um milionário pagou uma mulher sem teto para ter seu filho mas quando o bebê nasceu ele caiu de joelhos chorando Marcos Santana tinha tudo o que muita gente sonhava um apartamento de tirar o fôlego no coração de Higienópolis em São Paulo móveis de grife obras de arte espalhadas pelos cômodos e uma vista incrível da cidade que parecia nunca dormir no mundo dos negócios era conhecido como um verdadeiro gênio fechava contrat milionários tinha uma empresa sólida uma equipe que o respeitava e sua conta bancária só aumentava tudo parecia perfeito pelo menos do lado de fora mas
por dentro a história era outra o dia começava cedo para Marcos ele tinha uma rotina rígida quase como um ritual acordava às 5 da manhã fazia a sua corrida na esteira de última geração tomava um café da manhã balanceado preparado por sua empregada e antes da s já estava vestido com um terno Impecável em seguida descia para a garagem onde seu Jaguar XF o esperava brilhando apesar de toda essa engrenagem perfeita ele não sentia nenhuma Alegria Real em tudo isso eram apenas etapas que ele seguia automaticamente quando chegava ao trabalho sua postura mudava lá ele
era o chefe aquele que todos admiravam e temiam com decisões rápidas e certeiras comand dava reuniões resolvia problemas e no final do dia era sempre elogiado por sua frieza e eficiência Porém quando o expediente acabava e ele voltava para a cobertura o silêncio era ensurdecedor a solidão o engolia ainda que ele raramente admitisse isso para si mesmo sentado em sua poltrona de couro olhando para a cidade iluminada através da parede de vidro ele pensava tenho tudo o que alguém pode querer mas ainda assim não é suficiente era como se algo estivesse constantemente fora do lugar
ele já tinha tentado preencher esse vazio antes dois casamentos festas luxuosas viagens para destinos exóticos mas nada dava certo os casamentos foram desastrosos terminando sempre no mesmo ponto acusações mágoas e separações frias as festas eram só barulho e distração temporária e as viagens eram apenas uma forma de apar mas ele sempre acabava voltando para o mesmo vazio ele não sabia mais se o problema era com as pessoas ou com ele mesmo talvez fosse algo mais profundo uma sensação que dinheiro nenhum conseguia resolver com o tempo ele simplesmente desistiu de tentar encontrar o amor para Marcos
relacionamentos tinham virado sinônimo de dor de cabeça ele não queria mais promessas quebradas brigas ou arrependimentos amor é uma fantasia que só atrasa a vida ele dizia a si mesmo para ele o que realmente importava era o legado algo que permanecesse mesmo depois que ele não estivesse mais ali Marcos queria deixar uma marca no mundo algo que carregasse seu nome sua história e foi assim que ele começou a pensar em ter um filho a ideia parecia perfeita um herdeiro para continuar sua linhagem alguém que carregasse o peso do sobrenome Santana e desse sentido a tudo
que ele havia construído ele pensava nisso com a mesma frieza com que fazia seus negócios nada de casamento nada de complicações emocionais só um filho alguém para quem ele pudesse transferir tudo o que tinha e garantir que o nome da família não acabasse com ele no fundo Marcos Não Era exatamente um homem ruim ele era prático direto e tinha construído a vida toda acreditando que sentimento eram fraquezas que só atrapalhavam quando ele olhava para sua vida via sucesso e Respeito mas também via um buraco enorme que ele não sabia como preencher cada conquista parecia menor
do que a anterior e o brilho de cada vitória desaparecia rapidamente deixando para trás uma sensação de vazio ainda maior nas raras Noites em que conseguia dormir sonhava com um futuro onde ele não estivesse mais sozinho mas na maioria das vezes ele acordava antes que o sonho fizesse sentido então lá estava ele às 5 da manhã de novo recomeçando o ciclo olhando para a cidade lá embaixo ele se perguntava se o que faltava era mesmo algo que dinheiro podia comprar Marcos tinha essa ideia fixa na cabeça o mundo era dividido entre quem deixava sua marca
