boa noite sejam muito bem-vindos ao lançamento do meu livro Amor à sabedoria diálogos com clássicos e modernos Estou profundamente Emocionado Porque este lugar a Igreja de Santo Alexandre é muito especial para mim e eu decidi ainda a pouco fazendo oração ali atrás na sacristia contar para vocês por ela é tão especial por mim e a minha busca pela sabedoria que é retratada no livro Por volta de 2003 ou quatro portanto já se vão 20 anos o grande padre Fabrício meronia a época coordenador do centro de cultura e formação Cristã que eu tenho como um grande
mentor intelectual que me despertou ao amor à sabedoria filosófico teológico e literário organizou aqui nesta igreja um workshop um painel de canto gregoriano que lotou muito essa igreja e eu fui beneficiado pela amizade muito íntima com o padre consegui chegar pelo menos entrei na fila de horas e consegui assistir a um extraordinário concerto de de canto gregoriano que depois foi decisivo na minha reconversão à igreja católica quando eu fui professor na faculdade do Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro e lá eu via via né Não rezava ainda não acompanhava não sabia o que
se passava com aquela oração cantada que eles faziam eu ia descansar e passar algumas horas no intervalo das aulas na igreja do mosteo de São Bento e vi aqueles monges cantando e eu pensei Das duas uma Ou eles estão fazendo um teatrinho um pouco em soo ou eu não tô percebendo o que tá acontecendo ou eu não sei o que é a contemplação litúrgica musicada E aí retomei a os argumentos que o padre Fabrício nos ensinou aqui nesse painel de que a arte a beleza tem uma dimensão Epifânia o segundo ensaio do meu livro que
vocês vão ler hoje chama a epifania da Beleza esse local é profundamente Belo eleva a nossa alma se relaciona com o bom e com a verdade então o livro todo é uma busca pela beleza pela Bondade e pela verdade de Cristo que é a sabedoria encarnada de Deus padre Fabrício meroni é mencionado na introdução do livro que eu intitulei sabedoria entre filosofia teologia literatura a época eu era estudante de direito e já não me afeiçoa pelas leis e pelo processo e buscava alguma coisa de transcendente de superior e Comecei a ler muito e tive dois
grandes Mestres ou três grandes Mestres o padre Fabrício meroni que no centro de cultura e informação Cristã apresentou ao meu segundo Grande Mestre que foi velado nesta igreja em 2011 o grande Benedito Nunes segunda memória desta igreja a terceira foi o nosso casamento que foi o dia mais importante da minha vida que também foi nesta igreja e o Benedito Nunes era um filósofo secular e agnóstico com profundo respeito à tradição intelectual católica e cujo grande interlocutor no final da sua vida foi o padre Fabrício merone Laí minha esposa já acompanhou as nossas longas longuíssima que
não duravam menos de 3 4 horas sobre todos esses assuntos que vocês vão ver no livro que envolvem o amor a morte a verdade a beleza o ocidente a Mística a tradição intelectual católica em contraposição dialética com outras tradições cristãs ou a tradição oriental ou mesmo a tradição ocidental secular que nega a sua fonte Cristã Então esse livro é um memorial de 16 ensaios com os quais eu dialogo os especificamente com certos autores clássicos como Homero como sófocles que vieram muito antes de Cristo e que o padre Fabrício mandou estudar o padre Fabrício mandou estudar
os gregos na época eh ele tinha um jeito muito peculiar ainda tem e dizia que eu não tava pronto digamos assim intelectualmente pronto pra fé porque eu era um palhaço eu era um moleque eu era um brincante eu era um hedonista um ativista e todos esses ismos que ele me provocava e que eu fui estudar né que a minha religião era estética e eu não sabia o que era religião e nem o que era estética né hoje eu trato disso em alguns ensaios do livro eh a religião comporta uma estética mas não se reduz a
ela obviamente então o terceiro Grande Mestre que vale mencionar não tá diretamente escrito explícito aqui senão nos agradecimentos foi o professor Sandro Alex Simões meu compadre o padrinho da Isabel que também me marcou muito nessa fase de descoberta e à medida que eu descobria um autor eu tinha necessidade incoercível de compartilhar o que eu li logo eu me tornei monitor na faculdade de direito e logo Fui criando grupos de estudo monitoria quando conheci a minha esposa cujo primeiro livro será publicado nos próximos meses e que eu prefa e eu menciono inclusive o livro que nós
líamos naquelas tardes de monitoria um livro do georg Steiner chamado nostalgia do absoluto e nesse livro georg Steiner diz que o vazio que a religião deixou no ocidente tentou ser suplantado por explicações parciais como a psicanálise como o Marxismo como estruturalismo mas que não conseguiram substituir o o o vazio que o absoluto de Deus deixou e o gorg Stan se tornou uma grande referência junto com aerb junto com o próprio Benedito Nunes e o carp dos meus estudos literários porque o Benedito Nunes no centro de cultura e formação Cristã não ia falar de Santo Agostinho
ou Santo Tomás ia falar de bodeler rambau Thomas Man mosil autores da literatura alemã da literatura francesa eu era uma espécie de motorista em monitor do Benedito Nunes e ficava aprendendo tudo aquilo tomando nota e todos os livros que ele citava eu procurava comprar ou ler na biblioteca dele e alguns desses livros me marcaram esse livro Amor a sabedoria traz os livros que me moldaram que fizeram a minha cabeça para usar uma expressão popular e esses livros eu passei a ensinar voltando tendo voltado do doutorado no Rio de Janeiro a Belém já lecionando primeiro na
Unama depois no Cesupa em 20131 quando eu entrei na Universidade Federal do Pará Em 2014 eu passei a reunir um grupo do ião que se do que se tornou o projeto dialético que nada mais é do que cursos palestras conferências sobre esses livros então para vocês terem uma ideia em 2013 no centro de cultura e formação Cristã em parceria com a paróquia da Santíssima Trindade eu ministrei dois ciclos de palestras uma chamada o universo dos clássicos Olha eu gostava muito de ler antígona gosto muito de ler antígona eu considero a antígona uma tragédia shakespeariana por
assim dizer de tão que perfeita extraordinária que é não tão perfeita do ponto de vista formal Como como o Shakespeare Mas perfeita do ponto de vista da profundidade do conteúdo e da do sentido trágico que ela comporta então eu dei uma aula de de 4 horas eram aulas longas né manhãs de sábado o Lira meu querido amigo que está ali na sentado foi testemunha desse momento não faltou nenhuma deve lembrar talvez tava com meu pai hoje mais cedo e ele também foi paraa primeiríssima dessas palestras que foi sobre a antígona então eu comecei a tomar
nota sobre a antígona e eu tinha ali umas 40 50 notas e dei muitas aulas e palestras e falei não agora eu vou organizar essas notas e vou explicar o que me parece ser o interessante O importante da antígono porque você não vai captar de primeira nem de segunda porque eu demorei alguns anos para fazer isso e eu acho que a função do professor é Compartilhar esse arcabouço que ele aprendeu então dei muitas aulas de minicursos sobre antica depois dei uma aula sobre As Confissões de Santo Agostino e depois aqui entra o meu querido amigo
irmão André o grupo foi se ganhando corpo Então já tinha um um público aí do Ilma minha querida amiga também tá ali atrás pertence a essa primeiríssima geração do projeto dialético se reunia no escritório da minha mãe depois na minha casa depois na casa da minha mãe até quando não não Coube mais graças a Deus já éramos 30 40 e aí a gente precisou procurar um local e depois veio a pandemia e esse esse projeto ficou eh concentrado na internet pro bem ou pro mal então Santo Agostinho depois dos irmãos Caram Grande Sertão Veredas do
Guimarães Rosa que é uma obra extraordinária e os ensaios de Michel de montain então a gente teve cinco clássicos que eu ensinei e desses cinco clássicos três estão aqui três ensaios longos das suas 40 60 páginas sobre antigo né sobre as confissões sobre os irmãos Caram do Michele do moné e no mesma época eu passei eu ministrei também um ciclo de palestras à inteligência da fé católica como um tributo tardio ao que o padre Fabrício meroni me ensinou que a fé não é contraposta à razão ao contrário se articula com a razão com a cultura
Esse era o projeto que o Papa João Paulo I teve de articular a fé pela Nova evangelização com a cultura com a cultura secular da literatura do cinema das Artes e foi isso que eu fiz na última parte do livro com duas obras literárias já mais recentes que são romanes modernos do dostoyevski e do Manzoni respectivamente os irmãos carazo e os noivos o primeiro ensaio do livro fala da vocação intelectual que eu descobri pelo padre Fabrício meroni que me provocou e me perguntou se eu não teria vocação intelectual e eu não entendia o que significava
