável. Nós temos hoje 36.000
crianças atendidas na educação infantil na etapa de creche no Distrito Federal e 2736 na fila de espera. E nós queremos até o final do ano zerar a fila para que a gente possa atender a todas as mães que desejam que os seus filhos estejam dentro de uma creche pública. Sabemos que não basta garantir acesso, é preciso garantir pertencimento, permanência e aprendizagem com sentido. Por isso, afirmamos a violência contra a mulher, o racismo estrutural, em tolerância à desigualdade de oportunidades precisam ser enfrentadas também e sobretudo nas salas de aula. Escola não é apenas um lugar de
conteúdo, ela é espaço de formação cidadã, de afeto, de consciência crítica e de emancipação. E esse processo começa cedo. Educar para igualdad de gênero, por exemplo, é educar para a paz, para o respeito e para a democracia. Ainda falando do Distrito Federal, a Zara sabe que quando ela lança um programa, eu sou a primeira a aderir, até porque fica mais fácil, né, Alé? eu não tenho município, então a gente já faz a adesão dos programas que são tão importantes. Eh, enquanto Secretaria de Estado também temos eh programas voltados paraa mulher, convicção, porque temos convicção de
que o marco da equidade não pode ser apenas um documento técnico, ele precisa se traduzir em orçamento, em formação, em currículo, em avaliação, em prioridade governamental. e principalmente em compromisso ético com a vida e com a dignidade humana. E quando a gente fala da Eja, eu fico muito feliz, eh, Zara, de ver o seu empenho e a gente tem entrado dentro dos assentamentos, dos acampamentos, feito um um arrastão, eh, literalmente não só o Distrito Federal, mas todos os estados, exatamente para retomar essa política pública tão importante. E Alécio, eu participei do CF junto com você
e vi a sua luta, exatamente pra gente aumentar a ponderação do valor referente à EJA. Então é uma política extremamente importante. Eu já disse para Zara, porque eu sou crítica em algumas coisas, que eu não gosto do nome alfabetização na idade certa, porque não tem idade certa paraa pessoa ser alfabetizada. Então, [Aplausos] eh, exatamente. Então, a gente precisa focar. O tempo é o tempo que cada um tem. Infelizmente a gente gostaria que todas as pessoas fossem alfabetizadas aos 7, 8 anos, mas como não é possível, não importa. com 60, com 70, com 80, com 90.
Sempre é tempo. Sempre é tempo e sempre será tempo. Quero finalizar a Zara dizendo, como eu já falei aqui, que uma vai ser nossa, tá? Então, separa aí, já põe assim Distrito Federal em cima. E quero terminar minha fala dizendo que a minha inspiração no Distrito Federal, até porque eu fui estudante da UnB e aqui eu vejo o professor Herasto, foi professor da UnB, grande conhecedor da história do Anío Teixeira e eh a gente instituiu inclusive uma medalha no Distrito Federal paraa educação, que é mérito educacional Anísio Teixeira, exatamente para perpetuar e eternizar o nome
do de um homem, de um grande educador e que foi responsável pelo sistema de educação do Distrito Federal, criação do sistema de educação e e é Dianísio Teixeiro, um dos maiores pensadores na educação brasileira, junto com o grande homenageado de hoje, com a medalha, Paulo Freire, eh, defensor da escola pública democrática e laica, não basta ensinar o homem uma especialidade, porque se tornará uma máquina útil e não a personalidade. É necessário que se torne sensível, compreensível e solidário. E isso é o que eu vejo você, Zara querida. Muito obrigada. Com a palavra o deputado federal
e secretário de educação de Fortaleza, Idilvan Alencar. Muito bom dia, especialmente aos educadores nessa seleta plateia. Queria saudar a Zara. Zara que representa não só essa sua competência, mas também o ministro Camilo, né, que resgata esse Ministério da Educação no papel institucional do ministério e do ministro, né, que a gente passou aí 4 anos com os ministros estrambelhados, né? Então, parabéns vocês e toda sua equipe. Queria saudar Nita Freire e dizer que com muita honra eu recebi a medalha Paulo Fre do município de Fortaleza. Lá já tem a medalha, então isso me orgulha, né? Minhas
queridas deputadas, Lucien Gored, filho do Paulo Freire aqui, Alé, representante do CONED e assim eu hoje deputado federal e secretário municipal de Fortaleza. Aqui tem muitos secretários na plateia, não tem? Eu sempre tive apreço por secretário municipal, fui secretário estadual 10 anos do Ceará, presidente da FNDE, mas com 4 meses secretário municipal, meu apreço dobrou por 10 vezes. Nunca imaginei de ser uma tarefa tão árdua, mas eu faço isso com muito prazer, com muita alegria em Fortaleza. E falar de equidade, falar de Paulo Freire, vamos lembrar do Congresso Nacional. semana aumentar a quantidade de deputado.
