Estamos de volta mais uma vez aqui o meu querido amigo Dudu e com a presença dos professores Boselli, o nosso coordenador aqui do Colistantes também Pironte, o Galã das Estações e também um convidado mais do que especial, Gabriel Petrone, que é cliente do Conistação, ele que agitou lá o aplicativo, né? conhecido aqui como o cara mais animado do aplicativo e tá aqui com a gente. Sejam muito bem-vindos. Muito obrigado, Gabriel. Por gentileza, se você quiser compartilhar um pouquinho dessa história com conicitação, sinta-se à vontade. O palco aqui é seu. Com certeza. Primeiramente eu gostaria de
agradecer a presença aqui, o convite, né, de vocês. É um prazer imenso estar com você, com o Eduardo, com o Anderson Pironte e o Boselli, que é excepcional. acompanhei você desde a live e hoje ali aquela palestra, meus parabéns, é algo assim inexplicável, né? Você trouxe algo que é complexo de uma forma muito prática, né? Pro pessoal que tá acompanhando, que tá iniciando e até mesmo para quem tem um pouco mais de de um nível um pouco mais avançado na licitação. Então isso é é bem legal do do evento, é o primeiro evento que eu
estou participando, assim, tô admirado com isso, é uma organização muito muito correta de vocês. Então assim, vocês acertaram demais em tudo que vocês estão fazendo, os temas. Então vejo que realmente deve ter sido muito trabalhoso, tenho essa certeza, mas meus parabéns, né? Imagino que a sensação de satisfação em ver isso tudo acontecendo é enorme para vocês que estão organizando esse evento. Assim, eu trabalho com licitações há praticamente 10 anos, né? Tenho um pouco de experiência na área do público, trabalhei com a prefeitura dentro do setor de licitações, estagiando por 4 anos, comecei em 2014 e
ali próximo de 2018, né? Finalzinho de 2017, eu comecei a atuar no lado privado, representando empresas desde da área da saúde, da parte de ambulâncias, como na prestação de serviços médicos. E aí, desde então, nunca mais quis voltar pro público, porque o privado é algo assim pouco diferente de você estar no público, né? Você consegue colocar muito mais em prática o seu conhecimento de licitação e vencer situações ali que a cada dia você aprende mais. Então assim, com licitação eu conheci em 2017, a primeira empresa que eu comecei a trabalhar já estava com com licitação
há alguns anos e foi a primeira vez que eu conheci o aplicativo de vocês, né? Então assim, com licitação, eu peguei desde esse início de 2017 até tudo que vocês vêm fazendo agora. E aí eu tenho uma empresa também de consultoria que sempre que eu fecho um cliente, a primeira pergunta que ele faz e aí como que a gente procura um edital? Então a resposta é muito simples, né? Acho que uma palavra resume tudo com licitação. Com licitação, ele procura edital, ele traz para você informações sobre os fornecedores. Então assim, sempre que eu tenho um
novo cliente, a primeira coisa que eu faço antes de qualquer coisa, às vezes até antes de eu fechar o contrato e assinar o contrato é olha você tem que fechar essa plataforma. A condição do meu contrato é com a plataforma do com licitação. Então a minha experiência com o com licitação é assim algo absurdo, porque eu utilizo ele não só para captar, eu utilizo ele para pesquisar sobre os licitantes, para pesquisar sobre os meus concorrentes, para encontrar contratos, né? Hoje acho que o licitante que que vai participar de licitações, primeira coisa de tudo, ele tem
que entender o que é o contrato, onde ele vai entrar. E para isso ele tem que fazer uma pesquisa. E essa pesquisa vai através de onde? Para mim é muito mais fácil, mais simples, né? Porque eu já trabalho com conicitação. Então eu sei que é simples. Vou coloco no com licitação prefeitura X, né, e ali coloco o objeto e sempre tem um histórico, né, de licitações e de itens que foram licitados por aquela prefeitura e quem tá executando o contrato. Então você não conhece só a licitação, só o contrato, o valor que tá sendo praticado,
como você já sabe com quem você vai concorrer. E aí vem aquela pesquisinha um pouco mais aprofundada. Então assim, a experiência que eu tenho como com licitação é muito completa, porque eu realmente tento utilizar sempre de todas as ferramentas que vocês disponibilizam. Então vou sempre pelo caminho do da assinatura mais completa, né? Qual assinatura? A básica não vamos com a mais completa porque você vai utilizar, você vai utilizar todas as ferramentas. Quem participa todos os dias de licitações sabe que faz total diferença, né? O monitoramento de chat ali, né? Você não tem que ficar entrando
a todo momento. Então essa experiência minha com a licitação assim faz total diferença na minha vida e cria um no pouco diferente, né? Um pouco mais específico para participar. Então eu não posso fazer um comparativo porque eu realmente não tenho experiência com outras plataformas de licitação. Mas basicamente isso. Hoje eu atuo como especialista jurídico em uma empresa que é o Grupo Ija de Curitiba, mas também faço algumas consultorias com a minha empresa, né? Eu tenho, sou graduado em direito e pós-graduado em direito administrativo pela USP. Então toda a minha experiência desde a graduação foi, na
verdade até um pouquinho antes, porque eu fiz no técnico em serviços jurídicos e foi onde eu entrei na prefeitura. a minha professora, ela era diretora do departamento de licitação e ela me convidou a estagiar no departamento, foi onde me apaixonei, né? Ela me disse uma frase que eu sempre repito, a licitação é uma coisa ou outra. Ou você se apaixona ou você odeia. E eu de fato me apaixonei desde o início. Então, desde lá eu venho realmente me aprofundando mais e todos os estudos que eu escolho, decido realizar é voltado para aprender mais um pouquinho
sobre o direito administrativo, sobre a licitação, sobre como aplicar esse direito na prática, né? que a gente vê muita, muitos licitantes preparados e eu acho que o com licitantes ele vem para isso, né? Para vocês criarem não só licitantes, mas também o órgão público para preparar um pouco mais sobre esse assunto, né? sobre o que é licitação, sobre como operar da forma correta a licitação. Mas basicamente a minha experiência é isso. Que honra e muito obrigado por permitir que façamos parte da sua história, que todos os distantes se sintam representados por você aqui agora, porque
eu quero reforçar a mensagem no primeiro episódio que tudo isso é para vocês e por vocês. Então, Dudu, nosso tema de agora é como vencer os aventureiros. Como vencer os aventureiros. E engraçado, viu Bosélio, que o Boselli tá eh coordenando cientificamente o evento dessa vez, 2024, para garantir o nível que os nossos eh participantes merecem, o nível técnico mesmo do evento. O Boselli está aqui para garantir isso e já está fazendo isso pelos bastidores que eu colhi ali, gente que eu recomendei Boselli que participasse do evento. É a primeira vez que eles estão participando e
um representante de Brasília já falou: "Eduardo, só o que eu já vi até agora já valeu o investimento". Eu falei: "Calma, mas tem meio dia e dois dias ainda acabou de começar. Acabou de começar, acabou de começar, mas isso foi espontâneo. O depoimento aqui eu não, você não precisava pagar a presença no podcast, não, mas o seu depoimento também espontâneo já demonstra isso. É a primeira vez que ele está no evento para você já ver o feedback que eles estão dando do colistantes, né? E é a terceira vez que eu estou no evento e a
gente sempre percebe uma evolução. Então a sua presença, não é? coordenador científico do evento, Elindo, tem que fazer esse registro. e também a presença do Kauan Raymon das licitações, só um pouquinho para deixar registrado mais uma vez o pouquinho, mas demonstra porque a gente traz a mensagem técnica, científica, mas traz a linguagem de quem tá lá no fronte, porque a leitura de um edital já é maçante. Você enfrentar a legislação administrativa já é maçante. O empresário não tem tem tempo para isso. Então, a gente tem que traduzir, mastigar, transformar em informações eh de tomada de
