quem fala é e aí e aí tá bom boa tarde a todos e você queria agradecer aqui a presença de todos e é um prazer recebê-los aqui essa última tarde do desse brilhante evento que está sendo organizado pelo digamos assim corpo editorial da nossa revista de teoria da história vai em nome do murilo da sabrina queria cumprimentar os atores parabenizá-los pela excelente atividade que que organizam aqui durante essa semana é agradecer sobretudo a presença do professor durval nosso amigo aqui de longa data eu acho que eu não vou precisar me estender na sua apresentação todos
vocês o conhecem o seu durval foi presidente da anpuh foi é hoje o nosso coordenador de área do cnpq alguém que já atuou em todas as frentes que vocês possam imaginar em defesa não só da história mas mas mas nos últimos anos sobretudo da nossa democracia e é um prazer recebê-lo aqui mais uma e sobretudo nesse nesse contexto é sempre bom a gente poder ter ao nosso lado pessoas com as quais a gente tanto aprender algumas coisas a gente tanto sempre aprendi quando oval muito obrigado pela tua presença boa tarde gente bem queria então inicialmente
também agradeceram murilo que fez todo o contato comigo e a todos que fazem a revista de teoria da história é uma revista é muito importante para o desenvolvimento dessa área de pesquisa no nosso campo não é uma área que durante muito tempo foi tão pouco aqui enrolada e vítima de preconceito inclusive né eu que tô no cnpq pela terceira vez como como representante da área posso dizer para vocês que havia um momento em que as pesquisas em torno de teoria da história e historiografia e não é com certa resistência não é porque a ideia de
que os historiadores não estavam fazendo história mesmo né eu ainda ouvir isso né no quando era presidente da anpuh nós tivemos o o prêmio teses da anpuh nós temos vários trabalhos apresentados e no último momento ficou dois trabalhos um historiografia né do fernando nicolazzi e um outro trabalho e aí um dos argumentos era que uma era de história mesmo o outro não era é e eu disse o que não era de história mesmo terminou ganhando por um foto é do júri que fazer a parte do qual eu evidentemente como presidente não fazia parte mas é
para vocês terem uma ideia de como é importante né esses esses eventos em que os historiadores se propõe a discutir as dimensões teóricas do nosso ofício na hoje pela manhã por exemplo mais uma vez ficou claro que ainda uma coisa que os historiadores pouco fazem e na verdade e quando me perguntaram o tema eu disse o o título de um tema mais geral que eu estou desenvolvendo não é uma editora me solicitou a escrita de uma de dois textos para comprar um livro sobre o que seria o meu pensamento sobre a história e eu tô
escrevendo esse texto mais geral e vou trazer para vocês uma parte dessa discussão onde eu discuta a questão da posição de sujeito no texto historiográfico é se chama da distância instância posições de sujeito no texto historiográfico o texto é maior eu fiz um corte talvez ainda tem até ficado grande mas quando eu perceber que vocês estão cansados eu paro então desde que a historiografia foi alçada à condição de ciência no século 19 e por quase todo o século 20 quando se falava de em toda a história tem a certeza que ele era alguém situado no
exterior do texto alguém localizado no passado um personagem do qual se falava para o qual se apontava com o uso de dêiticos que o situavam no tempo e lugar precisos e que o colocavam no lugar daquele que ao mesmo tempo era sujeito dos fatos ali narrados e da narrativa através do qual esses eventos e esse sujeito era contato o historiador pouco aparecia no texto na condição de sujeitos embora fosse ele que definia as posições de cada personagem que iria que cada personagem iria ocupar na trama a escrita da história devia convencer o leitor de que
essas posições foram ocupadas e definidas pelos próprios personagens ao viverem e participarem dos eventos ali narrados opa o efeito de sentido produzido pela narrativa historiográfica seria de natal naturalizar as posições de sujeito ocupadas pelos personagens na trama histórica escamoteando escondendo a participação do historiador na definição dos lugares a serem ocupados por cada um em seu relato herói o vilão sujeito ativo ou passivo ausente o presente sujeito principal ou secundário dominante ou subalterno para exposições seriam definidas pelos próprios autores da trama histórica dependendo do tipo de atuação que nela tiveram independente da ação do historiador ao
escrever o texto curioso ilusionismo capaz de fazer de um morto um sujeito novamente atuantes de fazer de um ausente uma presença de fazer de um personagem do passado um ator do presente o personagem histórico teria se donde da a idade sendo ao mesmo tempo sujeito dos eventos que se contavam e do relato que os contavam o personagem histórico teria essa capacidade se desdobrar no tempo e no espaço estando ao mesmo tempo fora do texto como sujeito olhado e contado e no interior do texto como o personagem que olha e conta a si mesmo como o
outro e em raros momentos do texto o historiador compareci em primeira pessoa isso costumava e ainda costuma acontecer ao se inscrever a introdução apresentação ou um prefácio para um ser escrito nesses textos introdutórios as obras os historiadores costumavam e costumam encenar a posição do sujeito ao qual querem ver reduzida a sua participação naquele escrito a do lugar de sujeito de pesquisador de observador dos eventos e do acadêmico que foi ao arquivo que realizou as operações de localização seleção classificação e análise das fontes trata-se de construir a posição de sujeito de cientista disco populoso analista das
fontes de meticuloso perseguidor de pistas de observador das regras metódicas do ofício de o iniciais podem até se colocar no interior de um debate acadêmico pode contra concordar ou discordar com de outros historiadores acerca de suas versões do que seriam os mesmos eventos que vai analisar o caráter polêmico político a dimensão pulsional do sujeito da narrativa se explicita nesses raros momentos para desaparecer enquanto o texto propriamente se inicia escrito quase sempre com o uso de idênticos que generalizam e diz personalizam o autor da trama como o uso de pronomes pessoais como nós e eles o
pronome oblíquos como unos o escrito do historiador passa a camuflar a sua presença no texto para produzir no leitor do relato a sensação de estar vendo o próprio passado sendo encenado a sua frente induzindo ao efeito de verossimilhança é a posição de sujeito admitida para o historiador em seu texto que se ensinou ao longo da trama sempre que uma discordância uma crítica uma ironia uma nota informativa polêmica aparece é a do produtor dos dados ea do produtor dos argumentos que ali comparecem mas jamais o do produtor da própria trama ali narrada de autor do texto
que se dali embora curiosamente a capa a folha de rosto e até a margem dos textos nos informe em que é o historiador o autor do livro que se tem em mãos o texto trata de obliterar essa posição de autoria no que diz respeito ao que se conta sobre o passado o texto do historiador deve dar a impressão que é o passado que conta assim mesmo que são os personagens dos eventos os mesmos personagens do texto e é recorrente o uso do recurso a citação da fala dos personagens fazendo deles o autor do texto que
se lê embora as citações tenham sido recortadas e escolhidas pelo historiador situadas numa trama textual por ele preparada ele se esconde por trás das citações faz o personagem dizer o que ele quer dizer indo alojar a sua voz e o seu ponto de vista nas sombras veja por exemplo como carlo ginzburg não operação de prejudicação de textual faz menor que eu dizer o que ele quer dizer abre citação começou denunciando a opressão dos ricos contra os pobres através do uso de uma língua incompreensível como latim nos tribunais cita menocchio da minha opinião falar lá tinha
uma traição os pobres e as discussões os homens pobres não sabe o que se está dizendo e são enganados se quiserem dizer quatro palavras tem que ter um advogado fecha a citação de menocchio dízimo e continua mas era só um exemplo de uma exploração geral da qual a igreja era cúmplice e participante abre citação para menor e parece que foi a lei o papa os cardeais os padres são tão grandes e ricos que tudo pertence à igreja e aos padres eles arruínam os pobres se tem dois campos arrendadas esses são da igreja de tal bispo
auditar o cardeal fecha a citação de menor cubismo continua é bom lembrar que menor que eu possuía dois campos arrendadas cujo proprietário ignoramos quantas seu latinha aparentemente se região se restringia ao credo e ao pater noster que aprender ajudando na missa e que o seu filho foram atrás de um advogado logo que o santo ofício colocaram na prisão fecha a citação a todos os verbos que utiliza no texto classe de palavras que indicação apontam para as ações do personagem no passado mas ao mesmo tempo para ação que está se passando no texto que o leitor
tem à frente de seus olhos a utilizar o verbo no passado seguido de um gerúndio começou denunciando disso resistente à ação que ocorreu no passado para o tempo da escritura do seu próprio texto que parece aqui aparece como a relato de uma ação que ocorreu no passado e como retorno dessa ação no presente o menor qeo denunciou no século 16 através da sua fala no tribunal a opressão dos ricos contra os pobres e o faz de novo no texto escrito no século 20 ele realiza assim o que na verdade quer fazer o autor do texto
o historiador carlos gunsburg que selecionou recortou e citou a fala que lhe interessava justamente por ela fazer a denúncia que ele mesmo quer fazer e um faz escondido sob as vestes do moleiro o gesto político do autor do texto queda camuflado como gesto político do personagem do texto onde se deveria ver duas posições de sujeito localizadas em dois tempos distintos a posição de personagem ea posição de autor de historiador ver se uma só e na sequência do texto o mesmo truque narrativa é realizado quando o texto afirma mas era só um exemplo de uma exploração
geral da qual a igreja era cúmplice participante esse comentário desse personalizado sem referência ao sujeito que eu faz enxertado entre duas falas atribuídas a menor que o faz parecer que é o moleiro e não o historiador que tem consciência dessa exploração geral da qual a igreja é cúmplice participante o menor que o aparece travestido de um historiador social havan la lettre uma arguto analista da situação em que vive a partir do instrumental do martelo do histórico que evidentemente ele não poderia ter não é é um moleiro vai como no tribunal do santo ofício sendo induzido
a dizer o que o outro quer que lhe diga se o tribunal seu interrogador tentava através das perguntas que fazia moldar as suas respostas para enquadrá-los na tipificação criminal previamente estabelecida no texto do historiador as falas de menox são enquadradas pela grade de interpretação que o leva também a dizer o que o historiador quero ouvir quando o historiador comparece no texto é apenas para ocupar a posição de sujeito de pesquisador que dispõe de dados e informações que situação que a thor e viva a fórmula utilizada para introduzir a presença do historiador no texto é essa
é bom lembrar o coloca como um mero informante alguém que despretensiosamente comparece ao texto para lembrar ao leitor de dados que vão fazer ele compreender as ações e fala do moretto moleiro ele arrendaram dois campos dominava a pouco latim havia contratado um advogado ao se referir ao fato de que ele historiador ignorava quem era os proprietários dos campos arrendadas por menocchio prefere usar um plural ignoramos que diz personaliza a ignorância e ao mesmo tempo a reparte com o personagem e com o leitor retirando do autor do texto a responsabilidade exclusiva pela ignorância ou pelas a
formação ao lermos ignoramos caímos numa situação de indefinição quanto ao sujeito da ignorância pode ser vírus porque pode ser minha nokio qualquer outro historiador que leu o texto o moleiro o leitor etc uso de verbos no condicional aprender a fura colocar a e de outras expressões como aparentemente diz personaliza o historiador em relação até as informações que fornece ou seja diz o que é reticente até mesmo e assumir a posição de sujeito de pesquisador em seu texto e as afirmações e certezas que aparecem seu livro quase sempre são atribuídas ao sujeito menocchio um texto que
parece dialógico porque da voz deixa falar o seu personagem se revela um texto monológico pois a fala do historiador não se separa da fala do personagem o historiador usa o recurso de falar através da personagem escondendo a sua autoria do texto o historiador só fala em primeira pessoa quando ela é para contar seus percalços e descobertas como pesquisador omitindo qualquer informação que embora parte do processo de pesquisa não se enquadre no que julga se elas regras e definir um texto científico disciplinar acadêmico sério a falar de seus sentimentos e emoções durante a pesquisa não é
aceitável qualquer referência a sua corporeidade a participação do seu corpo no percurso da pesquisa deve ser censurada os desejos que moveram a pesquisa as sensações que ela provocou as animosidades que a motivaram devem ficar fora do texto na maioria dos casos as próprias motivações políticas as relações institucionais e de poder que apoiaram participaram e limitaram a atividade de investigação são deixadas fora do texto e na posição é na posição de pesquisador e especialista que ele aparece no início do texto para desaparecer no restante dele trata-se de construir uma posição do sujeito distanciada do que seria
seu objeto e o processo de construção do objeto no texto que requerem o recurso uso de recursos narrativos e linguísticos que objetivem aquilo sobre o qual se fala implica na construção desse lugar de sujeito observador de sujeito que se coloca à distância que ocupa um lugar temporal e espacial distinto e acima daquilo que é narrado trata-se de construir no texto o lugar para um olhar já que o olho é um órgão que deixa os gregos antigos é associado ao conhecimento a produção de saber e esse olhar distante e do alto capaz portanto de totalizar de
unificar a cena de dar a ela unidade definição que deve ser construído para esse narrador é onipresente e onisciente que é o historiador o historiador portanto como uma das versões do sujeito moderno do homem moderno ocupa o lugar de deus o substitui em sua capacidade de ver sem ser visto de dizer sem ser dito de fazer aparecer desaparecendo e o historiador moderno deveria e deve construir um duplo distanciamento e daquilo e daquele de que fala e do texto em que aquilo ou aquele são ditos construir a objetividade do saber histórico implicaria se duplo movimento de
