é só outro de solta bem vindos trouxe novamente para o canal Mirian goldenberg antropólogo a política da folha escritora ela fez um dos prédios mais vistos do Brasil que a invenção da bela velhice e ela que pesquisa muito a velhice o envelhecer e a felicidade desse processo hoje veio falar com a gente sobre como resgatar a nossa criança bom e como a gente pode acolher aquela menininha Aquele menininho que ficaram lá atrás e ressignificar toda a dor e sofrimento que eles passarão Miriam brigada para estar comigo aqui de volta no canal é um prazer a
Carol ainda mais esse tema assim um dos que mais me toca e mais me emociona quanto mais eu pesquiso envelhecimento Carol eu percebo que nós nunca deixamos de ser a criança que um dia nós fomos esse velho de hoje é a mesma criança de 4 anos de idade quando ele foi a gente teve uma live que foi uma das lags mais tocantes aqui no canal com Julio Moreno sobre como a colher e olhar para nossa criança ferida se você não viu Vou colocar aqui o Card e eu me sinto muito também não constante voltar o
olhar para minha menina né minha mãe morreu e eu tinha 5 anos e às vezes eu acho que as dores aquela Carol de cinco anos ainda reverberam em mim e nos seus textos eu estava uma poesia linda de como você fala da sua menina né e eu queria falar um pouco sobre essa trajetória de como você olha para mim menina aí como você cuidou dela e cuida até hoje para inspirar a gente né que você fala que não se o exercício de gratidão você olha para fotografia da menina no colo da mãe com bolo de
quatro velhinha e que você vê como essa menininha era triste o que que em Cristo e Cia essa menina desde pequena como é que você sente essa tristeza Carol eu fui uma menina muito magrinha no meio de uma família de homem três irmãos e o meu pai muito violentos violentos fisicamente mesmo e uma mãe que sofreu muito muito muito muito fisicamente também as traições do meu pai e violências Gritos e todas as sacanagens que hoje eu até enxerga de outra forma mas é eu era muito magrinho muito pequenininha e eu apanhava muito e eu vi
aquela violência o tempo todo e eu apanhava muito do meu pai apoiava os meus irmãos e eu fui me escondendo nem visível Então nem visível me escondia mesmo dentro do armário para não apanhar para não vir aquela gritaria para não dá para sobreviver E eu achava que a única saída para mim seria morrer porque eu nunca ia sair daquele inferno não sei o que aconteceu na minha vida e eu acho que a querer ter uma vida diferente da vida que a minha mãe teve foi decisiva que eu comecei a me separar dessa família muito cedo
com 16 anos eu já saí de casa comecei a distância estudantil muito forte desde muito cedo e depois eu casei com um cara que era bem bem vamos assim revolucionário e fazer com 20 anos e vim para o Rio isso foi a minha libertação porque logo em seguida me separei do cara com 22 anos eu já me separei e com 22 anos eu já era totalmente independente em todos os sentidos morava sozinha tinha o meu dinheiro tinha uma profissão tinha e nem sei como eu conseguia ser tão magrinha sozinha no Rio de Janeiro sem conhecer
ninguém e consegui fazer tudo que eu fiz hoje eu olho para mim e fala com Nossa mas eu não me reconheço eu falo como que você conseguiu Mira fazer isso sozinha não sei Carol não sei essa é uma força que melhora muito magrinha muito medrosa muito medo que eu tinha de tudo que eu tinha medo de a E aí de ser destruída e sempre tive que continuar tendo até hoje mas isso também me deu uma estratégia a fim de sobreviver eu decidir a minha Independência Econômica era a coisa mais importante pelo sobreviver investir nisso tudo
tudo vai ser uma mulher independente e a semana de vovó lá me ajudou muito a ler o segundo sexo como eu li aos 18 anos ela fala a mulher livre é a mulher que independente economicamente que não precisa de lamen para nada Eu nunca precisei de homem para nada nem precisa ter uma vez uma amiga ainda disse assim nossa o que tinha acabado de me separar e tava com novo marido né o nova namorada como é que você precisa tanto de homem eu falei não precisa de homem a parada acho que é por isso que
eu tenho eu tenho porque eu não precisa dele para nada eu só que eu gosto de ter um companheiro parceiro que me esteja junto comigo mas eu não preciso dele e nenhum sentido né Eu sempre fiz um trabalho que tem um propósito trabalhei com assessoria professora de antropologia pesquisadora e faça um trabalho sobre as mulheres libertação das mulheres envelhecimento sempre um trabalho a dor porque eu tenho propósito no sempre ensinei meus alunos que é faz uma coisa verdadeira com propósito e o dinheiro vai ser a consequência disso mas nunca o objetivo e a minha vida