decisão para ele avançar nesse mercado. E uma das coisas que a gente mais se depara realmente lá no fronte das licitações, eu também como assessor de empresas em licitação, são com os famosos aventureiros. Então, esse podcast veio com a presença de uma pessoa que também está no fronte das licitações e com vocês dois que também dominam a o conhecimento científico pra gente tentar desvendar primeiro onde vivem, do que se alimentam, não é? E e como são esses aventureiros nas licitações. Porque eu faço uma reflexão, será que em alguma das licitações que a gente já participou,
eles entenderam os concorrentes que nós éramos os aventureiros? depende do comportamento. Vamos avançar por esse tema e claro, aproveitando o conhecimento de vocês, certo? Primeira pergunta: qual é o significado de aventureiro nas licitações para você, Boselli? Bom, vamos lá. Eh, eu quando comecei a trabalhar com licitações, senhores, foi ali da década de 90, eh licitação era um mundo completamente diferente do que é hoje. Eu também comecei a trabalhar com licitação antes da faculdade, por força muito do meu pai e comecei a trabalhar. Trabalho infantil na época era permitido, pelo visto, e comecei muito moleque. E
quando eu comecei a trabalhar com licitação, a gente tinha concorrência e listação é era uma coisa assim, um bicho de sete cabeças. Pouca gente falava de licitação. Meu pai foi o primeiro, presta ter uma ideia, meu pai foi o primeiro professor a dar um curso de licitação para empresas. Ninguém dava curso de licitação para empresas. os professores da época, o o Elio, eh, sei lá, Celso Antônio, eh, e vários outros que o Cretela, que a gente tinha época, todos falavam paraa administração, ninguém falava para empresas, né? E ele foi o primeiro a dar um curso
para pra empresa para começar talvez, né, uma desmistificação. E eu acho que isso veio um pouco mais com o pregão, se fortaleceu com o pregão eletrônico, agora com dispensa eletrônica mais ainda. Então assim, mudou muito o perfil do licitante entre esses 25, 30 anos que, né, de participação, o perfil mudou completamente assim. Eh, você tinha uma coisa que o o eh só participava de licitação quem trabalhava muito com isso, quem era o cara que entendia, quem conhecia a prefeitura, tal, e quem era de fora enxergava na licitação, o bicho tá de cabeça, não dá para
participar, não dá para entrar, é, é impossível entrar tal. E nesses últimos 30 anos, a gente teve um movimento de explicar. Não, licitação não é um bicho de sete cabeças. Eu acho que isso trouxe muita coisa positiva. Então, se antes entrava um, dois licitantes numa licitação, agora entram 30, entram 40, né? Então isso é positivo pra administração, isso é positivo pra gestão pública, isso é positivo, traz mais negócio, tal, sem dúvida. Mas trouxe um lado negativo que muita gente começou a achar assim: "Ah, não, então é fácil entrar em licitação, né? Então eu posso sair,
como a gente vê por aí vai, eu eu posso sair do absoluto zero. Em um mês eu sei participar de licitação e vou sair por aí participando de licitação a torto e a direito, né? E e a gente tem visto isso acontecer bastante. E para mim a licitação ela é muito cruel com os amadores. A gente reclama dos aventureiros porque claro, quem é sério não quer disputar com um aventureiro, mas a bem da verdade é que esse aventureiro não dura muito. O o o problema é e e esses aventureiros rodam, esse é o problema. Então
assim, morre um, nasce três. E esse é o grande problema que a gente tem. São visitantes Instagram, certo? Ela arrasta para cima e em três semanas tá licitando. E aí o sujeito acha que ele vai entrar e vai participar, só que ele não dura um ano. A verdade é essa. O problema é que nesse um ano surgiram mais 500. Esse é o problema. Então assim, e a gente continua tendo problema com aventureiro, não porque é o mesmo aventureiro, não. São aventureiros novos. E esse é o problema. Porque uma coisa é fato, ou ele aprende a
trabalhar. Eu acho que isso pode acontecer. Acho que todo mundo aqui já começou, né? Eu eu dei a minha primeira aula, eu tinha da minha festa de formatura três dias. Então assim, eu fiz a festa de formatura, três qu dias depois eu tava em sala de aula dando aula. Então assim, era um aventureiro dando aula, talvez, né? Era um e todo mundo aqui já deu a sua primeira aula, já teve o seu primeiro contato, já participou da sua primeira litação. Aí ou você aprende ou você morre, não tem muito meio termo, né? Então assim, para
mim, quem que é o aventureiro? É o sujeito que quer participar de licitação na louca? É o sujeito que acha que licitação não é técnica, que acha que licitação é entrar e vamos ver o que que dá, né? Para mim, aventureiro típico, é o cara que não leu edital, cara que pensa que licitação é preço. É, é o cara que acha que licitação é só preço, vai entrar, vai, como eu já vi várias vezes, a empresa entra, derruba o preço, é, ela não sabe nem o que tá sendo vendido. Ela joga o preço lá embaixo
e depois de ganhar ela vai se preocupar em vender. entre nós um comportamento, tem que se dizer isso, muito estimulado por uma administração pública frouxa e omissa no seu dever de punir as empresas. Porque se toda empresa que apresentasse uma empresa, uma proposta que não fosse séria, fosse punida, o aventureiro morria na primeira licitação. Ele não precisava levar um ano para morrer, né? Então, e esse comportamento omisso da administração, eh, também estimula a existência de aventureiros. E aí, e eu já vi isso acontecer. Ah, Bosé, como que você sabe que a empresa não sabe? É
simples. Quantas licitações eu tenho que a gente ficou em segundo, terceiro colocado, terminou a licitação, eu tô na empresa que eu tô prestando recebe uma ligação do primeiro colocado falando: "Oi, você quer vender para mim?" Aí você faz tá de sacanagem comigo. Assim, você acabou de ganhar negociar o contrário que ele acabou de ganciar o contrário que ele acabou de ganhar. Você fala: "Mas você acabou de ganhar de minha licitação você não tem nenhum fornecedor?" Não, não tenho. Aí você fala: "Isso é aventureiro." Sim. É, eu eu acho bacana, se me permitir, pegar o gancho,
Felipe. O Felipe é sempre pontual, gosto muito de de participar das de podcast, dos eventos e etc com ele, porque aqui ele toca numa questão importante, né? Então, já agradecendo o convite, a com ele citações e e a participação desse podcast, né, ao Gabriel, ao Eduardo, ao Anderson. Eh, eu na minha opinião, eu acho que faz todo sentido que você trouxe, eh, o aventureiro, ele tem, na verdade, como é que você identifica um aventureiro numa licitação? Ou, né, o que é o conceito de aventureiro? Na minha opinião, ele tem dois vieses, né? O primeiro deles
é, você tem o aventureiro de Mafé, que é o aventureiro que sabe que não sabe nada, né? que sabe que está ali para tentar alguma coisa ou para eh se servir da licitação que ganhou negociando o contrato com o segundo colocado ou facilitando a participação, né, verticalizando no preço e facilitando a participação do próprio segundo colocado, porque eventualmente se a empresa explodir e ele tomar sanção, isso não é um problema, porque como disse o Felipe, infelizmente ou felizmente, em alguns casos, eu sou muito, a gente vai falar aqui, né, eu sou muito da governança das
licitações, né, eu fico nesse papel. muito de gestão de processos. É o que eu vou falar inclusive no evento hoje. Eh, mas e eu acho que o papel educacional ele é muito importante, mas concordo com o Felipe. Faltam sanções eh educativas de maneira eh eh eficaz, né? Infelizmente nós não educamos esses aventureiros e isso faz com que eles ajam de má fé. Então esse é um tipo de aventureiro. Contra esse, não há muita solução, né? é a sanção, é a educação eficaz, é tentar um rechaço eficaz nas licitações, por exemplo. Hoje é bastante comum, né?