isso hoje essa expressão vida intelectual vocação intelectual Foi bastante difundida eh nos meios digitais sobretudo que é esse interesse desinteressado para usar uma expressão do cant pela literatura pela filosofia e pela teologia que não cabem numa profissão não cabem numa profissão né Você pode ensinar ou pesquisar ou escrever mas não é profissionalizante esse cultivo humanista da verdade e tá muito ligado à vida espiritual portanto razão e f se relacionam nessa obra prima do sertillange a vida intelectual com a qual eu inauguro o meu livro com ensaios de de sete 10 pares o Benedito Nunes cuja
obra eu organizei escreveu muitos prefácios ele era muito convidada prefaciar obras da da literatura Nacional estrangeira e eu percebi como curador da obra dele que esses prefácios nunca eram informações protocolares e eruditas que nós encontraríamos numa wikip da vida hoje em dia fulano de tal nasceu e morreu em tal data escreveu Tais e Tais livros pertence à tradição tal não é nunca era assim e por isso que os prefácios do Benedito Nunes com todo respeito aos autores que o convidaram a prefaciar muitas vezes valiam mais do que o próprio livro e o outro grande autor
que tinha prefácios monumentais é o ot Maria carp cujo livro de prefácios vale por si só então quando eu passei a ser convidado para prefaciar livros da tradição intelectual católica eu sempre encarei esses prefácios como um diálogo real profundo é quase como se eu pudesse conversar com fon Shin como quase como se eu pudesse conversar com que que eu diria para ele né quando chegar no céu procuro os procurarei para vocês leram me prefácio daí então eu procuro nesses prefácios são sete da primeira parte trazer aluma ação trazer alguma crítica não só apresentá-los mas criticá-los
no bom sentido e e dizer o que me parece relevante desses desses grandes autores Então a gente tem o prefácio do ctil o prefácio do livro de um grande filósofo tomista do século XX chamado Joseph Piper é um grande filósofo alemão citado pelo Papa Bento XV que é uma presença constante porque é um esses grandes teólogos um alcance filosófico da nossa tradição de Saudosa memória depois um autor secular como Victor frankel que é um grande filósofo que fala do sentido da vida da vocação e do sofrimento da capacidade de conferir sentido no sofrimento que passou
por quatro campos de concentração extermínio nazista e refletiu com profundidade filosófica e psicológica de como certas pessoas se sustentam diante da Dores cruciante E aí uma interpretação Cristã naturalmente do Victor Fran E por aí vai então o que vocês vão ter no livro são diálogos prefácios estudos dos autores que me moldaram os autores que se converteram como chesterton e Gustavo cors a partir da filosofia numa sessão que talvez seja minha preferida Me perguntaram ISO Goiânia e eu disse que talvez seja essa das conversões filosóficas doest do cor porque a minha conversão foi filosófica e o
cor é oest brasileiro é o quem recepcionou com muita maestria o chesson e o livro do corsão sobre o chesson é magnífico então eu cito esses livros eu compartilho eu digo por porque eu acho isso e quando eu tinha todos esses livr esses ensaios na mesa e muitos outros que não entraram neste volume por falta de espaço Por falta eu escrevi a introdução eu percebi que esses livros foram me moldando foram me delineando foram me influenciando foram me marcando e eu acho sinceramente que ele pode marcar vocês portanto nesse lançamento eu convidei dois grandes intelectuais
e professores e interlocutores que me acompanham já há 10 anos e que viveram comigo essas descobertas O André é um desses alunos que eu posso e devo chamar de mestre hoje é um um um aluno que é um professor não só de Latim da minha filha mas um um desses interlocutores que eu procuro que eu convido que eu converso sobre tudo sobre tudo né um irmão e Fico muito honrado na quinta estarei em São Paulo com o irmão dele aí Deus foi super abundante com o o os pais dele e com a nossa sociedade com
a nossa geração porque deu dois irmãos gêmeos com um brilho intelectual e espiritual fecs simo estarei com Lucas na quinta-feira então teri o maior prazer de ouvi-lo e ouvir o meu querido compadre Padre João Paulo dantas Conselheiro espiritual e um intelectual de de Alto calibre também autor de muitos livros e teriam capacidade de escrever livros melhores do que estes que terão carinho e atenção saberão eu acho extrair e comentar E dialogar E é isso que eu queria nesta noite na presença de vocês o que vocês verão hoje ao vivo e a cores é o que
eu tenho feito com padre Fabrício que eu fiz muito com Bené o que eu faço com Sandro Todo mês a gente se encontra e conversa online n sobre os livros que Lemos as ideias que temos as experiências intelectuais espirituais estética que temos com a música com a literatura com a poesia e muito obrigado começo então com o Padre João Paulo dantas Muito obrigado padre então boa noite para todos começo agradecendo ao convite estar aqui com você Vítor e também com o jovem mas não menos dto né André Fonseca né é uma alegria e Estar Neste
Lugar te recordou alguns fatos da tua vida mas me recorda um pouco da nossa missão como igreja né ou seja este lugar aqui fala de culto de culto a sabedoria encarnada mas este lugar também nos fala de um culto entre aspas a sabedoria criada é um lugar também que fala de escola de Filosofia de teologia de pesquisa Porque neste lugar nós tivemos a escola dos Jesuítas que se tornou quase no último momento aquilo que nós poderíamos chamar uma primeira faculdade durou pouco mas uma semente ficou Plant aqui nesse solo nessa terra santa Santa Maria de
Belém então é muito significativo estar aqui numa roda em que nós discutimos né com uma Tríade de literatura filosofia e teologia uma Tríade que nos recorda aquela da Beleza do bem e também da Verdade abraçada pelo Uno que nós estamos nesta terra buscando a sabedoria que nós estamos nesta terra buscando a felicidade e que encontrar sabedoria significa encontrar felicidade Santo Agostinho nessa imagem carinhosamente escolhida e que me é tão cara também eh foi um um homem em que essas essa Tríade se encontra um apaixonado pela sabedoria criada que foi encontrado e encontrou a sabedoria in
criada e aqui por detrás de tudo o que ele disse sobre o itinerário dele vale muito a pena ler a primeira parte nessa introdução quase autobiográfica mas de uma certa forma uma autobiografia intelectual do Vitor é que ele começa dizendo aos 16 anos só que quando eu leio isso eu consigo ler o que tem antes e não tá escrito porque antes dos 16 anos dele já tinha alguém que o procurava alguém que o amava alguém que o escolhera a procura dele é um reflexo de um outro que vem procurar que procura cada um de nós
na verdade alguns ele já encontrou a outros é preciso que a gente se deixe encontrar porque ele está procurando como um bom pastor que vai ao encontro da ovelha desgarrada como um pai que vai ao encontro do filho que partiu ele não para de nos procurar por isso em alguns momentos da leitura junto com a alegria da Verdade que eu colhia muitas vezes a emoção de contemplar esse tecido Deus que a sua graça e a tua vida a tua procura graça e natureza foram tecendo juntos tomou conta do meu coração e da minha leitura também
creio eu que quem lê o livro vai também de certa forma se sentir convidado a fazer também a sua autobiografia a sua autobiografia intelectual porque também nas nossas vidas nós temos Mestres ou tivemos que marcaram a nossa vida professores grandes autores amigos talvez a nossa esposa penso aqui na Laíse por exemplo que talvez sejam ou tenham sido esses pontos de referência para o memorial da nossa vida e o que é o memorial no fundo trazendo ali pro mundo judaico para um judeu O Memorial significa não só fazer memória de algo que tá no passado mas
o zaron anamneses significa crê que quando eu faço memória como Jesus nos convida na Eucaristia aquilo que eu Lembro Aquilo que o evento que ficou no passado se torna presente agora eu posso tocá-lo eu posso experimentá-lo mas com a perspectiva de futuro também porque aquele que fez faz e há de fazer muito mais por isso quando a gente termina a leitura a gente também já fica com um gostinho de quero mais porque vejam jovem como é certamente teremos temos o amor a sabedoria dois quem sabe até o TRS para fazer uma trilogia né então a
gente colhe um pedaço do caminho agradecemos a Deus tudo que o senhor já fez tudo os os frutos que já vemos e tocamos e degustamos mas nós nos enchemos de esperança com aquilo que também então bendito seja Deus termin aqui essa palavra depois a gente vai conversando deixar o André nos enriquecer também [Aplausos] aqui boa noite a todos uma alegria estar aqui receber esse convite meu amigo convite muito especial que muito me honra também porque como eu também já lhe disse no WhatsApp quando eu leio Esse livro me recordo daquelas Noites No dialético né em
