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Video Transcript:
Flow. Salve salve família, bem-vindos a mais um flow. Eu sou o Igor e hoje eu vou conversar com Miguel Nicoleles, o mestre Jedi da neurociência. Olha, tem a cara de mestre Jedi lá, né? Essa foi demais. Obrigado por vir aí de novo, cara. Não, muito obrigado pelo convite. É, é um prazer como sempre. Valeu. Eh, e vai ser maneiro porque a gente vai falar de um monte de coisa. Vamos falar de neurociência, obviamente, vamos falar de tecnologias, vamos falar de futuro, vamos falar dos livros de Miguel Nicolelles que sopraram aqui, que um deles vai virar
filme, porque, bom, a tua ficção científica vai virar filme. A gente vai falar um pouco mais sobre isso aí. E bom, já que a gente tá vai falar de tecnologia, de futuro, de tudo isso aí, nada mais justo do que falar da Insider também, que é quem faz essa camisa que eu tô usando, essa tech t-shirt incrível que eu gosto, todo, quase todo dia que vocês me vem aqui, eu tô de tech t-shirt. É, e eu não sei se você sabe que tem também é de manga comprida, mas aí também tem o moletom, mas aí
também tem a cueca, tem o que você precisar é lá no lá na insiderstore.com.br br e você pode completar o teu armário inteirinho com com o que tá faltando ou de repente dar uma renovada daquele jeito, né, cara? Sabe que se comprar a camisa dessa aqui ela vai durar um tempão, eh, porque é meio que é assim que funciona os produtos da Insider. Com certeza tu vai se amarrar. E ó, tem uma boa aí. Se você usar o cupom flow, tu ganha 15% de desconto, cara. Então, se eu fosse tu, não é isso, Bruno? 15%
de desconto. Então, se eu fosse tu, eu entrava lá em ciderstore.com.br br e usava o cupom flow que para você ganhar um desconto maneiro no teu carrinho e eu tenho certeza que tu vai se amarrar porque cara e se eu for falar para vocês aqui todos os benefícios eu vou ficar até amanhã vai ela é fácil de de ela desamassa no teu corpo, então é fácil de você levar numa viagem, tem um conforto térmico diferenciado, não assim, nossa, mas para desbotar isso aqui tu tem que usar infinito, tá? Então base praticamente não desbota. E bom,
sem contar, sei lá, né? Uma das minhas peças favoritas é a cueca, que eu tenho certeza que tu vai se amarrar também, porque é uma delícia, tá bom? Então, entra lá insiderstore.com.br e usa o cupom flow que tu vai ganhar 15% de desconto. Agora, uma outra parada que meio assim um pouco numa ah, tu sabe se tu tem hipertensão ou qualquer parada assim, você sabia que a maioria, acho que 69% das vítimas de AVC tem menos de 60 anos, cara? E assim, o melhor jeito de você ah não passar por esse problema ou sei lá,
não correr o risco de ficar com alguma sequela, porque assim, aqui entre nós tem um amigo nosso, vocês conhecem o Fênix, que teve um AVC, o cara teve um AVC com 20 e poucos anos e ficou com bom, teve que fazer um monte de coisa para se reabilitar. O cara era desto, virou canhoto, porque ele foi foi como ele conseguiu reaprender e tudo mais, a teve que reaprender a falar. Então esse é um cuidado que você devia ter. E a ACD que cuida de um monte de gente que tem que passa, que passou por pelo
AVC e que tá se recuperando e tudo mais, eh tá fazendo uma campanha de conscientização para você ficar esperto e não dar esse mole, tá? Então para você saber mais, dá uma olhada no Qcode ou então aqui no link na descrição. E se você conhece alguém que tem que tá passando por alguma que sei lá, tá precisando de algum apoio nesse sentido, a ACD é um excelente parceiro para resolver o teu problema, tá bom? Então, de novo, o link tá aqui embaixo, tem aí no QRcode para você saber um pouco mais e se cuidar, né,
cara? Porque só a gente só vive uma vez para valer. Tá bom. Eh, deixa eu ver um emblema aí, Janzão. É você aqui, ó. Toma aqui, ó. Tinha que ter um, tinha que tá segurando um sabre de laser ou qualquer coisa assim. Mas, ó, você que tá assistindo aí, quiser resgatar esse emblema do Miguel Nicoleles, que tá com um palitó e uma camisa, obviamente, do Palmeiras por baixo, é só você entrar em nv9999.com.br/resgatar br/resgatar e usar o código Miguel Nicoleles, tá bom? Eh, se quiser mandar uma mensagem pra gente aqui, o Vitão vai escolher uns
super chats de Vintão para cima ali pra gente ler aqui no final se ficar faltando falar de alguma coisa, tá bom? Então, fica à vontade aí e bom, curte esse papo que vai ser maneiro para caramba. Miguel, a gente tava falando aqui antes de começar eh sobre cara eh o jeito que a gente tá consumindo rede social hoje em dia, né? eh escrolando loucamente para cima e perdendo algumas habilidades, como por exemplo, você tava falando que não as pessoas não leem mais poesia, né? Eh, e aí será que a gente vai ser, não seremos seres
humanos como somos hoje daqui a 20 anos, provavelmente. Sei lá, que eu tô chutando, tá? Tu é bom em falar disso também aqui. Vamos falar um pouco mais sobre o teu livro aqui que acontece em 2036, não é isso? É. E lá em 2036 os caras tinham o TikTok e os resorts para derreter o cérebro também, cara. Não é, tá escrito tudo aí, tá? Aliás, tá virando. Aliás, muito obrigado pelo convite novamente. É um prazer. Eu queria fazer um registro histórico porque eu tava olhando a primeira imagem aqui que abre o flow e tem uma
interface cérebro máquina no canto esquerdo dela. Aham. Tem mesmo. Tem ninguém reparou, mas eu acabei de ver ali, ó. Lá. Tá lá no canto ali, Aham. Então é o registro histórico que tem aqui também na tem na tem no teu livro Brain tem tem. Mas então o o livro pro meu o livro saiu em agosto do ano passado, né? E eu escrevi ele a boa parte dele durante a pandemia, mas curiosamente eh várias pessoas estão brincando comigo que ele é um livro de ficção científica, mas tá virando um ensaio jornalístico, porque tudo que eu falo
ali ou quase tudo tá acontecendo extremamente assustador, muito antes do que, né, o que tinha escrito ali, né, a reeleição do Trump, que eu quando eu mandei pro meu editor americano, ele fala: "Você tá maluco? Isso eu mandei em 22, né?" Falou: "Imagine, absurdo, os caras vão tirar sarro de você. Como você põe isso no livro lá em Nova York, né? E e não deu outra, né? E e ontem eu tava vendo a o noticiário da viagem dele na na Arábia Saudita, tá escrito no livro, né? Big oil, Big Money, Big Tech, todo mundo no
mesmo lugar decidindo como eles vão mandar em nós no limite. E isso tem tudo a ver com o que você tá falando, né? Porque nós passamos a ser consumidores passivos, né, de de um novo meio de comunicação, eh, que tá transformando o nosso cérebro, tá mudando a maneira como a gente pensa, como a gente se relaciona socialmente, né? Eh, a tem uma boa parte da juventude mantém um relacionamento muito mais virtual do que real. Sim. Né? E isso tá tá mudando dinâmica de escolas, dinâmica de universidades, né? Hoje mesmo eu tava lendo uma reportagem de
que os professores universitários, graças ao Big Bang, eu já tô fora dessa rotina, ah, não tão conseguindo revisar os exames dos alunos porque é tudo feito pelo pelo chat GPTs da vida. Então ele um professor universitário americano tava postando dizendo: "Ó, comecei a revisar a prova porque a gente dá prova pro indivíduo fazer em casa, né? Eu nunca dei prova numa sala de aula. Eu dava prova, o cara ia embora, uma semana depois ele me devolvia. Hoje o cara não faz mais nem a pesquisa, né? Não, ele não faz nem a pesquisa no Imagine Google.
Google já é um troço do passado, né? E ele falava e ele falou, né? A as pessoas não estão se dando noção de que ao automaticamente subcontratar a solução de qualquer tipo de problema, mesmo acadêmico, né, para para esses agentes aí de inteligência artificial, nós estamos deteriorando a nossa capacidade de pensar. Porque você não tá exercitando, você não cuida nem de, você não cuida nem de fazer a pergunta certa mais às vezes. É bom, o louco do do Semutman foi ali dar uma entrevista ontem também dizendo que o futuro é definir os prompts, é, de
como você vai interagir com, né, o chat GPT, o que é um completo absurdo, né? E o mais divertido, eu tava até dando uma palestra ontem à noite, eh, o pessoal fica falando, fica falando, estamos chegando, estamos chegando nessa tal inteligência geral, né, a GI, os caras não sabem nem o que é inteligência. Nós não sabemos. Nós que somos neurocientistas não conseguimos definir, né, operacionalmente. A gente consegue fazer metáforas, descrever metaforicamente o que é, né? Ah, mas uma coisa absolutamente chocante é que eh nesse processo de perder a agência, agência é tudo que o que
você faz por você mesmo, né? Quando quando os nossos antepassados saíam correndo para caçar, eles tinham que desenvolver essa agência, eles tinham que mapear o espaço, um conjunto de habilidades, né? Conjunto de habilidades, eles tinham que saber a estação do tempo, qual era a espécie de animal que era mais frequente, onde encontrar, né? Isso tudo foi que moldou o nosso cérebro. Inclusive, eu tô terminando um estudo com pacientes paraplégicos na China, hã, onde a gente reproduziu os nossos achados lá da da Copa do Mundo, né? os caras saíram andando. E o que eu notei é
que o que é, eu não tinha pensado que esse se é o resultado, né, fundamental, mas o com esse estudo nós descobrimos ou estamos sugerindo que o movimento corporal é o fator mais importante de saúde mental, é o fator mais fundamental para você manter o volume normal do seu cérebro. Isso é muito interessante porque assim é vai bate funciona com aquele argumento de que pô não tem contraindicação para para ir pra academia, pra musculação, para se movimentar, para envelhecer com qualidade, tudo mais. E não precisa ser nada do outro mundo, não precisa sair levantando 200
toneladas de peso. Por exemplo, o aquela aquele grupo religioso na Pensos, Amiches, né, que eu conheci porque eu morei lá na Filadélfia. Esses caras, para você ter uma ideia, tu conheceu em que nível tu tava no M? Não, eu fui lá, eu fui lá porque eles fazem o melhor prédsel do mundo é feito pelos amistos. Então eu tinha que ir lá comer o prédsel dos caras e levei meus filhos todos. E o o eles fizeram um estudo com os caras e os caras dandoam 18.000 passos por dia. Eles não param. E eles também, eles não
são os índices, eles não têm demência, eles não têm os índices de Alzheimer muito menor, os índices de doenças neurogenerativas muito menor, eles comem muito mais saudavelmente porque eles que fazem a própria comida, né? Eles são uma comunidade fechada, né? Eles autossuficientes. E o contato com com tecnologias mínimo, mínimo, eles constróem coisas o tempo inteiro porque eles fazem tudo, né? Os os eles criam toda a sorte de animais, então eles têm que criar toda a infraestrutura. é eles que são eles que fazem. Então, eh eh esses estudos estão mostrando e isso que eu comentei ontem
à noite, que por incrível que pareça, a solução de uma série de problemas de saúde mental, por exemplo, que nós temos, porque, por exemplo, abrindo parêntese, esses parentes para préjos, nós achamos uma atrofia cortical, uma redução do volume de certas áreas, se você tem isso durante muito tempo, né? A solução é voltar pro modo de vida natural ou pelo menos uma porção do modo de vida natural que nós tínhamos. Nossa, é muito interessante porque o nosso cérebro foi moldado para viver daquele jeito, né? Então, se você for na Papua New Guini e se for falar
com os Yanomani ou você for em comunidades estão isoladas desse mundo eletrônico digital nosso, você vai encontrar um grau de saúde mental provavelmente muito melhor, né? muito muito mais a apropriado pro tipo de cérebro que nós temos. Isso é interessante porque dis então o que a gente tá falando aqui é que para a gente meio que resolvendo nossos problemas, criando maneiras de se entreter ou jeitos de aprender mais, não sei o quê, a gente só criou sofrimento pra gente mesmo. Eu pus uma frase no livro que é a seguinte: a conveniência está matando a agência,
porque é conveniente, né, você pedir comida por aqui, você conversar com 200 milhões de pessoas aqui, dar aula. Essa conveniência tá matando a força motriz que é a que mantém o nosso cérebro saudável. Aham. Né? E e eu tava eh eh lembrando quando a gente pela primeira vez que eu vim aqui, uns dois anos e pouco atrás, que eu me lembro de ter falado de dessa questão da da agência, mas de uma maneira mais sutil, né? E o que aconteceu em dois anos, se qualquer coisa, é que a nossa imersão, né, nessa lógica digital só
explodiu, só explodiu. Sendo que o nosso cérebro, como eu sempre falo, funciona em analógico. Ele funciona em analógico porque o mundo é analógico. Aham. Então, a natureza é analógica. Então, ontem mesmo eu tava lendo um artigo que me mandaram, h, uma amiga me mandou mostrando que em condições de estress plantas sincronizam a sua atividade, as árvores sincronizam a sua atividade elétrica e passam a atuar como uma sociedade através de cadeias de fungo subterrâneas. Elas estabelecem uma brainet, por incrível que pareça, elas não têm um cérebro, mas elas estabelecem uma conexão, porque o mundo natural ele
é todo conectado, né? O planeta é todo conectado. E tu não acredita em Deus? Acredito. Eu acredito só num só num que é o Ademir divino da Guia, né? Né? Eu vi a camisa do Corinthians aqui, quase morri. Aí eu passa passa um com a camisa da portuguesa. Eu falei: "Não, tô tendo um delírio aqui". Passou a camisa da portuguesa na minha frente. Só faltava se tá escrito Badeco atrás. Faltou essa. É o número cinco. Badec Basílio, né? Eu vi esse time da Portuguesa jogar muito bom, mas sumiu, né? Então a gente entendi aí, mas
o o assim eu também eu costumo di, não é? Assim sem nenhuma sem nenhum estudo e sem nenhuma base, eu falo aqui de vez em is é uma introdução muito boa, né? Para fazer uma opinião sensacional. Eu eu eu já ouvi pessoas como você falando exatamente isso que cara, eu que eu uso umas palavras mais toscas, tipo, a gente tem mais ou menos o mesmo kit humano que a gente tinha, [ __ ] muitos milhares de anos atrás, 300.000 anos atrás. Então, eh, esse kit ele ele o próximo estágio dele, assim, na verdade assim, muita
coisa mudou num espaço muito curto de tempo. Quando vem vai quando a internet chega e ela explode, a gente tem uma uma invasão com a globalização e tudo mais, uma invasão de informação que a gente simplesmente não tá preparado para isso. E eu e eu sinto isso de um jeito meio brando, que é eu me sinto olhando as coisas como o que tem na internet, todo o conteúdo que existe, eu me sinto meio esmagado. É, não, mas é isso mesmo. Eu acho que é um é um overflow, é um é uma é uma pressão de
informação. Eu, por exemplo, eu gosto muito de notícias, eu gosto de ler o noticiário. Então, há anos eu acompanho os mesmos jornais nos Estados Unidos, aqui na Inglaterra, eh, principalmente na Inglaterra, porque o jornal, os jornais ingleses são espetaculares do Eron, né, no sentido de opiniões, né, são as opiniões mais sarcásticas, mais cínicas, mais divertidas. Até no futebol, você lê um artigo sobre um jogo de futebol num Guardian, por exemplo, que é o meu jornal favorito, é parece uma peça literatura, né? O cara teve uma epifania, percebeu que a bola ia cruzar, o cara faz
uma, né, um floreio para descrever a jogada. Entendi. Que que mantém a tradição, a riqueza eh da da cultural do porque o futebol é tão importante na Inglaterra, né? Eu acho que eles são ainda um pouco mais loucos que a gente, porque hoje você vê, só tem, eu tô usando um relógio do Manchester United. É, então, mas você vê, eu sou um pouco a fora da curva, né? Porque de madrugada tô assistindo terceira divisão inglesa, é bem fora da curva, né? Fora da curva. Mas os caras vão lá nos jogos, né? Tava ontem de madrugada
tava assistindo a dois times são muito tradicionais, Coverty e Sutherland, disputando a semifinal da segunda divisão para ir pra final. Parou a cidade, parou o lugar. Então, os ingleses vivem de uma maneira diferente. Eles não, o brasileiro torce porque ele quer ganhar. Ganhar é fundamental. Eh, o torcedor básico aqui, ele ele ele ele se conecta na vitória. O inglês se conecta no pertencimento, ele pertence à aquele time. Aquele time é de Sutherland, cidadezinha merreca de lugar no meio de lugar nenhum. Mas o time representa aquela cultura local. E seria esquisito um cara dali torcer pro
United. Não, e eles nunca vão ganhar nada. Foi um time muito bom, mas já tá, né? Exato. Não, imagine, Liverpool, eles se odeiam. esse aí no meio né lugarzinho, eu fui lá, já vi o jogo lá, não é, né? Nada, mas os caras eles não permitem que aquilo morra porque aquilo é parte da identidade do lugar. Então o futebol lá é muito mais nunca, eles nunca vão ganhar Champions League, nunca vão disputar a Premier League ir para ganhar, mas eles nunca vão deixar de seguir aquele time, né? E isso é algo que tá morrendo aqui.