Acho que nem precisava, já tem suficiente, né, para a produção legislativa. Aí eu faço essa crítica ao parlamento brasileiro no lugar de parlamentar, mas acho que é importante. Mas três pautas esse ano são importantes paraa educação do Brasil. Primeiro, Plano Nacional de Educação. E aí nós precisamos ser usado em relação à educação infantil. O mundo inteiro diz que é importante. Nós somos ali bem timidzinho ali quando se fala em meta para educação infantil. Então temos que estar vigilando. Falar em equidade é isso, é lutar para ter um plano mais ousado em relação à educação infantil
que como bem disse Aless tem que vir com financiamento. A segunda pauta que eu acho aí muito relevante no Congresso Nacional é um dos pilares que não existe. Eu costumo dizer que a educação no Brasil tem alguns pilares fundantes, como a Constituição Federal, que garanta o direito, LDB, que fala sobre os regramentos, o FUNDEB que dá o financiamento. É um pilar da educação brasileira, na minha visão. Eu tenho também o plano nacional de educação, mas esse prédio fica torto porque não tem sistema nacional de educação. Previsão legal, vai ser arrasta, esse processo. Por quê? Porque
o Congresso não acha importante pro país. É preciso que esse ano sai o sistema nacional de educação. Problema de alfabetização não pode ser só do município, não é do município, é do estado, é da união, é da sociedade, é do Papa Novo que entrou, é de todo mundo, é de todos nós. É o sistema diz isso. Então, precisamos aprovar o sistema e com importância aos conselhos municipais de educação. Tem que dar importância. educação não pode ser de qualquer jeito, não. Então, os conselhos nesse país são mais ou menos, é o município que toma de conta,
não pode, tem que ter independência e financiamento pros conselhos e o lugar é na lida do sistema nacional da educação de dar força aos conselhos. E a terceira pauta, não menos importante citar como terceira, é uma pauta que eu abraço fortemente com a Lucian Agorete. É que nós costumamos dizer o seguinte: na escola todo mundo é importante, professor, servidor, técnico, mas na hora de ter um piso salarial pro servidor, a gente esquece dessa importância. Precisamos aprovar o piso dos servidores déficitos da educação, né? importância só na conversa, não, tem que ser no bolso também. O
Brasil não pode negligenciar que a educação tem outros atores além do professor. Então, estamos nessa, então falar de equidade é falar sobre isso. Então, assim, eu acho brilhante essa ideia do ministério em lançar essa medalha Paulo Freire, né, esse cidadão resistente, né, eu conversando com o filho dele, ele dizendo que o pai dele não gosta de falar sobre a a analfabeto, né? analfabeta, é uma pessoa que está em aprendente, né? A diferença de visão para entender a importância do EJA, né? Então assim, muito feliz em participar desse evento e vou já voltar para cuidar dos
meus 250 meninos em Fortaleza. Um abraço a vocês. Neste momento, a secretária da SECADI, Zara Figueiredo, neste ato representando o ministro da educação, Camilo Santana, Lutigardes Costa Freire e Nita Freire, assinam o termo de anúncio oficial do edital da medalha Paulo Freire. Convidamos também a secretária Évia e o secretário Alécio a assinarem o termo como testemunhas deste momento importante para educação brasileira. Ne. O Então, o termo do anúncio oficial da medalha, a secretária de educação continuada, alfabetização de jovens e adultos, diversidade e inclusão do Ministério da Educação, representando aqui o ministro de Estado da Educação,
Camilo Santana, por meio desse termo, anuncia o lançamento oficial do edital número 6 de 8 de maio de 2025, referente A concessão da medalha Paulo Freire. A medala medalha Paulo Freire integra o Pacto Nacional de Superação do Analfabetismo e Qualificação da Educação de Jovens e Adultos e visa identificar, reconhecer, estimular, valorizar e disseminar experiências educacionais relevantes para a superação do analfabetismo implementada pelas redes públicas de ensino do Brasil. A concessão da medalha envolverá o repasse total de R$ 4 milhões deais distribuídos igualmente entre 20 redes públicas de ensino e que o presidente Dime já nos
pediu para reavaliar e chegar a 26. Aí precisamos analisar, presidente, visando apoiar a continuidade ou aprimorar as ações selecionadas. A premiação honra, pelo menos esse é o nosso desejo, que honra o legado do patrono da educação brasileira e simboliza o reconhecimento do Estado, a dedicação dos profissionais da educação e das gestões locais em superar o analfabetismo e qualificar a educação de jovens e adultos. Junto com outras políticas do MEC, a medalha Paulo Freire representa o compromisso do governo federal, do presidente Lula, do ministro Camilo, com a transformação de vidas por meio da educação. As autoridades
envolvidas nesse termo se comprometem a mobilizar suas equipes para adoção das medidas necessárias para a célebre concretização das ações nele tratadas. São Paulo, 9 de maio de 2025. E a nossa testemunha maior não poderia ser exatamente essa guardiã da memória hoje que tá aqui conosco. por favor. [Aplausos] Ótimo. O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Alécio Costa Lima. Opa. a vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, secretária Évia Paranaguá, pelas redes estaduais. Testemunha, por favor. São meus nãos. E segura aqui para favor, obviamente. Zara Figueiredo, representando o ministro Camilo Santana. Está
