e se essa vida fosse Na verdade uma prisão e se estivéssemos todos nós Vivendo em uma sentença chamada vida essa é a percepção do filósofo alemão Arthur schopenhauer ver o mundo dessa forma para alguns Pode parecer trágico mas a ideia que schopenhauer tenha nos apresentar e vamos ver na aula de hoje se bem compreendida pode na verdade ser bem Libertadora bem vejamos assim como prisioneiros em uma penitenciária eles não escolhem tá ali Nós também não escolhemos estar aqui nesta vida vai dizer schopenhauer e assim como eles não têm outra opção a não ser cumprir a
sua pena Nós também não temos opção de sair a não ser atentando contra nós próprios é claro temos portanto de ir até o final da nossa sentença mas que por que Fernando eh seria a vida uma espécie de sentença algo algo da Ordem do negativo algo ruim hã primeiro argumento que shopenhauer vai trazer é que nós estamos amarrados aos pés nossos pés estão amarrados pelos grilhões da nossa vontade algo que o filósofo chamou em seus livros vontade de vida que basicamente é um impulso inconsciente que habita dentro de nós todos e que nos move o
tempo todo para buscar a sobrevivência e a reprodução da espécie presos em nossos corpos somos essencialmente escravos dessa vontade uma força que nos impele a ficar fazendo coisas o tempo inteiro a todo minuto desde que nós acordamos que nos faz buscar coisas a ordem a satisfazer essa vontade de vida que shopenhauer chamou essa vontade de vida ela parece das necessidades mais fundamentais até as mais elaboradas as mais fundamentais portanto são da ordem das necessidades fisiológicas básicas logo que eu acordo eu sou impelido eu sou forçado a ir ao banheiro fazer xixi por exemplo assim que
eu Alivio esse desejo surge uma nova vontade estou com sede ou até cozinho bebo água assim que eu bebo água sou impelido a fazer outra coisa estou com fome vou na geladeira busco comida o que tiver ali um pão com manteiga vai e aí eu me alimento assim que eu sacio meu desejo meu corpo diz eu tô com vontade de ir ao banheiro novamente só que dessa vez fazer o número dois e lá vou eu assim nós vamos indo vocês percebem aí daqui a pouco vontade de fazer sexo Lou eu fazer sexo ou me masturbar
estou com vontade de beber mais água Lou eu para cozinha novamente beber mais água agora estou com vontade de dormir novamente Fernando Lou eu dormir novamente agora lá vou eu comer novamente meu corpo me pede a vontade vem em forma de desejo e meu comportamento é lá saciar O que é pedido e assim eu vou satisfazendo os desejos advindo de uma vontade que eu não controlo apenas faço o que me é mandado E se eu não faço se eu não faço o que pedem se eu não faço o que que essa vontade que fica ali
que nem um chafariz jorrando dentro de mim pede ela Vontade Fica ali me perturbando de tal forma crescente que eu não consigo pensar em outra coisa até ir lá e satisfazer o que ela me pede não tem saída portanto hum não é assim tente ficar sem beber água por um dia tente ficar sem sexo durante um mês tente ficar ou masturbação tente ficar pros solteiros né ou masturbação tente ficar sem dormir por dois dias você não consegue hum nós não controlamos essa vontade nós não controlamos o nosso corpo para schopenhauer o nosso corpo é que
nos controla para aqueles que acham que tem domínio e o predomínio da Razão sobre o corpo e que você manda no seu corpo tente trancar a respiração agora por 10 minutos vamos ver se você consegue você não consegue logo por mais que você faça força a não ser que você coloque alguma coisa mecânica ali amarre alguma coisa que não dá para soltar mas se você tentar trancar a respiração prendendo o ar pelo nariz logo a sua mão vai sair do nariz e você vai fazer um mento involuntário de destrancar a respiração por qu porque não
é você que controla isso temos de fazer Portanto o que a nossa vontade nos pede vontade essa que inunda nós o nosso ser perceptivo consciente com desejos e esses desejos nós nós tendemos a segui-los para realizá-los através de temos vontades em uma ordem também dita superior aí nós não estamos falando somente de questões básicas fisiológicas comida sono sede libido hum estamos aqui falando na ordem superior dos afetos e necessidades emocionais básicas aqui somos inundados de desejos onde a lógica é a mesma Ok mas nesse nesse caso não se trata de comida abrigo e segurança física
mas da Ordem do corpo emocional afetivo que todos os mamíferos TM necessidades por exemplo Quero me sentir Amado Quero me sentir protegido Quero me sentir pertencente a um grupo então vamos lá quero muito como Isso se traduz Quero muito ter uma namorada Quero muito ter uma ficante Quero muito ter uma casa própria Quero muito ter um emprego e ser bem visto e sucedido e a falta desses objetos me dói Então estou de um lado onde eu tenho desejos e não tenho aquilo que eu quero e isso me dói assim que eu os tenho assim que