Tem tanta coisa morrendo nessa linha. Tudo, tudo. Lembra do Juventus aqui? Ouv? O Juventus aqui em São Paulo era equivalente ao Bangu no Rio de Janeiro. Era o segundo time de todo mundo. E era um time super simpático, e é um clube enorme, era, né, aqui na Moca, né, tradicional, era o maior clube em número de associados durante um período dos anos 80 aqui no Brasil, né, tinha um monte de sócios. E era um time que todo mundo, mesmo torcendo pros grandes de São Paulo, quando não era contra o seu time e você torcer pro
Juventus, porque era um time que ele era o time do bairro. Isso a ia na rua Javari, que é, eu fui recentemente, o ano passado num jogo da Copa São Paulo. Hã, é um estádio sensacional. Os caras vendem canole, tá no meio do jogo. Onde que você vai, onde você vai comer canole, né? Legal. No jogo do Juventus. No jogo do Juventus. É exato. E do fora na rua tem a Esfirra Juventus. que era uma das melhores esfirras da cidade de São Paulo. E tudo isso mostra que quando você era num jogo do futebol, era
muito mais do que ver o seu time ganhar ou perder, você ia conviver, você ia se mescuir com a cultura daquele lugar, do bairro. Eu ia no Canindé, ia, fui no Maracanã. Aham. Mas não era só para, né, para ganhar ou perder, era para tá no Maracanã para ver aquele barato, né? E isso tudo tá sumindo, tá? Porque talvez o futebol seja ainda um dos poucos lugares que as pessoas vão Sim. E e sei lá, estão lá de forma física mesmo para curtir aquela parada ali. Só que você vai hoje no jogo, não sei se
você foi recentemente aqui, os caras estão fazendo selfie, os caras estão filmando, os caras estão lidando, falando com alguém, a você estar no estádio é mais importante do que você assistir o o que tá acontecendo. Então, mudou totalmente a cultura de como nós nos apresentamos como indivíduos e como parte de um coletivo X, Y, Z, né? E por que tudo isso? Porque existe uma dissonância entre esse mundo eletrônico digital e a forma como a biologia, os organismos funcionam, inclusive nós. Nós não funcionamos no modo digital. Nós não somos zeros e uns. Aham. E nós não
podemos ser reduzidos a uma pilha de dados, que é o que os caras da meta, dos, né, da Big Tech, acredita que nós podemos, né, que tudo que o ser humano faz é dar um like ou um ou um dislike e você vai saber o que você é. E não é verdade, né? Não, nem próximo disso, né? Não, nem próximo disso. Mas isso tá colocando uma pressão na na juventude e mesmo em nós, né? E é e eh às vezes é é fora do esquadro. Então você tem uma saturação de informação, você tem uma saturação
de mensagens, né? Tem hoje movimentos no mundo para fazer como se você fizesse um detox digital. Então você vai ficar três semanas, quatro semanas no lugar sem telefone, sem nada para você. E é muito, mas tá muito difícil viver no no nesse mundo em 2025 sem desconectado. Não é meio que os tem um tem negócios e tem empregos que existem por causa disso, né? Nossa, tem toda uma economia, né, que talvez seja tá ficando maior do que a economia tangível em certos aspectos, né? Verdade. O e-commerce é hoje é uma das coisas que, né, não
eh não dá para você fazer. É o que eu falei também ontem, a se nós não tivéssemos meios de comunicação digital durante a pandemia, como é que nós íamos ter, né? Eu participei de um comitê que falava com o Nordeste inteiro todo dia. Então eu falava em carro de som no Praça do Coreto, de uma cidade interior da Bahia, do apartamento da minha aqui em São Paulo. Ah, por quê? porque tínhamos meios digitais, né, de comunicação. Claro que tem vantagens e tem eh é quase impossível você pensar hoje, né, no apesar que no meu livro
eu conto como seria, né, se o mundo de repente não tivesse essa essa bengala digital. E a gente viu na Espanha e Portugal duas semanas atrás. Sim, sim. Eu escrevi uma coluna, não deu tempo porque foi Dia das Mães, eu tive que mudar o tópico pro Dia das Mães para paraa CNN Brasil. Eu ia escolher o seguinte, o título era o seguinte: de apagão em apagão, a civilização eletroeletrônica chega na beeira do abismo, que nós tivemos apagão da bolsa de valores, tivemos um apagão elétrico, as pessoas ficaram desesperadas. É meio que acaba tipo se acabar,
se acontece algo aqui assim, se acontecesse algo aqui em São Paulo da mesma forma a gente também, tipo, acontece, né? Chama Enia, Enel. É a tempestade solar da cidade de São Paulo chama Enel. É, é Enel, se for o caso. É, é, mas, mas eh meio que desliga tudo e a gente esquece como viver. É, não apaga a luz na minha casa, a minha cachorra olha para mim e fala: "É, Enel, né?" Eu falo: "É". Então, mas é isso, para pensar. Você não tem internet, seu telefone para eventualmente acaba, né? Os caras estavam falando na
Espanha, porque eles ficaram dois dias e meio, alguns lugares, né? Acabou o power bank. Acabou a a carga do celular, eu eu as pessoas começaram a entrar em pânico, né? É, porque aí você fica você fica especialmente imagina, a gente viveu ainda uma época que eu sou a última geração dos caras que viveram, é, que nasceram num mundo que não tinha internet. Sim. E agora estamos aí inundados com isso tudo. Então, para mim é um pouco, acho que é por isso que eu me sinto um pouco esmagado, eh, porque eu sei, eu lembro como era
ser uma criança, eh, que ia brincar de [ __ ] esconde depois de ver os cavaleiros do zodíaco, que depois que eu cheguei da escola e e era a minha vida era basicamente interação com os meus amigos, com a galera dali. É uma interação física, presente, né, que que respeita inclusive o tempo das coisas, né? Tipo, eu falo falar com as pessoas e e a minha voz sai em um x e não em 2 x, né? Hoje hoje hoje todas essas interações, ela além de além de estarem mais rápidas, elas estão também muito menos muito
mais distantes. Mas tinha uma explicação, né? Você eu, por exemplo, e eu cresci aqui em Moema, aqui em São Paulo, antes da 23 de maio, antes da Bandeirantes, Vina Bandeirantes, antes da Vina Ibirapuera, a gente jogava bola toda a tarde. E tem uma razão, o reino animal mostra isso em todo lugar. Os os filhotes de leão estão brincando continuamente, porque eles estão exercitando comportamentos sociais que vão permitir que eles ao se transformarem em adultos, eles tenham toda uma sorte de ferramentas cognitivas, né, para sobreviver. Então, a brincadeira, o jogar futebol na rua, ralar o o
joelho, brigar com o cara, vir reclamar pra mãe e sua mãe falar: "Vai lá e volta e bate nele". Que era o que a minha mãe fazia. É, minha mãe não não queria. Se eu apanhasse, chegasse em casa, ficava, [ __ ] não volta lá. É, volta lá. É, não era assim para mim também. E e mas isso tem um propósito. Então isso e permite que você conheça a diferença, conheça o outro, saiba se colocar num grupo social, aprenda as normas. Eu tá tô lendo, acabando de ler dois livros de um de daquele que foi
o o homem mais famoso do começo do século XX, antes do Santos do Mão em Paris. Tinha um cara chamado Henry Bergson. Henrykson, que era o filósofo mais famoso do mundo, né? Ele debateu com Einstein, ele acabou com os ingleses em vários debates, ele era um cara humanista, né? Um cara brilhante que viveu o final da BPOC, né? Que foi um período, né, fenomenal, logo depois do impressionismo, até a meados da década de 30, se eu não me engano. Tá? E esse cara, eu tava acabando de ler um dos livros dele e ele fala o
seguinte: "Essas normas de convívio social a gente aprende assim, essas normas que são não escritas, que não tem nenhuma lei, não tem nenhuma". Como é que eu Como é que eu tenho tato para falar com outras pessoas? Isso como é que eu vou conviver com um monte de gente diferente de outros backgrounds? Você aprende jogando bola na rua, você aprende brincando de pega pega, aprende na escola, né? Por isso que esse mon eu fiz o quartel me ensinou bastante também. É o quartel machino. Aliás, o meu novo segundo romance sai em novembro desse ano aqui
no Brasil. Ih, o cara tomou gosto agora pelo jogo. Mas esse eu escrevi quando eu tinha 17 anos. No dia que o GO mandou fechar o Congresso Nacional, Marco Maciel, membro da Academia Brasileira de Letras, levou a carta do presidente para fechar o Congresso. Eu escrevi essa sátira, né? E vai sair finalmente, 50 anos depois, alguém teve coragem de publicar? Legal. Eu não sei se eu vou poder continuar no Brasil, mas Ah, não, agora pode. Agora pode. Eu acho que agora pode. Mas enfim, toda essa rotina de convívio social, ela fazia parte de um processo
pedagógico essencial. Entendi. Aham. Porque você ia eventualmente crescer, aí você ia trabalhar num escritório, numa fábrica, né? Você ia conviver com pessoas e você ia ter que ter todo um arcaboço de comportamento e todo um maquinário cognitivo para sobreviver. que não é fácil, né? Em qualquer ambiente que eu eu sobrevivi 50 anos no mundo acadêmico, vou te contar, não é brincadeira o que você tem que enfrentar, né? Toda sorte de imbecil, né? Achando que é Napoleão, né? Então não é fácil. E isso sumiu. Então, de repente você tem uma crise em alguns países onde as
crianças não querem sair do quarto. As crianças querem ou jogar videogame ou ficar na rede social o dia inteiro, depois da escola ou antes. E tem um movimento muito grande dos Estados Unidos de não mandar as crianças pra escola porque acho que as escolas estão doutrinando, né? Então, educar as crianças em casa, como que essas crianças vão crescer sem contato algum com pares, com professores, né? Então, tudo isso tá eh a ponto eh de vários trabalhos estão aparecendo na literatura agora eh psicológica, de psicologia e neurociência, onde os pesquisadores estão medindo comprometimento cognitivo do uso
crônico de redes sociais, de sistemas digitais, porque já estamos, a gente já tem base para estudar tudo isso, já eu não área que eu persigo em detalhe, mas tem o número de trabalhos está aumentando incrivelmente. Eu quando publiquei o o meu livro verdadeiro criador de tudo, eu tinha olhado nos anos em 2020 e eram poucos trabalhos ainda não tinham sido reproduzidos, tal. Então a gente tem que ter cuidado, tal. Mas agora tem uma explosão de estudos mostrando ah uma série de, né, questões sérias, a ansiedade, aumento de ansiedade, aumento de depressão, aumento de distúrbios sociais,
né? E evidentemente as pessoas falam: "Não, mas existem estudos que mostram que se você joga muito videogame, você videogame, você melhora sua cuidade visual, sua rapidez de reação." Bom, tem, mas tem benefícios esses, talvez. Mas será que eu quero esse kit de benefício ou será que é esse o cara que eu quero dirigindo o piloto do meu avião ou o cara que vai me operar, né? Se eu tiver um problema médico? Eh, a medicina é uma questão séria. Eh, nos Estados Unidos tem vários eh universidades que estão querendo substituir o o cara que fazia triagem
no pronto socorro para um sistema digital. Aham. E eu sempre falo, sempre conto a história do meu professor de medicina interna aqui na USP, hum, professor Vigílio, que era um, esse era um ioda. E ele olhava pro cara, a gente falava: "Não, esse aí pode ir embora, né? 3 da manhã aparece o cara, dor de cabeça, tals, média pressão, temperatura, não tem nada. Você tá morrendo de sono. Fal vai para casa, professor Virgílio, entra. Aí eu me lembro disso vividamente. Eu falei: "Professor, não tem nada. Pressão normal, ígido, 40 anos, entra, vai enartar". Falei: "Não,
tá louco". Meia hora depois o cara enartou na minha frente. Eu fiquei lá 40 minutos reanimando o cara e o Virgílio olhando para mim, como quem diz, eu não te falei? E aí eu fui perguntar, né? Como? Da onde o senhor tirou? Eu tava examinando o cara, não vi nada. Ele falou 40 anos na porta do pronto socorro. Não tem como replicar isso. Não há como. Essa experiência que ele adquiriu vendo, sentindo, ele diagnosticava as pessoas que chegava em coma, ele cheirava o hálito da pessoa e não era álcool, não. Ele diagnosticava o cara porque
ele tinha sentido, né, o mesmo odor 240 milhões de vezes. Então esses médicos de com a experiência, né, de uma vida, você não vai substituir. Difícil. É, mas é porque nós estamos financeirizando tudo. Hã, tudo tá virando uma commodity, tá? É mesmo. O paciente que entra no pronto socorro, naquele instante que ele preenche a ficha, ele vira uma commodity, porque ele tem um preço associado com aquela visita. Então, eh, eu tive essa experiência o ano passado, tava indo a caminho da China, passei mal no meio do caminho da minha casa até São Francisco. Cheguei em
São Francisco, tive que ir no pronto socorro e eu sou médico de uma universidade top cinco dos Estados Unidos, né? E a mulher me conheceu quando eu cheguei lá, era neurologista, me reconheceu o meu nome. Aí ela vira para mim e fala: "Ah, não, tá tudo bem." É que eu falei: "Não, não tá tudo bem. Eu sou médico e eu sei que não tá tudo bem". Depois de, né, um certo esforço, ela percebeu que, né, não tava tudo bem. Mas aí eu tenho seguro saúde lá da minha universidade e tal, eu fiquei 15 minutos no
lugar até ela me dar o remédio que eu precisava, que eu sabia que eu precisava, mas eu não eu não pratico medicina lá, então não posso assinar a receita. Ah, o meu COPE foi 250. A consulta custou 1.300 para minha pro meu seguro saúde. Não fiz exame nenhum, não colher o sangue. Eu conversei com a mulher, eu já tinha o diagnóstico, ela confirmou e ela me passou os remédios que eu precisava. E você vê, né, você vê, é óbvio que um sistema desses não tem como funcionar. É, né? Eh, porque não há como você, então,
os Estados Unidos é hoje o único país do mundo onde você tem os números variam muito, né? Mas de 50 a 200.000 falências individuais por dívida com seguro saúde por ano, tá? Porque assustador, os caras perdem a casa, você fica na UTI 10 dias, você perde já foi, já era, você não morre, mas você a sua vida acaba, entendeu? Então, é um mundo onde tudo tá sendo reduzido a esse denominador financeiro e a natureza nossa e do que nos cerca não é reduzível a uma a uma a um spreadset de banco, entendeu? [ __ ]
mas a gente vai, a gente só, a gente não tá melhorando nesse sentido. A gente tá ficando cada vez, indo cada vez mais fundo mesmo. Nem você falou, eh, os caras da Bigtech, eles nós somos para eles caras que dão like, caso caras ou caras que passam pro próximo vídeo, ou o cara que compra uma parada que tá na plataforma dele. A gente é um montão de número e e isso não tá, isso na verdade tá avançando, na verdade. Bom, agora tem o Elon Musk fazendo parte do do governo. Bom, eu é uma pena que
o Sacani não tá aqui, porque hoje era o meu dia de desencadear a lista completa, né, do herói dele, né? Eu ia acabar com a com a biografia do moço. Bom, mas a gente ainda pode fazer e eu mando para ele depois. Manda para ele. Eu jurei, eu quase mandei uma mensagem, ó, o herói lá fez a, né, a saudação meio estranha, né? Não tava na cara. Todo mundo sabia que esse cara é um embuste, né? Tanto é que ele só perdeu 200 bilhões de dólares desde que o Trump tomou posse, né? Por quê? Porque
é tudo é tudo poeira, é tudo é tudo é tudo abstração, né? Então, por exemplo, tava eu tava olhando isso hoje, ã quando na nossa geração, antes da do mundo, né, digital atual, quando que uma empresa que perdeu 70% do seu revenue no último quarto, a ação sobe em vez de cair? Foi o que aconteceu com a Tesla. A Tesla virou uma empresa inviável, né? Ela perdeu 70% de revenue em 3 meses. Ah, saiu um relatório anteontem, a Tesla vendeu 1030 carros em uma semana na China, ou seja, nada. Nós dois venderíamos mais carro no
dealer lá do que a Tesla vendeu, né? Comparado com a BID, que vendeu 100 vezes mais ou 200, sei lá. Então ela se transformou numa empresa inviável, só que a ação dela sobe, não faz o menor sentido. É bom, isso não parece bom, a matemática aí tá esquisit, a lógica não faz sentido. Aí os param não, mas já precificaram as perdas? Mas como precificaram as perdas? Os caras perderam e em certos países da Europa 60% do mercado em em 4 5 meses. Eu vi os caras colocando eh os que os que ainda os que estão
usando coloca o adesivo. Ó, comprei isso antes. É antes. É. Não. Então, mas é um mundo de imagens. O Platão ia adorar esse mundo atual, porque é um mundo de reflexões na parede que não tem nada a ver com a realidade, tangível, né? Onde você vende o impossível como se ele fosse acontecer amanhã, né? Isso é manch que faz bastante, faz bem, né? Os carros autodrigos, ele tá vendo, tá dizendo, ó, nos próximos 5 anos, aí ele vem hoje, nos próximos 5 anos, amanhã ele vai falar a mesma coisa. quando chegar 2030 e não chegou
em Marte, aí putz, não, 2040 não. Ué, não tinha o Czwell dizendo que a singularidade ia chegar daqui a cinco anos. Hum. Sei não, acho que ele vai ter que ampliar o prazo, né, por Espero que sim, porque eh isso me você me tranquilizou quando a gente estava conversando sobre isso aí, mas é um Eu sou meio cagão nesse sentido aí também, sabe? Não, o é não, eu entendo, mas ontem foi muito curioso o o Danilo, que joga no seu time, o que era da Itália, do Juventus, deu uma entrevista muito interessante onde ele falou:
"Veja, futebol virou um negócio. Ah, esquema de jogo é decidido com estatística, jogador eh virou um empresário e de si mesmo, né? Tudo é basicamente financeirizado. Aí eles querem que a gente deixou, a improvisação sumiu. O que que fariam com o Pelé hoje? um o menino Pelé, 17 anos, né? Estreia hoje no Alians Park contra o Palmeiras. O técnico do Pelé fala: "Você tem que marcar, você vai ter que marcar lá". Não, não, não vem com essa gracinha de querer sair driblando e fazendo, você entende? E ele, eu achei muito interessante, foi uma das primeiras,
uma das melhores, eh, comentários de um jogador de futebol que eu vi em anos, porque ele, ele descreveu como é o negócio, né? Você é um negócio. Aham. E você tá tirando a espontaneidade, a criatividade, a intuição, todos os atributos humanos que fizeram o futebol se o que ele é. Porque a gente assiste o futebol de criança porque a gente fica abismado com esses caras fazendo o que eles fazem. Alguns deles, né? Não todos. Zico, por exemplo, né? Zico. Eu vinha pensando isso no carro. O cara leu minha mente. Eu ia fazer uma provocação dos
Zico. Eu pensei isso no carro. Tem tinha um microfone ali no no Uber. Mas isso eu, você sabe que eu vi a estreia do Zico na seleção brasileira. Hã, eu tinha pensado, precisa checar isso aqui. Em 73, eu acho que foi contra o Uruguai que ele fez um gol de falta na numa dessas Copa Rocas, uma coisa dessa entre em branco e preto na televisão. Eu vi esse jogo 12 anos antes de eu nascer, cara. Isso. 73. Eu vi essa estreia dele jogando pela seleção, o primeiro jogo dele pela seleção brasileira. Mas não tá tudo
meio ficando tudo meio perdendo a graça de certa forma, tudo virando e negócio para valer e a ponto das coisas ficarem cada vez menos humanas como futebol. Isso. Mas é exatamente, é por isso que eu escrevi esse livro. O meu desespero como cientista em 2019, quando eu comecei a escrever o livro, um pouco antes da pandemia e antes da inteligência artificial, também cair na graça de todo mundo. Eu não, eu não trouxe, eu vou trazer a próxima você. Eu escrevi um livro com matemático suíço em 2015 e nós vamos ter a segunda edição, vai sair
no Brasil o ano que vem. Ah, é um livro mais acadêmico, né? Uma monografia onde a gente previu tudo que tá acontecendo do que a inteligência artificial ia tentar dizer que ela era capaz de fazer. Aham. Porque ela começou no mundo acadêmico, na nossa área neurociência, com os caras dizer: "Ah, nós vamos download o conteúdo do cérebro, nós vamos replicar o cérebro". E nós vimos isso acontecendo em 2015 e resolvemos escrever uma monografia, sem são 100 páginas só, falando que é impossível, que é um absurdo que os caras estavam falando era lorota, era isso ia
escapar pro mundo dos negócios. A gente comenta isso no livro indiretamente e ia virar uma panaceia sem nenhum fundo real, porque as pessoas iam ser enganadas, as pessoas iam acreditar no hype, porque é muito fácil você, né, vender o impossível. Vai ter gente que vai pôr dinheiro para para comprar o impossível. botando dinheiro lá na Open diretão. Botando, tem tem empresas que valem bilhões que não conseguem ter um produto, um produto, nada vendável, né, comercial. Então, eh, nós escrevemos, e outro dia eu fui reler com ele, porque nós temos que adaptar agora a segunda edição,
e nós ficamos abismado de ver como aconteceu. Aconteceu, escapou. É como se fosse um gênio da tava numa lâmpada e escapou pro mundo real. E o mundo real comprou o barato, né? Então aí você vê esse gênio não volta mais pra lâmpada também, né? Volta não. A história da humanidade mostra que quando isso acontece não tem retorno, né? Quando uma tecnologia muda o modo de vida, o livro, quando os livros, né, que não foi o Gutemberberg, tá? foram chineses, começaram a imprimir os livros primeiro. Eh, a mesma coisa que a história do dinheiro. O dinheiro
em papel foi inventado no século VI pelos chineses. Não é a Europa não que inventa, não é o Banco Central da Holanda que inventa, não. Como contam pra gente. Quando você começa a pôr as suas memórias no papel, você muda a história da humanidade, porque você vai, o autor morre, mas o pensamento dele passa pro resto da história, né? Se você pegar as notas do Leonardo da V, o os livros, as os só as notas de Hascunho que ele deixou, tem coisas ali, 500 anos no futuro, helicóptero, máquina, ele ganhava dinheiro criando máquinas de guerra
pro ditador de Milão, né, o Esforça, né, ele ele era assim que ele ganhava dinheiro para ir pintar a Monalisa e pagar o a modelo lá para, né, para ele poder pintar a Monalisa. A, mas o, o o no momento em que a o que tá aqui dentro não é só transmitido pela linguagem oral, ele passa a ser posto no meio que resiste ao tempo, nós começamos, a gente evolui para [ __ ] Mudou, mudou tudo e nunca mais voltou para trás, né? Aham. Eh, eu uso o conceito do dinheiro nas minhas palestras porque ele
é muito útil para ilustrar o o onde nós estamos chegando. O Ah, por exemplo, na no leste da África, na pré-história, os caras usavam conchas, conchas do mar, as conchas mais bonitas, menos bonitas, mais comuns, menos comuns, para fazer negociações de troca, né? H, o sal era usado no império romano, né? Então o aqui na aqui era a os astecas, os incas usavam sementes de cacau, né? Então esse era o primeiro dinheiro, era o que era valioso, né? Valioso mesmo. O troço tinha valor mesmo, valor tangível, né? Você p se você não começar, você morre,
né? Então o a semente de cacau era algo importante pros pros incas e pros astecas. Eh, aí você começa a evoluir, você vai pros metais, né? De repente, o metal carregar uma barra de ouro é pesado, é perigoso, você pode ser roubado muito facilmente, né? Pode ser emboscado. Então, um louco, o rei da Lídia, que era um lugarzinho merreca do lado da Pérsia, eh, Cressos, inventou a moeda. Ele resolveu que ele podia pôr um pedacinho de ouro, um pouquinho de ouro misturado com prata, pôr o emblema dele. Isso tinha um valor. Ele conferiu o valor
do poder real para um pedaço de metal carregável. Uhum. Fácil de transportar. E aí foi evoluindo, né? Foi evoluindo pro papel, cartão de crédito. Quem inventou, já contei aqui, foi o o Club Baikan, o neto do Gengisc deu um cartão de ouro pro Marco Polo viajar pela China. Tinha que pagar pela comida ali, dava o punha uma tintazinha, batia o selo no papel, mandava lá para Pequim, o imperador pagava. Pagava. E hoje nós estamos chegando num dinheiro que não existe. Não, tu pulou o cheque, pô. É, tem o cheque. Não, não, não tem o cheque
borracha que era o, esse era importante bate e volta. Aqui no aqui a geração de atual não conheceu a hiperflação brasileira, né? Eu pegava meu salário da USP, recebia no dia 5, eu ia no supermercado comprar por um mês inteiro, porque se eu chegasse no final do mês era 25% a mais, 30%, sei lá, né? Esse é o grande sarnei. Eu lembro da minha mãe de eu ter que de eu ter que, ó, vai no mercado agora. E aí tu chegava lá no mercado, tinha que pegar, tava o cara remarcando as coisas, tu pegava da
frente antes dele remarcar. Isso. Antes do cara vir com a maquininha. O cara da maquininha era o terror do supermercado, né? Porque mudava o preço na na sua visita, né? Nos Estados Unidos eles estão fazendo algo melhor agora. Como a inflação tá crescendo, você vai na estante lá no supermercado, você vê um valor, opa, aí você pega o barato, chega no caixa registrador, é outro. [ __ ] eles te enganam na na prateleira, tá? Que merda. Eles diz que tem desconto, só que ele chega lá, o cara fala: "Não, o desconto acabou e você tá
com um monte de gente na fila". Você não vai só resolve ali, cara? Não vai, né? Então, enfim. Então, nós passamos pelo papel, passamos pelo cartão de crédito, passamos pelo papagaio, né? Que também era um grande instrumento de da vida nacional aqui. E nós chegamos em algo que tá na nuvem, é digital. Por isso que se acabar o mundo digital de um dia pro outro e pode acontecer, eu conto no livro como pode acontecer, todos nós seremos igualmente pobres. É verdade. Tudo aquilo que o Lenin, o Marx, o Ma não conseguiram fazer, o evento cósmico
é capaz de de fazer por eles, né? No sentido que todos nós não, o Bill Gates, eu e você, vamos ter a mesma quantidade de dinheiro, zero, porque, né, eu não carrego dinheiro há anos, né? Na China você não paga mais nada, nem com cartão de crédito. É o Pix nacional deles lá, é o Alipayi, entendeu? Você até o o mendigo que pede dinheiro tem um QR code para você dar dinheiro para ele pela janela do carro na, né? Então que momento de para tá vivo. Tudo que é tangível, tudo que foi tangível na existência
da civilização humana tá ficando obsoleto. Eu não diria obsoleto, ele tá sendo transformado num commodity virtual. Entendi. Até a nossa vida, né? Eh, nós vamos ver gerações futuras onde nós já vamos ter ido, mas se eles quiserem recriar a nossa existência, eles vão criar um avatar virtual com a nossa voz, com parecendo conosco e as pessoas vão achar que nós estamos por aqui ainda, né? Assustador demais, cara. E assim, é, toda vez que eu que eu paro para pensar em em pr onde a gente tá indo, eu fico com um pouco, eu fico meio assustado
mesmo. Eu sou assim e eu vejo também vai não é não é com que o chat é PT é absolutamente inútil. Eu uso eu uso pra gente para para fazer pesquisa, para dar para estudar e tudo mais. Eh, a grande questão que eu vejo é que tem uma galera que não vai antes a gente pesquisava antes a gente usava Barça para pesquisar as coisas. Grande Barça. É. Depois aqui no britânica, é, eu tinha, eu a minha mãe acabou comprando uma baça de um cara que enchiu o saco para comprar que vinha na sua casa. Isso.