e quem simplesmente passava por ele não importava se você era rico famoso ou só mais uma pessoa comum no final das contas tudo se resumia a aquilo que você deixava para trás e para ele era inaceitável que tudo o que construiu terminasse junto com sua vida ele precisava de Algo mais algo que garantisse que o nome Santana continuaria porações era o tipo de penso que ele tinha nas noites mais solitárias sentado no sofá de couro da sua cobertura olhando para São Paulo lá fora cheia de vida enquanto ele se sentia preso em uma bolha de
silêncio ele lembrava da infância do jeito que o pai falava sobre o orgulho de ser um Santana não era só um sobrenome era quase como uma marca nós somos diferentes nós vencemos sempre seu pai dizia Só que o pai dele não teve a chance de ver o que Marcos se tornaria ele morreu cedo vítima de um infarto quando Marcos ainda estava no início da faculdade aquilo foi um choque mas também virou um combustível ele decidiu que faria o nome da famía brilhar como nunca antes e ele fez com sangue frio trabalho duro e zero espaço
para distrações mas no meio de toda essa correria ele nunca pensou que um dia estaria sentado ali questionando quem continuaria tudo isso o problema era que Marcos não tinha filhos e para ser honesto até um tempo atrás ele nunca tinha achado que isso seria um problema ele estava ocupado demais subindo na vida os casamentos que tentou foram só episódios caóticos que ele queria esquecer no final o que sobrou foi a convicção de que amor e compromisso eram armadilhas emocionais não valiam o esforço mas sem um filho tudo o que ele construiu acabaria ali com ele
e esse pensamento o incomodava mais do que qualquer outra coisa não era sobre dinheiro ou herança era sobre continuidade sobre alguém para carregar sua história Marcos começou a pensar nisso de forma prática como fazia com qualquer problema ter um filho não precisava ser complicado ele tinha dinheiro contatos recursos não precisava de um casamento nem de uma parceira para dividir a criação Só precisava de um herdeiro alguém que pudesse ensinar preparar moldar alguém que ele pudesse deixar pronto para carregar o sobrenome Santana com com o mesmo orgulho que seu pai tinha passado para ele essa ideia
foi crescendo dentro dele ele pesquisava à noite no seu celular sobre alternativas para ter filhos sem um relacionamento algumas reportagens falavam de inseminação artificial outras sobre barrigas de aluguel no início ele achou tudo meio estranho mas logo percebeu que fazia sentido Era exatamente o que ele precisava um jeito de criar uma família sem as complicações emocionais que sempre quis evitar Marcos se imaginava ensinando o filho a jogar xadrez mostrando como o mercado financeiro funcionava preparando-o para assumir a empresa no futuro aquilo parecia certo prático perfeito na sua cabeça ele já tinha um plano envolvia um
contrato Claro sem espaço para Mal entendidos ou dramas tudo seria calculado ele escolheria uma mulher que topasse participar do processo de forma objetiva alguém que entendesse que era um acordo não uma relação a ideia parecia boa no papel mas ele sabia que precisaria encontrar a pessoa certa e esse era o ponto em que ele travava como começar como garantir que tudo sairia como ele queria por alguns dias Marcos deixou a ideia de lado ele se concentrou no trabalho mas a ideia sempre voltava como uma mosca em insistente era algo que ele não conseguia ignorar cada
vez que olhava para o futuro via um grande ponto de interrogação ele sabia que estava envelhecendo ainda era jovem para os padrões de saúde e aparência mas o tempo não esperava por ninguém quanto mais adiava mais arriscava perder a chance de construir esse legado uma noite enquanto tomava um whisky na varanda do apartamento a decisão finalmente veio ele não podia mais esperar é isso vou fazer do meu jeito sem complicações sem ilusões só eu e meu futuro fil naquele momentoe sentiu algo que há muito tempo não sentia clareza parcia que finalmente ele tinha uma direção
o vazio que antes parcia engolir tudo ganhou uma rachadura não era felicidade exatamente mas um sentimento de propósito pela primeira vez em muito tempo Marcos sentiu que estava no controle de algo que realmente importava era uma tarde qualquer em São Paulo o céu estava cinza e o trânsito estava no modo padrão um caos Marcos Santana dirigia seu carro pelas ruas movimentadas da cidade indo de uma reunião para outra como fazia quase todos os dias no rádio tocava uma música instrumental qualquer algo que ele mal prestava atenção para ele o o carro era uma extensão do