de subjetivação esse duplo movimento de afastamento de se ser sujeito da ação passada e do texto em que a figurada o historiador ocuparia como sujeito uma zona temporal espacial cinzenta alojada entre os tempos e espaços dos eventos e do tempo e espaço do texto e o historiador ocuparia uma posição de charneira de dobradiça entre o passado e o texto que o espacializa e o figura nesse intermezzo estariam todas as operações técnicas todos os procedimentos metalizados desde o século 19 que lhe atribui a condição de historiador é nestas terras do nunca mais e do ainda não
que o historiador gosta de ser localizar mas para avançarmos na discussão em torno da construção de posições de sujeito no interior do texto historiográfico objeto desse escrito e é vamos deixar por hora disso porque seu moleiro perseguido pela inquisição e vamos abordar outra obra clássica da historiografia contemporânea mon taiyo povoado occitanico 1.294 1324 de emmanuel le roy ladurie também um especialista em estudos da chamada cultura popular utilizando fontes também extraídas da repressão inquisitorial o que nos interessa particularmente é a introdução do livro significativamente intitulada da inquisição a etnografia é diante desse título ficamos aguardando espero
que mais alguém me acompanhe nessa expectativas que o autor discuta as implicações desse utilizar documentos inquisitoriais parte fazer uma análise de dados grupos sociais e de seu universo cultural e ficamos aguardando que sejam abordadas as diferenças de posições de sujeito dos inquisidores e membros do tribunal das testemunhas do historiador não é que o título índice esse vai abordar passagem do sujeito inquisidor ao sujeito etnógrafo e esse vai se situar no tempo se vai especificar as regras e códigos que dirige as práticas e configuram as distintas figuras de sujeito de inquisidor do etnógrafo e do historiador
mas eles que para meu espanto essas posições de sujeito são super postas e naturalizados vejamos nessa longa citação e se faz necessária a imprópria e questionar seu fusão das figuras do inquisidor do etnógrafo e do historiador etnógrafo no caso o autor do livro levou a lado ri cito latorre e aí e era me tentador aprofundar a pesquisa e procurar outros doces desse tipo grandes centros regionais nacionais redigidos por reduzidos mais precisos e mais introspectivos ainda sobre os camponeses de carne e osso por sorte nossa por azar deles um homem no século 14 da plenitude demográfica
deu a palavra usar o deões e mesmo a toda uma aldeia enquanto tal e trata-se no caso de uma localidade occitânia do sul mas como bem se sabe pois essa pesquisa de história agrária francesa a occitânia vólens nolens logo estará no hexágono o homem questão é jackson unir bispo de palmiers de 1.317 ah1326 esse prelado lúcido devorado por um zelo inquisitorial pertence as novas elites oxitalânicas que vão assumiram o controle do papado de avinhão o hypno grafo e policial no tempo de seu episcopado soube escutar os camponeses do condado de fora o e sobretudo da
alta ariege fazias engolir o pão da dor ea água das tribulações mas torturava os pouco o interrogava os com minúcia e demora de tempo a fim de a coçar no meio deles a heresia cá para ou simplesmente o desvio com relação ao catolicismo oficial e essa escuta e chegou até nós no grosso manuscrito latino e jean do inverno ar reconstruiu recentemente em edição integral e assim viu cê posto à disposição dos historiadores e do público lá tenista esse testemunho da terra occitanica sobre si mesma o testemunho que ultrapassa em muito o estrito domínio das perseguições
por heresias no qual jacs forneria teria podido normalmente se confinar se houvesse limitado a seguir sua vocação de inquisidor para além das perseguições anti carteiras os três volumes publicados por dever no a dizem respeito de fato as questões da vida material da sociedade da família e da cultura camponesa encontra-se nos textos assim reunidos uma dose de pontilhismo e dividido e se procuraria em vão nos títulos de propriedades ou mesmo na documentação notarial o fim de citação e assim como no livro de carlos this book llevo a la torre começa a se posicionado como um pesquisador
a primeira posição de sujeito que ele venha ocupar no livro é de alguém que compulsão a doces que busca encontrar documentos mais precisos e mais introspectivos ainda como se concilia precisão com introspecção não me pergunta sobre os camponeses do ciência o documento sobre os camponeses de carne e osso a referência ao arquivo aos documentos mais uma vez é fundamental para se construir esse lugar de pesquisador para o historiador e ao mesmo tempo assim como faz o historiador italiano esse arquivo é referido para se retirar dele a sua espessura textual e política já que estranhamente esse
é um arquivo que dá acesso a camponesa de carne osso e não a camponeses narrados ditos e escritos em papel não é interrogatórios inquisitoriais e a imagem do camponês de carne e osso sendo acessado através do arquivo pode parecer mega artifício retórico força de expressão mas essa imagem tem consequências tanto epistemológicas quanto políticas é dela que o historiador busca tirar a legitimidade ea autoridade do seu trabalho ele fala de camponeses que realmente existiram seu trabalho tem interesse merece ser lido repercutido trata-se de um livro de história pois trata de livre vida de pessoas de carne
e osso e em seguida ficamos sabendo que da mesma forma que o acaso havia ajudado a jeans vai encontrar o objeto de seu sucesso historiográfico foi a sorte que permite valer do ar tá do rir ter acesso a um arquivo inédito a documentos que tornarão a sua empresa historiográfica singular e valiosa compartilhando sua sorte com todos os seus leitores e colegas já que afirma que a sorte é nossa e informa que no entanto essa nossa fortuna significou o azar e o infortúnio dos camponeses de carne e osso ali segurados ou seja é através do infortúnio
desses homens do passado e se faz a fortuna do historiador no presente é dada a forma rápida objetiva e descomprometida como isso é dito parece não haver por parte desse sujeito pesquisador nenhum questionamento ético e político de como se concebe esse lugar de sujeito pesquisador que parece colocar a sua curiosidade acima do destino das carnes e dos ossos daqueles que estuda e logo em seguida introduz então um outro sujeito na narrativa um outro homem vem também se colocar na posição de sujeito de pesquisador um homem que no século mas é 14 deu voz aos aldeões
e mesmo a toda uma aldeia enquanto tal e quem seria esse homem que ouviu aldeões e uma odeia enquanto tal a imagem é no mínimo curiosa como aldeia enquanto tal fala não me pergunta aldeias falam nós ficamos sabendo que o homem em questão se chamava jacques fugir for a bispo de palmier entre 1.300 e 17326 diz lado rir um prelado lúcido devorado por um zelo é que inquisitorial a que pertencia as novas elites oxitalânicas que chegou a assumir o papado em avignon é surpreendente mente vemos se sobrepor a figura de sujeito do inquisidor e a
figura de sujeito do pesquisador os dois parecem partilhar a lucidez eo zelo inquisitorial para não dizer a curiosidade né e seria graças a esse desejo ea obstinação no enquiry que o bispo de palmeira teria nos deixado o nós é de responsabilidade e lá do rio né as vozes dos aldeões e de todo uma aldeia mas sabe se perguntar como foi possível que o inquisidor um prelado pertencente à elite occitanica nos deixasse a voz de aldeões e da aldeia é a forma acumulada do rio nos apresenta o arquivo que sustenta o seu texto faz crer que
os manuscritos em latim escritos pelos bispos de palmier a partir dos interrogatórios que conduziu junto aos camponeses reconstruídos e publicados em três volumes por gerando do voo noar é a voz dos aldeões e da aldeia e permite o acesso aos camponeses de carne e osso é nesse gesto retórico lenoah lá do ri opera todo um apagamento das várias mediações e das relações sociais de poder que estão na base da feitura desse arquivo e para espanto o nosso o bispo inquisidor nuestros é apresentada ainda como aquele que ocupou outros dois lugares e sujeito o de policial
e doente o dia que nós grafo ambos evidentemente totalmente anacrônicos não existia nem etnógrafo nem policial na época do bispo que o bispo escreveu e ocupam essas posições esse é o lugar de sujeito de etnógrafos fo.pe inexistente no século 14 é utilizado para enquadrar o bispo inquisidor e nesse passo legitimar a sua pesquisa e os dados do arquivo que produziu para uso do historiador e se assim como carlos this book levar lá do rio faz parte de uma geração de historiadores e se aproximou dos estudos antropológicos e etnográficos partilhando com eles temas e conceitos carlos
vindos e nunca pretendeu fazer uma etnografia do passado como parece desejar lá do que já que esse método não é depende da presença e permanência do pesquisador por largos períodos na convivência com da das culturas da das comunidades da dos grupos e da das realidades linguísticas e institucionais mas é um stravagancia se pretender fazer uma tomografia do passado e no entanto parece que emanuel levá-la do ri encontrou uma maneira de se colocar e se posicionar como historiador etnógrafo construindo essa posição e neta de sujeito para se ao fazer do bispo inquisidor um etnógrafo e ao
anular as distâncias que separavam ele dos camponeses quem queria que interrogaram construindo sua figura como conforme a mitologia que constrói o lugar tecnografo alguém que compartilha entendi entendi a cultura que etnográfico e ao anular a própria distância entre ele historiador e o bispo inquisidor etnógrafo o seguinte que desenha para si um lugar de pesquisador e cientista descrevendo as operações que realizou no arquivo levou a lá do rio constrói o lugar de pesquisador de cientista da história dando estatuto de pesquisador de etnógrafo ao agente da inquisição que produziu os dados para ele analisar é como se
jackson e sem saber fosse a presença de lá do rio no passado tô pretendendo etnografar o passado mas não tendo como fazê-lo o historiador se vale da ajuda do inquisidor e para isso deve produzir dele uma imagem de sujeito próxima a de um pesquisador contemporâneo e ele é biz lá do rio alguém que soube escutar os camponeses eles interrogavam com minúcia e demora de tempo mesmo que também os tenha feito engolir o pão da dor ea água das tribulações mesmo que os tenha acossado em perseguição a heresia catra e a qualquer desvio da doutrina católica
que os tenha torturado às vezes mas o que importa é que a sua escuta argota fez a voz dos aldeões chegaram até nós que a voz da aldeia com a total pode ainda ser ouvida por nós estamos colocados no presente o que importa é que ele nos consegue trazer os camponeses em carne e osso mesmo que seja com as carnes e os ossos macerados e arrebentados pelos episódios de tortura e essa chocante a completa falta de empatia por parte do historiador da cultura popular em relação aos camponeses e seus sofrimentos que esse texto demonstra isso
tem uma explicação e a empatia aí se estabelece a quase fusão se dá entre o pesquisador do presente e o pesquisador do passado entre o bispo policial etnógrafo do passado e o historiador at nosso inquiridor do presente e as violências simbólicas políticas e físicas que dão assim minimizadas justificadas em nome dos conhecimentos etnográfico se e históricos a violência disse produziram saber esse arrancar informações mediante interrogatórios longos meticulosos repetitivos ou mediante tortura a violência de se traduzir numa língua que não domina nome não aquilo que dizem de ter seus discursos em quadrados através do uso de
conceitos e categorias estranhas ao seu universo cultural o que voltará a ser feito no presente pelo historiador a violência de ver em suas vidas leva assadas por autoridades e pessoas estranhas ao seu universo social e cultural exteriores a própria aldeia e ao seu estilo de vida a violência simbólica da perseguição e proibição de suas crenças em seus rituais as violências físicas e serem submetidos a encarceramento ea tortura ao cumprimento de penas e proibições tudo é minimizado em nome da produção do arquivo e com ele do saber histórico e se jackson e tivesse limitado assumir o
lugar de sujeito de inquisidor se tivesse limitado a seguir sua vocação aí sim ele poderia ser objeto de admoestações por parte do historiador etnógrafo mas como ele foi um companheiro de pesquisa como ele forneceu dados sobre abre aspas a vida material a sociedade a família ea cultura camponesas mesmo que muito desses conceitos nem existissem em sua época suas práticas parecem estar legítimas e a dose de pontilhismo de vivido nos textos redigidos pelo bispo inquisidor policial entre nós o grafo entusiasmada tanto nosso historiador da história agrária francesa e essa posição de sujeito que lá do rio
vai rende visitar parasse no interior do campo historiográfico ele é um historiador da história agrária francesa que ele chega a afirmar que eles eles são abre aspas o testemunho da terra occitanica sobre si mesma posto à disposição do historiador e os artifícios retóricos e é porque a história garantiu que a retórica morreu e que a história não usa a retórica não é mas todo o texto do historiador é cheio de artifícios retóricos qualquer texto do historiador que você analisar o mais realista o mais positivista é cheio de artifícios retóricos a retórica não morreu uma é
e os artifícios retóricos utilizados para configurar seu texto de pesquisa para delinear e justificar o tipo de fontes que utiliza para dar um lugar para si mesmo e para aquilo que faz no interior do campo historiográfico beira a ao ilusionismo as falas dos camponeses tomadas no interrogatório do santo ofício respondendo às perguntas de um inquisidor às vezes arrancadas sobre tortura escrita numa no manuscritos redigidos pelo bispo em latim reconstruído e publicado recentemente por um lá tenista se tornam a inicialmente a voz dos aldeões depois a voz da aldeia enquanto tal em seguida o testemunho da
terra occitanica sobre si mesma né como se terra desce testemunho não é para terminar por servir de arquivo para uma história agrária francesa e embora do século 14 informação básica quando as suas falas foram pretensamente ouvidas occitânia se quer fazer a parte da frança o oxi tânia não era frança e não era frança e é mas o que importa é isso para o historiador situado no presente sabe entre abre aspas occitânia vôlei nóis logo estaria no hexágono como ele sabe qual occitânia depois vai ser anexada pela frança e que importa que no século 14 occitânia
não é frança e você faz a história agrária francesa beijo o século 14 mesmo que ali não fosse pareça é assim que os historiadores costumam tratar os espaços é comete anacronismos o tempo todo não leva em conta como os espaços são chamados na época nem as suas condições políticas e institucionais do período é a mesma coisa que você fazer uma história de génova como se ela fosse itália antes da unificação italiana ou uma história de florença como se fosse talha antes não é como faz o nosso querido brodel que chama tudo de itália como se