Ia lá em casa lá encheu o saco, não sei qu. E aí quando eu tive que fazer um trabalho de escola, você sabe que daí que vem a expressão pé na porta. Ah, é? Sabe a expressão pé na porta? Eu tenho que pôr o pé na porta. Era o vendedor da enciclopédia. Quando você abrir a porta, ele pha o pé, você não conseguia fechar. Não conseguir fechar, [ __ ] Não sabia não. Mas os cara era chato mesmo. Eh, aí a gente aí aí aqui no Brasil quando vem a internet, a gente começa a usar
o KD, depois muda pro Google lá em 2001, foi quando eu descobri o Google, pelo menos foi em 2001, eh, que eu lembro que um moleque fez um trabalho muito brabo na escola e eu falei: "Caraca, como é que tu fez isso?" Falei: "Eu vou conta para ninguém não, tá? Tem um site chamado Google, tá? que você vai lá é sinistro. Foi ali que eu descobri. E aí, aí minhas filhas quando pô, pesquisa tal coisa aí, elas estavam, elas iam no TikTok, pesquisar coisas no TikTok, sabe? Tipo, como é que faz não sei o quê,
ou como é que o que é tal coisa. [ __ ] no TikTok eu fico, meu Deus, no TikTok. E agora os caras tão indo direto no chat GPT, então eh eh meio que ele tá tomando, ele tá roubando todas as brisas. Então ele te hoje ele te ajuda a a estudar, hoje ele te ajuda a fazer uma pesquisa ou ele faz uma pergunta, uma pesquisa idiota para você, qualquer que seja. Eh, e a gente tá cada vez mais entregando o nosso o nosso a nossa habilidade de de decidir, eu não sei, mas de pensar
com certeza pro chat EPT esperando uma resposta que às vezes ela não é bom, sei lá. Mas você já notou que ultimamente no Twitter e toda a questão que aparece, alguém põe uma mensagem lá, o Gork, isso é verdade. Nós estamos delegando a nossa crença, né, se isso é real ou não é real por um programa desses que alucina, que alucina em uma porcentagem alta e ninguém sabe porquê. E, aliás, ninguém sabe como funciona, tá? Aqui entre nós, quando você põe um uma rede neuroartificial com 100.000 1 camadas intermediárias para computar com sei lá quantos
milhões ou bilhões de elementos, você perde o o track record de como a decisão foi tomada. Você não conhece, você não consegue retraçar o processo de tomar decisão porque são correlações, são buscas de padrões, né? E as pessoas estão delegando o poder de ou a decisão se isso é verdade ou não para esses sistemas, né? Então, é um é um é um é um momento, inclusive tem vários várias tribos que estão surgindo nos Estados Unidos, né? Primeiro, os caras que fazem esses sistemas, que trabalham nessa indústria, chamam nós que somos de fraud normes. Aham. Nós
somos os normes. Nós somos os pobres matéria orgânica que não entende como computar. Aí eu várias vezes quando eu posto alguma coisa em inglês, os caras vão e falar: "Ah, mas você não programa, você não nunca depositou nada, você nunca usou uma GPU". Eu falei: "Bom, filho, primeiro que eu uso redes neurais artificiais desde que elas surgiram nos anos 90 para analisar padrões de atividade elétrica do cérebro. Segundo que eu não preciso usar uma ferramenta para entender o que como a ferramenta funciona, se ela serve ou não serve para alguma coisa. Eu não preciso ser
um programador. Mas agora eles começaram a dividir entre geração Google, hã, e geração chat GPT. Então, se você usava, como nós usamos, né, o Google, nós já somos uma geração nessa hierarquia ultrapassada, porque segundo eles nós vamos envelhecer e vamos só achar que era o Google que resolvia os nossos problemas, mas nós nunca vamos nos converter, né, pros iluminados que vivem as custas do Chat GPT, né? Aham. E o mais curioso é que esse processo foi predito. Eu eu já mencionei ele aqui uma vez, mas o o Joseph Weisenba que era o o cara que
criou a Elisa, que foi o primeiro bot, né? O livro, se vocês lerem o livro dele, que é década de 70, Elisa, 60, meio de 60, nos anos 70, ele começa a ficar super assustado com o que ele via na dinâmica do laboratório dele, as pessoas revelando segredos pessoais, se apaixonando. Tinha a secretária dele fazia terapia com a Elisa. Ah, tem gente fazendo terapia com o chat EPT. Tem, não tem? Tem. E o, e o chat elogia, né? Fala, você é uma pessoa muito melhor que você acha. Essa é melhor, né? Tem gente propondo casamento,
né? E o, e tem instrumentos que não é não são chatt, mas que eles criam perfis falsos, mulheres maravilhosas, né? E são bots, né? Existem existem perfis de influenciadores digitais. Digitais. Isso, isso. E com a foto da pessoa e as pessoas acreditam que aquela pessoa tá conversando com ela. Miguel, tem gente que assina eh pornografia gerada por inteligência artificial, sabendo que é inteligência artificial. Então, mas é um cara falou uma coisa muito interessante a semana passada, um um programador desses, um cara sério. Esse cara é um cientista computacional sério, que eu sigo há muitos anos,
tal. Ele falou: "Agora eu entendi o apelo do chat GPT, não é o que todo mundo tá falando e ele é um cara que programa. LMs, ele é um cara do ramo, tá? Eh, eu comecei a ler psicologia, ele falou mais profundamente, conversei com cientistas que fazem, né, tal, não é o não é o chat GPT, é o ser humano que projetou para essa ferramenta todas as suas neuroses, a solidão, a a sua complexa inferioridade, a sua vida miserável de não conseguir atingir o que você quer ter na vida, porque o mundo é difícil, né?
O que o Schopenhauer falava, o mundo é só tristeza, a gente tem que extrair alguma felicidade do que der, né? E ele falou, honestamente, falou, o sucesso da penetração da ferramenta não tem nada a ver com a eficiência, a autonomia. Olha que coisa profunda. Eu nunca tinha ouvido um cara da área falar isso, tá? Eu já tinha essas ideias com meus amigos neurocientistas, mas eu nunca tinha ouvido um cara que trabalha Exato. E ele falou: "O sucesso é porque o sistema se transformou numa muleta emocional, numa muleta cognitiva. Então você não só delega decisões, você
delega a o pedido de auxílio, isso é verdade, isso é mentira", mas você delega a todo aquele vazio que o mundo moderno criou no ser humano. Porque você tá no no seu quarto na frente de um terminal e faz 50 anos que você não vê, sei lá, o seu melhor amigo, né? Você não vê o o No dia das mães, domingo, aí eu envio uma postagem de um cara falando assim pro chat GPT: "Ah, não falo com a minha mãe há 20 anos ou sei lá quantos anos, né, porque tiver uma desavença, o que eu
devo fazer?" para ela. Chat GPT respondeu: "Pega o telefone, meu filho. Meu, eu eu olhei para aquilo e falei: "Sério, né, pô, né, gente? Eu eu o título da minha coluna pra minha mãe, dedicado pra minha mãe, foi mãe é mãe". Porque e eu contei lá que um dia eu tava dando uma palestra em Tóquio, [ __ ] palestra daquelas, né, importante, tudo japonês, tudo sério. E eu malditamente esqueci de desligar o meu telefone. Tô lá introduzindo o tópico, né, um negócio super esotérico. Toca o telefone, dona Giselda. Falei: "Bom, atendi o telefone, avisei a
plateia". Não tem jeito, né? Eu falei: "Mãe, eu tô dando uma plateia, tô em Tóquio, mãe. A senhora não esqueceu do fuso horário, mãe." Ela falou: "Avisa para eles que mãe é mãe." Pronto, tá aí eu peguei o microfone, falei: "Minha mãe mandou dizer que mãe é mãe e tive que falar com ela 2 minutos até convencê-la, né? Meu, a plateia caiu, né? Os japoneses caíram." E aí eu lembrei desse episódio e escrevi uma, né, uma coluna em homenagem a ela, porque é um troço que talvez daqui algumas gerações ninguém entenda. Caraca, toda vez que
eu que eu converso contigo, eu saio daqui mais achando que fodeu, cara. Não, não, mas para para pensar, para pensar. A conexão mais, né? Eu brinco com ela que nós temos uma uma sociedade desde o intraútero, né? Hã, que o nosso cordãobilical nunca foi cortado, né? Porque ela é, ela lê a minha mente, eu estando no outro lugar do planeta, ela entende o que eu fiz da vida, ela, quando eu falei que eu imagina, estudei medicina, a família se reúne na formatura para descobrir o que que eu ia fazer, quem qual especialidade eles iam ter
de graça, né? Todos os membros da família. Eu falo: "Não, vou fazer doutorado e ser neurocientista". Foi o anticlímax completo, né? Como, pô, mas eu tô cheio de dor aqui, Mig. Eu pensei que você ia ser ortopedista, o joelho não tá funcionando. Foi um monte anticlíma que uma festa de formatura que eu já imagine vi na vida, né? Minha mãe vira para mim e fala: "Meu, vai lá, manda todo esse povo dormir e vai fundo", entendeu? Porque é isso que você tem que fazer, é isso que você quer. E foram as mulheres da minha família
que me apoiaram, entendeu? que falar ninguém sabia o que era ser cientista, né? Família Nicolés, mas ninguém tinha a menor ideia do que era isso. Médico já era o o suprassumo da Aí eu renunciei ao certo pelo incerto, né? Mas dona Giselda que viveu isso como escritora, porque imagine você ser mulher casada com juiz e querer ser escritora profissional nos anos 60, é frequentar o mundo, né, cultural de São Paulo, em tarde, noite de autógrafo, complicado pra família, foi muito difícil para ela. Foi. E eu ia junto. Eu e meu avô eram os companheiros. que
meu pai se recusava participar, né, da no começo, mas e aí eu e meu avô e minha mãe desbravou, né, todo esse mundo machista, todo esse preconceito mesmo de escritores, tá? Mesmo de homens aí conhecidíssimos, famosos, super machistas, né? E e eu me inspirei nisso. Eu me inspirei nesse exemplo de coragem, né, de resiliência humana, né, e foi ser neurocientista e fui decepcionar a família inteira. Mas aí eu fiquei pensando, meu, essa conexão que a gente desenvolve com pai, mãe, filho, pessoas próximas, né, amores, os seja os mais diversos, ela pode um dia não existir.
Ela pode um dia ela ser completamente eh eliminada do nossa, da nossa convivência cotidiana. Bom, a última fronteira é o núcleo familiar, então nesse sentido, né, que tá, né, convenhamos, né, tá sendo bombardeado em todas as direções, né? Eh, é só você ver a loucura do nosso querido Elomask, né, que tem um Arem, né, e tá montando uma cidade pro Arém dele, um compound lá no Texas, pros filhos todos morarem juntos, como se fosse o Ah, não sabia disso. É, sim. tá montando um palácio, né, do É, é que nem o palácio do sultão. Entendi,
né? É, [ __ ] É, é, ele ele não tem uma esposa, ele tem, né, uma um arém, um arém. Então, eh, é, é um é um o que o pessoal falava no final da Primeira Guerra Mundial, que foi um choque, né? Foi um grande choque no começo do século passado, porque de repente existiam armas eh de de extinção em massa, né? Gás. Ninguém tinha nunca visto você matar sem dezenas de milhares de pessoas no campo de batalha usando gás eh, né? Venenoso, né? Quando a Primeira Guerra Mundial acaba, os artistas, os filósofos em choque,
né, os cientistas, o próprio Albert Einstein, né? Eh, eles começam a questionar aonde nós vamos chegar, qual vai ser o destino da nossa do nosso humanismo, né? Porque 20 anos atrás nós estamos celebrando a Bella Epoc, nós estamos celebrando os impressionistas, nós estamos celebrando, né, Gut, um grande escritor alemão, né, contando que é o a que o humanismo nunca mais ia acabar, correndo o risco de acabar, correndo o risco de acabar a pilha, né? essa pilha que que mantém o espírito humano. Eu falo sempre, veja, maravilha que você pode pegar todos todas as pinturas do
Vanang e hoje gerar um quadro do que parece Van Gog. Se você olhar, você fala: "É Vanog". Tem a mesma paleta, tem a mesma distribuição espacial, o mesmo tipo de, né, de de pincelada, né? O cara vai lá e paga e fala: "Não, comprei, né? Ótimo. Não tem, não vejo problema de você querer usar a estatística e esses métodos para você reproduzir coisas que de gente que nunca mais vai poder fazer. Até o cara que fralda, que cria, acho que inventa e que finge que é um quadro original, tá perdendo emprego. Exatamente. Mas para para
pensar, quem vai ter o estímulo para ser um próximo Van Gog? Cara, ninguém. Da onde nós vamos tirar o próximo Gut, do próximo marchado? Vamos tirar o próximo quase qualquer coisa melhor, qualquer coisa. O Zico, né? Da onde nós vamos tirar o sexto ou sétimo maior jogador da história do Brasil? Tem o Ademir da Guia, Leivinha, tem o tem o Rivelino. Rivelino, se o Rivelino, o Rivelino nos ouve, que é meu grande amigo. Eu sempre, um dia eu tava no jantar com o Rivelino e o Oscar Olí, que veio aqui aquele dia, e o amigo
do Rivelino falou: "Pô, Rivelino, você foi demais, top five do mundo". Aí ele falou: "Top five". Top five é famoso quinto, né? É quinto? Eu falei não, eu falei não, ele foi top três, é Pelé, Maradona e Rivelino o Rivelino falou: "Esse menino entende futebol". Então, mas pensa bem, da onde nós vamos tirar esses caras? Da nós, da onde nós vamos tirar esses caras fora da curva que mudaram a humanidade? Os davintes, os Michelangelos, né? que a gente tá vivendo num lugar onde o a gente tá vivendo uma era que o médio é suficiente porque
ele é mais rápido e ele é quase e e ele gera uma um dinheiro de certa forma de algum em algum nível eh de forma fácil, com pouco esforço e rápido. Eu eu fiz um contraste, eu acho que foi no primeiro livro aqui que e eu não sei se eu eu vou achar é esse foi o primeiro livro que eu saiu aqui no Brasil meu, que é a história das interfaces cérebro máquina, né? Esse tá mais bonitão, né? Tem um tem essa segunda edição agora imagens. É, agora tá tudo encolorido, tal. Eu fiz uma análise
que foi muito interessante. Você pega a Ilía, tá? Do grande Homero, sei lá que se foi um ou vários, mas vamos chamar ele de Homero, vai. Tá? E você pega uma batalha de eh lá na guerra de Troia, onde morre um grego, tá? Um grego tá sendo assassinado por um cara de Troia, o ou Aquiles está matando um troiano. Meu, o cara gasta duas páginas para contar o que tá acontecendo. Uhum. o que vai se perder na história da humanidade, porque aquele cara é o filho de fulano, casado com Ciclano, que teve filho aqui, que
viveu nas planícies de Ática. Ou seja, cada morte na Elíada é tratada como uma tragédia irreparável, porque cada vida pros gregos era, como eu gosto de dizer, uma um livro que jamais vai ser escrito na história do universo, tá? Aí eu ponho do lado, na mesma citação do Homero, na guerra civil da Síria, a CNN anunciando o massacre, não sei quantas pessoas. Hoje, ah, em Alepo, 50 pessoas foram mortas. É isso. É isso. O número é 50. Elas são pessoas só porque tem que pôr a palavra, pessoas, para não dizer que foram animais, né? E
ninguém mais olha para isso. Mas foram 50 histórias de vida com pais, mães, filhos, netos que desapareceram. Potencial humano, né? Eu falo sempre isso, quantos quantos santos do Mon, né, nós perdemos porque na história do Brasil porque ou não havia oportunidade ou essas crianças não tiveram a menor chance de estudar, ou essas crianças não tiveram apoio, não tiveram nada, ou em alguns casos pereceram por doenças, né, eh, hoje que não precisavam perecer, né? Então, eh, essa essa contradição e é e é e é curioso porque é uma autofagia. Ah, é o ser humano criando ferramentas
para digerir o próprio ser humano. É, né? E e isso vem muito novamente o o Bergson fala muito disso, o Henry Bergon, esse filósofo francês. Hry, é, eu gosto, eu uso sempre o inglês, é Hry, tem toda a razão. Imagina, ele tá me batendo aqui. Ele era inimigo mortal do Bertron Russell que era. É, [ __ ] se odiavam. [ __ ] cara, precisa notar o nome desse cara. Joga uma caneta. Eu eu mando para você também. Eu mando e mando o livro. Tem, vale a pena. Ah, ele fala um negócio. A mente humana não
lida bem com a incerteza. Tudo que é aleatório é é angustiante pra mente humana. No momento que eu me deparo com o mundo onde quase tudo é aleatório, eu preciso criar uma narrativa. E a narrativa é a criação dos deuses, dos mitos, da mitologia, das religiões. Porque daí eu tenho uma história para contar como é, porque eu não eu não consigo acreditar que tem um barato que, né, um cometa que vem cruza o céu e passa raspando a terra. Da onde vem isso? O que que é o que que são o firmamento? aqui os sols,
as estrelas, né? Eu tenho que criar uma narrativa inteligível para que eu possa criar um padrão. A mente humana tem um buraco. O buraco é a incerteza. E para preencher esse buraco, para você não morrer de ansiedade, angústia e medo, literalmente, você tem que contar uma história, você tem que inventar uma história. E o cérebro é muito bom nisso. Então esse cara, ele foi pegar o Bergson, ele foi olhar as mitologias das tribos mais isoladas e você começa a achar coisas comuns que provavelmente vem desde a pré-história e foram passadas, né? Porque os os nossos
antepassados, diferentes de nós, saíram andando pelo mundo para preencher o mundo, né? E essas mitologias foram sendo reproduzidas com diferentes nomes, com diferentes, né, caracteres a ponto uma um fio central, um fio central que o nosso querido Jung chamava de arquétipos, né? Então o Bergson antes do Jung tava tava elaborando essa história e as coisas começam a fazer sentido do ponto de vista neurocientífico, tá? Nós começamos a parar, pensar que nós temos literalmente uma máquina neural de criar eh narrativas. São abstrações que conferem significado para a aleatoriedade e a e a crueldade, né, do mundo
natural. E tudo isso começa a se perder também, porque nós vamos eh receber como dádiva da civilização digital tudo explicado, tá tudo, né? Por o digital é isso, é, ele é zer e um. Ele é zer e um. Ele não tem graus de cinza entre o branco e o preto. Entende? Quando vê o computador quântico vai mudar um pouco de 0 para É. Não, ele vai, mas o computador quântico não funciona, né? No boa parte das 90% dos momentos ele dá pau e e ninguém sabe o que vai acontecer. Tem gente agora conectando e eh
organoes de cérebro, né, com chips, né, e com conectando para tentar criar um computador híbrido, né, que é muito interessante, curioso. E não é que aqueles organoides são cérebros em miniatura, eles não são. Eles são bolinhas de neurônios e organizados de uma forma aleatória também, mas eles produzem sinais elétricos, né? Então, o que que os caras estão fazendo? Eles estão criando um componente analógico. São milhares desses organoides em paralelo em série, conectado com o sistema digital e ver o que sai disso. Aham. Né? Ainda estamos na fase de ver o que sai disso. Estamos. Eles
mostraram que computa, que eles conseguem fazer computações básicas no Eu eu, por exemplo, antes da pandemia explodir, eu fiz um com o meu último aluno de de doutorado da Duke nós criamos um computador que era nós fizemos uma ressonância de um cérebro. Pegamos todas as conexões da parte motora, todas as vias e neurais, imprimimos em plástico, eh, colocamos metal em fio de metal em todas essas conexões e passamos corrente para criar um campo magnético que mudava de acordo com certos parâmetros que a gente que a gente alterava nessa nessa estrutura tridimensional do cérebro. É como
se fosse o arcaboço das rodovias do cérebro, tá? Tá? Nós não tínhamos neurônios, mas nós tínhamos todas as rodovias ou boa parte do sistema motor e computou. E o mais divertido é que a gente mergulhou isso num num líquido que mudava de forma com o campo magnético. Então a gente conseguia ver, era um ferro líquido, né? [ __ ] que legal. Então a gente conseguia ver as era uma caixa do tamanho de metade dessa mesa aqui. Só que na época nós não tínhamos nem dinheiro, nem a capacidade de imprimir o que depois da pandemia passou
a ser possível de imprimir tudo. Uhum. Não imprimir só uma fração, pegar uma ressonância e imprimir e imprimir direto em metal, que na época era muito caro, não dava para fazer, nós tinha que fazer a mão mesmo. E os caras estão seguindo essa ideia, né? Eu eu dei algumas aulas sobre isso, nem publiquei esse trabalho no final por causa da pandemia, né? Não deu tempo, mas eh agora os caras estão perseguindo essa ideia de é computação é totalmente analógica, tá? Você tá computando com cargas elétricas flutuando pelo arcaboo neuronal real de um ser humano. E
nós tínhamos imaginado que isso podia ser um método de diagnóstico. Hã, você podia estudar a dinâmica do de um do cérebro de cada um de nós, tendo uma ressonância, você imprimia e fazia a análise do do fluxo interessante de sinais neurais do do barato, né? Coisa de cientista. Mas o o pior de tudo é que os caras estão fazendo, entendeu? A beleza da ciência é essa. Você pode começar um barato, você nunca vai ver o fim. O fim vai ser feito por outras pessoas, né? Tu tava falando aí do do nosso cérebro, eh, que ele
tem o problema da incerteza, de lidar com a incerteza. De lidar com a incerteza. É, cara, a incerteza, mas a incerteza ela ela ela é, [ __ ] ó, como eu me sinto, toda vez que eu converso com alguém, toda vez que eu, vamos lá, se eu acredito em alguma coisa firmemente e e eu já descobri que eu que acreditar firmemente em alguma coisa é muito difícil por causa das experiências que existem no planeta e sobre e por causa dos pontos de vistas que as pessoas têm sobre aquilo que eu acho Vamos lá. Eh, por
exemplo, um troço fácil aqui. Deus não existe. Aí vem 15 cara com um ponto de vista diferente, desafiando o que eu tô dizendo, que é Deus não existe. E aí, quanto mais eu sei, quanto mais eu acho que eu sei, quanto mais eu estudo, quanto mais livro eu vejo, quanto quanto quanto mais eu me preparo para conversar com o Miguel, Nicoleres, etc., mais eu fico, meu irmão, não sei nada, cara. Mas eu eu vou chocar você. Então agora Deus é como o dinheiro. É uma criação da mente humana. Você não vê nenhuma formiga trocando moeda,
passando cartão de crédito, fazendo ps porque o sistema nervoso de um inseto não é capaz de abstrair. Ele tem ele tem instintos. Eles vivem sem a mínima noção de que eles são indivíduos. Para pensar. é um coletivo orgânico, é uma brainet, pela definição que eu uso, que funciona a base de instinto para manter o coletivo e manter aquela rainha lá que vai permitir que você tenha a próxima geração e a próxima a ponto de, né, a o zangão some, né, ele reproduz, pum. Uhum. O coletivo é um é um supracérebro, é como se fosse uma
entidade, mas ele não abstrai, tá? Ele não cria abstrações. Nós, e antes de nós, talvez os nossos amigos, alguns dos nossos amigos primatas superiores, né, mas nem os mamíferos também não, nós temos essa capacidade de criar uma realidade não tangível. Aham. Nós conferimos um valor maior à vida humana a um pedaço de papel. Com certeza. Não é? Tem gente que assalta para Tem gente que mata para roubar a própria mãe, o próprio pai, né? Então, nós criamos uma abstração que tomou conta da narrativa das nossas vidas. Aham. É Deus. Vem no mesmo lugar. É, eu
usei Deus só como exemplo para Mas eu só tô te dando uma uma uma grau de comparação, entendeu? Eu antigamente falava a mesma coisa. Deus não existe. Hoje eu já mudei. Eu digo, é, Deus existe na nossa cabeça, nas nossas cabeças, tá? E veja bem, a noção do Deus que nós conversamos, o Deus monoteísta. né? Ou católico ou hebraico. Espinosa. É exato. O Einstein falava isso. Eu já eu já sou ainda um pouco mais radical. Eu gosto dos mongóis, eu gosto dos gregos, como fala o próprio meu favorito filósofo agora, Bergson, os gregos criaram deuses
que eram a imagem deles. É o oposto. A gente aprende na na nas imagens de Deus. Não, os gregos criaram os caras que viviam como eles, faziam merda, faziam merda, desciam do Olimpo para namorar, namorar, roubava a namorada do outro deus, brigava, as mulheres disputavam a guerra de Troia, né? Quem é a mais bonita? Meu, o cara pegou a mulher errada, o pobre mortal pares lá, cometeu o erro cabal, soltou a guerra, entendeu? Então, os gregos eles olhavam pros deuses como quase como uma projeção, um ensaio do que é ser humano. E os deuses são
isso, Juseus, Atenas, todos esses caras, Afrodita e tal. Os mongóis nem isso. Pros mongóis era, né? Era o céu, era o grande céu azul, era analógico completo, não era um trompomórfico, não era um cara de barba lá, né? Aham. Agora o isso foi evoluindo, essa essa descrição de como explicar o o aleatório, as nossas mitologias foram se destacando do mundo natural, foram, né, deixando o mundo natural para lá e eles foram ficando cada vez mais antropomórficos. Aham. E cada vez mais, como dizia o o Richas, né, o um escritor americano que faleceu uns 10 anos
atrás, eles foram cara ficando cada vez mais vingativos, cada vez mais, né, autocráticos, né? Se você não fizer isso, eu vou te punir, né? Isso não existia nos deuses da antiguidade ou nos mitos da antiguidade. Para você ter uma ideia, nas na na pré-história e na na vida anterior, as civilizações, como a gente conhece do Neolítico, os deuses viviam nos rios, nas florestas. Eles eram entidades eh do mundo natural, né? O trovão, o raio, né? Que eu eu vejo muito mais poesia nisso. Eu vejo eu, né? Então, os deuses saíram daqui. Eles saíram daqui, mas
eles tomaram conta de nós. É o que tá acontecendo com o mundo digital. A analogia é muito parecida. Entendi. É, é uma religião, entendeu? É, e é algo que dá, é algo que preenche. Bom, o que você tá dizendo é é que é a gente, o jeito como a gente lida com essas coisas hoje, ela ajuda a nos a preencher a incerteza que a gente tem. E e é quase como uma divindade, como a gente não sabe como funciona, 99% da humanidade não sabe como isso funciona, sabe como isto funciona, como a internet funciona. Parece
Zeus. Aham. Entendeu? Parece o cara lá no Monte Olimpo decidindo a vida de todos nós, né? Eh, entendi. E e e o que é curioso é que se você for olhar a mitologia, né, lê um pouco da mitologia, os relatos que a gente tem que sobreviver, o Gilgomish, que é a história da Mesopotâmia, que é o grande herói da Mesopotâmia, que é anterior a Elíada, tá? É tudo muito parecido. É o desafio de matar um monstro. É o desafio de sobreviver as calamidades e é o desafio de produzir algo onde você é imortal. Porque qual
é o medo essencial do ser humano? A morte, o fim, né? Eu falei isso ontem porque eu tinha acabado de ler o outro livro do Carl Seagan, que é maravilhoso, é um dos caras mais sensacionais que eu já vi na minha vida profissional e literária, né? O Calse fala o seguinte: "É, a gente vai no jardim, a gente vê aquela borboleta maravilhosa morrendo, né, nas flores lá, no último suspiro, a gente fala: "Que judiação! Uma borboleta tão maravilhosa, uma vida de uma semana, né? Aham. Que tragédia! Ela nunca teve tempo, né? Aí ele fala para
falar: "É, lá em cima nos no cosmos, os deuses olham para nós e falam: "Olha os caras lá". Porque no frigir dos ovos, na escala de tempo do universo, nós somos só borboleta, entendeu? É. E nós não paramos para pensar nisso. A gente desperdiça a vida inteira achando que, né, nunca vai chegar para nós o o fatal momento. Como me perdoe, não sei se cientista pode falar palavrão. Pode, pode com merda, né? Perdendo o tempo com um monte de absurdo, com um monte de, né, de preconceitos, de bobagem, né? e acreditando que essas coisinhas que
a gente não entende como funciona vão nos salvar. Então você vai na rede e o cara fala: "Não, nós vamos para Marte". Eu tiro maior sarro do cara ali no livro, é sensacional. No meu livro ele, a nave dele perde o rumo porque é fabricada pela Tesla e ele vai parar numa órbita permanente de IO, tá? A lua de Júpiter, entendeu? E fica lá. Que merda, hein? É. E a única saída para ele sobreviver, ele participar de um reality show da Eslovênia, não, da Lituânia, perdão. Então é o que sobrou. Entendi. Mas então os caras
ficam falando: "Não, vamos para Marte, vamos gastar 30 trilhões". Isso é mais ou menos, tá? Isso é a estimativa mais baixa para ir para Marte, um lugar que não tem nada gelado, né? eh, radiação cósmica totalmente aberta, porque você não tem proteção nenhuma, sendo que esse dinheiro se usasse para salvar o que o que ainda dá para salvar do planeta, né, desse planeta absolutamente único que é o nosso, né? E isso isso não cruza, isso não cruza nossa mente, porque nós estamos mesmerizados, nós estamos hipnotizados pelo Deus digital, entendeu? Que substitui os eus ou os
outros deuses que já existiram aí, né? é o argumento, o argumento de vá, a gente vai pra gente chegar lá em Marte, a gente precisa de uma monte de tecnologia. Isso impulsionaria a gente para para uma nova eh novas possibilidades, porque coisas precisarão ser inventadas para que isso aconteça e tudo mais. É um tanto verdade, porque várias o o vai e pra Lua ajudou a gente como humanidade. Não, não ajudou não. Eu não tenho problema nenhum de mandar um um cristão que queira morrer com a radiação lá para Marte e conquistar por a bandeirinha do
Palmeiras. Não tem problema nenhum. O problema é outro dia o cara virou e falou: "Não, nós temos que ir para o mesmo cara, nós temos que ir para Marte porque o Sol vai expandir e vai queimar a terra". Bom, primeiro que vai levar bilhões de anos para isso acontecer. Segundo, se queimar a terra vai queimar mar também. Então nós temos que ir para fora, temos que é, não, tudo bem, exploração espacial não tem problema nenhum. É maravilhoso. Eu sempre fui fã disso. O problema é você vim com essa essas mensagens messiânicas. Então, parece um Messias.
