Análise de dados em pesquisa qualitativa videoaula

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Léo Nepomuceno
Análise de dados: questões práticas. Instituto de Educação Física e Esportes. Pós Graduação em Saúde...
Video Transcript:
Oi, bom dia, boa tarde ou boa noite. Nessa aula, a gente vai estar abordando o tema da análise de dados em pesquisa qualitativa, com o intuito de destacar, assim como o procedimento, esse processo que envolve a análise de entrevistas transcritas, como também de diários de campo que foram produzidos dentro do enfoque qualitativo de pesquisa. A gente está falando de análise de dados e também de um processo interpretativo que vai se construindo no decorrer da pesquisa.
Teremos, então, todo um entrelaçado de momentos ou dimensões que permeiam o processo interpretativo. A análise de dados, então, ela vai se nutrir desse processo interpretativo. A gente vai ter, então, a experiência de vida vivida por determinados grupos específicos que interessam à nossa pesquisa, e um conjunto de práticas e vivências.
Essas vivências, essas práticas, elas são expressas por meio da fala, geralmente coletadas em entrevistas, e essa entrevista é transcrita em forma de texto. Assim como a entrevista, a gente vai ter também o diário de campo, que foi vivenciado pelo investigador ou pesquisador, que muitas vezes foi uma conversa informal ou uma prática realizada e observada. Isso vai ser transcrito em um diário de campo, que será descrito e que também é objeto de análise de dados.
Esse diário, então, geralmente quando a gente tem uma pesquisa, triângulo ou métodos em termos de coleta de dados, como por exemplo, na entrevista e no diário de campo, utilizando essas duas metodologias, a gente vai ter os produtos oriundos da entrevista e do diário de campo. Eles são objetos de análise de dados e são submetidos a procedimentos semelhantes na análise de dados. A gente vai dar transcrição em texto e essa transcrição vai passar pelo processo de análise e interpretação.
A gente vai ter esses dois grandes procedimentos: a análise e a interpretação. Vamos conversar um pouco sobre isso, porque análise e interpretação são as faces de um mesmo fenômeno. Para ser mais preciso, o termo correto é análise e compreensão, fazendo parte desse processo interpretativo.
Até aqui, o termo é interpretação, mas na verdade é interpretação que envolve análise e compreensão. Bom, então a gente está falando que a interpretação passa por dois procedimentos: análise e compreensão. A análise pode ser entendida como explicação.
O que acontece quando estamos analisando um texto de uma transcrição ou um texto produzido como diário de campo? A gente vai ter que ver o que o texto diz, o que é uma análise dirigida para as relações internas do texto, as diversas partes deste texto. Então, é comum a gente pegar um texto e decompor em partes menores, fazendo essa identificação primeiro dessas partes menores.
Depois, após todo o processo de análise das partes do texto, já aprofundadas, a gente vai para a compreensão, que é do que o texto fala, o que diz respeito a como esse texto pode ser compreendido como um todo. Então, a explicação geralmente está ligada à ideia de partes ou pequenas partes de um texto que posso identificar, identifico várias há um tempo e, após uma análise mais detalhada, posso relacionar essas partes e fazer, assim, uma interpretação que já compreende o texto como um todo. A compreensão busca os significados do texto na sua integralidade e na relação com as diversas partes.
A gente vai ter esse esforço e é interessante que quem tem mais desejo ou vontade de aprofundar nesta temática de estudo, a hermenêutica vai dar base para essa compreensão desses movimentos que compõem a interpretação. Então, a explicação e a compreensão fazem parte de um mesmo procedimento, que é o procedimento da interpretação. O mesmo movimento interpretativo envolve essas mil salas, partes internas e compreender a lógica interna de um texto, o que o texto diz, e a compreensão é do que o texto fala.
E aí, na compreensão, eu vou pegar essas partes e agrupá-las de um modo coerente, geralmente já relacionando com a teoria, já relacionando com minha própria vivência, como pesquisador em determinado campo. Eu vou poder interpretar aqueles dados, aquelas partes relacionadas, aqueles dados empíricos, que serão destrinchados em pequenas partes. Vou agrupá-los de modo lógico, a partir de alguns conceitos que utilizo, a partir de uma experiência que já vivi.