feito. Então, por favor, venham parlamento. Absolutamente, por favor, venham todos, inclusive para dividir as responsabilidades. Claro. Todas as matrículas estão lá nas redes estaduais e municipais que [Aplausos] está presente. [Aplausos] Não, não, ainda não. A registramos a presença de Leandro Alves Oliveira, coordenador do Fórum Estadual de Educação. de [Aplausos] Naílton, de Naítlton Souza Cerqueira, representante da CUT e presidente do sindicato dos servidores de São Bernardo do Campo. [Aplausos] Costa Marc, dirigente municipal de educação de São Vicente, Pedro Luiz Matos Canháce Botaro, dirigente municipal de educação de Santo André. Irani Conceição Baciega Rochel, dirigente municipal de
educação de Tapecirica da Serra. [Aplausos] Fernanda Graziela Cardoso, pró-reitora de graduação da Universidade Federal do [Aplausos] ABC. Convidamos a fazer um uso da palavra a secretária da SECADI, Zara Figueiredo. Bom, bom dia a todas as pessoas. Eh, eu inicio trazendo o abraço do ministro Camilo Santana. que não pôde estar aqui conosco hoje, mas que trabalhou intensamente com a SECADI todo o ano passado para que isso pudesse acontecer hoje e mesmo estando com uma agenda, né, lotada ontem, resolvendo uma série de questões, como inclusive o a infelicidade que nós presenciamos ontem em Uberaba, né, com a
morte do adolescente, ele encontrou um tempo para eh produzir e reler a portar estaria para que ela pudesse sair hoje e ser publicada hoje pra gente já oficializar eh esse momento que aí é a medalha Paulo Freire. Portanto, trago e entrego a cada um de vocês aqui do dispositivo e também da plateia o abraço do ministro Camilo. Eu quero cumprimentar todas as pessoas que estão aqui e eu o faço na pessoa eh da Márcia de Angico. Por quê? porque ela tem trabalhado em assim incansavelmente para alfabetizar as populações quilombolas que t o dobro ah do
número de alfabetismo do que os não quilombolas. Então, Márcia, eu cumprimento todas as pessoas aqui. Levanta aí para nós. Eu levo, eu cumprimento a Márcia na, né, por esse trabalho de alfabetização nos quilombos. Bom, eh, eu, a, eu queria começar a essa fala muito breve mesmo, né? Temos um painel importantíssimo de indicadores em seguida que diz respeito inclusive também à EJA. Mas eu queria começar com um vídeo que boa parte de vocês conhece, mas que também muitos de vocês que eu queri. Foi lá no Canção. Aí eu vim para cá, ele foi pra roça ir
procurar uma pessoa porque a menina dele, a caçula dele era pequena, sabe? Aí ele foi lá arrumar uma pessoa para poder olhar essa menina para ele. E com isso eu fiquei olhando a menina e fiquei fiquei lá mais vezes trabalhando lá para eu era 5 horas para poder, né, dar conta do serviço, né, mas fazia tudo, lavava roupa, passava roupa, fazia quitanda. fazia comida, tudo eu fazia, que eu não não eu não pude estudar por causa que eu ficava olhando, a menina tava na escola, né? Mas aí eu saí, saí da escola aí e eu
entrei de noite, né? Mas a gente trabalhava muito, né? Senhor, sabe casa dos outros como é que é, né? A gente trabalhava muito, aí eu ficava era cochilando, eu ficava cochilando e eu não não não não estudei direito, sabe? Eu vou na igreja, rez lá, fico lá, tem as pessoas certas que faz, sabe? A as oração lá, faz a leitura, que canta e tudo, né? Eu acompanho, mas não com jornalzinho, porque eu não sei, né? Leio, eu não sei, sei, não sei. Mas é assim, escrever assim, alguma coisa tem assim, eu faço, sabe? E hoje
eu fiz, tem aquela vontade, mas não, né? Para depois de gente velha, né? A a memória não tá boa, [Música] né? Mas que é bom é, né? E eu trabalhei na nas três escolas, eu trabalhei, né? Como que eles gostava de mim, senão sabe? Nossa, que eles me adorava lá. Eu a uma vez mesmo tava ia ter eleição, os alunos tá assim: "O gente, por dia nós tem que pôr negrinha, nós tem que pôr negrinha para ser diretora, porque sabe que eu fazia tudo para eles, né? Eles gostavam demais de mim. Aí querendo que ia
um pouco como diretora de a leitura, né? A leitura faz, [Música] né? Pacto nacional pela superação do analfabetismo e qualificação da educação de jovens e adultos. lendo, e escrevendo a própria história. Ministério da Educação, governo federal, sono um só povo. [Aplausos] Então vocês daqui a pouquinho. 8:15. economista chefe do Banco da Inglaterra, também discursou num comitê de política monetária hoje. Essa, bom, esse é o vídeo, né, que institui o Pacto, institui o Pacto ano passado e é um vídeo que é minha mãe, né? E é um vídeo que foi feito. Cadê o Evandro? Cadê? Cadê
o Evandro? Evandro tá aqui. Evandro. Evandro, eu pedi para Evandro lá da Secadi que procurasse uma história real para falar do analfabetismo e o que é o analfabetismo, né? E e como é que é a vida real das pessoas, né? E ele foi e foi pro Jequitonha. E um dia ele me manda as fotos de mãe no fogão e ele tava fazendo o vídeo do pacto que é esse da minha mãe. E ah, quando a gente fala aqui, não é, de Paulo Freire e medalha Paulo Freire, o que a gente tá querendo e junto com
a memória desse homem é que a memória desse homem toque todos aqueles que são responsáveis. Por isso que minha mãe viveu e que todas as vezes que nós tentamos alterar já, ela não conseguia mais, né? Eh, então isso me fez crescer eh num lugar de muito silêncio, porque eu sou a filha mais velha e, portanto, eu cresci numa casa que nunca teve uma letra, que nunca teve uma folha de caderno, porque eles nunca puderam. E mesmo assim eles fizeram culto toda a vida deles para que todos os filhos estudassem. Mesmo que eles não mesmo que
