[Música] por que falar de literatura afro brasileiro muita gente busca deixando a pergunta mas não é tudo literatura simples é uma das coisas que eu gostaria de ressaltar logo de início antes de qualquer coisa literatura brasileira é a literatura é arte a literatura brasileira propriamente dita né ela vem de um histórico de representação negativa das pessoas negras é tão histórico que carrega representações e serão equipados e até racistas a partir do século 19 em que os escritores intelectuais negros começam a escrever suas próprias histórias dessas próprios livros a gente observa a mudança radical na representação
dos personagens negros então ele tem escritores por exemplo como maria firmina dos reis que ainda na primeira metade do século o século 19 uma escritora negra já está escrevendo e é considerada a primeira romancista brasileira a primeira rua é o primeiro escritor que faz um romance abolicionista e é uma mulher negra do maranhão que a gente não conhece e é contemporâneo do josé de alencar depois a gente tem os escritores negros é como cruz de souza machado de assis lima barreto enfim são escritores canônicos né negros que quando a gente compara a obra deles os
personagens negros escritos por esses preços autores a gente observa essa essa mudança radical mesmo depois dos anos 1950 que o século 20 mas setores estruturas negro estão produzindo a literatura então o que significa isso quer dizer que tem mais escritores é fazendo negros fazendo mais escritores negros fazendo literatura e também a formação de um público leitor negro então eu acho muito pertinente é esse conceito de literatura brasileira e também acho que é importante dizer que a literatura brasileira é literatura e literatura brasileira e tem um teórico que é o eduardo de assis duarte que ele
vai dizer e que a literatura brasileira que é um segmento da literatura brasileira que ela está ao mesmo tempo dentro e ao mesmo tempo fora da literatura brasileira então ela tá dentro na medida em que é um segmento da literatura brasileira ela está fora porque ela está comprometida com essa visão de mundo não racista ele muitas vezes de enfrentamento mas daí é um debate foi como uma técnica se preocupa com as pessoas fazem não só no campo da literatura acho muito pertinente esse conceito porque se existe racismo é preciso falar sobre ele é sou muito
contrário à idéia de que falar sobre racismo é fomentavam né então esses escritores estão comprometidos também com essa com essa representação racial positivado que não era um compromisso dos escritores brancos brasileiros em sua maioria como ainda não é dizer que eu tô aqui é retomando alguns conceitos elaborados pelo eduardo de assis duarte então professor docente da ufmg especialista em literatura brasileira e com luís silva também conhecido como cut que é pesquisador e fundador da importante publicação que a cadernos negros é esses dois autores eles vão elencar basicamente cinco aspectos assim na da literatura para comprar
configuração da literatura brasileira o primeiro deles é a temática então um texto que sequer afro brasileiro ele diz respeito à história dos negros no brasil o segundo ponto é a autoria que isso quer dizer que quer dizer que por um texto ser considerado afro brasileiro ele tem que necessariamente escrito por uma pessoa negra deve aparecer esse dado nesse dado da raça do autor tem que aparecer na textualidade a terceira é característica dessa literatura talvez uma das mais importantes é o ponto de vista então é uma visão de mundo a partir de uma afro descendência né
ser negro no brasil a experiência do negro no brasil e é um ponto de vista que se coloca ao lado nessa população e é um ponto de vista que também se desdobra na própria construção dos personagens é outro aspecto fundamental dessa literatura é a linguagem que é isso muitas vezes quando a gente pega um texto afro brasileiro a gente percebe que tem uma linguagem que remete diretamente ou indiretamente à áfrica ou também a própria a própria própria população afro-brasileira né ea última característica que eu gostaria de ressaltar aqui é a questão do público é só
depois da depois da abolição em muitas décadas depois né que vai se formar um público leitor negro então esses escritores dele ao mesmo tempo em que esses escritores negros vão começar a produzir mais literatura mas eu queria fazer uma ressalva essas características elas não precisam aparecer todas elas no texto para ele ser considerado afro brasileira né e se precisar também pode ser problemático é um poeta mineiro que o edmilson pereira que inclusive vai falar justamente do perigo dessa classificação então queria que ele vai marcar também é o disco virá um manual [Música] muitas vezes um
professor ou professora se sente muito confortável em trabalhar um texto curso italiano espanhol português mas se sente muito reticente em trabalhar um texto de nacionalidades africanas em sua literatura ela pode contribuir muito com formação na medida em que por exemplo a partir do que a partir do contato com essa literatura a gente primeiro que pode desconstruir diversos imaginários racistas na e problemáticos em relação à população negra brasileira então é supercomum na escola por exemplo quando está tratando sobre a temática da escravidão os negros serem apresentados à população negra se apresentado sempre com uma postura muito
