Documentário UM CRIME ENTRE NÓS (íntegra do filme original)

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Instituto Liberta
Existe um mercado no qual se troca infância por qualquer coisa menos valiosa. Todos sabem que ele ex...
Video Transcript:
[Música] [Música] violência sexual ela é gritante em todo lugar do Norte ao sul existe uma grande diferença que é o silêncio eu acho que é porque a sociedade não se interessa Então já tá falando de uma sociedade adoecida né você tem abusadores de todas as classes sociais e matar uma pessoa não é tão violento quanto você é abusar de uma criança simples sem anos de idade eu acho que tem uma coisa muito importante a impunidade tem muita pornografia infantil na internet nas redes sociais todas a gente ainda cria os nossos filhos para serem macho quanto
mais velho você for e quanto mais novinha é a sua amante mais maneiro você é mais garanhão o cara que pagou r$ 20 para fazer sexo com uma menina na praia com uma menina de 14 anos cara na hora de você ver esse casal andando tem que para falar mesmo pega ladrão aconteceu isso porque você quis você que tava lá como se a vítima criança tivesse plena condição de entender o que ela tava fazendo [Música] tem exploração sexual no WhatsApp nas festas no meio político é quando há uma troca Mercantil seja dinheiro seja uma carona
seja uma comida seja uma bolacha ou seja o que for não é normal mas a gente acha que é normal porque ninguém faz nada As autoridades não fazem nada quando alguém presencia uma situação de exploração sexual ela só tem duas opções denunciar ou ser cúmplice a gente entender que prostituição infantil que a exploração sexual da Criança e do Adolescente não pode ser paisagem [Música] eu acho que a gente tem que rever as nossas urgências sabe assim para ontem eu queria propor nacionalmente com apoio do governo com apoio de Fátima Bernardes sabe assim de todo mundo
que decide coisas que define o que que a gente vai falar sobre eu queria que todo mundo se juntasse para a gente eleger uma data no calendário e aquele dia vai ser um dia que a gente vai se comprometer como uma nação unida que somos de famílias corretas do bem e a gente vai ficar 24 horas sem estudar ninguém Será que a gente consegue aí nos rádios vão falar assim está chegando a data de ficar 24 horas sem estudar assim [ __ ] tem que ter uma data para isso eu acho que é porque a
sociedade não se interessa sabe a sociedade é uma coisa tão horrível essa que eu acho que causa uma um certo distanciamento falar não quero nem ver não quero saber que essas coisas acontecem é uma forma de você de alguma maneira não participar dessa brutalidade que questão da violência sexual ela não tem classe ela não tem cor não dá para achar que a religião está fora dessa discussão que a escola está fora dessa discussão que a família está fora não violência sexual ela é gritante em todo lugar do Norte ao sul existe uma grande diferença que
é o silêncio que alguns lugares isso se naturaliza isso é silenciado por conta de um machismo muito grande a gente ainda cria os nossos filhos para serem macho [Música] e quando eu ensino isso meu filho desde pequeno eu esqueço de passar esses valores da permissão do que é moral do que do que pode ser feito do respeitar da mulher do querer dela e acima de tudo de respeitar as crianças então há um elemento aí de desigualdade de gênero brutal nós somos criados para favorecer tudo o que aquilo que o macho não de conta na sociedade
ou somos culpadas ou vamos ter que dar conta e aí você tem um padrão de comportamento social que é coisa e fica a mulher o homem pode fazer tudo o homem branco e Rico pode fazer tudo e mais um pouquinho e nós mulheres temos que ser submissas e nós mulheres pobres e negras mais submissas ainda [Música] mas eu acho que tem uma coisa aí muito importante a impunidade porque a gente consegue ver isso em toda a parte do mundo Mas aonde existe maior responsabilização e maior defesa da vítima Você tem gradualmente uma redução dos casos