eles não se eles não tivessem colocado nenhum de nós na escola, nenhum de nós poderia culpá-los, porque eles nunca tiveram isso. Eles nunca tiveram a oportunidade, o direito eh de frequentarem a escola. E e para além disso, né, o fato deles terem não sido alfabetizados, eh me quando eu entro na escola, eh, e aí, né, mãe tá dizendo e ela acaba falando assim, eh, a leitura faz falta, eu trabalhei em três escolas. Ela trabalhou em três escolas como merendeira. Meu pai ia pro corte de cana em Barrinha. Ela trabalhou nas três escolas e nem em
nenhuma escola, todas as escolas também falharam com ela, não é? H, e aí ela ela diz assim: "Porque a leitura é importante, né?" E quando ela tá falando que a leitura é importante, ela tá falando daquilo que Paulo Freire já dizia, não é? Não nos interessa história que Eva viu a uva ou a Ásia da ave. A leitura é importante porque faz a gente ler o mundo e faz ler inclusive um mundo que historicamente no Brasil nunca assumiu um outro como um igual. e manter um contingente de pessoas analfabetas também faz parte, né, de uma
proposta eh de poder de uma sociedade extremamente elitista. E o analfabetismo, ele não é um problema só para aquele que é analfabeto, mas ele é um problema também pros filhos dos que não são analfabetos, né? H, a gente pode dizer, olha, a principal variável que impacta na aprendizagem, na alfabetização de uma criança fator extracolar é a alfabetização da mãe. Essa é a variável mais forte extraescolar que impacta na alfabetização da criança. Então, a alfabetização dos pais é também uma política de alfabetização das crianças. Mas para além disso, né, eu sei que a experiência não é
transferível, não é ela que puxa uma política pública e tá certo que eu não seja mesmo, mas eh eu permaneci na escola que ela me pôs, numa escola também que não era para mim naquele momento, porque também era feio expulsar a filha da merendeira da escola. Mas o fato e a educação me salvou. Eu não tenho nenhum problema, embora eu precise admitir que em algum momento ela foi minha danação, mas ela também me salvou e eu não tenho eh nenhuma conta negativa para colocar na educação. Foi ela que me salvou. Mas ter uma mãe analfabeta
numa escola que não tinha pessoas, outras pessoas como eu, eh, é muito duro paraas pessoas negras, paraas pessoas pobres, pras indígenas, pros quilombolas, porque nós crescemos numa escola com os pais analfabetos e isso faz que a gente tenha vergonha dos nossos pais. Eu nunca levei a minha mãe em nenhuma formatura, mesmo eu tendo sido a melhor aluna da sala toda a minha vida. Porque eu tinha vergonha da mãe analfabeta que eu tinha, porque era só eu. E eu não entendia nada naquele momento, que a culpa não era dela, mas eu só vivia isso. Então isso
tem uma relação enorme com quem também tá na escola. Não é absolutamente, mas só muito tempo depois que você entende e você elabora isso, né? Então, quando diz que essas pessoas não são analfabetas, elas são não alfabetizadas, é porque alguém não cumpriu esse dever com elas. E no caso o estado. Hoje nós temos 11.4 milhões de pessoas como minha mãe. 11.4 4 milhões num Brasil que tá discutindo inteligência artificial, num Brasil que tá discutindo tecnologia e tem que discutir mesmo. Só que a discussão da tecnologia, ela não pode ser a custa de naturalizar 11 milhões
de pessoas não alfabetizadas. é como se fosse toda a população da cidade de São Paulo. E pior, dentre esses 11 milhões de pessoas não alfabetizadas, professora, a gente tem 1.ão 800 que tem de 15 a 39 anos, que usa o WhatsApp todo dia só com áudio, porque não consegue ler nem escrever a mensagem, que começou a relacionar com pessoas, mas só se relaciona porque uma outra pessoa faz o Tinder dele, eh, que na hora de pegar ônibus, quando pega um ônibus diferente do seu, chega no outro e diz assim: "Eh, eu esqueci meus óculos hoje.
que ônibus é aquele que tá indo para não expor o analfabetismo como se fosse culpa dele. Mas nós temos uma coisa mais grave ainda, não é? E e eu fico muito feliz do conceda, do eh eh a UNDM tá nessa mesa, o secretário do Ministério Público tá aqui, porque foi como o presidente Alécio eh disse, o ministro Camilo, ele construiu esse acordo com Dim, com sede para que o valor do FUNDEB paraa EJA fosse 1.0, zero, que um aluno da EJA tivesse pelo menos o valor de um estudante do ensino fundamental um regular. O ministro
Camilo Santana, o ministro da educação do presidente Lula, o senador da República do Partido dos Trabalhadores, ele implementou um plano nacional do o programa nacional do livro didático paraa EJA depois de 10 anos de inexistência. Nós nunca tivemos na história da EGA brasileira mais de 2.000 articuladores dentro do território. Nós temos mais de 2.000 articuladores bolsistas sendo pago pelo Ministério da Educação para articular no território. Então a gente precisa nomear as coisas, né? Porque isso institui realidades. E mesmo assim, né? A UNESCO tá aqui, está desenhando cadernos junto com, tô vendo o Catelli ali, fórum