eu consigo obter esses objetos não tem mais graça a tê-los Hum que nós facilmente vamos nos habituar a eles assim quando eu estou com fome e me sacio em um almoço caprichado um almoço de vó um banquete um restaurante um buffet logo em seguida o alimento que estava me privando e dando desejo eu quero comer quero comer quero comer assim que eu como perde a graça então a mesma coisa com os desejos de ordens superiores o namoro cai na rotina me acostumo com a casa nova que era um sonho de vida antes agora me acostumo
com a casa nova como se tivesse morado ali a minha vida inteira e o trabalho que eu tanto queria depois de um tempo que eu obtenho se torna tedioso repetitivo e assim é com qualquer coisa Seja da ordem inferior de necessidades básicas seja da ordem D superior das necessidades afetivas emocionais e assim que eu sacio o meu desejo portanto surgem novos desejos não basta mais namorar eu quero casar não basta mais morar eu quero reformar minha casa ou comprar uma maior não basta ter um emprego eu quero ter uma promoção nesse emprego eu quero virar
gerente e lá vamos nós de novo o movimento portanto desse pêndulo de shopenhauer ele é trifásico reparem primeiro sofremos pelo que não temos não temos algo surge o desejo sofremos por não ter segundo quando nós temos o que queremos saciamos nosso desejo logo ficamos tediosos de nossas conquistas as mesmas conquistas que antes nós desejávamos como sendo as mil maravilhas essas conquistas agora viram uma espécie de novo normal a gente se acostuma E aí vem o terceiro movimento do pên assim que eu me acostumo assim que surge esse novo tédio surgem novos desejos e Daí sofremos
novamente por não ter esses objetos e láva noos nós assim que nós tivermos esses objetos vai virar um tédio e assim surgirão novos desejos quer dizer somos seres desejosos desejantes sempres incompleto vai dizer lac somos seres desejosos sempre incompletos um verdadeiro saco sem fundo traduzindo hã para schopenhauer é da natureza humana nós nunca estarmos satisfeitos panto a ciência moderna chama isso de adaptação hedônica palavras bonitas né adaptação hedônica é uma espécie de esteira ergométrica da vida aquelas esteiras de academia que você corre corre corre e não sai do lugar é isso esteira na qual estamos
sempre em cima correndo nela hum sempre querendo mais e mais porque evolutivamente esse querer mais garantiu e garante a nossa sobrevivência mas não necessariamente reparem não necessariamente o nosso bem-estar perceptivo percebam que a experi interna subjetiva do sujeito nesse cenário ela não é agradável vai dizer schopenhauer embora Garanta a nossa sobrevivência e a nossa expansão como Espécie a experiência interna do sujeito que está ali vivendo no dia a dia essa escravidão da vontade de sempre desejos que não se saciam ou quando saciam surgem outros não se saciam no sentido de que se tornam Tédio e
surgem outros essa experiência interna ela é angustiante Ela não é agradável foi essa mola propulsora de nunca estarmos satisfeitos e sempre querer mais que nos fez como espécie evoluir nós saímos da oca para buscar alimento e assim que a fome era saciada surgiu outra necessidade h de se abrigado do frio depois de encontrar abrigo a mente já começava a pensar em outra coisa como melhorar as ferramentas ou buscar Segurança contra predadores e assim eu ia e ia na esteira então vejam a evolução da espécie não tá exatamente preocupada com a nossa felicidade ou nosso bem-estar
subjetivo o objetivo maior e macro da da espécie é prosperar e na linguagem biológica prosperar significa passar os genes adiante a vontade de vida que bem schopenhauer percebeu segue essa regra fundamental primeiro eu quero sobreviver depois eu quero triunfar conquistar o suficiente para garantir a procriação da espécie não importa portanto quão satisfeitos estejamos em um momento a natureza nos impulsiona a continuar buscando a própria continuidade da vida depende disso em seu sentido evolutivo logo Desde o dia que nascemos é dado nessa vontade essa que temos dentro de nós e que jorra pedindo coisas em que
todos os dias tenho que buscar alimento tenho que buscar triunfar dentro de mim mesmo eu fico escravo dessa vontade essa é a experiência do sujeito vai dizer schopenhauer escravo dessa vontade que me impele me manda a fazer coisas que satisfaçam o meu corpo só para no final do dia quem sabe eu tenho um pouco de descanso e alívio eu poder dormir em paz um alívio de quem tem as necessidades básicas físicas e emocionais supridas acontece que nem sempre no campo da vida essas coisas são fáceis de se obter essas coisas que a vontade pede bem