a itália já existisse não é acabo de ler o modelo italiano é só que quase nenhuma cidade que ele cita itália mas era um modelo italiano o renascimento era modelo italiana de morrer de chorar ou de rir não é ou seja o modelo italiano antes da itália e isso é um clássico da historiografia né se é o espaço nacional né porque isso porque esse é o espaço nacional se é o pertencimento a nação que legitima definir autoriza o trabalho que faz o historiador né no presente e se ele para fazer esse trabalho contou com a
colaboração do seu grau alter-ego no passado o bispo inquisidor etnógrafo are se criar uma continuidade entre eles que se não pode ser temporal aquecer espacial tem como vimos de procedimentos de pesquisa e é ele legítima obra que apresenta ao público e por conseguinte a sua posição de sujeito historiador etnógrafo a colocando como um capítulo da história na ação da história agrária da frança eu não sei se o manual de metodologia da pesquisa histórica o etnográfica recepcionar iam e aceitaria os métodos de realização de trabalho de campo de realização de entrevistas né da escrita de diário
de campo do nosso papa etnógrafo porque é o bispo se tornou papa bento 12 nos bento sistema são problemáticos os ventos né os ventos é uma genealogia complicada não é é o do nosso papa da etnografia né mas a depender da posição de emmanuel le roy ladurie parece que nenhuma objeção será apresentada nesse sentido não é torturar camponeses é uma bom método desde que você consiga ter acesso a voz dos camponeses em carne e osso vocês podem ir lá e torturá-los eles é interessante que a confusão de posições de sujeito no livro de lado rir
é tão acentuada que ele chama chega nome ajax fone de autor e no momento da introdução em que faz a crítica das fontes procedimento consagrado para a dotação de estatuto de trabalho científico ao texto do historiador ele não trecho em que umas resistências vem introduzir uma espécie de vacilação do modo de nomear o bispo inquisidor afirma abre aspas o autor reticências ou pelo menos o personagem responsável por nossos fontes documentais tô passando então a narrar a vida daquele que viria a se tornar o papa bento 12 e as suas ações como a gente da inquisição
contra os hereges cátaros que o teria levado a produção da documentação que serve de base para análise que empreende as últimas afirmações dessa introdução acentua ainda mais a indefinição sobre quem afinal é o autor de que nesse livro há momentos em que a posição de sujeito de fournier é apagada em nome da emergência dos próprios camponeses e da ordem em si mesma como autores dos relatos há momentos em que o bispo inquisidor que se tornam ao todos os relatos extraídos de forma meticulosa pelo bispo etnógrafo neste final da introdução vamos nos deparar com a afirmação
de que o próprio livro que lemos é de autoria do pesquisador incansável do passado com a pose a teoria do historiador etnógrafo do próprio = 2 sendo obliterada e negada funnier que havia multiplicado as convocações e os interrogatórios contra os habitantes da aldeia que teria abre aspas posto a nu todo marcelo local de atividades heterodoxos as se escalonam desde a década de 1.290 né sendo maníaco do detalhe teria iluminado além das crenças dos desvios a própria vida da comunidade e lá do rei conclue com fecho retórico que ao mesmo tempo afirma o caráter realista e
ver está do texto e escondi a figura do seu autor abre aspas veja a o fecho de ouro da introdução deste livro é expor tanto mon taiyo em si e por si nós vencemos o positivismo alguma vez não é ao sabor da investigação das investigações de jacs forneria e eu simplesmente as rehagro play reorganizei no espírito da monografia de aldeia o celular do ri apenas um reorganizador dos escritos de fone e o livro que a gente tem na frente que a gente pagou caro porque o bicho é caro né grande não foi escrito por ele
foi escrito pelo bispo inquisidor no século 14 ele apenas reorganizou o material e isso fez montai ou está na nossa frente é bom taioense e por se ir embora a gente não tem mar aldeia na frente a gente é um livro i am é é e vocês vão encontrar em número de truques de se vocês olha lerem textos historiador é prestando atenção nessas prédio não é nessas coisas de mágico né é quando a primeira pessoa do singular aparece no texto quando eu edito é dito é para ser negado como o autor do que alice disse
busca se convencer o leitor que é o lê o livro estará diante da aldeia catra que ali estará a montar will por si mesma como se uma aldeia pudesse falar desse esse fazer ver sozinha sem a intervenção de um narrador e de uma narrativa sem a participação da linguagem um todo uma retórica é colocada a serviço de negar o caráter retórico do que aí é dito todo uma ficção é mobilizada para esconder e negar a dimensão ficcional de todas as narrativas que se entrelaçam o texto em toda a estrutura do livro se diz calcária do
gênero monografia de aldeia aparece como a simples reagrupação e reorganização dos escritos pelo bispo inquisidor e estes por seu turno como sendo as falas dos próprios camponeses através desses truques de prestidigitação o autor apaga a sua autoria do texto em seguida apaga a própria espessura do texto que escreve para dar a ele o caráter apenas de uma transcrição documental em seguida apaga autoria inquisitorial dos dossiês e eles de documentos se transformam na fala direta dos camponeses quando não a fala da odense mesmo montar ayu em si possuir da terra occitanica a fala do hexágono da
nação da a edson nesses diversos golpes de retórica posições de sujeitos aparecem e desaparecem são afirmados e negados sobrepostas fundidas e com fundidas a posição de sujeito de autor dos relatos por é atribuída ao bispo ou é atribuída aos aldeões aldeia até occitanica a posição de sujeito da operação historiográfica ora assumida pelo historiador etnógrafo hora a atribuída ao inquisidor etnógrafo quando não a própria montar ayu que falaria por si mesma é mas o que leva dois historiadores de tanto prestígio eu fiz o mesmo procedimento comguista de só que eu pulei toda parte mas eu vou
mostrar como as mesmas ilusionismos que está em menor que não é é mas o que leva dois historiadores de tanto prestígio entre os pares a realizar essas operações de escamoteamento e silenciamento de sua participação como autores do texto porque os historiadores costumam dizer eu escondendo e de simulando o caráter autoral do texto historiográfico porque se faz todo um esforço para se apagar a presença do rosto e do gosto do historiador naquilo que escreve é porque o sujeito historiador tem que passar por esse processo de esvaziamento subjetivo de de subjetivação naquilo que escreve porque muitas vezes
os próprios contextos de produção das fontes são silenciados ou ignorados por que as dimensões poéticas e políticas sejam dos relatos que nos chegam do passado sejam das narrativas que os historiadores constrói sobre o passado são disfarçada sonegados é a resposta para todas essas perguntas está na própria constituição da historiografia enquanto campo de saber disciplinar metódico e científico a partir do século 19 nas regras e códigos que definem dão legitimidade da autoridade ao saber história a história grafia se constituiu como o campo disciplinar a partir das pretensões realistas e veritas do romantismo e do realismo e
do positivismo historicismo ela é nerd a partir do declínio da rejeição da retórica e por conseguinte do caráter poético alegórico tropológico de qualquer narrativa seja o documental seja historiográfica o realismo que rege o ofício obriga a que se desconsidere esse negue o papel da linguagem e da ficção no texto do historiador é um realismo que podemos a podar de ingênua pois pressupõe o caráter transparente da linguagem e implica a crença de que o passado as coisas a realidade os personagens o real vence alojar sem transmutações no interior do texto da representação do símbolo do discurso
e os historiadores partilham a crença e fazem todos os malabarismos retóricos para sustentá-la os restos dos textos que a linguagem é capaz de representar o real de representar o passado tal como ele foi ou muito próximo do comando foi e o prestígio ea legitimidade da profissão se as então nesse pressuposto que atravessa todos os momentos da atividade historiador mesmo com a chamada virada linguística com trabalho dos historiadores tendem interpelado impactado pelas discussões e estudos no campo da linguística da teoria literária da filosofia da linguagem da semiótica da semiologia do estruturalismo linguístico eles estão presos há
regras de legitimação e produção de autoridade estão submetidos a códigos de leitura e de produção de justus dos seus textos que os leva a temer qualquer ruptura entre os câmpus do fato da ficção estabelecidas no século 19 e que apartou a historiografia do campo literário a legitimidade da escrita historiográfica exige essas afirmações constantes constantes na maioria das introduções prefácios textos introdutórios dos livros de história que se vai o que é um fragmento do passado ressuscitado é o próprio passado falando por si mesmo hoje todo historiador reconhece que os relatos que as narrativas que os documentos
de formam modificam obscurecem criam filtros e crivos em relação ao que os personagens do passado fizeram e disseram ou seja chegam a assumir que eles são personagens e não pessoas de carne e osso os camponeses de carne e osso são irrecuperáveis os camponeses de carne e osso de lado ri são na verdade camponesa de tinta e papel e são personagens de textos e não é nós não podemos voltar ao passado para contactar com os camponeses de carne e osso a história eu tenho limite que a gente trata com gente que morreu e da qual só
resta as vezes os ossos carne foi embora há muito tempo bom então a e não é aldeia propriamente o montei o que fala mas que são ditos por outros isso gera consequências para como eles chegam até nós mas veremos como os exemplos citados né como através de artifícios retóricos e inclusive metodológicos os historiadores tentam reafirmar essa proximidade entre o passado e o que ele relata dizendo da capacidade que possuem driblar esses obstáculos e conseguirem ter acesso a um contato direto e não mediado com passado o artifício de lado rir foi fazer de seu livro uma
mera reorganização do relato do personagem que viveu no passado e sobre ele escreveu acompanhado do duplo artifício de fazer desse relato uma cópia das falas das falas dos camponeses e da aldeia o empirismo que trata-se de repetir o mantra realista de que apesar de todos os óbices o que se tem ali um moleiro muito perto de nós com suas raivas medos sentimentos e pensamentos essas afirmações indiciam claramente o papel que a retórica continua tendo ocupando em nosso ofício como o historiador se vale de recursos e artifícios de figuras e imagens retóricas para convencer seu leitor
do que que ele vai ler se trata de um fragmento do passado colocado novamente através das suas habilidades no ofício diante dos olhos do leitor e as regras que legítimo definem e preside um relato historiográfico como saber científico devem ser ritualmente repetidas e reafirmadas no início de cada texto de história e uma das regras de ouro que se estabeleceu para o ofício e para o discurso que produz é de que a posição do sujeito historiador deve ser delineada no distanciamento e diferenciação dos sujeitos do passado que devem ser objetivada cê apartados de qualquer contato com
a sensibilidade afetividade em patia a simpatia ou antipatia a subjetividade o desejo os sentimentos do sujeito historiador embora desde os anos 60 do século passado os historiadores repitam ritualisticamente que sabem que a subjetividade interfere naquilo que fazem se esmeram em seu textos em fazer desaparecer a figura do sujeito historiador do alto e sobre o uso de um nós ao mesmo tempo cole teve zant e de subjetividade o eu aparece quando é para construir a posição de sujeito de pesquisador daquele que realizou todos os procedimentos exigidos pelas regras que preside ofício e que assim se credencia
não é a receber a aprovação ea recepção dos países notadamente na frequentação do arquivo no levantamento a produção das fontes na crítica classificação e ordenamento da documentação que o historiador vai se posicionar em primeira pessoa como a gente da pesquisa embora sua narrativa em primeira pessoa seja parte da escrita do texto quase sempre ela arrancou nada em escritos para textuais como prefácios apresentações para os falsos ou da introdução indicando que elas não fazem parte propriamente a narrativa sobre o passado veja a estrutura do a 15 só diesel nos prefácios nos vários prefácios que foi colocando
a obra quando a obra começa disso desaparece da obra é parece que é nokio que fala o tempo todo na obra não é é é e quando quando o texto inicia né o historiador desaparece através de artifícios retóricos como o uso de idênticos que diz objetivam que dizem individualizam o que ali se diz um texto historiográfico tendo a construir e muitas vezes confunde quatro posições de sujeito primeiro o de sujeito das ações passadas os personagens da história que se vai contar dois a do sujeito testemunha das ações passadas o que tanto pode ser a mesma
pessoa que realizou a ação como não não é é tanto a quem testemunha pode ser personagem dos próprios eventos como uma outra pessoa que registra conta relata que deixa essas ações que deixa dessas ações registros rastros indícios vestígio 77 terceira a de sujeito pesquisador aquele que investigou que movido pela curiosidade pelos ditames da ciência histórica limitado por suas regras e de posse de um método realizou as operações que resultaram no espeto histórico que você tem mãos o quatro o sujeito especialista que submetem os documentos e outros escritos sobre os mesmos documentos personagens temas períodos espaço
a sua actividade crítica confrontando versões e interpretações leituras dados e informações datações atribuições de autoria buscando construir sua autoridade na desautorização do outro especialista outro outro pesquisador e é notório de saída que duas outras posições de sujeito tende a ser escamoteados e silenciados no texto historiográfico primeiro a posição de sujeito de autor da escrita do texto esse é o historiador é historiador é no momento que faz a pesquisa ele diesel no momento que ele discute com outros historiadores ele diesel agora quando ele vai escrever o texto este eu desapareço não é mais eu que escreve
é um nós hoje é 12 que ninguém sabe quem é esse nós não é continua sendo ele e ele só eu enquanto ele se vangloria que compulsou 900 documentos liu leu 200 livros não é ele é eu para brigar com outro historiador dizer aí ele desaparece quando é para escrever o teu pai a narrativa não é dele e não é nem todo mundo chega a extravagância de lá do rio de dizer que o texto foi feito por alguém do passado mas não é uma certa extravagância mas é uma das um dos recursos e é que