acomodada é tranquila com as coisas que não havia revolta a gente sabe que isso é mentira né uma outra coisa também pode desconstruir essa idéia de que a história a nossa história de ter os brasileiros começou então mas a nossa história dos negros brasileiros começam muito antes que comece a áfrica então é preciso falar na escola sobre os grandes impérios africanos pré i é pré ii escravidão né então acho que a literatura afro-brasileira pode cumprir esse e pode dar conta dessas questões de representação mesmo da população negra brasileira ela também promove o enfrentamento do racismo
ao mesmo tempo na medida em que ela em que esses estudantes vão se ver também não só dos personagens de maneira positiva de apresentação positivado mas ela vai se ver também enquanto o produtor no território uma lei que não pegou dizem que ela não pegou a gente não tá sendo trabalhada devidamente nas escolas brasileiras tanto públicas quanto privadas essa percepção geral de todo mundo da área assim tem um pesquisador e professor que o andré derrotou bueno que ele fez uma uma pesquisa de mestrado em 2015 que é muito bacana e traz alguns dados que a
gente pode mencionar aqui ele vai dizer que 40% dos professores afirma não ter recebido nenhuma informação inicial durante a graduação dessa temática né ele vai dizer também que 30% dos do desses professores afirmam também não fazer nenhum trabalho dessa temática em sala de aula e todos eles nem foi até uma surpresa me todos eles afirmam conhecer a lei além das letras não precisa conhecer mais pouco trabalho né então a partir daí a gente pode elencar alguns problemas da saúde porque de pensar por que essa lei não foi aplicada a primeira delas então essa é a
da formação inicial e continuada dos professores não vão sendo formados para trabalhar devidamente essas questões têm a questão também os materiais didáticos muitos materiais didáticos não estão trabalhando essa questão devidamente aparece nos materiais didáticos porque a lei é obrigatório mas muitas vezes de forma muito superficial outro aspecto que é fundamental não é que é a questão mesmo do preconceito racismo é essa como a gente ouve em várias escolas do brasil todo é é a queixa de professores que estão comprometidas a questões das dificuldades que eles têm que enfrentar junto com os próprios estudantes junto com
pais junto com a gestão escolar sempre relacionando estas temáticas com coisas negativas na então quando vai falar da religião os aspectos culturais mesmo muita gente já relaciona a coisas negativas é como mal enfim a representação toda street pada e racista nesse sentido é pensando nos professores de língua portuguesa que aí a minha área eu penso que a literatura que as literaturas africanas e afro brasileira pode ser um importante estratégia para a aplicação da lei e a partir da leitura desses textos é eu posso e trazendo uma série de temáticas relacionadas à população negra é e
esse é um movimento assim metodológico com gosto de pensar bastante não é pegar as coisas que estão acontecendo no mundo e ver se elas não aparece ainda criança justamente o contrário né essa abordagem antônio cândido falou bastante não funciona no campo que é a partir do texto você enxergar essas questões com o que aparece esse texto é quais são as questões ali é como os alunos recebem esse texto que que chama a atenção deles ali a partida da discussão desses textos literários em algumas universidades com vários estados que estão sim trabalhando essas questões embora não
na quantidade que a gente gostaria mas tem sim algumas novidades que estão por exemplo oferecendo cursos de extensão para professores de escolas públicas em várias das universidades federais por exemplo a gente tem aqueles os núcleos de estudos afro brasileiros que são importantes agentes na promoção da igualdade racial no enfrentamento do racismo e no trabalho com essas questões na proposta de indicar alguns livros assim que considero muito importante muito bons para discutir a professora se formar mesma então os primeiros que eu gostaria de falar é sobre os dois autores que já falei aqui então o eduardo
de assis duarte e tem um livro muito bacana que é o literatura afro-brasileira é práticas em sala de aula o outro é um livro muito importante do cut que a literatura negro brasileira gostaria também de mencionar o trabalho de de pensadores também estrangeiros então por exemplo abriu ruxin ativista que eu gosto muito é intelectual ativista negra norte americana então gostaria de indicar um livro dela que é ensinando a transgredir em si não transgredir ela vai refletir um pouco sobre as relações entre raça e classe na na escola na sala de aula né então tem uma
parte que eu gostaria de trazer mais aqui pouco adianta a gente colocar nossos programas de ensino nos planos de aula escritores negros se a gente ainda continua com uma prática escolar é ortodoxo no sentido de conservadora né então se de fato é estamos comprometidos com uma sociedade menos desigual do ponto a ponto de vista racial né é necessário que a gente leia autores negros autores e autoras negras que definindo isso eu defendendo porque a escola a gente sabe que é um meio privilegiado de transmissão de saberes de valores que a gente tem que pensar que
se a escola não oferecesse repertório de leituras muitas vezes a criança no haiti o estudante não vai ter contato com os autores nenhum outro lugar então é papel da escola eu acho que é um dos grandes responsáveis assim por levar essa literatura essas discussões para dentro da sala para a vida pra vida desses estudantes [Música]