pelo contrário todas essas coisas são trabalhosas custosas nos é sofrido tudo isso então para no dia seguinte assim que eu acordar recomeçar a labuta praticamente do zero porque reparem um saco sem fundo é um saco sem fundo então novamente na nossa experiência objetiva enquanto prisioneiros dessa vontade que habita um corpo na experiência interna do sujeito Isso se traduz com a sensação de sempre ter uma certa pressão por realizações a palavra que a psicanálise traz para isso é angustia Todos nós somos seres que temos uma angústia existencial por quê Porque não nós não nos podemos dar
ao Luxo de estar satisfeitos por muito tempo é como se não tivesse uma espécie de linha de chegada ou recompensa duradora a tantos esforços pra natureza camarão que dorme a onda leva o cero que dorme eu fica parado de bobeira o lobo vai lá e come gostemos ou não estamos presos a essa esteira ergométrica da vida que está sempre ligada e nós ali caminhando em cima desde que somos sentenciados à Vida no Nascimento ou quando a gente abre o olho pela manhã depois de uma noite de sono acaba o sossego bum bate à vontade e
lá vamos nós escravos amarrados aos grilhões buscar satisfazer suas necessidades de momento com isso vai dizer schopenhauer a vida oscila sempre entre a dor de não ter estou com sede quero um namorado e conexão não tenho isso logo sofro e o teder de possuir eu tenho um namorado Eu bebi o copo d'água e isso não tem mais graça e aí surgem novos desejos lembram do movimento trifásico desejo logo sofro tenho logo tédio não tem mais graça surge um Novo Desejo logo sofro desde nossas necessidades mais básicas até as mais sofisticadas é assim e assim nós
vamos escravos de nossas vontades sempre correndo atrás de alguma coisa nessa esteira ergométrica da vida e por isso que não é bom ou agradável viver para schopenhauer ele vai explicar o porquê já deu para pegar um pouco a ideia né porquê mas mas vamos perguntar shopenhauer por que tudo isso é uma silada é uma silada porque tem mais não basta a gente estar condicionado a esta vontade de vida que fica nos empurrando a fazer atividades para satisfazer nosso corpo não bastasse isso nessa jornada da vida para shopenhauer no balançar desse pêndulo percebam isso é importante
no balançar deste pêndulo a dor ela é muito mais percebida e sentida do que as alegrias a alegria Portanto o prazer este de ter uma necessidade satisfeita não é o elemento central da existência humana vai dizer o filósofo o o elemento essencial da existência humana o motor que move tudo reparem reparem é a dor é o não ter e estar angustiado por ter então vejam que importante isso daqui ã no para lá e para cá do pêndulo fringer dos ovos a experiência que nós temos é mais dolorida do que satisfatória na verdade o que move
esse pêndulo o combustível digamos assim entre o desejo de não ter ok que nos dá um certo ânimo uma certa pulsão de ir atrás de alguma coisa que a vontade tá nos pedindo então um alimento namorado copo d'água é justamente a dor percebida faz sentido é a ausência de algo que nos gera angústia e nos faz querer ir atrás desse algo para quê para sentir alívio Então reparem o que movem o pêndulo da vida é a dor é angústia de não ter é como se nós quiséssemos tirar o espinho cravado em nosso peito e por
isso a gente corre mais rápido nessa esteira e quando finalmente eu vou lá e tiro o espinho sacio o meu desejo as coisas não ficam resolvidas por muito tempo eu consigo o que eu quero logo surge um Novo Desejo trava-se um novo espinho que o experimento não é portanto uma Valência positiva duradora mas apenas o alívio temporário da dor causado pela ausência desse algo que eu queria pegaram a ideia um estado que interpretamos subjetivamente como felicidade quando eu tenho o que eu quero eu sinto um alívio da dor chamamos isso de felicidade vai chamar schopenhauer
por exemplo a barriga tá roncando de fome e essa é uma forma de desconforto que nos leva a buscar alimento quando a gente come o alívio desse desconforto ele é percebido como prazer alibido é o desconforto que a gente sente um estado de pressão interna que ao fazermos sexo é igualmente aliviado uh uma pressão que ca o gozo portanto é o prazer que surge como alívio de uma necessidade O prazer é poder tirar o espinho que estava fincado ao peito para schopenhauer portanto a dor ela é positiva e a felicidade ou contentamento uma Valência negativa