implicaria ajustamentos na a gente questionar qual gênero de escrita é adotado o estilo do autor os recursos e artifícios retóricos que utiliza as figuras de linguagem de que lança mão as estratégias narrativas adotadas como se posiciona no texto e que posições de sujeito da lugar em seu escrito e como esses posicionamentos se relacionam roland barthes highlight powder man terragene se tornaram objeto de recusa indignada por parte dos historiadores ou chamarem a atenção para a existência dessa posição de sujeito no texto do historiador por isso que eles apanham tanto dos historiadores né o que implica reconhecer
o momento da escrita o papel da linguagem a dimensão poética excepcional o aspecto artístico e estético da escrita da história e em segundo lugar o historiador o instagram a dor tende não é que ainda não ultrapassado da pretensão de neutralidade do texto científico a escamotear as posições de sujeito de poder que ele ocupa no texto que ocupa no interior do que escreve e que também estava presente desde o momento da pesquisa embora toda a história grafia marxista inclusive a história social contemporânea fácil do caráter político da escrita da história um dos pressupostos que lhe conferem
legitimidade e autoridade acadêmica tendem a escamotear e silenciar o lugar de poder e da autoridade que o sujeito historiador ocupa na sociedade nas culturas ocidentais e o fato de que esse lugar de sujeito de poder interfere em todas as operações que realizam e a despolitização do relato histórico se faz acompanhar de modo curioso por longas diatribes contra o caráter ideológico dos discursos e dos sujeitos que serve de testemunha ou de aparato bibliográfico do texto mas o olhar politicamente crítico raramente se volta sobre o próprio historiador e as operações que realizou e que resultaram no texto
que escreve nesse sentido o que é comum é preciso historiadores se apresentem no texto como seres políticos que apenas partilham dos valores e dos juízos morais éticos teóricos metodológicos e filosóficos existenciais que seriam partilhados por todos e que são apresentados como sendo posições e verdades autoevidentes daí o nós o nós historiador pressupõe que o leitor tem as o que ele é e o recurso a uso do nós vi jesus tá mente despersonalizar suas posições fazer delas exposições coletivas pressupondo ser a própria coletividade dos historiadores que as ações visa implicar e convocar o leitor a assumir
empaticamente e não criticamente as posições políticas que assume quando as ações o historiador até pode se desenhar como ser político em dado momento dizer eu para afirmar o seu posicionamento ideológico notadamente no momento de enfrentamento textual com outros sujeitos e posições de sujeito mas dificilmente se anuncia como sujeito de poder como alguém que tanto nas operações que realiza na pesquisa quanto na escrita do texto exerceu e ocupou exército ocupa posições de poder o emanuel ler coala do ri não apenas não assumir o seu lugar de poder e autoridade no que escreve como de forma ainda
mais inaceitável transige e esquece a posição de poder ocupada pelo sujeito dos testemunhos que utiliza como por vezes também ocorre com o guinness book que visam nos convencer do caráter realista e verifica do seu texto silencia sobre o fato de que os testemunhos de menor cure suas falas e gestos foram produzidos numa dada situação de poder daí talvez sua de atribuir a kunda contra michel ficou no prefácio ao livro já que esse filósofo não para de nos lembrar que o poder atravessa todas as relações sociais e é constitutivo mesmo de qualquer posição e lugar de
sujeito a ideia de neutralidade do sujeito historiador que é chutada com espalhafato pela porta volta a penetrar sutil a casa dos historiadores pelas janelas se tu e a própria negação do caráter poético que alegórico de qualquer relato sobre o passado já que não apenas se fala sobre e por um outro que ausente não pode se fazer presente e falar e que não pode contestar o que o que sobre ele se diz tem claras implicações políticas e de poder então fala de fogo a negação de quem fala no texto do historiador que a negação de quem
fala no texto do historiador é ele mesmo e não as testemunhas os personagens do passado é a maneira não tão sutil assim do historiador se diz responsabilizar por aquilo que ali é falado e pelas posições políticas que ali são assumidas quando o historiador esfrega as suas fontes no rosto do leitor notadamente quando faz delas uma enumeração exaustiva visa conferir a ele ao seu texto um poder e uma autoridade que são retiradas no mesmo momento as suas testemunhas e personagens dos seus pares e dos seus leitores quando lá do rio escreve citando o tribunal apamea ano
e palmier né trabalha durante 360 370 dias de 1318 a1325 essas 370 jornadas dão lugar a 578 interrogatórios essas centenas de sessões refere-se ao toda 98 causas ou doces o recorde de trabalho foi registrado em 1320 106 dias por comparação a nota sí 92 93 dias de trabalho em 1321 55 em 1323 43322 42.350 e 3422 1325 e o ofício sede ou cede o uso a maior parte do tempo em palmira os vezes também em tal qual localidade do condado de voar ao sabor dos deslocamentos do bispo fecha estação o que ele quer com essa
numeração exaustiva de dados e detalhes sobre suas fontes e legitimar a sua autoridade e afirmar a autoridade do texto que escreve em detrimento da posição de poder e autoridade do leitor e de qualquer dos pares que vem tem contato com a obra como é que você vai discutir com alguém que né compulsou tamanha quantidade de de de doces aí a numeração se vocês não sabem aí a numeração um recurso retórico que visa convencer o leitor de algo e ao mesmo tempo colocar o leitor do texto em uma posição de poder hierarquicamente inferior esse é o
mesmo pode ser dizendo o uso recorrente e excessivo que cala os dízimos faz do uso do aparato crítico das notas de rodapé que visam amedrontar qualquer outro sujeito que queira com ele discutir você quer discutir comguista qualquer coisa você tem que ler meia página do livro dele só de só de notas de rodapé citações de outra de outras pessoas e não se para iniciar a discussão sobre um tópico é preciso ler uma bibliografia com a culpa duas páginas ou mais da metade de uma página ninguém vai se atrever a discutir esse tópico com o historiador
italiano e o recurso ea demonstração narrativa de erudição é um recurso que garante o estabelecimento de hierarquias de poder entre quem escreve e quem tem acesso ao texto e os historiadores mesmo aqueles que lidam com a metodologia da história oral aqueles que participam diretamente da produção das suas fontes que lidam com pessoas vivas que as escutas as entrevistas fazem histórias de suas vidas tende a esconder que ali operaram relações e hierarquias de poder que condicionar a produção das fontes dos testemunhos das memórias e dos relatos muitas vezes o que você tem é a ressurgência da
mitologia romântica da empatia da mistura e superposição de posições de sujeitos entre entrevistador e entrevistado diferenças e hierarquias de classe etnia condição profissional de posições identidade de gênero de acesso ao letramento ea cultura letrada tende a ser minimizadas quando o nome dívidas para conferir assim maior autoridade realismo e verismo a atividade de pesquisa a relato que o exaltou o fato da pesquisadora ea entrevistada serem mulheres podem pretensamente e levar a uma empatia feminista a uma hora e contailidade da relação escondendo as diferenças e hierarquias de poder que aí operam o mesmo se pode dizer do
historiador negro que entrevista escreve trabalhos historiográficos sobre sobre os acontecimentos ligados à população afrodescendente ao esconder a posição de sujeito autor o historiador se livrar de responder por várias posições sociais e de poder que ocupa pois possivelmente será que será um homem um homem maioria dos historiadores durante muito tempo por um homens brancos de classe média letrado urbano era o dito heterossexual e etc e essas posições tem repercussão naquilo que produz no que pensa mas também no que sente do que se ressente no quê e no que deseja no que é capaz de ver e
te dizer a disciplinarização do saber histórico se faz às custas de se afirmar a transparência da representação e o imediatismo da experiência a ênfase no método da pesquisa em detrimento da reflexão em torno da escrita da história ou a redução da reflexão sobre escrever a história questões metodológicas na é faz com que os historiadores se sintam à vontade em se posicionar como sujeito em primeira pessoa sempre que se trata das questões que envolvem a pesquisa e o método mas se ausentam dissimulam a sua posição de sujeito quando se trata da operação escriturística narrativa do trabalho
do historiador a emergência a partir dos anos 70 do século passado das reflexões em torno da escrita do texto historiográfico em meio à crescente prevalência das temáticas ditas cool é mais fotografia levou os historiadores a ter que admitir o fato de que a cultura não é uma coisa não é uma materialidade empírica bruta a cultura é um conjunto de códigos imagens anunciados práticas significantes e simbólicas que precisa ser pensada a partir das atividades de produção de significados realizados pelos homens se a chorographia continua sendo o discurso comprometido com a busca da verdade e com a
representação da realidade essas categorias de seus ser entidades óbvias auto evidentes e auto-explicativas e aquelas passar inclusive a ser pensados como cultural e historicamente condicionadas como politicamente motivadas onde se passa a levar em conta o fato da existência da linguagem dos símbolos do signo da imagem se chama de realidade de verdade se complexificam deixam de poder ser pensadas como mera cópia direta entre uma coisa e o seu com uma mera cópula direta entre uma coisa e seu conceito quando a ciência passa a ser vista não como a única sede da verdade mas como um discurso
normativo remo lado que obedece a procedimentos regras rituais práticas que estão submetidas e são dependentes dos processos históricos e linguísticos com muita dor e revolta os historiadores tiveram que inclusive encararam esses efeitos de poder de dominação de exclusão de marginalização de estereotipização de exploração que o seu e sustentou e sustenta como uma tecnologia narrativa e escritor estica ocidental que é feito os produziu o discurso historiográfico sobre os povos não ocidentais é uma questão a ser feita na e a ser pesquisada assim como as narrativas literárias as narrativas historiográficas também participaram e participam da produção da
imagem do outro do passado do outro e pode apoiar e ser veículo de processo de dominação colonização e exploração afirmação de que a ciência é uma forma de se produzir representações do outro que a ciência é uma forma de linguagem que os estudos e relatos academy não podem se livrar completamente das consequências do uso das linguagens e suas dimensões simbólicas alegóricas poéticas topológicas aproximou para muitos perigosamente o discurso científico dos mesmos questionamentos do discurso artístico e literário a natureza artificial de qualquer conhecimento humano que nunca uma cópia um decalque ou uma projeção de como o
mundo é ou as coisas são os eventos são é uma síntese uma abstração uma generalização né um enquadramento sobre um outro ou um todo muito mais complexo reduziu e colocou a necessidade de se refletir sobre a própria autoridade do sujeito do conhecimento aquele sujeito autoritário que se arvora o direito de dizer o que era o outro do passado a julgá-lo e a situá-lo em suas categorias classificatórias tem que agora se abrir para negociar sua autoridade com outros sujeitos que vem tomar posição em seu texto o texto historiográfico cada vez mais deve deixar de ser monológico
centrado na voz de um historiador que fingir não está falando e que fingir dá voz aos outros para efetivamente requerer um texto historiográfico mais dialógico onde historiador assuma o seu lugar de fala ea partir dele deixe mais transparente as relações que estabelecem e as posições de sujeito que comparecem seu texto em relação a outras vozes que o vem habitar e a escrita está sempre não é veiculando e sustentando em convenções culturais e do campo do saber a que pertence a escrita é ritualística e deve ser analisada em seus aspectos de contingência de contextualidade de poder
de conflito de repetição inovação é preciso olhar de forma oblíqua para esses lugares de poder coletivos e despersonalizados que vem ocupar o lugar de autoria se exige cada vez mais que responsabilidades sejam assumidas perante o que se escreve é importante que as situações de poder em que sujo os documentos os testemunhos de que fazem parte das práticas de pesquisa e de escrita seja explicitados o passado é um estranho e a operação de aproximá-los de nós e fazer do personagem do passado alguém inteligível implica e olhar em olhá-lo e dizendo hein em termos com a nossa
linguagem imagens e conceitos de nossa época e isso implica que esse estranho será modificado ao longo dessa operação não é que considera impossível que o passado em sua realidade tokyo o documento o testemunho o relato que fragmentos dele venha a constituir o próprio documento mas eles sempre vão requerer leitura e leitura e interpretação dizer que um livro de história nos aproxima de um camponês do século 14 pode ter seu fundo de verdade a distância podemos ter dele uma imagem mais complexa e completa que talvez eles possam ter tido de si mesmos mas não vencemos o
fato de que de que o que teremos é uma imagem uma representação e nunca o camponês de carne osso e o que é uma pretensão retórica e descabida é a produção de uma cortina de fumaça para engambelar olhos de leitores menos atentos quer dizer que a partir dos fragmentos da vida singular de um camponês em grande medida narrado em uma língua estranha sua pretensão as falas suas registradas em situação de poder muito desfavorável permitisse chegar a uma hipótese geral sobre a cultura camponesa sobre a cultura dos subalternos é um passe de mágica retórico um golpe
de mestre ficcional feito por um historiador que vive se esforçando para negar a dimensão poética do texto historiográfico fingir que se está lidando com corpos concretos com personagens de carne e osso com o mal de si mesma com uma terra que emitir sua própria voz quando está lidando com estruturas de significação com estruturas narrativas com qualificação e requalificação de gestos palavras ações corpos tem a função de conferir autoridade e legitimidade do poder aquele que fala com a diatribe dos realistas contra o que eles chamam de céticos narrativistas pós-moderno tem vários títulos né e outros lugares
e sujeitos inventados e destinados ao próprio não é nada mais é do que um capítulo na luta pela preservação de poder no campo não sejamos inocentes os historiadores lutam pelo poder lutam entre si pelo poder o campo é completamente atravessar de poder não se briga pela verdade apenas não se briga apenas na pela metodologia correta pela epistemologia correta briga se poder trata-se disso tudo que os homens fazem e os historiadores teme perder seu lugar de poder e autoridade se admitirem que não são capazes e trazer pedaços da realidade do passado para o presente se admitirem
