nesse vídeo nós vamos falar é de pessoas que estão em busca ou já plenamente atendendo ao seu verdadeiro eu e esse vídeo intitulado Não ouça o seu verdadeiro eu trata exatamente dos perigos que se corre quando se embarca muito euforicamente nessa ideia de descobrir o próprio e verdadeiro eu e da sequência a isso [Música] você não deve ter ouvido de pessoas que começam por exemplo a fazer terapia não é a única forma mas é bem comum e quem tentou nota que essa pessoa tá menos conforme menos enquadrada menos reprimida e essa pessoa Às vezes se
torna mais ousada eventualmente mais confrontativa eventualmente menos cuidadosa né Talvez às vezes sincera demais e às vezes até mais eufórica isso pode ser um movimento pendular uma pessoa que vivia uma vida muito amarrada né E muito inibida muito recalcada talvez precise durante um tempo com essa ideia de estou agora descobrindo meu verdadeiro eu é fazer os seus experimentos mas dá sequência isso pode ser muito inapropriado por duas razões primeiro porque não existe um verdadeiro eu não é verdadeiro a gente já vai falar sobre isso e segundo porque essas pessoas na verdade estão dando vazão aos
seus desejos né eventualmente desejos estavam reprimidos ou recalcados ou inibidos né E a questão do desejo é que o desejo ele precisa do Eu para ser tramitado no mundo porque o desejo informa pura seu realizar todos os meus desejos não vai ser nem viável em termos práticos e nem termos éticos né imagina que eu entro no restaurante eu tô com vontade de comer uma lagosta tem uma senhora comendo lagosta junto com o marido e tem uma filha e senha eu fico chateado com isso eu jogo a senha no chão mulher para fora da cadeira sempre
começa a comer lagosta dela é um desejo Genuíno meu mas o meu eu tá lá para me preservar para dizer escuta aguente espera um pouco é o que o Freud chamava de princípio de realidade que modula o princípio do Prazer E eu então entendo que se eu fizer isso primeiro não é ético Não é justo ela tá lá comendo ela gosta dela e depois não é muito operacional porque eles vão me prender vão a fazer um boletim de ocorrência etc o desejo diminuindo ele é importante mas para ser tramitado no mundo ele precisa de um
eu que o Gui nesse mundo não é e esse eu por definição tem uma boa parte que é necessariamente não verdadeiro e vamos já explicar isso vamos imaginar que pegar uma imagem da neurociência que não tem mais o sido muito usado por neurocientistas mas é muito didático é muito útil Então embora não seja tão rigoroso cientificamente vai nos ajudar Digamos que o seu eu tenha três camadas uma primeira camada do nosso cérebro mais reptiliano que é um termo que não se usa mais muito que seria mais próximo do ID do Freud que são seus instintos
seus disposições suas vontades essa vontade por exemplo comer ela gosta esse eu ele na verdade não é bem um eu esse é um desejos nessa esfera ou eu é muito difuso imagine por exemplo um nenê antes dele conseguir enxergar bem e formar imagens o que ele sente é difusamente fome e chora ele sente frio e grita chora de novo Quando que começa a se formar o eu isso é um processo muito interessante como esse eu vai se formar e por que que ele tem que ser não verdadeiro e um tanto quanto falsiado e ele é
o mesmo tempo ele guia mas ele frustra os desejos imagina essa criança com mais ou menos 8 9 meses de idade ela vai ter um avanço no desenvolvimento neuronal que permite a ela quando ela se olhar no espelho ela se reconhecer o Piaget propôs a sua época um experimento de você pintar em diagonal a testa do seu filho com batom por exemplo uma linha e essa criança se ela tiver lido os mesmos livros que Piaget escreveu que hoje os psicólogos leem ela vai perceber que tem alguma coisa errada ela vai chorar no espelho vai se
reconhecer e vai tentar tirar o batom se você fizer isso com quatro meses de idade Provavelmente o que ela tá vendo são fragmentos de imagens ela não compõem ainda imagem na forma de uma Gestalt de uma figura por exemplo a mãe dela talvez seja parecida com aqueles quadros cubistas do Picasso que tinha um peito de mulher ali um olho aqui um brinco e essa criança vivencia a mãe como uma simultaneidade de imagens ou fativas gustativas própriosceptivas e táteis e simultaneamente aparece aquele olho aquela voz o toque a experiência de ser amamentado ele ainda não tem
uma concepção de outro são coisas que acontecem ao mesmo tempo Quando que ele vai entender que a mãe dele é uma figura que ele é uma figura isso começa a acontecer nessa época quando ele instala o entendimento do outro doutor portanto eu só se forma junto com a formação do turno nosso cérebro é como o escuro só pode ser explicado encontra ponto claro claro só encontra escuro a estrutura cognitiva humana ex para eu compreender e construir uma noção de mim mesmo como eu uma entidade própria um não tu eu preciso do tu e vice-versa isso
não primeiro momento Tem uma função mais de localização de delimitação quando a mãe ou pai ou quem for fala sua orelhinha tão bonitinha minha orelha sua orelha meu olho seu olho essa criança vai pelo espelhamento que o outro propõe a ela próprio olhar do outro ou um espelho físico ela Nessa idade Já construiu essa correspondência das partes e da figura e tem uma noção pelo menos localizada de eu mas o que ocorre que essa posição não é só de localização quando o pai a mãe os outros falam desse eu ele qualificam ao encantamento ou não
em algum momento entre um dois três anos de idade ela começa a ouvir você tem o nariz da vovó Joana você tem um olhar né do tio Joaquim você é teimoso como o teu Baldo essa criança vai se compondo vai se entendendo com uma colcha de retalhos de pedaços de outro eu tenho o nariz de um a testa de outro olhar de outra teimosia de um isso nos segue a vida inteira na verdade mas adiante quando você for adulto você olha o seu nariz para você saber se o nariz é bonito ou feio você vai
