o despertador tocou ecoando pelo pequeno quarto escuro Clara Vasconcelos abriu os olhos com dificuldade e suspirou pesadamente mais um dia começava e com ele a luta constante para manter suas filhas seguras e alimentadas ela se levantou devagar tomando cuidado para não acordar Ana e Alice que dormiam abraçadas sob um cobertor fino o frio da manhã entrava pelas frestas da janela mal vedada fazendo-a estremecer caminhou descalça até a cozinha onde abriu a despensa e confirmou o que já sabia restavam Apenas Um Pedaço de Pão um punhado de arroz e meia lata de feijão suspirou sentindo o
peso do desespero se acumular no peito desde que perderam o emprego como recepcionista as contas haviam se acumulado e o aluguel estava atrasado há meses não era a primeira vez que enfrentava dificuldades mas nunca tinha estado tão perto de perder tudo esquentou um pouco de café enquanto ouvia os passarinhos do lado de fora o único som agradável em meio ao caos que era sua vida o cheiro forte da bebida ajudava a manter a cabeça no lugar mas não afastava a sensação sufocante de fracasso mamãe a voz sonolenta de ali a fez virar a pequena de
cabelos bagunçados esfregava os olhos e segurava o ursinho de pelúcia que já estava gasto Pelo Tempo Bom dia meu amor dormiu bem Ana apareceu logo atrás ainda meio dormindo mas com um sorriso no rosto hoje a gente pode ir no parquinho mamãe Clara sentiu um aperto no peito as meninas adoravam aquele parque mas não tinham dinheiro nem para a passagem de ônibus caminhar até lá levaria quase hora e elas ficariam exaustas se a gente terminar tudo cedo a gente vê isso tá bom Ela respondeu tentando esconder a tristeza na voz as gêmeas a sentiram animadas
para elas o simples fato de passarem o dia com a mãe já era motivo de alegria Clara se abaixou para preparar o café da manhã mas foi interrompida por batidas fortes na porta seu coração disparou Ela já sabia o que era com as mãos tremendo caminhou até a porta e a abriu do outro lado um homem de terno segurava um envelope grande Clara Vasconcelos sim aqui está sua notificação de despejo a senhora tem até o final do mês para deixar o imóvel a voz do homem suou distante como um Eco o papel em suas mãos
parecia pesar toneladas as pernas de clara fraquejaram ela não tinha para onde ir do outro lado da cidade em uma imponente sala envidraçada no topo de um prédio comercial Eduardo Monteiro analisava relatórios financeiros enquanto tomava um café forte seu escritório era Impecável decorado com móveis luxuosos e repleto de documentos organizados em pilhas meticulosamente arrumadas aos 65 anos Eduardo era um dos maiores empresários do setor imobiliário suas decisões eram sempre estratégicas e Racionais e seu nome carregava respeito e medo muitos o admiravam mas ninguém se atrevia a cruzar seu caminho aqui estão os relatórios dos despejos
deste mês Senor Monteiro disse seu assistente colocando uma pasta sobre a mesa Eduardo pegou os papéis sem desviar os olhos da tela do computador para ele era apenas mais uma questão crática se alguém não pagava tinha que sair simples assim algum caso que precise de atenção nada fora do normal apenas famílias inadimplentes há meses que prossigam todos os despejos precisamos manter a credibilidade dos nossos contratos o assistente assentiu e saiu da sala deixando Eduardo concentrado em seus negócios para ele o despejo de Clara Vasconcelos era apenas um número em sua planilha ele ainda não sabia
que naquela casa prestes a ser esvaziada estava um pedaço do seu passado Clara ainda segurava o envelope em mãos quando a porta se fechou o mundo ao seu redor parecia girar devagar como Se Tudo estivesse acontecendo em outra realidade suas filhas brincavam no chão alheias ao peso que acabava de cair sobre a mãe ela se obrigou a respirar fundo e abriu a notificação as palavras eram sem qualquer traço de compaixão prazo final 30 dias motivo inadimplência prolongada ordem irrevogável irrevogável ela sentiu o estômago revirar havia tentado negociar com o proprietário antes mas ele não quis
saber agora só lhe restava encontrar um lugar para onde pudesse ir mas para onde não tinha família na cidade Nem Amigos que pudessem acolhê-la com as gêmeas O Abrigo Municipal era sua única opção mas a ideia de criar suas filhas em um lugar cheio de estranhos a fazia estremecer mamãe Alice puxou sua mão com suavidade O que foi Clara piscou algumas vezes e forçou um sorriso nada querida só estou cansada mas a preocupação já estava nos olhos das pequenas Ana se aproximou e segurou a outra mão da da mãe a gente fez alguma coisa errada