que nós estudávamos filosofia estudávamos São Tomás de Aquino então parece-me que ao ler esse livro eu retomo aquele diálogo que acontecia tão frutos durante tanto tempo né então agradeço por esse convite e também pela por esse livro que de fato nos me colocou novamente de encontro também aquilo que foi a minha descoberta com você também desse amor a sabedoria né É claro que nós temos cada um tem os seus caminhos mas nós somos muito muito ajudados e muito conduzidos por grandes mestres que vão nos apresentando aquilo que eles contemplaram me parece que o grande o
grande dito que resume a educação É exatamente esse né contemplata ali strader transmitir aos outros aquilo que nós contemplamos E foi exatamente isso que no dialético nós víamos e é exatamente isso que eu rememoro aqui de certa maneira a esse livro algumas partes me chamaram mais atenção do que outras e uma delas é que veja o próprio nome do livro Amor à sabedoria a definição mais clássica de filosofia ela muitas vezes hoje não é compreendida precisamente porque tem poucas pessoas que saibam encarnar esse amor a sabedoria talvez quando Nós pensamos em filosofia o que que
nos vem à mente algo frio algo mais seco uma coisa difícil quase que hermética e eu me lembro que no dialético Não era isso que nós víamos por mais que a filosofia tivesse seus argumentos intrincados por mais que existam os conceitos difíceis a filosofia tal como apresentava a nós era aquela Filosofia de certa forma essa imagem traduz muito a filosofia que nós vios no dialético é a filosofia que é feita com a mente flamejando mas também com o coração na mão aproveitando que no início também se fala da teologia eu acrescentaria algo que também eu
vi já do Padre João Paulo várias vezes né e De Joelhos no chão né Eu acho que essa imagem ela resume muito bem qual é a postura do filósofo né o por mais que é claro o coração não chame literalmente mas a chama que o coração ele a chama que ilumina o coração do filósofo é exatamente essa né faz com que ele tenha um amor que não é meramente um desejo de conhecer uma curiosidade intelectual não mas é um desejo de comprometer a nossa vida com aquilo que nós contemplamos e é isso que eu vi
no dialético é isso que eu vejo aqui é isso que eu continuo vendo também encarnado na na sua vida no seu Mag sério no seu ensino também para comigo então me parece muito muito proveitoso que nós leamos esse livro com o mesmo espírito da capa não é com coração na mão no sentido de que nós devemos saber que a filosofia tal como o professor Vittor aqui apresenta não é uma disciplina meramente acadêmica não é mais uma disciplina escolar talvez como nós possamos pensar não a filosofia é exatamente um convite a se unir com a verdade
é um convite a se unir com o bem através do desenvolvimento das virtudes é um convite a desenvolver-se através do contato com a beleza mas a gente nunca contempla a beleza e é o mesmo não é da mesma forma como a gente nunca contempla a verdade e e é o mesmo então me parece que nesses ensaios nós vemos Um percurso de como os livros também são capazes de nos colocar em contato com essa sabedoria com a verdade com a bondade com a beleza me parece muito proveitoso Além disso então o primeiro ponto acho que é
esse né que me chamou atenção de que esse o espírito do livro não é um espírito de livro meramente acadêmico mas é o espírito de um livro que nos convida a uma um convite a a abraçar pessoalmente essas essas verdades que são transmitidas pelos grandes autores Esse é o primeiro ponto mas também me chamou atenção que esse livro também trata exatamente da atitude que nós devemos ter para com os grandes autores Que Nós aprendemos também no dialético né aquelas noites né de terças-feiras no dialético nas aulas do Professor Vitor né talvez não sei se talvez
muitos daqui tem já tenam visto el elas gravadas né nos cursos gravados e de fato Claro o curso gravado ele já é muito muito fecundo mas nada substitui aquele diálogo Vivo que nós tínhamos naquelas terças-feiras e me chamava muito atenção que nós não apenas aprendíamos certas ideias porque ensinar não é meramente transmitir certas ideias ensinar é fazer com que aquele que aprende possa pensar conosco aquelas ideias de certa maneira e esse também o sentido de dialético é o que Platão falava Platão Sócrates Sócrates ele não chegava aos seus discípulos e dava uma aula para eles
também não fazia o não fazia o professor Vittor ele nos colocava em contato com certas ideias e como um parteiro É essa a imagem que o Sócrates utiliza como um parteiro fazer com que as ideias nascessem em nós então de alguma maneira nós não Apenas repetía não era mera uma mera repetição mas era uma assimilação daquilo na nossa vida tanto é verdade que em muitas aulas Eu apenas não não apenas ouvia os argumentos que eram transmitidos não apenas as ideias que eram transmitidas mas a atitude que nós devemos ter diante dessas ideias me lembro tantas
vezes em que em um argumento estávamos discutindo assuma teológica seja Aristóteles em determinado argumento o professor Vítor parava e pensava e todo mundo ficava também em silêncio pensando né Porque de fato a filosofia também é isso embora nós ensinemos filosofia ao falar a filosofia fundamentalmente é aquilo que também o padre falou é escuta escuta da Verdade que também é alguém uma pessoa que também é o sumo bem É a beleza tão antiga e tão nova de que falava Santo Agostino Então esse livro é testemunho dessa busca verdade que se manifesta em um compromisso pessoal mas
também é uma escola para nós que queremos aprender a dialogar com os grandes autores então ao longo desses ensaios nós vamos ver o diálogo com chesterton com Homero Particularmente eu gostei muito do ensaio sobre Aquiles né com Homero com os diversos autores da tradição Dante os ensaios de Dante são é fantástico né tem aqui sobre A Divina Comédia fala com bastante profundidade um ensaio de quase 70 páginas Então vale muito a pena a leitura me parece que esse livro também é uma escola de como dialogar com esses clássicos porque Como dizia o mort radler ler
livros não é meramente escanear e sondar informações ler livros é dialogar com certos autores é manter um diálogo vivo com uma grande tradição de autores e Aqui Nós aprendemos a exatamente fazer isso o que que são os ensaios se nós lemmos com atenção esses ensaios Na verdade são conversas que tivestes com os autores e que compartilhasse conosco então talvez poderemos pensar o que que eu falaria se eu estivesse com Homero o que que eu conversaria se eu estivesse com Dante bem o professor Vittor compartilhou conosco a sua conversa com esses autores mas também nos convidando
a teros a nós termos a nossa conversa com esses autores eu me lembro logo no prefa ele falar isso a leitura do meu livro não substitui a leitura desses autores porque é exatamente isso a conversa do professor Vítor com esses autores nos convida também conversarmos a entrarmos em diálogo e eu tenho certeza né assim como foi comigo assim como foi com Professor Vítor assim como com muitos de nós aqui uma vez que nós tivermos esse diálogo com esses autores a nossa inteligência não vai ser mais a mesma a nossa vontade ela não vai ser mais
não vai ser mais a mesma porque a gente vai ser por eles de alguma maneira ganhar um certo refinamento na mente a nossa mente ela vai estar mais afinada mais desejosa da Verdade é esse o sentido pelo qual os antigos também chamavam a literatura de litores as letras mais humanas as letras que humanizam porque é esse o papel também da literatura da filosofia nos trazer ao encontro nos colocar de frente com aqueles detalhes da nossa humanidade que nós não perceberíamos se não fosse por esses autores então talvez eu sempre gosto desse exemplo Talvez nós possamos
nunca ter enfrentado ou t tido um contato tão vivo com a morte de perto mas quando nós vemos a morte de Van nós temos algum algum alguma Ide de como deve ser chegar ao fim da vida e estar desesperado porque viveu-se uma vida sem sentido quando nós lemos Dante nós entendemos aquela angústia de estar na selva escura porque a selva escura não é apenas um lugar físico um lug um lugar Imaginário mas é um lugar também espiritual de perdição de falta de esperança mas se Dante nos coloca em contato com esses com esse lugar escura
essa selva oscura Aspra e forte se ele nos coloca em contato com essa selva ele também nos dá as pistas para sair dela a razão por um lado Virgílio o amor representado por Beatriz e esse amor que conduz ao Amor com letra maiúscula Então me parece que essa jornada desses autores sempre também é um espelho da nossa jornada eles nos revelam algo na nossa jornada que muitas vezes passam despercebidos é esse o papel da literatura da filosofia e desses grandes diálogos refinar o nosso olhar e nos levantar o olhar para a contemplação também título do