escritório onde ele revisava mentalmente os compromissos e estratégias sempre concentrado no que viria a seguir mas naquela tarde algo diferente aconteceu enquanto estava parado em um semáforo perto do Parque do Ibirapuera algo chamou sua atenção uma figura se aproximava da janela do carro era uma mulher jovem Provavelmente na faixa dos 20 e Poucos Anos mas parecia desgastada como se pegasse o peso do mundo nas costas seus cabelos estavam bagunçados suas roupas eram simples e gastas e havia um brilho estranho nos olhos dela não era o tipo de brilho que vinha da Alegria mas de uma
mistura de cansaço e determinação tem algo para mim ela perguntou sua voz baixa mas firme não parecia implorar mas também não era desafiadora era como se fosse algo prático direto quase rotineiro Marcos sem tirar os olhos dela ficou em silêncio por alguns segundos ele não estava acostumado a esse tipo de abordagem geralmente evitava contato visual nessas situações mas dessa vez algo o prendeu ali talvez fosse a expressão dela ou o jeito como os olhos dela pareciam encará-lo diretamente sem vergonha ele no entanto não era o tipo de pessoa que se deixava desestabilizar por uma simples
troca de olhares com um gesto impaciente respondeu friamente saia daqui assim que o semáforo ficou verde ele acelerou deixando-a para trás por alguns minutos Marcos seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido mas conforme o tempo passava uma sensação estranha começou a incomodá-lo ele não sabia explicar porquê mas a imagem daquela mulher não saía da sua cabeça os olhos dela a maneira como falou a dignidade que parecia carregar mesmo em meio àquela situação era como se algo dentro dele tivesse sido cutucado ele tentou ignorar pensou no próximo compromisso revisou mentalmente os pontos da reunião que
teria em breve mas não funcionava quanto mais ele tentava desviar o pensamento mais forte era a lembrança daquela cena finalmente depois de dirigir por alguns quarteirões ele fez algo que nunca fazia tomou uma decisão completamente impulsiva girou o volante e deu meia volta quando chegou ao cruzamento novamente seu coração estava acelerado embora ele não admitisse nem para si mesmo lá estava ela no mesmo lugar encostada em um poste como se o tempo tivesse parado para ela dessa vez ele parou o carro no acostamento abriu a janela e falou com a mesma firmeza de antes mas
agora com um tom diferente entre sem perguntas a mulher olhou para ele desconfiada Não era todo dia que um homem de terno caro e dirigindo um Jaguar parava para falar com alguém como ela por quê ela perguntou dando um passo para trás era Claro que ela não confiava nele e Marc sabia que teria que convencê-la rapidamente ou ela simplesmente iria embora não estou aqui para te machucar nem te fazer perder tempo quero te ajudar mas do meu jeito é pegar ou largar ele respondeu Sem Rodeios a hesitação dela durou alguns segundos mas no final ela
entrou no carro talvez fosse o Tom confiante de Marcos ou talvez fosse o simples fato de que ela não tinha nada a perder assim que entrou sentou-se no banco do passageiro Mantendo as mãos próximas ao como estivesse Pronta para sair correndo a qualquer momento qual é o seu nome Marcos perguntou enquanto acelerava Clara Ela respondeu sem olhar diretamente para ele o nome ecoou na cabeça dele era simples mas carregava uma força que ele não esperava Clara não fazia ideia de quem ela era nem do que tinha passado mas por algum motivo sentiu que aquilo era
mais do que uma simples coincidência enquanto dirigia Marcos se pegou pensando em como aquela mulher que ele conhecera por acaso poderia estar prestes a mudar o curso de sua vida Marcos Santana dirigia em silêncio com Clara sentada ao seu lado olhando pela janela do Jaguar como se não acreditasse que aquilo estava realmente acontecendo era estranho na cabeça de Marcos aquilo não fazia nenhum sentido Lógico ele nunca foi o tipo de homem que agia por impulso muito menos quando se tratava de alguém que não conhecia mas por algum motivo Ele estava ali no meio de uma
