Olá! Sejam bem-vindos ao IBGE Explica. Que tal conversarmos sobre Pedologia?
Não, não. Não vamos falar sobre o estudo dos pés como faz a podologia. Muito menos sobre doenças e problemas de crianças e adolescentes como na pediatria.
Vamos, sim, falar do caráter êutrico e dos gibbsíticos, também do micáceo, argilúvico, bem como do feldspático e litoplíntico! Meu deus! Sobre o que ela está falando?
! - você se pergunta. Calma!
São apenas termos usados nessa área do conhecimento. . .
e por isso, o IBGE Explica! A pedologia é a Ciência que estuda o Solo. Ela trata de sua forma, origem, classificação e propriedade.
A palavra é formada pela união de pedon, que vem do grego e significa solo, e logos que, também do grego, pode ser entendido como estudo. Tudo começou em 1880 na Rússia, quando o geógrafo Vasily Vasili'evich Dokuchaev, creditado por estabelecer as bases da ciência do solo e da ciência da paisagem, observou que o solo não era um simples amontoado de materiais, mas resultava de uma complexa interação de inúmeros fatores como clima, organismos e topografia, que, agindo por certo período de tempo sobre o material de origem, produziam o solo. Você pode não saber, mas o solo é um recurso natural tão importante quanto a água e o ar.
É ele que sustenta as florestas, ruas, construções e tudo aquilo que é necessário para a vida. Além disso, ele filtra e armazena em parte a água que bebemos. É nele que os alimentos, de origem vegetal, crescem e se desenvolvem; é nele que vivem as plantas que filtram o ar e produzem parte do oxigênio que respiramos; e também é nele que ocorrem os principais ciclos biogeoquímicos, como o da água, o do carbono e o dos nutrientes.
Pela sua importância, devemos protegê-lo. E para isso, é necessário um diagnóstico apurado. Afinal de contas, os solos variam muito conforme o relevo, a rocha, a vegetação e o clima.
Somente com informações precisas podemos realizar um planejamento consciente do uso das terras. O papel do solo é ainda mais relevante em um país como o nosso, com grande vocação para agropecuária. Conhecer o solo a fundo - figurativamente e literalmente - é, portanto, um pressuposto de sustentabilidade e de inserção competitiva no mercado internacional.
Assim, os estudos pedológicos são fundamentais para, por exemplo: - corrigir a fertilidade natural do solo; - neutralizar sua acidez; - identificar solos apropriados para cada cultura; - monitorar os teores de matéria orgânica e - preservá-los contra os perigos da erosão. Dessa maneira, essa ciência nos auxilia a compreender os danos causados em catástrofes ambientais, como a ocorrida em Mariana – MG e, assim, buscar soluções para a recuperação do solo afetado. Quer saber como é o processo pedológico?
O ponto de partida é o estudo e o exame do perfil do solo em seu meio natural. Vamos brincar de pedologia? Faz o seguinte: vá até seu quintal, pegue uma pá e faça um imeeenso buraco.
Só não fale que fomos nós quem demos a ideia, hein! Depois de fazer o buraco, faça uma descrição completa do solo, levando em conta características como transição, profundidade e espessura dos horizontes e camadas, cor, textura, raízes e classes de reação ao solo. Achou difícil?
Pois saiba que os pedólogos não param por aí. Eles ainda procedem à coleta de diversas amostras. E é nesta fase que entram em cena os Atributos Diagnósticos.
Lembra aqueles nomes esquisitos do começo? Então. É na separação do solo em vários níveis categóricos que eles aparecem.
Os pedólogos elencam as características encontradas no solo como o caráter êutrico, o caráter sálico, a relação Ki, o micáceo, anfibolítico, feldspático e silicoso. . .
. Ao final, o solo analisado é categorizado de acordo com a classificação de solos do SiBCS (Sistema Brasileiro de Classificação de Solos). O propósito da pedologia é dar suporte a áreas da ciência, como Agronomia, Geografia, Geologia, entre outras.
Por isso a sua taxonomia é tão específica! O IBGE sistematiza esse conhecimento por meio do Manual Técnico de Pedologia, uma publicação bem ilustrada, com mais de 400 fotografias e 50 figuras que facilitam a visualização de aspectos conceituais, tornando seu conteúdo mais acessível e inteligível para técnicos da área e estudantes de ensino superior. Nele encontramos as informações necessárias para desenvolver as atividades de conhecimento, caracterização, classificação e cartografia dos solos.
Então, não seja antipático com os feldspáticos e nada de pagar um Micáceo. . .
Consulte O Manual Técnico! Ele é fruto do trabalho de mais de trinta anos dos profissionais que mapearam os solos do Brasil em mais de 200 campanhas de campo, de 20 a 30 dias cada, envolvendo carros, barcos e até helicópteros, com mais de 5 mil perfis de solos descritos e coletados. Ficamos por aqui.
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Até a próxima.