primeiro do primeiro ensaio né da primeira parte então é um livro que certamente todos nós podemos aproveitar seja para fomentar o nosso diálogo com esses autores Mas também eu tenho certeza para aprender com o professor também a dialogar com esses autores muito [Aplausos] obrigado eu vou comentar um aspecto do que o Padre João Paulo falou do que o André falou e depois a gente continua a rodar os argumentos Santo Agostinho de fato foi o autor escolhido para capa ter muito cuidado e delicadeza ao escolher a capa dos meus livros como vocês podem ter percebido o
primeira crise da cultura e Ordem do amor é a tempestade no mar da Galileia de rran pois a gente tem a morte de Sócrates né Virtudes no cotidiano depois o covardes no Caminho das virtudes e agora este com o Santo Agostinho porque tinha um coração que o arrastava para algum lugar que ele não sabia qual era e que não eu tive essa experiência muito profunda de sofreguidão de busca de amor e e aquilo que o Padre João Paulo mencionou foi muito bem expresso por Pascal que é um autor que injustamente não está aqui eu deixei
de Fora alguns autor curas que não entraram neste volume um é o Pascal eu tenho muitas Notas Sobre os pensamentos do Pascal e amo muito Pascal consideram um grande e o Pascal tem um pensamento que diz consola tu não me procurar se já não tivesses me encontrado que é uma espécie de intuição que é uma espécie de percepção de que alguma coisa nos chama nos convoca e quando eu encontrei Santo Agostinho primeiro como um Platônico primeiro como alguém importante da tradição platônica da filosofia eu encontrei um autor nesse sentido maior do que plat que não
precisava de uma máscara como Sócrates para falar com uma sinceridade absoluta das suas paiões dos seus pensamentos e dos seus anseios mais profundos por Deus então essa dimensão autobiográfica de Santo Agostinho não menos filosófica especulativa e teológica Isto é de refletir a sua experiência a partir da sagrada escritura a partir do livro bíblico da sabedoria a partir do Evangelho de São João me pareceu extremamente fascinante cativante de modo que As Confissões são um livro de cabeceira há muitos anos e ler uma obra como As Confissões de Santo Agostino pode ser de duas maneiras a gente
pode ler como quem estuda um autor da patrística ou do final da idade antiga do do final do império romano com base numa certa literatura Romana de inspiração de Cícero com o Imaginário Pagão e Cristão fundido a gente pode terc uma série de considerações eruditas sobre a história da literatura da Teologia da filosofia Ou a gente pode pronunciar a primeira pessoa forte o eu o que eu penso o que eu sinto o que eu acho eu vou morrer disse o corção pela primeira vez quando a sua esposa morreu e a grande obra do corsão nem
é essa aqui a descoberta do outro né Eh é o O Abismo lições de abismo que é um um romance filosófico sobre a morte Muito provavelmente inspirado na morte da esposa Ou seja eu vou morrer essa pergunta que os filósofos acham que os existencialistas postularam bem mas Sócrates postulou essa pergunta Santo Agostinho postulou essa questão eu vou morrer e portanto como eu vivo e qual é o sentido profundo da vida e o que o que eu vou escrever nesta vida ou seja qual é a minha eh autobiografia que livro eu vou escrever que legado eu
vou deixar Qual é o meu papel nessa existência isso a ciência não responde essa pergunta é de tipo sapiencial e Quem trata dessa questão é o que nós chamamos de teologia filosofia literatura ar arte nenhum sociólogo nenum economista nenum jurista nenhum médico nenum Engenheiro nenhum Historiador podem responder a esta pergunta eles podem ter muitas informações empíricas eruditas sobre vários aspectos parciais da realidade mas é a sabedoria que busca essa unidade de vida e de conhecimento pelo amor que me atraía Então a gente tem o Amor e a sabedoria a maneira com que a gente busca
sabedoria pelo amor nós somos quem amamos nós somos o que amamos e os livros sinceros e profundos como esses 16 que eu apresento no livro foram escritos pela pena de autores profundamente atraídos pela verdade e Cristo falou eu sou a verdade eu sou ninguém nunca falou isso na história da humanidade nenhum líder religioso falou eu sou a verdade antes de Abraão ser eu sou na sinagoga de Cafarnaum eu sou é repetido várias vezes como Deus se apresenta a Moisés na saça ardente na saça que não se consume porque esse amor não tem fim esse amor
pressente a eternidade as línguas cessarão as ciências cessarão mas o amor não acabará tudo espera tudo pode Esse é o tema do último ensaio que aliás é uma é um trecho da carta de São Paulo aos Coríntios na primeira no capítulo 13 o amor tudo espera as profecias passarão a ciência se passará mas o amor tudo espera então Santo Agostinho buscava esse Logos os gregos chamavam isso de Logos mas Logos com l maiúsculo não a razão parcial de cada coisa para tudo Há uma razão há uma proporção há um conhecimento esse microfone só funciona porque
ele tem uma bateria porque ele tem uma teologia uma tem um transmissor que Cap o áudio projeta nas caixas tem um técnico de som essa imag só pode Sendo Gravada porque tem um Logos tem uma tecnologia própria o nosso corpo só funciona Porque tem uma biia então o Logos está em toda parte os gregos inam que o mundo funciona por uma razão uma razão que é Técnica instrumental que é formal material eficiente mas que também tem uma finalidade tem um alfa e o ômega tem um começo e um fim tem uma tem um Gênesis e
um apocalipse uma revelação final Então essa busca não parcial mas global é a filosofia clássica e os cristãos que pertencem à filosofia clássica esse amor a sabedoria Global apostaram por um ato de fé Mas também de razão que Cristo é o logo J Deus que se fez carne e habitou entre nós enar renos era verbum no princípio é o verbo Então essa filosofia do logos do verbo no ensaio do Victor Frank por exemplo digo isso na introdução o Victor Fran criou a logoterapia eu digo existe uma filosofia do logos que é o platonismo existe uma
teologia do logos que é o cristianismo existe uma psicologia do logos que é a logoterapia mas se o Logos é um só tem uma unidade muito profunda entre teologia filosofia e Psicologia e os grandes autores de obras que buscam esse Logos apalpando muitas vezes e muitas vezes o intuindo pela falta pela ausência como é o caso de grande parte da obra monumental de dostoyevski por exemplo que se converte que é Cristão e eu tenho uma interpretação obviamente cristã do dosto Mas ele também sofreu e padeceu com ateísmo com a dúvida com o vício com o
pecado com vício em jogo vício em bebida vício em sexo vício em vaidade Santo Agostinho era um vaidoso então isso o fato de Cristo ser o Logos e nós podemos acreditar nisso Nele nesta pessoa não quer dizer que isso seja fácil que isso seja imediato Porque a vida é uma tempestade Manzon grande convertido que eu trato aqui o cor Como eu disse cuja esposa morreu ele era engenheiro mecânico e trabalhava num órgão público do Rio de Janeiro e disse a ciência não serve para nada porque minha esposa morreu e o que significa mostra a pessoa
que eu mais amo que dava sentido à minha vida e agora ele descobre um autor chamado ja Maritan depois descobre o segundo autor chamado chesterton e começa a ler a pensar e se converte a fé católica da mesma forma o chon achava que o mundo tava pirado Tava louco e disse bem eu posso encontrar a verdade em qualquer lugar menos na igreja a igreja eu sei que tá errado então ele foi procurar em todo o resto Porque deve est em algum lugar verdade falou encontrava e encontrou a verdade no único lugar que ele tinha certeza
que ela não estava que na boa e velha ortodoxia católica a tradição agora uma inteligência Luminosa como a de chesterton não simplesmente encontrou o Logos e emudeceu porque não é o Logos não é a palavra não é o verbo o verbo não Ger não age né Nele somos estamos e nos movemos de São Paulo que é outro grande convertido eu tenho vontade de escrever um livro são São Paulo se um dia eu for Digno disso daqui alguns anos ou décadas porque é outro desses autores extraordinários que porj paixão e amor e que é um vulcão
em erupção e que vai falando e as palavras vão se multiplicando Porque estão nessa dinâmica Quanto mais amor mais conhecimento Santo Agostinho dizer quanto mais eu amo mais eu quero conhecer e quanto mais eu conheço mais eu amo e esse é um círculo Virtuoso e eterno por isso que essas obras não são para serem lidas são para serem relidas são obras que se apresentam numa segunda numa terceira numa quarta leitura por exemplo A Divina Comédia eu lecionei A Divina Comédia em do anos entre 2014 e 15 ou 15 e 16 mas foi em 17 que
