Resenha::Como ser um educador antirracista, de Bárbara Carine. Editora Planeta, 2023, 158 p.

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Educação, Livros & Literatura Infantil
Enquanto não encerro definitivamente as atividades do canal, considerando a aproximação do Dia Nacio...
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Olá minha gente enquanto eu não encerro definitivamente as atividades do canal conforme antecipei a vocês em um vídeo anterior e considerando a aproximação do Dia Nacional de zumbi e da consciência negra no Brasil que instituído pela lei número 12.519 de 10 de novembro de 2011 que é comemorado anualmente no dia 20 de novembro que é o dia do falecimento do nosso Zumbi dos Palmares presentei lhes esta resenha sobre esta gigante obra como ser um educador antiracista escrito pela fantástica Bárbara Karim pela planeta este ano 2023 e contém 158 páginas eu considero um livro disruptivo como
a própria autora denominada e se autodenomina nas redes sociais nest livro Bárbara defende que todas as pessoas que fazem parte do ambiente escolar desempenham papéis educativos eant tal que todos todas sejam formadas para o antirracismo é notório que as escolas em geral reproduzem a colonialidade em pelo menos três aspectos um a colonialidade do saber os currículos frequentemente são concebidos a partir de uma perspectiva eurocêntrica na qual se promove a ideia de que as pessoas brancas foram responsáveis por fundar todas as formas de conhecimento e isso minha gente cria uma narrativa na qual apenas Elas têm
ancestrais influentes incluindo pensadores cientistas Reis rainhas enquanto isso as pessoas negras apesar de serem as primeiras habitantes do planeta tiveram suas histórias apagadas sequestradas ao longo dos últimos quatro séculos e foram subjugadas sob a lógica escravista moderna da mesma forma as pessoas indígenas são retratadas de maneira pejorativa desprovidas de território de história e de voz a segunda colonialidade é a do Poder nós nós sabemos que os espaços escolares refletem e perpetuam o racismo estrutural que está presente na sociedade como um todo as pessoas que que ocupam ocupam cargos de liderança nas escolas muitas vezes compartilham
o mesmo fenótipo daquelas que ocupam posições de poder na sociedade como um todo Isso significa que pessoas brancas frequentemente dirigem as escolas e também ocupam cargos de coordenação são professores psicólogos administradores enquanto as pessoas negras são relegadas a funções subalternizadas como Limp no chão servir o café abrir os portões eh manobrar os carros essa dinâmica está enraizada em uma estrutura que desde cedo ensina as crianças que as pessoas brancas estão no comando enquanto as pessoas negras devem obedecer terceira colonialidade a do ser o esforço de uma professora na sala de aula em destacar a beleza
e o poder do cabelo afro se torna ineficaz quando uma criança ao passar pela portaria ouve piadas do porteiro sobre seu cabelo Bárbara Karine defende nessa obra como fundamental que professoras e professores preparem aulas ou sequências didáticas que abordem a questão da branquitude isso envolve explorar a história da ciência apresentar os principais nomes de cientistas conhecidos enfatizando o fato de que estes cientistas são predominantemente homens e brancos é importante para ela problematizarmos o motivo por trás desta predominância e explicar que não se deve a algum atributo genético de genialidade reservado a eles mas sim resultado
de uma construção social profundamente enraizada no racismo e no patriarcado que os beneficia Ela comenta de modo muito feliz que a ciência e a filosofia desempenharam papéis significativos nesse processo e vejam filósofos que estabeleceram grandes sistemas filosóficos como David hilmy que foi um filósofo um empirista radical escocês do s 18 argumentaram que as pessoas negras eram inferiores isso não se baseia em genética mas em estética e em construções sociais isso minha gente é evidenciado pelo triste medonho exemplo de sar Bartman uma mulher negra sul-africana que viveu do final do século X e início do século
X e que for iida como atração de circo em feiras europeias de Exposição científica na categoria de fenômenos bizarros humanos até sua morte corpos que não se encaixavam em padrões magros eram consideradas eram considerados aberrações horrivelmente partes do corpo de Sara como o seu cérebro esqueleto órgãos sexuais foram exibidos em um museu em Paris até 1974 o termo branquitude para Bárbara não se refere às pessoas brancas em sua singularidade mas sim é uma categoria social que se relaciona com as vantagens simbólicas subjetivas e materiais disponíveis para as pessoas identificadas como brancas Em uma sociedade onde
o racismo é estrutural essa identificação se baseia na estética e não em uma constituição genética por exemplo uma pessoa branca não é sujeita a abordagens policiais recorrentes simplesmente devido à sua aparência o racismo é um construto social e embora haja um conceito biológico de raça que foi historicamente sustentado pelo racismo científico esse conceito tem perdido credibilidade nas últimas décadas com as descobertas da própria genética assim o livro nos traz que é essencial destacar o poder e a influência da comunidade Negra seu pioneirismo no mundo e as civilizações ancestrais ancestrais que contribuíram significativamente para o desenvolvimento