é um mero alívio ou ausência momentânea da dor angústia de ter que ficar semanas privado de sexo ou alimento ou água ou seja o que for é muito maior para schopenhauer do que o momento de satisfação de alívio logo após obter aquilo que a gente quer que dura muito pouco não só dura muito pouco mas ele perceb alívio de uma Valência positiva deu para pegar a ideia o prazer portanto não existe de forma independente ele depende do sofrimento que o precede por porque ele é o alívio do sofrimento essa desproporção entre dor e prazer é
um dos motivos pelos quais schopenhauer considera a vida uma grande cilada uma constante decepção como nos a gente se acostumou já com as coisas que nós temos e vai se acostumando com as coisas que a gente tem na vida por quê Porque nós estamos sempre nessaa ergométrica sinto falta desejo assim que tenho não tem mais graça depois de um tempo Olha que miséria isso também a gente não sente falta do que a gente já tem a gente Não aprecia outras palavras aquilo que a gente já conquistou somente quando a gente deixa de ter ou perde
essas coisas então vejam eu tenho o meu pai eu tenho minha mãe eu tenho meu namorado ten minha namorada eu tenho meu cachorro todos estão bem e vivos Como vejo eles todos os dias não sinto grandes Prazeres nisso por qu porque o prazer é alívio de uma dor eu não sinto a falta deles eles estão lá já está na adaptação hedônica já é um novo normal Hum eu tenho alimento na geladeira me alimento todos os dias gozo de liberdade todos os dias esses bens já são meus eu não sinto grandes prazeres com isso eu já
me acostumei reparem então que tragédia também porque sempre que eu conquisto algo novo um novo patamar um novo emprego um novo carro um novo namorado qualquer coisa isso se torna um novo basal onde eu não mais os desfruto como no primeiro dia pede a graça e surgem novos desejos né do pêndulo trifásico Mas entre andar do pêndulo não só ele é baseado no movimento de dor como as conquistas que eu já tenho não tem mais graça eu não consigo sentir o sabor delas por muito tempo agora se meu pai ou minha mãe morrerem ou meu
namorado terminar com isso comigo ou se por algum motivo eu passar fome tiver numa guerra se alum algum motivo eu for preso e sei lá indevidamente e tirarem a liberdade aí sim aí sim eu vou sentir isso aí sim eu vou sentir falta do que eu tinha aí sim eu vou desejar essas coisas eu dou valor portanto não ao que eu tenho mas quando eu perco também tem essa Ótica então então Olhem que maldição Eu só consigo dar valor ao que eu tenho quando eu deixo de ter quando eu perco porque temos essa adaptação hedônica
Como chamam cientistas nós facilmente nos acostumamos com que nós temos a fase dois do pêndulo tédio tenho e não tem mais graça Estamos portanto confinados a nossa existência presos aos limites do tempo e ao sofrimento inerente à vida sempre correndo atrás para satisfazer nossa vontade sem que a gente consiga dar valor aquilo que a gente tem a esteira da vontade ela é insaciável ela sempre quer mais que acontece em nossa vida quando a gente é pequeno pai e mãe dizem o seguinte filho você porque eles projetam as frustrações que eles têm em vida nos seus
filhos né Então eles dizem você merece ser feliz você vai ser eu não fui feliz mas você vai ser corra atrás dos seus sonhos os filmes da Disney mostram lá um final feliz bonito com o tempo a gente vai crescendo nós vamos percebendo que o ideal de uma vida feliz e perfeita nesse mundo é meio que uma ilusão à medida que a gente vai crescendo a coisa começa a ficar ruim a gente começa a andar nessa esteira e vê que não tá saindo do lugar nós nunca chegamos lá de fato Então vamos lá no colégio
você quer muito ser o melhor aluno da sala estou aqui numa fase um do pêndulo quero ser o melhor aluno da sala aí você estuda se dedica tira boa nota ah melhor nota pá cheguei Isso não basta mais é preciso ir bem no vestibular aí você se dedica vai bem no vestibular Ah isso não basta agora tem que ter eh você entra no novo mundo que é a faculdade eu preciso ir bem na faculdade consigo preciso agora ter bons estágios esse esse patamar que eu tenho já não me é satisfatório hum aí você precisa depois
do estágio conseguir um bom emprego aí chegando nesse emprego Já não basta você conseguiu tudo isso não basta Você tá no emprego na posição mais baixa e aí você quer ir galgando cada dia você vai galgando até ser diretor tá feliz é claro que não nada basta e o motor de tudo isso é angústia passa a vida inteira tentando galgar até a diretoria e se por um acaso aí tu chegas na diretoria alguma vez na vida não se preocupe caso você atinja esse sonho não vai bastar também no ábito pessoal da vida desse sujeito de