eu comecei a entendê-la quando eu gravei quando eu fui convidado para um Congresso de literatura católica e escolhi A Divina Comédia de Dante que é obra prima da poesia Cristã e As Confissões de Santo Agostinho que é obra prima da prosa Cristã e por isso modestamente humildemente eu tento introduzir essa obra a vocês que eventualmente Ainda não as leram mas que se as leram talvez não tenham percebido tudo que eu com a ajuda de comentadores com a ajuda de toda uma bibliografia acadêmica especializada eu não me orgulho disso como se fosse um sinal distintivo mas
porque bem usada é uma maravilha para entender como João Paulo explica o Padre João Paulo explica com maestria por exemplo o evangelho de São João com base toda uma bibliografia de comentadores que o explicitam é como se tirasse o v Ah é isso que eu tô lendo é isso que significa as bolas de canar é isso que significa o cordeiro é isso que significa o pão vivo descido dos céus e assim por diante Então existe um sabor uma alegria em compartilhar tudo isso eu passo horas e horas no silêncio do meu escritório com fon Chin
ou com chesterton ou com corsão ou com Dante ou com Santo Agostino ou com a sagrada escritura que não podia ficar de fora com os livros sapienciais A partir de um grande autor chamado Peter que está presente aqui eu quis compartilhar isso com vocês para qu para que vocês se unam a mim não para que vocês se unam aos autores que eu descrevo tampouco mas para que vocês se unam a verdade que é Cristo essa verdade é uma pessoa com a gente pode se por isso eu queria destacar uma são que é uma das minhas
preferidas do livro chamada exatamente oração e mortificação porque não há sabedoria sem oração e não há oração sem mortificação e por isso eu trato de dois autores espirituais th autor da famosa imitação de Cristo mas aqui eu trato de um outro livro chamado preparação para morte passias corruptos pensando na morte na minha morte uma espécie de Retiro intelectual ao lado de um sábio ao lado do Tomás de cemps ou foi atribuído a ele a uma dúvida sobre a autoria ou com um homem muito sábio Santo Afonso Maria de ligório também tem uma preparação pra morte
então o livro verdadeiro é uma carta confidencial de alguém que teve uma experiência muito profunda e conseguiu traduzi-la em palavras e eu de algum modo consegui ter essa experiência Mística estática mas não no sentido religioso espiritual intelectual e eu também tento traduzir em palavras o que essa experiência Outra experiência com Gabriel a morte o evangelho de Maria a mulher que venceu o mal um livro pequeno de introdução a mariologia piedade Mariana de 31 pequenos ensaios que eu preface a PR Editora Petra é um livro maravilhoso e destaquei um traço característico você não entende Maria sem
o seu silêncio então eu pego Gabriel a morte e convido O Cardeal Robert Sara que tem um livro extraordinário chamado o poder do Silêncio contra a ditadura do ruído e trato do silêncio e encontro alguém mais silencioso do que ela que é São José não falou nada nos Evangelhos uma palavra dele mas que fez tudo cuja ação inversamente proporcional a sua fala então começo a relacionar esses autores a gente chama o Michel gasnier num livro da Editora quadrante chamado José o silencioso que é uma maravilha e entro na roda né do Diálogo é isso que
espera por vocês no livro eu passo a palavra pro Padre João Paulo pra gente continuar a conversa já tava muito bom aqui tava quase entrando em estas também aqui mas eu tava pensando aqui né literatura filosofia e teologia E aí me vinham duas figuras a primeira eh foi Paulo mas a segunda é Jesus Cristo mesmo é interessante que Paulo no discurso dele lá em Atenas no herpo ele vai citar um poeta grego e vai fazer menção Mesmo que não seja direta por uma expressão a um filósofo eh grego também e é muito interessante num discurso
que tem um caráter filosófico teológico também tem uma pitada de literatura ali e nosso senhor Jesus Cristo se pensarmos bem ele revela através de suas palavras e ações e naquilo que Ele nos disse a gente poderia distinguir o evangelho de Mateus por exemplo tem tem cinco blocos aonde a gente vê cinco blocos de discursos e cinco blocos de narração narração e discurso aonde a gente poderia dizer no discurso nós temos entre aspas uma filosofia do reino Claro com com um t de fundo da Cruz de teologia mas também nós temos eh a narração Esse aspecto
narrativa sua vida quase como uma literatura Literatura e filosofia a serviço da teologia e Santo Tomás ja Aquino que eu realmente foi a minha única e rápida desilusão lendo o livro né porque eu imaginei que pelo menos o ensaio a ele fosse consagrado né mas depois lendo a introdução respirei AL aliviado ao ouvir o autor dizer que apesar dele não ter sido contemplado num título bem seis de seus discípulos entre os maiores estavam ali para defender a sua grandeza né então São Tomás dequino acho que no Capítulo 216 se eu não me engano do compêndio
de teologia ele vai usar essa expressão depois da pergunta que é própria dos filósofos mas também dos teólogos quanto mais perguntas melhor é o filósofo né Quanto mais perguntas melhor é o teólogo Ele pergunta né se cabe a Jesus essa noção né a ideia de sabedoria dos dois sentidos criada e incriada e ele vai dizer sim enquanto Deus e cabe o discurso sobre a sabedoria incriada ele é a sabedoria incriada enquanto homem ele é a sabedoria criada e eu gosto muito de dizer que na teologia a gente não tem um um objeto qualquer né o
nosso objeto é sujeito porque na verdade se nós pensarmos bem se nós refletimos sobre o Deus que se revela a gente faz isso com ele ele faz com a gente se ele não fizer com a gente não tem Teologia e aqui lendo esse livro logo o título também nos des desafia a gente pode entendê-lo de vários modos Talvez um desatento não conhecendo o autor nem o ilustre personagem da capa talvez pense em sabedoria como o conjunto de saberes né apenas outro talvez diga não a sabedoria é conhecer os princípios ou a arquitetura para usar expressões
de São to mais de certos âmbitos do conhecimento como sempre recordando São Tomás é Engenharia Naval ou quem sabe eh eh a farmácia o a ciência farmacêutica Mas é interessante a gente perceber que essa sabedoria do título que pode ser lida em várias com vários degraus de compreensão que pode dar lançar luzes em várias direções no fundo Agostinho parece dizer e o autor disse isso explicitamente aqui é a Sabedoria com S maiúsculo é a sabedoria que tem um rosto que tem um nome Apesar de que muitas vezes a gente esbarra com ela e a encontra
mesmo que a gente não consiga ver o rosto dele mesmo que a gente não consiga ainda não conheça o nome dele então às vezes a gente esbarra nessa sabedoria lendo literatura de primeira qualidade como Dante né tô doido para ler o que o André vai escrever sobre Dante também aí já escreveu Vai publicar se Deus quiser em breve né e mas também eh entender como nosso senhor a sabedoria encarnada ele fez com que a igreja tivesse um olhar capaz de colher com gratidão e respeito a sabedoria que o seu espírito de um modo misterioso eh
foi permitindo que a humanidade adquirisse ao longo da sua história por exemplo através dos gregos quando a gente lê um são Justino ou um Clemente de Alexandria no modo com o qual eles vem a filosofia pagã grega nós vemos que eles compreendem que por meio dela existe uma um propedêutico é como se ela fosse prepar ória daí que Justino não tem pudor e chama o cristianismo até de filosofia tal qual usa exatamente essa expressão porque justamente reconhece que essa sabedoria que o mundo Pagão buscou e encontrou de certo modo mesmo não sabendo o nome dela
ou o nome dele mesmo não sendo ainda o seu rosto é Já aquele que um dia se encarnando com o nome de Jesus Cristo dá a conhecer aqueles que o buscam seu rosto e o seu nome e isso é muito importante porque no fundo personificada não só metaforicamente ou ionicamente ou como um recurso literário ou filosófico pensando aqui por exemplo emb boécio né mas a filosofia ou a filosofia o Cristo Jesus ele acaba sendo para nós digamos assim o um convite para a amizade que é outro tema filosófico literário tão importante que de certa forma
está presente em vários dos dos ensaios daqui também porque no fundo eh temos que ser amigos amar a sabedoria no fundo nós somos chamados a sermos amigos da sabedoria nessa amizade a gente conversa assim como se recordava o o método da conversa né de Platão de de Sócrates da matica etc e assim como se recordava o início do projeto dialético assim também digamos Cristo deseja que nós vivamos experimentemos uma amizade com ele uma amizade que faz com que a nossa experiência com a sabedoria seja progressiva contínua e aponte pra eternidade mas eh quando o santo