do conhecimento e da ciência Bárbara advoga nesta obra que pessoas brancas frequentemente TM vantagens iniciais na sociedade pessoas negras quando nascem são trazidas ao mundo por médicos brancos pessoas brancas são predominantemente representadas nos mais altos níveis da sociedade controlando os meios de produção e dominando por exemplo cursos universitários socialmente valorizados principalmente como medicina direito engenharia essa preeminência branca é evidenciada em outdoors campanhas publicitárias e até na lista de premiados com o nóbel Basta ver onde mais de 70% dos premiados são brancos são homens e brancos a desigualdade se refere em salários eh com os maiores
rendimentos do país indo majoritariamente para as mãos das pessoas brancas notavelmente na mídia criminosos brancos têm suas identidades preservadas quando são traficantes são tratados de forma mais suave como jovens que comercializavam drogas e quando são ladras são denominadas de cleptomaníacos bem a noção de democracia racial do Brasil para Bárbara é um mito e temos que concordar com ela e este mito ganha força à medida em que se baseia nas teorias de césare Lombroso que foi um psiquiatra higienista criminologista antropólogo eugenista italiano que viveu do final do século 19 ao início do Século XX e vários
outros eh pensadores eugenistas como ele que promoveram estratégias de genocídio através da miseração que envolveu trazer pessoas brancas em situações socioeconômicas socioeconômicas desfavorecidas para o Brasil onde lhes eram garantidas terras e morad com a finalidade de se relacionarem sexualmente com pessoas negras visando o embranquecimento da nossa nação a meta minha gente era que não houvesse mais pessoas negras no Brasil até o ano 2012 Este é o dado que a Bárbara nos traz esse projeto de branqueamento Isso é uma busca paralela que eu fiz apresentada ao mundo na primeira conferência Universal das raças Olha o nome
do evento que aconteceu em Londres em 1911 onde o Brasil foi representado por um cara chamado João Batista de Lacerda que era médico se dizia também antropólogo e era diretor do Museu Nacional e recebeu apoio de Outros tantos cientistas da época as políticas de Eugenia foram implementadas a partir da ideia de que as pessoas que não se encaixavam no padrão Branco europeu seriam eliminadas em um período de 100 anos por isso a data na verdade daria 100 ano 2011 mas Barbara fala aqui é muito sinceramente diretamente as pessoas brancas e E especialmente as que são
antirracistas e diz que é é importante conhecer que o problema não está na sua individualidade a luta antirracista não Visa atacar o indivíduo branco mas sim questionar a branquitude e vamos prestar atenção no termo porque essa expressão ela é fundada pela teoria crítica da raça e descreve a racial das pessoas brancas com base nos privilégios que as unem a branquitude não se limita a cor da pele mas a borda os privilégios sociais que a cor da pele proporciona trata-se de ter acesso a empregos ocupar cargos de poder e ser considerado como padrão de beleza e
de credibilidade a a branquitude é um conceito dialético que conecta a noção de sujeito Universal sal branco com os privilégios que beneficiam todos os membros desse grupo mesmo que uma pessoa branca seja antirracista ela ainda se beneficia do racismo muitas vezes sem perceber essa obra como ser um educador antirracista de Bárbara Karim defende ser fundamental que os educadores brancos compreendam isso e se conscientizem da necessidade de abolir essa tal branquitude e abolir não significa eliminação de pessoas brancas entendam mas sim o fim de um sistema social e as privilegia não basta evitar cometer atos racistas
é essencial lutar ativamente contra o racismo no Brasil pessoas brancas T atitudes racistas e as pessoas negras frequ mente as internalizam internalizam o racismo que é direcionado a elas nós crescemos Neste País naturalizando a pobreza das pessoas negras e a sua ausência nos espaços de poder mesmo o antirracista pode inconscientemente fazer suposições quando vê uma pessoa negra em um carro de de luxo na rua como levar a questionar ser levado a questionar a origem do do dinheiro ou associá-los a profissões estereotipadas como ah o cara é um jogador de futebol não ah a menina é
uma cantora de fun não o cara é um pastor isso ocorre porque fomos moldados por um sistema que nos faz enxergar o mundo através da lente da racialidade hierarquizando as pessoas com base em seu fenótipo reconhecer que as pessoas brancas no Brasil T atitudes racistas e que as pessoas negras também internalizam racismo é uma parte fundamental do antirracismo que se caracteriza pelo protesto pelo enfrentamento e sobretudo pela denúncia do racismo Bárbara nos diz que desde uma perspectiva afrocentrada é de ância que tanto professores professoras como crianças sejam formadas com base em uma lógica de reforso
positivo incorporando o que a nossa ancestralidade africana nos revela que somos os primeiros seres humanos os pioneiros na Química na matemática na Medicina na filosofia e que os nossos antepassados incluem reis e rainhas em vez de dizer às crianças que seus cabelos não são feios devemos afirmar que seus cabelos são lindos em vez de informar que elas não são descendentes de escravizados melhor dizer que elas descendem de reis e de rainhas em vez de afirmar que elas não são burras devemos explicar que a matemática por exemplo teve suas origens na África e apresentar exemplos concretos