sempre foi assim eu vou ter um trabalho com propósito e o dinheiro vai vir como consequência e isso foi me construindo tudo que eu tenho hoje as coisas materiais como minha casa a minha vida e até os meus amigos e meus amores são consequências do meu propósito do meu trabalho da minha militância mesma política tudo que eu tenho na vida e isso não me fez isso eu acho mais importante falar para você o fato de eu ser hoje uma mulher independente o Fábio se hoje uma mulher que tem um trabalho que tem e até temos
de propósito muito firme até hoje não me fez ser diferente da menininha medrosa frágil magrinha e segura que se esconde além do armário eu sou a mesma menininha os mesmos medos eu tenho medo que me destrua eu tenho medo que me bata eu tenho medo que é que me despreze eu tenho medo que me ignorem eu tenho medo enorme eu sou igualzinho essa menina há quatro anos as pessoas eram para mim não acredita Faveira Você tem tudo que você precisa mas eu nunca deixei de ser essa menininha e eu agradeço a ela porque ela me
fez é a vida que eu tenho hoje ela sempre foi coerente eu sempre foi coerente ela é muito bonita que você fala porque em geral o conselho que a gente ouve essa é que em frente você já cresceu quase como se a gente tivesse que matar essa menina para poder vir tirar uma colher né E tem uma parte do seu livro que você fala que você sempre se sentiu meio invisível né e excluída na escola enquanto falava era que tinha o nome diferente eu era excluída daquelas meninas que eu considerava aparentemente normais e eu me
senti muito assim na escola também acho que eu tinha uma coisa de um senso de nada a equação e talvez é ter um subjetivo né mas para dentro para mim o que pegava e no Dia das Mães quando era criança toda criança receber um desenho para pintar para levar para mãe e eu era única menina que levava dois para pintar para as avós e daí quando a gente brigava na escola criança pequena as meninas eram curar e falar bem você que não tem mãe então era como se aquilo eu podia ser a melhor aluna podia
ser qualquer coisa eu tava Eu sempre me sentia deslocado e eu acho que por muitas vezes eu tentei fazer uma estratégia de pertencer àquele grupo assim dá mas eu quero ser ouvida eu quero tu é por esse grupo e daí vou fazer você representante de classe e vou fazer debate Na escola e eu acho que isso mais me desgastou do que me fez me sentir vem sendo porque assim eu queria provar um ponto para quem mesmo né eu que ele tem que ser aquele grupo para quem você se sentiu fazendo algo que movimentos você fez
para tentar vencer essa sensação de a idade e o que que você aprendeu o que funcionou e não funcionou eu era judia mas no lugar que não tinha não tinha nenhum judeu né é o meu nome já chamava muita atenção e tinha uma família muito violenta não tinha Natal mesma sensação que vergonha não tem um presente no dia vinte e seis de dezembro todas as crianças com presentes e eu sem presente nenhum ainda tio pior ainda que meu pai faz aniversário no dia vinte e cinco de dezembro Então tinha senha tinha todo o ritual de
Natal por mim porque ele fazer aniversário manda um tinha um presente e eu tinha vergonha de não ter o presente aí eu fingia que eu ia casar na igreja Nossa Senhora Aparecida nem tinha essa igreja na época porque eu não queria que soubesse que eu era judia então era um era um combo de diferença mas uma diferença o que me inferioriza vá né e que me tornava é muito é desprezível para aquelas pessoas todas que eram felizes que tinham presentes que tinham igreja que tinha um monte de coisa que eu não tinha era como se
eu não tivesse nada não existisse mesma e eu não existia dentro de casa porque para não levar porrada eu fingia que nem existia não abrir a minha boca até hoje eu prefiro escrever do que falar eu preciso ter uma energia enorme para falar o que você quer saber o que me salvou ler e escrever foi o que me salvou porque lê e meu pai apesar de ser muito violento tinha uma biblioteca enorme em casa eu li com sete oito nove anos de idade eu lia livros sobre o Holocausto que brinca livros assim dele livre e
Lilia se canais os canários e Lilia Sacra eu me assar ele mas isso me salvou ó ler me sua avó e e logo eu comecei a escrever muito cedo comecei a escrever eu só para você ter ideia aqui tá eu nunca me separo dos meus diários o que que é um diário o diário ou caderno de 200 folhas grande e eu escrevo assim dois meses a preencher um caderno inteiro eu tenho beijos meus 16 anos de idade tem centenas de cadernos a minha primeira terapeuta quando eu tinha 20 anos falou Miriam para de escrever e
vai viver a sua vida eu não consigo viver sem você eu não escrevo então eu tô com você aqui eu tô com meu caderno porque eu preciso anotar alguma coisa por isso que se eu não escrevo eu não vivo como a escrita te ajudou a elaborar o medo a sensação de inferioridade o deslocamento Olá tudo isso eu tenho ainda tá medo sensação de inferioridade deslocamento eu continuo a mesma menina de 4 anos de idade eu não superei nada nada mas eu aprendi a conviver com isso aprendi o que que apesar de ter medo sensação de