quando comecei esse trabalho na Feminina eu já tinha foi 2006 dia 17 anos de experiência em cadeias de homens e Esse aspecto da violência sexual contra as meninas isso é uma coisa absolutamente chocante porque mais chocante é revoltante porque as sequelas ficam para sempre eu tenho meninas Ela tem uma menina que fugiu de casa com 8 anos de idade e foi morar na rua na Praça da Sé com 8 anos de idade outras que fugiram que saíram de casa com 10 12 anos 15 anos é um número enorme enorme porque não tinham condição de permanecer
na casa em que na presença do estuprador né mas eu canso de ver elas me Contarei essa experiência hoje mulheres fez com 30 40 anos de idade e ao contar a experiência ficarem trêmulas e escorrer em lágrimas dos olhos é muito frequente isso que deve ser um trauma tão brutal que se carrega pelo resto da vida e para falar nele a dificuldade é muito grande minha mãe Ela me teve com 13 anos de idade com cinco anos as coisas começaram a piorar porque meu padrasto Ele começou a beber todos os dias e toda vez que
ele bebia ele chegava em casa ele agredia a minha mãe ele batia muito nela de tantas agressões que ela sofria ela começou a produzir agressão também então era surras e mais surras que eu levava muitas noites quando eles chegava eu sentia que ele me tocava [Música] e eu ficava no primeiro momento eu ficava com medo porque ele me ameaçava ele disse olha se você contar para sua mãe eu mato sua mãe eu mato você também eu não tinha dúvida que ele poderia fazer isso né então eu comecei a fugir de casa [Música] eu pegava bardo
não sabia ler não sabia escrever tava no barco embora sem destino e quando eu chegava nessa cidade eu caminhava pela cidade por hora e sei quando eu estava com fome eu bati na casa de alguém falava que tava com fome e contava o que tinha acontecido porque eu tinha hematomas no corpo Então as pessoas acreditavam E aí eles falava não posso ficar com você você tem família Então me mandava para Manaus e a história foi se repetindo cada vez mais forte mas violenta [Música] quando eu comecei a falar para ela que o que tava acontecendo
ela não acreditou então quando ela não passou mais acreditar em mim foi quando realmente eu me senti eu digo eu não sou nada para ela Ela prefere ficar com ele do que comigo de que acreditar em mim mesmo foi quando eu não quis mais voltar para casa a última fuga que eu fiz eu não fui para Cidade Eu fiquei em Manaus mesmo só que eu fiquei morando no centro da cidade foi quando eu conheci o outro lado da violência também que é da exploração sexual foi quando você é usado para para algo né sem saber
que tá sendo usado a rua me causou muitas dores também então eu já tinha não tinha para onde ir então tinha pedido a esperança mesmo chegou o momento que eu disse onde me colocaram eu vou ficar não saio mais e foi quando me levaram para o acolhimento institucional E aí eu fiquei nesse abrigo por mais ou menos uns três meses quatro meses porque minha mãe não tinha ido mais me procurar era um abrigo do estado que maltratava muito para gente também eles visita a situação daquela eu ia apanhar [Música] comecei a bater a enxada no
muro então em 15 dias já tinha um buraco e aí foi um momento eu corri mergulhei no buraco e passei e foi quando eu cheguei na casa a mamãe Margarida [Música] ela me deu banho porque eu tava muito suja de Barro ainda por ter passado pelo buraco e eu lembro o cheiro da roupa que ela me deu porque eu nunca tinha tido uma roupa nova [Música] Aquele momento que eu chegava escura comecei a ver a luz [Música] [Música] [Música] é uma parte dos casos de violência sexual no Brasil eles são interfamiliar Então quem abusa dessa
menina é alguém muito próximo Às vezes a mãe tu para para escutar uma menina é a mãe dela sofreu violência na infância e ela superou Então ela a filha também vai superar sempre exploração ela começa na violência é no abuso abuso exploração são coisas distintas no entanto elas estão intimamente conectadas quando você olha esta menina de 56 anos abusada todo mundo fica conduzido todo mundo Olha essa menina e fala ai meu Deus ai que coisa essa menina a gente precisa cuidar dela quando esta mesma menina tá aqui mais tarde com 13 anos a sociedade olha