como o papiro de hamas com formulações matemáticas dele que foi o primeiro escritor matemático e que viveu entre os séculos 1 e 18 na verdade durante o século 1 Ele nasce em 1680 aantes Deco e vai até 1620 AES de crist onde no Egito ou falar e mostrar porque você pode buscar isso nos seus oráculos da web figuras do dos ossos de lobo e de isango que são os os artefatos matemáticos mais antigos do mundo datando de cerca de 20.000 Anos Antes de Cristo lá no paleolítico superior no Congo mostrarmos por exemplo e jogarmos a
mancala falarmos das formas geométricas e assim por diante dessa forma é fundamental que as crianças aprendam na dinâmica cotidiana da escola que as pessoas negras têm sido pioneiras na produção de conhecimento ao longo da história o papel das pessoas brancas na luta antiracista é essencial e ele se desdobra em em seus próprios Campos de atuação profissionais da educação brancos e brancas por exemplo devem abordar questões étnico-raciais na sala de aula não apenas por obrigação legal mas por conscientização e compromisso com a reparação histórica devem escutar e aprender com pessoas negras trazê-las para a sala de
aula para que os estudantes se identifiquem com elas promover a leitura de livros escritos por pessoas negras assistir vídeos e cursos ministrados por pessoas negras compartilhar esses conhecimentos com seus colegas de trabalho e Bárbara nos lembra que é importante lembrar que o racismo é crime no Brasil conforme previsto na lei 7716 de 1989 é crucial questionar as escolas sobre seus currículos garantindo que contemplem a história Negra desde o início dos tempos até os quatro séculos de escravização nas Américas devemos também segundo Bárbara analisar a representação de pessoas negras nas literaturas utilizadas pelas escolas e na
estética das ições Incluindo aí paredes Outdoor placas corpo profissional é essencial perguntar se as pessoas negras ocupam ali cargos de liderança ou se estão confinadas a posições subalternizadas como limpeza abertura dos portões e serviços de apoio Bárbara ressalta que a abordagem da cultura africana afro-brasileira indígena na sala de aula não deve ser vista apenas como uma obrigatoriedade legal mas como um compromisso com a reparação histórica a lei a lei é importante porque onde a consciência não prevalece a obrigat obrigatoriedade legal precisa atuar a lei estipula que a educação para as relações étnico-raciais deve ser abordada
em toda a extensão curricular tornando essa abordagem obrigatória o que significa isso significa que a educação étnico-racial não é uma opção que a escola pode ou não tomar mas é um componente obrigatório essencial em todos os aspectos do currículo no entanto segundo Bárbara uma abordagem decolonial vai além disso E inclui a celebração de datas festivas que destacam a cultura indígena e afro brasileira ao lado de festividades tradicionais isso enriquece o entendimento dos alunos sobre a diversidade cultural do nosso país Além disso é fundamental incluir discussões sobre a história do Continente Africano mostrando que a Europa
não é o velho mundo e que a história da humanidade começou muito antes do que geralmente se ensina os educadores brancos podem contribuir ativamente para a luta antiracista em seu ambiente denunciando piadas racistas e promovendo a inclusão de pessoas negras em suas empresas hospitais escolas e assim por diante e a escola minha gente desempenha um papel fulcral na formação das futuras gerações e deve ser sim uma aliada forte na luta contra as opressões estruturais com ênfase no racismo mas do que uma opção ser antiracista deve ser um compromisso histórico e um dever da escola e
de seus profissionais portanto é essencial pautar a Equidade racial em todos os aspectos da estrutura escolar desde a equipe profissional até a construção curricular destacando os conhecimentos ancestrais africanos indígenas de forma positiva a formação dos professores das professoras também deve ser orientada pelo letramento racial e outras abordagens antes antirracistas então minha gente sigamos sempre com muita luta e muita esperança portanto a obra como ser um educador antiracista da Bárbara Karine Editora planeta publicada este ano 2023 com 158 páginas é É sim uma leitura necessária obrigatória e urgente e aproveite a celebrações do Dia Nacional de
zumbi da consciência negra e descubra como ser um educador antirracista Obrigado por me acompanhar até aqui reiterando que você que pode ser que você esteja assistindo um dos meus últimos programas e que o momento de nos despedirmos em definitivo está se aproximando quer contar com a sua compreensão quando esse momento chegar se eu conseguir mexer com você peço que compartilhe nas suas redes nas coordenações pedagógicas da sua escola compartilhe com seus estudantes isso é muito importante e a Quem se interessar pela luta de uma sociedade é mais justa mais humana mais inclusiva mais solitária mais
solidária e antirracista conheço as minhas obras e as minhas palestras no meu Website Simão de Miranda com.br um grande abraço
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