EJA aqui, fazendo o caderno de apoio do ensino médio da EJA, mesmo antes da das da etapa de ensino médio ter, a EJA já tá tendo. UNICEF inclui dentro do selo do UNICEF a obrigatoriedade de reduzir o analfabetismo. Mas mesmo assim, a coisa mais grave, nós temos 1092 municípios hoje que não ofertam uma vaga da Eja, uma veja a gravidade disso. Nós falamos só de matrícula municipal, nós temos 5500 e tantos municípios. 1092 não oferta uma vaga. Nós temos 2000 e 400 e tantos municípios que não tem a oferta nem de uma matrícula municipal, nem
estadual, nem federal, que os institutos federais são obrigados a ofertarem até 10%, nenhuma matrícula. Então esse momento quando a gente institui essa medalha, né, além de colocar a história no lugar dela e reconhecer, não é, a memória e o débito simbólico que a gente tem com o passado, com os e com todos aqueles que vieram antes de nós, a gente quer realmente eh levar as redes a refletirem sobre essa responsabilidade delas, essas As pessoas, elas não são analfabetas, elas continuam nesse estágio porque nós temos quase 1/3 dos municípios e se você olhar todas as formas
de matrícula, praticamente a metade dos municípios que não oferta uma vaga. Isso numa condição que não é discricionário. Eja, é oferta obrigatória. O ente federado que pôs na cabeça dele que é oferta discricionário, o Ministério tá aí, ele precisa resolver isso porque não é, é obrigatório. Da mesma forma que uma criança de primeiro a 5º ano é direito público e subjetivo e o gestor pode ser penalizado se não ofertar. A EJA também é. E a gente precisa colocar a EJA no centro da política pública, no centro da agenda educacional. Você chega na escola, você não
tem um único cartaz que fale da EJA. Você chega nas redes de ensino, não tem um cartaz de buscativa, você tem eh painéis do compromisso da criança alfabetizada, você tem de tempo integral e tudo isso é vital, importante, tem que ter mesmo. Mas cadê a EJA? Isso nós estamos em 2025. Não é possível mais que a gente tenha mais um monte de negrinhas na vida no momento que a gente tá discutindo inteligência artificial. Não é possível que a gente vai manter um contrato social na educação naturalizando 11 milhões de negrinha na vida. E aí não
adianta olhar e falar: "Ué, mas se você deu certo, os outros vão dar. Eu não, as pessoas não precisam passar pelo que eu passei para tá aqui. Elas não precisam, porque a maioria delas é é isso. Não é não precisa me dizer, né, se você Eu não sirvo de exemplo porque a gente não faz política pública com exceção, a gente faz com regra. Então, ninguém precisa passar por nada que eu passei para que a história mude. Portanto, essa medalha, né, que o ministro Camilo Santana, com a seriedade e o compromisso que ele tem com a
educação, a gente lança isso agora para incentivar as redes de ensino a compreenderem o seu lugar nesse pacto social que precisa ser repensada as bases dele, não é? E aqui eu quero agradecer a diretoria da EJA, a diretora Ana Sanchez está aqui. Levanta aí, Ana. A Maria Ângela, que a nossa coordenadora geral, por favor. O Paulo Roberto, o nosso coordenador que tá aqui também, o Vinícius da que tá lá, todos. Quem mais tá aqui da Depaeja, levante, por favor. E além disso, né, eu quero agradecer muito aos que estiveram, né, no início da diretoria, a
professora Cláudia Borges, a professora Socorro, porque a gente chegou até aqui porque tinha todas essas pessoas trabalhando, os fóruns de EJA, que eu sei que estão aqui bem representados, o Instituto Paulo Freire, as universidades, os institutos federais que têm nos ajudado a fazer essa política. E aí eu tô eu quero terminar porque eh o o o Alécio sempre diz: "Eu não queria estar na posição de Zara". Na segunda-feira o presidente do CONED falou do do CNE falou a mesma coisa, gente, pelo amor de Deus, essa cadia é difícil demais. E de fato, porque ali a
gente tem uma dívida histórica, né? E tem uma história linda, sabe? que quando eles extinguiram a Secadi, quando eles extinguiram a Secadi, não é, no dia 2 de janeiro, ah, e quando ela foi reinstituída, né, MariaÂngela, a primeira coisa quando a gente chegou no MEC foi os servidores de carreira chegaram lá, entregaram para nós todas as medalhas que eles correram e protegeram, porque a gestão anterior queria jogar fora. Então, servidores de carreira pegaram todas as medalhas do Paulo Freire que estavam lá e esconderam para que a gestão daquele momento não jogasse elas fora. E assim
que a Secadi ela foi reinstituída, a Julieta, né, os servidores de carreira trouxeram as medalhas, entregaram para nós, né? e e ao entregar eles estavam fazendo uma fala de proteção da Secadi, mas também uma um momento de proteção à história e a memória da educação e de Paulo Freire. E aí eu termino com uma fala que para mim assim lapidar, sabe? Porque eh aquilo que eu disse ontem, né? Eu nunca tinha visto o ministro Camilo, ele me conhecia, mas mesmo sem conhecer, ele me deu a sacadi, me deu poder de decisão, me deu orçamento e
confia em mim, isso para mim não tem preço, né? Você sabe que pros pobres não há nada mais importante do que honestidade e as pessoas e zelar um nome. Eu aprendi isso desde cedo. Eu tenho essa dívida com o ministro Camilo. E aí, quando o presidente Lula e o ministro Camilo, né, reconstruíram essa CADI, eu sempre lembro eh da frase do presidente Lula antes de ir para Curitiba, não é? Eh, naquele minuto ele tava indo para Curitiba, ele disse a seguinte frase: "Eu nunca esqueço disso. Eu não sou um ser humano. Eu sou uma ideia