situação que não tinha planejado e isso o deixava desconfortável Clara também não sabia muito bem o que pensar sua vida tinha sido cheia de incertezas e ela já tinha aprendido a não confiar em estranhos principalmente homens que surgiam do nada com Promessas de ajuda mas ao mesmo tempo havia algo na postura de Marcos que a fazia querer acreditar que aquilo poderia ser diferente ele não parecia estar com segundas intenções não havia nada no olhar dele que sugerisse algo além do que ele já tinha dito uma proposta direta e prática ela sentia que apesar de tudo
ele era honesto no que dizia você tá quieta demais Marcos disse de repente Quebrando o Silêncio tá desconfiada né Clara virou o rosto para ele sem saber como responder e não deveria estar ela retrucou cruzando os braços Marcos soltou um suspiro mas não parecia irritado Você tem razão eu também estaria no seu lugar mas vou ser direto eu tenho uma proposta para você algo que pode mudar a sua vida Clara arqueou uma sobrancelha era sempre assim propostas promessas palavras bonitas ela já tinha ouvido de tudo nas ruas e quase sempre o final era o mesmo
decepção Que tipo de proposta perguntou tentando não Soar tão cética quanto se sentia calma primeiro Vamos a um lugar tranquilo não dá para conversar direito no meio do trânsito ele acelerou um pouco mais como se quisesse deixar aquele momento desconfortável para trás o mais rápido possível pouco tempo depois eles chegaram a um café discreto longe do movimento das Avenidas principais era o tipo de lugar onde ninguém os incomodaria e Marcos sabia que Clara se sentiria mais segura ali do que em qualquer outro lugar assim que entraram ele pediu um café preto para ele e um
suco para ela sem nem perguntar se era o que ela queria Clara não protestou estava mais curiosa para saber onde aquilo iria parar sentados em uma mesa no canto ele finalmente começou a explicar eu vou ser direto porque não sou bom em rodeios ele falava de maneira firme como se estivesse apresentando um projeto de negócios era estranho e desconcertante mas ela não conseguia desviar o olhar não era todo dia que alguém te chamava para um encontro como aquele e de repente soltava algo tão Fora do Comum eu quero que tudo fique claro desde o começo
Marcos começou recostando se na cadeira ele tinha aquele ar de executivo que estava acostumado a controlar situações mas havia algo nos olhos dele que indicava uma certa vulnerabilidade mesmo que ele tentasse esconder não tô aqui para te oferecer caridade nem para bancar o bonzinho eu tenho um objetivo quero ter um filho é isso Clara cruzou os braços ainda desconfiada E você acha que eu sou o quê um catálogo ambulante de opções o Tom era mais ácido do que ela pretendia Mas quem poderia culpá-la a ideia toda parecia surreal não é isso ele respondeu sem perder
a calma eu vi uma oportunidade você precisa de uma saída certo Eu também preciso de algo é um acordo simples assim ela arqueou uma sobrancelha balançando a cabeça ainda tentando processar o que estava ouvindo Simples você tá me pedindo para carregar o seu filho como isso pode ser simples Marcos respirou fundo e apoiou os cotovelos na mesa inclinando-se para a frente não tô pedindo nada agora só quero que você ouça é só isso se no final você achar que não faz sentido seguimos caminhos diferentes mas eu acho que você vai entender que não tem nada
de complicado aqui Clara mordeu o lábio inferior ainda desconfiada mas fez um gesto com a mão para que ele continuasse se não mais nada pelo menos era Eu quero ter um filho mas não quero envolver sentimentos nisso casamento namoro drama já passei por isso e não funcionou o que eu quero é direto ao ponto um herdeiro alguém para continuar meu nome e a história que eu construí só isso e eu posso te oferecer algo que ninguém mais vai te oferecer tipo o qu Clara perguntou estreitando os olhos estabilidade um futuro dinheiro para você recomeçar a
