[Música] para mim falar de uma data como dia 21 de Janeiro é muito marcante até porque no ano de 2000 a história da minha mãe tomou uma proporção que o Brasil todo conhece a Igreja Universal do Reino de Deus usou imagem e devidamente de mangilda né com uma tarja preta no rosto escrito macumbeiro charlatões lesam bolsa e a vida de cliente a gente não sabia o que fazer na época que a gente não tinha essa percepção do que era ter o terreiro invadido tem a imagem da ialorixá maculada né e a gente ficou um tanto
perdido Minha mãe ficou muito abalada na época e não sabia que direcionamento tomar né e eu tive a oportunidade de ter acesso ao coronel e foi essa instituição que deu a oportunidade da advogada vinha até que o terreiro minha mãe assina uma procuração no dia pela manhã para advogada e no dia 21 de Janeiro ela sai e volta dentro de um caixão sabe tolerância religiosa é como o nome já diz a lata de não tolerar a religião da pessoa é você não respeitar a religião do outro quando você não respeita a minha tatuagem o meu
Axé a minha música minha guia isso para mim fere muito e acho que fere para todo mundo isso acho que advérbio uma compreensão errada né Não só da religião mas uma compreensão errada da vida é um absurdo o extremo do inconcentrismo do egoísmo e a Total falta de amor ao próximo seria A negação da diversidade vamos dizer assim o entendimento é esse quando a gente olha a realidade brasileira a gente percebe Quem são as maiores vítimas que são o alvo dessa intolerância religiosa Então se a gente Olha esses dados a gente vê que a população
Cristã no Brasil ela é majoritária por tudo quando a gente olha os dados que se refere a violação ao direito à liberdade religiosa nós verificamos que as religiões afro-bras as pessoas que professam a sua fé nas religiões afro-bras são as principais vítimas então dados do Ministério da mulher da família dos Direitos Humanos Uma pesquisa realizada em 2018 dá conta que mais de 70% das vítimas de tolerância religiosa são pessoas e profetam sua fé no candomblé na umbanda quando olhamos dados no centro de referência Nelson Mandela aqui no estado da Bahia ou também do próprio Ministério
Público do Estado da Bahia verificamos que mais de 80% da população que são vítimas de intolerância religiosa São pessoas que professam a sua fé no candomblé na Umbanda nas religiões de matriz africana de uma forma geral essas práticas africanas de saúde sociais culturais espirituais e políticas sempre foram perseguidor oficialmente pelo estado brasileiro seja na colônia no império pelas Ordenações Filipinas né de uma Perseguição Implacável com essas práticas que obrigou com que muitos acabaram se articulando dentro da igreja que era estado Igreja Católica do estado na época né para poder conseguir com que essas práticas pudessem
sobreviver já na construção de 1824 se reafirma do império né reafirma o catolicismo né como religião Oficial do Estado e se proíbe qualquer outro culto que não fosse um ambiente de residência né privado mas consequentemente essa não era considerada as nossas práticas e continuar ainda essa perseguição que estava regulada pela moderação femininas ela se torna uma forma de lei no primeiro código criminal do império de 1830 depois o código criminal da República artigo 156 157 158 continua a Perseguição dessas práticas principalmente numa aliança entre os médicos e os juristas e uma visão eugénica isso quer
dizer que não houve resistência ouve várias resistências a mesma configuração do Candomblé no final do século XIX já demonstra isso todas as articulações que eram feita para manter viva essa tradição E essas práticas e eu percebo que mesmo dia 21 de Janeiro sendo um dia nacional de combate à intolerância religiosa a gente ainda não conseguiu muitos avanços nós temos a secretaria de reparação aqui no estado da Bahia nós temos Estatuto da vontade racial nós temos o centro de referência de combate racismo Nelson Mandela que tem registrado um avanço grandioso desse ódio né já se fala
tem terrorismo religioso mas sempre acha que a intolerância religiosa ela é algo que tem adoecidas comunidades tradicionais religiosos mas nós entendemos que nós somos um povo né um povo tradicional que tem direito a proferir a sua fé que tem direito ao alimento e a gente recebeu né com muito a dor todos os ataques que vários terreiros de candomblé tem passado não só aqui no estado da Bahia mas a gente teve o caso do terreiro de mãe baiana também lá em Brasília nós tivemos vários casos de terreiros no Rio de Janeiro que foram invadidos né que
foram depredados que foram exterminados e a gente entende que a gente precisa entender realmente que a gente tem que buscar políticas públicas para realmente conseguir e acabar com esse tipo de ódio de racismo de intolerância religiosa até de terrorismo porque quando pessoas adentram seus passos sagrado e obrigam ela orixá quebrar todos os seus pertences e os seus sagrado isso é doloroso a gente também tem percebido nas redes sociais o ódio religioso racismo e a violência tem crescido muito né e eu acredito que 23 anos esse ano de 2023 que completa de morte de mãe Gilda