Nós fazemos isso muito, eh, e as ferramentas que vocês têm hoje nos permitem fazer isso, né? As Diligens de, eh, fornecedores, né? A administração acho que precisa se profissionalizar nesse sentido, fazer uma boa du diligence, fazer um bom background check, ver quem está participando da licitação, porque você consegue identificar o aventureiro, né? O aventureiro, como diz, onde vive, onde se alimenta, eh, deixa rastros, né? Então a gente consegue entender como é que ele está participando dessas licitações e se nós queremos esse tipo de participante e se nós não queremos, nós temos como reforçar isso, né,
no edital para que as licitações sejam mais profissionalizadas. Então, acho que falta muito, como o Felipe mencionou e o próprio Gabriel na fala, eh, falta muito uma profissionalização do próprio poder público em ofertar editais de qualidade que impeçam minimamente a possibilidade dos dos aventureiros participarem. Mas existe um segundo aventureiro, que é esse aventureiro que é estimulado de maneira absolutamente inadequada por inúmeros, e aqui nós temos colegas que fazem isso, por uma questão ética, eu não vou mencionar o nome, mas inúmeros colegas, só abrir o Instagram, né, que encorajam as pessoas que em duas semanas, três
semanas, um mês, conseguirão licitar e ter uma carteira de 100k, 50k, 40k, virou todo mundo. Bruno Mar, tá bonito falar 100K, 1 K, né? Então assim, você consegue 50k em uma semana. Me desculpe, você tá desde 90 e você tá desde 94, 93. Eu também nesse mercado. Somos jovens, mas começamos cedo. É. E a gente sabe que não é assim. Você faz 50k, 100K, 1 milhão, 2 milhões, você faz isso. Mas é com muito trabalho, é com muito esforço, é com muita dedicação e é com muito conhecimento, porque senão você não consegue vender os honorários
que essas pessoas estão dizendo que vendem no Instagram. Uhum. Para esse licitante, eu acho que existe solução e é um pouco do que eu vou propor hoje na minha fala aqui no Congresso, que é uma gestão de processos eficaz dentro das empresas que participam de licitação. Porque eu acho, eu acho, não, eu tenho certeza, desde 2004, minha primeira obra de controle interno foi em 2004, eu falo sobre sistemas de compliance, integridade. Naquela época compliance, integridade era nada, ninguém falava. você começou falar no Brasil depois do Lava Jato, né? E naquela época eu já dizia: "Olha,
é possível educar para o bem. É possível uma empresa ganhar dinheiro e se ter eficiência econômica sendo ética?" O Felipe sabe que me conhece há bastante tempo. Desde aquela época muitas vezes eu era, e é a verdade, dentro do mercado de licitações, eu dizia isso aí vai ser um dia, eu falava já de compliance nas contratações e o pessoal dizia que pir, você tá trazendo um negócio da Inglaterra, dos Estados Unidos, isso aí não vai ser no Brasil, é Brasil. E eu falava: "Não, isso aí um dia vai vai ser algo importante." E hoje a
gente vê que determinadas contratações, a lei 14133 é clara no 25 parfo né? São obrigatórias sistemas de integridade dentro dos dos dos players que querem participar. Então, o mercado ele permite uma educação colaborativa e a gente, claro que não do dia paraa noite, vejo o Felipe fazer isso nas palestras dele com muita eh fluidez todas as vezes que escuto e outros professores, colegas nossos, no sentido de dizer: "Nós precisamos de governança nas contratações". E a governança não é da alta administração, a governança é nas empresas. A maioria das empresas que nós atendemos aqui, todos dessa
mesa, né, não estão organizadas para participar de licitações. É preciso gestão de processo. Ah, Ponte, mas por que que eu preciso de uma minha empresa, de uma política, por exemplo, de conflito de interesse? Claro que você precisa, porque isso vai fazer com que você tenha uma participação eficaz. Por que que eu preciso de uma política de partes relacionadas? Você precisa, porque você precisa saber os players que estão na licitação e como é que você vai se portar em relação a isso. Por que que eu preciso, por exemplo, de um desenho de processo interno para participar?
Porque a licitação não começa no dia anterior. A licitação começa quando você faz a leitura do edital 30, 15, 20 dias antes. E você tem que ter essa organização muito bem planejada, porque senão chega no dia, você não sabe o que fazer, falta documento, falta e aí você vai apagar incêndio. O Gabriel sabe do que eu tô falando porque, né, imagino que dentro da da da atividade dele veja isso, talvez não na empresa, porque ele tem toda uma organização, como a gente viu, mas veja isso nos concorrentes, o que dá um prazer de ver. você
fala: "Puta, mas isso aqui era tão simples e o cara não colocou". Esse é o aventureiro também. É o aventureiro por quê? Porque tá desorganizado. Então a gente precisa fazer a lição de casa. Eu falei um pouco demais, mas eu acho que é isso, assim, a gente precisa identificar e às vezes a gente pode educar esse aventureiro para que ele seja um bom concorrente, porque como disse o Felipe, a concorrência nas licitações ela é boa, inclusive é boa para o mercado. É bom ter bons concorrentes. Esses dias eu até falei, eu participei de um debate,
foi tão legal esse debate, porque foi um debate de tão alto nível em que eu fui, eu apanhei e bati tanto do ponto de vista técnico, mas eu saí tão maior que depois que acabou o debate, a gente desceu, eu e o meu colega, o professor que tava debatendo comigo, a gente se abraçou e falou: "Cara, quanto tempo que a gente não fazia isso? Que prazer". Então é bom você ter esse embate porque isso qualifica o mercado. Mas quando o embate não é de preço, quando o embate é na técnica, quando quando você reconhece o
teu bom concorrente, isso é um prazer porque você diz aqui eu tenho uma licitação de qualidade e na outra eu vou ganhar dele e vou sentir prazer em ter participado e ganhado. Então eu acho que é isso que a gente precisa fazer. A gente precisa aumentar o nível do debate. Debate com cadeirada em licitação, não dá. Não sei. Mas só concluindo, puxando o gancho aqui, né, nessa sua fala, eu eu comento muito sobre a nova lei, ela trouxe a diferença de que preferencialmente é eletrônica e eu senti muito isso, porque a gente identifica muito mais
fácil o aventureiro no presencial, né, e é onde a gente mais aprende. Então, como eu comecei em 2017, onde a maioria das licitações era presencial, na minha área, no meu objeto é pregão, é tudo muito debate, né? Então você chegar, você tem que estar muito preparado para conseguir tirar o seu concorrente de uma forma técnica e não no preço. Então eu sempre fortalecer muito esse quesito de conhecimento em relação à documentação. Para quê? Para chegar em uma licitação e não ganhar no preço, ganhar realmente na documentação. Então eu venho de uma empresa que realmente olha,
você não vai perder por preço e nem por documentação. Então naquele quesito de preço, a gente deixava a empresa descer. Então a empresa desce e eu já conheci aquele concorrente porque eu já tinha visto ele em outras. Então, quando você se depara com uma pessoa que inicia a licitação fazendo perguntas muito fora de contexto, né, eu cheguei, eu tenho um exemplo muito claro que eu consegui identificar um aventureiro e um presencial no qual só estava eu e ele concorrendo, que foi um lucro muito grande em virtude disso. Quando eu sentei na cadeira para participar, ele
chegou em mim e disse: "É a primeira licitação que eu participo". Cara, para mim isso foi sensacional. Eu estava com uma EPP. Quando ele disse isso, a primeira coisa que eu olhei no credenciamento foi que qual o enquadramento dessa empresa? é demais ou é uma EPP? Porque aí fez total diferença. Quando começou a fase de lances, a minha proposta era menor, certo? Ele cobriu meu preço, só que ele não cobriu com 5%, porque o presencial tinha isso, né? Muitos órgãos eles praticam cobrir com 5,01, porque naquele momento se a outra empresa enquadrada com EPP declina
automaticamente volta para ela. Não, na no mesmo instante eu fiz isso, levantei a meio a mão, gostaria de declinar e usar o meu direito à preferência. A licitação parou por ali, tá? Nem o pregoeiro sabia o que fazer naquele momento. O direito, é claro, né? Então, naquele momento eu consegui depois de três sessões, eles tentaram voltar tudo, a licitação e tudo mais, recurso, porque eles queriam aquela empresa que inclusive era aqui da região, até porque ela já prestava o serviço na emergencial, mas não tinha como fugir, a lei é muito clara e assim eu consegui
vencer. Esse é um tipo de aventureiro que, na verdade, ele tá indo para conhecer, para aprender. É um erro, penso eu, porque você não tem que aprender participando, porque você pode prejudicar a administração pública e você também, porque apesar de a maioria, né, não penalizar, não trazer uma sanção para esse tipo de empresa, pode acontecer. Imagina você na sua primeira licitação tomar uma penalização. Então, é uma experiência ruim, né? A gente sempre fala que a prática é a melhor forma de você conhecer, mas nesse quesito é bom tomar o cuidado de realmente não chegar a