e não adianta tentar acabar com as ideias. A Secadi não é só uma secretaria, ela é uma ideia. É uma ideia à força e ninguém acaba com a Secad. Muito obrigada. [Aplausos] Essa é da senhora da senhora [Aplausos] ô a lou a lou [Aplausos] gostaríamos de registrar a presença de Madalena Guasco Peixoto, diretora da Faculdade de educação da PUC São Paulo, Ana Lúcia Porfírio, representando a União dos Conselhos Municipais de Educação. Com a palavra a esposa e organizadora da obra de Paulo Freire, a professora Anita Freire. [Aplausos] Bom dia a todas e todos. Quero cumprimentar
essa mesa da qual faz parte a pessoa da da professora Zara e professora se foi professora continua sendo. Pois é, eu não errei. E porque às vezes a pessoa ficou como técnico sempre, né? Por exemplo, Paulo nunca deu aula na escola primária e ele diz isso, me fazia muita falta, mas eu quero dizer o seguinte, eu estou muito contente, muito feliz hoje, porque é a primeira vez que esse terceiro governo Lula, através da SECADI me procura me reconhecendo como uma pessoa que faz parte dessa comunidade que como mulher de Paulo e como filha de um
homem que teve uma escola no colégio Osvaldo Cruz do Recife. Foi uma escola que tinha alunos do Nordeste todo brasileiro. Paulo foi um deles, não é? Paulo foi um dos alunos de lá, meu pai. Por isso Paulo se desenvolveu tanto que a família dele, quando o pai morreu, que era um capitão da Polícia Militar de Pernambuco, eh a o soldo que ele recebia era muito pequeno e a aposentadoria, não sei como chama, agora eu não me lembro, tem um nome específico, a mulher dele para sustentar quatro filhos. Então era isso. Ela começa a procurar colégio
e encontra a generosidade do meu pai, a Luís Ped de Araújo, que deu a Paulo a possibilidade de estudar e depois o fez professor do colégio. E daí ele criou um gosto extraordinário. Ele foi antes funcionário, depois ele foi professor, inclusive foi meu professor primeiro, segundo ano de ginásio, né? E me lembro de Paulo quando ele entrou para estudar lá no colégio. A gente sempre fez o colégio na minha família se referindo tempo ao e não tem nada que ver com essa de São Paulo. de passagem e devo dar ênfase tem nada a ver com
Paulo se impressionava muito. que no Brasil os analfabetos não podiam votar. Então ele começa a estudar o problema e por não votam, porque são excluídos da sociedade, aqueles que não aprenderam a ler, a escrever, como se eles fossem os culpados, né? É sempre assim. E assim introjeto, como introjeto essa compreensão distraida que é uma compreensão elitista, discriminatória e interditora das ações das pessoas na sociedade. Quer dizer, um analfabeto não consegue emprego, não consegui ter passado e agora tá pior ainda, porque com essa tecnologia qualquer vendedor de de brigadeiro, de um sapato, se quber computação e
tal, tal, ele não anja. Bem, Paulo foi procurando e e eles não tm direito a volta. Paulo disse, mas eles pagam impostos, eles pagam isso. Então começou a estudar a questão da dessa interdição. Ele diz: "Olha, a interdição é política, ela não é de epistemológica ou cog cognicista, não. Ela é um problema de uma ideologia. que se formou e nem todos têm direito à escola. Então, para eu separar as classes sociais, as classes mais abastadas tinham direito à escola e aqueles de menor poder aquisitivo, até porque era um ato difícil. Como é que uma pessoa
analfabeta, perseguido, autodemitido, como Paulo dizia, autodemitido da vida, como é que ele vai ter a iniciativa de ir lá na escola e matricular seu filho? Geralmente não tinha e continua não tendo às vezes o o a coragem, a ousadia de ir e dizer muitos não têm. Então eu quero uma pro meu filho. É muito difícil até hoje. Às vezes se socorrem de associações, de sindicatos e da justiça que manda se encontrar uma vaga para isto ou para aquilo. Mas Paulo dizia, como é que nós evoluímos? Diz, desculpem, alguém tem uma balinha que trazer qualquer coisa.
Tem muita gente, eu agradeço. Muito obrigada. Muito obrigada. Vou fazer uma confeitaria. Bem, e Paulo começou a pensar como é que foi a evolução do ser humano. Começa a ser um ser humano no momento em que ele se levanta e não usa mais as quatro patas. Ele usa duas patas, são os pés e os outros serviram para uso e manuseio das. Então, depois disso, o homem vai na caverna, ele aprende a fazer o fogo. E quando um grupo que vivia numa caverna se sentia em perigo, ele tinha grunhidos, grunhidos, não era o fala, anunciando que
tinha perigo. E assim, esse foi um ato coletivo. Disso foi evoluindo, evoluindo e se tornou a linguagem falada. Depois vão sentir que a linguagem falada, ela vai se distorcendo quando passa de um para outro. Isso é comum nesses joguinhos que a gente criança faz. sopra no ouvido do outro, quando chega do primeiro ao outro já tem outra palavra e vai se distorcendo. Então, eh, essa quantidade, vocês terem uma ideia, quando começou a se pensar no Brasil, na no na alfabetização do povo, foi a partir da Guerra do Paraguai, foi o exército nacional que começou, criou
as escolas regimentais, alfabetizava e ensinava a gente um pouco mais. Mas voltando o que eu dizia a voltando ao que eu dizia que é a a questão de da evolução da linguagem, então a linguagem passou dos ruídos, foi se elaborando e foi passando a línguas. Por isso existe territórios na Europa tem 20, 30 idiomas, qual não se negava dizer que era dialos. Eram idiomas, porque cada grupo tinha a sua linguagem. Depois é que foram se juntando e muitos desses dialetes se juntaram numa linguagem de som ou dessas falas ou eram científicos na medida de ser