todos nós na verdade mas desse sujeito hipotético você sempre desejou uma gatinha sofria sem ela aí você conseguiu né Você conseguiu a gatinha você conseguiu ficar com ela a primeira semana é ótima a segunda também a terceira mais ou menos a quarta mais ou menos e assim vai Ladeira abaixo logo at a gatinha torna-se uma Valência neutra não é culpa sua portanto num casamento de 2 5 10 anos que o sexo esfriou que que o Dia dos Namorados não é mais o mesmo que vocês agora pouco viajam Hum que agora eh você vê ela como
algo que nem fede nem cheira é assim que é aí você se pergunta puxa lembrei do que o meu pai falou lá na infância né de ser feliz conquistar meus sonhos Será que tem algo de errado nessa relação com a com a minha namorada com a minha esposa tá meio caiu na rotina coisa será tem de errado com o meu emprego Eu já não tenho mais o mesmo tesão de anos atrás hoje sou diretor e sei lá não é tão interessante aí você olha pra sua vida o que foi prometido do que é olha pro
que seu pai disse quando você era pequeno a terra prometida O Mundo Encantado de Bob né se pergunta Será que eu fiz algo de errado eu não sou feliz como eu deveria ser essa é a conclusão que a gente chega puxa eu não sou feliz como eu deveria ser e aqui senhoras e senhores entra uma coisa que essa altura do campeonato é muito importante destacar e aqui eu vou dar pincelada ou toque psicológico moderno em relação a tudo isso que nós estamos falando porque isso se bem entendido que nem eu falei lá na introdução pode
ser muito Libertador reparem o seguinte é recentemente nova a ideia que a gente tem que ser feliz como indivíduo isso não existia antigamente tá essa mais do que temos que ser feliz nós merecemos ser felizes né papai e mamãe dizem que vocês merecem e eu mereço todos nós merecemos ser felizes em vida isso aí é papo que vai começar a ganhar corpo na modernidade em diante talvez mais ali no Iluminismo tá um pouco antes 1700 1800 onde começou a ter essa transferência de responsabilidade de uma vida coletiva para individual né o Iluminismo começou essa ideia
do ser racionalista e individualista eu sou responsável pela minha própria sorte e com isso sou responsável por minha própria felicidade e claro tempo foi passando e com crescimento do mercado culminou bem a ideia de que né produto serviços e conforto materiais vão trazer essa felicidade eo se tornou uma ferramenta poderosa para convencer as pessoas a consumir mais claro funcionando o comércio e economia em que nós vivemos modelo Hum então exemplo disso aquelas propagandas de carro né bem tranquilo que o sujeito sei lá vai comprar um novo Corolla um novo Honda qualquer coisa Fit páo tanto
faz e vai parece que vai vir junto uma modelo um cachorro três filhos felizes que só dão alegrias no banco de trás todo mundo cantando uma música bonita essas coisas vamos comprar panto a felicidade e ela está a seu alcance basta você como indivíduo se esforçar e fazer por onde cabe a você indivíduo ir atrás da sua felicidade criar a sua felicidade tudo isso foi criando ou reforç uma narrativa de que a felicidade é uma meta tangível de que ela de fato existe é alcançável através do trabalho da riqueza e do Progresso em nossa sociedade
seja seja lá o que que Progresso signifique né mas is é papo para outro vídeo né Vocês já repararam como nas fotos mais antigas e aqui vamos botar sei lá 50 70 100 anos atrás se 100 anos atrás tinha foto mas sei lá a a do seu avô do seu avó do seu do seu bisavô tá essas fotos aí as pessoas não sorriam vocês já repararam nisso como nas fotos antigas aquelas em preto e branco do avô da bisavó as pessoas não sorriam aqueles retratos em preto e branco sérios as pessoas eram sérias aquilo chega
a parecer meio assustador meio filme de terror hoje em dia né meio estranho Hum porque como é que são as fotos hoje em dia raramente tem uma foto tirada sem um sorriso forçado vocês já repararam que esquisito isso um sorriso forçado em que as pessoas pousam pra câmera e aí deliberadamente fitem estarem felizes e animadas então tem uma câmera e as pessoas estão aqui Aí tem que dar um sorriso tirar foto e volta a ficar normal naqueles 5 segundos da foto aquele x todo mundo feliz hã E aí depois fecha um sorriso depois que é
tirado a f a foto não é esquisito isso não é estranho esse fingir estar feliz para o momento Essa obrigação de parecer realizado de parecer pleno por muito tempo as pessoas não tinham essa obrigação que se tem hoje em dia de serem felizes o tempo todo em suas vidas viídeo a foto do vô da Avó hoje nós vivemos numa época em que a realização pessoal é quase que uma obsessão quem não é feliz portanto ou quem não é realizado hum é tido como uma espécie de perdedor então percebam com a transferência de uma vidativa para