Tomás voltando a Santo Tomás eh lá na segunda secunda secunda quando no Tratado sobre a caridade ele faz a a pergunta sobre a caridade que ela seria ele vai dizer é uma espécie de amizade com entre o homem e Deus ou seja essa sabedoria Cristã como a gente entende ela ela Rima Ela anda junto com a amizade e é por isso que o Vítor sente essa necessidade de fazer filosofia não só como os gregos mas autenticamente como os monges do 12º século como os grandes Como como o santo Tomás no 13º século na amizade com
Cristo na amizade com os irmãos nesse diálogo num diálogo de joelhos com Cristo num diálogo sentados tomando alguma coisa comendo lendo discutindo brincando rezando com os amigos esse é um caminho onde a gente vai experimentando um pouco da Felicidade Celeste já aqui na terra porém eu faço aqui também Como disse que sabedoria e felicidade andam juntas dependendo de como eu entendo a sabedoria eu vou entender o que é felicidade Se eu entender sabedoria apenas humanamente falando talvez eu fique no conceito de felicitas mundano ainda ainda um pouco eh incapaz de colher a felicidade que Cristo
nos oferece que é aquela da beatitude porque é interessante quando a gente lê Santo Tomás que tem uma evolução no pensamento dele como tem Agostino por sinal Agostinho quando se ordena Padre aquele ano em que ele se dedica ao estudo da sagrada escritura muda uma série de elementos na sua visão assim também eu acredito que no Amor a sabedoria dois ou três a gente vai poder perceber uma evolução no pensamento do Vítor que é próprio da vida humana e da vida de um intelectual humilde e honesto mas também eh em Santo Tomás a gente percebe
números que são eu vou pegar esses números aqui só porque e apesar de de que na minha vida o que talvez a filosofia tenha sido para vocês a literatura certamente a gente Compartilha essa ideia mas assim eu confesso que na minha vida não foi pela filosofia que eu me senti atraído por Deus foi pelas ciências ou seja Eh claro a gente pode imaginar cinco sentidos e na nossa vida que é curta a gente nunca consegue desenvolvê-los todos igualmente então alguns é dado o caminho da filos outros da matemática da física eu sinceramente tinha êxtases intelectuais
vendo certas equações Pode parecer assim uma loucura né Tem alguém por aí talvez me compreenda né um ou outro por aí talvez me compreenda né mas é verdade quando via certas equações certas leis da natureza eu entrava em choque né eu dizer meu Deus é muito perfeito é muito ordenado é muito lindo é o Logos presente aí também né então Eh mas Voltando para São Tomás né Tem números interessantes quando você pega por exemplo o comentário dele da ética nicoma ele fala de felicitas 426 vezes e só oito vezes aparece o termo beatitudo é muito
pouco né É porque ele tá comentando o filósofo claro respeitando o o contexto do filósofo agora quando você chega na segunda parte da suma você pega 37 vezes ele fala de felicitas 723 deber atitude Se você pegar a suma contra o Gentil é pau a pau é quase empate então quer dizer tem uma evolução no pensamento dele onde é que tem o o x da virada lendo a sagrada escritura que é um projeto que você tem hoje e que eu acho que por isso que eu digo que eu acho que vai virar muita coisa aí
dentro já está virando vai virar porque e lendo a sagrada escritura eh Santo Tomás ja Aquino comentando principalmente São Mateus O Sermão da bem-aventurança comentando a carta aos romanos a segunda carta aos Coríntios Santo Tomás vai colocando um caminho aonde ele distingue claramente que já não pode mais achar que atitude eterna é só uma continuidade da ferias desse mundo ela tem uma natureza superior e e ao mesmo tempo que ele vai distinguir como São Paulo graça e glória e vai usar a analogia para falar de felicitas e de e de beatitudo e finalmente ele vai
falar que às vezes nós estamos tão divididos nessa luta entre vida e morte aqui na terra que pode acontecer porque a gente não comanda todas as coisas apesar da div na providência que é um tema que eu gostei muito de um dos seus ensaios justamente de Manzon é promessa esposa né os os noivos que é muito bonito esse tema né da confiança na Divina Providência é que às vezes a nossa vida aqui na terra pode ser como de Santa Bernadete que foi que Nossa Senhora prometeu para Santa bernabe Não Vou Te Dar felicidade nesta vida
minha filha felicitas não você vai ficar PR beatitudo eu vou te dar a beatitudo lá no final a beatitude sim a Fel e Às vez vezes acontece na nossa vida a gente tem pouca experiência da Felita nessa vida a gente tem muita experiência de Cruz nessa vida cada um tem um itinerário né e mas porém o Senhor nos promete a todos a beatitude mesmo que a gente não toque tanto e tão largamente na ferias nessa vida a beatitude nos é Prometida em Cristo Jesus e e e eu queria tocar nisso porque todos nós sabemos que
e aqui eu quero terminar minha talvez a minha palavra aqui hoje à noite eh tem uma Tríade também de mulheres que eu queria homenagear aqui primeiro Maria que o senhor já falou nossa senhora é a grande mestra dessa sabedoria porque melhor que ela quem pode nos fazer amigos da sabedoria ninguém melhor do que éa o silêncio dela é o apofatico do teólogo e do filósofo que muitas vezes tem que calar para dizer o que precisa dizer tem que se retirar tem que silenciar para tentar entender e traduzir E mesmo quando traduz chora porque não conseguiu
dizer tudo que queria o coração quase que chora porque a gente não consegue dizer exatamente o que queria ter dito Então nossa senhora nos ensina essa humildade essa porati mas junto com ela a experiência da Cruz pela qual vocês passaram que nós passamos é impressionante ver eu diria assim ousadamente já digo os frutos da Páscoa da Isabel nessa obra também porque a cruz de Cristo a cruz ela nos traz uma sabedoria ultrapassa aquela dos livros A esperiência da Cruz e depois eu queria dizer todo sempre por detrás de cada grande homem é trivial que eu
vou dizer né tem sempre uma grande mulher né a gente pode pensar em várias a Beatriz gante podemos pensar na Penelope de lá de Ulisses podemos pensar em né em tantos outros personagens mas aqui eu queria fazer também um uma homenagem pública porque me parece muito claro até por algumas recordações aqui alguns autores que aparecem que por detrás também do Vítor tem a figura da Laí e se sente no livro também um pouco de perfume um perfume de uma esposa que ama que acompanhe o seu marido nesse itinerário como grande amiga que dialoga com ele
e dialoga junto com ele com a sabedoria mas junto esse desse perfume de amor esponsal eh promessa espose né também mas a gente também percebe o quê um um um um um que de Incenso E Mirra eu digo Até escreve isso Incenso E Mirra Porque como família vocês vi vivem uma pequena igreja doméstica mas também Experimenta os Sofrimentos próprios de Quem segue o Cristo de quem toma a sua cruz a cada dia e de quem vive o mistério da Fé então bendito seja Deus por isso termino dizendo assim olha Vale a pena ler esse livro
e eu li olha são quase 500 páginas eu li em dois dias assim e praticamente eh a vontade que eu tinha de vez quando era deixa eu pegar aqui de volta né E porque em cada ensaio tem algo que a sabedoria pode nos falar e nos convidar a um passo na nossa vida também [Aplausos] acho que depois dessa fala do Padre João Paulo ficamos também todos nesse espírito meditativo também né Eu acho que é também isso que o o livro também nos leva H uma coisa que eu me lembra muito e me remeteu muito quando
eu li esses ensaios que foi aquela a a metodologia de leitura que o Hugo de São Vitor propunha que a leitura era o princípio do aprendizado de fato através do contato com esses autores a gente começa o nosso aprendizado mas depois para que o aprendizado se desenvolva é preciso da meditação lexio meditar a leitura a meditação ou seja aquela degustação amorosa e essa é a diferença de quem lê esses livros apenas para colher informações acadêmicas e daquele que lê esses livros para conversar com a sabedoria é que a pessoa que busca ler esses livros para
conversar com a sabedoria ela medita os ela degusta os ela depois da meditação contemplo essos Passos né leitura meditação contemplação e me chamou atenção que o Padre João Paulo ele mencionou a o episódio de São Paulo no areópago eu falei no início acho que na minha primeira fala que duas partes me chamaram muito atenção desse livro e uma das partes aqueles que tem o livro vão vão poder ver é a sessão CCO que é o diálogo do eh a sessão dos clássicos antes de Cristo em que ele fala de Aquiles e fala também de antígona