Uhum. Anunciando, ó. E quem vai? Quem vai poder ir? Não vai ser eu e você. Não vai não. Quem vai poder? Você não vai poder transportar 7 bilhões de pessoas. Não tem a menor nem nem 1 bilhão, nem 100 milhões. Vai ser uma fração ínfima que vai ter condição de chegar nos nos próximos 100 anos, né? Nós temos problemas muito mais urgentes para resolver. Mas essa racionalidade, ela sumiu do discurso. Ela sumiu do discurso porque ela não vende, porque o público, o público foi condicionado por causa disso aqui também a pequenas doses de dopamina, entendeu?
Pequenos prazeres que duram alguns segundos. Por isso que as pessoas ficam o tempo inteiro, o tempo inteiro rodando de notícia em Eu já parei para pensar nisso. Por que que você fica rodando de postagem em postagem, sendo que boa parte das postagens não tem, não adiciona nada. Não adiciona nada. É a busca da novidade, é a tentativa de encontrar algo, né, que vai te dar um plus, né? E a própria ideia de que, pô, a gente tá tentando ir para Marte como humanidade, talvez traga também uma sensação de olha o que que a gente tá
fazendo como humanidade. Porque assim, se você for ver o o dia a dia das pessoas em geral, eh, ele é meio que tomado por coisas que a gente, putz, ou tu tá trabalhando, ou tu tá escrollando ali, pouca interação social, não sei o quê, tu fica meio putz, o que que tá acontecendo? O que que eu faço? Para que que eu sou útil? E e quanto menos tu pensa nisso, melhor, porque eh aquele lance, pelo menos, para mim, foi eh começar a pensar nessas questões, porque assim, teve um e a maior parte da minha vida,
eu tava pensando em como é que eu vou pagar o meu próximo aluguel ou se eu vou conseguir comprar comida pra minha família amanhã e tudo mais. E e quando quando eu consegui parar para pensar nas questões da vida mesmo, putz, isso é meio para um cara que chegou nessa história agora, é meio é meio desesperador e fico procurando um caminho o tempo inteiro para meio para eu me ancorar, meio para eu ter uma muleta de certa forma. Mas você tocou no ponto crucial que é quando os os overlords da Big Tech vem e falam:
"Nós vamos substituir todo mundo, nós vamos subir todos os empregos, vamos automatizar". como o cara falou ontem, o o objetivo não é automatizar parte do do trabalho, é automatizar todo o trabalho. Na realidade, isso é uma proposta ideológica, política. É uma tentativa de desvalorizar o trabalho humano para chegar numa mesa de negociação e falar: "Ó, você é um mecânico sei lá do quê, engenheiro mecânico ou você é um trabalhador X. Ah, se você não aceitar o que eu tô disposto a pagar para você, eu põe um robô. Robô, eu vou gastar nada, entendeu? Então é,
e pode ser que não, nunca vá acontecer, nunca vai ser substituir, né, a fração do trabalho. Boa parte dos vídeos de robótica que você vê são todos fake, tá? São vídeos em que tem um operador ali operando o robô. O robô não tá autônomo ali correndo, dando pirueta, fazendo aquele barato. Tem um cara com dois joysticks controlando os movimentos do robô. O robô não tem aquela autonomia por si só. Ele não tem essa agência dele, tá? Isso engana todo mundo que não conhece, né? Mas no momento que você fala que um robô vai poder substituir
você em qualquer coisa, você literalmente introduz na mente do, não só daquele indivíduo, mas de toda a sociedade, que nós somos inferiores, nós nos transformamos numa subespécie e que tem uma espécie superiora. Aí o cara fala: "Não, mas nós vamos substituir o trabalho, todo mundo vai ter lazer, todo mundo vai ganhar um salário paraa subsistência". Quem vai decidir qual vai ser esse salário? Em em nas mãos de quem vai tá a decisão de quanto eu e você precisamos para sobreviver? É, né? É isso que ninguém para para pensar, porque o que nós estamos vendo nos
Estados Unidos, por exemplo, é a clara projeção de um modelo autocrático, né? Onde você tem a Big Tech, o Big Capital, né? Agora o Big Oil, né? que foi ontem que aconteceu, o show da lá do nosso querido amigo se unindo para decidir como manda no lugar e põe um puppet lá, põe um qualquer um idiota qualquer que fala qualquer besteira, né, que consegue eh mentir o tempo inteiro, continuamente, né? O preço do ovo dobrou nos Estados Unidos desde a eleição, a a o mercado de ações capotou. A economia americana pode entrar em recessão a
qualquer momento, porque o cara continuamente mente sem nenhum nenhuma consequência, porque a mídia não questiona, o Congresso não questiona. Então você tem no país que tem no hino nacional, né, Land of the Free, você tem a, eu sempre falo, tô brincando com meus amigos americanos agora, falei: "Meu, vocês tinham que ter me telefonado, eu ia contar para você como esse filme". Eu já vi esse filme algumas vezes, já vi desde a minha infância, chama golpe, né? Eu vou te contar como acontece aqui. Hoje é meio diferente, é mais sofisticado. Tem o cara que vai paraa
Marte lá vendendo foguete que explode. É uma pena que essa canta aqui, né? Ô, mas o Elon Manch, ele ele ele tá ele entrou numa há um tempo numa fria, há um tempo atrás, ele falando: "Cara, temos que dar uma segurada nas inteligências artificiais". É, mas mas é que o argumento dele é que elas poderiam eh bom, não sei se é, mas ele tem uma empresa, né, de inteligência artificial. Então, e ele tava disputando com o Altman, né, porque ele tem uma briga lá, é o inimigo público número um dele, né? Ele queria segurar a
onda dos caras para ele poder dar, isso, para dar tempo dele fazer o Mas nada de bom sai desse cara. Nada, nada, nada, nada. É, é, é incrível que ele tem admiradores no, num país como o nosso. É, é, é triste porque este é, este é ele, ele queria ser o Tony Starks, né? Ele adora dizer que ele é o Tony Starkes, mas na realidade ele é aquele, eu tô bloqueando o nome, o personagem do Superman, o como é que chama mesmo? [ __ ] o Lex Luther. Lex Luther, boa. Que foi o Jenny Hackman
que fez no cinema. É isso mesmo. É o Lex Luther, entendeu? E isso é muito assustador porque assim, além dele ser muito poderoso, muito rico, etc, etc., ele tem muita influência a ponto de gerir um um um departamento estatal dos Estados Unidos. Não, aqui é é inacreditável. Inacreditável que aconteceu. Ele ele penetrou em todos os os bancos de dados mais secretos dos Estados Unidos do PR do banco de dados do imposto de renda, que é a coisa mais absolutamente sigilosa que existe nos Estados Unidos junto com o Pentágono, CIA, tal. Mas enfim, e ninguém sabe
o que aconteceu, porque a desculpa que era para achar fralde, achar isso. O New York Times toda manhã na primeira capa vai lá e fala: "Mentira, isso aqui não, esse contrato já tinha terminado quando vocês disseram que vocês extinguiram e economizaram dinheiro. Ele nem mais existia". Ou seja, ele tinha prometido cortar 1 trilhão ou 2 trilhões do de dólares do orçamento americano, ele não cortou 20 bilhões, entendeu? E se é que ele cortou, porque até isso tá sendo questionado. Então, quando deram acesso pro cara lá levar o filho no salão oval e o filho xingar
o presidente dos Estados Unidos, meu coisa, cara. É, é por isso que eu digo, meu livro virou virou um ensaio jornalístico, né? Mas assim, aí aí voltando lá naquele papo que a gente tava no começo do kit do vai do ser humano, pessoa, aquilo que é 300.000 1 anos atrás. Agora a gente tá mais ou menos na mesma, no mesma, é o mesmo, o mesmo equipamento. Eh, uma pra gente, pra gente você acha, bom, é aqui no teu livro tem aqui o lance do Brain Net e tudo mais e e tem o lance do Elon
Muskuralink e tudo mais, né? Eh, eu já sei o que que você pensa sobre isso, mas você acha que isso que que existe um caminho? A gente consegue criar, fazer a nossa própria evolução? Tipo, nós e é não, mas esse é o ponto. Nós estamos eh o celular já é meio isso, é um cérebro na minha mão. Isso. Nós estamos criando pressões evolutivas. pela primeira vez na história do planeta Terra, existe uma espécie que tá sem, eu não diria sem querer, mas ela tá literalmente interferindo no processo de seleção natural, porque ela tá criando pressões.
Por exemplo, daqui algum tempo, uma pessoa que não consiga entender como funciona o barato desses vai passar fome, vai, não vai sobreviver, não vai reproduzir, não vai passar o seu DNA. Então você você tá selecionando, né, uma casta eh de seres humanos, você tá criando uma pressão que vai alterar, é como antibiótico para bactéria, tá? Você põe, tem uma colônia de vários tipos de bactéria, você joga o antibiótico, aquelas que não são resistentes vão morrer. Quem vai se reproduzir? Só a bactéria que resistiu à aquele antibiótico. Aham. A seleção natural é uma sequência infinita desses
eventos. E nós agora há muito tempo, não é de agora, estamos criando essas pressões com a poluição atmosférica. com mercúrio no rio, com alteração dos alimentos, né? E alteração climática, alteração climática. Nossa, tem aqui também no livro, tem os os vírus que estão surgindo novos que estão vindo da, né? Outro dia caiu uma geleira lá no, não me lembro se foi no Polo Norte ou na Antártida, 300 novos vírus que ninguém nunca tinha visto estavam lá no meio da do gelo azul lá. É impressionante, né? E só que isto aqui, isto aqui tá criando uma
pressão que nunca ninguém se imaginou que porque é rápido e é extremamente difuso. Aham. Atinge todo mundo. Então eu tava notando hoje vindo para cá um que é o trânsito de São Paulo para atravessar a cidade de São Paulo lá é meio longe e você consegue olhar longe, parar e olhar o que tá acontecendo no passando no centro de São Paulo, certo? Que é uma região da diríamos assim, né? As pessoas andando com o celular encaixado no fone de ouvido, as pessoas andando com o celular aqui pendurado, as pessoas andando. Eu não vi uma pessoa
sem um celular no trajeto inteiro daqui. Não existe mais assim, a menos que tu realmente não consiga ter um celular, o que assim, já tem um monte de celular também que é barato que tu consegue se virar, mas em geral para você funcionar na sociedade tem que ter um celular. Então, mas eu sempre faço esse trajeto parecido e eu sempre olho e é a primeira vez que de lá até aqui, da zona oeste até a zona leste, eu vi uma sequência interminável de pessoas com isso em diferentes posições. É como se fosse, é claro que
já é parte de nós. O cérebro já assimilou isso aqui como parte de nós. Por isso que se você deixa isso num lugar sem querer e na sua casa né? Aliás, saiu um trabalho falando que na média os americanos não ficam 5 m de distância do seu celular, tá? Ao longo do dia. Se você esquece, põe no lugar, esquece, bate o pânico, porque a sua vida tá aqui, né? O contato com seus amigos, seus parentes, tal. Então isso já foi assimilado. O cérebro já assimilou isso aqui como uma extensão do nosso ser. Aham. Então, quando
a gente tá conversando com alguém que tá do outro lado do planeta pelo pelo WhatsApp ou pelo Zoom, tal, essa aptidão já tá já é considerada como for granted, né? Já é um troço, tá dado. Tá dado você agora tentar remover é como você amputar, é como você fazer uma amputação funcional, tá? É, é, é um, você vai ter uma síndrome de abstinência desse barato que já é conhecida, né? A síndrome de abstinência digital. Então, nós estamos criando pressões seletivas para as futuras gerações. E nós que somos essa geração intermediária, Aham. entre analógico, puramente analógico
e digital, ah, vou dar um exemplo. Eu tenho, eu gosto de, de ouvir vinil, né? Gosto tem uma vitrola, que é meu melhor aparelho tecnológico, onde eu ponho Pink Floyd original, vinil. Tem gente que não consegue ouvir por causa do ruído do vinil. Tem gente que se sente mal. Se se você não puser o CD ou a música digital num desses aplicativos, a pessoa não não se sente bem com aquele com aquela estática do estúdio de antigamente, né, que não era perfeito, né, e é analógico, é uma ranhura, né, que tá lendo, sendo lida. Então,
nós estamos mudando a nossa percepção, nós estamos mudando a nossa cognição e mesmo sem saber o que a inteligência é, nós estamos interferindo com ela. Então, a ironia do mundo atual é que na ânsia de brincar de Deus e criar uma inteligência artificial, nós estamos destruindo a que funciona, que é a natural. Estamos mesmo, estamos contribuindo pra compressão dela. Eu, eu uso um gráfico onde eu mostro que esse uso é uma pirâmide invertida. Hã. E quanto mais, quanto mais imersão digital você tem, a pirâmide, você vai chegando no ápice, no pico dela invertido. Por que
invertido? Porque aqui no topo estão as funções cognitivas naturais, intuição, percepção, inteligência, criatividade, né? A medida que você vai penetrando, é, é o outro estudo que eu vi anos atrás, as empresas de arquitetura em Nova York começaram a usar sistemas digitais para criar suas seus projetos, só que de repente tudo ficou igual. Não interessa que que empresa você fosse, os prédios pareciam iguais, entendeu? E e os clientes começaram a reclamar: "Meu, parece tudo igual". É, todo mundo tava usando o mesmo programa. Aham. Isso só vai piorar, né? É isso. Isso, isso tem isso. Agora, isso
acontece agora num nível mais num assim, num nível muito mais baixo. Então, vamos lá. Eh, que nem você tava falando lá que os alunos, tá difícil dos professores perceberem eh o que que os caras tão fazendo, mas assim, pouca coisa, não dá para sair um troço genuinamente novo ou disruptivo de uma de um de um de um sistema do do chat EPT, por exemplo. Foi o que o foi o que média, não, ele é a média do passado, por isso que eu sempre falo, né? é construir um futuro sem futuro. É um futuro baseado no
que já aconteceu. Então você não vai conseguir criar novos escritores, novos pensadores. Você vai renunciar à inovação. É o oposto da mensagem que é dada para nós. É verdade, né? Porque ah tudo tá sendo equacionado por um único parâmetro. Isso é muito curioso. Quando você pede para uma rede neural, artificial, maximizar um parâmetro, ela vai maximizar o parâmetro. Então você fala o seguinte: "Eu quero aumentar a produtividade da minha do meu negócio. Esse é o parâmetro". O que que o sistema vai fazer? Ele vai procurar todos os caminhos que aumentem a produtividade. Se isso significar
matar alguém, roubar alguém, violar patentes, o sistema não foi programado para ter ética. Ele não entende o que ética. Esses sistemas não têm consciência, eles não têm nenhum tipo de moral, eles não têm nenhum tipo de pela própria natureza deles. Pela própria natureza. Quando o grande disserviço que o Comitê Nobel de Física fez, foi dar o prêmio Nobel para um dos caras malucos da área, que é o o Hinton, né? é um doido varrido que diz que as redes neurais dele tem sentimentos, pensam consciente. Não, ele fala isso há 30 anos, eu conheço o cara
assustador e nunca ninguém nunca podia imaginar que esse cara ia ganhar o prêmio de física, né? Porque e os físicos ficaram destroçados, né? Mas enfim, o cara ele ele projetou, ele entopromoficou a as redes neurais achando que elas são, tanto é que ele é um dos defensores com um grupo de gente que agora nós temos que discutir os direitos eh do do chatt como como se fosse um ser humano. Eles têm direitos, né? Imagine. Então, quando você pede pro sistema maximizar um output, ele vai maximizar, ele não vai medir consequências. Se ele tiver que demitir
90% do dos carteiros para o a o correio ter o lucro, mesmo que o problema não seja a existência de 90.000 carteiras, ele vai lá demitir os carteiros. Então, como a sociedade inteira foi otimizada ou tá sendo otimizada com esses últimos, esse único parâmetro que é um parâmetro, vamos dizer, financeiro, lucro. Ah, eu quero ter lucro. E você tá usando a inteligência artificial para decidir como você vai a o caso mais estuporante é seguro saúde americano. Tem várias empresas estão usando agora sistemas como o chat GPT para decidir se eles vão cobrir a sua conta
médica, tá? Mesmo você pagando o barato privado. Só que assim, qual que foi o parâmetro que a empresa eu quero ter o máximo de lucros para dar o máximo de dividendos pros meus investidores, tá bom? O cara vai matar a gente. Aham. O sistema vai negar. vai negar fisioterapia. Você falou do seu colega, teve um AVC nos Estados Unidos você não consegue pagar pelo fisioterapeuta, tem que sair do seu bolso. Depois de um certo número de semanas pode esquecer. Só que fisioterapia para certas condições, você precisa de um tempo muito maior. Ex. Enfim, esse sistema,
se eles tomarem conta do processo de decisão que anteriormente pertencia a só nós, onde se tem um grau de empatia, um grau de solidariedade, tinha-se, né, um grau de humanismo, né, mas ainda ainda que tenha reduzido todos esses graus ainda, ainda é maior, muito em cima somos humanos ainda, ainda exato. Ainda existe, ainda existe, mesmo que seja isso na máquina, não tem isso, né? Aí eu pergunto para você, onde além de nós aqui e alguns outros debates acadêmicos, onde você vê esse debate acontecendo publicamente? Não, assim, na verdade, o que acontece em geral é é
a vai os o o chat EPT e as inteligências artificiais, o cara que cria uma imagem, a o o a ferramenta que cria uma imagem ou que cria um vídeo e facilita o teu trabalho nisso aqui. Isso aí é indeusado, na verdade. Essa é a solução dos nossos problemas para valer. Eh, quando na verdade a gente tá gerando mesmo uma a galera que sem empatia, sem E eu vou te dar outro dado que ninguém deve ter e para você rodar esses sistemas. Você precisa de centenas de milhares de chips da Nividia rodando nesses data centers
gigantescos, tá? Cada um desses data centers hoje em dia consome eletricidade e água, equivalente a uma pequena cidade. Então tem cidades no Arizona, no Texas estão ficando sem água e sem luz e estão querendo chutar esses caras para fora. Aí sai ontem um artigo no Guardian mostrando que a Microsoft admitiu em 2023 ter 43% dos seus data centers localizados em áreas onde falta água pra população local, tá? Então, eh, são monstrengos, né? Evidente que você precisa de data centers para processar todas as informações, e-mail, cloud e tudo. Só que o a ênfase hoje em dia
são nos data centers de inteligência artificial para rodar e treinar esses modelos com trilhões de dados, muito mais assim, muito famintos de energia água. Famintos de energia e água. Então, ontem a Guardian soltou um relatório enorme, quem quiser eu recomendo ler no site deles, mostrando que existem planos de construir centenas desses data centers. Tem até ministro brasileiro indo implorar para trazer para cá, que eu acho um absurdo completo. Em áreas desérticas, em populações que não t água, na Espanha, no Oriente Médio, eh na África, em regiões onde quem tá morando lá já sofre com problemas