um individual atomizado recai sobre este indivíduo a obrigação praticamente impossível de se concretizar de ser feliz ser bem realizado e com isso ser feliz tenha o emprego dos seus sonhos Ame o que faça tenha um relacionamento saudável com seu marido e sua esposa a vida sexual tem que tá em dia então tem sexólogos explicando como ter orgasmos todos os dias enquanto você come come Sucrilhos no café da manhã ao mesmo tempo né tudo junto maroso e a estética e os filos né o corpo tem que est em dia não pode envelhecer as viagens TM que
estar em dia aí você vai ser feliz temos que viver uma espécie como se fosse a Barbie e o k aqueles bonecos né como se viver ter filhos e o convívio do dia a dia fosse assim mesmo maravilhoso hum Basta você querer se esforçar e se se você se não tá sendo assim seu mundo é problema seu problema seu então todos se vendem como produtos maravilhosos na internet todos estão felizes agora existe um abismo gigantesco entre o que nós mostramos nas redes sociais pros outros e o que de fato nós sentimos tá gigantesco O Sorriso
das fotos muitas vezes não é um reflexo fidedigno do que que nós estamos vivendo mas sim sintoma de uma tentativa de corresponder a uma expectativa social e e volta sintoma de tentar corresponder a expectativas sociais a pressão por sermos felizes desconfie muito daqueles que estão sempre sorrindo porque isso pode ser desespero vou dar essa dica tá E essa felicidade padronizada essa ideia que nós vamos chegar em um momento de nossas vidas de constante estar e Plenitude é segundo schopenhauer uma ilusão aí que tá essa ideia não se sustenta vai dizer shopenhauer por quê Porque como
a gente viu porque como a gente viu mesmo que em alguns momentos você conquiste aquilo que quer que você chegue lá sempre terá o dia de amanhã em que você vai acordar e o que você obteve na noite passada na semana passada não serve mais perde a graça é assim a vida a frustração portanto é inevitável a dor é sempre sentida de forma mais significativa o prazer ou a sensação subjetiva de felicidade lembre-se é efêmero é passageiro meramente um alívio da dor um alívio de se obter o que queria mas daqui a 5 minutos não
vai me bastar hum o máximo que a gente consegue é um certo estado de contentamento neutro vai dizer shopen hower de não estarmos com nenhum espinho cravado na vida em alguns momentos quanto menos desejosos nós tivermos é o máximo de neutralidade de contentamento que nós vamos T na vida e olha que isso é raro por quê Porque a Vontade Fica ali sempre pedindo novos desejos aparecem o desejo portanto nos mantém presos como uma espécie de prisioneiros de uma promessa que nunca se cumpre por isso o schopenhauer diz a vida é uma prisão os grilhões é
a vontade a vontade que na nossa experiência surge como desejo é uma espécie de Miragem no Deserto que eu nunca alcanço é por isso que shopenhauer comparava a nossa existência a um condenado um sentenciado contudo contudo gente não se desespere não se ao menos tentem não se desesperar vamos ver essa segunda parte da aula se conseguimos fazer desse limão uma limonada Afinal que alternativa a gente tem né vamos ver se a gente consegue fazer desse limão uma limonada tá não se desesperem porque tem algo de reconfortante nesse pensamento sheno que muitos dizem pessimista outros dizem
realista né veu as coisas como elas são não se desesperem acompanhem aqui o raciocínio veja será que podemos ser Livres mesmo dentro dessa prisão tem como um preso ser livre mesmo sendo preso essa ideia ao menos quem sabe tem como a gente ser livre da pressão da gente ser F Olha a pergunta temos como ser livre da pressão por sermos felizes isso já ajudaria bastante tá A ideia é que nós talvez devêssemos agora falando bem sério aqui talvez nós devêssemos abandonar essa expectativa irrealista de que nós viemos ao mundo para desfrutar nós viemos ao mundo
para ser feliz em outras palavras quem que disse que eu tenho que ser feliz quem que disse que se é possível ser feliz nesses termos apresentados essa prisão chamada vida é como se fôssemos a última bolachinha recheada do pacote e por causa disso a gente merecesse grandes feitos grandes coisas tem algo grandioso reservado só para mim se um dia depois de muitos esforços a gente fosse chegar em algum lugar em um lugar em que não há dores e frustrações e alegrias e felicidades as pessoas contentes sorrindo verdadeiramente né não pra foto o tempo todo não