para ela e dá de ombros porque diz o seguinte ela tá aí porque ela quer vai porque quer Cadê a mãe dessa menina não é então é essa visão que a sociedade tem de uma diferença que não existe essas duas são as mesmas são as mesmas meninas é a mesma menina que tá nessa situação que está nessa situação e que tá nesse ciclo perverso de naturalização de abuso de objetificação então a gente tá falando desta cultura que é uma cultura permissiva com o casamento infantil com a sexualização precoce E aí é natural que a exploração
sexual não seja vista como um problema a exploração sexual é quando há uma troca Mercantil Quando essas crianças e adolescentes são exploradas em troca de algum alguma recompensa seja dinheiro seja um convite seja uma carona seja uma comida seja uma bolacha ou seja o que for [Música] hoje a questão da exploração sexual ela não é de rua ela não é mais somente de rua não é mais uma menina ou um menino rodando uma bolsinha no meio da rua a exploração sexual hoje ela acontece no WhatsApp tem turismo tem exploração sexual no cotidiano das pessoas tem
exploração sexual nas festas tem exploração sexual no meio político [Música] [Música] tem muita pornografia infantil na internet nas redes sociais todas todas não só tipo deep web que é esse lugar que você não sabe muito bem como se acessa mas também lugares mais fáceis de acessar não é só quem é um super hacker da internet que consegue acessar esse tipo de conteúdo não eu fico achando engraçado porque a galera consegue derrubar página de ativista que botou um mamilinho de fora aí os grupos de pornografia infantil ninguém consegue derrubar se derruba um nasci outros nasce outro
nasce vários uma Tem tanta tem tanto mercado tem tanta gente a galera que tá no poder tá usando você sabe assim tipo de Deputados os Às vezes o prefeito tá no rolê aí você vai falar assim Prefeito a gente gostaria de uma política que melhorasse essa situação aí ele vai falar entendo a sua necessidade mas não vai dar porque eu que criei a rede de exploração Então vou querer que derrube Ah mas eu gostaria de um poste te faltar uma rua a gente até consegue sabe mas eu acho que existe uma contradição aí de um
lado os homens se revoltam contra o outro que usa da violência para estuprar uma moça que passa na rua e de outro lado os homens toleram a prostituição infantil o número de homens que acha normal a menina de 12 anos que se prostitui faz parte da da rotina da vida né mas não acho que isso é um estupro não acham que eles estão usando da violência sexual tem Mil Desculpas aí que eles se dão para ter esse interesse em abusar de meninas mais tem realidade você tem abusadores de todas as classes sociais isso é bem
importante porque a gente está falando de uma cultura mas a maioria das situações de exploração sexual se dá com abusador eventual ou abusador ocasional o que que é obradura eventual ele não tá fazendo uma viagem com o fim de exploração sexual e ele não se sente um abusador por quê Porque ele acha que tá ajudando aquela menina que ela precisa e ela tá lá para isso mesmo ele não se sente um criminoso apesar do Código Penal dizer que pagar para fazer sexo com uma menina de 14 a 18 anos é crime de exploração sexual para
quem tem a relação para quem agencia Quando é o caso de agenciamento e para o estabelecimento que aceita essa situação a legislação faz o seu papel o que acontece é que muitas vezes o aplicador da Lei quem está lá para fazer acaba não levando em consideração aquilo ou então acaba sendo movido por esse sentimento de que é costumeiro aceitando as desculpas do agressor isso causa uma revolta né porque a lei tá lá para ser cumprida independentemente de quem seja o agressor pobre rico empresário Professor padre não não eu costumo dizer o agressor o sujeito ativo
do abuso sexual é um crime democrático qualquer pessoa vai cometer qualquer pessoa pode sofrer [Música] para esta adolescente de 13 anos o dia 7 de agosto ficou marcado ela foi resgatada pela polícia dentro de um motel o empresário de 37 anos e a tia dela foram presos Ambos são investigados pela polícia pelo Ministério Público por suspeita de pertencer a uma rede de prostituição infantil A história dessa menina ela começa com abuso ou 5 6 anos de idade por um parente muito próximo ah nesse lugar onde ela estava que era o lugar de Cuidado a tia