a pergunta foi como uma faca Clara abaixou-se e puxou as duas para um abraço apertado não meus amores vocês são perfeitas elas ficaram ali por um tempo em silêncio até que Clara se obrigou a se levantar não podia se dar ao Luxo de chorar precisava agir ela pegou seu celular e começou a procurar por empregos qualquer coisa que lhe desse dinheiro rápido faxinas garçonete atendente de loja tentaria todos mas antes que pudesse ir atrás de qualquer oportunidade precisava encarar o pior falar com o dono da casa do outro lado da cidade Eduardo Monteiro tomava seu
segundo Café do dia enquanto revisava uma nova proposta de investimento sua assistente entrou apressada na sala Senor Monteiro o relatório sobre os foi atualizado H um caso que talvez o senhor queira ver ele ergueu uma sobrancelha se a pessoa não pagou não há o que discutir sim senhor Mas é uma mulher chamada Clara Vasconcelos o nome fez Eduardo parar algo nele parecia familiar e daí a assistente pigarreou antes de continuar ela temas filhas pequenas Gas Gas uma estranha percorreu Eduardo ele pegou o relatório e Leu as informações seu coração acelerou ao ver outro nome associado
à ficha Tiago Vasconcelos seu filho o sangue fugiu de seu rosto Eduardo apertou o papel entre os dedos Sentindo um aperto no peito que não sentia há anos ela era casada com o Thiago sim senhor parece que ele faleceu há do anos Eduardo se recostou na cadeira atordoar ele não sabia que Tiago havia se casado não sabia que tinha netas como aquilo era possível como ele não fazia ideia de que sua própria família estava Vivendo em miséria enquanto ele assinava papéis de despejo sem pestanejar levantou-se de repente fazendo a cadeira Ranger eu quero o endereço
dela agora a assistente surpresa com a urgência saiu apressada Eduardo ficou sozinho no escritório encarando o papel à sua frente por anos ele se orgulhou de nunca se envolver emocionalmente em seus negócios Mas desta vez tudo era diferente sem saber exatamente o que faria ele pegou as chaves do carro e saiu precisava ver com os próprios olhos o carro de Eduardo Monteiro avançava pela avenida principal da cidade mas sua mente estava distante ele apertava o o volante com força os pensamentos confusos a cada farol fechado respirava fundo tentando processar a revelação que acabara de receber
ele tinha netas gêmeas a última vez que vira Thiago fora durante uma discussão amarga anos atrás o filho com os olhos cheios de raiva dissera que não queria nada do pai que construiria sua vida sem depender do dinheiro dele Eduardo orgulhoso e teimoso apenas assentiu e virou as costas desde então não houve mais contato e agora thgo estava morto e suas filhas pequenas estavam prestes a ser despejadas quando finalmente chegou ao bairro periférico olhou ao redor com um misto de choque e incômodo ruas esburacadas casas modestas algumas em péssimas condições ele nunca imaginou que alguém
da sua família viveria em um lugar assim estacionou em frente ao endereço anotado e desceu do carro a casa era pequena com pintura descascada e um portão enferrujado o jardim da frente não passava de um pedaço de terra seca antes que pudesse bater a porta se abriu e Clara surgiu com um envelope na mão e uma expressão cansada ela paralisou ao vê-lo você a voz dela falou por um instante depois seus olhos se estreitaram o que está fazendo aqui Eduardo percebeu O ressentimento naa não esa outra eu soube do desejo dis Sem Rodeios Clara solt
uma risada amarga Ah que ironia ooe veré que está causando eu não sabia ele começou mas ela o interrompeu não sabia Você assina papéis sem nem olhar os nomes o silêncio se instalou entre eles Clara respirou fundo Tentando Manter o controle o que você quer Senor Monteiro disse formalmente quero conversar não temos nada para conversar o Senhor nunca quis saber de Tiago e agora quer se envolver por quê porque sente culpa Eduardo fechou a mandíbula incomodado ele não gostava de ser confrontado ainda mais por alguém que claramente o desprezava podemos entrar Clara hesitou mas antes
que pudesse responder um barulho veio de dentro da casa mamãe duas vozes idênticas as gêmeas surgiram na porta Ana e Alice o encararam com curiosidade tinham os mesmos olhos de Tiago Eduardo sentiu um aperto no peito Ana puxou a barra do vestido da mãe e perguntou baixinho quem é ele Clara apertou os lábios tensa Alice inclinou a cabeça analisando Eduardo com os olhos brilhantes é o vovô o tempo pareceu parar Eduardo piscou atordoado seu coração deu um salto inesperado Clara ficou imóvel surpresa com a pergunta da filha mas foi Alice quem tomou a iniciativa a
menina deu um passo à frente e sem hesitar sorriu timidamente Oi vovô Eduardo que enfrentara os homens mais poderosos do mundo dos negócios sentiu as pernas fraquejarem porque pela primeira vez em anos ele não sabia o que dizer Eduardo ficou imóvel a palavra vovô ecoava em sua mente quebrando todas as barreiras que ele sempre Manteve entre si e qualquer envolvimento emocional Ana e Alice o observavam com curiosidade mas sem medo eram pequenas demais para entender a tensão que pairava no ar Clara no entanto não se moveu seu olhar endurecido deixou claro que não queria Eduardo