sua vida do zero longe das ruas você escolhe o que fazer com isso não vou te controlar nem te cobrar nada além do que for combinado você carrega o bebê a gente segue as regras de um contrato e depois você tem a sua liberdade pronto a palavra contrato fez Clara dar uma risadinha nervosa então é um negócio para você uma transação certo de certa forma sim ele respondeu sem hesitar mas não se engane eu sei que é mais do que isso só não quero complicar as coisas com sentimentos ou promessas que ninguém consegue cumprir já
vi como isso termina e não quero repetir Clara ficou em silêncio por um momento não era como se ela tivesse muitas opções na vida as ruas não perdoavam ninguém e ela sabia que mais cedo ou mais tarde sua situação poderia piorar mesmo assim a ideia de carregar um filho por 9 meses para um estranho era algo que ela nunca tinha imaginado E como eu sei que você não tá tentando me enganar que isso não é algum tipo de esquema você não sabe ele respondeu encarando-a nos olhos é por isso que eu tô propondo um contrato
tudo vai ser documentado com advogados e cláusulas Claras você vai ter seus direitos garantidos nada vai ser feito sem o seu consentimento ela olhou para ele tentando entender se ele estava sendo sincero ou apenas muito bom em mentir não havia sinais de arrogância no tom dele o que era estranho Considerando o quanto ele parecia ser confiante era como se ele realmente acreditasse que estava fazendo algo justo e se eu disser que não quero ela perguntou mais para ver como ele reagiria do que porque já tinha uma resposta você pode dizer não ele respondeu recostando na
cadeira não vou te obrigar a nada mas sinceramente acho que você vai querer pensar bem porque do jeito que eu vejo essa é uma chance única para você sair dessa situação Clara Segurou o copo de suco com mais força do que precisava os dedos pressionando o vidro ele estava certo era uma oportunidade mas também era uma decisão enorme e ela sabia que se aceitasse sua vida nunca mais seria a mesma o problema era que para alguém como ela acostumada a não confiar em a ideia de fazer um acordo com um estranho rico parecia absurda quanto
ela perguntou finalmente quase sem perceber que tinha dito isso em voz alta Marcos sorriu levemente não era um sorriso de Vitória mas algo mais próximo de alívio o suficiente para você não ter que se preocupar com dinheiro pelo resto da sua vida e não só isso durante todo o processo você vai ter tudo o que precisa moradia médica qualquer coisa ela riu baixinho balançando a cabeça em descrença você faz parecer tão fácil não é fácil ele disse mais sério agora mas é simples e é isso que eu tô oferecendo simplicidade um caminho Claro Clara sabia
que ele tinha razão não era fácil mas a simplicidade daquela proposta tinha um peso que ela não podia ignorar a ali no meio de um café que cheirava a pão fresco e café moído sua vida parecia estar prestes a tomar um rumo que ela jamais tinha imaginado e de alguma forma ela sabia que nada seria como antes não importa qual fosse sua decisão Clara saiu do café com a cabeça a000 as palavras de Marcos ecoavam na sua mente como um disco Riscado uma chance de recomeçar era isso que ele tinha dito simples direto como se
a decisão fosse óbvia mas para ela nada naquela proposta era simples aliás Desde quando a vida dela tinha algo de simples ela caminhou pelas ruas de São Paulo sem um destino certo o vento frio da tarde parecia cortar sua pele mas ela nem notava o que ocupava sua mente era o peso daquilo tudo uma parte dela queria dizer sim de cara agarrar a oportunidade e sair daquela vida que já tinha tirado tanto dela mas outra parte outra parte gritava para que ela desconfiasse Afinal Por que alguém como Marcos Santana um homem claramente rico e poderoso
escolheria uma mulher como ela para algo tão importante ela olhou para o reflexo em uma vitrine enquanto passava seus cabelos estavam bagunçados a roupa gasta não era alguém que ele teria escolhido por acaso ele não a conhecia não sabia sua história e ainda assim queria confiar nela para carregar seu filho a ideia era absurda demais e ela tinha toda a razão para desconfiar Clara nunca tinha tido uma vida fácil cresceu em uma casa pequena demais para a quantidade de pessoas que viviam ali saiu cedo achando que a liberdade seria uma solução mas tudo o que