que fabricam inventam reconstrói-se passado para atender objetivos do presente recortando remanejando ressignificando o arquivo a produção da verdade da realidade obedece uma economia a estruturas que são coletivas e sociais portanto históricas não haverá verdades e realidades completamente individuais porque os indivíduos são seres sociais que partilham linguagens conceitos códigos convenções imagens percepções procedimentos tecnologias técnicas metodologias e procedimentos literários estão presente em toda e qualquer ciência não é apenas na história não fique preocupado na física não é a biologia qualquer ciência tem lá os católicos e literários estéticos o matemático procura na equação que seja mais bonita
esteticamente né o físico procura a fórmula que seja que tem um pacto inclusive estético não é não se engane é toda a ciência precisa do discurso para construir e veicular o conhecimento que produz e reconhecer isso em nada disso qualifica esses conhecimentos apenas retira deles arrogância ea pretensão tornando os mais modestos e comedidos em suas certezas e afirmações apesar dos historiadores enfatizar a etapa da pesquisa e adorarem dizer eu nesse momento embora se faça questão de ressaltar a construção do objeto como um processo de distanciamento daquilo que se escuta nessa etapa da observação do levantamento
da transcrição da documentação e são poética da atividade humana está presente e atuante aí nesse momento assim como as dimensões políticas e éticas nós não somos poetas apenas na hora que escrevemos a nossa dimensão poética vai ao campo a nossa relação com os outros é poética é política como é conceitual racional afetiva emocional imaginativa desejante nós não somos um monte né de faculdades empilhadas umas sobre as outras e era arquivamento organizada compensava cante nós não temos essa organização todas as faculdades vão tudo junto em tudo aquilo que a gente faz mas o conceito é imaginativo
o conceito a desejante o conceito estético o conceito é sensível na a razão é afetiva a razão emocional a razão imaginar ativa né não há separação possível na entre da mesma forma que o dese a ser racional não é que o imaginário pode ser racional e é é e a sempre envolvido um ato de leitura de significação do mundo dos documentos a dimensão retórica e literária atua em todos os momentos do processo literário não no sentido de literatura moderna porque são outro grande equívoco daqueles que leia o texto de highlights o texto histórico como artefato
literário aí duarte não está se referindo a literatura no sentido moderno está se referindo ao sentido que literário teve na ao longo de grande parte da história do acidente né literário é qualquer artefato escrito l t a z o literário é qualquer coisa produzido pela linguagem então é de forma em um raid atitudes que a história é literatura como repetem não você não vai encontrar essa frase em nenhum texto e nenhum livro de hardware só no brasil e os leitores de comentários de segunda na mão as pessoas que adoram ler orelha e olhei o lê
crítica dos autores para não ler os autores né alguns alunos adoram e para o google quando a gente pede uma simples do autor eles vão a internet e copie as sínteses que tá lá não é os autores e aí tá essas coisas né literário tem um outro sentido ali é fato literário não é literatura o que a literatura no sentido moderno só existe do final do 18 para cá literatura é com tal como nós a conhecemos ah tá é é e ao atribuído ajax fugir e não assim mesmo objeto de pesquisa e documentação de produção
da fonte do testemunho lá do rio não escapa com pretende fazer da dimensão retórica literária alegórica topológica do momento de produção das fontes tanto da pesquisa como na escrita o sujeito que quer se fazer ver como distante é uma instância da própria atividade e do próprio texto da distância a instância as posições do sujeito no interior do texto historiográfico deixou de ser um impensado para se tornar uma questão e um problema e da imagem do sujeito de discurso como aquele que tinha o controle soberania sobre o que dizia porque dele estava excluído passa-se a imagem
de sujeito como uma instância do próprio texto como estando nele implicado como estando inclusive subordinado até certo ponto as suas estruturas e convenções a linguagem possui funções referenciais e me métricas isso é inquestionável quando necessariamente na essa linguagem deve apontar para fora de si deve se colocar distância de algo ou de alguém que se propõe a fazer aparecer a mostrar a indicar a copiar a representar os historiadores tendem a enfatizar as posições de sujeito que se relacionam com as funções referenciais e me métricas da linguagem que prometem fazer da historiografia um discurso positivo e realista
ao mesmo tempo que silenciam sobre as dimensões retóricas tropologica e agora dicas da linguagem e as posições de sujeito a elas ligadas que faz a subjetividade da subjetivação uma instância do próprio texto os historiadores finge não saber que qualquer relato que qualquer história oferece a possibilidade ser lidos de maneiras diferentes do que pretende seu autor justamente por causa do caráter alegórico da linguagem embora não existe um jogo livre de leituras tudo seja possível ler na que elas sejam condicionadas por regras e convenções pela tópica do tempo em que ocorre elas nunca deixam de ser plurais
é preciso que os historiadores passem a assumir a posição de sujeito autor e escritor do texto historiográfico para que possa inclusive discutir as implicações que isso traz para a historiografia e para o trabalho do historiador adotaram a estratégia do avestruz não vai adiantar muito muito obrigado a [Aplausos] bom então eu abro a palavra para perguntas questões tchau essa é a gente tava pensando nessa relação né esse modelo acético do texto esse ideal de verdade a relação com o método toda essa economia na moral é que surge a partir do século 19 10 ideia de história
como ciência e quando as vezes os historiadores quando querem deixar claro que seus textos estão de alguma maneira tingidos com subjetividade eles assinaram geralmente no subtítulo certas formas textuais tem um título e ensaio sobre estudo sobre reflexões sobre algo desse tipo né é o senhor já assim já pensou que tipo de verdade a gente pode esperar desses textos que intencionalmente marca uma subjetividade não é provavelmente não é má a verdade dos fatos que se espera naquela ultra-sonografia cética eu quiser fazer essa mudança da relação da subjetividade do historiador contexto implicaria portanto uma relação da mudança
de nossas expectativas de verdade esses textos comunicam é gostei muito da palestra me fez lembrar também que alguns anos você foi entrevistado pela revista de teoria eu sou um dos editores ou não era editor na época mas fico muito feliz que você esteja aqui no nosso evento de 10 anos e a pergunta que eu tenho é quase ingênua já admito que ela quase gemma é que eu fui lembrando do debate do jeans ver com o hayden white foi e eu fico pensando no contexto que nós vivemos de crescente revisionismo o negacionismo é projetos como guia
politicamente incorreto da história do brasil paralelo o canal do brasil paralelo o canal de história mais visto no brasil tem o último vídeo sobre ditadura militar tem oito milhões visualização a minha pergunta bem direta qual é o papel do historiador deante de si crescente revisionismo negacionismo esse não é importante uma defesa eu admito que a gema essa percepção é se não é importante a defesa de um caráter referencial da história mesmo assumindo que existe uma dimensão estética retórica se é possível haver um caráter referencial da história diante dessa sua perspectiva que você ilustrou tão bem
aqui obrigado marlon é obrigado professor pela fala brilhante eu acompanho o trabalho do senhor desde a publicação do livro pela edusc né e sempre me chamou atenção a serenidade ea tranquilidade que acontecer trata teses como a da crise e da autoria sobre o limite da neutralidade na prática científica e nas ciências humanas na história em especial quando sempre me pareceu que a recepção do pós-modernismo implícito e carrega um certo pânico um certo nervosismo que você não nota em outros setores das humanidades onde as teses pós-moderna são discutidas com mais nuance enquanto esperavamos o que impressão
na maioria das vezes o bebê ea água são jogados fora junto por um certo receio de que pós-modernismo implique como a gente leva tantas vezes de clássicos da teoria da sua no brasil no impossibilidade do conhecimento histórico e eu me refiro a gente do do calibre de docinho o do do jurandir malerba não é pessoa do mais alta sofisticação intelectual e que reproduzir essa tese de uma impossibilidade do conhecimento histórico se fosse levado a cabo as teses pós-modernas da influência da linguagem e da estética na construção do conhecimento histórico então minha pergunta completando um pouco
do marcelo entre aqueles que defendem que o pós-modernismo pode produzir mais mal consciência estética da história do que em viabilizar o conhecimento histórico eu tenho impressão que as teses do senhor situação e como fazer isso né como dar conta do caráter referencial da história e ao mesmo tempo não abre mão de teses que são tidas como drasticamente ela ativistas espécies que se toma muitas vezes eu acredito erroneamente como impossibilitado horas do conhecimento histórico é isso obrigado eu já tive várias vezes vários textos meus publicados com o nomes é que visavam mostrar que tem ali um
filho anômalo várias vezes algumas vezes já mandei ele textos que são publicados como ensaios que são publicados como conferência que são publicados encontram alguma forma né porque o meu lugar no campo já não permite não publicar o lugar de poder que eu acordo no campo já não transmite as pessoas não publicar o texto mas aí evento uma forma de mostrar que ele é um filho com patinho feio isto e ele é alguma coisa de diferente ele é uma monstruosidade parida não é ele é ipo e ele vai para revista com esse nome revistas muito importantes
né e me consulta e pode pode publicar coisa você tem alguma coisa contra não não é é meus dois livros de teoria da história propositadamente se chamam ensaios né e nesse livro o atual eu discuto inclusive porque ensaio discuta o gênero ensaio né ensaio que não é apenas grandes filósofos do século 20 foram autores de ensaios toda sua obra foi isso aí estica o ensaio não é melhor primeiramente uma coisa jornalística o ensaio simplesmente é de alguém que pensa que o conhecimento é sempre aberto aquilo que o a mala um dizia hoje de manhã tá
a verdade é um objetivo mas não há garantia nunca que você vai encontrar não é a pensar a verdade como alguma coisa absoluta e definitiva completamente ao contrário de se pensar historicamente dizer é estranhíssimo historiadores que querem tirar o caráter histórico da verdade e pensar que tudo aquilo que é humano é histórico e portanto produto de cultura mas também de relações de poder relações políticas determinações econômicas por que que as verdades seriam diferentes não é é a nisso tudo uma confusão entre algumas categorias por exemplo uma confusão em que impediria e realidade realidade não é
inspire a realidade é uma leitura humana que leve em conta dimensões em picas mas a realidade humana é uma construção intelectual a realidade uma construção conceitual tão realidade no impperia z negar leituras da realidade não é nêga empírica é uma e por exemplo né você me pergunta sobre os negacionistas não é ninguém mais positivista de que os negacionistas é porque a gente não lê os negacionistas gente fica falando deles mas não vai ler eles valeu os negacionistas os negacionistas não é qual é a sacanagem dos negacionistas é que eles ficam é exigindo provas materiais de
coisa que eles sabem que as provas foram destruídas que ele sabe que os indícios foram destruídos ou seja na verdade eles não têm eles não tem nada de operadores pós-modernos fazer os modelos historiográfico dos negacionistas é a história factual cronológica e o historiador brandir as provas em piricas na então cadê as câmaras de gás não é só eles quase pedem para que você entregue os corpos é porque eles sabem que os corpos foram todos incinerados transformados em cinza misturados com a terra e serve de adubo para fazer florestas no lugar então eles não há nada
a visão historiográfica dos negacionistas é uma visão completamente tradicional do século 19 de história ele não tem nada a ver com pós-modernidade com essas discussões em torno da linguagem eles não são sofisticados assim né esse é o contrário a eles são eles fazem uma confusão entre por exemplo real e realidade eu adoro a as discussões lacanianas sobre o que é o real que o real o real e aquilo contra o qual a gente nada pode o real é justamente aquilo que o trapaça humano que o trapaça o nosso que não depende de nós não é
a chuva é real o mar é real quem tá louco para dizer que não o maremoto é real e na agora diz lacan nós humanos não suportamos viver o real como real simplesmente a gente entende desde o homem lá das primeiras comunidades humanas tentava usar magia a feitiçaria para controlar a chuva para controlar a o sol para controlar as secas para ter controle sobre o real o homem precisa do simbólico e do imaginário para controlar o real então humano está no simbólico e no imaginário e não no real não é a vaca vive o real
não é mas lá no somos vaca nós somos mais do cavaco é porque a gente vive no simbólica no imaginário nós não vivemos apenas o real não é ou seja a vaca come alguma coisa que ela sequer sabe o que é não é eu sei foi ela não tem um conceito de capim nós temos esse é um conceito humano nós é que sabemos que levar a vaca vaca não é ela pode até ser treinada com o nome ao ser chamada ela responde porque ela aprende que quando viu aquele som tá se referindo a ela ela
não é tão burra assim os animais tem também inteligência não é uns mais do que outros não é essa é a inteligência não é uma coisa específica do dos humanos tá então a e que tipo de verdade na é uma historiografia que assume o caráter subjetivo do conhecimento pode ter é justamente a ideia de verdade como convenção é a verdade como consensos parciais não é é produzidos no interior da cultura produzidos no interior de dar as instituições produzidos no interior de dadas condições históricas e culturais que é isso que foi a verdade até hoje a
verdade é convenção a verdade é não é é aquilo que a maioria admite como tal na a mesma coisa historiadores adoram falar em evidência mas a evidência não alguma coisa que salta por si mesmo os olhos a evidência é produzido por uma vidência é produzido por uma forma de ver somos nós o que é evidente para mim não é vidente para outra pessoa porque ele não tem olhar preparado para ver aquilo como como um acidente né e então qual o mal da gente pensar que as verdades são consensos estabelecidos não é negociados politicamente sustentáveis institucionalmente