ali meninas entrem agora a voz dela foi firme mas sem agressividade as gêmeas hesitaram por um instante mas obedeceram Alice ainda olhou para trás antes de desaparecer dentro da casa Clara cruzou os braços e soltou um suspiro ir não sei o que você está tentando fazer mas já perdeu sua chance há muito tempo Eduardo respirou fundo não queria discutir mas sentia que precisava dizer algo Eu não sabia que Tiago tinha filhas e isso justifica alguma coisa ela riu sem humor você nunca procurou saber ele morreu sem que o senhor sequer soubesse como ele vivia O
silêncio que se seguiu foi Eduardo sentiu um peso familiar no peito ele queria argumentar dizer que thgo foi quem se afastou mas algo dentro dele dizia que aquilo não importava mais eu errei as palavras saíram mais duras do que ele pretendia mas eu não vou fingir que isso não me afeta Clara o olhou avaliando se havia sinceridade ali e o que você pretende fazer comprar o nosso perdão pagar um aluguel e ir embora desfeito por ter limpado a consciência Eduardo estreitou os olhos não eu quero ajudar de verdade Clara riu de novo cruzando os braços
com mais força e por que eu deveria confiar em você ele não tinha resposta para aquilo um vento frio passou pela rua sacudindo as folhas secas na calçada Eduardo desviou o olhar para a porta entreaberta aquele lugar não era digno de suas netas o que ele poderia fazer para mudar isso me deixe ajudar ele repetiu desta vez em um tom mais baixo quase um pedido Clara ficou em silêncio por alguns segundos então sem dizer mais nada deu um passo para trás e fechou a porta Eduardo ficou do lado de fora sozinho e pela primeira vez
em muitos anos sentiu que não estava no controle de nada Eduardo ficou parado diante da Porta Fechada o vento frio batia em seu rosto mas ele não se moveu parte dele queria ir embora voltar para sua vida organizada e previsível onde tudo era controlado por contratos e números mas agora pela primeira vez em anos ele não sabia o que fazer clara havia sido Clara ela não queria sua ajuda não confiava nele e ele não podia culpá-la respirando no fundo ele voltou para o carro e dirigiu sem rumo pela cidade não queria voltar ao escritório pela
primeira vez em muito tempo os negócios não pareciam tão urgentes o que lhe ocupava a mente agora eram os rostos das gêmeas elas o tinham olhado sem julgamento sem rancor apenas curiosidade e Inocência Oi vovô aquela vozinha ecoava dentro dele sem perceber dirigiu a até o cemitério parou o carro e caminhou lentamente entre as lápides como se soubesse exatamente para onde estava indo quando chegou ficou diante da Sepultura de Thiago seu filho o nome gravado na pedra Parecia um soco no peito ele ficou ali por minutos talvez horas apenas olhando nunca Viera visitá-lo antes nunca
tivera coragem você me odiava não é SUS como se Esperasse uma resposta mas apenas o vento lhe respondeu fechou os olhos e tentou se lembrar da última vez em que vira Tiago sorrindo tentou se lembrar de um momento em que o fil ainda o admirava antes que tudo desmoronasse entre eles mas não conseguiu tudo que restava eram discussões e silêncios a dor no peito apertou ele se abaixou devagar e passou a mão sobre o mármore frio Eu não sabia que você tinha filhas murmurou Se eu soubesse mas ele não sabia e agora nada mudaria isso
o celular vibrou em seu bolso ele piscou algumas vezes voltando à realidade pegou o aparelho e viu o nome de sua assistente na tela atendeu limpando a garganta senhor Monteiro a voz dela soava hesitante soube que o senhor foi até a casa de Vasconcelos Sim ela ligou para o escritório Eduardo ficou em silêncio ela quer falar com o senhor por um momento ele não soube como reagir Mas então ajeitou o palitó e respirou fundo diga que estarei lá amanhã de manhã desligou o telefone e olhou mais uma vez para o túmulo de Tiago talvez ainda
haja algo que eu possa consertar então sem mais palavras ele se levantou e foi embora na manhã seguinte Clara olhava para a porta de sua casa com os braços cruzados não deveria ter ligado para Eduardo Monteiro sabia que ele não era um homem confiável mas a realidade se impunha em poucos dias ela e as meninas estariam na rua suspirou fundo e olhou para as gêmeas que brincavam com um jogo de encaixe no chão da sala Ana e Alice pareciam alheias à tempestade que se formava ao redor delas Clara queria protegê-las mas como foi quando ouviu
o barulho de um carro estacionando na frente de casa seu coração acelerou Eduardo desceu do veículo vestindo um terno Impecável tão deslocado naquele bairro quanto um executivo em um mercado de rua ele caminhou até a entrada e parou esperando que ela abrisse a porta Clara hesitou por alguns segundos antes de destrancar Bom dia ele disse num tom entre ela se afastou dando espaço Eduardo entrou e observou o interior da casa pequena desgastada mas organizada suas netas brincavam no chão e ao notar em sua presença pararam por um instante Oi vovô Alice sorriu espontânea Eduardo piscou