encontrou foi um mundo ainda mais duro tentou de tudo para se sustentar pequenos trabalhos bicos em até que as opções começaram a sumir as ruas eram um lugar cruel e Com o tempo ela aprendeu a endurecer o coração aprendeu a desconfiar de todos porque confiar geralmente significava ser enganada ou pior machucada agora no meio daquela proposta maluca todo aquele histórico parecia gritar dentro dela ela queria acreditar em Marcos queria acreditar que ele era sincero mas honestamente isso parecia bom demais para ser verdade e ela sabia mais do que ninguém que quando algo parecia bom demais
geralmente vinha com um preço que você não conseguia pagar enquanto andava Clara Parou em um ponto que ela costumava frequentar no centro algumas pessoas que ela conhecia de vista estavam lá mas ela não quis falar com ninguém só queria pensar sentou-se em um banco e cruzou os braos tentando se proteger do frio mas não era só o clima que a fazia se sentir desconfortável era a dúvida e se ele estivesse mentindo e se ela fosse só mais uma peça em algum esquema que ela não conseguia ver o que aconteceria depois que o bebê nascesse ele
dizia que tudo seria protegido por um contrato mas contratos não protegiam pessoas como ela Marc Santana era o tipo de homem que sempre teria a vantagem não importa o que estivesse escrito no papel por outro lado ela sabia o que aconteceria se dissesse não o amanhã seria igual ao hoje que seria igual ao ontem a mesma luta para encontrar um lugar para dormir a mesma busca por comida a mesma sensação de que o mundo não tinha mais nada para oferecer ela estava cansada disso cansada de viver uma vida que parecia não ter saída mas aceitar
a proposta também era assustador não era só o medo de que Marcos pudesse estar mentindo era o medo de falhar e se ela não conseguisse e se algo desse errado durante a gravidez ou pior e se ela se apegasse ao bebê ela não tinha experiência com maternidade mas imaginava que carregar uma vida dentro de si por n meses não era algo que você simplesmente fazia e depois esquecia como ela ia lidar com isso as dúvidas vinham como uma enchurrada uma após a outra até que Clara sentiu que sua cabeça estava prestes a explodir ela precisava
de ar precisava sair daquele turbilhão de pensamentos levantou-se do banco e começou a andar de novo sem rumo só sabia que precisava pensar e pensar muito no fundo Clara queria acreditar que poderia confiar em Marcos ele parecia ser diferente pelo menos um pouco ele não a tratava como lixo como muitas outras pessoas tratavam e ele não tinha mentido ou tentado enrolá-lo até agora isso já era mais do que ela podia dizer de muita gente Talvez ele estivesse sendo sincero talvez essa fosse mesmo a chance que ela estava esperando mas então vinha o outro lado aquele
lado desconfiado que ela tinha aprendido a ouvir e que sempre parecia certo o lado que dizia ninguém faz nada por você sem querer algo em troca ninguém ela sabia que a decisão precisava ser bem pensada não era só sobre dinir nem mesmo sobre sair das ruas era sobre sua vida seu futuro e algo que ela nunca tinha imaginado Antes ser mãe ela parou de andar e respirou fundo tentando organizar os pensamentos uma coisa era certa não podia tomar essa decisão por impulso precisava de tempo precisava entender melhor Quem era Marcos e o que ele realmente
queria e acima de tudo precisava decidir se estava POA a enfrentar tudo o que aquela escolha poderia trazer Clara olhou para o céu que começava a escurecer e soube que a noite seria longa Clara Sabia que não podia adiar aquela decisão para sempre depois de dias andando sem rumo pelas ruas revisando cada detalhe da conversa com Marcos ela percebeu que estava ficando sem tempo ou talvez sem desculpas para não decidir no fundo algo dentro dela já sabia a resposta era como se uma pequena voz dissesse vai não é fácil mas é uma chance e essa
chance mesmo com todas as dúvidas era algo que ela não podia ignorar não quando a alternativa era voltar para a mesma vida que a tinha sugado por tantos anos era fim de tarde quando Clara finalmente pegou o telefone que Marcos tinha deixado com ela no dia do café ele havia dito que ela poderia ligar quando estivesse pronta se quisesse dizer não não haveria cobrança nem insistência Mas se aceitasse as coisas começariam rápido ligar ou não ligar ela olhou para o aparelho velho por um tempo que pareceu uma eternidade até que com um suspiro profundo discou