de eletricidade e água. Se você puser um barato desses, você vai acabar, né, com com a com o suprimento natural para quem mora lá, né? Então, é como se fosse uma invasão, é como se fosse o o imperialismo digital, tá? Você não pode mais fazer nos Estados Unidos, né? Porque tá tendo resistência, as comunidades estão passando, as cidades estão passando leis locais proibindo os prefeitos de atrair essas coisas, né? porque gera muito pouco emprego, é um número muito pequeno de pessoas, mas tem um impacto ecológico ambiental enorme com retorno zero, porque esses caras vêm com
eh isenções fiscais. A cidade não ganha um dinheirão, né? Não ganha um recurso financeiro como se propagam por aqui, né? Eh, então você tá tendo é é quase que uma invasão digital agora física, né? Com consequências que ninguém para para pensar, né? Porque e ah, porque eu quero falar com o chat EPT. Exato. Eu quero, eu quero, né, pedir pro chat EPT fazer o meme da, do meu primo, né? Eu tenho um monte de primo, teria que fazer um monte de meme, mas o mais incrível é isso, é a autofagia humana. Eu não é nem
mais e só ganhar dinheiro. Sem querer nós cruzamos aquele aquele aquele ponto, aquela linha no chão, né? eh que nenhuma espécie a que nós conhecemos pelo menos jamais cruzou, que é quer conspirar contra si mesmo, tá? Você não vê baleia eh contribuindo pro fim dos oceanos, você não vê lobo e matando assim, né, os seus companheiros de caçada, pelo contrário, eles eles dependem daateia para sobreviver. Então eles, né, eu não sei se você já viu essas coisas, quando a loba da luz, a matriarca da da Ocateia, os lobos caçam em golem. rapidamente, sem devorar a
carne para voltar para perto da loba e vomitar para ela poder comer sem ter que caçar, porque eles sabem que a loba tá gerando, né, membros que vão no futuro ajudar a sobrevivência do grupo, né? E nenhum lobo consegue dizer que ele é um indivíduo. O lobo não, talvez o nosso grande problema seja a gente ter percebido que nós somos indivíduos, né, no fim da escola. Esse é um, é maravilhoso. Essa é uma conclusão, uma das conclusões de de um sociólogo muito famoso que fala exatamente isso. Num, numa natureza, num mundo natural onde o coletivo
imperou por bilhões de anos, nós tivemos a ideia de que indivíduos é que reinam, entendeu? Nós temos que ter, né, o individualismo ao limite. Eh, claro que os o tipo de cérebro que nós temos, o tipo de cognição que a evolução gerou leva ao a nós nós nos reconhecemos como indivíduos. Então isso já é o, né, o começo do do problema. Mas você não precisa levar no limite, né? Você não precisa, porque você que traz um data center para uma comunidade. Vamos lá. Vamos. Eu vou eu só tô da minha cabeça, tá? Você vai no
interior da Bahia, no semiário do baiano e você põe um data center lá, onde já não tem água, onde já tem uma série de problemas ambientais. O que que você vai ganhar com isso? Você não vai ganhar, a Bahia não vai ganhar, a cidade não vai ganhar, porque os dados vão, os dados nossos vão lá pros servidores das empresas americanas da Bigtech. É isso que eles querem. Eles querem os nossos dados. Ah, o número de empregos gerados é nada, é uma merreca, tá? E a infraestrutura não vai ser usada pro desenvolvimento do país. Nós podemos
criar o nosso sistema digital, o nosso backbound digital nacional brasileiro, e aí distribuir como a China tá fazendo, por exemplo, que foi o que a Deepsic fez quando eu tava lá na China em janeiro, né? Foi um choque. Eu tava em Pequim no dia do anúncio. [ __ ] foi um AE, né? Foi um A impressionante. Eu tomei um, é, é como eu falei que eu tive o meu momento Sputnck. Ah, quando o Sputnik foi pro céu, né, ninguém esperava, né, que a União Soviética pusesse um satélite e ele fazia blip blip blip e os
radioamadores, as antenas começaram a detetar. E os Estados Unidos entrou em pânico, né, porque achou que o próximo satélite era ia ter uma bomba atômica, tal. Eu tive um momento Sputnique no hotel em Pequim no dia do anúncio, porque os caras gastaram uma merreca de dinheiro, não usaram chips mais modernos que até prova em contrário. Uhum. usar o mesmo método de usar os dados, né? Copiar os dados, dizem, né? Eh, abertamente da Open AI, né? O ladrão reclamando do ladrão, que a Open começou a reclamar deles. Só que eles não fizeram o sistema de fechado
cobrando, é tudo open access. Eles demoliram o modelo de negócio da Big Big Techs, tá? Demoliram. Nó na China eles e não tavam lá, eles não podiam usar o chat apt deepsic. Eu não sei se eles têm acesso ao chat EPT. Eu sei que a inovação é um bando de menino, nunca saíram do país, todos formados na rede de eh universitária americana, não tem doutorado, tá? O sistema educacional chinês deu uma demonstração clara de que investir-se em educação de alto nível paga o preço. Você paga o preço, né, tranquilo. Eh, em uma geração você tudo
que você investiu, você recupera rapidamente, né? E eles, algo que todo mundo falava, não, os chineses não vão fazer, não vão fazer, não vão fazer, eles inovaram de uma maneira, foi cataclismática, entendeu? É como você chegar e falar: "Olha, vocês têm uma indústria de aço cujo business plan é X?" Eu inventei um aço que eu faço de areia, entendeu? Custa uma merreca. E eu não preciso de data center desse tamanho, eu não preciso dos seus chips que vocês não querem vender para mim. E eu não vou nem vender, eu vou deixar open access, todo mundo
vai usar. Na semana seguinte, eu ainda tava lá, 10 empresas chinesas soltaram os seus modelos, tá? Próximos do deepic. Ou seja, não tem como você fechar, fazer o modelo da Opena Aa, os modelos chat GPT, todas essas coisas, você não vai conseguir competir com os caras. E foi isso que que os chineses mostraram, tá? Agora nós nós vamos reinventar a pedra que já não deu certo. É, reinventar a roda, perdão, que já não deu certo. Por quê? Tem gente competente aqui para fazer o nosso modelo. E se qualquer coisa vai falar com os moleques do
deepsic, né? Para que nós temos que ir lá, né? Mas a gente a gente teria que ter a gente teria que ter começado muito tempo atrás também, né, Miguel? Mas tem, mas tem esse debate. Esse debate vende anos. Vende anos. Tem pesquisadores aqui no Brasil já discutindo como o Brasil vai criar o seu modelo digital há anos, mas ninguém dá ouvido. Todo mundo acha que sabe mais do que todo mundo, né? Tem gente que aqui pensa que é oráculo, né? É, né? Pode falar, põe em nome de todo mundo e e de repente solta notícia,
não, vamos trazer data centers pro Brasil. Como a Oi, tá todo mundo mandando os caras embora. Eh, vai lá falar com os caras no Texas, ver o que eles estão achando do do data center da Amazon lá na vizinhança deles. É, é como se fosse enclaves, você entende? E tem os malucos lá também que querem criar os seus países próprios em ilhas lá no Pacífico, criar um país para eles que não tem imposto, não tem nada. Ou eles querem acabar com o que a gente chama do Estado nacional. Abertamente. Agora os caras estão falando isso
abertamente. E esse debate não entendi. Ele não chega na na sociedade, ele não é uma questão, né? Tipo, os caras tão só em, é, é como se fosse um trator levando e o e a gente meio que não discute quais são os impactos do que ele deixou de rastro. Então, quando o Trump começa a cortar o dinheiro de pesquisa das univers porque isso é outra coisa que ninguém conhecia no Brasil, que eu eu me lembro que eu contei para você aqui uns dois anos atrás, toda pesquisa pura, básica, essencial dos Estados Unidos era feita em
universidades privadas com dinheiro público. Tu falou, falei com dinheiro federal. Nenhuma universidade funciona eh para pesquisas grandes, né, Duke, Princeton, Harvard, sem dinheiro público. E era essa, esse é o gênio do modelo, porque quando você investe com dinheiro público a longo prazo para fazer pesquisa, você tira o risco dos futuras empresas, você soluciona o problema. Aí chega um venture capitals, quando você soluciona e fala: "Agora eu vou fazer o produto". Você ganha 20 anos e bilhões de dólares que você não precisa gastar fazendo a pesquisa na empresa, é feita na universidade. Esse era o grande
ganso dos ovos de ouro, ouro, da indústria de hightech americana. Quando chega o maluco e começa a cortar, o que ninguém contou pro americano médio é que cada dólar que o governo americano punha em pesquisa pura, gerava de 2 a 5 de dinheiro, ou seja, no mínimo 100% de retorno. No mínimo, no mínimo, dependendo da indústria, tem algumas que o o a o Iildo, né, é maior, o resultado é muito maior. Enfim, era uma indústria lucrativa pro país, atraía alunos do mundo inteiro, pesquisadores do mundo. Eu fiz minha carreira inteira lá, né? Eu vivi o
último grande janela de ouro do modelo americano e fazer pesquisa, porque tu você podia ir para lá, você tinha que se virar. Se você se conseguia se virar, você ficava, se você não, você voltava. Enfim, o cara acabou com com isso, com uma com uma canetada, tá? Aí o que que o resto do mundo olhou? O resto do mundo, a China, ótimo, aqui a gente vai continuar o modelo. Aham. o estado vai continuar a financiar a pesquisa pura e aí a indústria vai pegar quando o troço tiver maduro e levar, que era o que nós
tínhamos que fazer aqui. Ainda mais sabendo que nós temos um dos maiores parques acadêmicos universitários públicos do mundo no momento. A rede das universidades ferais do Brasil é uma das maiores do mundo. Não sabia disso também. É uma das públicas, né? Públicas. É uma das maiores do mundo nesse momento. Se não for a maior, tá? Só que assim, eh, qual é a estratégia? Não tem muita, né? Como é que é o mesmo nome do técnico do Flamengo? Meu Deus, agora o Felipe Luiz. Felipe é o Felipe Luiz antes do Jesus renascer, né? Vai ter a
Páscoa, né, do Flamengo. Bom, eu espero que continue assim. Não, eu também. Eu gosto do Felipe Luiz, um cara muito legal. É uma é é muito bom, ele que daqui duas semanas eu espero que ele conheça Pai Abel, né, e tudo saia bem. Mas tá ficou feliz com a chegada do Ancelote ou com o anúncio do Ancelote? Cara, eu eu sou ambivalente com Ancelote porque e eu sou metade italiano, metade grego, né? Então eu sei exatamente como funciona o espírito italiano, né? Carcamano, né? Então eu não sei se ele vai conseguir se adaptar à dinâmica
do futebol nacional, né? Ele jogar jogar uns jogos lá em Quito, por exemplo. Ah, será que ele vai assistir a Copa Verde lá em no Pará, em Belém? Será que ele vai lá no Mangueirão? Eu fui estádio maravilhoso, espetacular. E Remo e Pai Sandu que acabou de ter decisão do campeonato paraense. É sens é impressionante o que acontece. Será que ele vai lá paraa Goiânia? Vai lá para Hum, não sei, não sei. Eu tenho minhas dúvidas. E o melhor técnico seria o Abel, mas eu não quero que o Abel deixe o Palmeiras. Então, se ele
fosse pra seleção, ia ficar feliz porque ele ia deixar o Palmeiras. Exato. Mas o Abel conhece o futebol brasileiro, né? Então ele tá aqui há 5 anos, ele viu os caras jogarem. O, eu não sei se o Ancelote vai conseguir conviver com a CBF, tal, tudo que acontece lá, blá blá blá. É, mas de certa maneira bagagem ele tem, né? Ele conhece jogador brasileiro, jogou com Falcão, jogadores brasileiros, é, treinou Kaká, enfim, Casimiro, Casimiro, Casimiro, né? Mas não, o futebol brasileiro é uma tristeza. Eu eu eu postei um dia uma outra coluna que eu escrevi,
hum, o título era O homem cujo pé era uma bola. Hã, é uma crônica do que eu vi quando o Pelé jogava no Pacaembu aqui e e contei, né, que isso nunca mais. Você ia num domingo era Corinthians e Santos, Rivelino contra Pelé, no outro domingo Santos e Palmeiras, Peleia Ademir da Guia, o cara que passou aqui, o fantasma da Portuguesa, portuguesa contra Palmeiras, meu. Eram coisas assim do ar que é o período, né? É, nunca mais vai ocorrer, né? De 58 a 70, 82. É, é, tem tanta coisa que nunca mais vai acontecer, né,
cara? Não, porque o futebol virou o que o Danilo falou, o seu zagueiro lá. O futebol virou isso. Nós estamos tirando, ninguém quer mais ser ponta, todo mundo quer ser médio volante, goleiro, bec. Ninguém quer ser centroavante nas escolinhas de futebol. Por quê? Porque os os técnicos gostam dos caras de 1,90 m, né? Eh, cara lá e, né? E você olha o campeonato inglês, por exemplo, hum, os jogadores brasileiros se sobressaem de uma maneira, cara, que nunca jogou nada aqui. Você vai lá para Inglaterra, você vê os jogos, os caras se sobressaem porque só tem
perna de pau gigante, grande e os molequ lá bum bum bum, passam por todo mundo, né? E e viram, né? Heróis, heróis, né? Eu não acompanho muito o futebol lá de fora não. Aí eu fico meio vendido nessa conversa aí. Mas eu acredito em você. Não, o Newcastle acabou de ganhar um título depois de 70 anos, tá? A copa da liga inglesa. Os dois brasileiros manda no time lá. Tá, entendi. E um deles é o Bruno Guimarães, que na seleção você não vê o cara, mas lá ele é o dono, ele é o capitão do
time, tá? Um time super tradicional inglês, o moleque é capitão do time, o Bruno Guimarães. Entendi. Então, então acredito. Pronto. É, não. Então, mas o que acontecia na época desses caras, Garrincha, Pelé, você tinha campo de várias, você tinha campo na rua, os caras jogavam na, né? Era uma sociedade analógica, você não jogava videogame. Eu vejo muito jogador de futebol hoje, muito bom, um brasileiro querendo fazer gol de videogame. Ah, tá. Na hora de decidir, ninguém é uma bica que nem o Rivelino dava ou que, né, ou como o Pelé fazia para fazer o gol.
A estética do chute, a é mais importante do que o objetivo final, porque você tá contraindo mentalmente, você tá contraindo o espectro de pensar em fazer o gol. A a o que que conta no videogame? A estética, né? a a plasticidade do barato. E aí aí você chega e vários jogadores hoje em dia tem uma grande dificuldade no um a um, né? O Ronaldo tava falando isso outro dia, é que pro Ronaldo fenômeno, o a um era o momento mais sublime do futebol, porque ele sabia que ele ia fazer o que que ele queria, o
goleiro ia cair de um lado, cando do outro, ele ia pôr a bola por cima, por baixo. E é verdade. Não, o cara chegava na frente, você lembra? O cara chegava na frente do goleiro, o goleiro tremia de tudo que era lado, ele gingava o cara que aqui ele ia por aqui. É. Hoje os caras tremem na frente do goleiro. É. É. os os melhores não tem número nove, né, do jeito que a gente conheceu. É verdade. Então tá tudo casado, toda essa contração da agência humana, da habilidade humana, do fim da poesia, o fim
da jogada do individualismo, do coletivismo, perdão, do da jogada coletiva de futebol, né? Tudo isso tá sendo contraído e a gente tá olhando assim de lado e vendo acontecer e mas não chega num ponto máximo e a gente é obrigado a voltar. É uma boa pergunta. E e é uma é uma, eu queria estar muito perto desse ponto máximo, viu? Porque assim, eu acho que já tá na hora de voltar. É, não. Bom, nós estamos vendo explodir crises, né? Crises aí em todas as partes do mundo. Índia, Paquistão, de repente, né? Para para pensar, os
dois tem bomba atômica. É, os caras são pavio curto dos dois lá. Eu tive aluno indiano e aluno paquistanês, tá? Quando tinha jogo de cricket entre Índio e Paquistão, os caras não se falavam no laboratório. Um ia para um canto, outro pro outro para assistir o jogo de cricket, cricket, que é o taco, aquele barato que a gente jogava na rua, chamava taco, né? Enfim, os caras não falavam um com o outro durante dias antes do podia fazer reunião de laboratório porque os caras não iam trocar ideia ali, entendeu? Entendi. Agora os caras tão podem
estar se, como se diz, eh, entrando num conflito que tem repercussões globais, né? É, tem 1 bilhão 400 milhões de indianos. Mas é interessante essa essa o jeito que o as palavras que tu usa para dizer que a gente a nossa agência está diminuindo porque a gente e é basicamente porque a gente tá delegando as nossas funções a uma parada digital cada vez mais e de uma maneira cada vez mais facilmente inclusive. Eh, e o ponto que eu que que que eu que assim gostaria muito que a gente tivesse nesse máximo, sim, porque tá ficando,
pelo menos para mim um pouco quase insuportável, sabe? Eh, a ideia de que, cara, quem são quem são os nossos, quem é o nosso grande escritor? Quem é o nosso grande, cadê os clássicos da música? Cadê a gente não é? Será que eu tenho que esperar 20 anos para perceber que eu era feliz e não sabia? Não sei. Tem uma coisa muito interessante que eu lembrei um pouco antes da pandemia, saiu um estudo que o Japão é o país que mais investiu em robótica, né, em termos. É, existe uma quase que uma panaceia, uma obsessão
no Japão de criar robó, robôs humanoides que parecem com a gente. Então tem gente que se especializa na face do robô, só isso. O cara tinha um, acho que era geminoide o nome, era um robô que o cara não tava nem aí se o robô andava, pulava, fazia qualquer coisa, mas ele tinha que parecer um ser humano. Então ele se especializou nisso. Pois bem, a lógica do investimento tão grande do Japão, a lógica econômica de se investir em robótica, em Tsucuba, em várias universidades famosas lá, era que do ponto de vista econômico seria muito importante,
ponto de vista de você em situações de de grande emergência, você poderia usar robôs ao invés de ser humano para pôr em risco a vida das pessoas. E como o Japão é uma sociedade onde a pirâmide tá ficando invertida, né, as pessoas mais idosas estão dominando e não tem suficiente gente para cuidar de pessoas idosas, você poderia pôr robôs para cuidar de pessoas com, né, que estão idosos, precisam de ajuda, tal. Bom, veio o acidente nuclear, os caras mandaram todos os robôs que eles tinham os mais firulados do mundo. Ninguém chegou nem perto do reator.
Desmontou tudo porque nenhum deles foi feito para resistir reação, a radiação. Tiveram que mandar seres humanos. Muita gente morreu e alguns chegaram e solucionaram o problema e fizeram o que tinha que se fazer. Quando eles começaram a pôr robôs nas casas de repouso japonesas, os japoneses rejeitaram totalmente só ver robô cuidando do quarto deles ou conversando com eles, entendeu? Eles queriam ver seres humanos. Essa é a geração nascida um pouco depois da guerra, né? Ou seja, as duas grandes premissas, duas das três, foram pro buraco, quase que instantaneamente. E aí eu me pergunto, por quê?