à toa muitos projetam seu sofrimento em Vida em um paraíso depois da morte a recompensa virá né a recompensa virá temos que ter fé põe fé nisso hum novamente a ideia de que nós viamos ao mundo para ser feliz é relativamente recente na história nas sociedades antigas o propósito da vida tava muito mais ligado sobrevivência sobrevivência Ok quando você tem que correr atrás do que comer pagar os boletos correr atrás da vida no sentido mais Primal da coisa como durante muito tempo as e ainda hoje em dia acontece mas muito tempo a grande e ampla
proporção da população vivia não se tem tempo para ficar pensando se se é feliz ou não tá essa ideia é muito recente e outra há um tempo atrás as religiões eh elas elas pegaram muito bem essa necessidade humana e não à toa eram tão fortes no passado não que ainda não tenham bastante influência mas no passado eram muito mais fortes por quê Porque as religiões com as suas narrativas elas dão conta de abraçar o sujeito em uma história que passa conforto como quem coloca um cobertor em um filho desprotegido e pega ele no colo por
A mais B no passado não havia tanto essa obrigação de encontrar um propósito pessoal grandioso no indivíduo não reca o peso do nosso destino sobre as nossas costas eu sou responsável pela minha vida pela minha felicidade da expressão americana selfmade Man n aquele que se faz sozinho eu sou responsável por tudo na minha vida pelo meu destino pelo meu caminho Talvez viver sem tanta expectativa ou pressão por busca de felicidade se a gente viver sem tanta essa expectativa ou na busca por felicidade sem a cobrança por ser feliz Talvez isso tira um peso das nossas
costas porque vai tirar o peso da Promessa de uma boa vida que só depende de mim hum nos dias atuais nós somos bombardeados por mensagens que que que né a a tal da positividade tóxica que tá na moda que nos diz pra gente ser positivo acordar cedo produzir ser a melhor versão de nós mesmos né como se a gente fosse uma espécie de iPhone que todo ano tem que se atualizar e vi com uma câmera mais potente né mais Megapixels né cabeça em pé sorriso no rosto temos sempre de enxergar o lado bom de tudo
o lado bom do esforço ir pra academia 5 da manhã sorrindo e trabalhar sorrindo a mal que faz nunca nos deixar bater Veja seu amigo na rede social ele parece tá feliz no namoro dele no trabalho dele e você não tá Por quê É como se a gente fosse proibido de sentir tristeza frustração raiva ou angústia e aí a gente se julga diferente dos demais percebem esse que é o ponto que vem um peso Extra quando a gente quer ser feliz a gente se julga diferente por não ser nos sentimos mal nos sentimos erráticos colocamos
uma camada mais de Sofrimento em nós mesmos tristeza angústia e até mesmo raiva por essas injustiças todas por essa toda que é a vida em muitos momentos são sentimentos humanos comuns a todos nós tá que vão tá presente a maior parte do tempo a maior parte do tempo vocês viram shopenhauer explicando a Vi a vida movimento trifásico do pêndulo nunca satisfeito que a gente tem não tem mais graça o que move tudo isso é a dor que que você queria sentir nesse nesse nesse nessa prisão hum Pare de se cobrar a felicidade e com isso
talvez as coisas aliviem um pouco para você é a proposta Albert Elis psicólogo cognitivista lá da década de 60 um dos criadores da terapia cognitiva comportamental disse uma coisa muito interessante ele falou o seguinte existem três deverias que fazem o sofrimento humano ser maior do que já é viver né do que já é a vida três a primeira premissa é o mundo deveria ser justo comigo né O segundo é os outros deveriam gostar e a terceira eu deveria ir bem na vida esses três deveri segundo Elis aumentam o potencializo o sofrimento humano porque ele coloca
culpa em si e não na própria vida e o que eu percebo que ocorre na clínica de psicoterapia os pacientes que eu atendo é que todos acham que são os únicos a sofrerem e terem dores e os únicos em que seus planos não deram lá muito certo é a casada que não vu o casamento como mil maravilhas que a gente viu que não o é é a solteira que acha que só ela é solteira e não conseguiu o casamento porque tem algo de esquisito nela independente do caminho é sempre a pessoa sofrendo por se julgar
errática e justamente por nós não validarmos a nossa angústia e as nossas dores que a gente coloca uma camada mais de sofrimento É isso que eu tô trazendo aqui vocês percebem veja veja temos feridas de infância que deixam traumas e sequelas O que torna difícil às vezes navegar na vida adulta nós temos um mundo completamente indiferente que tá cagando e andando para nós Hum quando não competindo com a gente os outros sujeitos estão competindo com a gente né os desejos deles se chocam contra os nossos certo que mais ah sobre o desejo temos a toda