uma licitação para se aventurar apenas para criar um conhecimento, porque realmente pode acontecer sim, né, um e 1 milhão, mas pode acontecer sim uma sanção. Então acho que realmente o aventureiro hoje para você identificar ele é muito isso, né? é muito no presencial acaba sendo mais fácil porque basta você sentar e conversar com a pessoa, mas no eletrônico é muito daquela da posicionamento dele. Eu acho que acontece muito em eletrônico no sentido de o cara tá na condição de EPP, no instante tá ali participando como EPP e tá brigando com o primeiro colocado que não
é um EPP, né? O BLL eu acho que é um portal que hoje demonstra quem é PP, não são todos que demonstram, mas alguns demonstram, né? Então eu tenho alguns algumas experiências que eu acompanho o lance. Tô vendo uma pessoa cobrir o uma empresa que não está na condição de app e ela está usufruindo direito, né? Então aí você já tira por base que é um licitante aventureiro. Então acho que de tudo o que dá pra gente concluir é que o aventureiro, a maioria das vezes acaba sendo um listante sem compromisso que tá ali para
aprender. Mas também tem aqueles que vem, né, da máfé, que é ou é para derrubar ou para prejudicar o concorrente no sentido ah, ele ganhou o meu contrato que estava na emergencial, porque a pessoa quando tá na emergencial se acha no direito de, olha, esse contrato é meu e aí acontece o pregão ou alguma outra modalidade regular, a pessoa perde o contrato, ele já toma aquele ódio, né? Então, na próxima eu vou prejudicar. Vem com aquele preço baixo. Então, esse também é um aventureiro de mafé, porque ele vem justamente só para prejudicar a pessoa que
tirou o contrato dele, que é algo que a gente tem que tomar muito cuidado também, né? Porque você tá no contrato, você quer se manter, mas até que ponto, né, você vai se manter no contrato. Então é algo que realmente tem que fazer análise, né, entender se realmente vale a pena seguir nessa nessa disputa com o aventureiro. Perfeito. Assim, a gente ventilou várias ideias aqui e para poder auxiliar o licitante, teria uma forma que a gente consegue identificar o comportamento de um aventureiro além do do citado pelo Gabriel, existem alguns outros comportamentos que facilitam essa
identificação. vocês que estão na na linha de frente atuando, quer começar? Eu eu acho que existem sim, tá? Existem sim. Eh, o comportamento de lances, ele é um comportamento que demonstra se aquela empresa é séria ou não, até onde ele vai com preço. Claro que a gente tem que tomar um cuidado aqui. Eu vejo muito isso acontecer. A gente assessora grandes empresas e às vezes eu assessoro uma SA que ela é, sei lá, a empresa que faz auditoria dela é a Ernestang, ela tem os melhores profissionais, aí ela fala: "Não dá para executar com um
custo abaixo de tanto". Aí chega um cara lá e oferece metade do preço, só que o cara é ele mesmo que vai fazer o trabalho. Então, às vezes, eh, eu converso isso muito com meus clientes, às vezes o que para uma empresa pode parecer um preço ridiculamente inexequível por conta do da estrutura de custo que ela tem para outra empresa talvez não seja. Mas tirando essas hipóteses, um preço manifestamente inexequível, a forma de montar a documentação, eh atestados de capacidade técnica falso, porque o sujeito não tem atestado. A a listação, a licitação ela tem um
filtro pro aventureiro. Qual que é o filtro pro aventureiro que a licitação tem? Atestado falso. Eh, desculpa, pedir atestado. E aí, qual o caminho que o aventureiro tem para apresentar um atestado se ele nunca executou aquilo? O único caminho que ele tem muitas vezes é a falsificação de atestados. E eu costumo apresentar isso no nosso escritório. A gente se especializou em achar atestado falso, porque a gente começou a perceber o seguinte, que é muito grande o número de atestados falsos inicistação, mas muito grande. E aí o que a gente percebeu? Vale a pena perder uma
hora do meu dia, olhando o atestado de quem ganhou a licitação e fazendo um pente fino. Toda cer vai na administração, pega o contrato, lê o contrato, vê os pagamentos, vê se teve, vê se não teve, vê se a data bate, vê se o objeto bate, olha se tudo bate e a gente pega muitos. Então assim, eh, eu até brinco nos eventos que eu participo. Quer ser aventureiro e quer falsificar um atestado, pode fazer, mas se você vê uma peça minha no processo, se for fazer isso, faz direito. Porque se você falsificar e deixar rastro
e você vai deixar, eu vou pegar. E quando eu pegar, eu vou fazer acusação, eu vou dizer que o documento é falso, eu vou mandar para Ministério Público, eu vou mandar para processo san vou pedir para abrir processo sancionatório. Então assim, esse para mim é um carro chefe de aventura. E tem uma questão interessante aqui, Felipe. O Felipe trouxe um ponto importante que é a questão da falsificação de de atestados e etc. É isso realmente não só identifica o aventureiro, mas permite que aqueles que são sérios ganhem as licitações, né? Então você realmente fazendo um
trabalho em cima principalmente desta qualidade, né, eh eu diria de integridade do atestado de capacidade técnica, te permite inclusive ganhar licitações. E isso é fundamentalmente importante dentro da ideia que eu falei, que é da administração conhecer inclusive quem são os licitantes. E muitas vezes você não precisa nem não nem necessariamente encontrar a falsidade no atestado, mas aí entra algo do direito norte-americano que nós vemos nos filmes e que a gente não usa no direito brasileiro e que é super importante nas licitações, que é criar a dúvida razoável. Uhum. Então é isso é muito comum, né?
Eu tive um processo recente agora, por uma questão ética, obviamente não vou falar porque é é aqui em São Paulo uma questão bastante relevante eh pra infraestrutura da cidade, em que a empresa que eu representava estava em terceiro colocado e a gente conseguiu ganhar o processo criando dúvida razoável nas primeiras duas em razão dos atestados apresentados. E aí quem promove a diligência prova, a gente fez o a gente fez o trabalho. E aí, interessante, Gabriel, quem fez a diligência foi a própria administração, mas nós subsidiamos a diligência. Nós dissemos: "Olha, aqui nesse atestado da segunda
colocada tem esse esse e esse aspecto que parece não atender muito bem o edital e ainda que eventualmente atenda no contrato, isso pode ser um problema, porque veja a questão econômico financeira cria dúvida". Uhum. E a primeira tava muito mais fácil, porque era aquela condição de atestado realmente construído, mas a da segunda tava bastante difícil. Cria dúvida, a administração vai avalia a tua empresa e diz: "Olha, essa é uma empresa que eu vejo, que eu conheço, que tá aí, é renomada e etc e tal, que já trabalha com a administração em várias infraestruturas do Brasil,
a gente percebe e tenho outras duas. Que que eu vou fazer? Eu vou daqui a um ano e meio olhar para aquele advogado que me criou a dúvida razoável e dizer: "Olha, realmente você tinha razão e não executou o contrato e agora eu tô com o tamanho de um problema aqui que eu não sei resolver ou desde já eu vou avaliar de maneira correta essa contratação e vou destinar o contrato àquela empresa que eu tenho condição de avaliar a seriedade desde já." Então eu acho que é esse ponto é um ponto, na minha opinião, primordial
do ponto de vista de identificar bem um aventureiro e também o trabalho de contrainteligência. Eu eu gosto de chamar muito esse trabalho que a gente faz. E aí eu acho que assim e eh existem poucos, isso é uma dica que eu deixo aos amigos que são consultores, advogados e etc. Hoje no escritório, eh, a gente faz um trabalho muito forte de contrainteligências nas licitações. É impossível com o cliente você ganhar 100% das licitações, mas se você ganhar 90, 85% por ter uma boa gestão de processo e nos outros 15 você fizer uma boa contrainteligência, você
tem chance de salvar esses 15% e transformar aqueles 85 em 100. Então eu acho que esses 15% de contrainteligência são muito mais importantes e relevantes, porque vai fazer você ganhar esse tipo de licitação do que os 85% que é fácil ganhar, que é como o Gabriel disse, é uma pessoa qualificada que tá por detrás ou do computador ou na no no presencial que vai fazer uma análise e vai dizer: "Tecnicamente eu não tenho como perder, minha proposta é essa, tá tudo certo." Eu acho que esse do atestado é um exemplo muito bom, né? Você trouxe
a diligência, você trouxe e você trouxe o exemplo de você fazer a diligência e ele complementou com olha, vamos subsidiar paraa prefeitura mesmo fazer aí você não tem o trabalho de ir até lá. Mas às vezes é um trabalho muito simples, porque existe muito muito atestado falso e muitas empresas que seguem justamente porque não consigo e não vê uma alternativa se não falsificar o atestado. E eu pego muito eh a documentação no sentido de fazer uma análise dentro do que foi apresentado. Exemplo, você pega o contr o o cartão CNPJ da empresa, data de abertura.