Qual é? Eu tenho um grande amigo meu que me ajudou na Copa do Mundo a fazer o exo, o Gordon Sheng, que é talvez um dos mais roboticistas vivos no momento, que ele é fissurado pelo baratinho, né? E eu vivo brincando com ele que ele gosta de jogar Deus, né? Ele gosta de recriar um barato, ele quer que o barato seja igual a gente e tal. E aí no fundo, no fundo eu fico pensando, mas qual é a obsessão? Da onde vem, né, esse quase fetiche de, né, tentar recriar nós? né? Recriar claramente não é
paraas paraas eh os objetivos declarados oficialmente, porque não funcionou. Simplesmente não funcionou. Entendi. A a a a pelo menos com a população mais idosa e foi categoramente rejeitado, tá? O programa teve que ser acabado lá, não sei o que eles fizeram, pô. Mas essa galera nova que tá vivendo no digital desde sempre, mas é isso que eu ia te falar agora. Esse era o meu punchline. Desculpa. Não, não, não. Mas tudo bem. O brainet tá funcionando aqui. Desde que você ouviu eu falando no Zico, no táxi, já me assustou. Ah, qual será a mentalidade daqui
a 10 anos? Quando a próxima geração, não a nossa, a próxima tiver se aposentando, precisar de cuidados médicos. Isso é que se elas chegarem, né, na na alta idade, porque, né, obesidade, falta de exercício, né, se mexam. Só a mensagem, se alguma coisa vocês ouviram nesse tempo todo é: "Muvam-se para vocês mesmos se manterem vivos, né? Vivos pro seu córtex não atrofiar. Andem, só andem, não precisa fazer mais nada, só andar lev, né? Coisas simples, né? Pois bem, qual vai ser a atitude dessa futura geração? Não sei. É, provavelmente como eles perderam ou vão perder
o hábito social, o robô talvez seja até menos traumático de você interagir, né? Porque você perdeu o skill. Ah, sim. Você perdeu o skill porque tem skill, né? Até andar de ônibus, claro, você tem um um código de conduta, né? até até até a vai tudo que a gente vai fazer, que a gente pelo menos eu que vou fazer que tem as interações humanas e a a própria habilidade de conversar, ela vem de ela vem da de da experiência humana mesmo, de assim de conversar com outras pessoas e e suponho que seja muito difícil desenvolver
isso sem estar sem se sem olhar no olho do outro cara. Sim. A min a minha avó que foi uma educadora muito impressionante, foi professora como carreira, mas não exerceu, mas foi uma, é uma das pessoas que mais me influenciou, ela dizia o seguinte para mim: "Iso nos anos 60, tá? Começo anos 70, você tem que saber três coisas para se dar bem na vida". Você tem que saber falar, você tem que saber ler, você tem que saber escrever. O resto é detalhe. Você dominando esses três atributos, né? Você se vira em qualquer profissão de
jogador de futebol, a físiclear. Aham. E é a pura verdade, né? Falar, ler e escrever. Ler, você amplia o seu vocabulário. Escrever você comunica e falar você combina tudo para, né? Eh, por porque as pessoas, vamos entrar na na sua área, por que as pessoas gostam de podcast? Olha, eu acho que tem uma uma questão humana mesmo de eh eu acho que parte é não se conversa mais tanto quanto se conversava. Isso. E eu acho que bom, e como a gente conversou como espécie ao longo do da nossa história e por boa parte era a
única forma de passar conhecimento ou sei lá. Eu soube eu soube por um fato que tinha gente na cidade de Passos em Minas Gerais que fazia faxina ouvindo a gente conversar aqui no Flow. Que legal. É brincadeira não? o dia inteiro fazendo faxina na porque aparentemente essa pessoa tinha um toque, né, de de faxina. E mas como tinha que fazer, porque não tinha como, né, o núcleo ambíguos aqui fica aqui dentroando, tem que fazer o que que ela fazia, ouvia nós conversarmos por horas aqui no podcast. Aí o que você falou é uma das teorias
que eu tenho. A história, a nossa história enquanto espécie era de você, quando não tinha nenhum meio de comunicação de massa, né? Não tinha nada, só linguagem oral, era transmissão oral, era você sentar à noite lá na fogueira no barbecue de de tigre de dentes de sábres, né? Tava fazendo picanha de tigre de dentes sábres. você contava as histórias e essas histórias eram literalmente a cultura que era transmitida de geração por geração. Então a história que sua avô te contou, você contava pro seus netos e essa é a tradição que se desenvolveu. Por isso que
o rádio tem um teve um impacto, como Marshall McLuan fala sempre, né? Toda vez que eu menciono o nome dele, tem um cara que vai lá no no seu canal e fala: "O Miguel não entende [ __ ] nenhuma de Marcan". Essa aqui é dedicada para ele, tá? Apesar de eu ter lido os livros, vê, eu li os livros, cara. O cara fala: "O rádio foi um choque, porque aí o dia inteiro você ligava o barato e você via uma dinâmica de conversa de fogueira, de cozinha, né, de da casa da família. E como não
tem isso mais, você não senta na cozinha para conversar com os seus pais, com a sua mãe, com a sua avó, eu eu sinceramente acho que o a o o a explosão do de podcasts e de do da modernos é essa, é você poder relaxar, esquecer do mundo e ouvir uma conversa como se fosse seus familiares contando um causo ou contando um E tem gente mostrando que não precisa ter nem a imagem. Ah, sim, sim. É, boas, um bom uma boa parte da galera que que consome o o flow, eles não estão assistindo, não estão
vendo a imagem, no carro, tão no automóvel, né, no ou fazendo faxina ou fazendo da fachina é impressionante porque era repetitivo, né? Então eu fico pensando, é tão curioso, né? Porque mesmo no na sociedade que a gente acredita ser extremamente desenvolvida, tecnológica, a gente olha para tudo isso e a gente encontra as cicatrizes do da nosso do nosso passado pré-histórico. Ele elas se manifestam de formas tão sutis, mas elas nunca vão embora. E esses esses pequenos resquícios de humanidade é que ainda me dão esperanças que uma hora alguém vai acordar e vai falar: "Hum, era
tão bom lá atrás quando eu sentava na cozinha e dona Líia me contava as histórias de tatuí, né? Porque quando que você vai poder sentar numa cozinha sua sua avó contar que a sua bisavó ficou presa no cemitério no dia de finados com a sua tia. É sensacional. É, só que elas estavam todas vestidas de branco, as duas. Fechou o cemitério de Tatuí, as duas de branco, foram lá rezar, fazer toda aquela parafernalha, fecha o cemitério, o coveiro vai embora. A cidade pensou que tinha duas almas penadas na porta do cemitério, entendeu? Você já imaginou?
Isso é folclore até hoje na cidade de Tatuí. E é a minha bisavó que tava lá. Não, não era fantasma, não. A dona Nicoell. É, então essa era da da Rocha Leão, da minha parte materna. Enfim, é essa coisa, esses risquícios tão conosco ainda. Eles se manifestam quando a gente vai no campo de futebol. Por que você vai no campo de futebol como nós e você esquece de onde você veio. Tem tem juiz, tem cientista, tem locutor, tem bandido, tem cara do PCC. Os caras estão torcendo pela mesma tribo. Os caras eles formam aquela brainette
instantânea e não interessa quem você é a sua vida lá fora, porque lá dentro você é parte da tribo, entendeu? E olha o que a gente faz pro futebol. Eu fui para Abu Dhabi no final da pandemia lá, despenquei para ver o jogo do Palmeiras. É, tu é bem mais maluco que eu nesse não, eu fiz coisas do arco da velha. Não vou te contar não. E e eu a eu sou cientista, mas a mas eu eu contei outro dia pra Alissa Klein no podcast dela com a Milly Lacombes tem elas tm um novo podcast.
Eu falei o seguinte: "Quando o Palmeiras perdeu do Chelsea naquela final foi a melhor derrota da minha vida. Hã, porque eu olhei em volta, o estádio era inteiro verde, tinha uns 10 gato pingado do Chelsea lá, porque imagine o inglês despencar em Abu Dhabi para ver o time. Eu olhei para aqui e falar: "Não faz a menor diferença que o aqueles caras ganharam no pênalti, que fizeram o pênalti na prorrogação e ganharam, porque eu me senti parte de algo muito maior, né? Eu eu contei a história que o Vega foi com brairas empatou, eu falei:
"Não vou conseguir ver". Aí eu ajoelhei, eu tava na linha do campo, na no aqueles atrás do banco do Chelsea. Eu ajoelhei, fechei o olho. Quando eu ajoelhe não adeus não, eu ajoelhei eu falar, eu vou ouvir o gol. Se for gol, né, o estádio vai explodir. Se não for gol, vai ser aquela chiadeira. Já deu. O guarda árabe que tava na linha do campo olhou para mim e virou assim: "Aí you ok?" Ele achou que eu tava enfartando, entendeu? Aí quando sai o gol e eu, né? O está explode, eu levanto, ele vira assim
para mim e fala: "I guess sou, tá tudo bem, tá tudo bem". É, então, qual é a lógica? Você perdeu o jogo, os caras vão te encher o saco quando você voltar para casa, né? O Palmeiras perdeu o Mundial, tal, fez a menor diferença. Porque o o qual era o ponto ali? O ponto era exercitar, pertencer a algo muito maior, pertencer à tribo. Entendo, entendo, né? que vem desde a minha infância, me leva desde quando eu me lembro de ser gente tá andando com meu tio num estádio de futebol. Então, esse tipo de coisa ainda
existe, ainda tá conosco. Por isso que eu eu termino o meu livro de ficção científica com vai ter o o segundo, né? Eu termino com um filete de esperança na na espécie humana, entendeu? Eu ainda acho que dá para escapar da automação completa, da robotização da mente, da destruição da da solidariedade, da empatia. Eu ainda acredito, controle do do das bigtechs, tudo mais, do dos overlords. Eu chamo eles dos overlords. É, tem um nome, tem um nome extenso, o vilão do teu livro, né? Como é que é o nome dele? O Bunkster. É, é o
Bunkster terceiro. Bx terceiro, porque ele é uma ele é ele é ele é ele é neto, filho de banqueiros, né? Então, tem o Bungster original, tem o Bungster Júnior e ele é o Bungster Terceiro. Terceiro. Aham. Eh, mas cara, eu eu fico pensando também eh a a quando a gente se coloca nessas situações em que a gente tá pertence a uma tribo ou tá fazendo o que os seres humanos deveriam estar fazendo e tudo mais, eh, isso isso também me coloca me dá um pouco de esperança no sentido de [ __ ] a gente ainda
é capaz de sentir essas coisas. a gente ainda consegue eh se colocar nessas situações e putz, fazer parte de algo e ser humano de uma forma geral, quer dizer, de uma forma de uma de uma forma geral, mas de uma forma específica na verdade, que é basicamente naquele momento ali, porque saindo dali a gente vive uma o individualismo quase que como regra, né, e amplificado pela pela solidão ou pela solidão mesmo, né? eh que as redes sociais e que e que as tecnologias nos colocam. Mas isso é parte do é é muito curioso, porque isso
é parte de uma imposição cultural, tá? Então, por exemplo, eu li, acabei de ler um livro sensacional do ex-prêmio Nobel de Economia, que na realidade é um psicólogo, o Daniel Kenneman, né, que tenta mostrar que nós temos um pensamento rápido intuitivo e um pensamento mais lento racional. Só que ele fez uma análise é sensacional. O cara é muito legal. Ele acabou, inclusive, ele ele ele foi pra Suíça aos 90 e poucos anos, recentemente, meses atrás, para pedir para morrer. Ele queria fazer uma eutanásia porque ele achou que a vida dele já era, ele tinha feito
tudo, a mulher dele faleceu, ele tava não perdeu a companheira de 70 anos, 60 anos, enfim, o cara tomou uma decisão racional que queria acabar com a vida dele. Mas ele deu uma entrevista pro New York Times antes de de ir pro pro pra Suíça, porque ele é um cara muito famoso, muito conhecido, né? Só que ele fez um estudo, um dos estudos Monte que ele fez de psicologia do comportamento, tomada de decisão, mostrando que todos os caras de Wall Street, os CEOs de heróis, os analistas que aparecem na televisão dizendo que eles sabem mais
do que qualquer um de nós, ele fez a análise longitudinal do sucesso desses caras em prever o mercado. Aham. Não de um ano que eles deram uma sorte ou do outro ano, não, ao longo de vários anos, porque os dados são disponíveis, tá? Das grandes empresas têm esses dados. Meu, os caras performam aleatoriamente. Os caras não performam melhor que você ou longo prazo. Ninguém bate. Oxe, mas isso é contraintuitivo. Exatamente. Mas essa é a beleza do estudo do cara. E ele deu uma palestra para esses caras, tá? Porque a empresa contratou ele como consultor para
ver quem eram os melhores, quem era que e ele basicamente mostrou que estatisticamente os caras não tinha correlação nenhuma com o sucesso. Que viagem. Só que esses caras aparecem na televisão, né? Ficam famosos. Os Estados Unidos tinham aqui, já agora começou, mas lá nos anos 90 tinham shows dos caras de dizendo, ó, invista aqui, invista ali. Eles eram a meu, ele acabou com a fama desses caras. Ele estatisticamente mostrou que eles não tinham um perforce melhor do que ninguém, porque era aleatório, era era randômico, tá? Porque o mercado é, né? O mercado é imprevisível, você
não consegue prever. E é isso é uma característica da realidade na real. Assim, a maioria das coisas que a gente acha que consegue controlar, a gente na verdade não consegue. É só uma ilusão mesmo. No máximo, no curtíssimo prazo. É, é uma, é uma alucinação. É um, é uma espécie de alucinação, porque vem o cara ali, o Elonom, que se autodeclara um gênio. Aí você analisa a vida do cara, o que que ele fez? Nada. Ele comprou tudo que ele disse que ele fez. Ele comprou uma empresa de automóvel que dois caras tinham inventado tudo
que tinham inventado. Comprou uma empresa de implante, entre outros, de alunos meus. comprou uma empresa de espacial que o governo americano deu bilhões e já existiam engenheiros que saíram da NASA para fazer a [ __ ] da empresa. Só que o cara se autodecletou e berra e grita em todos os canais do mundo que ele é um gênio. E acharam que ele é um gênio. Por definição, ele virou. Se tu fica falando um monte de vezes, é, né? Mas aquela história, se uma mentira repetida milhares de vezes, ela vira verdade. Então, boa parte da vida
atual, da sociedade, da civilização que nós temos hoje, ela é quase que uma alucinação, ela é imposta, né? Porque é bombardeado na cabeça do cristão, né? Que que isso aqui é isso e na realidade, né? Eh, principalmente, eu gosto quando tu chama da cabeça do cristão. É, eu até eu chamando cristão é bom, né? E os caras com a camisa do Corinthians, né? Tem por aí, né? Eu tô com, eu não falei não, mas eu tomei a calça do Flamengo. Não, eu vi. É, eu vi, eu reparei imediatamente. É, então, mas eu eu tenho um
problema da tribo. O problema da tribo é que é a seguinte, você vai lá no estódio de futebol, você vai no coliseu, né, os romanos. Por que tinha o coliseu pros romanos? Era uma forma de controle da população. Sim, sim, sim. Para os circos. Não. Exato. O problema da tribo e das das da sociedade primitiva que vem lá atrás é que a tribo ela vem quase que inata a o programa neural de defesa da tribo. Então o tal do arquétipo do herói ou o arquétipo do inimigo da ameaça, tá embutido no no na mente coletiva,
na vamos dizer na no instinto dessa tribo. Então, o problema da da nossa espécie é que nós temos grande dificuldade de perceber que somos todos iguais. Somos todos, né, mesmo mesma forma. 300.000 anos atrás, mesma forma, não. Nós criamos grupos isolados que começam a combater o vizinho, o vizinho do vizinho. Nós não temos uma visão estruturada ou racional de que somos todos partes de uma espécie, como os os outros espécies animais têm. E é isso que eh no caso do Hry Bergson, ele chama de religião. Ele chama de religião a o preenchimento deste buraco da
incerteza, da tentativa de se criar uma narrativa e a tentativa de extrapolar dessa sociedade tribal fechada para incluir um grupo social muito maior, que seriam aqueles adeptos da sua fé, né? Eu achei muito interessante, uma coisa até poética de tentar explicar da onde vem tudo, né? Tudo isso, né? É interessante mesmo. É, mas é esse é o drama. Esse é o drama da nossa do nosso do cérebro que nós carregamos enquanto espécie. Ele ele tende a formar grupos sociais coesos, como os chipanzés, como os orangutangos, tal, mais coesos do que eles, porque a gente consegue
manter um número maior de elementos individuais. Mas ele ele é ele tende a formar sociedades fechadas e defensivas, tá? Então ele entra em conflito muito facilmente com o inimigo, né? E a gente precisa só olhar pro pra história da humanidade. E é isso que eu tô nesse momento estudando. Na realidade, eu tô tentando escrever um livro das brainets, finalmente, depois de anos, tentando recontar a história das grandes civilizações sobre esse ponto de vista. Entendi. O que foi que fez os mongóis tão, tão grandes, tão poderosos, tão avaçaladores. E claro que eu não tenho resposta, mas
uma das minhas hipóteses foi basicamente a estratégia militar, porque os mongóis formaram brains com seus cavalos que ninguém nunca tinha feito antes. Eles criaram uma um link com seus animais que permitiam eles sair de uma cidade a 300 km de distância de uma outra e numa noite, num dia de cavalgada sem parar, atingia a outra cidade antes que elas tivessem preparadas. Então, tinha-se a notícia, os mongóis estão chegando, estão a 500 km de distância, só que agora já chegaram, já tão ali na esquina, filho. Outras cavalarias, outros exércitos da época deles, eh, como se diz,
eh, contemporâneos, não tinham a mesma dinâmica. Ou eles não tinham animais de transporte em grande número, porque a Ásia Central, né, permitia que os mongóis tivessem criação de cavalos. Ah, ou eles não tinham, só tinham infantaria e os caras não conseguiam andar. o que os caras, né? Tanto é que os cavaleiros mongóis se alimentavam do sangue da jogular dos cavalos durante a cavalgada misturado misturado com leite de égua. Tá? Eles não paravam para comer, eles não paravam para dormir, eles dormiam na cela, tá? Então é uma mudança estratégica militar, claro, mas é uma mudança eh
cognitiva. Então eles desenvolveram uma simbiose quase, né, mental com seus animais. Quem foi a única ou a principal eh o principal grupo que derrotou os mongóis depois que eles invadiram Bagdad? Foi o exército egípcio dos mamelucos, que eram quem? Exescravos da região próxima da Ucrânia hoje, do norte da Ucrânia, da Ásia Central, que conheciam as técnicas dos mongóis e usavam animais. foram a única que conseguiu. Os árabes não conseguiram parar o o os toda aquela região em volta, né, da do Oriente Médio, [ __ ] eles passaram por cima. Eles chegaram na Hungria, olharam pra
frente e falaram: "Ah, não vale a pena". E voltaram, porque eles podiam chegar em Portugal, entendeu? Eles iam tomar conta de tudo, mas eles foram derrotados por quem conhecia o método e a estratégia deles. Entendi, né? Então, precisou uma brainette de poder igual para derrotar os mongóis. E eu acredito que a história da civilização humana é esse embate, esse embate de diferentes tipos de brainets que, né, porque o Alexandre Grande saiu de um lugarzinho que era a merreca da merreca, que era a Macedônia, e tomou o império persa, porque ele embutiu na cabeça dos generais
dele que eles eram os gregos. Aham. que eles eram os herdeiros do, né, de toda aquela civilização e que mentirosamente, mas isso tudo é bem, isso tudo é bem poderoso mesmo. É poderoso. Eu eu contei para você, eu acho aqui um dia numa outra conversa que quando morreu o pai dele, ele era moleque, né? Tinha menos de 30 anos e tinha cercado de generais que tinham brigado em tudo que é canto, generais idosos da idade do pai dele, que tinham defendido o pai dele. O pai dele foi assassinado na frente do Alexandre, né? Tem a
suspeita que foi a mãe do Alexandre que mandou matar o o Felipe II pro filho dela tomar o poder. Mas enfim, o Alexandre começou a fazer umas reuniões no final da noite lá, umas conversinhas de fogueira falando sobre como ia ser o império persa governado pelos macedônios. Aí depois de umas três ou quatro dessas, o general mais famoso do império eh macedônio levantou p da vida e falou: "Meu moleque, quase assim, por que você não para de falar desse barato? Porque toda a noite nós estamos falando de um troço que não existe, né? Ele falou:
"Porque antes de você construir um império tangível, você tem que construir aqui." Meu, ele tomou conta do exército da Macedônia assim no lero. Por quê? Porque ele tinha sido aluno de um certo Aristóteles, né? Ah, entendi. Então ele entendeu que apesar do exército persa ser 10, 20, 30 vezes maior, ser uma civilização muito mais avançada, ter um imperador totalmente autocrático, se ele conseguisse amalgamar os macedônios com uma mentalidade, né, nós vamos ser, nós vamos fazer, anos depois ele tava sentado no trono em Persépolis como imperador da Pérsia, né? Muito interessante o poder da da brainette,
da unidade. Brainet. Exato. Agora olha o que o Napoleão aprontou. Ah, e aí vários apontar. Vári, não, vária. O o próprio Hitler, meu, você tá você tá num lugar que tinha a maior concentração de PhDs do mundo, Alemanha, dos anos 30. O cara conseguiu convencer boa parte da sociedade que valia a pena fazer o que ele fez. É, gente, não é, não, não estamos falando de idiota. Não estamos falando de imbecil. Nós estamos falando de gente extrema intelectualizada. A Alemanha era a série dos maiores filósofos da do século XIX, né? Todas músicos, artistas, cientistas, Plunk,
né? Os caras que inventaram a física moderna, todos lá, né? O próprio Einstein fala isso numa carta dele, né? Como é possível? Como é possível que meus colegas físicos, né, entrem nessa, entrem nessa, né? queriam matar ele, colegas dele queriam denunciando ele e tal. Enfim, e eu t tenho tentado agora, não sou historiador, evidentemente, mas eu tô tentando estudar esses grandes movimentos eh da da história da civilização humana baseado no que a gente sabe sobre a formação de Brain hoje em dia, né? Aham. E o teu livro vai virar um filme também, não é? É,
não, na realidade, então são três notícias maravilhosas. Primeira é essa, né, que saiu hoje. Nós anunciamos hoje o Nada Mais será como antes, graças a a a não só a generosidade, mas a realmente a tenacidade da da Iara Cardoso, que vai ser a diretora e produtora, né? Vai, nós vamos transformar isso no primeiro filme de ficção científica hardcore. Uhum. Nacional brasileiro, assim, não só não só feito no Brasil, como produzido integralmente. Produzido, né? Provavelmente vamos ter parcerias internacionais. Foi um brasileiro que escreveu. Ah, sim. Não, eu eu quero participar do roteiro, né? Não vou escrever
porque a área é profissional disso. Tem um talento enorme para isso. Mas a base tá aqui. Tá em Canis. Ela tá em Canes hoje. É, ela tá lá hoje, né? Não, a base tá aí. E eu vou, eu fiquei pensando, alguém me escreveu hoje, eu fiquei pensando, agora eu fui mordido pela Mosca Azul, eu quero fazer uma uma palhinha no filme, tá? É porque tem tem um derby, tem um derby de 2036 aí, entendeu? Então eu quero fazer uma palinha de um segundo, né, vibrando em algum momento. É, é o torcedor da do, né? E
mas nós também recebemos a notícia recentemente de que nós vamos finalmente, depois de 11 anos, conseguir realizar o documentário do chute da Copa de 2014, que tá em planejamento o na pela lente viva do meu grande amigo Thago e que finalmente nós conseguimos reunir todo o time, todo o apoio financeiro, escambal de bicic, porque nós temos terabytes e terabytes de filmagens feitas desde a preparação, dois anos antes do chute até o momento, né, da do chute da abertura da Copa. Então, nós vamos ter um documentário científico com gente que nós entrevistamos no mundo inteiro, cientistas,
amigos. Eh, tem até entrevistas com jogadores que foram visitar o nosso laboratório, né, na época aqui em São Paulo. E finalmente o o meu livro da minha juventude que vai sair provavelmente no final do ano, em novembro, e que daí eu tenho que pedir asilo no Paraguai ou não, não sei aonde, porque é uma tirada de sarro assim, é surreal, mas mas vai ser divertido. 50 anos levou para ser publicado. É, tu falou aí que tu começou a escrever ele tinha 16 anos. Eu terminei 90% do livro até 18. Aí eu deixei de lado, fui
para Estados Unidos. 20 anos depois eu terminei o livro, mudei pra minha mãe ler. Minha mãe falou: "Você não vai publicar isso, né?" Eu falei: "Fou, um dia eu vou, um dia eu vou". Ela gostou do livro, mas ela falou que na época ia ser perigoso, mas agora eu acho que tudo bem. Acho que não dá para ser os car não tem tanta coisa pior acontecendo, né? Mas é bom, é bom porque eu me, eu é um outro é uma outra maneira de fazer ciência além do de eu continuar fazendo o que eu sempre fiz,
essa forma de traduzir ciência para audiovisual, para você contar ficção, eu acho que é, por exemplo, muita gente tem medo de ler livros de ciência achando que não vai entender. Entendi. Mas um livro de ficção científica foi uma surpresa. um monte de gente eh, né, leu, gostou, porque não não é um livro técnico, é é um é uma narrativa, né, tem toda uma trama, todo um um enredo, né, e mostra que eh a ciência não é infalível, ela não é não vai não vai ser quem vai salvar a nossa espécie, mas ela pode ajudar, né?