sustentados fazer brigar pela universidade hoje é brigar para o lugar de produção de determinadas verdades que vai justamente né as verdades produzidas a partir de procedimentos práticas códigos regras na consensos que se contrapõe a qualquer coisa que se diz na internet não é porque que as verdades que nós produzimos pode socialmente reinvindicar autoridade e legitimidade maior do que o achismo de alguém na internet porque essas verdades são produzidas a partir de procedimentos não é são produzidas a partir de regras são checados são policiadas pelos pares são submetidas a crítica não é e não é o
lugar da verdade absoluta ao contrário a ciência é o lugar da crítica permanente não é qual pouco e já dizia o que define o saber científico não é a verdade mas é a possibilidade na de justamente na falsear as verdades estabelecidas a ciência é o lugar do falseamento permanente das verdades não é então isso no meu modo de entender leva a gente ter que assumir inclusive o lugar de poder que nós temos a universidade é um lugar de poder a instituição de ver se tá em um lugar de poder que é sustentado por rituais por
quê que uma dissertação passa por uma banca é um ritual é um ritual de conferência de autoridade e de legitimidade aquela pessoa você agora é mestre quem é que atribuiu essa legitimidade essa autoridade quem já tá os outros três membros da banca knoah tu não representa assim mesmo representam a instituição quando eu vou para uma banca ou representa a instituição universitária eu não represento simplesmente o meu nome o grande problema de reuniões do departamento é que as pessoas confundem pessoa com persona as pessoas no departamento não são pessoas privadas e isso é um problema da
sociedade brasileira onde essa tradição da confusão entre lugar institucional e lugar pessoal privado não é quando eu digo não para o meu colega porque ele não vai para o exterior porque ele não obedece às regras eu não posso ser apedrejado como pessoa eu estou apenas cumprindo a minha obrigação enquanto persona e membro da comunidade que tá lendo a legislação e que tá lendo as resoluções que foi tomada pela própria instituição sinto muito amo você pode você não vai para portugal que não é sua hora você não tá na vila você e essas regras não é
e aí a criatura fica empregada da gente não é porque confunde as coisas não é tão a verdade é a mesma coisa a verdade é institucionalizada existe uma política da verdade né e os negacionistas tem uma política que está por trás daquilo né e enfrentá-los não pensa que ingenuamente a gente vai enfrentar os esfregando as fontes na cara dele ou entregando os fatos a o enfrentamento é político o enfrentamento é ético o enfrentamento institucional não é quer dizer a gente não vai simplesmente achando e por que a gente apresenta meia dúzia de documentos a gente
vai fazer os negócios vão continuar existindo o que a gente tem que fazer é justamente fazer com que eles não prevaleçam socialmente e é na disputa política no campo da disputa política não é apenas no campo historiográfico e isso implica inclusive escrever um bom texto de história porque cada texto de história que a gente escreve é um gesto político e é isso que os historiadores às vezes escamoteiam quando eu escrevo um texto é um gesto político que eu pratico não é porque que uma mulher feminista quer escrever a história das mulheres que é um gesto
político é um gesto político homossexual escrever a história da homossexualidade é um gesto político não é da mesma forma que é um gesto político o homem branco escrever a história do homem branco o europeu escrever a história do europeu ou não quer dizer o cara escreve né a occitânia não pertence à frança mas a occitânia passa a pertencer a frança isso é ou não um gesto político de reafirmação da identidade nacional francesa inclusive sobre qualquer possível separatismo occitanico a mãe quer dizer não há nenhum inocência nisso não há nenhum inocência em um gesto humano e
um gesto humano inocente politicamente inocente não é é desconfie dos inocentes então assim é e eu acho que o papel que o historiador tem hoje não é é de reafirmar a instituição historiográfica e eu não sei se ele reafirma né simplesmente sendo reativo sendo reacionário as transformações né históricas que o próprio ofício tem que passar é estranhíssimo historiador que não aceita a história historiador que não aceita que o próprio aficio é historicamente mutável a gente não vai esperar que se faça história no século 21 que se inscreva como se inscrever no século 19 que historiadores
são esses que querem que a história não mude que ela fique parada quer dizer historiadores que se dizem marxistas de esquerda revolucionários são reacionários quando se trata das mudanças das regras no campo e ficam chama as pessoas que pretendem a mudanças de inimigos inimigos não é e pretendem a né quer dizer o opróbrio veja a forma como carros vindo faz crítica historiográfica ele não faz crítica discutindo as ideias dos autores ele faz clica desqualificando os autores provoca colocando os autores em suspeitas são todos os fascistas todos são fascistas todos são anti-semitas todos são reacionários ele
é o único que é né como judeu ele é revolucionário ele é mano eu vejo que os judeus fazem na palestina e com os palestinos bom então sejamos temos cuidado que o lugar de vitimização do judeu também é uma outra coisa problemática não é com que os judeus fazem hoje né parece que não aprenderam nada com o que sofreram bom então a aristóteles deu um nome a esse tipo de crítica crítica adiomini você ataca a pessoa para desqualificar o que ela pensa você não discutir o que ela pensa você interdita as pessoas lerem porque o
outro é perigoso não é tem uma resenha do meu livro a invenção nordeste as vezes que disse que um livro perigoso eu fiquei muito feliz que eu adoro escrever coisas perigosas eu quero ser perigoso não é não a elogio maior do que alguém dizer que eu sou um perigo não é é um grande longe eu adoro uma ou seja o coisa que não tem perigo nenhum é que a terrível né blasé não tem perigo nenhum faz mal a ninguém não é quer dizer a gente se incomodar o coro dos contentes e se o historiador não
servir para isso vai servir para quê né historiador é justamente alguém que usa o passado como pretexto pretexto texto prévio para discutir coisas do presente e o professor de história é isso professor de história alguém que pega o egito para discutir o mundo de hoje é mas senão não tem sentido você está na sala de aula se você acha que o papel do professor de história é transmitir não é conhecimentos o aluno tem que saber quantas pirâmides tinha no egito como era o nome não é você tá começando mal à sua profissão dizer o egito
coloca problemas para o nosso tempo continua podendo a partir dele a gente tratar de questões relacionadas à poder a relação entre poder e símbolo a relação entre poder e e pompa ea relação entre poder né e apresentação pública a relação entre mulher e poder e não há várias questões quando a gente vai dar aula sobre um conteúdo não se trata simplesmente de pensar vou passar isso conta qual é o problema que eu vou colocar para os alunos a partir desse conteúdo eu vou dar a revolução francesa o que eu quero discutir com os alunos a
partir de revolução francesa isso vai depender do presente da aula de sobre revolução francesa hoje coloca problemas que não a mesma que que se colocava nos anos 60 e não é tão o historiador professor de história que não se renova é um absurdo porque ele tem que estar em renovação porque ele tem que estar acompanhando o presente para na perguntar ao passado coisas que tenham não é que digam respeito ao tempo em que em que ele está vivendo se não usarmos fazer para que que essa coisa velha né como eu de vez em quando ele
diz o que quer aprender isso não é a eu estou sim eu acho que a pós-moderna isso é uma peça né infelizmente foi usado como um rótulo desqualificador como é comum no brasil não é a maioria dos livros sequer discutem o que quer dizer pós-moderna os conceitos são completamente esvaziados não é então você diz cético se quer você discutir o que é cético hora nenhuma se diz o que é ser um historiador cético o que significa isso é uma gaveta diz qualificadora narratives o que é isso e isso implica o que é que o historiador
narra qual história do na em qual historiador que não produz narrativa aliás os mesmos historiador que usa essa essa ep tati se orgulha de ser um grande narrador e é então assim é da nossa área aquilo que o agendo fazer questionava de manhã à nossa área usa as vezes de uma forma abusiva e despretensiosa conceitos como se não fosse conceitos não discute os conceitos né é como se é todo mundo soubesse o que é pós-moderno o que que é pós-moderno e não é frederic jamerson um marxista escrever um livro sobre o que é o pós-moderno
ponto fixo estético e na fazer a vários teóricos do pós-moderno com visões diferentes sobre o que é o pós-moderno com definições diferentes da pós-modernidade né autores que essas criaturas chamam de pós-moderno nunca se consideraram pós-moderna o corpo as modernas ficou nunca se considerou pós-moderna nunca ele era um crítico da modernidade como aliás eram que quase todos os grandes pensadores dos anos 60 para cá são críticos da modernidade não é por tudo que a modernidade veio dar a modernidade resultou em duas guerras mundiais na terríveis c&a disse questionaram a modernidade e que também um conceito difícil
complexo o quê que é a modernidade a vários conceitos sobre moderno e modernidade na bom então assim eu não é no plano dos fatos que a gente vai discutir com os negacionistas acho isso um equívoco a gente se tornar mais realista não vai evitar os negacionistas a discussão com os negacionistas é no plano político é no plano ético é no plano institucional os negacionistas tem que ser enfrentados na arena política né e claro com os conhecimentos que nós temos eu disse aqui o historiador sempre vai né não vai negar o caráter referencial da linguagem nós
lidamos com caráter referencial da linguagem a linguagem a ponta por fora dela indica em descia no meia nós vamos sempre lidar com esse caráter né e eu não tenho nenhuma dúvida né da capacidade de fragmentos do que ocorre lá fora na atravessarem os textos eu não duvido disso e não é agora negar que é que o texto do historiador é uma produção ficcional né no sentido não de mentira mas ficcional no sentido de hidratação de sentido de produção de sentido através do uso da linguagem há como negar isso mas como negar isso que o texto
de história retórico vocês viu dois exemplos aqui quanto a retórica quanto os artifícios retóricos não é foram utilizados aqui para construir o objeto isso são introduções você construindo objeto você o todos os recursos retóricos que a gente usa não sabemos disso nós sabemos um momento que a nossa tese é dissertação é meia furada não tem informação e a gente usa artifícios retóricos para disfarçar isso e todo mundo faz isso não é somos humanos não é somos humanos né ou seja todo mundo é argumenta na argumentação é uma árvore a retórica ea arte da argumentação e
do convencimento não é uma tese trata se de argumentar não é um beijo os artifícios que o historiador usa né um dos artifícios mais constante sem a citação e a gente cita o documento muitas vezes sem chamar a atenção que o documento já é uma construção narrativa que o documento não é um pedaço do passado o documento já é uma representação uma construção narrativa não é e mais ainda a gente o mit que aquela situação é toda enquadrada por nosso discurso nosso discurso recorta enquadra né e os possibilidades de leitura daquele alegado pelo enquadramento todo
mundo sabe disso né o pollack por exemplo tem um todo uma discussão sobre o enquadramento da memória como as memórias são lidas pelo enquadramento o georges didi-huberman discutir imagens como as imagens não é tem um enquadramento é um foco para você poder nada ler as imagens então assim é é e existe o livro a imagens apesar de tudo do jorge de hubermann é um grande exemplo desse tipo de discussão ele trabalha com cinco fotogramas retirados de dentro do campo de concentração né e ele vai discutir como é possível os historiadores trabalharem com essa imagem é
imagem mas a imagem apesar de tudo é imagem não é fazer aquela aquela foi riscado pelo real o real deixou traço ali né fazer o real deixa a traço quando não é um terremoto passa deixa matar deixa traços e cruzeiro nas documentação dos historiadores que não vê esses traz história do vai para o arquivo os documentação tá toda manchada da cheia que passou por ali e manchou os documentos historiador só presta atenção nas informações perde a dimensão material do documento não olha para o documento como materialidade os materialistas e os materialistas perde a materialidade do
arquivo né não vê os traços que tem nos documentos né as marcações temporais né a traça que comeu o mofo né é traços do tempo traços da passagem do tempo e impressas naquele papel não é tão no aisten agora você vai transpor para o seu texto a marca da praça não você vai ter que falar sobre e você vai ter que transformar isso é narrativa né e portanto eu já será esse real transformado narrativa mesmo assim a nossa briga com os nativistas não é nesse plano se a gente colocar nesse plano a gente está fadada
ao fracasso porque esse é o plano que eles colocam apresenta as provas é justamente seres vivos faz um texto sobre prova para brigar com os ativistas é o campo errado é a briga errada porque a justamente o que eles pedem provas oi mãe ah então não é por aí fazer o enfrentamento tá tudo isso que tá aí é político né é político em todos os sentidos é política inclusiva acadêmico é a universidade tem que resistir como lugar de produção de verdades que são incômodas ao poder e não é esse é um gesto político quando a
universidade conquistou autonomia na passagem do século 19 para o século 20 aí a autonomia universitária significou ao o conhecimento não obedece diretamente ao poder oficial o conhecimento pode ser crítico em relação ao poder o conhecimento pode ser crítico ao monarca seja eu não preciso me rebaixar o monarca para me manter na minha cátedra eu não preciso louvar como era na época de luís 14 você já ler aqui a fabricação do rei não é de quer dizer um racine um cosmético e não mole air com grande talento tinha que tá bajulando luís 14 para ter existência
né para ter um lugar na corte que era o único lugar possível de sobrevivência para um artista para um escritor para hum para um uma pessoa que trabalhava eu troco a pintura não é velasquez a posição ambígua de velazquez que fazia obras de crítica né mas ao mesmo tempo tem que fazer retratos seguindo as convenções do retrato ele não podia pintar o rei feio como ele era e eu tenho que pintar o monarca deixando ele mais alto mais belo que era as convenções nem nem recebia o quadro é expulso da corte né transformavam cada tribufu