A empresa foi aberta dia 31 de janeiro de 2020. Aí vem o licitante, apresenta um atestado dizendo que ele tá prestando um serviço desde 2019. como Uhum. né? Então, às vezes, uma análise simples do que foi apresentado, você já consegue colocar essa dúvida. Olha, olha aqui, administração, se ele foi aberto em 2020, como que ele presta serviço desde 2019? Então, licitantes, eu acho que é é mais atenção no que tá sendo apresentado para você realmente saberonde você vai colocar a dúvida ou até promover a própria diligência para subsidiar ainda mais o seu recurso e demonstrar
pra administração que ela tá contratando uma empresa mais considerada como fajuda, né? Despreparada. O o atestado falso, mas o o fornecedor, ele sempre vai gerar aquilo que o piloto eh falou de dúvida, né? Claro, o fornecedor não tem poder de polícia, ele não consegue pegar as notas, ele não. Então assim, sempre ele vai trazer a dúvida. É que o problema é que assim, existem alguns casos que a falsificação é tão grosseira que a dúvida já não é uma dúvida. A dúvida já é uma certeza. O negócio tá ali. E eu colou a assinatura. Copiou e
colou a assinatura. Eu eu eu tô mais lembrando aqui, eu vou dar um dado estatístico. Na semana passada eu participei de duas licitações. Numa eu apontei um atestado falso, na outra uma declaração de microempresa falsa. duas licitações, em 100% delas tinha uma falsificação de documento. Na do atestado falso, o edital pedia que os os atestados para ser somados tinham que ser eh concomitantes. Concomitantes. E a empresa botou que quatro atestados de obra, a obra tinha começado no mesmo dia e terminado no mesmo dia. Aí você olha, você fala: "Ah, não tem obra, não tem obra".
quatro obras, contratos com datas muito diferentes. Era na mesma prefeitura os contratos tinham um número muito diferente. Eu vou pegar os contratos. Um contrato assinado um ano antes, outro contrato assinado um ano depois com a mesma data. Aí você vai no portal de transparência, o sujeito dizia que ele tinha começado a obra 3 de agosto, tinha pagamento feito em janeiro. Ah, janeiro do mês do ano do ano já em execução, né? Aí você fala: "Amigo, não é, não é". Aí você vai lá, junta essas informações, mostra, pega o da microempresa. O da microempresa era pior
ainda. Ele tava executando num órgão, não vou falar o nome do órgão aqui. A empresa tinha essa cara de pau, ela tinha naquele órgão 25 milhões em contrato assinado. E naquele órgão ela apresentou uma declaração de microempresa com 25 milhões em contrato. Aí a gente olhou isso, falou: "Bom, pode acontecer um milagre que no ano ela fatura quatro". Pode acontecer. Vamos lá. Fizemos aí, fizemos a consulta administração, administração. E passa quanto que essa empresa emitiu de nota no ano passado? No ano passado 7 milhões no órgão. Ela emitiu 7 milhões. O teto dela era 4800.
Então assim, é às vezes a gente pega licitante, isso para mim, isso para mim é um aventureiro clássico, é o sujeito que falsifica um documento e aí de uma fé sem medo de ser feliz. Assim, ele não toma nem o cuidado de disfarçar o documento. Assim, o documento ele é ridiculamente. Pô, erro de grafia. Erro de grafia. Meu Deus, eu tenho assim erro de grafia, copia e cola. Eu tenho um curso de fraudes em contratação pública, porque eu falo de integridade e tal. As fotos que eu trago, eu me assusto cada vez que eu vejo.
Eu falo, não é possível que o cara não olhou esse documento para Porque assim, Sim, é assim, é uma é uma é uma ODE à a falta de ética. É impressionante. E e eu eu acho que uma coisa bem importante que tá sendo falada aqui, que a gente tem que pensar dentro dessa desse conceito de aventureiro, é talvez identificar o aventureiro por meio do atestado falso, da maféia e etc e tal. Seja fácil, mas responsabilizar do ponto de vista de responsividade a administração também é importante, porque a administração às vezes, se o Felipe não faz
esse trabalho, se eu não faço trabalho, o Gabriel não faz esse trabalho, eles não fazem esse trabalho, a administração talvez não faça. E aí, às vezes passa um aventureiro desse, você só vai descobrindo a execução do contrato e às vezes você nem descobre, porque daí você tá incentivando que o aventureiro continue sendo aventureiro, porque às vezes o aventureiro dentro da malemolência dele consegue entregar e você nem vai perceber, só vai perceber. Ele cria um documento verde. E ele cria um documento verdadeiro, porque ele consegue um atestado bom em cima de um atestado com erro de
grafia. Então assim, a administração precisa fazer esse trabalho. E aí uma dica que eu dou para todos aqueles que estão, isso a gente faz na nossa consultoria como prática de boas de boas práticas em contratações públicas. Tem uma legislação que eu vou falar hoje na minha na minha apresentação também que na minha opinião tem muito a ver com gestão ética de governança nas contratações, na própria decisão de processos administrativos, não necessariamente contratuais, processos administrativos disciplinares, ou seja, de processos administrativos em geral e teoria geral de processo, que é a lei de introdução às normas do
direito brasileiro ali lei 13685 de 2018. Essa lei, pouca gente atenta para ela, mas ela traz lá no artigo 22 o princípio do consequencialismo. Isso é um princípio para todos os órgãos julgadores, sejam eles de fiscalização, controle ou administrativos. É dizer, a comissão de licitação também se submete a essa legislação. Ela para julgar a licitação precisa, é, por determinação legal, avaliar as consequências práticas da decisão. Então, a Tátic Camarão acabou de falar ali na apresentação dela no evento hoje sobre eh propostas eficazes, né? A gente precisa entender o ciclo de vida do objeto. Não é
só preço, né? Felipe fala muito bem também desse tema. Não é só preço. É verticalizar no preço. Talvez o preço, talvez não. Nem sempre, na maioria das vezes, o preço não é a proposta mais vantajosa. Então o que que a gente precisa? qualificar a administração a dizer, se eu optar pela proposta mais vantajosa de preço, nesse caso concreto, eu estou imputando ao contrato uma consequência prática negativa daqui um ano e meio pelo ciclo de vida do objeto. Uhum. pelo que me custa hoje vai sair caro. É o barato que sai caro. Então, a quando a
gente conseguir nas nossas petições como consultores, como advogados ou ainda nossos pleitos, nas nossas impugnações, imputar a administração o dever de avaliar a consequência prática da decisão, muda tudo. Muda tudo. A gente muda o mercado, porque aí eu vou fazer com que do outro lado tenha um advogado bom, tá lá o Felipe, que vai defender a empresa. eu impugnei ou eu, né, o documento que o Felipe, a empresa que o Felipe representa, apresentou, daí você joga o nível lá em cima, os caras vão dizer: "Não, mas a consequência". Aí ele para rebater a minha impugnação
vai ter que dizer: "Não, não, não, não, não, não. Eu vou ter mostrar a consequência prática". Tá aqui A, B, C, D. E daí a administração vai ter o conforto de julgar com base em critérios objetivos de qualidade. O aventureiro nunca vai fazer isso. Se você disser: "Me mostre a consequência prática". Espanou, espanou. Uhum. É o cara que só joga o primeiro tempo. É o cara, é, tem fôlego para jogar o primeiro tempo. Se você mandar pro segundo, garante o 0 a 0 no primeiro tempo. No segundo tempo, você ganha de goleada. ele não aguenta.