começou a vender ela para este empresário [Música] um belo dia recebemos uma denúncia ela se encontraria em determinado motel com uma pessoa e lá dentro flagramos uma cena chocante uma garota muito pequena magrinha Parecia ter uns 10 anos de idade o tamanho o homem né um homem adulto né com a tia sentada na beira da cama vestida Ou seja a tia se certificava de que ela realmente ia cumpriu o acordo nesse caso em específico O Flagrante foi feito e ele foi liberado em audiência de Custódia isso gerou uma revolta popular muito grande a imprensa noticiou
foi amplamente divulgado E isso também ajudou muito para que a gente conseguisse num segundo pedido de prisão conseguisse que ele voltasse para o Cáceres O processo todo caminhasse para que agora já esteja concluso para sentença há um elemento que a gente não pode deixar de pensar quanto mais eu me afasto das capitais dos estados mais violação de violação de direito eu encontro porque menos cidadania eu vou ter menos rede articulada de proteção eu vou ter Então se essa criança ela sofre além dessa negligência uma violência física e sua agrava vulnerabilidade dela mas se ela sofre
uma violência sexual realmente ser um elemento que a desestabiliza de uma forma que ela acaba sentindo uma necessidade de buscar algum tipo de recurso para evadir daquela casa então nessas situações muitas vezes elas vão entrar em contato com os abusadores com os exploradores que vão favorecer elas com trocas né porque não nem sempre é o dinheiro às vezes são bens e a partir das falas das meninas elas dizem assim olha eu prefiro ser abusada por uma pessoa que eu não conheço [Música] E aí um elemento que é muito forte que abaixa o autoestima né então
ela precisa ser aceita Ela também quer ser amada e aí ela também é ensinada que o que a torna mais empoderada é o dinheiro nós vivemos uma relação de cosificação das pessoas né você é o que você veste o que Você consome o que a sua estética diz então geralmente essas meninas elas também estão querendo serem vistas como pessoas importantes [Música] quando você tem nas regiões urbanas mais fortemente a situação da exploração normalmente você não tem quadros de fome extrema de vou ganhar dinheiro para poder comer você tem situações de naturalização da venda do próprio
corpo como se isto não tivesse importância gente aí a gente tem que olhar de novo porque aqui não tem importância não tem importância porque essa menina vem sendo fruto de uma violência sistematizada desde que ela nasceu é uma violência social né ela tá sendo vítima desta violência e aí ela não reconhece como violência o que está acontecendo que ela tá se colocando na qual ela se coloca na verdade você perde a possibilidade dela construir uma história diferente para ser de vida querido diário tenho a pele escura meu apelido é preta como eu sou magra e
não tenho nada de barriga ninguém disse que já tive filhos sou muito alegre mas também muito triste toda minha alegria tem o dobro de tristeza perdi meu pai com 5 anos minha mãe teve que deixar os filhos na casa de uma senhora a Dona Maria botava a gente para vender flores no sinal e restaurante em todo lugar saía para Rua às 7 horas da noite só voltava para casa às 4 5 horas da madrugada Se não vender todas as rosas Dona Maria não me dava nem comida e nem roupa ela cansou de dar com as
rosas na minha cabeça quando eu voltava com as flores para casa [Música] essa história de vender rosas foi que me levou para prostituição Eu me prostituía para ter o dinheiro da Rosa era mais rápido [Música] jogava as flores fora assim que arrumava um cliente levava o dinheiro para Dona Maria e não precisava ficar vendendo mais nada podia brincar Quem levou para essa vida foi irmã mais velha de uma colega minha da favela ela me levou para casa delas e apontou para o pai que tinha uns 40 anos e disse se você colocar a boca no
pinto dele você ganha um pacote de macarrão e 10 [Música] depois disso fui perdendo a inocência naquela época comecei a conseguir bastante dinheiro fazendo programa dentro e fora da favela podia comprar todos os brinquedos que quisesse com a grana da prostituição comprei minha primeira Barbie [Música] como as meninas de exploração são vistas elas são invisibilizadas você vê uma menina de exploração você diz que ela é uma Enxerida que ela gosta de pegar o marido das mulheres casadas que ela mas você não responsabiliza isso tem a ver com relação de gênero os homens que muitas vezes