aquilo que eles faziam, eles entendiam como ciência. Bem, passando daí da eh veio a necessidade de se inscrever e não foi um cidadão que disse: "Olha, eu vou criar um alfabeto e vou escrever e toda a humanidade, todos os povos desse mundo vão ter que seguir e fazer." Não, essa linguagem escrita, ela vai em consonância com aquilo da evolução da linguagem falada. Bem, e por que que então a linguagem escrita, a linguagem falada é fácil pelo contato social, mas a escrita depende de uma técnica exclusiva para ensinar a palavra. E então Paulo dizia, mas como
é? Tem gente que sabe ler e escrever e tem gente que não tem. Então ele chega à conclusão que é o quê? É uma interdição feita certamente, certamente, embora se camufle disso intencional. Quer dizer, existe doutores da lei aí ou deputados e senadores que no decorrer da história do Brasil ia sempre deixando para baixo, deixando como seres inferiores os desvalidos da sorte, da cultura, como dizion, né? E aí Paulo disse: "Gente, o que é que acontece com o cara que não sabe l escrever? Ele se di que se faz isso? Faz isso para separar as
classes sociais". E ele começa então a pensar, diz assim: "Mas tira de cada um dos sujeitos o quê? A sua condição ontológica". Quer dizer, nós somos um seontológico diferente daqueles que nos produziram há milênios e mil anos atrás, que andavam com quatro patos, não é? Então isso tira uma parte ontológica dos seres humanos, da existência humana, quer dizer, ontológica daqueles que se constituíram como seres humanos. Então se rouba, nós estamos roubando aquilo que é um direito, porque ontológicas é próprio da natureza humana. Então se a gente, a sociedade se fecha, se organiza para não absorver
essas camadas, é um crime ontológico, é uma reprimida terrível. Por isso as pessoas se sentem mal. As pessoas se sentem inferiores e as pessoas têm medo de dizer que são analfabetas, esquece o óculos, não é? Ou qualquer outra desculpa. Não tô vendo bem hoje aquele ônibus. ver como a gente, eu assisti na Secretaria Municipal de de Educação, quando Zé Eduardo Cardoso era ainda vereador por São Paulo, ele que tem uma visão incrível, maravilhosa sobre a brasilidade, sobre a necessidade ade desenvolvimento dessa brasilidade. Foi ministro da justiça e continua sempre um trabalho muito pioneiro. Mas é
isso. Paulo diz: "Olha, roubamos uma parte dessas criaturas e aí e por isso que não atendendo as reivindicações que são nossas como seres humanos, nós não sentimos tão mal. cada um de nós que é analfabeto, porque se isso não fosse condição para se constituir um ser humano, então a existência humana tanto faz a gente deixaria pro lado, mas não. A gente sofre quando não tem e sofre pelos outros e sofre por querer dizer, cada um que não tem sofre. Se você sofria, sua mãe sofria muito mais, né? Certamente. Certamente. Então é isso que eu quero
dizer para vocês. Paulo foi um pioneiro em compreender que o analfabetismo não é um problema técnico. Não é porque faltava professor, não é porque as escolas eram poucas, mas eram intencionais no sentido de diminuir a quantidade de pessoas que podem saber. E o saber é muito ruim, é muito difícil. As autoridades totalitárias, autoritárias, sejam elas desse tipo, que não se abre ao outro, ela é uma chaga. Se dizia até que era uma coisa que hoje em dia a nem fala isso porque não pode, mas pois era o nome que se dizia era chaga negra, o
analfabeto, o cancro negro. Então era um câncer, não saber escrever, era um câncer, mas não tratava as pessoas como gente, tratavam como cancro mesmo, não é? Isso é que é a grande, eu acho, vitória de Paulo, a grande princípio pelo qual ele desenvolveu. Olha, se o cara que não sabe ler, escrever, se sente tão mal, nós temos que cuidar da alfabetização. Mas a alfabetização, repito, não é uma coisa técnica, é antes de tudo um ato político. Verdade. É um ato político. Eh, e a partir daí, na sua compreensão, ele começou a alfabetizar e alfabetizar. Quando
João Gulá, tendo visto os alfabetizandos se formando, ganharam diploma em Angicos em 1962, ele jogou lá ficou impressionado e faz com que o ministro da educação convide Paulo para fazer o programa nacional de alfabetização. Seria um programa se não tivesse vindo a redentora, como fala por aí, o golpe de estado de 1964, certamente nós não seríamos mais conhecidos pelo analfabeto. Certamente não. alguns casos a pessoa tem mais dificuldade ou a família é pouco esclarecida, pode existir, poderia existir, mas como foi feito era para persistir a questão do analfabético. E se ele fosse o o analfabeto,
fosse apenas uma questão de pertencer a um grupo ou não, se não fosse uma questão política. Paulo não teria sido perseguido do jeito que ele foi. Quando ele disse, "Não vou pro exílio, não vou, não quero ir, não quero ir". E ele depois foi persuadido que depois de ter sido preso e respondia dois inquéritos em Pernambuco, na cidade de Recife, ele ele foi mandado o o capitão lá que anotava a fala dele, disse: "Olha, professor, mandaram o Ministério da Guerra, chamar Ministério da Guerra no Rio de Janeiro, que era a capital do Brasil tá chamando
para o senhor responder mais um inquérito e a gente precisa cuidado. São Paulo foi e quando estava e e aí tem uma tem um um vazio aí do que eu tava dizendo que eu vou puxar para trás para mostrar a natureza do brasileiro, como é ambígua às vezes contrário de vitória, que Paulo estava em Goiânia com a equipe que tava fazendo a formação dos monitores de alfabetização. quando recebeu um recado, o golpe partiu de Juiz de Fora. Juiz de Fora tem umas histórias escabrosas, né? Já fomos vítima dessas coisas de surgir lá duas vezes pelo