Então é isso que eu acho que a gente precisa fazer, começar a trazer qualidade para esses processos de de contratação. Eu acho que isso no evento de hoje a gente tira um um excelente resultado de quem participa. A gente vê um evento cada vez mais cheio, a gente vê uma participação cada vez mais entusias mais entusiasta, como é o caso, né, hoje do Gabriel aqui que demonstra esse entusiasmo na fala inicial dele. Eu acho que é isso que a gente precisa, licitantes que compitam em pé de igualdade e de qualidade, coisa que a gente não
tem. muito hoje e e acho que é um serviço que vocês prestam, né? Sim. Para para facilitar pro licitante, para compreender, eu na qualidade licitante identifiquei o comportamento fraudulento, identifiquei um documento falso. Como eu comunico a administração? O que eu devo fazer? Quais são as medidas? Acredito que é a primeira de todas, né, a partir ali da do recurso, quando a gente não encerrou, né, e abriu a fase recursal, intencionar e com certeza trazer todos esses argumentos comprovando através do o principal é esse essa petição, né, o recurso ele traz toda essa possibilidade, mas ir
além acho que faz total diferença. Você demonstra, né, ser uma empresa séria, ser uma empresa que tem uma equipe qualificada, às vezes indo até lá. Ah, mas eu vou ter que fazer o investimento. Não, pegue o telefone e ligue, né? Ligue para a prefeitura. Tá correndo o seu prazo recursal, mas nesse meio tempo, prepare, prepare o terreno, ligue pra pregoeira. Pregoura, olha, preste atenção nisso aqui. Tá acontecendo isso e isso. Eu vou apresentar o recurso, obviamente, porque eu já manifestei, mas se atente um pouco mais nesse ponto, naquele. Então, além de você apresentar, não fique
só atrás do computador. É porque hoje a gente tem isso, né? Hoje é muito licitação eletrônico, preferencialmente tudo eletrônico. Então a maioria, se não ali é eletrônica. Então a gente não tem mais aquele tato com o pregoeiro. Então presencial a gente tinha esse tato e muit das vezes, né, eu fiz muito isso, era acabou a licitação, você fica, né, fica ali dentro. Então quando você tiver numa presencial, você vê aquele aventureiro e que inclusive ganhou a licitação. O pregoeiro, eu eu presenciei isso porque eu tive eu estive na na administração pública, né? O pregoiro ele
ele vangloria a economia, né? Como você trouxe, né? muito bem trouxe a proposta mais vantajosa, nem sempre é a mais econômica, né? Aquele que menor preço, porém a gente tem um cenário de que pregoeiros ele chega para o seu chefe, né, do executivo e diz: "Olha, economizei X, mas essa economia realmente vai ser mais vantajosa paraa prefeitura?" Nem sempre, né? Na maioria das vezes realmente não é. Então, estar ali, né, de frente com o pregueiro te garante esse esse diferencial. Mas quando a gente não está num cenário de eletrônico, por exemplo, passa a mão no
telefone ou se tiver pertinho da sua sede, vai lá, vai lá, demonstra, né, traga situações até parecidas ali do que aconteceu e mais além ainda, realmente pesquisar contratos que aquela que aquela empresa fez, que ela executou, se de fato executou, né, porque a gente tem muitas situações que nem consegue executar e traga, olha, tá vendo aqui ela fez a mesma coisa e aqui ela não conseguiu, né? Eu vejo muitas empresas que acabou se consolidando, né, infelizmente, a partir de situações falsas ou de preços inexequíveis, pedindo a rescisão do contrato e não sendo penalizados, que eu
acho que o pior de tudo é a gente ver isso. A pessoa ganha, o licitante ele ganha, a empresa ganha, no meio do contrato, não consegue, pede uma rescisão amigável e a prefeitura ainda dá. Então, se tivesse um pouco mais de pulso firme no sentido, olha, você está impedido, a partir de agora você não vai mais participar aqui, né? E aí você começa a criar um histórico de ine execução para aquela empresa, porque a partir do momento que você faz uma rescisão amigável, isso nem vai pro Tribunal de Contas, né? Hoje a gente tem uma
consulta no Tribunal de Contas que demonstra que a empresa inexecutou, que a empresa foi penalizada por isso. E com esse subsídio você consegue chegar no pregoeiro para dizer: "Olha, essa empresa aqui é uma aventureira"ira. Então acho que a melhor forma além do recurso é você tentar demonstrar de forma presencial, ligando para o pregoeiro diretamente. Olha, presta atenção nessa empresa porque ela é uma aventureira e pode te trazer esse prejuízo. E você realmente comentou um ano e meio, a gente tem uma situação um pouco pior hoje, né? Porque a nova lei de licitações permite 10 anos
de contrato. E eu tenho visto na na área de serviços eh pregoeiros fazendo contrato de cinco de início. Então a gente não tá falando de um uma prorrogação anual. Quando é a prorrogação anual, a gente tem essa oportunidade, né? Olha, avaliei, não está executando bem, vamos rescindir, né? Não v, ou melhor, não vamos renovar, né, que é melhor ainda, mas eu vi, né, recentemente três, quatro licitações que eles estão fazendo o contrato para cinco. Você já imaginou 5 anos com uma empresa aventureira trocando serviço. Então, realmente essa forma de demonstrar, ela vai um pouco além
do recurso, né? recurso, com certeza é é a forma correta para você ter ali, né, identificado e formalizado, mas tente ir um pouco mais além, porque além de você ajudar a prefeitura, você demonstra a empresa que você é e aí você cria aquela situação de olha, eu estou lidando que ainda que ela esteja em terceiro, eu ganhei a licitação estando em 11º, você trouxe um exemplo de terceiro, eu já ganhei estando em 11º, justamente nessa brincadeira de olha, vamos avaliar da forma como está estando exigido e aí a gente vem demonstrando, vem comprovando, né, que
ela não cumpriu. derrubando e hoje tá tocando o contrato, né, perfeitamente a prefeitura feliz com o que ela fez. Então ela poderia sim ter economizado muito, ficando com a primeira colocada, só que o a vantagem em chegar até o 11º da forma correta claramente, né, inabilitando pelos descumprimento, foi que hoje ela tem uma uma empresa que consegue executar o serviço e não dá um prejuízo para ela. Então acho que esse cuidado da administração pública, principalmente frente a contratos que são de 5 anos, tem que ser redobrado, né, cada vez mais. Sim. É, eu acho que
o Gabriel traz um ponto importante. Você só, você não afasta o aventureiro de maneira eh amadora. Então, obviamente, você que não é aventureiro, você faz a lição de casa e você obviamente usa os meios legais para isso. Mas tem uma uma eu vou puxar sardinha de novo para minha apresentação, porque eu acho que é tem razão disso que o o Felipe sabe o quanto eu gosto desse tema e eu ten razão disso o convite, a sugestão deste tema para minha participação no com licitantes esse ano. É, eu eu tenho a certeza, não tenho dúvida sobre
isso, de que além de buscar os meios legais, é preciso um trabalho preventivo e de organização de processos internos dentro da empresa. Isso que o Gabriel trouxe da ligação também não pode ser uma ligação amadora. Uhum. Eh, quando você desenha um processo num setor, numa empresa que participa de licitações, seja um processo dentro dos controles internos, dentro do jurídico, dentro da área de compras, se for uma empresa, como o Felipe disse, já bem organizada, que tem um setor que se dedica a isso, né, com a rotina necessária, etc. Quando você desenha esse processo, nada é
feito de forma amadora. Uhum. Porque a gente não age de forma amadora na nossa vida. A gente faz uma boa gestão de risco da nossa vida e tudo aquilo que a gente não consegue prevenir, a gente sabe como remediar. As nossas avós já nos diziam: "É melhor prevenir do que remediar". E quando você não consegue prevenir, você já sabe como remediar. Você não é amador com a tua vida, não seja amador com o teu negócio. Então, por exemplo, nos desenhos de processo que nós elaboramos pros nossos clientes lá no escritório, você sabe, a gente chama
de FUP, né, que é followup, a você sabe exatamente em quanto tempo e quais são os FUPs que você vai fazer de um recurso com o cliente, com a administração. Vai ser uma ligação quem liga. A depender da ligação, tem que ser o jurídico. A depender da ligação, tem que ser o comercial. A depender da ligação, tem que ser o controle interno. Depende do que você colocou no recurso, depende qual é o objeto do que do teu recurso, qual é o pleito que você tem, porque do outro lado para te responder, muito provavelmente vai ter
alguém de primeira linha, né, que vai ter conhecimento do que você vai estar falando. Se você tiver falando do direcionamento de um objeto em merenda, eh, escolar, por exemplo, certamente do outro lado vai ter alguém que entenda de merenda. O, o cara, o cara que atendeu o telefone, pera aí, eu vou passar paraa nutricionista ali da Secretaria de Educação. Quem é que vai falar com a nutricionista? O advogado não vai resolver. Então aí você diz: "Não, então vamos fazer o seguinte, nós vamos aqui chamar a parte técnica da empresa, que provavelmente é nutricionista da empresa
ou alguém que entende de nutrição infantil e que fez aquela proposta dentro dos e vai dizer, a gente vai discutir aqui os critérios técnicos. Então isso tem que ter, tem que ter planilha, tem que tá organizado, porque se não tiver organizado, você vai ali fazer uma ligação e e o FUP, né, que repito, né, o followup, que é esse esse contato posterior, não vai resolver. E às vezes não tem que ser por telefone. Você tem que saber, vai ser por telefone, em alguns casos não. Nós vamos reforçar o pedido administrativo, nós vamos fazer uma solicitação
por e-mail, nós vamos registrar no sistema, como é que a gente vai fazer essa interação? Isso é muito importante, porque isso começa, a gente na área de governance compliance, que é a área que eu atuo bastante em licitações, área de governance compli diz o que não se evidencia não existe. A gente precisa gerar evidência porque advogado, como nós trabalhamos com evidências, vem me dizer: "Ah, mas e tal, cadê? Eu trabalho com fato, mas o fato tem que estar registrado. Se não tiver registro, o fato é mais uma alegação de fato. E a alegação de fato