E aí, a partir disso, pensaremos no que o texto fala. O que esse texto, construído numa interação com o outro, construído em um diário de campo, numa experiência de inserção no campo, pode nos falar em termos de reflexões sobre a teoria adotada, sobre os conceitos adotados dentro desse contexto, que agora conta com a participação mais ativa do pesquisador ou pelo enfoque dado pela pesquisa. Então, a gente vai trabalhar com esses dois procedimentos: a explicação e a compreensão.
A gente pode pensar em um autor importante para entender esses aspectos, que é Paul Ricoeur, autor que me ajudou bastante para entender o conceito de texto e como ele traz essas duas dimensões. Quando a gente está falando em interpretações, não estamos opondo explicação versus compreensão; na verdade, nessa perspectiva de Ricoeur, estamos integrando a explicação e a compreensão no mesmo arco hermenêutico. As finalidades da análise, segundo o texto que estamos utilizando, que é “Análise de texto na pesquisa qualitativa”, de Romeu Gomes, já está disponível para vocês no SIGAA, e é um capítulo desse livrinho da Minah, que é muito útil.
Então, quais são as finalidades da análise? Estabelecer uma compreensão do material e responder aos questionamentos da pesquisa. Eu tirei o principal.
Responder aos questionamentos da pesquisa é óbvio, como uma pesquisa se aprofundou, fez uma revisão de literatura, sistematizou e construiu informações importantes. Construí dados relevantes, né? Isso a Alice vai permitir ampliar o conhecimento sobre o assunto e articular com a realidade social vivenciada.
E a gente vai observar, nesse mesmo texto, que a categorização ocupa um lugar central. Quando eu, como parte desses processos de explicação, coloco boas partes pequenas do texto que compõem o texto e identifico as partes de um texto como está colocado aqui nessa ilustração, eu crio categorias que vão dividir essas partes, por exemplo, em três conjuntos a partir de características semelhantes, no caso aqui. Então, a Alice vai ter esse procedimento: a categorização como um procedimento central e, para agrupar na cidade, então a gente vai buscar classificar e analisar o texto, né, a partir dessa análise das pequenas partes internas de um texto.
A gente vai categorizar se decompondo ele em pequenas partes e recompondo-o dentro de um todo lógico, que geralmente a gente vai estar relacionando com os objetivos da pesquisa e com as categorias utilizadas. E isso tudo que a gente discutiu aqui na aula sobre entrevistas, sobretudo no tópico que diz respeito ao roteiro da entrevista, onde a gente pensa essa relação entre objetivos, categorias e temas a serem abordados na entrevista. Então, alguns princípios são trazidos, princípios para a categorização.
No Brasil, diz no texto do Romeu Gomes, eu gostaria de chamar a atenção aqui desses princípios. O princípio de agrupamento, que é muito parecido com o que está colocado aqui nessa imagem, né? E aí, a gente está vendo aqui, há o agrupamento de, vamos ver, semelhantes dentro de um texto.
A gente vai ter o princípio de exaustão, que diz respeito ao caráter de sistematização, onde você vai olhar o texto como um todo e vai realmente criar categorias para todo o texto. Aí você pensa na transcrição das entrevistas ou no diário de campo. É óbvio que se algumas questões dadas na entrevista dizem respeito a assuntos que não são pertinentes aos objetivos da pesquisa, esse material vai ser descartado na parte da análise.
A gente tenta incluir o texto como um todo, a transcrição como um todo e sistematizar esse processo. Esse procedimento de categorização é importante destacar que a categorização, ela não se dá de forma assim tão simples. Na transcrição de entrevista, você tem que ler e reler esse material de forma exaustiva para você realmente incorporar esse texto, né?
E aí, você tem que escutar muito. Por isso que eu recomendo também que você, como pesquisador ou pesquisadora, faça a transcrição das suas entrevistas para que você já comece esse processo de análise dos dados na hora que está fazendo a transcrição. Você pega a transcrição e vai ler e reler aquele material de modo exaustivo, criando temas e subtemas relacionados a esse texto.
Então, você tem um grande procedimento que é de identificação e codificação do texto, onde eu vou dar códigos a determinadas partes do texto e vou encaixando essas partes em temas, ou se obtemos que, na verdade, são categorias que vão agrupar essas partes do texto dentro de um todo lógico, geralmente relacionado aos objetivos da pesquisa. Outro princípio que eu tenho uma certa precaução ao destacar é o princípio da exclusividade. O que ele diz?