inferioridade sensação de deslocamento de ser Peixe Fora D'água Nossa nosso leões então da Universidade ou entrou muda e saiu calada eu tenho muita dificuldade de falar eu aprendi que apesar disso tem coisas que eu amo fazer e a número um a escrever e ler estudar é pesquisar aprender eu como não é como eu superei a pergunta não tá certa porque eu não super ele nem meu medo nem se peixe fora da água nem minha dificuldade falar me não pavor da violência e você a vida nada disso eu continuo com isso tudo dentro de mim mas
eu descobri o meu caminho de sobrevivência meu caminho de sobrevivência é escrever é estudar é pesquisar escutar mais do que falar é observar mais do que me exibir até para você saber eu faço um pouquíssimas Live está só todos gente valorizada a soltos parte pouquissimas não tem o convite 10 convites do dia eu aceito muito poucos porque porque tem uma dificuldade enorme de falar o que eu quero é ficar escrevendo então não superei Carol mas eu descobri o meu caminho de sobreviver e teme a realizar como como mulher porque eu escrevo sobre as mulheres eu
escrevo sobre a libertação das mulheres a Escreva sobre a minha libertação eu escrevo sobre ele eu escrevo sobre medos e eu pesquiso eu acho que a diferença é que eu não sou uma ficcionista eu não escrevo romance nunca escreveu um romance eu escrevo o que eu pesquiso o que eu vivo o que eu experimento que eu observo que eu escuto que eu sou uma exportadora de velhinhos eu passo o dia escutando ralinhos meus melhores amigos tem 98 anos noventa e cinco anos meus melhores amigos tem 98 anos e eu disse que eu fui descobrindo o
que que o que que me alimenta a verdade eu sou triste a mesma menina triste mas tem coisas que alimentam a minha vida de alegria alimenta minha vida de realização alimenta a minha vida de amor eu sinto amor e condicional pelos meus velhinhos é difícil do Amor Incondicional pelo que eu escrevo uma coluna que eu faço na folha eu passo uma semana trabalhando cada a palavra dela para dizer exatamente que eu quero dizer tem gente que escreve assim em 5 segundos eu trabalho como se fosse assim o quebra-cabeça é precioso que eu tenho que fazer
então escrever para mim é a minha vida mas eu só escrevo porque eu escuto porque eu servo porque eu sinto essa feto enorme pelas pessoas que fazem parte da minha vida e pelos meus propósitos então isso me salvou tem um propósito escrever me cercar de pessoas que me fazem bem que eu faço bem Tem uma luta uma militância pela libertação das mulheres contra velho fobia isso me alimenta agora superei não e a lindo e você falar porque eu fui uma pessoa cresceu com o pai né E essa coisa do vaga para frente do pé eu
acho que a gente vive no mundo assim né que assim terminou o relacionamento de gravar os seus medos seus fantasmas e na verdade talvez é quanto mais a gente negue isso né o próprio budismo fala isso de quanto mais frente nega as sombras as mulher habilidades mais a gente põe blusa aquilo e elas crescem então talvez porque tem algumas pessoas que falam a alguns métodos terapêuticos de como ele dá para criança ferida é põe ela no colo e fala mas agora eu cresci e a gente vai pôr os caminhos e te ouvindo falar a imagem
que me veio e que me deu vontade de fazer que eu imagino que talvez vejam que você passa vai dar não é falar assim é só você e você só eu é juntas vai vai dar essa falta mas vai esses velhinhos maravilhosos que foi manutenção bem legal tem aquela olha agora eu sou maior do que você talvez em igualdade com essa o protesto com a gente mesmo daí igualdade ela ela ela eu não estou com a mãozinha bem dela não ela é Ela Sou eu nunca deixei de ser isso que eu acho mais lindo Carol
e eu tenho ela ficar sem emocionada porque eu não entendo como que é essa menininha sobreviveu quase ninguém sobrevive ela na minha família não sobreviveu mesmo e eu consegui sobreviver com você tão miudinho tô magrinha tão fraquinha tão com tão medrosa sobreviviam é eu sinto um amor assim eu falo Poxa que bom né Que bom que você sobreviveu e está aqui escrevendo daqui amando encontrou pessoas amorosas né então não é é uma coisa assim não dou a mão para ela ela tá aqui e eu fico assim juntinho com ela falando assim né ela só Olá
eu sou ela falou assim nossa tão magrinha tão medrosa tão pequenininha Como que você conseguiu tudo isso e peça as pessoas tão maravilhosas na tua vida e escrever é porque para mim ainda é mágico eu fico assim emocionada e feliz e grata porque talvez eu não fosse tão triste eu sempre tenho se isso tivesse uma família tão violenta talvez eu não fosse a mulher menina que eu sou hoje e eu gosto dela era muito E no fim do capítulos e brinda né e eu acho que a gente tem que brindar as lojas le rainey a
nossa história nossos medos as nossas tristezas e as nossas vitórias que a gente sobreviveu Oi Lê Hi a vida a vida a vida que nós conseguimos como uma formiguinha Eu sempre faço a imagem de uma formiguinha formiguinha passa lá pelo pela flechinha mínima que tem né nós conseguimos sobreviver então a vida armário muito obrigada Miriam