menos, né? A segunda foi pior ainda, né? Tud foi pior. E nisso ele pensou na casa de um professor tal, quando veio um dos membros do grupo da do comitê de alfabetização, disse: "Eu vou ligar agora mesmo para fulano pedindo pedindo um socorro para ele me me guardar na casa dele. Aí Paulo disse: "Agora eu não posso mais poder no levar dois assim paraa casa dele, muita coisa". Então foi e telefonou para um deputado federal que era eh golpista. Ele tava na UDN que era a fazedora de golpes do Brasil. Assim ficou conhecida ODN. Então
disse: "Olha, você pode me socorrer? Venha, vira paraa minha casa". E toda noite, quase toda a noite, iam aqueles que tinham os principais líderes do golpe e os generais almirantes, tudo iam paraa casa dele para confabular, para decidir qual medida eh des não serve esse eh que medida mais maltrataria a população brasileira, né? A verdade é essa. É, não vamos fazer lezinha e todo mundo passa, não. Vamos fazer uma que mate mesmo, não deixe chance de sobrevivência. Então Paulo vai para lá e tem um quarto e disse: "Paulo, isso aí é a sua casa. quarto
sem banheiro. Você só vem para comer. Chegava de noite e o o esse deputado tinha uma filha com os 8 9 talvez 10 anos já. E quando chegavam lá os os comparsas, né? A compassa, aí ela chegava e dizia: "Vocês falando essas coisas aí, meu pai também falando". Ih, tudo mentira. que Paulo Freire tá hospedado aqui em casa. Ela foi e disse: "A os cara faziam a cabecinha dele". Aí diz: "Eita, imaginação de criança é fantástica, né?" Ela foi promovida e por sorte nunca acreditaram na voz da criança. E olha, criança quando fala é verdade.
Criança assim nessa idade fala é verdade, tu vai atrás que é, né? Como uma vez uma professora muito amiga, né, ensinava na mesma faculdade, se encontra com uma aluna e ela disse: "Olha, essa é minha filhinha". E aí as duas conversando tal, tal, tal. Ela: "Olha, filha, essa é a professora da mamãe. Excelente professora. Mamãe, você fala que ela é péssima, que ela é que ela é ruim. Aí não, menina, o que é isso, menina? O que é isso? Fica quieta aí. Ela dis, olha, quando entra por aqui, não sai por aqui, não. Eu guardo
aqui. Então a gente tem que ter medo de criança, porque criança realmente guarda as coisas na cabeça. E então Paulo é obrigado a ir pro pro exílio que começou a se dizer, vou matar. É. O cara da Paraíba, gente, fez a escreveu reforma agrária, era ministro, não me lembro o nome dele, e Paulo da educação faz. Então, os militares ficaram loucos para pegar. Embora tenham dito, quando Paulo saiu depois de 40 dias da casa desse amigo, ele foi ao quartel em Brasília, disse: "Não, o senhor pode viajar pro Recife porque não há nada contra o
senhor. Muito bem." E e Pauro ficou assim naquela época, quando uma pessoa ia viajar, ia sempre um conhecido, conhecido que não fosse tão próximo, que não tivesse ainda a sociedade visto os dois juntos, ele ia para garantir a vida do daquele. Não se conheciam no aeroporto, não se conheciam. e um no mesmo avião. O cara fazia sempre questão de sentar mais para trás, porque se for arrancar a pessoa, eu tô na frente, eu olhar para trás fica complicado. Então era assim, porque era muita gente arrancada do voo do avião antes de decolar para prisão pelo
exército ou ou outra prisão, mas sobretudo o exército que fez esse trabalho. E sendo assim, Paulo foi vendo cada vez mais que a alfabetização é um ato político, a educação é um ato político. Não está nenhuma educação tá desvinculada do interesse de classe de quem organiza as leis, de quem organiza os ministérios, quem organiza os institutos, não é? Como a secad ela é neutra de jeito nenhum, não pode. Aliás, Paulo diz, ele não tem neutro. Quem se diz neutro é porque é a favor do lado pior. Então se esconde na neutralidade, não é? Quando você
diz: "Não, não, não, não voto, não gosto, não sou político, eu vou atrás dele. São todos muitos, não quero nada com política e a gente tem que olhar qual é a dele, entendeu? alguma coisa ele tá escondendo. Bem, eu termino aqui, já tô falando muito dizendo o seguinte: Paulo foi o homem mais sério junto com meu pai que eu conheci em toda a minha vida, a quem eu continuo a ter um amor e uma admiração, como nos tempos que vivi com ele. Vivi somente 10 anos. Foi muito pouco. Foi muito pouco pela qualidade de vida
que podemos construir na maturidade, ele e eu. Assim eu me despeço. Se todo mundo em toda reunião diz Paulo Freire presente, eu digo para vocês, Paulo Freire está presente a minha vida todos os dias. Muito obrigada. [Aplausos] [Música] [Música] [Aplausos] É com as palavras inspiradoras da professora Anita e a memória viva de Paulo Freire que encerramos esta cerimônia. Convidamos todos a permanecerem no auditório para o painel Avaliação indicadores para um marco referencial da Equidade na educação, que será iniciado em alguns instantes. Pessoal, então, a gente eh vai começar já o painel de indicadores nesse espaço
pra gente não perder tempo, tá? Lembrando que essa discussão de indicadores é muitíssimo importante para todas as políticas que a gente trata na SECAD, né? Nós não falando aqui só indicador de resultado, mas a gente fala indicador para monitorar a política. Então, muito importante esse painel também. Obrigado.