É, [ __ ] quanto mais a gente fala de tecnologia e para onde as coisas estão indo, eu fico pensando nas várias conversas que eu já tive com com outros caras que olham para pro espaço e tudo mais e falam do grande filtro. Eu fico, [ __ ] estamos chegando nessa parada aí, hein, cara. O grande filtro, eu nem sei o que é isso. O grande filtro é, por exemplo, quando os caras olha para fora e fala: "Por que que a gente não vê outras civilizações?" Provavelmente porque, bom, e há uma possibilidade é que elas
foram elas desapareceram porque não sobreviveram a si mesmos. É o o Ferme, o princípio de o paradoxo de Ferme. Então assim, putz, estamos cheg tudo, toda vez que eu desculpa Miguel, mas toda vez que eu converso contigo, eu fico pensando, [ __ ] estamos chegando aí, hein, cara. Acho que dessa a gente não passa, hein? [ __ ] agora, agora o chat EPT vai engolir a gente, fodeu. Mas do Não, o chat EPT em si, mas é o o que a gente criou para nós mesmos, achando que a gente estava fazendo um troço legal. É,
é. Não é como é que aquela história não como que era aquele ditado antigo que existia aqui? Cuidado com o que você pede, né? Isso. Cuidado com o que você p E assim, a gente existe algum aspecto que a gente ainda consegue preservar? Por exemplo, sonhar, a gente ainda sonha normalmente? Será? A gente sonha, mas até isso tá sendo afetado, porque as horas de sono estão mudando, né? Eh, o a gente a, por exemplo, tem um outro outro estudo que eu vi recentemente, o estudaram como o adolescente americano se relaciona com o telefone de madrugada.
Hã, e é uma coisa de louco porque não só o telefone fica carregando próximo, mas quando eles deixam o som, boa parte, né? Aí tem uma mensagem do Instagram do do o moleque acorda e vai ver. Então ele nunca chega na fase profunda de sono profundo onde ele sonha. Então ele na manhã seguinte ele tá completamente eh exausto porque não dormiu e tem que ir pra escola, né? E aí os caras na escola tão medindo a queda de performance eh acadêmica e correlacionando com o distúrbio de sono causado pelo telefone. E a e a gente
e a nossa e a nossa alegeriza ao tédio agora, Miguel, isso, por exemplo, a gente agora não vai tomar banho, pede Alex para tocar uma música. Vai é aquilo que você falou, tu não fica assim há mais de 5 m do teu telefone. Por quê? Bateu qualquer um fio de tédio que tu faz e mete a mão no telefone e é por isso que o mundo acadêmico tá sofrendo também. Porque veja bem, na minha época seu orientador, meu orientador chegava assim para mim e falava: "Bom, você vai fazer doutorado?" Vou, vou cé porque aí você
tinha que sentar o o derri na cadeirinha e gramar por cinco ou se anos. você não ia publicar nada mal, você ia num congressos aí para apresentar alguma coisa, mas se você se você entende, você tinha que a sua recompensa, é a sua recompensa dopaminérgica vinha ao longo de um processo extremamente longo. Ainda é esse processo, só que hoje ah, tá havendo uma evasão enorme dos cursos de doutorado, dos cursos acadêmicos, né? Porque nem não a recompensa não aparece. Eh, e é um e é um mundo cruel, é um mundo de uma as pessoas não
têm ideia como é competitivo o mundo acadêmico. Eu digo, né, do da divisão, né, da primeira divisão. É, é, é um troço que depois que você passou 30, 40 anos num negócio como eu, você olha para trás e fala: "Como é que eu sobrevivi um barato desse?" Porque é na jogular o tempo inteiro, tá? E hoje você não consegue manter eh esse esse jovem ou esse, né? É muito difícil. Então, o que que tá acontecendo? Saiu na Nature outro dia, o número de distúrbios mentais, de problemas de saúde mental na academias explodiu e eles são
postos embaixo do tapete, entendeu? Eles não, porque você não pode mostrar que você tem nem o nem a universidade quer e nem os orientadores ou o grupo do, né, o departamento, tal. Todo mundo, ninguém quer dizer que tá gerando, né, toda a sorte de pressões, angústia, depressão, né, suicídio. E de repente surgiu depois da pandemia, isso veio à tona. Coisas que eu vi na minha carreira, eu vi gente despencar no meio do caminho porque não aguentou, não aguentou a pressão, não aguentou a competição. É um troço brutal porque o grau de rejeição é muito grande
e você tá, né, malemal disputando coisas com gente extremamente o tempo inteiro, com os caras que são reconhecidamente muito sinistro. Eu eu contei, eu não sei se eu contei aqui, mas eu minha primeira palestra que eu dei na Harvard contando pela primeira vez que a gente tava registrando centenas de neurônios ao mesmo tempo, o prêmio Nobel mais famoso da área era da Harvard. Tava sentado no meio da plateia, no meio da palestra, o cara levanta e vai embora. Termina a palestra, o chefe do departamento vê: "Nossa, o Rubo foi embora e você continuou falando, nós
ficamos todos espantados. Você não nem piscou". Eu falei: "Meu, eu venho da Bela Vista, em São Paulo, sou torcedor do Palmeiras". O o velho quer levantar embora, o problema é dele, porque ele sabe que acabou, ele sabe que foi paraa cucuia registrar um neurônio só não existe mais. Eu tô aqui na minha, eu tô mostrando o que vem. Aham. Né? Agora, se você não tem essa essa couro da Bela Vista, entendeu? Couro grosso, o cara levanta, você desmonta. Imagine o prêmio Nobel, levanta e vai, o que é uma coisa super deselegante, né? Eu tô com
certeza. Você não faz isso. Eh, você pode tá odiando a palestra, o cara pode táar falando bobagem e abobrinha. Você tá sentado ali, você só levanta quando o cara terminar. Esse é o nosso código de conduta mínimo, tá? O cara levantou porque ele ficou pé da vida, né? E foi extremamente deselegante. Eu nunca mais falei com ele, nem ele comigo. E e tá muito tudo muito bem, entendeu? Ah, só que para você encarar uma situação dessas vindo do Brasil nos anos 90, não, não era trivial. Não era trivial, tá? Porque você tem o cara aqui,
né? Eh, eu não conhecia o cara pessoalmente, mas eu tinha lob, [ __ ] ele é o prêmio nobre da minha área. Era o, na época era o único desde os anos 80, então só tinha um, dois caras. Eh, o outro já tinha morrido, o Sperry. Mas enfim, eram os dois caras estavam vivos da área que tinha o prêmio Nobel. Então, todo mundo respeitava esses caras só deles entrar na sala. E eu contei isso pro meu orientador, né? Eu já tava na Duk, mas eu contei para meu orientador, ele falou: "Meu Deus do céu, meu,
se o cara fizesse um negócio desse, eu tinha um troço ali." Eu falei: "É meu, você é John, você é do Colorado, Denver, né? Você, né? Você não não passou por certas experiências de vida, né?" E o John era um amor, era um homem, um dos pessoas mais era uma moça, como a gente falava antigamente, né? Tinha jesidade, bondade, mas ele falou: "Meu, teria desmaiado, teria derretido". Eu falei: "Não, não, não dá, porque se você não, se você mostra esse essa faceta, você tá destruído no modelo americano, né? Mas o o que tá acontecendo hoje
é que a recompensa tem que ser instantânea. Então, eu me lembro nos últimos anos que eu tava na na Duke, os meninos chegavam assim para mim: "Ah, eu quero fazer doutorado com você". Eu falei: "Ah, não, tudo bem, tal". E quando a gente publica? Ah, eu falo: "Pô, publicou o qu, meu? Nós não não fizemos nenhum experimento. Aí um dia eu tava na Suíça, no meu sabático, uma das alunas que tava fazendo doutorado comigo chegou para mim: "Dá para você contratar um undergrado, o cara que faz graduação, né?" Eu falei: "Mas por quê?" Ela falou:
"Não, porque sabe o que é? Ele pode fazer os experimentos. Aí eu só tenho que escrever". Eu falei: "Fulana, fazer os experimentos é parte do barato. Você tem que fazer os seus próprios experimentos para ter o seu próprio doutorado. E você não pode subcontratar? na Suíça, alemã, tá? Por quê? Porque era essa angústia, entendeu? De fazer o troço o mais rápido possível e ter a recompensa mais rápido possível, porque todo mundo quer ser famoso, todo mundo quer ser, né, elogiado, tal. E na academia isso é muito raro, muito raro. É uma fração ínfima, né? E
e isso você não conta na nem todo mundo conta isso na partida, entendeu? E o que tá acontecendo no dia a dia, eu vejo você escrever um livro, né? Você escreveu um livro é um demora. Você sabe o que que a Amazon teve que fazer recentemente? A Amazon teve que limitar cinco livros por dia que cada autor pode publicar no no self publishing do Kindle lá que eles têm que tava acontecendo. Os caras estavam usando inteligência artificial publicando 30, 40 livros por dia, monografias por dia que não era do cara. Ele só põe o nome
dele. Qual que é a lógica dele? Ele vai vender 2, 3, 5, 10 livros, mas se ele tiver 400 livros, ele vende 4.000 volumes. Então ele começa a ganhar algum dinheiro. Que coisa. Amazon teve que limitar o número de livros por dia que um autor pode publicar. Nossa, a vida tá muito louco, não é? Então eu fico pensando, que será que a Cecília Meirelles, né, o Machá de Assis, os caras que levaram anos para publicar obras de ar, minha mãe, minha mãe tem 130 e tantos livros publicados, 60 anos foram precisos para ela fazer essa
obra, né? E ela não sabe nem o que é o chat GPT, né? Eh, ainda bem. E, e para mim é muito impressionante o cara que, bom, obviamente, não sei se é óbvio, mas talvez o cara que tá comprando que não saiba que é de inteligência artificial, você não imagina a as revistas científicas estão agora mandando, porque você tem que assinar um monte de papel quando você manda o para você que fez, que você não copiou de ninguém. Agora você tem que dizer que não foi feito por inteligência artificial, porque uma porcentagem ninguém sabe ao
certo. Eu já vi, 14% da literatura científica, mas é difícil ter certeza desses números. São papers que foram descobertos, que foram feitos por agentes de inteligência artificial. [ __ ] eu tenho a esperança de que isso ajude a subir a a régua do do dos humanos ao fazer ao desenvolver os próprios trabalhos. Não, para para pensar. Hoje você olha pro para uma escultura da renascença no Mickelândia, não é Davi? Eu fui ano retrasado paraa Florença, nunca tinha visto Davi 5 m. Você entra no negócio, só tem ele. Tem uma cúpula, o sol batendo, né? Você
olha para aquele negócio, fala: "Meu, cada músculo em mármore parece o músculo do seu corpo." O cara tá lá, né? Nusão e você olha para aquilo e fala: "Meu, como é que o cara fez um barato desses?" É, juro, você o que mais me impressiona nessas esculturas é quando tem tecido. Tecido, vel, ué, da da como que chama? Meu Deus, o Eu também não lembro o nome. Não, não. Na são o Moisés, tem outras esculturas dele, né? Mas a Nossa Senhora, virgem Maria, isso os véus, impressionante, em mármore e você jura por Deus que tem
uma roupa ali, né? Então, para onde vai isso? Não, os caras falam: "Não, mas o robô faz isso, meu, o robô pode até replicar isso, né, hoje em dia, mas pensa bem os caras em Firenze, Florença, século X, entrar no lugar e olhar para aquilo, diz que o o Papa quando entrou e viu, ele virou para Michelangel e falou: "Parla, ele ele queria que o Davi falasse, né, porque só faltava isso, né? faltava isso. Então, imagina o impacto que o senhor teve na vida, na cultura da local, nacional da Itália, né, de você colocar finalmente
o a a figura mitológica do Davi em mármore e os caras verem aquele barato, né? E nós vamos perder isso. Será que o Michelangelo hoje ganharia a vida? É, será que ele conseguiria? Não sei. É uma pergunta, né, né? Porque e se o robô consegue fazer em uma um dia o que ele levou anos, meses para fazer, né? Ah, fora a habilidade necessária, não. Ele falava que ele dizia que ele olhava para um pedaço de mármore em Carrara e falava que só tinha que tirar o excesso, né? Isso porque o o troço já tava lá.
É, cara, é um outro jeito de enxergar isso aí. Não é uma um só só da genialidade humana que que pode nascer uma parada como essa. E para para pensar, e a gente, eu gosto muito de arquitetura, né? Eu gosto, não entendo nicas, mas eu adoro ver o que ao longo da história nós usamos arquitetura para manifestar abstrações mentais. Você vê as pirâmides, né? Você olha para aquele barato, meu, o que custou em esforço humano, em trabalho, em dinheiro, porque os caras celebravam a morte, eles não celebravam a vida, eles queriam deixar um, né, mandar
o cara paraa outra vida equipado, comida, tudo e num e num ausolhel sinistro. Sinistro. Aí você olha aquelas catedrais góticas da Alemanha, né? Você vai para Colon e você vê aquele barato, né? Por um Deus que nunca ninguém viu, que nunca ninguém tocou, que nunca ninguém ouviu. Alguns ouviram, né? Mas aí é outro problema. E de repente você constrói um troço mandando, né, o ápice pro céu, como se fossem dedos, né? Vai paraa Barcelona e vê o Galde lá. São manifestações da da mente humana em pedra, né? ou em pintura ou seja o que for,
que você fica sem ar, né? Porque são tudo tudo construções físicas tentando transformar em tangível algo que saiu daqui, né? Essa é a história da humanidade. É, né? É. E a gente tá delegando isso e a gente tá dando isso pro robô da Sony fazer meu. E ele não consegue. Mas a gente ao não ter, ao não perceber que ele não consegue, acha incrível o que ele faz, que é médio. Isso. Mas o que ele faz vai ser só apenas a cópia do que nós já fizemos. Ele nunca vai conseguir extrapolar essa sensação de tá
perdido no universo e precisar implorar para um cara lá nas nuvens. É, ele nunca vai sentir isso. Ele nunca vai experimentar a, né, quando um poeta ou quanto o o Van Gog, com todos os problemas que o Vangog tinha, quando ele dizia que ele tava pintando a essência humana com a misturando cores que ninguém misturou, né? Porque todo mundo achou que ele era louco, porque ele pha amarelo em cima de amarelo, né? E nenhum robô vai sentir isso, nenhum vai se emocionar lendo um qualquer coisa. Nunca, nunca. Então nós nós vamos renunciar a transportar o
nosso íntimo pro pro mundo tangível. Nós vamos renunciar a tudo isso porque no final das contas é isso, né? Quando você lê Dostoevski, quando você ouve Betoven, eu tô fazendo um exercício há meses porque eu, claro, eu gostava da quinta e da nona sinfonia todo mundo, eu falei: "Não, isso é, isso é um absurdo. Eu tenho que conhecer da primeira a nona e eu comecei a tocar sem separar a primeira a nona direto, tá? Eu não, não para. Então você começa o primeiro movendo a primeira, termina no último. Meu, é como se você tivesse lendo
um livro, os motivos estão lá, você começa a identificar os motivos em todas elas. Você começa a ver como o cara foi ampliando a magnitude do barato, combinar não. Putz. E eu fiz uma loucura. Eu tava nos Estados Unidos o ano passado, eu falei o seguinte, eu fui no Instagram coisas que só se você tá fazendo faxina em Passos ouvindo pós de costa é capaz de outro ser humano fazer. Hum. Eu fui e falei assim no meu Instagram: "Pessoal, nós vamos criar uma brainette na terça-feira às 9 da noite. Todo mundo que tá aqui me
seguindo, ouça o segundo movimento da sétima sinfonia de Betov. mesma hora, na mesma gravação, são 8 minutos, todos nós vamos ouvir ao mesmo tempo. Meu, e não é que gente no mundo inteiro sintonizou no mesmo horário, ouviu o mesmo movimento que é sublime, é algo assim, recomendo a todos. Segundo movimento, sétima sinfonia de Betov. Betov. As pessoas vem, meu, eu senti que eu era parte de algo. Eu senti que eu tava no auditório. As pessoas estavam cada uma nas suas salas, nos seus suas casas, sei lá onde que elas estavam e ao mesmo tempo todo
mundo curtindo junto a mesma coisa. Eu falei: "Apague a luz, fique, relaxe e só ouça." Bom, o primeiro exercício que eu fiz, acho que foi uns 5, 7.000 pessoas que apareceram. Segunda vez que eu fiz a com outra passagem, 20.000. [ __ ] gente, para [ __ ] Ou seja, eu não parei porque eu tava só fazendo coisa, mas se eu continuasse, eu tenho certeza que se se espalhar que nem fogo em arbusto, né, seco. Porque as pessoas começaram a se sentir parte de uma brainet, porque elas estavam ouvindo a mesma música no mesmo horário
e elas, o cérebro delas tá dizendo: "Ó, tem um cara lá na China ouvindo, tem um cara no Brasil, tem um cara lá em Duran, North Carolina ouvindo, né? Só isso foi suficiente para formar a uma um grupo social. [ __ ] bom. Todo mundo que tá ouvindo a gente aqui tá participando de um certo tipo de brain. Exatamente. É o que eu ia falar. Quando você tem, né, você, milhões de pessoas que te ouvem toda semana, você já tem essa brainet, né? A o cérebro dessas pessoas já se fundiram no nessa entidade virtual que
se você for paraar para pensar, é só o som da voz. É, se a pessoa não vê a imagem, vamos supor, né, maioria delas, e isso é suficiente, né? Não é à toa que exércitos tem músicas, que países t hinos, né? Que você tem todas essas esses instrumentos de sincronização. É, né? E e o que eu acho que é uma pena é que a gente não pode falar de ciência dessa maneira, como nós estamos fazendo aqui. Ah, porque a ciência criou toda uma um linguo, todo um linguajar, todo um protocolo, todo, né, que ela exclui
boa parte das pessoas porque as pessoas não foram treinadas para ler esse tipo de coisa ou para entender. Entendem os códigos as palavras são difíceis. É como você tentar ir no tribunal e entender o juri de queijo, né? Máxima vênia. [ __ ] grila, né? Economis, essas coisas tod. E na realidade a gente faz ciência desde que a gente adquiriu este barato aqui entre as orelhas, eh, com outros métodos, com outras formas, né? Porque o qual é o objetivo? É tentar criar algum nexo disso aqui, fazer com que o caos faça algum sentido. O caos
porque a gente não lida bem com o caos. A, alguém me perguntou ontem, é, mas pode ser que o caos seja só algo que a mente não consegue entender? Eu falei: "Não, óbvio, o M o Mr. Spock pode chegar aqui e falar: "Meu, você como como isso aqui não é aleatório, olha a fórmula, tá aqui. Talvez a gente não consiga, né? E o vários pensadores absolutamente sensacionais sempre pensaram isso, que o que a gente chama de randômico aleatório é só porque foge a nossa capacidade neurobiológica de entender, né? Eu não sei responder isso, ninguém sabe,
mas só o fato de você poder falar sobre isso no, né, é já já bom, de certa forma traz uma luz, não dá uma outra dimensão pra vida, né? Porque todo mundo vive me perguntando: "Ah, mas você fala, não acredita em Deus, cambal de bico? Qual é o sentido da vida? É muito simples. Os mongóis já sabiam. É viver, é estar vivo, é viver, é desfrutar, é olhar pro horizonte e falar: "Ou, o que é que é aquilo ali? né? O o tal do Gengiscan, você sabe qual era o objetivo de vida dele? Era, sei
lá, espalhar o máximo possível do seu DNA, porque não, ele fez, ele ele fez isso, ele fez. Eu acho que é é 2 ou 3% de todo asiático tem o DNA mongol. Não, o literalmente o o a filosofia do segundo li, né? Pode não ser verdade, mas pelos os livros que eu li, ele acreditava na união da humanidade como um todo, sob os o big eh blue sky. Ele literalmente acreditava que a a função dele era conquistar o mundo. Todo mundo porque o gc com todas as loucuras que aconteceram, genocídios, cambal de bico, o gc
ele aparentemente dava opção. Se você une a nós, você paga um impostinho aqui, você pode manter sua religião, sua cultura, não me interessa. Só quero que você seja parte do do império mongol. Os caras que topavam isso, ele e, né, deixava em paz. Os caras que batiam de frente com ele ou fazia alguma coisa, ele passava passava por cima. Eu não concordo com a segunda opção do método, mas era interessante de que ver mesmo nesse grau de violência, nesse grau de, né, de de autoritarismo, havia uma missão de unificar. Ele literalmente acreditava que a raça
humana era uma só. Tanto é que os os ministros dele eram árabes, judeus, cristãos. Ele acolheu os nestorianos cristãos que tinham sido expurgados da igreja romana, da igreja bizantina. Os caras foram paraa Ásia, ele acolheu porque os caras ajudaram na administração do império dele, né? E esse esse ideal sumiu, né? Quando a gente fala hoje de pensar no planeta, pensar em estratégias políticas globais de preservação do planeta, ah não, ninguém concorda, porque isso eu penso nisso depois de eu pensar como eu ganho dinheiro. Isso e depois como o meu grupo se beneficia, o meu grupo,
eu digo, meu país, meu grupo financeiro, industrial, sei lá, ninguém para para pensar que o planeta Terra não dá mínima bola pras fronteiras, para para nada. O planeta Terra ele funciona como um organismo só e ele tá morrendo e se ele morrer vai todo mundo pro pro buraco e não há Marte que nos salve. E, né, deveria ser uma prioridade esse barato, né? Deveria, deveria, né? Porque todos nós temos filhos, netos, todos nós queremos ver que eles sejam felizes, que eles tenham a sua próle e o nosso a nossa dinastia se continue, né? Mas ninguém
põe a mão na ferida e fala: "Meu, não dá, não dá para viver assim, não dá para viver do jeito que a gente vive, né? E e infelizmente esse debate não é aberto. Então os caras vão fazer os copes da vida, os copin deve ser maravilhoso. Geralmente não tem conclusão nenhuma ou nada, não sai nada de lá. Os caras viajam, os caras fazem, acontece, nada acontece. Por quê? Porque nós estamos dominados por uma abstração mental. chamada dinheiro. É que manda no mundo. Manda no mundo literalmente, né? A gente acha que a gente vive no Brasil,
que é um país independente aonde é, né? Só ver a taxa de juros. É verdade. Não cai, não cai. O Lenin podia vir aqui tomar posse e pelo visto a taxa de juros ia continuar subindo, né? Por quê? Porque é quem manda. É, né? Tem pergunta pra gente aí, Gan? Tu meu celular tá bem aí em cima, cara. Deixa eu ver. Já tô na Aí sim. Vamos ver o que que os caras estão mandando para aqui, Miguel. Será que a gente deixou os caras acordados? Ah, pô, acho que não tá muito bom. O Leonardo mandou
aqui, ó. Queria saber do professor Nicolelles como a neurociência de ponta tem visto a divisão mente e cérebro. [ __ ] tudo que existe é o cérebro. Observação. Ah, que ele mandou 5.000 pesos argentinos. Dá R$ 25. 5.000 pesos. Essa foi boa, né? É. Ah, não, não. Ninguém, ninguém mais acredita só nisso. O o dual mente. O que é mente? Não, para mim a mente a mente é uma propriedade emergente do do cérebro, mas o cérebro sem um corpo não gera uma mente. Você pegar o nosso cérebro é numa numa placa de dis, né, num
placa petre, né, que a gente chama aqui, ã, sozinho, ele não vai ter uma mente, ele não vai ser consciente, ele precisa do corpo, ele precisa estar envolvido num ambiente, precisa das experiências dos sentidos, das experiências do sentido. Eu eu tô dizendo ultimamente, eu dei uma aula recentemente onde aí eu lucbrei bonito, sem beber nada, sem fumar nada. Eu disse o seguinte: "A pele é o terno do cérebro, é a roupa do cérebro, é aquela que permite que ele faça contato com o que tá aqui, né? A gente até recentemente, até 20 anos atrás, eh,
não dava menor bola pro trato gastrointestinal e pros neurônios que existem ao longo de todo. Meu, é, é um sistema que monitora o meio interno e que informa o cérebro e que tá envolvido em funções imunológicas, funções hormonais, ou seja, é quase que um outro sistema nervoso. Então, o nosso responde a coisas emocionais, o frio na barriga, por exemplo, o frio da barriga, a intuição, né? Quando você tem aquele negócio que vestibular, hoje no caminho vindo para cá, eu passei no prédio da escola primária onde eu fiz vestibular 50 anos atrás. Meu, ainda tive ainda
fiquei nervoso só de ver o prédio, entendeu? 50, quase 50 anos atrás na rua Consolação, eu falei: "Meu, como eu passei mal nesse lugar, só pela ansiedade de entrar, né, de fazer o barato." Enfim, o sistema imunológico tem um feedback com um loop de controle com o cérebro. Então, nós estamos descobrindo que o corpo é o cérebro e o cérebro é o corpo. E existe uma simbiose completa, né? E e o cérebro basicamente usa o corpo e controla o corpo. E curiosamente, todo mundo tinha um monte de teorias, o que eu falei no começo hoje,
o movimento do corpo é um dos fatores mais fundamentais para manter a sua saúde mental. Aham. Nós não estamos falando de coisas sofisticadas, nós estamos falando de continuamente se movimentar ao longo do dia ou pelo menos o máximo que você puder parar de assim, isso pode fazer com que a gente precise menos inclusive de de remédio para se manutenção. Isso. E menos na no final da vida de, né, de de ser dependente de outras pessoas para viver que ter sabe de um robô também. Então, esse dualismo, mente e cérebro, é algo que eu não acredito
que seja, ninguém mais acredita nisso, mas a maioria de nós acredita que a consciência e a mente, como a gente chama, emerge da atividade. Eu acredito que ela é dependente do campo eletromagnético que o cérebro gera. E porque o cérebro é movido a eletricidade, né? E curiosamente, quando eu falo isso, todo mundo acha que é papo, mas não é. O cérebro humano funciona como uma lâmpada de 20 W. Hum. Cada um de nós tem uma lâmpada aqui de 20 W. Para pensar, um data center consome gigawatt o chat GPT ser mais imbecil do que, né,
algum Não é tão imbecil assim também, Miguel. Não é tão, mas ele é um jacu. Ele é um jacu. É, mas ele tem, ele tem, ele sabe muita coisa, mas não entende essas coisas. Sabe, mas ele é que nem o moleque da escola que recitava a lição de casa decor. Aham. É isso, né? Ele sabe a lição de casa, mas ele não entendeu piscirocas do que tá escrito ali, né? Eh, eu fico imaginando o que Aristóteles, Platão, Kant, o que esses caras pensariam de tudo isso? Os caras iam entrar em parafuso, né? falam: "Meu, foi
para isso que eu pensei a vida toda. Escrevi tudo que eu escrevi para vocês ter ficar te dando as frasesinhas de efeito." Você lembra daquele peça de teatro famosa aqui em São Paulo? Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá. Nunca vi. Não, você nunca viu? Bom, eu vi, eu vi. A gente podia dizer assim: "Quem diria Platão acabou no chat GPT, né? Meu, que fim de vida, meu, que fim de feira, né? Ó, o Ederson mandou aqui, ó. Opa, goleiro do Manchester City. Esse aqui é o é o Cabral. Então, calma. O Ederson Cabral, calma.