poderiam dizer não para essas meninas por que que a gente não responsabiliza os homens enquanto a gente não olhar este homem que tem relação com esta menina como um criminoso e não olhar esta menina como exemplo de responsabilidade pela situação que ela tá a gente vai continuar julgando que essa menina é culpada e isso não se resolve Então já tá falando de uma sociedade de uma sociedade que se relaciona culpabilizando aquela menina né não ela tá lá ó ela tá lá porque ela é [ __ ] Olha só tá vendo a gente já tentou tudo
mas ela gosta daquilo então há uma incompreensão do que são essas pessoas e do quanto de Sofrimento tem ali e da minha responsabilidade enquanto sociedade isso é muito importante né quando alguém presencia uma situação de exploração sexual ela só tem duas opções denunciar ou ser cúmplice de uma menina tá andando na rua de saia curta e acontece alguma coisa com ela de quem é a culpa acho que ela devia usar a saia mais compridinha porque chama atenção metade culpa dela e metade culpa da estrutura familiar entendeu dos Pais né Essa parte aí é a culpa
é toda nossa Com certeza muitas meninas provocam mesmo andar como a mini saia e um decotezinho de sutiã Então ela tá provocando aquela pessoa doente nos faz que não deu educação que não vigiou como deveria que não teve presente como deveria não culpa assim nem quem violentou e nem quem usou [Música] eu acredito assim A culpa não é do agressor a culpa é do agressor mas Tem situações que você não poderia deixar ela vulnerável também mas mas é dos familiares porque os familiares tem que dar apoio bom do homem se ela está com a roupa
inadequada e acontece alguma coisa com ela a culpa é unicamente do agressor a vítima nunca nunca jamais deveria ser culpada [Música] [Música] E aí senhores beleza que maravilha isso hein bom aqui as margens do rio negro né a gente está ainda no porto de cacau Pereira aqui Pelo que eu entendi era onde era a chegada das balsas que vinham de Manaus do outro lado chegavam aqui então acabou virando um centro comer de comércio de muita gente e tal e eu acho que para mim é sempre um aprendizado né quando você sente o pulso do dia
a dia da Rua das pessoas te dar uma uma sensação uma visão minha opinião muito diferente de quando você lê nos livros Quando você vê no jornal quando você assiste os documentários quando você tá na rua te dar a sensação real do que tá acontecendo você vai no problema [Música] me disseram que tem muita menina nova na rua hoje em dia mas você acha que elas vão para a Rua cedo por falta de opção por falta de oportunidade ou por falta de vergonha você acha que é falta de vergonha ou é falta de oportunidade que
oportunidade também temos que vai para a vida mas porque é forçado né A culpa é do Gringo a culpa das meninas por falta do dinheiro mesmo também tem oportunidade também a culpa é da menina e que que vocês acham disso porque havia uma menina Chamou o Conselho Tutelar ajudar de menores ele chamou algum tipo ou vocês acham isso com todo sinceridade e Respeito esse assunto que o assunto é delicado hoje é meu paisagem ninguém nem percebe não é normal mas a gente acha que é normal porque ninguém faz nada das autoridades não fazem nada mas
a mudança Não começa na gente será não pode ter certeza É duro né [Música] [Música] é muito complexo enquanto você não conscientizar que aquele safado de 45 anos e tá dando r$ 30 para ela na balsa tá sendo pode ir para cadeia e que ele vai se reprimido pela sociedade e queria ficar envergonhado pela sociedade [Música] prende as cabritas que meu bode tá solto sabe é tudo tudo tudo é assim tudo é um alguma coisinha sempre tem um reforcinho nos pequenos detalhes desde que você nasceu você escuta aí como que como que não vai influenciar
como que você vai dizer que não vai influenciar as músicas dizem isso as Produções audiovisuais dizem isso os livros dizem isso os seus pais dizem isso seus tios dizem isso as pessoas no ônibus dizem isso quanto mais velho você foi e quanto mais novinha é a sua amante melhor mais maneiro você é mais garanhão tem que ter muitas que elas têm que ser novinhas ó diz o Google que quem pesquisa novinha bota lá novinha bota junto as seguintes palavras sexo pornô comendo novinha novinha gostosa novinha dando XVídeos novinha sexo com novinha povo quer isso das