surpreso Ana mais tímida apenas olhou para ele e voltou a brincar Clara percebeu que ele ficou desconcertado com o cumprimento da menina podemos falar na cozinha perguntou evitando que o momento se prolongasse Eduardo assentiu e a seguiu na cozinha minúscula Clara se encostou na pia e cruzou os braços não quero rodeios se você veio para me oferecer dinheiro e desaparecer depois nem perca seu tempo Eduardo também cruzou os braços encarando-a e se eu quiser ajudar de outra forma eu não preciso de caridade ela rebateu de imediato ele assentiu lentamente então aceite minha ajuda do jeito
certo Clara arqueou a sobrancelha que jeito certo Quero resolver essa questão do despejo mas não só isso quero que você tenha um emprego estável ela riu com descrença você quer que eu trabalhe para você quero oferecer um emprego na minha empresa ele corrigiu algo que te Permita se sustentar sem depender de ninguém Clara ficou em silêncio e o que você quer em troca perguntou desconfiada nada Eduardo respondeu de imediato só quero que você aceite Clara queria recusar queria jogar na cara dele que não precisava de favores mas a verdade era que precisava muito as gêmeas
o aluguel a comida a exaustão de lutar sozinha ela respirou fundo e olhou nos olhos dele quais são as condições Eduardo estreitou o olhar como se estudasse sua reação nenhuma o emprego será seu se aceitar ela hesitou mas no fundo já sabia a resposta está bem disse Por fim eu aceito Eduardo assentiu e pela primeira vez Clara viu algo parecido com alívio em seu rosto na manhã seguinte Clara acordou antes do sol nascer olhou para as gêmeas Ainda dormindo abraçadas e sentiu um aperto no peito aceitar o emprego de Eduardo Monteiro ainda Parecia um passo
arriscado mas era a única chance que tinha para se reerguer depois de preparar o café da manhã para as meninas vestiu a melhor roupa que tinha uma blusa social simples e uma calça preta um pouco surrada mas apresentável prendeu os cabelos em tem um coque e respirou fundo mamãe você vai trabalhar Alice perguntou esfregando os olhinhos Vou sim meu amor Ana se aproximou segurando o braço da mãe e a gente a vizinha vai ficar com vocês hoje Clara respondeu tentando suar tranquila as meninas assentiram mas era visível que estavam apreensivas Clara beijou as duas e
saiu antes que o medo a fizesse mudar de ideia o prédio onde ficava a empresa de Eduardo era imenso moderno completamente diferente de tudo que ela conhecia sentiu-se deslocada assim que entrou na recepção uma mulher bem vestida a olhou com certa curiosidade antes de chamá-la pelo nome acompanhe-me disse a secretária levando-a por um corredor Impecável Clara ajeitou a blusa e caminhou com o máximo de confiança que cons fingir ao chegar à sala de Eduardo encontrou-o sentado atrás de uma mesa enorme revisando alguns papéis parece que Você Chegou no horário ele disse sem tirar os olhos
dos documentos é claro que sim ela respondeu cruzando os braços ele finalmente a olhou avaliando com atenção vou ser direto você começará no setor administrativo o salário é bom e há chances de crescimento Clara sentiu tentando esconder atenção ótimo o que preciso fazer Eduardo gesticulou para a porta minha assistente te levará ao departamento lá você terá um supervisor ele te explicará tudo Clara franziu o senho só isso nenhuma conversa motivacional nenhuma lição de moral Eduardo a olhou por um instante e então respondeu seco eu não dou lições eu dou oportunidades o resto é com você
Clara sentiu um arrepio de irritação mas preferiu não discutir apenas se virou e saiu para encarar seu primeiro dia o setor administrativo era um ambiente movimentado cheio de funcionários focados em suas telas um homem alto e de óculos a recebeu Clara Vasconcelos Sou Daniel seu supervisor seja bem-vinda obrigada ele entregou a ela alguns papéis aqui estão as primeiras tarefas vamos ver como você se sai Clara respirou fundo e se sentou diante do computador Nunca havia trabalhado em um escritório Mas sabia que não podia falhar os minutos se transformaram em horas o sistema era complicado e
os relatórios exigiam mais paciência do que imaginava no fim da tarde Daniel passou por sua mesa nada mal para um primeiro dia comentou Clara riu aliviada mas quando saiu do prédio encontrou Eduardo esperando ao lado do carro como foi ele perguntou Sem Rodeios difícil mas vou me acostumar Eduardo assentiu abrindo a porta do carro vamos eu te levo para casa Clara hesitou por um momento mas entrou dessa vez algo estava diferente ela ainda não confiava nele mas talvez pudesse começar a acreditar que sua vida estava mudando o carro avançava pelas ruas da cidade o silêncio