o número do outro lado a resposta veio quase imediatamente Marcos Santana disse ele sua voz firme e controlada como sempre Clara hesitou por um momento antes de falar é a Clara eu eu decidi quero aceitar a sua proposta do outro lado da linha houve um silêncio breve como se ele estivesse processando as palavras certo ele respondeu sem surpresas Vamos marcar um encontro para discutir os próximos passos amanhã cedo no meu escritório eu mando o endereço por mensagem pode ser ela apenas concordou com um tá bom que saiu mais baixo do que ela esperava Quando desligou
sentiu uma mistura de alívio e ansiedade tinha dado o primeiro passo Mas sabia que ainda havia um longo caminho pela frente na manhã seguinte Clara chegou ao endereço que Marcos tinha enviado era um prédio imponente com vidros brilhando ao sol e um Lobby tão chique que ela quase se sentiu deslocada só de pisar ali mas ela respirou fundo e seguiu em frente fo viida por uma recepcionista que parecia ter saído de um catálogo de moda e depois de um breve aviso foi escolada até o andar de Marcos ao entrar no escritório dele Clara não pôde
deixar de notar como tudo parecia organizado demais a mesa Impecável os móveis sofisticados os quadros modernos na parede era o oposto da bagunça que sua vida tinha sido até agora e no centro disso tudo lá estava ele Marco e Santana com seu terno Impecável e um olhar sério Clara Que bom que você veio ele disse levantando-se para cumprimentá-la sua voz era calma mas carregava aquele tom autoritário que fazia parecer que ele estava sempre no controle vamos direto ao ponto ele continuou indicando que ela se sentasse tenho um contrato aqui quero que você leia com calma
e se precisar pode levar para revisar com alguém de confiança não há pressa em assinar mas quero que tudo fique claro desde o começo ele entregou a ela uma pasta cheia de papéis Clara pegou o documento e olhou para ele com cuidado mas não sabia ao certo o que procurar ela nunca tinha lidado com contratos antes havia cláusulas sobre assistência médica moradia alimentação e claro sobre a quantia que ela receberia no final tudo parecia muito bem planejado mas também frio como se fosse um simples negócio é muito dinheiro ela disse quase sem perceber que tinha
falado em voz alta é o suficiente para você recomeçar Marcos respondeu inclinando-se ligeiramente para a frente e quero garantir que você tenha tudo o que precisa durante esse processo não estou interessado em criar problemas para você Clara só quero que tudo seja o mais tranquilo possível ela o olhou nos olhos tentando encontrar Alguma pista de que ele poderia estar mentindo mas não viu nada além de determinação mesmo assim ainda sentia um peso no peito estava prestes a tomar uma decisão que mudaria sua vida inteira e isso não era algo que ela podia fazer sem pensar
tá bom ela disse Finalmente eu vou fazer isso mas só se tudo for como você disse sem surpresas sem surpresas ele repetiu assentindo nós vamos começar com os exames médicos quero que você esteja saudável antes de seguirmos para a próxima etapa nas semanas que se seguiram Clara foi apresentada a um novo mundo consultas médicas testes e exames que ela nunca teria imaginado fazer ela passou a viver em um apartamento pequeno mas confortável que Marcos tinha alugado para ela não era luxo mas era muito mais do que ela estava acostumada tinha água quente uma cama de
verdade e até uma geladeir cheia de comida era estranho no começo mas ela logo comeou a se adaptar Marcos por outro lado parecia se manter à distância a acompanhava em algumas consultas importantes e sempre perguntava se ela precisava de algo mas fora isso não havia muita interação entre os dois Clara achava que ele fazia isso de propósito como uma forma de manter tudo no campo profissional e de certa forma ela estava grata por isso era mais fácil quando não havia emoções envolvidas mas enquanto os dias passavam ela não podia evitar a sensação de que sua