Eu ainda tenho uma avaliação ainda muito dolorosa porque o caso de uma ajuda fica como um exemplo de luta mas a gente não consegue avançar no sentido de realmente fazer com que a justiça prevaleça a gente teve no primeiro dia do ano um terreiro totalmente depredado por um homem que entra no terreiro quebra tudo que é de Candomblé as coisas que não eram de Candomblé não quebrou e ele também entrou em outras casas e fez outros tipos de violência mas ele entra no terreiro ele quebra tudo que é de Candomblé esse homem foi identificado porque
ele deixou cair um documento dele dentro do terreiro ele foi ouvido e ele foi liberado e o argumento do delegado que não fez a prisão foi de que ele tava Insulto e que não tinha como religioso porque ele entra num terreiro e quebra tudo que é de Candomblé as outras coisas ele não quebrou porque o que autoriza ele a entrar num espaço sagrado de outra pessoa e destruir elementos dessa religiosidade de uma vez africana isso é o racismo isso é o meu homem negro e a gente está falando de construir racismo para todas as pessoas
porque o racismo ele fez um serviço muito bem feito no mundo inteiro Todo mundo é racista Todo mundo traz uma série de preconceitos e pressupostos a partir do outro que não é seu espelho e nós povo Preto a gente também precisa desconstruir o nosso racismo cotidianamente Então as religiões de matriz africana elas são alvo constante disso os povos indígenas eles são alvo constante disso E se a gente tivesse mais espaços islâmicos aqui no Brasil e uma comunidade islâmica maior provavelmente eles também seria é mas a gente tá falando desse cotidiano nosso aonde os terreiros são
depredados todos os dias é onde as pessoas são violentadas todos os dias por exercer sua fé por vivenciar sua religiosidade então a gente precisa na nossa sociedade isso é urgente Isso é para ontem Isso é uma questão de vida e de sobrevivência primeiro eu não gosto da palavra intolerância religiosa porque quando a gente fala de intolerância é a gente acaba tratando um sintoma e não uma doença intolerância é um sintoma do racismo aí a gente acaba lidando com as manifestações e não com a estrutura em si é o racismo religioso Então eu acho que não
adianta ficar lidando o tempo todo com os casos mesmo que juridicamente se a gente não consegue chegar na estrutura racializada entendeu no nosso país porque a estrutura não é racializada é o tempo inteiro a intolerância intolerância E aí o nosso grande problema é desestruturar o racismo quando a gente aceita sermos tratados como intolerância Então para mim sempre foi racismo religioso que as pessoas são racistas [Música] já ouviu falar no termo racismo religioso significa alguma coisa para você não Nunca escutei esse termo racismo religioso tem a ver com preconceito não só da raça como também do
da origem da religião da pessoa também né candomblé Umbanda e com Raça Negra né eu vejo dessa maneira porque que essa religião é demonizada será que tipo se ela fosse majoritariamente branca ela seria tipo demonizada por ele até o final dos anos 80 os terreiros de candomblé na Bahia precisavam pedir autorização policial para funcionar e isso era feito na delegacia de jogos e costumes quando a gente fala que a nossa Constituição de 88 prever né estabelece e garante um direito a liberdade religiosa e quando a gente olha na história e vê também que desde a
proclamação da república do estado brasileiro é Laico como explicar a violência praticada contra as religiões afro-brasileiras houve no culto de vista jurídico inclusive várias discussões que envolve por exemplo esse tipo de crime que a intolerância religiosa é crime mas quando a vítima ela se dirige a delegacia para poder fazer a denúncia ela tem muita dificuldade de fazer o registro da ocorrência e muitos casos é tipificado como injúria racial né qualificada aí pelo preconceito especificamente no que se refere a religião só que muitos desses casos também são caracterizados como racismo E aí qual o critério que
se utiliza para poder tipificar o crime então isso foi uma discussão né que se deu e uma luta né do movimento negro no sentido de que é Júlia racial hoje ela também vai fiançada no prescritiva tal como o crime de racismo então que vai diferenciar é justamente esse tipo de crime né porque a injúria racial está muito mais ligada a honra nesta ligada ao aspecto subjetivo do sujeito e quanto que o racismo ele está direcionado a discriminação a discriminação por conta da religião e quando nós analisamos no sentido mais abrangente a intolerância religiosa é um