não vai pro papel. Alegação de fato não tem como provar. A ligação de fato a gente cria. Eu posso inventar uma história e ganhar história mais bonita. Então, para não ganhar a história mais bonita, a gente precisa fazer o dever de casa. É isso que eu vou falar hoje. Até agradeço, Felipe, ter me convidado para esse tema, que é um tema da minha paixão mesmo, organização documental e processual, porque eu tenho certeza que é isso que ganha jogo. O que ganha jogo não é o jogo, é o treino. Você tem que estar preparado. O meu
Atlético Paranaense tá tomando esse ano uma cacetada atrás da outra. Por quê? Porque a gente teve cinco técnicos no ano do centenário. A gente não consegue treinar direito, não vai ganhar jogo, não adianta, não faz milagre, entendeu? Vai entrar a bola de tudo que é jeito. E é isso. A gente para não a gente, pra gente não tomar, não ser um time de primeiro tempo, como é o meu time, infelizmente nesse ano, a gente precisa fazer a lição de casa. E quando a gente aprender isso, muda tudo. Eu fui por 8 anos procurador do município,
4 anos procurador geral. Na época que eu assumi a Procuradoria Geral, era assim na procuradoria, eu ficava assustado porque eu vi advogado trabalhando, suado tal, todo descabelado, gravata torta, tal, cansado no final do dia. E tinha os advogados que estavam cutes bonita, chegavam 10:30 da academia, era banho tomado, bronzeado, falava: "Gente, tem alguma coisa errada? Os caras estão na mesma área e de duas uma, ou aquele ali faz yoga e vive um mundo diferente ou tem alguma coisa." Eu comecei a entender como é que entravam os processos. Era por, era por distribuição de chegada. E
tinha lei de Morer fez isso, tinha um azarado lá que o coitado só pegava processo bucha e demorava para responder, etc. Eu falei: "Não, agora a gente vai fazer o seguinte, a gente vai fazer um desenho de processo pro pra recepção dos pareceres internos da procuradoria". Uhum. Gestão de prioridade. A gente não tem tempo para tudo. A gente gerencia prioridade, né? Eu adoraria ficar no evento, mas falei pro Felipe, hoje eu não vou poder, vou ter que voltar de noite. Eu tenho uma prioridade amanhã. minha filha tem uma situação ali que eu preciso atender em
casa. A gente gerencia prioridades, né? A gente precisa fazer isso com a nossa empresa. A gente não tá acostumado a gerenciar as prioridades da nossa empresa. Aí pega um advogado, né, ou contrata um escritório e lota o escritório de demanda. Não, não. O Felipe vai dizer: "Escute, eu posso responder essas 30 licitações que você tem aqui, mas quais são as mais importantes para você?" Porque é essas que eu vou priorizar. Eu tenho uma equipe grande aqui no meu escritório, mas eu não tenho condições de atender isso em três dias, que é o que você quer,
eu preciso que você priorize. Vamos priorizar. Então, acho que é isso. No final do dia você comentou sobre a a questão de de do jogo e de ganhar ou perder. E a a última pergunta que a gente quer fazer aqui para aproveitar bastante esse conteúdo que veio veio bem da prática mesmo da visão de vocês, é como vencer os aventureiros. Porque muitas vezes a gente entra como uma estratégia numa licitação toda desenhada, pensada dentro da responsabilidade, dentro do orçamento da empresa, você se depara com um aventureiro. E começar até pelo Gabriel, como que você na
sua estratégia tenta vencer esses aventureiros não se arriscando tanto? Primeiro ponto é a prevenção, como você disse, nossa prevenção no caso é realmente analisar o edital e as exigências, né? Se existe a possibilidade da gente incluir uma exigência, não digo mais complexa, né, mas mais adequada, principalmente para nós que trabalha com serviços médicos, né, a gente tá falando de uma saúde humana. Por que um edital que não exige a capacidade técnica? Porque o edital que não exige que a empresa comprove um desempenho anterior? Então, acho que o primeiro de tudo dentro de uma análise preventiva
é o que o edital está exigindo, né? só a regularidade fiscal e trabalhista, com certeza a gente vai se deparar com aventureiro e aí fica um pouco mais difícil até de ganhar no posterior. Então, a gente trabalha muito com a fazendo uma análise técnica do edital no sentido de trazer o máximo de exigências possível dentro da lei, claro, mas que garanta que a gente compita compete com empresas que de fato não são aventureiras, porque quando você passa a exigir um atestado de capacidade técnica que comprove desempenho anterior de 50% dentro de itens de maior relevância,
você não vai encontrar com qualquer empresa, né? E mais ainda, quando você pede uma comprovação de tempo mínimo, né, de experiência de 3 anos ali, por exemplo, com certeza você vai vir com concorrentes que vale a pena você competir. Então isso acho que o mais importante de tudo é o trabalho preventivo, porque assim você já afasta de pronto essa participação, porque o posterior, depois que você entra na licitação e esse aventureiro já está lá competindo e tem a documentação que foi exigida, né? Não que ele tenha qualificação necessária, porque hoje acho que depende muito do
objeto. A gente tem fornecimentos que acaba sendo um pouco mais eh fácil a qualificação, às vezes nem impede, justamente porque eles privam acaba sendo mais fácil de comprar o produto que vai ser ofertado. Mas no nosso ramo de terceirização de serviços, principalmente na área da saúde, o mais ideal é que você tenha uma exigência complexa, né? é uma exigência completa no sentido de que olha, comprove a experiência de 50% do que a gente vai contratar, mas também comprove o seu tempo de experiência pelo menos de 3 anos. Então a gente sempre priva por isso, vamos
analisar o edital o que que eles estão exigindo e o que que dá pra gente incluir dentro da lei aqui de exigência a partir de uma impugnação pra gente afastar, porque a hora que a gente participa e encontra com ele, o recurso é é raro da gente conseguir encaixar, principalmente com pregoeiros despreparados. Hoje eu vejo muita situação de que o pregoeiro, né, pela condição dele estar julgando recurso e não ter o conhecimento mínimo necessário para isso, ele segue pro lado do menor preço, né? E eu tenho experiências assim recentes no sentido de que o pregoiro,
inclusive ele impossibilitou a fase recursal sob o entendimento de que eu, enquanto primeiro colocado, porque eu tinha sido inabilitado, deveria ter apontado o erro de todas as empresas a partir de uma contra razões. Olha que absurdo, né? como que eu faço análise de toda a documentação de todas as participantes posterior a mim na fase recursal, né, que no caso eu deveria me defender e contrar razões e apontar tudo. Então ele encerra, me inabilita e passa paraa adjudicação. Quando eu liguei para ela, falou: "Não era o a o problema é seu, porque você deveria ter analisado
a documentação de todo mundo e ter apresentado, né?" Então ela trouxe uma empresa praticamente aventureira pro lado dela e pior ainda, né? afastou a possibilidade da gente demonstrar que aquilo que ela estava fazendo com aquela empresa, que não atendia nem a metade do que a gente atendeu, era pior ainda. Então, acho que ter essa análise anterior acaba sendo o meio mais adequado da gente afastar, tentando impugnar o edital e trazendo novas exigências, né? E o posterior ali realmente é fazer todo esse trabalho que você trouxe aqui pra gente, né? Traz o recurso, cria evidências, tente
ir lá, né? Ou coloque a pessoa certa para falar na ligação e assim a gente consegue vencer o aventureiro, né? Basicamente é isso. É, eu reforço isso. Eu acho que a ideia de preparação é muito importante, né, para concluir. Eh, e a preparação é uma preparação profissionalizada, não é uma qualquer preparação, não é, eu vou criar um desenho de processo. O desenho de processo tem métrica, desenho de processo tem ISO, desenho de processo não é tirado, né? dizendo o processo tem estrutura de governança, dizendo que o processo tem que avaliar a tua empresa. Não é
assim toda a empresa, eu eu eu tenho tenho esses dias eu fui participar de uma um bid privado para fazer a governança das contratações de uma empresa privada e organizar a estrutura de participação de licitações dessa empresa. E num momento da reunião, eles fizeram uma reunião com os três últimos eh os três primeiros colocados, né? aqueles que ficaram que tirando todos os aventureiros ficaram. E eu me lembro que nessa reunião a a representante do jurídico dessa empresa falou: "Doutor, mas veja aqui a gente já tem uma organização e etc. Eh, a gente só precisava que
vocês ajustassem essa política e etc." Eu falei aqui eu vou precisar avaliar a priorização dessa política, a construção da matriz e etc. Porque, né? Tem tem que ter uma métrica por trás disso. Não é que a gente não tem matriz. Eu falei: "Então vocês copiaram a política?" Não, a gente não copiou. Hum. Se você não tem matriz e você não sabe qual é a tua priorização pro plano de ação, desenho de processo, eu posso afirmar que você copiou. Ou você acordou num dia e falou: "Eu vou criar isso do zero". E daí você teve realmente
uma inspiração e criou. Mas ou você criou do zero, o que pode não ser aderente, porque vai partir do teu subjetivismo, ou você copiou? Não, doutor, a gente não copiou. A gente fez benchmarking. Eu falei: "Então você copiou de vários?" É outra forma, mas copiou. É, eh, então o que eu quero dizer é uma preparação profissional, não é treinar de qualquer forma. E aí eu concluo a minha participação no podcast agradecendo mais uma vez a todos vocês e dizendo que tem uma frase do Bernardinho que eu gosto muito. Ser um vencedor é se preparar pelo
menos com o entusiasmo do segundo colocado. Olha como isso é forte. Uhum. Você não sabe como o segundo colocado vai se preparar. Portanto, você tem que se preparar bem, porque se ele colocar mais entusiasmo que você, você já perdeu, porque você já foi para trás do segundo colocado e ele vai ser o primeiro. Então eu acho que a gente precisa aprender com pessoas como o Bernardinho, né, que de aventureiro não tem nada. Boselli, agora é com você. Bom, senhores, vão lá. Eu acho que essa pergunta a gente já foi respondendo ao longo do nosso podcast.