novinhas né Max Weber [Música] manipus ou Let It Go as meninas [Música] [Música] a Google né e outros outros provedores de aplicação de busca também eles dizem que eles precisam de uma ordem judicial para retirar o conteúdo a menos que viole eles entendam que viole os termos de serviço deles né deles próprios mas se eles entenderem que não viola para retirada desse conteúdo precisa de uma ordem judicial mas sem dúvida o papel dos provedores é muito relevante porque os algoritmos com os algoritmos tudo é possível fazer né então com Até que a tecnologia permite que
que tudo seja feito agora é necessário essa discussão para ver em que medida que eles devem aplicar isso para evitar que esses conteúdos eles vão disponibilizados [Música] [Música] é muito difícil para uma criança denunciar é muito difícil para um adolescente denunciar quando ele denuncia ele precisa que todo sistema seja o conselheiro tutelar seja a delegacia a saúde todo mundo esteja preparado para acompanhar ele para que ele não desista a vítima ela era indagada em regra ela tinha que responder e contar a história de toda a exploração Que ela sofreu por em torno de 7 até
11 até 15 vezes dependendo da situação quando ela chega na quinta na sexta vez ela nega o fato ela fala não aconteceu nada não quero mais falar ela não quer mais falar é uma proteção por isso que teve uma uma alteração Legislativa recente agora em 2017 a lei que começou a entrar em vigor agora em 2018 no depoimento especial e do depoimento único em que a vítima é ouvido a uma única vez vai ser uma pessoa capacitada que vai fazer a escuta dessa dessa vítima para poder aplicar todas as medidas protetivas que ela necessita de
turismo nos Estados Unidos para americano Júnior para cá para o Festival de pesca de tucunaré Esse barco Ele parava no porto de alguma cidade Um turista descia ele é seduzia a menina e a menina era convidada para ir para o iate e ela era convidada por coisa besta como Ah você quer conhecer o iate Você quer tomar uma coca-cola ele leva para tomar lá no iate as meninas iam para lá tinha uma garota que me chamava muita atenção porque ela foi iniciada aos 11 anos pelo agenciador que era o dono da agência de turismo dono
do barco e ele ele quando abusava dela ele dizia ele dava aquele dinheiro para ela e ele simplesmente Além da questão de ela voltar ele preparava ela para receber outros turistas uma coisa que me chamou sempre muita atenção eu acho que eu estou aí ainda nisso por essa frase quando ela falava que aí eu volto lá toda vez porque ele disse que um dia ele vai me levar para Disney Então ela voltava com isso não era só para pegar aquele dinheirinho mas com um sonho de que um dia um daqueles turista também um levar ela
para uma vida melhor [Música] o que uma menina sonha eu quero ser pedagoga ou pediatra Meu sonho é fazer uma faculdade no Japão só em fazer uma exposição de artes com massinha viajar da Disney você é pediatra ou veterinária de futebol ou policial ajudar em causas sociais eu quero ser veterinária ou geriatra também porque eu gosto muito de idosos [Música] eu mandava eu mandava ladrilhar com pedrinhas com pedrinhas de brilhante para o meu para o meu amor passar [Música] tive que trabalhar muito cedo vendendo picolé pipoca tentando levar algum trocado para dentro de casa aos
12 anos saí de casa não aguentava a miséria fazia programa e frequentava boates já sofri vários tipos de violência Acho que mais marcaram foram os estupros sofridos tanto dos brasileiros que me pegavam na praia nas madrugadas quanto dos gringos que me levavam para os hotéis e faziam que queriam de mim estou buscando o trabalho Digno um trabalho onde eu me sinta bem e que não me prejudique ainda tenho a esperança de um dia aprender a ler e a escrever e se ainda mais feliz ainda tenho esperança de um dia aprender a ler e escrever e
se ainda mais feliz ele foi tomar banho e quando terminou me pediu a toalha fui levar e quando entreguei a toalha Ele me puxou para dentro do banheiro quando entreguei a toalha Ele me puxou para dentro do banheiro tapou minha boca e fez o que fazia com a minha mãe desde esse dia fiquei com muito medo dele na época não sabia o que era aquilo que ele fazia comigo só sei que doía muito e que eu não podia fazer nada para me libertar não tive coragem de dizer a minha mãe mas um dia quando eu