termo que vai englobar e abarcar todas as denominações religiosas então toda pessoa que professa a sua fé ela pode vir a ser vítima de tolerância religiosa hoje nós temos né a lei 7.716 de 89 que a lei ko que é uma lei que vai tratar sobre os crimes de racismo e ela vai trazer lá no artigo 20 a discriminação também pelo aspecto da religião Engraçado eu não consigo ver muito essa diferença eu pelo menos não eu acho tudo bem remete as matrizes africanas mas tem muito branco também nas matrizes africanas Então não é uma coisa
só de preto é importante a gente pensar que o racismo religioso ele não é uma questão que é única exclusiva da religião de matriz africana Mas ela precisa ser compreendido você precisa ser compreendido como um processo de ataque à religiosidade baseado em etnias raças diferentes divergentes da hegemonica E aí o que que é divergente da hegemonico não branco o não Cristão Então nesse sentido a religião de matriz africana se enquadra os povos originários se enquadram o Islã se enquadra e outras etnias outros grupos também se enquadram isso é importante a gente pensar isso porque a
gente precisa ultrapassar Essa visão de que a luta contra o racismo é uma luta do Povo Preto a luta contra o racismo é uma luta de quem não é branco já se vinculou muito a esse tipo de coisa de ser uma coisa de preto quem ainda vincula isso tem uma cabeça totalmente atrasada existe eu acho que é uma coisa maior é a questão de você não ser o católico não ser o evangélico mas você reverenciar em show por isso que no carnaval do ano passado foi Espetacular a grande Rita ganha aquilo ali quebrou um paradigma
imenso exus deixando de ser aí aquela coisa Demoníaca Ai meu Deus então isso também contribui tanto para intolerância quanto para esse preconceito religioso vai dar conta da complexidade que é a intolerância religiosa é uma Face da intolerância religiosa talvez Os cultos brasileiros Os cultos pode até ser uma resposta pode ser construída aí mas e os outros e as outras atitudes eu tenho trabalhado mais com intolerância religiosa que ela é mais me dá uma visão mais Ampla até para discutir alianças possíveis porque nós somos minoria na sociedade nós sabedoria numérica mas numérica não pode ir para
isolamento mas nós temos que fazer um que as outras pessoas passe a achar que essa é um problema de todos eu chamo atenção quanto o nego nós somos maioria na sociedade brasileira quanto vemos como candombléctricista não você tem uma um percentual muito grande de negros evangélicos Zé como é que você sensibiliza aqueles que acabam contribuindo perseguição da cultura da prática dos seus ancestrais como é que você sensacional jurídico as duas expressões vão dar conta de uma discriminação por conta da religião ou de uma injuria racial por conta da religião aí tem que ser avaliar o
caso concreto até porque o próprio Código Penal em si né a gente tá falando da injuria racial mas existem outros crimes que o código penal também trata no que se refere a matéria religiosa contra o sentimento religioso por exemplo é que é uma matéria específica mas tá dentro né do Código Penal Então são várias nuances né é necessário so observar o caso concreto para se avaliar qual vai ser o tratamento jurídico adequado para aquela questão mas tanto quanto o outro vai estar dentro dessas normas específicas Então vai ser muito mais uma construção narrativa né do
que se pretende explicar a partir da demanda específica Bom dia a paz do Senhor para todos sou missionária jordelina né estou eu fui abordada para falar sobre intolerância religiosa só que assim eu nunca passei por isso eu só sei dizer uma coisa que Jesus ele é amor né então aonde eu vou nas praça né nos lares eu falo sobre o amor de Cristo né Eu não falo sobre Igreja A e B porque quem vai salvar Quem morreu por mim por ti Foi o rei dos reis senhor dos Senhores né então toda honra toda glória é
dele lá falou não o senhor já sei fechar chamando ninguém por mim a procura Aleluia ao mais que no mundo vão chorar tem da salvação participar Aleluia fala de Glória fala de Deus tocar me cobrada do altar Aleluia fala de oh glória falar Deus me Alegre atenta ao teu mandar Aleluia Fique na paz que Jesus abençoe a todos tem glória aí aleluia e assim o que eu mais quero aqui Iemanjá ela ilumine nossa cabeça nos dê equilíbrio e nos dê sabedoria para nós conduzirmos da melhor forma possível a nossa vida e a vida de todos
aqueles que depende de nós Eu tenho 23 anos da morte da minha mãe em 23 anos que eu tenho essa relação com cominonia isso é muito importante isso é muito forte para mim porque me fortalece muito aí eu queria deixar uma proteção né Para todas as pessoas instituições seres humanos de outros segmento que consegue ter sensibilidade e acolher essa história tão dolorosa de uma Gilda e se tornou um Marco de luta né imagina ela é inspiração para mim é inspiração para outras mulheres aí como eu sou de Oxum ora aí eu acho um café da
manhã e salva todas as nossas traz feminina mulheres embaixo e leva uma bola e levou Boechat engessar qual é o johrei e a mãe de Deus se levante das Cachoeiras e que mãe ajuda se levante de ouro e venha para aí ser também a proteção da nossas lutas e das nossas convicções de amor fé ética e respeito