entre Clara e Eduardo sendo preenchido apenas pelo som dos motores ao redor Ela olhava pela janela observando as luzes dos postes iluminando as calçadas a sensação de estar ali sentada no banco de um carro de luxo ao lado de um homem que antes via apenas como um vilão em sua história Era surreal Gostei do seus supervisor comentou sem tirar os olhos da Estrada Daniel é competente Clara cruzou os braços ainda desconfortável com o jeito frio e direto de Eduardo Sim ele foi paciente comigo e eu não sou uma especialista em escritórios então paciência é essencial
se estivesse procurando especialistas não teria te contratado ele rebateu ela o olhou de canto de olho então por Por que me contratou Eduardo ficou em silêncio por alguns instantes porque você precisa de um emprego respondeu por fim e porque as minhas netas precisam de estabilidade Clara sentiu um misto de irritação e alívio ele não estava tentando esconder suas intenções mas ainda assim sua forma de ver o mundo era calculista demais para ela não precisa se preocupar com as meninas disse mantendo a voz firme eu sempre cuidei delas e por isso estávamos despejando vocês ele arqueou
a sobrancelha Clara apertou os lábios e desviou o olhar não queria discutir o carro estacionou em frente à casa simples onde ela morava antes de sair Clara se virou para ele obrigada pela carona mas da próxima vez não precisa eu consigo voltar sozinha Eduardo apenas assentiu ela saiu do carro e caminhou até a porta antes de entrar ouviu as gêmeas gritando animadas do lado de dentro mamãe ao abrir a porta Ana e Alice correram para seus braços Como foi seu dia Alice perguntou sorridente foi um dia difícil mas foi bom as meninas comemoraram com palminhas
e voltaram a brincar no tapete Clara sentiu o peso da exaustão mas também algo que não sentia há muito tempo Esperança os dias passaram e Clara se acostumou à rotina do escritório no começo cada relatório parecia uma batalha mas logo Começou a pegar o ritmo Daniel foi paciente explicando os processos Sem pressa você aprende rápido ele comentou em um final de expediente não tenho outra escolha respondeu Clara com um sorriso com o salário conseguiu finalmente quitar algumas contas e fazer compras de sem contar cada centavo pela primeira vez em meses havia carne na mesa as
gêmeas notaram a mudança tem frango Ana exclamou arregalando os olhos Alice com a boca cheia concordou animada Clara riu e as abraçou agora vamos jantar direito nada de falar com a boca cheia mas está muito bom Alice reclamou mastigando a cena aqueceu o coração de Clara estavam longe de ter tudo resolvido mas pela primeira vez parecia que estavam indo pelo caminho certo uma noite ao sair do trabalho Clara encontrou Eduardo no estacionamento já disse que não precisa me dar carona e eu já disse que faço o que acho necessário entre ela suspirou mas entrou no
carro você tem evitado falar sobre isso mas já pensou onde vai morar depois do alab Eduardo perguntou Clara senti um nó na garganta sabia que precisaria sair da casa mas ainda não tinha dinheiro suficiente para um lugar melhor estou juntando dinheiro Assim que der vou procurar algo Eduardo fez um ruído de insatisfação tenho um apartamento pequeno em um bairro melhor está vago você e as meninas podem se mudar para lá Clara o encarou sentindo o velho impulso de recusar qualquer favor eu já tenho um emprego Eduardo não quero depender de você para tudo ele suspirou
não estou te oferecendo caridade pode pagar um aluguel justo dentro do que pode pagar Clara mordeu o Lábio ponderando a verdade era que ele estava certo as meninas mereciam um lugar melhor depois de alguns segundos assentiu lentamente tá bom mas só se for um acordo justo Eduardo esboçou um leve sorriso Então está decidido e sem perceber um novo capítulo na vida de clara e das meninas começava a se escrever naquela noite Clara ficou deitada na cama olhando para o teto enquanto ouvia a respiração tranquila das gêmeas dormindo ao seu lado ainda não conseguia acreditar no
rumo que sua vida estava tomando há algumas semanas estava esperada prestes a ser despejada sem ter para onde ir agora tinha um emprego e a possibilidade de um lar melhor para suas filhas mas aceitar a ajuda de Eduardo era um passo difícil mesmo com todas as mudanças Clara não confiava nele não esquecia os anos de ausência o abandono de Thiago a frieza com que ele tratava tudo será que agora ele realmente queria mudar ou apenas tentava aliviar sua culpa fechou os olhos e suspirou independentemente das intenções dele a única coisa que importava era dar uma