Esse princípio diz que essa parte do texto só poderia ir para uma das categorias, não seja quando em uma categoria e não participa de outra. E, olha, tanto a gente vai ver pela complexidade das estruturas linguísticas que, geralmente, uma categoria se relaciona com a outra e pode, porventura, se relacionar com uma terceira ou quarta. Enfim, são infindáveis as relações que a gente pode estabelecer entre as partes de um texto.
É importante a gente pensar no princípio de exclusividade, mas é preciso também ter uma ressalva que diz respeito ao fato de que, muitas vezes, uma parte pode servir a uma categoria, como pode servir a outra categoria. Então, quando a gente lê e relê um texto, identificando as partes, as unidades de sentido, devemos ter um exemplo de como organizar isso. Vou trazer aqui na aula, mas é interessante entender que eu posso colocar uma mesma frase dita na entrevista, tanto categorizada como em outra categoria, de acordo com um dos meus objetivos de pesquisa.
Então, o princípio da exclusividade precisa ser compreendido, mas não necessariamente seguido totalmente; deve ser analisado de forma crítica. É importante a gente entender a peculiaridade da nossa pesquisa. A gente não vai discutir aqui os métodos de análise de dados.
A gente está olhando aqui um modelo geral. A gente vai ver que um texto cita a análise de conteúdo. A análise de conteúdo é uma das mais utilizadas, né?
Nós que analisamos conteúdos nas temáticas. Eu acho que é um pouco de análise temática, a gente está tratando aqui, mas que, de modo geral, todo o processo de análise de dados permeia esse esforço de categorização, de análise sistemática do texto e de criação de formas de agrupamento das temáticas relacionadas à transcrição ou aos diários de campo produzidos. A análise vai se debruçar sobre entrevistas, transcrições e diários de campo.
A análise textual das transcrições vai se basear principalmente, como já destaquei, na identificação dos temas e unidades de sentido. Eu creio que temas e, para cada tema, há uma parte do texto que eu estou chamando aqui de unidade de sentido, que está relacionada aos temas. Pode primeiro ter uma espécie de tabela onde a gente.
. . Lista na tabela não.
Primeiro, uma lista de temas identificados. Para cada tema, eu tenho uma citação que seria essa unidade de sentido. Depois é que eu fiz essa lista de temas e subtemas, porque às vezes há uma hierarquia entre um tema que engloba vários outros, né?
Então, eu vou ter o agrupamento dos temas, né? Que é o segundo passo, oi? E aí já começo a agrupar os temas e construir essas redes semânticas, redes de interpretação, onde geralmente já relacionando com os objetivos da pesquisa.
Eu vou pegar esses temas identificados e organizá-los do modo mais coerente, do modo mais potente para mim, tá? Plantação é utilizando os conceitos que eu tenho na minha metodologia, no meu referencial teórico e aquilo que é do campo. E aí sim, entendi.
Faço toda uma tabela com esses temas, né? Aí, no caso aqui, a tabela tem um tema, um subtema e a unidade de sentido. Não é cada uma coluna separada dentro de um macrotema, uma temática que surge das entrevistas ou do diário de campo, que vai englobar temas e subtemas, e dentro deles eu tenho as unidades de sentido.
Tendo isso em mãos, eu vou organizar os capítulos de apresentação e discussão dos resultados, e aí vai construir-se a interpretação do material, recompondo a transcrição analisada a partir de mediadores, dos dados, pelo objeto e objetivos do estudo. A gente vai ter um exemplo mais à frente. O que é interessante aqui é que tudo isso faz parte do círculo hermenêutico, onde eu tenho esse esforço de compreender o todo com análise de suas partes e vice-versa.
Eu posso compreender as partes tendo o conhecimento do todo. Então, esse movimento duplo vai fortalecendo a análise. O que é interessante destacar e refletir sobre isso é que a análise precisa de muito tempo por parte do pesquisador e da pesquisadora.
Não faça um cronograma em que essa análise se dê em um mês, por exemplo. Essa análise tem que ser maturada como um processo. Ela envolve eu identificar essas partes, categorizar essas partes, categorizar os temas existentes e, depois disso, apresentar da melhor forma.