né e e é muito interessante Porque de fato e essa for talvez nós podos possamos nos perguntar né o padre Fabrício meroni Com certeza queria conduzir o professor Vitor ajudá-lo a a contemplar e a conversar com Cristo a sabedoria encarnada Mas por que ele recomendou os gregos né é curioso por que ser que ele não recomendou um um um Santo Agostinho não porque os gregos né de início Porque de fato Talvez esse foi o caminho de alguns dos os grandes pensadores não foi se a gente pensar em Santo Agostinho que também faz a capa o
princípio da conversão de Santo Agostinho foi Cícero começou com hortênsio então ele eh vivi uma vida totalmente depravada ele fala que até mesmo para para pro pro nível de cártago a vida dele era muito depravada e a gente sabe que cártago no tempo de Santo Agostinho era era extremamente depravado mas ao mesmo tempo ele conheceu o Cícero e Cícero deu o primeiro a primeira iluminação moral a ele né veja ele começou a sentir uma certa intuição da Justiça dessa Justiça humana de que cero falava né cicor Essa retidão natural de seguir a natureza da Justiça
das virtudes ele sentiu essa inclinação só que depois ele teve uma outra um outro autor que o acompanhou que era plotino e plotino tinha uma uma doutrina bem interessante porque plotino embora Pagão ele já afirmava que no topo da hierarquia do Real estava o Uno estava o Uno e Santo Agostinho ele foi extremamente influenciado por plotino ele disse assim veja plotino ele fala que havia Uno e que o Uno ele de alguma maneira é a fonte de todas as coisas mas tem uma coisa que eu senti falta quando eu L plotino lá não falava que
o Uno se fez carne e habitou entre nós isso era fonte de grande pena de Santo Agostinho né que ele leu Claro Cícero Fantástico leu o plotino fantástico mas lá faltava algo que não era o mero detalhe não era uma acréscimo não era um um um detalhe não era um um confeito por cima do bolo mas faltava o próprio fermento do bolo que é o próprio Cristo a sabedoria encarnada então de alguma maneira esses grandes autores Os Clássicos antes de Cristo eles são exatamente esses autores que vão muitas vezes nos dar certos elementos e certas
ferramentas para que a gente consiga também olhar com mais profundidade e buscar também ao próprio Cristo me me chama Mita atenção que também foi mencionado são Justino ele falava que os clássicos da antiguidade os antigos filósofos eles em tudo o que falaram de verdadeiro de alguma maneira havia uma semente do logos lá havia uma semente de Cristo ele chamava isso de de Logos espermáticos né o o logos em semente a semente do do do logos então de alguma maneira e ele falava nessa expressão bem forte que o padre mencionou todos aqueles que mesmo vindo antes
de Cristo falaram a verdade são de alguma forma cristãos e os cristãos porque amam a sabedoria plena e encarnada são os verdadeiros filósofos essa é uma frase que também no início da minha conversão marcou muito essa essa ideia de que no final das contas a filosofia não é só um conhecimento mas é efetivamente uma uma sabedoria que nos compromete a vida e quando a gente lê os clássicos os antigos mesmos autores pagãos não tem como nós não vermos isso se nós lemos Virgílio n fa I talvez ou a república de Platão na república de Platão
livro dois né ele menciona que o que como seria se houvesse um perfeito justo né ele teria seus olhos Queimados ele seria humilhado e por fim seria empalado Fantástico é por isso que muitos autores cristãos chamaram Platão de profeta pagão de Cristo claro talvez com certe exagero Talvez Mas aquela ideia do logos espermáticos estava presente aí Platão de alguma maneira ele Pode preparar a cultura grega também para o advento de Cristo da mesma forma Virgílio Se nós formos ler Virgílio né ele tem a ecloga 4 virgil era considerado quase um profeta na Idade Média por
quê Porque na ecloga 4 das bucólicas ele fala assim e virão novamente os reinos a idade de ouro e a Virgem dará luz a um filho os medievais viram isso e falaram meu Deus virgem é um profeta pagão de Cristo por essa razão ele é guia de Dante e é por isso que é interessante que nós leiamos esse livro também no espírito de todos esses autores que o professor mencionou Santo Agostinho chesterton mas também no espírito especialmente a outra parte que me chamou a atenção no espírito de Dante Dante que sabe olhar para essa sabedoria
antiga e sabe ter um olhar reverente a essa cultura antiga porque também ela nos fala de Cristo se nós tivermos olhar atento para para compreendê né se nós tivermos olhar atento para compreender Virgílio para compreender Homero nós vamos ver nós vamos ver algo também de Cristo que que está por trás da mesma forma como São Paulo viu quando ele pregou o areópago né e falou esse Deus desconhecido que vocês adoram sem conhecer eu sei quem é né e ele se revelou a todas as gentes do passado e mesmo os vossos poetas falaram sobre ele nós
somos da sua descendência né então mesmo os poetas pagãos eles podem nos levar de alguma maneira esse contato com Cristo isso me me maravilhou quando eu conheci os gregos e é por isso que vale a pena ler os gregos ainda que nós já tenhamos também Santo Agostinho ainda que nós tenhamos Santo Tomás Vale a pena ler os gregos Vale a pena ler os romanos Vale a pena ler os clássicos antes de Cristo porque eles nos revelam também essa sabedoria é sabedoria é verdade Tati muitas vezes mas pela ausência nós podemos discernir também a grande presença
de Deus que sempre buscou né sempre estar a buscar tem uma analogia muito bonita que está presente no autor grego Cristão Inácio de Antioquia e num autor alemão mais recente Hans van Baltasar que é aquela de comparar a verdade com uma grande Sinfonia Inácio de Antioquia num certo contexto pede que os presbíteros os diáconos se unam ao seu Bispo como cordas que se unem digamos ao instrumento principal para poderem juntos no espírito entoarem um canto é o Cristo para o mundo balasa fala da igreja na diversidade de Carisma na diversidade dos seus movimentos comunidades como
uma grande Sinfonia e aqui eu ouso dizer que nesse livro também nós temos uma Sinfonia porque de certa forma os 16 autores eles cada um cada um deles é especializado em um instrumento e graças a Deus nós temos um bom Maestro que coloca eles para tocarem juntos e ressoa então o canto do Amor à sabedoria nesse livro um outro elemento que às vezes nos afasta da vida intelectual é que nós olhamos paraa nossa história e às vezes vemos muitas feridas Às vezes a gente pode ter andado por caminhos que nos levaram para muito longe da
do amor da sabedoria da Verdade e às vezes tem gente que lá no fundo pensa assim eu não sou digno de um caminho desse olha o Vitor tão bonito todo né cheiroso né o André assim todo educado mas Padre João Paulo não se você tivesse me conhecido era Marginal mesmo assim né E aí é mas bem então às vezes a gente não entra nesse caminho porque a gente olha para nossa história e vê os nossos pecados as nossas fraquezas Santo Agostinho nos anima né como já foi dito mas eu que um dos ensaios que eu
mais gostei foi do dostoyevsky porque colocastes em relevo o aspecto Redentor do Pensamento desse autor que sempre me encantou e que acho que encantou João Paulo I também quando ele cita lá na carta aos artistas citando não a obra mais o idiota né que a beleza Vai redimir o mundo porque vejam eh a a sabedoria ela é Redentora a sabedoria nos faz mudar a sabedoria nos faz largar os vícios e abraçar as virtudes a sabedoria nos faz largar os nossos nosso orgulho e nos vai nos educando na humildade a sabedoria nos faz nos tornarmos melhores
como disse a a sabedoria vai nos redimindo também espiritual ualmente Então essa Claro a sabedoria pense no Cristo Ele é o nosso Redentor mas sempre que nós temos esse contato com a verdadeira sabedoria como eu já disse mesmo que não vejamos o seu rosto mesmo que não escutemos ainda o seu nome de certa forma a redenção toca na nossa vida isso é muito bonito esse caminho é Redentor esse caminho é ascendente esse caminho promete tanto para todos nós eu queria concluir fazendo um comentário breve sobre os dois ensaios que foram escritos neste ano todos os
14 outros ensaios já estavam esboçados estágio embrionário nessas notas que eu tomei como eu falei nas últimas décadas mas dois ensaios foram escritos plenamente Neste ano o primeiro foi o prefácio do grande livro do fullin fez para casar eu casei aqui com esta mulher linda está aqui esperando o nosso quinto filho na verdade nono filho né quinto filho com a gravidez avançada e saudável porque quatro foram cedo demais para a glória e a minha reconversão à fé católica foi me preparando para o casamento o padre Fabrício que trabalhava com a teologia do corpo e a
introduziu e editou aqui pela primeira vez ali por 2004 antes da edição da Eclésia me considerava tão imaturo afetivamente e eu tinha um relacionamento tão infecundo que ele disse lê os gregos como se dissesse tu não tás pronto ainda para pro Logos né mas busca a virtude porque não é possível conhecer a verdade sem ser Virtuoso não é possível conhecer a verdade sem ser Virtuoso Esse é o tema da do primeiro ensaio sobre a vida intelectual eu lembrava Tanto do Padre Fabrício quando prefa Liv do futou porque o matrimônio é um caminho acético é um