hora esse motor insaciável da Vontade que não para que sempre pede mais que nunca tá satisfeito Como disse vai em rota de colisão que se choca com os interesses do mundo e dos outros que querem a mesma coisa temos a dor por habitar um corpo que perece com doenças que que que vai ficando podre né vai machucando e afins cara se isso não é motivo suficiente para ter angústia eu não sei mais o que que é né Então olha só e se na verdade fôssemos Todos normais ao não sermos felizes só que a gente não
tem coragem de sair aí dizendo isso um pro outro de gritar ao mundo viva em felicidade hã ficamos daí todos no nosso cantinho sentido nossa infelicidade sozinho achando que somos os únicos e pior julgando ela é isso que eu acho que acontece um pouco evidentemente que a Gama importante fazer esse esse disclaimer aqui evidentemente que a Gama de dificuldades emocionais assim como a valência da dor percebida varia de cada um para cada um Devido as suas vivências infantis e isso a gente vai trabalhar em análise certo mas o fato de você ter problemas ou questões
emocionais por si só o fato de você sentir seja tristeza seja ansiedade seja raiva não se preocupe não é algo exclusivo seu de novo não que isso não tenha como ser trabalhado amenizado em terapia mas daí para julgar como errático ter essas questões essas emoções é colocar um peso em cima de você percebe ao tentar eliminar as emoções consideradas negativas nós acabamos criando uma sociedade incapaz de lidar com a própria vulnerabilidade que é intrínseca condição de se estar vivo Olha o que que é a vida ao nos cobrarmos sermos felizes ou nos criticar por não
ser talvez ficamos mais ansiosos exaustos paradoxalmente mais infelizes TZ o segred para diminuir a miséria humana um carrega uma cruz seja abandonar a ideia de que a gente fiz que a gente ve a mundo fiz ou que a gente Mere schopenhauer defende que a verdadeir paz interior não vem de buscar incessantemente felicidade aceitando que a vida é sim marcada por sofrimento dificuldade e imperfeições humanas talvez a verdadeira revolução seja olhar pro cotidiano pro aqui e agora sem expectativas grandiosas que a sociedade coloca sobre os nossos próprios ombros e apenas viver aquilo que nos é destinado
nos aceitando mais como seres imperfeitos e seres vos portanto seja como for seu modo de Navegar a vida e viver a vida onde nós bem vimos em outras aulas aqui do canal quem acompanha sabe eu bato bastante nessa tecla não existe certo ou errado não existe né o caminho certo e o caminho errado cada um tem o seu Então seja como seu for seja como for o seu modo de navegar na vida tá eu tendo a dizer aqui por experiência clínica que aqueles que tiveram uma infância mais bem estruturada e supridora vão tolerar um pouco
mais de aventuras no mar aberto das experiências da vida vão querer correr um pouquinho mais rápido n Cira ergométrica vamos dizer assim vão tolerar mais coisas experiências tá enquanto aqueles que tiveram um pouco mais de trauma em sua infância um pouco mais desestruturada a sua infância vão preferir a saída chopen haiana de caminhar mais devagarinho possível nessa esteira não passar por tantas experiências porque elas dó e tá tudo bem isso seja como for o seu modo de navegar na vida aceitar que ela por mais grandiosa que seja em termos fenomenológicos Porque os cientistas nos dizem
isso as pessoas dizem isso né A vida é um milagre tudo é incrível Quais as chances de nós estarmos aqui olha o sol olha as estrelas que coisa mais grandiosa você é um espermatozoide em sei lá 5 trilhões e aquele papo todo por mais que isso tudo seja grandioso grandioso no externo visto de Fora a vida ela não éa grandes coisa em nossa experiência interna subjetiva como vimos na aula de hoje certo vista de dentro ela até tem seus momentos interessantes sim só que eles passam eles pedem a graça e faz parte vista de dentro
ela é muito mais brochante do que nos vente o pacote é muito maior a embalagem é muito maior do que o conteúdo vista de dentro ela é bem sofrida abra a mão da Felicidade Talvez assim Nossa permanência nessa condição nessa prisão muitas vezes dura se torna um pouco mais suportável um pouco mais tolerável mesmo sabendo que estamos todos presos ao pêndulo e sentenciados a vida até que a morte nos separe no fim das contas talvez seria Justamente na aceitação do que é a vida de fato que o significado de sofrer e nossa relação que nós
temos com o sofrimento se transforme E com isso talvez a experiência vivida mesmo sendo sofrida ganhe um significado que possa ultrapassar a mera busca por uma felicidade efêmera Espero que tenham gostado dessas reflexões até breve