em coisas lindas né ana de áustria virava uma coisa maravilhosa porque ela as convenções ea situação de poder dessas pessoas né era as condições sociais de produção de qualquer obra de arte né caravaggio produziu que produziu mais coitado né a um determinado momento sobre a proteção da igreja bom e quando caiu em desgraça teve um fim terrível não é nós vamos abrir para mais um bloco felipe já está ali a postos depois do chile que alguém mais gostaria de fazer alguma questão eu já vou para o servando aqui se eu tô com um tema que
que me atinge em cheio o acabei de fazer um doutorado baseado em inquisição então todas as questões que colocou a proposta de rei do do guinness book são questões em ferraes quando você tá lidando com as fontes né é o green blue jeans é eu me sinto emocionalmente próximo das vítimas podem do ponto de vista cognitivo próximo do sal gozar eu queria já que a gente o senhor puder importância de se discutir conceitos né é eu queria mais uma curiosidade porque eu sou falou a proposta de um de uma palavra um conceito duas coisas essa
é a proposta da empatia primeiro senhor censurou olá de rir pela sua extrema falta de empatia né louvando aquele monumento da tortura enquanto possibilidade cognitiva do presente e pronto lá do senhor criticou a empatia que nos métodos de história oral na ela recuperaria uma deficiência metodológica ou uma espécie de disfarce da posição de poder assim é mais uma curiosidade o como o senhor pensaria a empatia o que que seria ela no processo do do conhecimento histórico seria a uma dimensão da construção que o gado uma chama de a construção de uma perspectiva comum a possibilidade
de uma compreensão ou a para além de um valor cognitivo quem sabe é impossível ela teria um valor de pet com a lurde de posicionamento então seria mais ou menos assim boa tarde meu nome é joão mar a passo na estrada aqui e eu pesquiso didática da história e ditadura militar né a falta do senhor é respondendo a última questão a respeito de ensino também me veio uma dúvida né é porque a apesar de eu ser muito familiarizado com a teoria e eu concordo na um praticamente tudo existe uma um problema que eu vejo aqui
na minha questão metodológica e às vezes eu eu posso achar uma saída até porque dentro do campo de estudo do nosso grupo de estudos a gente está tentando achar uma forma de ingessar uma teoria que tava certa forma sacralizada né eu não sei se essa palavra correta é é porque a gente acredita que nossa nossa cidade que ela deve ser voltada para algum tipo de desenvolvimento de uma habilidade do aluno dele perceber é essas certo tipo de evidência ou a imperia né eu ia falar realidade mais queria e eu fico pensando assim aproximar esses alunos
dessa dessa questão é do nosso nossa forma de produzir história né para mim é uma alternativa é louvável ideal de de aproximar olha a comunidade né é da história né do que a gente entende com quanto história podem até evitar esse tipo de situação da parte gente vive hoje né só que em relação a uma retórica em sala de aula é o que eu fico com medo e medo em torno disso né é a questão ética enquanto professor a gente é a gente tem um certo tipo de poder né em sala de aula e eu
fico pensando nisso a retórica ela não seria talvez um tiro no pé assim ou ou não sabe professor do val eu queria saber se esse modelo que o senhor está pensando do historiador narrador se ele foi de fato pensado propositalmente baseado não dá no narrador da literatura contemporânea então usando um um exemplo e que eu sei que você não conhece até a hora da estrela da clarice lispector e naquele livro anterior se não comenta acerca do acontecimento histórico mas o que nós temos ali também é um narrador que é dialógico porque ele conversa com o
leitor ele é sensível à medida que ele sente os problemas que vai narrando em evidência o próprio processo de construção da narrativa que me mostra como ela está sendo construída ele afirma o seu lugar de fala ele afirma a sua relação com a personagem ele é ele fala que ama narrativa inventada mas que também é verdadeira ou seja traz à tona o que significa realmente o próprio processo de ficção e não é mentira mas é uma construção da verdade então me parece muito que essa história grafia essa forma de narrar de produzir a história ela
tem como modelo a própria literatura nenhuma vez que também o que tem a opção tá tentando derrubar esse modelo tradicional de se fazer aí você minha raiz história também foi baseada na literatura né se narrador onisciente onipotente e onipresente ele é o narrador do realismo então a minha questão é nesse sentido e assim como desse modo o que o que significa o filme parece aqui esse historiador não mais narra um herói e o que ele narra é o próprio processo de construção do conhecimento eu vou passar a palavra durval mas eu vou engatar uma uma
questão lá do maicon que eu estava exatamente pensando nisso quer dizer ele talvez não sei se formulando de outra forma não para te traduzir que você foi bem claro mas para insistir na questão será que esse apagamento do eu que é tão forte como você destacou nessa leitura dessas duas obras não tem a ver necessariamente com um apego a objetividade ou um certo vídeo mas ao contrário é isso é o é uma herança literária não é quer dizer é como se o historiador tivesse que construiu uma espécie de eu lírico não é que é esse
narrador que não é ele não é mas tem um narrador que não deixa muitos traços da sua narrativa e da isso não seria muito mais uma herança da própria literatura do que necessariamente uma herança dessa tradição positivista do século 19 para ser bem bem direto quer dizer que eu fiquei me perguntando ao teu vi ah e acho que maicon e eu aqui trocamos algumas energias aqui né mas eu também queria aproveitar para te perguntar outra coisa não sei se você conhece o historiador francês atual contemporâneo que se chama ivan e a bronca e é muito
interessante porque o ivan e abriu o cara que escreveu escreveu vários livros aí mais um que ficou alguns que foram muito premiado fizeram muito sucesso na frança um que se chama os avós que eu não tive que é uma história sobre os avós dele que foram perseguidos e mortos em campos de concentração ele escreveu também agora uma espécie de manifesto chama-se manifesto pela ciências sociais cujo título é ali a história é uma literatura contemporânea e é muito interessante porque ele parte também desse teu pressuposto quer dizer as história ela precisa refundar a maneira da sua
digamos assim escrita ela precisa transformar esse modelo escriturário vamos assim para mim e gerar confusões esse modelo escriturados esgotou quer dizer ele acha que um pouco o o decréscimo do interesse na frança pela história atualmente tem haver um pouco com esse modelo escriturário você sabe o manoel levar lá no rio foi talvez um dos livros mais vendidos de história foi um best-seller nos anos 70 foi um então um pouco eles não tem mais historiadores que que tem que desperta o interesse do público e uma das coisas que ele se pergunta é será que estão tem
a ver com a maneira como nós escrevemos a história e a proposta dele um pouco é essa quer dizer escrever refundar a escrita da história no sentido como artefato escriturário e daí eu fico me perguntando um pouco sobre os resultados desse esse programa que é interessante ele tem um programa ele define um programa e ele realize esse programa mas eu me pergunto também e bom você não mais os resultados às vezes não parecem ser tão interessantes quanto a problematização inicial que gera o programa que o que ele faz é exatamente fazer uma espécie de não
vou dizer e descrever exatamente como ele tem acesso o documento onde é que esse documento tava é como ele como esse documento resistiu o que diz esse documento mas ao mesmo tempo que ele ele se coloca o tempo todo como uma espécie de um investigador né que não simplesmente apresenta os resultados da pesquisa mas mostra para o leitor o percurso que torna possível chegar a um determinado o resultado e às vezes eu não sei o maicon eles leram esses textos todos vamos terminar com a raquel mas às vezes eu fico me perguntando até que ponto
e o resultado desse programa do diabo loka ela é ele de grande assim satisfaz a esses anseios que inicialmente produzido o ok no texto inclusive eu mostro que o realismo é um dos modelos né o romantismo realismo são modelos dessa narrativa historiográfica da qual a gente ainda é a gente ainda herdeiro não existe um pacto de leitura que condiciona em grande medida que os historiadores descrevem não é o felipe legion discuta a ideia de pacto de leitura é quando você abre um livro de história você espera ler lá realidade né a verdade é a grande
a grande diferença da literatura que a literatura justamente pode ter esse gesto metaliterário a literatura pode se refletir em quanto objeto literário e todas as implicações que tem o ato de escrever eu acho que o historiador teria que fazer isso porque a com grave nisso é muito e quando a gente não reflete sobre o nosso aqui escrever a gente não reflete sobre as implicações políticas daquilo que a gente faz a gente não reflete sobre a imagem do outro que eu estou construindo eu estou construindo uma imagem do outro né e nem tudo vale não vale
fazer de conta que a pessoa não foi torturada pela inquisição para aqueles documentos serem produzidos não é eu tenho que explicitar isso eu tenho que esclarecer tar que esses documentos foram produzidos mediante violência na e suspeitar que em grande medida o que tá dentro ali é o que a pessoa não é achou que deveria dizer para escapar daquela situação não é e mais a coisas ali que se que ela disse possivelmente não é a acréscimos interpolações de quem tá ouvindo ou a mais entendimento do que está ouvindo é uma pessoas que falavam inclusive a diferença
você tava traduzido na de uma língua de camponês para não texto em latim fazer quem conhece minimamente tradução sabe que tradução tem em viabilidade se traduzir certas coisas eu imagino a quantidade de imagens que os camponeses usavam e que o cara não entendia nada ou entendia de uma outra forma ou traduzido uma outra forma quer dizer a gente não pode continuar fazendo essas operações de ilusionismo de fazer de conta que todas essas coisas não se passam não é dizer eu acho que isso faz de lisa inclusive a nossa a nossa posição é porque porque nós
nós vivemos um outro momento pensei todos os ganhos que foram feitos em termos a crítica literária de setra é um som ganhos sociais a historiografia hoje é a muito mais gente capaz de perceber essas contradições no texto dos historiadores essa falta né e de posicionamento você me perguntava sobre a questão da empatia né é e eu ando muito refletindo sobre isso porque eu acho que uma das grandes questões contemporâneas fazer nós estamos perdendo a empatia pelo outro não é não apenas na sociedade brasileira mas no mundo né cada vez mais os humanos não se não
sei enxergam não enxerga o outro como um um semelhante né então a gente tem que discutir empatia acho que o texto de história tem que produzir empatia dizer ele tem que uma das coisas que o texto de história aula de história deve produzir é a empatia pelo outro a empatia pelo diferente não há não há sentido para mim o ensino de história senão ensinar você ter a uma relação de respeito de reconhecimento e de de empatia com o esse outro que esse outro do passado né ao mesmo tempo dizer o que que a nossa disciplina
em si a quem a ciência só é possível com distanciamento não é produzir um distanciamento então é eu acho que nós não podemos absolutizar nenhuma das duas coisas evidente que uma análise crítica exige distanciamento mas esse distanciamento não pode ser ao ponto de você perder a empatia e você diz que ser que o outro é um ser humano né quer dizer você quase comemorar que os camponeses foram torturados e por isso os documentos chegaram até você eu acho uma coisa complicadíssima não é eu acho que politicamente é complicado veja por quê que o livro funciona
muito a gente deveria perguntar por que montar eu foi tá o sucesso historiográfico quem será justamente porque os leitores de montar eu não tenho qualquer empatia possibilidade de empatia com aqueles camponeses não é acharam extremamente legítima operação que não só ele mas pude e fez a europa é fruto da inquisição a inquisição deixou marcas na cultura europeia né na relação inclusive conheci o outro esse diferente esse estranho não é então assim a gente tem que se perguntar é porque que um livro que não demonstra nenhuma empatia a mesma e demonstra mais simpatia por menor que
sem dúvida do que lá do rio pelos seus pelos seus camponeses não é por quê que é um livro de se tentar o recepção não é então acho que é claro que aí tem uma questão ética e uma questão política junto à o historiador tem que respeitar é necessariamente se misturar com o homem do passado mas tem que vê-lo como igual se não né tem que ter demonstrar o mínimo de empatia com a humanidade diferente que esses e representa senão a que tipo de história a gente vai a gente vai produzir né por exemplo é
muito difícil e eu trabalhei muito durante a vida com pensadores de direita não é mas eu tenho que construir um mínimo de empatia porque elas eram pessoas eles eram seres humanos eu não posso fazer uma caricatura simplesmente porque eu não concordo com as posições políticas deles eles eram gente né eles aí eles sofriam eles tinham angústias inclusive explicam o seu pensamento eles tinham não é ressentimentos etc o que não significa que eu não vou fazer a crítica que eu não vou fazer o afastamento em relação às posições deles né é e por exemplo eu não
não suporta a forma com que me faz crítica aos autores porque justamente não demonstra a menor empatia pelas pessoas que pensam diferente dele ele torna as pessoas que pensam diferente dele e inimigos né ele chega xingar as pessoas quer dizer né ela fala que ele coloca na boca de tons são não está mais vivo para desmentir não é de que ocorra um charlatão isso não é análise são xingamentos alguém não é que era inclusive na vida tão minoritário como ele que tinha posições né você focou era um homem de muito de muito prestígio mas ele
é um homossexual ele era alguém que tinha um lugar na menor na sociedade por isso a sua vida teve limites não é por causa disso fazer quase ele não entra no colégio de frança por causa disso não é o povo o povo é grande a entrada dele no colégio de frança por causa da sua da sua condição é da sua opção sexual né então é eu acho que mesmo aqueles que a gente critica a gente tem que ter respeito não é chamar todo mundo de fascista não é eu acho uma melhor forma reduzir todo mundo