É, ele mandou aqui, ó, o livro O verdadeiro criador de tudo expõe uma separação de G info e S info. Isso. Por que achas? Por que achas que essa separação não foi abraçada pela academia? Quem disse? Aí, ó. Toma aí, ó. O Ô, Ederson, vai lá jogar no time do Guardiola. [Risadas] Tem mais de 1000 citações. A a a nossa proposta, ela não foi proposta originalmente nesse livro, ela foi proposta nessa monografia que a gente publicou em 2015, tá? A Ginofo é o é ela contrasta com a informação shanoniana. Shannonian é a informação do Cloud
Shan, a definição da teoria da informação que é usada pelos sistemas digitais, que é a lógica binária. Um e zero. O Shannon já sabia que essa esse essa definição de informação que ele criou no final dos anos 40, h, quando ele trabalhava na Bellabs, era para medir a transmissão de informação, a fidignidade de informação num canal ruidoso de transmissão de telecomunicação, tá? E ele falou: "Isso não se aplica para tudo. Nós começamos a aplicar isso para tudo." Só que ela é digital, ela é simbólica, ela é sintática, no sentido de que ela, a nossa linguagem
é comunicada em em formação channoniana. Só que nós criamos uma nova definição em homenagem a um outro matemático chamado Kurt Godel, que é um dos grandes matemáticos do século passado, amigo do Einstein, né? onde a gente fala que essa informação é analógica, ela é embutida na matéria orgânica, ela não é transmitida como a shanoniana e ela é não verbalizada, você não consegue, é como se fosse a seu sentimento. Entendi. O seu sentimento, você não consegue traduzir tudo que você sente em palavras, não. E eu não sei nem se o que eu tô sentindo corresponde. Exatamente.
Porque as palavras são criações nossas com sentidos arbitrários. Cada um de nós dá uma definição de beleza total, né? Uhum. Então, para isso, nós criamos todo um contraste de uma informação, de uma de uma definição de informação que se aplica aos organismos, tá? A, e essa é a fonte da inteligência orgânica que contrasta com o Chenol. Aham. E o nossa monografia tem milhares de citações. Então, eu acho que ela não ela não virou mainstream ainda porque leva tempo, né? Porque as pessoas estão acostumadas com a definição do Shannon, que era um gênio, é o criador
dos sistemas digitais, dos, perdão, dos circuitos digitais, quando ele tava no MIT. Então, a a é um impacto muito grande e e ele é considerado o pai da lógica digital que nós usamos hoje junto com o Turing, né, e o John Fonima, que foi quem pôs o barato na prática, né? Mas a nossa definição tá criando criando barulho. Então eu tô tranquilo, Ederson. Boa, pô. Preciso estudar tanto. Toda vez que eu converso com esses caras eu fico: "Caralho, mas aí eu entro numa outra, pô. Será mesmo? Porque quanto mais eu sei, mais eu sei que
eu não sei. E à medida que tu vai bloqueando coisa, vai, por exemplo, vou pôr aqui, ó. Vou pôr aqui. Olha, caramba, descobri toda uma parada que eu não sei. Aí isso aqui abre todo um universo para ser conhecido, que lá na borda dele vai abrir todo um outro universo para ser conhecido e não tem tempo de vida suficiente para saber. Você sabe qual é a definição da sabedoria, segundo os gregos? Hã? É descobrir o grau imenso da nossa ignorância. [ __ ] então, meu irmão, já tô sentindo, me sentindo soterrado pela sábio. Você já
faz parte do grupo, [ __ ] Mas é até dói. Ah, o a mandou: "Estou me formando em design e e estagio em um hospital ortopédico. Tô desenvolvendo um braço articulado para auxiliar na leitura." O senhor acredita que o uso de gestos faciais pode ser eficaz para auxiliar pessoas com deficiência? E na tetraplegia? Bom, a musculatura facial é usada, já foi usada inclusive movimentos oculares, é usado para controlar. Existem vários sistemas de que foram testados e a aceitação varia de paciente para paciente, mas sim, toda essa musculatura. Por isso que eu falo que o meu
grande, apesar de eu ter inventado os implantes cerebrais para interface a máquina, eu digo que eles devem ser deixados por circunstâncias muito graves. Em casos que não tem nenhum movimento, que você não tem como usar os olhos, não tem como usar e não tem como usar um sistema não invasivo, né? E, apesar de ter inventado barato, com sendo médico, eu a prioridade tem que ser o bem-estar do paciente. Então, você não precisa fazer uma neurocirurgia quando você tem movimentos oculares, você tem outros sinais biológicos que podem ser usados, mas é é óbvio que pode ser
usado. É, eh, o Fernando Romão mandou aqui, ó, existe algum estudo sobre a brainet na natureza? Cardumes de milhares de sardinhas, por exemplo, parecem se mover como um só ser, formando uma rede cerebral coletiva única, diminuindo assim as chances de serem predados. Eu acho que a Brainet é, vou usar uma palavra proibida no meu vocabulário, mas é só para fazer uma uma diversão. A Brainet é um algoritmo de sucesso da natureza. Ela vem desde as bactérias, desde os vírus, inclusive as plantas formam brainets, como a gente falou. Então, sim, claro. Cardumes de peixes, passaredos de
andorinha, formigueiros, tudo isso é basicamente a forma como a natureza encontrou de distribuir a função, diminuir o risco da de do de predadores, né, pegarem um indivíduo, se você tá se você é uma sardinha no meio de um cardume, a sua chance de ser caçada é menor do que você tá nadando sozinha no oceano. Então, né, a natureza já achou uma forma de preservar mais tempo a vida do indivíduo. Ironicamente, se ele fizer parte do coletivo. Isso, isso é tudo muito inters aprendi bastante coisa aqui hoje para aplicar na vida. Não é curioso. Você renuncia
a ao seu trajeto individual para sobreviver graças ao coletivo. É, coletivo. É, vamos me chamar de comunista, socialista, mas tudo bem. Não, você tá falando da natureza. Que tá falando da natureza. Planta. Planta. As plantas se conectam através de, é uma coisa maravilhosa. Tem todo um campo de literatura agora estudando. Quando uma planta é uma árvore é cortada lá, os caras deixa o toco lá. Em teoria você imagina que vai morrer nada. As árvores ao redor começam a transmitir eh o que é necessário para aquela árvore se manter. Existe uma empatia do do sistema animal.
que cuida e elas recentemente, eu preciso ler o estudo que eu recebi dois dias atrás, mas aparentemente elas sincronizam inclusive a atividade elétrica delas, das plantas. É muito maneiro. Então isso me leva, eu ainda não terminei essa ideia, mas você lembra do da teoria Gaia, né, do planeta como todos, né? Olha, a neurociência pode começar a ajudar a avançar essa visão do planeta tá completamente conectado. A gente faz parte disso também de certa forma. Ah, eu eu tô começando a achar que eu ponho no livro é uma das coisas que eu usei como, né, ficção,
porque tem estudos que ninguém consegue desmentir e ninguém consegue explicar, né? Eu já, eu acho que eu contei aqui a última vez que as frequências fundamentais de todos os cérebros que existem de animais, seres humanos, escampal, de bico, são as mesmas da ressonância da atmosfera com atividades elétricas. Então, se tem um raio de uma tempestade, a ressonância eh que ocorre desse raio é nas mesmas frequências das das frequências fundamentais do EEG humano, né? E essa ressonância eh ocorre em todas as espécies que t o sistema nervoso central. Então, a minha teoria e de outros autores,
não é só minha e nem eu inventei, eh, mas que não é levada muito a sério até recentemente, é que a matéria orgânica foi submetida às propriedades geofísicas do planeta durante bilhões de anos. Então, pode ser que essa atividade eletromagnética tenha impactado na na criação dos campos elétricos, né? Daí estamos tudo conectado, todos conectados com o planeta. E o que que tem? Tem vários estudos mostrando que nessa ressonância, quando ocorrem essas tempestades e o campo magnético da Terra é afetado por tempestades solares ou outros eventos, aumenta o ataques de epiléticos, ataques cardíacos, a depressão. Tem
uma série de estudos epidemiológicos mostrando que a atividade solar tá relacionada. Sabe de [ __ ] Não sabemos micas. Que coisa? Mas não é não é não é poético, já que ninguém lê poesia, vamos fazer em prosa. Não seria sensacional se a gente conseguisse definitivamente provar que estamos todos conectados ao planeta Terra através do campo magnético do planeta? Eu acho que aí a gente ia parar de tentar destruir a [ __ ] toda. Olha, não sei. Mas bom, o Calse conta a história que quando Apolo VI foi, né, pra Lua Aham. E o Lovel, que
era o astronauta, meu herói na época, quando ele sai da parte escura da lua, ele tira aquela foto da terra. E o Carlos Segan disse que ele tava na NASA, né? Ele disse o seguinte: "Quando a gente viu aquela foto do horizonte da Terra, a terra nascendo, né, como se fosse a lua, né, ou o sol, ele falou: "Vai mudar tudo, vai mudar tudo". As pessoas vão olhar, tô até arrepiado de lembrar ele falando, as pessoas vão olhar para isso, falar: "Meu Deus, todos os seres humanos que jamais existiram e existem estão aqui. Esse, olha
o que tem em volta. Nada, o escuro completo. Nós estamos num planeta azul, né? Olha a lua, não é nada, não tem nada. E o Love olhou para aquilo, a foto, uma das fotos mais famosas do século XX. E ele falou: "Meu, vou chegar na terra, os caras vão me receber como a encarnação de Jesus Cristo, o profeta. Mudou, não tem mais guerra. Até meu de ninguém liga. Tava no meio da guerra do Vetinã, os Estados Unidos explodindo e o Cenga falou: "Putza, foi maior decepção porque eu achei que ia mudar tudo, porque a gente
ia ter essa Aham. esse momento, né, de a realização do que do que de onde estamos e e o que somos. É o o Isso a gente chama, era chamado hoje ninguém mais fala, mas era o momento eureca do cientista, né? Quando você vê um troço que ninguém nunca viu, eu tive alguns na minha vida, quando a gente ouviu o som dos primeiros 100 neurônios que a gente registrou simultaneamente, macaco na tua frente movendo o braço e a gente ouvindo o cérebro do animal e ouvindo o que o cérebro tava programando. A gente sabia para
onde a mão do bicho ia antes dele se mexer, tá? E eu tava numa sala, eu contei, eu falei: "Meu, não preciso mais ver nada", entendeu? Isso aqui é porque eu tava lendo o alfabeto, né? Aham. Do cérebro. Eu tava ouvindo o alfabeto. O Era como se fosse uma, é como se tivesse fosse Ulisses indo pra Troia ouvindo as sereias no mar lá cantando. Nós estávamos ouvindo ali aquele barato. Falei: "Meu, mudou tudo. Tem um som, tem um troço que você ouve que te diz o que que ele vai fazer, né? Mas infelizmente não é
bem assim, né? Uma sei lá, a gente precisa ter esperança, Miguel. [ __ ] Eu tenho, eu tenho, pô, sou palmeirense, meu. Ai, ai, ó. E aí, vamos pra última aqui, ó. O Alfred é a última. Já tá mandando mais uma aqui, pelo visto. Tá. Professor, você já você tá por dentro do fenômeno dos bebês reborne? [ __ ] isso não deveria ser considerado tipo uma doença mental? Já acabou pra humanidade, não acabou? Sou muito seu fânico, Alé. Mas gostaria de lembrar que o Palmeiras não tem mundial. Isso, isso, isso é, isso é plantado. Isso
aí é, é, isso é um bote. Eu vou, eu vou cobrar a presença física do indivíduo. Boa, pô. Beber reborne, é sacanagem. Não, meu. É, e aí vai pro Fantástico ainda, né, cara? Eu vi que assim, lá na, lá no Rio de Janeiro os caras estão implementando o dia do Não, eu tava jantando um restaurante aqui em São Paulo, os cara adoram televisão em restaurante, não sei porquê. Eu começo a ver uns negócios ali, eu nunca tinha ouvido falar disso. Eu começo a ouvir uns falei: "Meu Deus, o que tem esses que essas crianças t
que que é isso, né?" Quando eu vejo era boneco, aí o cara dando, a moça dando banhinho, pondo roupinha, fazendo festa de aniversário. Tem parto, tem parto, meu cara. Parto é me passou muito. Parto. Não, para para pensar. O Platão despencando no século XX, ele ia falar: "Meu, o que que eu fiz? Para que que eu A minha vida foi jogada no lixo". Os caras tão, né? Cheio de criança, precisando ser adotada. Cheio de criança, né? Precisando de pai e mãe. Bebê reborne. Meu, eu não sei da onde vem isso. Não tenho a menor ideia.
Olha, olha. É. É fumando, né? Uau! É sensacional a mensagem, né? E tu não sabe o que que o que ela tá Depois eu te mostro o que que ela tá usando ali de fela? Não, eu fiquei já mesmerizado pela coleção aqui, né? É, tem Mas aqui aqui é uma coisa mais é mais tradicional, né? Isso. Mas aquilo ali já tá passa um pouco. Não, mas o bebê reborne fumando é sensacional. É, mas o aí o Daniel Piccolo mandou a última. Já que o cérebro gera um campo eletromagnético, como as máquinas de ressonância magnética afetam
esse campo? Pode ser prejudicial? Ah, não, não, não é. É o campo eletromagnético do do cérebro. É, eh, as oscilações são muito de baixa frequência. A ressonância funciona com campo fixo em outra frequência. Não tem não dá nada. Se desse a gente ainda tava. Ei, quantos de nós já fizemos? Não, mas fique tranquilo. Pode fazer a sua, né? Não tem nada, vai ficar chab. Tu não vai virar outra pessoa, não vai acontecer nada. Tá bom. Não é, não é, é, é muito curioso porque o cérebro ele, ele licita uma, uma fascinação, né? Não interessa que
plateia eu fale, né? Eu já falei para Mancha Verde até, né? Aliás, quando eu dei uma das palestras que eu dei no Comitê Nóbel, eu tava com a camisa do Palmeiras por baixo, tá? Só para você saber, a camiseta tava ali, que você tinha que estar assim, é, no terno, tudo, ninguém viu, mas enfim, o cérebro ele ele ele é um troço fascinante, né? Porque as pessoas a gente sabe muito pouco mesmo nós profissionais e as pessoas acham que nós estamos chegando ali, né? Porque quando a inteligência artificial já tá fazendo isso, nós devemos estar
muito pró e não, né? O que você falou agora h pouco é a pura verdade. Nós cada vez mais sabemos quando, quão pouco nós sabemos, né? Porque o grau de complexidade e tu vive tranquilo com isso, Miguel? Eu não, eu vivo tranquilo porque eu há muito tempo atrás eu me conformei que é é aquilo que eu falei, eu falo sempre meus alunos, é uma corrida de relê ser cientista, né? você nunca vai chegar no final, mas você vai passar o bastão. Se você passar o bastão em boas condições paraa próxima geração, entendi, você já cumpriu
a sua missão. Mas o que é fascinante é que quanto mais a gente aprende, quanto mais a gente se eh se dá conta de quão quão esplendoroso é o que o cérebro humano é capaz de fazer em todos os sentidos artísticos, intelectuais, físicos, né? Menos a gente se preocupa em cuidar dele. Interessante, porque quanto mais a gente mergulha no modo de vida estress, no modo de vida atual, né? completamente no Race que a gente fala, né, falava nos Estados Unidos, né, que é essa corrida de rato que você não para para pensar, né? Ah, e
outro, faleceu o Mujica ontem, né? E eu tava pensando uma das frases mais interessantes que esse cara tem era: "A vida não é só trabalho". E ele tem tinha razão total, porque você precisa, como o Banon Han, que é um filósofo coreano que vive na na Alemanha, muito famoso, que eu gosto muito dele, publica uns livrinhos pequenininhos, você consegue ler o livro em um dia, ele falou muito, nós perdemos a capacidade de simplesmente contemplar, é, de olhar e refletir, né? Olhar pro, sei lá, o pô do sol, olhar pro mar, né? refri. Uau, eu sou
parte disso. Eu tô aqui nesse momento, né? Por quê? Porque não não dá tempo. E o e o cérebro humano ele ele precisa desses momentos de reflexão, de introspecção, de solidão, de, né? Não é à toa que yoga funciona da maneira que funciona, não é a toa que os caras lá no Tibé vivem até os 200 anos. Por quê? Porque, né, a o a o bombardeio informacional, né, ele tem uma hora que ele precisa parar. Sim. Você tem que dar uma trégua porque não há sistema nervoso que aguente, né? E não há e não há
necessidade. Eu me me eh policio demais nisso. Não há necessidade de todo dia, toda hora, todo momento você produzir algo. Às vezes, mas a sensação é essa, né? É, não é essa. Nós somos condicionados desde a escola, que você não pode terminar um dia sem entregar um um produto, o produto em termos genéricos, né? Agregar algum valor em algum lugar, é, sei lá, fazer alguma coisa que gere algo, né, que tem uma prova de que você passou o dia de uma forma produtiva, né? E é isso. Por isso que o a você lê a poesia,
você lê uma vê uma pintura, você pintar, você exercitar outros atributos da mente, coisas que nós não estamos fazendo, podem ser a solução de voltar para um caminho mais saudável, tanto do ponto de vista intelectual como do ponto de vista de mental mesmo, entendeu? Respeitando o tempo natural das coisas, tá? É porque ninguém vai escrever uma obra de arte em uma semana. Ninguém vai fazer uma tese de doutorado em um mês. É, ninguém vai solucionar problemas como nós temos, né, graves, eh, do dia paraa noite. Do dia paraa noite. Mas o problema é, tem que
ter um fio da meada, né? É. E o fio da meada não é não é flaflu, é só você ver o que tá acontecendo no mundo atualmente, né? Os países que apostaram no individualismo no limite estão derretendo por dentro. Então, os Estados Unidos tá derretendo por dentro. Eu vivo há 36 anos lá no tá ali. Tava tudo escrito ali. Nada mais será como antes. Não, eu nunca vou esquecer o meu editor falando, mas você maluco que o Trump vai ser reeleito, não tem a menor chance. E aconteceu, né? Então é isso. Entendi. Bom, Miguel, muito
obrigado por vir aí, cara. Obrigado pelo teu tempo. Estamos falando a maior tempão. Nem sei calcular quanto tempo. 3:08. 3:08. Obrigado, de verdade, cara. É, é. Nós pusemos o mundo para dormir hoje. É, eu sei que eu sei que eu sei que tu não acredita em Deus, mas eu que acredito. Sim. Eh, recebi várias mensagens dele por meio de você hoje aqui. Pô, fico extremamente grato. Vou cobrar pelo Pix, família. Olha só o Miguel. Essa essa se não for a terceira vez que o Miguel vem aqui, é sei lá, é a quinta vez que o
Miguel vem aqui. Tá brincando. Que que isso quer dizer? E hoje tem quatro quatro que tem outros quatro episódios com o Miguel para você se deliciar de verdade, para você conhecer toda a história dele. A gente já falou de eh que a gente deu uma pincelada aqui de ouvir mais neurônios do que um, né? Ou do exoesqueleto ou do lance de saber o que o que o chimpanzé ia fazer antes. Não é o macaco rezo. Um maca isso que o macaco ia fazer antes dele fazer. Então tudo isso, todas essas histórias a gente já contou,
mas tem o episódio mais histórico de todos. Hã, foi o dia depois da Libertadores. [ __ ] tem esse. Você tá registrado historicamente. Ah, ele tava com bonezinho do Palmeiras nesse dia, né? Tava. Então, ó, a gente vai e e vai entra aqui no canal, só você digitar Nicoeles ali que você vai ver, tá bom? Mas, ó, a gente vai deixar todas todos os jeitos de encontrar o Miguel nas redes sociais, a gente vai deixar aqui no comentário. Muito obrigado. É um prazer enorme sempre poder conversar com vocês. [ __ ] obrigado, cara. Porque eu,
para mim, eu sou um chimpanzé. Que é isso? [ __ ] demais vocês aí. Muito obrigado também. Boa noite todo mundo e a gente se vê amanhã, tá bom? Amanhã o dia tá cheio, inclusive.
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