Esse trabalho dá muito trabalho. Por mais que a gente tenha vários sócios também na pesquisa qualitativa, que já trabalham em uma lógica de auxiliar o pesquisador, nada vai proteger o pesquisador e a pesquisadora de uma demanda, de um desafio que é escolher um caminho interpretativo, uma lógica interpretativa que seja potente para apresentar de forma fidedigna os dados. E é extrair desses dados as melhores reflexões, as melhores correlações com o material identificado como um todo e como a teoria, e as pesquisas já realizadas.
A teoria eleita, né? Os referenciais conceituais e as pesquisas já realizadas sobre a temática, a gente geralmente se prepara para o desafio que é manter a coerência interna do nosso trabalho, da nossa pesquisa. Então, eu já pensando nessa música, de encontrar essa coerência, respeitar uma convergência de vários elementos da pesquisa.
Primeiro, eu tenho aqui a necessidade de seguir um roteiro de entrevista. Já conversei em aula anterior sobre as entrevistas. Esse roteiro de entrevista vai ser construído em relação direta com os objetivos específicos e gerais, né?
Então, é em cima desse material que esse roteiro, a gente vai estar abordando nosso objeto de pesquisa. Esse objeto de pesquisa, por outro lado, deve ser contemplado claramente aqui no título do trabalho. A gente faz um título.
Geralmente, ele compõe um dos temas. Nos momentos posteriores ou finais de trabalho, é definir o título. Não, tipo, geralmente ele compõe o tema e algumas descrições específicas relacionadas a possíveis enfoques metodológicos ou não que a gente vai utilizar.
Mas, enfim, o que é importante é que esse título expresse o objeto da pesquisa, que porventura, obviamente, deve dar conta do objetivo. Parece verdade, o besteira que eu tô falando, mas muitos trabalhos incorrem em erros no que diz respeito a não saber para onde seguir. Esse saber para onde seguir é, diria, um ponto importante e até desesperador quando a gente está analisando os dados, né?
Porque a gente tem na sala, na análise, ela não nos leva a um mundo de informação. A gente precisa estar buscando essa coerência interna, essa articulação entre as partes do estudo, para que a gente tenha um chão e um caminho. Mas eu diria assertivo para desenvolver a nossa análise.
Então, a gente passa de um roteiro de entrevista que já condicionou um conjunto de temas e subtemas e questionamentos e categorias teóricas. Isso é ruim? Não.
A análise vai começar a se desenvolver em cima dessa relação, daquilo que foi dado e influenciado pelo roteiro de entrevista e que aparece, sim, na forma de temas e subtemas a serem identificados na análise da diz. Então, tudo que vem com relacionar o estudo tem que estar articulado. As considerações, as reflexões, a análise desses dados, ela vai se dar em cima desse material.
Agora, as categorias empíricas que emergem, por exemplo, de uma transcrição de entrevista foram já definidas ou determinadas pelo roteiro de entrevista. Hora, existem questões que emergem para além do roteiro de entrevista. Isso conecta a fauna, a transcrição de entrevista.
Quando ele está falando de um diário de campo, tem, sim, no diário de campo, um direcionamento para o objeto da nossa pesquisa, mas, obviamente, mais ainda no diário de campo, a gente vai ter a emergência de categorias empíricas que não foram pensadas anteriormente. Mas, quando a gente está pensando na análise de dados, a gente tem que arremeter-se aos objetivos da pesquisa, olhar esses objetivos, olhar as categorias que estão balizando esses objetivos e daí, sim, começar a empreender a análise em cima daquele material já categorizado de entrevistas. Então.
. . A gente vai fundamental que a gente pense nessa ideia de uma coerência interna nos nossos trabalhos.
A coerência interna é fundamental para a qualidade da pesquisa. Bom, então aqui é um exemplo de quadro lógico; já foi trazido esse quadro lógico de criação do André cá para a aula anterior sobre as entrevistas. Aqui eu voltei os objetivos, e para cada objetivo eu tenho conceitos, tem os temas e tem as perguntas.
Geralmente, essa definição aqui já vai me dar um caminho de interpretação que vai ser bastante influenciado, o caminho de análise das cidades. Ele vai ser bastante influenciado por essa organização lógica do trabalho, que isso já ajuda bastante o pesquisador ou pesquisadora. Que, naquele caso, por exemplo, no meu caso, seguir isso para cada objetivo de pesquisa, né?