já tinha 10 anos ela viu que meu pai comigo na sua própria cama Daí pensei que esse pesadelo iria acabar mas foi o contrário ele cresceu cada vez mais porque a minha própria mãe ficou calada e fingiu que nada tinha acontecido não tenho sonhos não espero nada da vida o meu desejo é a morte não acredito mais em nada em ninguém Porque eu tive que trabalhar cedo trabalhei com 9 anos aí não tive mais oportunidade de estudar não pude terminar porque dentro de casa dentro de casa sofria violência também e quando eu fui trabalhar sofri
mas violência também porque além disso ainda Fui estuprada e piorou mais ainda ele me socou na boca meu patrão E eu perdi meus dentes cedo por causa dos soco que ele deu na minha boca eu tive que mentir né para a esposa dele dizer que eu tinha caído e ninguém acreditava em mim nas coisas que eu dizia [Música] pronto aí dentro de casa também era a mesma coisa também a minha mãe não acreditava no que eu dizia eu não quis deixar aqui o que aconteceu comigo acontecesse comigo meus filhos não que foi muito triste até
hoje eu nunca contei para meus filhos que eu passei essa é a primeira vez que eu tô contando para alguém [Música] [Música] [Música] [Aplausos] [Música] todos os espaços podem ser espaços de prevenção mas Sobretudo o espaço da escola hoje é um espaço privilegiado é um espaço onde a gente deve ter um investimento nessa prevenção acho que antes de falar de temas conteúdos como geografia matemática a gente tem que começar a falar de cidadania de gênero de relações de poder como é que essas relações de poder devem ser trabalhadas na escola em casa como é que
você educa um menino e uma menina como é que se respeita um menino e uma menina uma adolescente uma adolescente porque muitas vezes Nós não sabemos fazer isso podem entrar gente cada um senta no seu lugar vamos lá então vamos aprender as partes íntimas do nosso corpo todas elas Vocês precisam conhecer o que são as partes íntimas do nosso corpo feito das partes íntimas bumbum ela falou vulvinha e falou também o quê pênis muito bem quando uma criança se apropria de conhecimento quando uma criança se apropria de informação que ela sabe o que é o
corpo dela que ela sabe o que ela quer ela quer brincar ou ela quer desenhar ou ela quer abraçar o pai ela tem que saber como é que o corpo dela é se limita ou avança no espaço dar as mãos para um adulto conhecido e atravessar a rua pode a gente pode conhecido ninguém pode te beijar ou te abraçar a força sem você permitir pode ou não pode gente tá saindo né pensava que ele ia passar direto mas quando eu tava andando ele me chamou para dentro do carro eu corri para contar para o meu
pai tá vendo pensão enfrentamento a violência é pensar em desenvolver habilidade de auto proteção na criança mas é pensar também e como fortalecer os adultos que cuidam das Crianças nesse sentido a gente tem importância de trabalhar com a escola com as igrejas com as organizações comunitárias todo mundo que cuida da criança precisa ser capaz de lidar com essa questão as medidas de outra proteção são importantes mas não são suficientes porque a criança precisa dessa rede realmente de proteção nessa Aldeia que protege né É preciso que a escola esteja conectada com a comunidade com essas instituições
é preciso que essas instituições trabalham juntos nesse Fortaleza [Aplausos] falar de gênero e sexualidade no ambiente escolar é fundamental porque na escola é o lugar que a criança e o adolescente mais socializa faz muitos amigos e amigas potência que tem de construir com meninos e meninas uma discussão sobre sexualidade sobre gênero é que meninos e meninas começam a ter outro tipo de relação os meninos começam a entender que falar de masculinidade é necessário é importante é fundamental pela vida das meninas e pela deles as meninas começam a montar coletivos isso é muito bom fazer a