vida melhor a Ana e Alice e se isso significava aceitar um apartamento com um aluguel justo ela faria isso na manhã seguinte Eduardo a levou para conhecer o apartamento o prédio ficava em um bairro de classe média seguro e organizado diferente de onde morava atualmente Clara entrou no imóvel e olhou ao redor era um apartamento pequeno mas aconchegante dois quartos uma sala espaçosa cozinha equipada e um banheiro em bom estado as janelas deixam a luz natural entrar e Clara percebeu que o ambiente era arejado e bem iluminado as meninas poderiam ter um quarto só para
elas ela passou a mão no balcão da cozinha tentando controlar a emoção o que aa Eduardo perguntou observando-a atentamente Clara respirou fundo é perfeito mas quero um contrato Claro com valores justos assentiu como se já Esperasse aquela resposta tudo será feito formalmente você pagará um aluguel dentro das suas possibilidades Clara se virou para ele e se eu atrasar vai me despejar Eduardo sustentou o olhar dela por alguns segundos antes de responder sei que você não deixará isso acontecer Clara Manteve a expressão séria mas por dentro sentiu que pela primeira vez ele estava começando a respeitá-la
Então está fechado disse Eduardo estendeu a mão ela hesitou por um instante antes de apertá-la o acordo estava feito nos dias seguintes Clara Começou a organizar a mudança com o pouco dinheiro que tinha comprou algumas caixas para empacotar as coisas as meninas estavam animadas com a ideia de ter um quarto novo podemos pintar as paredes Ana perguntou empolgada Claro Clara sorriu Eduardo observava de longe Sem interferir parecia saber que por mais que quisesse ajudar precisava dar espaço quando finalmente se mudaram Clara sentiu um alívio imenso pela primeira vez em muito tempo não precisaria se preocupar
com goteiras infiltrações ou a segurança do antigo bairro na primeira noite na nova casa Ana e Alice dormiram abraçadas em suas camas novas sorrindo mesmo Enquanto dormiam Clara ficou olhando para elas sentindo um calor no peito talvez só talvez as coisas estivessem começando a se ajeitar os primeiros dias no novo apartamento foram um misto de alívio e estranheza para Clara depois de tanto tempo vivendo no aperto era difícil aceitar que agora tinha um espaço Digno Para criar as filhas mesmo que o aluguel fosse acessível uma parte dela ainda temia que tudo desmoronasse ela se esforçava
para manter a rotina no trabalho e ao mesmo tempo organizar a nova casa as gêmeas estavam felizes explorando cada canto do apartamento como se fosse um castelo encantado olha mamãe nosso quarto é grande Ana girava no meio do cômodo vazio Alice pulou na cama nova e riu aqui não tem barulho estranho de noite Clara sorriu ao ver a felicidade delas mesmo cansada aquele momento valia todo o esforço no trabalho as coisas também estavam mudando com o passar das semanas Clara começou a se sentir mais confiante no setor administrativo o ambiente era desafiador mas Daniel seu
supervisor continuava paciente e disposto a ajudá-la a se adaptar você aprendeu rápido ele comentou certa tarde entregando a ela alguns relatórios bom eu não posso me dar ao Luxo de errar Ela respondeu organizando os papéis na mesa Daniel riu se todos aqui tivessem essa mentalidade minha vida seria mais fácil ela sorriu grata pelo reconhecimento ainda havia muito para aprender Mas pela primeira vez não sentia que estava apenas sobrevivendo estava construindo algo Uma Noite ao sair do trabalho Clara encontrou Eduardo esperando no estacionamento de novo essa história de carona ela arqueou a sobrancelha não discuta comigo
apenas entre no carro ela revirou os olhos mas entrou durante o trajeto Eduardo permaneceu em silêncio a até que de repente falou as meninas estão gostando do apartamento Clara suspirou elas estão felizes Obrigada por perguntar e você a pergunta pegou Clara de surpresa Ela pensou por um momento antes de responder acho que ainda estou me acostumando mas sim estou melhor do que antes Eduardo assentiu como se a resposta o satisfizesse por um instante Clara percebeu algo diferente nele não era apenas culpa ou obrigação talvez só Talvez ele realmente estivesse tentando mudar e pela primeira vez
ela considerou a possibilidade de baixar um pouco a guarda ainda era cedo para confiar completamente mas devagar estavam começando a construir algo Um Passo de Cada Vez os dias passavam e pouco a pouco a vida de Clara começava a se encaixar ela ainda sentia o peso da desconfiança quando pensava em Eduardo mas tinha que admitir que até o momento ele não havia tentado interferir em suas decisões ou controlar sua vida ela mantinha o foco no trabalho aprendendo cada vez mais Daniel A elogiava com frequência e isso a ajudava a ter mais confiança em si mesma