Eu tenho um capítulo de análise de dados da minha dissertação ou da minha tese. Então, a minha tese, por exemplo, de doutorado, eu posso separar por objetivos específicos os capítulos de análise de dados. Bom, então, para cada linha desta tabela, eu voltei, por exemplo, um capítulo da minha dissertação ou da minha tese e posso, porventura, dentro da lógica acadêmica que a gente tem hoje, lógico que a cadeia produtiva, a gente pode ter um artigo ou um capítulo de livro derivado de cada objetivo do nosso trabalho, da nossa pesquisa, em cima dessa lógica.
Então, para cada objetivo específico, eu posso pensar, é uma possibilidade, eu posso pensar no capítulo de análise dos dados. Aqui eu trouxe também um exemplo de como que eu posso pensar na organização do material. Eu tenho uma transcrição de dados e, depois, eu vou categorizar esses dados.
E aqui é um exemplo de uma categorização feita por mim na minha dissertação de mestrado, onde eu trabalhei com a participação comunitária como estratégia da saúde da família. Dentro das temáticas que surgiram, eu trabalhei com círculos de cultura, que é algo que está muito próximo de uma ideia de entrevista de grupo, mas que tem outras dimensões. Mas, enfim, dentro desse trabalho com entrevistas com o grupo focal, que, na verdade, no meu caso, são círculos de cultura, eu cheguei a uma transcrição de atividade de grupo que me permite analisar toda a participação comunitária ou as concepções sobre participação comunitária.
Então, eu tenho um macrotema que é a participação comunitária; dentro desse macrotema, temos vários outros. Mas, como exemplo, eu fiquei com as concepções sobre participação comunitária, e eu tenho concepções de usuários, assim como eu tenho concepções de profissionais. Bom, então, para as concepções de usuários, eu tenho um conjunto amplo de citações.
Aqui, eu só tenho um exemplo de uma, porque o slide só me permite colocar uma, e aqui eu tenho a citação de uma parte da entrevista, que eu estou chamando aqui de unidades de sentido. Aqui eu consigo identificar, quando eu for discutir as concepções sobre a participação comunitária, como que os participantes do estudo entendem o que é a participação comunitária. Eu tenho várias citações já organizadas aqui e codificadas.
Observe que eu tenho uma codificação aqui, que é círculo de cultura, página três, fala 17. Então, aqui embaixo, vocês vão poder observar que eu tenho uma codificação. Eu fiz dois círculos de cultura no caso da minha pesquisa.
No primeiro círculo de cultura, o participante três falou: “isso que a participação é”. E aí tem toda a transcrição da entrevista, colocada aqui e organizada a partir de uma tabela. Vocês vão observar, seguindo a lógica do que eu já disse até agora na aula, que quando eu vou analisar os dados, eu vou ter um capítulo específico que é participação comunitária.
Na discussão da participação comunitária, eu trago, dentre as temáticas, a questão das concepções sobre participação comunitária e, dentro dessa temática maior, tem os itens do texto, os tópicos do texto, como concepções de usuários, e lá embaixo eu vou encontrar, não dá para ver aqui as concepções dos profissionais. Isso é só um exemplo de tabela. Quando a gente faz de modo mais manual e sem auxílio de software, a gente pode fazer nessa perspectiva da criação das tabelas.
Ok, as referências para nossa aula é esse texto muito interessante do Alano Gomes, mas não é um texto introdutório e de síntese sobre o que é análise de dados. Eu quis trazer um pouco dessas noções mais práticas porque, por experiência, eu percebo que variam os modelos e metodologias de interpretação, por exemplo, análise de conteúdo, análise discursiva, análise de conversação. No entanto, todos esses três modelos de expressão passam por movimentos semelhantes aos que foram abordados aqui: uma leitura exaustiva do material, uma identificação de temas e a relação entre os temas e uma abordagem com um enfoque interpretativo que está muito ligado aos objetivos do estudo, objetivos do projeto de pesquisa que foi estabelecido.
Ótimo! A gente fica por aqui e, na próxima aula, a gente vai estar discutindo a qualidade na pesquisa qualitativa. E a gente vai ver que está muito relacionado também a esse esforço de buscar uma coerência interna, uma relação entre os objetivos e os instrumentos utilizados, bem como a nossa habilidade de abordar de forma mais aprofundada e fidedigna os temas que surgem nas entrevistas quando o estudo é realizado em cima de entrevistas.
Grande abraço a todas e a todos.
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