comida aqui nessa casa que eu não tô vendo comida a conversa o acolhimento é sempre para nós aqui o melhor caminho para a gente e descobrindo o que tá acontecendo o projeto meninas mulheres tem essa perspectiva e de dar repertório para essas meninas do lugar delas na sociedade como elas têm que se colocar o que é as agride o que as desrespeita e como elas podem lidar com isso então algumas pessoas mexem com as mulheres pelo fato da roupa pelo fato da maquiagem e isso não define o caráter de uma mulher então a gente vive
isso no dia a dia eu acho que a gente não devia se acostumar com isso até porque isso é errado a gente também percebe que elas estão começando a desenvolver a ideia da sororidade sabe de me preocupar elas usam sempre uma frase né que todo ato de luta é um de amor mulheres têm medo porque existe agressão estupro e outras coisas é difícil para nós mulheres [Música] vamos começar a gente vai trocar um papo aqui bem curtinho hoje sobre masculinidade a gente agora vai construir juntos um homem eu quero que vocês me falem tudo que
esse boneco precisa para ser um homem começou barba coração um pênis existe um problema em ser homem No Brasil existe um problema em ser menino no Brasil é imposto essa masculinidade que é o único modelo que a gente tem as crianças desde pequeno e essa masculinidade é violenta ela é agressiva com mulheres Então ela é machista ela é misógina Ela é lgbtóbica racista racismo nenhuma criança nasce racista nenhuma criança nasce homofóbica nenhuma criança nasce machista então assim é o exemplo que as crianças recebem em volta e acabam criando homens agressivos homens que querem o poder
trazer os meninos para o centro da discussão de violência de gênero é primordial porque eles são ou poderão ser os autores dessa violência tudo isso eu acho que seria resolver bem resolvido com a educação porque vamos supor alguém adulto se você chegar e falar que aquilo errado às vezes ele não vai te dar ouvido porque ele é adulto Ele acha que ele já é suficiente e já sabe o que ele tá fazendo mas quando você chega numa criança e fala que aquilo é errado isso pode mudar o que ela acha então tudo seria resolvido no
começo na educação eu não Considero a gente como só um grupo então somos mais uma família do que um grupo e eu acho que isso dá meio que um sentimento de proteção né saber que você tem alguém para quem desabafar alguém com quem contar que a gente não está sozinha que elas são tipo tudo [Música] é possível um mundo sem violência né É possível um mundo aonde eu possa compreender que o outro ele é sujeito de direitos [Música] e esse mundo sem violência ele é um mundo que ele tem que vir assim dos adultos sabe
[Música] uma menina da minha idade ela quer que o seu maior sonho seja realizado e quer que o mundo tenha menos preconceito Eu imagino agora mesmo tô imaginando Um Mundo Melhor [Música] quando você fecha os olhos para a situação dessas meninas exploradas sexualmente desse menino explorados você na verdade perpetua esse ciclo de desigualdade de pobreza de miséria desta camada da sociedade então fechar os olhos tem um custo social gigante este custo social gigante impacta no desenvolvimento do país desenvolvido econômico e social tem que andar juntos uma sociedade que não investe na infância ela não toma
decisões inteligentes e se a gente tem uma sociedade das crianças são vulneráveis são vítimas a gente vai ter um grupo de pessoas infelizes no final das contas todo mundo tem o direito de ser feliz a minha felicidade ela não pode depender do sofrimento do outro e o fracasso do outro e eu tenho que garantir que junto a gente pode construir um mundo de paz no mundo de paz é esse onde a gente não houve a infância de ninguém [Música] Roseira abriu-se em mulher [Música] [Música] é o grande amor Alice uma madrugada [Música] deixava a porta
encostar lavava as mágoas com água e a tristeza nunca [Música] pelo nome do Bem Querer [Música] deu-lhe um beijo na testa A roseira arroz e a preta não quis fé está colher [Música] colhia mais que plantar no plantio de Canaã [Música] que a marca do seu [Música] quando o sol de que valerá lá rebola [Música] Inocência lhe fez culpada qual rosa que [Música] louça nunca mais nego voltou pros olhinhos da preta foi a preta que chegou ou a porta que estreita esqueceu [Música] metais que é preta virou Breu almocei [Música] preta esqueceu amor
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