agora já não se sentia deslocada no escritório era uma sensação nova a de pertencer a um lugar as gêmeas também estavam se adaptando bem ao novo apartamento Ana e Alice adoravam brincar no pequeno Parque do condomínio e Clara se sentia aliviada por finalmente viver em um bairro onde podia deixá-las brincar sem medo mas por mais que as coisas estivessem melhorando algo ainda a inquietava Eduardo ele mantinha uma postura reservada mais clara perceb que tentava se aproximar das netas de forma discreta algumas vezes ele aparecia no fim do expediente com um lanche para elas ou fazia
perguntas sobre a escola e os desenhos animados que assistiam e as meninas o adoravam vovô Olha o desenho que fizemos para você Alice correu Até ele um dia segurando uma folha cheia de rabiscos coloridos Eduardo pegou o papel observando a figura tremida de três pessoas de mãos dadas É a gente Ana explicou animada ele piscou algumas vezes segurando o desenho com cuidado vocês são artistas disse com um sorriso discreto Alice se abriu um sorrisão e puxou a mão do avô agora você tem que pendurar na sua casa Eduardo hesitou bom eu não pode dizer não
Ana cruzou os braços séria Clara observava a cena de de longe sem dizer nada Eduardo um homem que sempre vivera para os negócios agora estava ali segurando um desenho feito por duas crianças que até pouco tempo ele nem sabia que existiam e ele não parecia infeliz com isso Clara suspirou talvez só talvez fosse hora de deixar o passado para trás ainda havia muitas barreiras entre eles mas uma coisa era certa Ana e Alice já tinham aceitado Eduardo na vida delas e no fundo Clara sabia que em algum momento ela também teria que aceitar os dias
passavam e Clara começava a perceber pequenas mudanças ao seu redor o novo apartamento já não parecia tão estranho o trabalho estava se tornando mais familiar e de maneira Inesperada Eduardo estava cada vez mais presente não de forma invasiva ele não tentava se impor ou forçar uma aox mas aparecia de vez em quando geralmente com alguma desculpa lógica preciso te entregar uns documentos do contrato do aluguel passei para ver se as meninas estão se adaptando ao novo bairro Você já pensou em abrir uma conta poupança para gêmeas era como se ele não soubesse exatamente como se
conectar então usava a única linguagem que conhecia a da responsabilidade Clara observava tudo com cautela a ainda era difícil confiar nele mas ao mesmo tempo começava a perceber que Eduardo não era apenas um empresário frio e calculista havia algo ali enterrado sob anos de distância emocional as gêmeas por outro lado não tinham Essas barreiras vovô você sabe fazer contas grandes Ana perguntou um dia sentada no chão com um caderno aberto Eduardo ergueu a sobrancelha grandes como tio tipo Quanto é 100 + 100 mais 100 ele se inclinou pra frente fingindo um ar sério 299 Ana
arregalou os olhos não é não tem certeza Alice riu empurrando o caderno para ele faz a conta direito vovô Clara que observava a cena da cozinha sentiu um aperto no peito as meninas já o chamavam de vovô com naturalidade para elas Eduardo era apenas um avô descoberto tardiamente não um homem marcado por erros do passado e talvez fosse isso que o estava mudando no trabalho Clara também começava a se destacar Você tem um jeito natural para organizar processos Daniel comentou em uma reunião eu ela riu nem sabia que gostava desse tipo de coisa bom parece
que encontrou uma nova habilidade ela sentiu um certo orgulho trabalhar naquela não era só uma questão de sobrevivência aos poucos estava aprendendo crescendo e mais importante construindo um futuro mas o maior teste ainda estava por vir numa tarde de sexta-feira enquanto Clara preparava um café na Copa da empresa Eduardo apareceu na porta você tem planos para amanhã ela estranhou a pergunta amanhã por ele cruzou os braços gostaria levar você e as meninas para almoçar Clara hesitou Eduardo nunca tinha feito um convite assim sempre aparecia com pretextos lógicos mas um almoço aquilo era pessoal ela respirou
fundo vou pensar Eduardo assentiu Sem pressionar mas naquela noite Clara não conseguia parar de pensar nisso talvez depois de tudo fosse hora de dar um pequeno passo na direção certa na manhã de sábado Clara ainda estava indecisa o convite de Eduardo a incomodava de um jeito estranho não era como se ele estivesse forçando algo mas parecia um passo grande demais Ana e Alice No entanto já tinham tomado uma decisão por ela vamos sair com o vovô hoje Alice perguntou empolgada a gente pode comer hambúrguer Ana completou batendo palminhas Clara suspirou era difícil negar quando via
os olhos das filhas brilhando de expectativa então respirou fundo e pegou o telefone pode noos buscar ao meio-dia a resposta de Eduardo foi rápida e direta como sempre estarei lá ao meio-dia em ponto o carro de Eduardo Parou em frente ao prédio ele desceu vestindo uma roupa mais casual do que de costume ainda assim sua postura Impecável não mudava Ana e Alice correram até ele vovô estamos prontas Eduardo sorriu algo raro de se ver Ótimo vamos Clara observou a interação e sentiu algo apertar dentro de si ele realmente estava tentando o restaurante era sofisticado mas