caminho de conquista das virtudes de sacrifício de renúncia de expansão de morte e ressurreição diária e o fiin que entende tudo a partir da Cruz e em janeiro eu eu me encantei com me convidaram para prefaciar o livro do Futon Chin que eu gravei um curso sobre a vida de Cristo em 12 aulas a partir de três grandes livros a vida de Cristo do Pérez urbel A trilogia do Papa Bento x e a vida de Cristo que é a minha preferida do Futon e o fon xin do começo ao fim com um incessante refrão tudo
aponta pra cruz tudo aponta pra cruz que a cruz é o centro não é à toa que a gente tem a cruz nos cordões nos anéis nas joias em todos os lugares em todas as igrejas isso ficou na minha cabeça e o casamento é cruciforme E o casamento é uma paixão morte e ressurreição e eu quis prefaciar esse livro exatamente no contexto Pascal em plena Quaresma que foi uma Quaresma muito especial a do ano passado porque eu estava muito próximo à coisa E continuo a minha vida se Torn uma grande Quaresma uma grande mortifica ação
e o f tchin Deixa claro que esse amor tem um sentido Redentor e o segundo ensaio que eu escrevi este ano foi o sobre a descoberta do outro do Gustavo Corão quando eu organizava este livro e eu pensava numa mentalidade quase nacionalista ou regionalista não haverá nenhum Brasileiro no meu livro não haverá nenhuma expressão já que eu tô falando de algo Universal católico significa Universal no tempo e no espaço tô falando de um Russo do século X de um italiano do século XIX tô falando de um medieval do século XI de um antigo do Século
IV de um grego enfim tô falando de tantos e tantos de um judeus o autor do Livro de Jó eu tô falando de uma verdade que é universal mesmo então de algum modo eu queria escrever sobre algum autor brasileiro e eu tenho muitos autores brasileiros de predileção não foi tão fácil escolher o corsão e eu decidi escrever s esse livro do corsão que eu considero extraordinário do nível de todos os outros não foi uma concessão regionalista né uma cota regionalista não é isso uma política de inclusão regional não é isso foi porque o corsão me
mostrou algo que eu experimento que a gente só entende Cristo na cruz e de fato se vocês pegarem por exemplo o ensaio sobre o porção chama a glória da Cruz e a penúltima sessão diz o escândalo da Cruz porque o que o padre Fabrício me entusiasmou a fazer foi ter uma formação de apologeta de dar as razões da Fé só que a passagem de São Pedro na primeira carta em que que é a epígrafe de toda apologética é as razões da esperança e não da Fé embora a gente costume associá-las e as razões da Esperança
só se conquistam na cruz quando você morre para este mundo e o que que queria que a Árvore da Vida Padre João Paulo disse aqui Eu que queria ser apologeta eu que queria ter razões argumentos queria defender a fé filosoficamente passei a escutar de forma muito profunda no meu coração os judeus buscam sinais os gregos buscam sabedoria mas nós pregamos Cristo e Cristo crucificado escândalo para os judeus e loucura para os pagões e o que o que nos resta é a cruz é o escândalo da Cruz e qual não foi a minha surpresa Quando O
Corão descreve essa mesmíssima experiência eu já tinha todos os argumentos intelectuais em favor da fé já tinha lido o meu chesterton já tinha lido o meu jacqu Maritan o meu le blis já tinha LDO todos os o clel e o bernanos Principalmente as escola Francesa e a literatura francesa já tava na época havia um certo prestígio de ser católico intelectual com Alceu de Amoroso Lima no centro Dom Vital do Rio então havia o corção começa a escrever e havia um um certo glamur de ser intelectual católico e Deus lhe dá um presente o mesmo que
ele me deu não foi um livro de teologia não foi uma nova edição da cimma teológica foi a crux e ele ele diz que aí sim eu não conheci mais uma ideia eu não tinha mais argumentos agora eu tinha uma pessoa que se revela na cruz agora eu tinha um alguém uma uma pessoa encarnada na minha carne pelo sofrimento e é isso que o futon Chin diz se o casamento é uma morte uma transformação Pascal no outro da esposa no filho e no outro metafísico de Deus porque três para casar É exatamente a ideia de
que Deus é Trino e que nós somos trinos e que o homem e a mulher se juntam e geram vida no filho e aí tem uns Capítulos finais maravilhosos sobre aqueles que não podem ter filhos que é uma cruz para um casal obviamente e como Deus se faz carne para que nós possamos nos divinizar e como há uma relação sempre trin Ária Só que essa relação trinitária é uma relação de amor de Êxtase e de morte para que haja vida então eu acho que o Padre João Paulo conhecendo tudo isso e me conhecendo foi muito
feliz em dizer que de fato essa experiência torna esses livros todos um uma outra dimensão por exemplo E com isso eu concluo pra gente não exceder tanto e não privar o tempo da conversa com vocês e dos autógrafos embora as notas estivessem tomadas Desde o ano passado retrasado no caso 23 que agora já é retrasado eu eu escrevi no ano passado obviamente o ensaio sobre as três filosofias de vida do Peter crift que foi exatamente o ensaio que me fez mergulhar na escritura e eu tô afogado nesse Oceano com todos os né porque o Peter
crift que é esse filósofo que me inspira tanto eu conheci o Scott ham pessoalmente né e agora só me falta conhecer o Peter crift que é um outro grande modelo embora o Scott ham como teólogo não seja o meu modelo porque eu nunca serei um biblista como o Scott e o Peter tem vários livros sobre sofrimento né e uma entrevista recente disse perguntar por você fala tanto sobre sofrimento el falou porque eu nunca Sofri tanto mas eu sei que essa essa é a verdade mais profunda é a verdade da Cruz Talvez seja uma busca pelos
por especular sobre o sentido se liva vida como a vida como vaidade no Eclesiastes que é a nossa geração que é a geração da futilidade do relativismo do hedonismo do Prazer barato da dopamina como se Viz hoje das redes sociais da vaidade do c sexo do consumo e diz esse é o ponto de essa esse é o portal da Bíblia o Eclesiastes então profundamente especulativo e filosófico vaidade das vaidades tudo é vaidade e depois claro a gente conhece os cânticos dos Cânticos a leitura Mística que se fez do Cântico dos Cânticos de de origem passaram
por São Bernardo isso tudo me fascinava antes que seria grande parte do livro mas não foi para mim eu gostei eu já conhecia a interpretação Mística do cântico foi o centro que é sobre o livro de Jó encontrar Deus no sofrimento e essa parte embora as notas Como eu disse já estavam tomadas inclusive gravadas porque pertenci ao meu clube de leitura do ano retrasado eu reescrevi com muito vigor esta sessão sobre o sofrimento então para concluir se a sabedoria não for vivida não for sofrida na forma de um sacrifício ela nunca será PL plente assimilada
ela nunca será plenamente nem pensada muito menos vivida e acho que um arco que atravessa todos esses ensaios antigona por exemplo o sacrifício de antigo né a gente mede o quilate do nosso amor pela nossa capacidade de sofrer e quanto mais sofrimento mais amor quanto mais amor mais sofrimento por isso o livro foi dedicado à minha filha que como eu disse cedo demais se uniu à sabedoria divina atraindo-o irresistivelmente a essa comunhão de amor e a epígrafe é de Dante porque tem duas possibilidades de ler Dante eu mergulhei muito tempo em Dante que tem um
uma envergadura bíblica por assim dizer um Cosmos uma geografia própria uma universo literalmente Universo de Dante né e a epígrafe quer dizer ou a gente lê como literatura como poesia no sentido Imaginário ou a gente leva muito a sério de que tudo que ele fala é real e eu eu passo talvez umas 30 paginas né os impacientes vão pulá porque antes de citar o primeiro verso Dante eu tento explicar o que é A Divina Comédia como obra simbólica e alegórica não metafórica mas como uma revelação pela linguagem poética de uma realidade espiritual que não pode
ser Concebida a não ser por essa imagem que é o que nós temos que nos resta e portanto eh eu concluo com isso relendo esse ensaio pensando na minha filha no Paraíso num dos círculos do Paraíso que é essa luz intelectual cheia de amor amor ao bem repleto de Letícia Letícia que transpõe todo dulçor essa sabedoria tem um amor eterno essa sabedoria é Cristo e eu espero profundamente que vocês ao lerem o meu livro se encontrem pessoalmente intimamente silenciosamente com esta sabedoria que me motivou a escrever este livro e também a calar e deixar que
ela nos fale muito obrigado eu teria maior prazer em assinar o livro de vocês