a fascistas quer dizer você repor a famosa imagem de knit tem alguma coisa a ver com o nazismo fazer o quê knit coitado tem a ver com o facto de que os nazistas fizeram o que fizeram com o pensamento dele eu digo no texto é a mesma coisa que você culpar marcos pelas barbaridades do stalinismo e culpar uma marcos por qual pote você marcos não pode ser responsabilizado pelo que fizeram em nome dele não é então assim é e é uma questão não apenas é possível lógico uma questão teórica mas é uma questão política e
ética né então é é a questão de você fala da aprendizagem nanda do ensino não é a retórica ensina a retórica só não vai se lembrar do fato de que uma aula é retórica e um professor afeta seus alunos dependendo inclusive de sua capacidade retórica z um professor que não tem uma boa capacidade retórica terá dificuldades claro que ele pode encontrar outras formas de chegar até os alunos ensinar a tocar as pessoas é sensibilizar as pessoas a gente no ensina só avisando a cabeça a consciência o raciocínio professor e alguém que tem que conquistar o
aluno inclusive para vontade de conhecer para querer conhecer a querer estar ali a gente um aluno só aprende quando se disponibiliza a e à disposição não nasci necessariamente dá um conteúdo que você apresenta e é claro que até a forma como você a presença o conteúdo inclusive do ponto de vista estético tem influência né forma como você organiza aula com a levado aumentos para sala de aula discutirem inclusive fazer os alunos reviver a própria operação que o historiador faz para a produção de um texto acho excelente ótimo né esse é o aluno perceber né que
um texto de história não é uma coisa dada não é um fato dado mas ele é um artefato ele é uma construção que parte inclusive não é dessa dimensão que é o documento e discutir o documento né ah eu tenho escrito outros textos que um aspecto que não tá aqui mas tem escrito outros textos mostrando por exemplo eu passei rapidamente por isso que é a total ausência do corpo do historiador nos seus relatos nós somos seres completamente de captar nossa temos cabeça nós não temos nós não temos desejo não é historiador não fede não tem
nada quer dizer a nossa dimensão corporal não é não existe na pesquisa histórica e os nossos personagens também a maioria deles não tem corpo não é mas é só determinados tipos de história história do gênero história da sexualidade aí os personagens têm em conta mas os personagens normalmente só tem projetos só tem formas de pensar não é eles não têm corpos z a gente fica nas aulas de história geografia a gente fica discutindo as ideias dos moradores nunca tem dessa ekele projetar a imagem da criatura para gente conhecer né ver como alguns tem sérios problemas
estéticos não é isso pode ter influenciado toda seu pensamento né o fato era feio e tem consciência disso não é a intelectuais que tem consciência da sua feiura e faz da feiura uma um tema de reflexão e não é pode até fazer uma história da beleza por causa disso ou seja a admiração estética a nossa dimensão corporal é a nossa presença no mundo nada nos acontecem passar pelo corpo como é possível fazer história sem a presença do corpo né fazer todos os personagens têm corpo contato com o mundo é mediado pelos pelo corpo e pelos
sentidos não é e a gente faz os personagens históricos quase sempre não tem corporalidade não é um desejo imagino né historiador tem desejo é eu eu tenho certeza que o dia que mesmo ele encontrou por acaso o dossiê de menor ele foi molhadinho para casa o que foi molhadinho totalmente babado para cá não é eu não tenho a menor dúvida se arrepiou todinho ficou morto de contente de uns 40 pulo né inclusive esconder o dossiê para em outra pessoa achar eu não tenho nenhuma dúvida disso né ele ele conta né anotei o número aí várias
vezes aquele número só o tava da minha mesa né o artifício retórico toda aí depois não tem poesia não tem retórica não tem infecção na história né você toma uma coisa absolutamente da latika até atral né copie naquele dia a única coisa que vira o doce for uma frase a crescer o mundo é produto da corrupção a putrefação foi não fiquei com aquela aquela coisa na cabeça mais humana foi fazer a pese somos bem na daqui e de vez em quando aquele número saltava da minha escrivaninha na me provocando né já tá quase uma moça
bonita né a ler provocando até que ele resolve olhar o dos ia todo o drama que ele faz né na introdução para criar o clima né o grande ou seja é só artifícios literários são artifícios retóricos que todo historiador vai usar todos todos todos nós at eu mostrei essa artifício que é comum a gente aplastar o leitor com informações com números aquelas aquelas tabelas horrorosas imensas que você sabe que quase ninguém vai se dar ao trabalho de ler né você vence o leitor com vencendo pelo cansaço como ver o tamanho da tabela né não estou
convencido passa aí não é para não não ter que ler aquilo tudo né aí numeração é um recurso retórico não é dizer quando eu quero impressionar minha namorada né eu um sonho não é eu já li forlán deve tá ficando 30v nossa comida era dito tô namorando uma biblioteca toda vez que eu quiser me informar eu abro ele né tá assim é um recurso de retórica ele poder retórica sempre esteve ligado ao poder daí eu coloquei platão que eles expulsaram só fichas da cidade porque justamente foi só fiz usavam a retórica para conquistar o poder
não é sem usar para ele os argumentos não é que deveriam ser seu usados né então assim e é claro que a ideia de objetividade é uma construção feita no interior do texto objetivar não é uma coisa feita lá apenas na no momento da pesquisa você constrói o objeto no texto a construção do objeto inclusive esse afastamento é narrativo é no texto que a gente vai construindo essa distância entre eu e o objeto né então é que eu não conheço essa autor mala adoraria ler eh eh acho sim que a gente tem que pensar outras
outras formas outros recursos narrativos para história né outra forma de escrever que é que a gente se coloque que a gente se responsabilize pelas posições mas porque o que mais me incomoda é isso é que essas esse tipo de escrita da história leva muitas vezes o historiador se diz responsabilizar pelas posições que toma no interior do texto e aí eu só trouxe um caso aqui para mim a estreno né que é um historiador que responsabiliza o personagem do passado pelo próprio texto que escreve não é e aí é realmente o caso de monteiro é um
caso quase criminal né você não só escamoteia todas as operações de produção das falas dos camponeses não é que na verdade são te redson são recolhidos mediante longos interrogatórios prisões torturas etc mas você faz disso a fala do próprio historiador quer dizer o historiador apenas organiza os textos do cara quizer uma falácia é isso né mas é bom tá aí ou não tem nada a ver com os doces essa a gente pegar os dossiês lá em latim não tem nada não é até porque os nossos estão lá tem como é que você vai só reorganizar
e dá um livro em francês né quer dizer é uma o que é completa não é fazer e que passa desapercebido eu peguei três cara massas lá assim é organizei de um livro em francês é uma passei é a gente vai encontrar muito desses truques não é narrativos são truques retóricos truques narrativos né em grande medida para não se responsabilizar por aquilo que tá escrito ali na fazer essa é a diferença por exemplo que os negacionistas negócio nesse assumir todas as barbaridades que dizem todos e tem um monte de gente na internet dizendo eu né
para dizer as maiores barbaridades tem coragem de dizer e nós ficamos não é nesse nós majestático né nesse nós que nudes responsabiliza pelas posições que tomamos não é quer dizer que a gente tem que mostrar de onde vem eu acho também interessante isso eu sei você descrever os procedimentos de produção dos documentos a gente vive ensinando a nossos alunos que as pontes são produzidas na desde le goff tal né monumento documento que a gente desde que as fontes são a produção do historiador só que as fontes continua aparecendo como sendo né a descoberta do historiador
do historiador descobre a fonte né às vezes por acaso como mesmo de repente a fonte apareceu pra ele bunda e z o quando aquilo tudo não era que não tinha nada de quem foi que para ele reproduziu aquele doce e depois como fonte ele fez um monte de operações para que ele se torna a fonte e essas operações tinha que está descrita no livro tinha que tá quer dizer como ele leu aquele você ele retirou notas porque ele recortou o que ele é o que interessou que não interessou o doce deu conta de todo assim
ele fez seleções quais foram os critérios de seleção isso tem que tá discutido no texto né e aí aí mesmo de uma passagem zinha que é muito significativa bem rapidamente ele disse que o livro dele não tem pretensão só de ser um texto de história mas tenho pretensão são inscrito deixe o histórico ou seja ele rapidamente tem a pretensão que o livro tem caráter literário que o livro tenha caráter narrativo agradável lembremos que vindo é filho de uma escritora não é uma grande escritor e na então assim aí ele disse eu inclusive tirei as notas
olha grande tirando nossos eu tirei as notas do corpo do texto coloquei todas lá para o final para facilitar a leitura ou seja ele quer transformar e não é mera coincidência que é o queijo e os vermes se transformou em livro de bolso é uma porque justamente foi pensado como inspirado na literatura não é quer dizer toda aquela diatribe dele e ele tem a mãe como grande modelo narrativa literária ele queria fazer menor que um texto lindo legível agradável né mas sem autoria e o autor não sendo ele não é a mãe bota o nome
dela e assumir lá o tempo todo que ela que na refaz discussão sobre o que é literatura né citou clarissa lá no explico todo o tempo todo se perguntando é possível escrever no feminino como a língua masculina a gente pode fazer uma literatura feminina é possível não é eu tô fazendo lá uma história da língua portuguesa porque a minha história da saudade tem que começar com uma história da língua e você pega não é as gramáticas do século 16 está dentro a língua tem que ser viril né tem que ser nobre seja a língua foi
masculinizada de realizada não por acaso ela foi produzida assim ela foi para veneza inclusivas duas palavras um masculina feminina tem que prevalecer o masculino o sexo é assim que a língua a língua é produto dos valores dominantes na sociedade uma determinada época então clarice e se perguntar como eu mulher posso escrever não foi menino numa língua que não foi feita para mim como é que eu posso fazer literatura no feminino com a língua que é masculina ela fica o tempo todo fazendo esse tipo de perguntas né ela não engana o eleitor não é ela coloca
os problemas e coloca os problemas é para ela não para os personagens dela né ah pois é possível uma literatura que o autor se projeta no personagem a vários a várias obras literárias de que as questões colocadas pelo autor não é assumido pelo autor em e a fazer todo o romance realista por exemplo todo romance naturalista não é grande parte dos romances românticos é o personagem que é o alter ego do autor é o personagem que fala de viagem né igual dono é a literatura modernista é o modernismo e principalmente o chamar o novo romance
de certa onde vai aparecer esse autor que aparece como autor que se alto reflete como autor não é que se distancia dos personagens que brigam com os personagens que discutir com os personagens que eu acho que eu achava que seria muito interessante um texto de história onde a posição de sujeito do personagem ea posição do sujeito historiador aparecesse e eles dialogassem e eles dialogasse eu dialogar o meu personagem não é tão é pode ser uma forma né a gente tem que pensar a história perdeu muito o encanto né ah não só o ensino mas a
leitura mesmo da história quase um livro de história hoje que são best-seller pouquíssimos não é é o jornalistas têm muito mais sucesso escrevendo livros para pensamento de história do que nós não é porque porque sem nem outro tipo outro modelo narrativo o modelo do próprio jornalismo aí o anedótico enfatizado muito mais não é o sensacionalismo que é o tempo de que o jornalismo faz né então assim e aí entra coisas que nós nunca abordamos aí entra o corpo do imperador que o historiador nunca que tratou do império nunca falou do corpo do imperador as amantes
do imperador as barba a dor não é entre aspectos que a gente nunca nunca chamou a atenção e que tem significado porque o corpo do imperador é um corpo público produzido como vai mostrar não é o critério que mostra a respeito dos 14 como é que o corpo do imperador é produzido né mas ver então o corpo e dom pedro não era o corpo o pessoal ele é um corpo não é político z então tratar do corpo dele a maior parte das pessoas tratam dom pedro segundo como o nome não no máximo ele aparece como
o nome não é bem pouquinho quantos livros de história descrevem não perder segundo descreve o corpo da criatura não há nenhum vídeo literatura que não comece quase sempre pela descrição dos personagens nós historiadores não descrevemos achamos que não faz nenhuma diferença a pessoa ser baixa ou se alto se você negros e brancos quando é uma mentira completa não é você masculino e feminino hoje até que faz diferença porque as historiadoras brigaram muito para que este fizesse diferença embora a historiadores que você quer presta atenção mesmo há entre a a condição feminina condição masculina é isso
gente muito obrigado por vocês que resistiram até o final muito obrigado pelas perguntas foram muito boas né é muito bom sempre apresentar o trabalho e receber que as com isso porque faz a gente pensar não é combo justamente eu não acredito que nenhum texto tá fechado nunca como né até por esse até produz um bocado porque nunca tem a onipotência de achar que eu vou fazer um texto perfeito não é por isso era versão chamado de ensaio conferência não é porque eu nunca acho que meu texto vai estar pronto definitivo vai trazer uma verdade definitiva
eu gosto de provocar né gosto de fazer coisas que faz as pessoas pensarem se incomodar né eu acho que é a nossa força eu não sou de história deve ficar feliz não apenas quando o aluno só rir na sala de aula mas quando ele fica vermelho de raiva também faz parte e não me faz parte ainda mais o tempo de hoje não é alguns vão até virar as costas sair bufando não é e será um ganho para você né você terá marcado um tempo que essa criatura vai passar pelo menos um dia pensando em você
e nas coisas que você disse falar aqui pelo menos pensa que refletir o que você disse a raiva também é o motivo de reflexão quem disse que os sentimentos não leva à reflexão né reflexão não é uma coisa amorfa agora vou refletir um não é pois é isso obrigado por vocês terem vindo e o som gente obrigado então a todos obrigado durval por tua presença aqui sempre com provocações e questões que nos fazem pensar é eu proponho que daqui a dez anos você volta aqui não não que você não passa voltar antes mas particularmente para
renovar que os votos da dessa data tão importante que era da história da revista e eu lembro a todos vocês que às dezoito horas então o evento continua aqui com a conferência do joão césar sobre o caso e alça obrigado a todos e e aí