Eduardo escolheu uma mesa no canto longe da agitação Clara percebeu que ele queria que elas se sentissem à vontade as gêmeas estavam animadas olhando o cardápio cheio de opções tem batata frita Alice apontou e suco de morango Ana sorriu Eduardo observava as duas com um brilho discreto nos olhos podem escolher o que quiserem Clara olhou para ele de lado está mimando elas muito rápido ele ergueu uma sobrancelha acha mesmo que vou negar comida para minhas netas ela suspirou mas não retrucou durante o almoço ardo fez algo que Clara não esperava ele ouviu não falava sobre
negócios ou dinheiro não tentava impor nada apenas fazia perguntas simples queria saber sobre as meninas sobre o trabalho dela sobre como estavam se adaptando ao novo lar e Clara aos poucos começou a responder sem resistência ela ainda não sabia se um dia confiaria completamente em Eduardo Mas pela primeira vez sentiu que ele estava se esforçando para ser parte da vida delas e naquele momento pela primeira vez em anos eles pareciam uma família o almoço correu de forma inesperadamente tranquila Ana e Alice estavam radiantes aproveitando cada mordida do hambúrguer e cada gole do suco como se
fosse um banquete especial Eduardo por sua vez mantinha uma postura mais relaxada do que o normal o que era raro para ele Clara observava tudo com uma mistura de surpresa e desconfiança parte dela queria acreditar que Eduardo realmente estava tentando mudar mas outra parte se lembrava de todas as vezes em que ele não esteve presente quando terminaram de comer as meninas correram para brincar em um pequeno espaço infantil do restaurante deixando Clara e Eduardo a sós na mesa o silêncio se instalou entre eles por alguns instantes até que Eduardo tomou a iniciativa eu sei que
ainda não confia em mim Clara cruzou os braços desviando o olhar e você acha que deveria ele suspirou olhando para as mãos não posso mudar o passado Clara não posso voltar no tempo e fazer diferente com Thiago o nome de seu falecido marido a fez endurecer você o deixou de lado disse a voz carregada de rancor agora que quer compensar isso com as meninas Eduardo a encarou firme eu não quero compensar nada quero estar presente Clara riu sem humor Agora é fácil dizer isso mas onde você estava quando Thiago precisava de um pai a expressão
de Eduardo se fechou eu era um homem teimoso orgulhoso demais para admitir meus erros e quando percebi já era tarde Clara o estudou por um momento havia AL diferente nele agora uma vulnerabilidade que ela nunca tinha visto antes mas a dor do passado ainda pesava as meninas não precisam de promessas vazias Eduardo disse Por fim ele assentiu lentamente eu sei o silêncio Voltou a se instalar mas dessa vez não era hostil Clara suspirou e desviou o olhar para as filhas que brincavam sem preocupações talvez ainda fosse cedo para confiar nele mas pelo menos Eduardo estava
tentando isso já era mais do que ela jamais esperou dele o tempo passou e pouco a pouco as coisas começaram a mudar o novo apartamento se tornou um lar as gêmeas se adaptaram bem ao bairro fizeram amigos e toda a noite Clara as via dormir tranquilas sem a preocupação do frio ou do medo de perder tudo a qualquer momento o trabalho também se tornava mais familiar Clara ganhou mais responsabilidades e Daniel seu supervisor elogiou sua dedicação pela primeira vez em anos ela se via construindo um futuro com suas próprias mãos e então havia Eduardo ele
nunca tentou forçar nada nunca impôs sua presença mas ele estava lá um dia apareceu no prédio com duas bicicletas pequenas elas precisam aprender a andar disse simplesmente como se fosse algo Óbvio Clara quis dizer que não precisava que ele não tinha que comprar nada mas antes que pudesse protestar Ana e Alice gritaram de alegria e correram para abraçá-lo ela não disse mais nada havia entendido que aquela era a forma de lhe demonstrar amor ele nunca seria perfeito nunca apagaria o passado mas agora ardir estava tentando ser o que não foi para Tiago um avô presente
e naquele dia enquanto Clara observava suas filhas pedalando desajeitadas com Eduardo ao lado segurando o guidão para não deixá-las cair ela percebeu que talvez apenas talvez fosse hora de deixar o passado para trás o futuro Afinal ainda estava sendo escrito a vida sempre nos dá segundas chances mas será que temos coragem de aceitá-las clara e Eduardo mostraram que apesar das feridas do passado sempre há espaço para a mudança e a reconciliação se essa história te tocou deixe seu comentário e não se esqueça de curtir e compartilhar este vídeo com alguém que precisa ouvir essa mensagem
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