Nós falamos aqui de planejamento, né? Nós falamos de analisar documentação, ver preço tal fase de licitação. E aí eu queria deixar uma dica final que era: eu não vejo as empresas ou eu vejo muito pouco as empresas combatendo os aventureiros na execução do contrato. A empresa muitas vezes ela ela perde a licitação, ela abandona aquele processo e ela vai pra próxima e o aventureiro não consegue executar o contrato. Então ele muitas vezes o aventureiro faz uma aposta e cá entre nós é uma aposta no mercado, na no Instagram hoje o pessoal usa uma brincadeira que
fala: "Ah, apostar, você falou teu Atlético Paranaense, vou falar do meu Corinthians, que tá pior do que o Atlético Paranaense." E fala assim: "Apostar na derrota do Corinthians hoje é renda fixa, não é investimento de alto risco, né? Você pode apostar como renda fixa, tá? Tá sendo espetáculo apostar contra o meu time. E os aventureiros fazem uma aposta. Eles apostam na ineficiência fiscalizatória do poder público. E essa aposta, em boa parte dos casos, é renda fixa. E ele sabe que ele pode apostar. Tive caso, por exemplo, do fornecedor manutenção de veículos automotores, tem que entregar
peça genuína, maior desconto em cima da tabela Audatex e ele me oferece 60% de desconto no preço da peça que ele só pode comprar da montadora. Amigo, só tem um jeito de você garantir isso. Você sabe que a administração não vai fiscalizar, que você vai dizer que trocou o que não trocou, que você vai trocar peça por peça falsificada, por peça roubada, por peça do mercado paralelo, você vai roubar a peça do car, porque não tem como chegar nesse número. Ele aposta na ineficiência fiscalizatória do poder público. E o que que eu percebi lá no
nosso consultoria é que muitas vezes a a gente não consegue gerar aquela dúvida razoável durante a licitação. Aquela dúvida razoável às vezes ela é insuficiente para aquele gestor porque o gestor tá focando no menor preço, né? Eh, às vezes o gestor, eu já vi órgão querendo criar um um uma bonificação pro pregoeiro de acordo com o desconto que ele obtém numa licitação. Pense num péssimo KPI. Pense no indicador horroroso. Assim, o sujeito vai ser estimulado a quanto maior o desconto da licitação, mais eu ganho. Então o cara apresentou atestado, falso, Dane-se, porque se eu desclassificá-lo,
eu perco o meu bônus. Então assim, péssimo indicador, péssimo, horroroso. Horroroso indicador, né? Eh, e aí o que que a gente percebeu que se a gente fizer o acompanhamento da execução do contrato do meu concorrente e o segundo colocado é o melhor Tribunal de Contas do planeta, porque ele vai olhar com lupa, ele sabe onde ele tem que olhar, ele sabe o que ele tem que procurar. E por um acaso, na verdade não é por um acaso, isso foi planejamento. Essa foi a estrutura que a gente criou do nosso evento. Um primeiro dia focado em
planejamento, um segundo dia focado em licitação e um terceiro dia focado em execução de contrato. Escolhemos a dedo os melhores palestrantes do Brasil. Pironte entre eles, obviamente não tá aqui porque se lembro Kauan Raymond tá aqui porque realmente não lembro, como disse nem o abdômen, nem o cabelo não dele pela sua pela sua competência. E esse foi o objetivo do nosso evento. E eu não tenho dúvida que eu eu disse que a administração é omissa, que a administração é frouxa, mas os fornecedores também têm o seu papel. O fornecedor também tem o seu papel de
identificar os problemas, de denunciar, tal. Só para fechar minha participação, uma vez, muitas vezes, quando eu falo isso dos fornecedores, fornecedores fala: "Ah, Boselli, minha preocupação é ganhar a listação. Se o cara vai ser punido, se não vai ser punido, não é problema meu". Pois é, mais ou menos, porque esse cara quando não é punido, ele vem na próxima listação, ele vem na outra, ele vem na outra. Sabe que uma vez eu tive uma uma satisfação muito grande trabalhando. Eu prestava uma assessoria para uma empresa e ela trabalhava numa determinada num determinado município no norte
do Brasil interior, um município riquíssimo, mineração, dinheiro arrodo, muita licitação. E a gente foi em uma, a gente foi em outra. E quando a gente começou a participar, o mercado regional, ele tinha uma prática de falsificação de documento, assim, preparava documento de qualquer jeito, tal. Essa era a prática. E a gente começou a participar de licitação lá, botando preço no estimado e ganhando todas as licitações. Chegou uma hora que eles começaram a organizar melhor os documentos, nós tivemos que melhorar apontando atestado falso aqui, atestado falso ali e tal, não sei o quê, e licitação presencial.
E numa das várias licitações que eu fui lá participar, a gente a licitação, você tinha que entregar os documentos, protocolar no órgão às 13 e aí às 14 abria a licitação com as várias rúbricas todas, aquela coisa papel, aquela coisa deliciosa. E aí, chega às 14 horas, entra todo mundo na sala, tinha umas sete, oito empresas, tinha três empresas que na hora que elas viram eu entrando na sala com o meu cliente, eh, na época antes da habilitação, você podia pedir desistência, as empresas viram e falar: "Eu queria pedir desistência e eu queria sair da
licitação". E aí quando eu vi aquilo, eu eu sorri porque eu sabia exatamente. Ele tinha um atestado falso ali no meio e quando ele me viu na licitação, ele falou: "Ele vai olhar, ele vai apontar e eu vou responder, eu vou ser punido, etc." Tô assim, seja esse cara, é o W, né? Seja esse cara, seja o cara que você vai ganhar a listação às vezes antes do jogo começar, porque a as outras empresas vão saber, rapaz, quer fazer bobagem? Faz, mas não faz na licitação que a gente tá. Isso porque na licitação que a
gente tá, se você não falsificar o documento, com muito cuidado, com muito detalhe, a gente vai pegar. Ou seja, você leva o sarrafa do teu concorrente. É isso que a gente ex. Porque na nossa área é muito difícil você falsificar um documento, você participar de fraudulent não deixa rastro assim, eh, os atestados, muitos objetos, o contrato tem que ser com a administração pública. Eu tenho acesso ao teu contrato, eu consigo pegar, eu tenho acesso aos teus pagamentos, eu tenho acesso. Então, assim, é difícil, é difícil não ficar um rastro, não ficar um rabo para trás,
não ficar alguma coisa. E na minha opinião, assim como eu acho que a administração tem o seu papel, eu acho que os fornecedores têm o seu papel para limpar o mercado e fazer aquilo que o Pironte disse da gente levar o sarrafo do mercado e ter uma boa concorrência, porque boa concorrência é bom. Boa concorrência é bom. Eu jogo tênis e a gente teve a oportunidade os últimos 20 anos de ver um Joco, um Nadal e um Feder ao mesmo tempo jogando. E eu não tenho dúvida que o Dokovit só é o Dokovit por causa
do Nadal e do Feder e vice-versa. Assim, se o Dokovit fosse o único melhor atleta, ele não era metade do que ele é. Então a concorrência te joga para cima. Isso é fundamental e é isso que a gente busca aqui. Excelente. Maravilha. Exaurimos o tema, tema exaurido e jogando dentro das com as regras do jogo, né? E vamos para cima dos aventureiros de forma combativa, hein? Esse é o recado. Maravilha. Muito obrigado. Eu que agradeço. Obrigado mais uma vez obrigado ao felicitante por ter nos acompanhado em mais um episódio. Obrigado, Gabriel. Eu que agradeço. E
é isso. Até mais. Até mais. Um abraço, pessoal. Abraço. Obrigado.