comparar com o narizes que mamãe papai amigos de escola a mídia dizem ser narizes bonitos você compara com seu famoso meu nariz é lindo ou não meu nariz é horroroso essa comparação na verdade eu me vejo como alguém eu tenho uma noção de mim uma imagem meu respeito porque o projeto para fora uma câmera e eu olho com um olhar que os outros emprestaram para mim para mim mesmo Portanto o que eu vejo ali fisicamente diante do espelho é um papel de embrulho que os deuses gregos deram para mim eu fechando os olhos e sem
espelho eu não sei se eu sou alto baixo loiro Moreno narigudo ou não isso eu vou sentir olhando de fora para dentro me projetando e esse olhar sempre tem um julgamento tem um julgamento de valor né acaba sendo atribuído Além de eu portanto me olhar de fora para dentro seu proibisse todo mundo a minha volta ou a mim mesmo eu fosse proibido de durante três meses me olhando espelho você começa a não saber mais da sua aparência ela vai se tornando difusa e vai se diluindo e na verdade todos os dias quando nós nos olhamos
no espelho Nós temos que nos refamiliarizar com esse estranho cujo papel de embrulho nos representa e que essa pessoa que está dentro do espelho mas que estranho essa ruga não tinha antes Nossa quando escuto minha voz no gravador que voz mais organizada a minha voz não é essa quando me vejo por dentro me escuto por dentro Nossa eu por trás no espelho eu não sabia que eu tinha essa aparência e de repente também puxa tô com olheira tô com uma cara batida ou Nossa tô com uma ótima tô parecendo mais jovem e o que os
outros me dizem se todo mundo fizesse uma malvadeza né e te encontrasse e dissesse Poxa mas como você tá com olheiras aí outra coisa você tá muito pálido está com uma cara Abatida outro te disse Mas você tá com alho por horrível eu vim se tá com uma caspa tenebrosa chega uma hora que você pede para ir para UTI você se sente nós somos porosos ao outro igualmente se fomos anima os doentes por exemplo em hospital conhece isso todo mundo Chega fala Nossa você tá com uma cara ótima né filha tá tudo esverdeado porque não
Somos porosos a esse espelhamento esse eu que nós carregamos pela vida que é muito inseguro nós nunca sabemos muito bem quem é é um eu que é um eu que quer muito ser incondicionalmente Amado mas o eu que nos guia pela vida ainda é um terceiro eu que vai se construir lá entre os três e quatro anos e conversa com esse eu anterior que que quer ser incondicionalmente amado e quer ser espelhado é um narcisista não é Ou você me ama ou você me odeia se você me critica você não gosta de mim se você
me elogia porque eu sou o máximo essa forma primitiva desse eu funcionário ela não desaparece todos nós em algum momento temos essa camada ativa e nos sentimos muito decepcionados com uma rejeição e muito felizes com elogio Mas é um outro eu que também falso também não eu verdadeiro vocês entendem que esse eu ligado às imagens capturado por esse espelho é tudo menos verdadeiro ele é um eu construindo de fora para dentro com imagens de fora para dentro a partir de opiniões públicas que você adota para si mesmo sobre o que é bom bonito etc esse
outro eu que é um eu do neocortax frontal é um erro dos humanos e se eu é um eu que avalia as situações a partir de referências por exemplo ele não faz só uma comparação bom feio mas ele coloca em perspectiva bem eu não tenho Talvez o nariz mais bonito do mundo mas eu sou uma pessoa extremamente virtuosa ou ética ou eu tenho um corpo Atlético ou isso não tem muita importância ele também é capaz de perceber que se alguém me rejeita não me rejeitou porque é contra mim Talvez a pessoa esteja ocupada né e
ele vai fazer com que na hora de comer ela gosta eu consiga né tanto preocupado com a opinião pública com a minha imagem com as referências os meus desejos genuínos são em parte castrados modulados né e reajustados recalibrados pelos dois tipos de eu que ambos nascem de maneira falsiada inclusive o eu que é o eu das referências que começa lá pelos três quatro anos a se construir é um eu que se constrói a partir do seguinte entendimento as pessoas vão te amar ou não te amar não de maneira inco para o que você é mas
pela sua performance se você é uma pessoa que age de maneira adequada se você é um bom aluno se você é esportistas se você Gentil a criança com dois anos ela joga o papel e o presente que o titio deu no chão e o papel de embrulho e todo mundo perdoa e diz puxa tadinho tá cansada um amor incondicional a criança de 5 anos faz isso ela é censurada isso é feio isso não se faz você tem que agradecer isso nos acompanha o resto da vida Portanto o seu verdadeiro eu é uma ficção e é
bom que você não escute pode ser um desastre você procura escutar o seu eu que é construído a partir de referências externas que vai ajudar o seu Genuíno e verdadeiro desejo a tramitar pelo mundo portanto viver é uma arte e lidar com a ética do desejo faz parte disso e para isto a opinião do outro e a maneira como um outro vê o seu eu é um guia deixa o outro também te influenciar não fique capturado pela opinião do outro mais leve o em conta é muito importante que o outro lhe diga se você tá
transbordando Você tá indo além se você tá a quem porque você nunca saberá o que que afinal de contas é o seu verdadeiro eu você só pode balanceando por tentativa erro o seu desejo tramitado no mundo por um eu que se preocupa e deve se preocupar não só consigo mas também com o outro gostou desse vídeo Então aproveite porque tem muita coisa boa te esperando aqui inscreva-se