vida estava mudando de um jeito que ela ainda não conseguia entender completamente cada passo que dava parecia levá-la para um caminho desconhecido e isso era ao mesmo tempo emocionante e assustador por mais que tentasse Clara sabia que depois daquele primeiro sim não havia como voltar atrás Clara e marcos agora estavam oficialmente no mesmo barco mas desde o começo Ficou claro que aqu bara por águas agitadas eles eram opostos em praticamente tudo e ISS a aparecer log nos primeiros dias de convivência mais próxima o acordo esta de pé e as regras eram Claras mas ninguém tinha
avisado que lidar um com o outro seria tão complicado Marcos tinha um jeito direto quase frio de fazer as coisas ele gostava de controle de horários de ordem cada parte do dia dele era milimetricamente calculada e ele esperava que todos ao seu redor seguissem o mesmo ritmo Clara por outro lado era uma tempestade de improviso depois de anos nas ruas ela tinha aprendido a viver sem rotina tomando decisões no calor do momento para ela seguir um plano rígido era quase como usar uma roupa apertada demais sufocante e desconfortável a primeira colisão entre eles aconteceu em
uma manhã comum Marcos chegou no apartamento de Clara para levá-la a mais uma consulta médica ele estava com o relógio no pulso e a impaciência estampada no rosto Clara a consulta é às 9 são 8:30 E você ainda nem tá pronta Ele disse cruzando os braços Clara apareceu na porta do quarto segurando uma xícara de café sem parecer nem um pouco preocupada Calma Ainda dá tempo o consultório é perto né a gente chega ele soltou um suspiro frustrado não é sobre chegar é sobre estar no horário eu não gosto de atrasos isso não é negociável
ela riu um riso leve mas que carregava uma pontinha de desafio e eu não gosto de gente mandona isso também não é negociável e foi ali que ficou Claro a convivência entre eles não seria tranquila no carro o silêncio era quase palpável Marcos dirigia com os olhos fixos na estrada claramente tentando Não explodir Clara por outro lado mexia no rádio mudando de estação a cada poucos segundos só para testar até onde ele aguentava você não gosta de música Ela perguntou fingindo inocência eu gosto de silêncio Ele respondeu seco apertando os dedos no volante bom silêncio
não é exatamente a minha praia ela retrucou finalmente parando em uma estação de samba que parecia animada demais para o gosto dele era assim o tempo todo Marcos tinha uma maneira de enxergar o mundo como Se Tudo Fosse um jogo de xadrez onde cada peça tinha seu lugar e cada movimento era calculado Clara por outro lado jogava algo mais parecido com um jogo de tabuleiro bagunçado onde as regras mudavam o tempo todo e na maioria das vezes ela inventava as próprias regras no início Marcos tentou Ignorar as diferenças para ele aquilo era apenas um contratempo
mas Clara sabia como cutucar ela não fazia de propósito pelo menos não sempre mas tinha um jeito de desmontar a fachada dele e de certa forma ela achava isso divertido ele era era tão sério tão controlador que ela sentia vontade de testar até onde ele poderia ir antes de perder o controle as diferenças também apareciam nas pequenas coisas Marcos tinha um jeito de falar que parecia mais uma reunião de negócios cada palavra era escolhida com cuidado cada frase vinha com um objetivo Clara por outro lado era espontânea falava o que vinha à cabeça e muitas
vezes isso fazia com que ele parasse e olhasse para ela como se estivesse tentando decifrar um enigma uma noite enquanto Marcos Estava explicando como funcionaria a próxima etapa do contrato com gráficos e tudo Clara interrompeu com uma pergunta Inesperada Por que você é assim tão sério o tempo todo não cansa ele parou no meio da explicação claramente pigo de surpresa assim como perguntou franzindo a testa sei lá assim robótico parece que você tem um manual de instruções interno e segue ele a risca nunca faz nada só porque dá vontade Marcos ficou em silêncio por um
momento como se estivesse tentando encontrar uma resposta eu faço o que precisa ser feito é assim que eu sempre Vivi funciona Clara Balançou a cabeça rindo baixinho funciona para você talvez mas para mim parece sufocante ele não respondeu mas a frase ficou na cabeça dele por mais tempo do que ele gostaria de admitir porque no fundo havia algo na espontaneidade de clara que o intrigava ele não entendia como alguém que tinha vivido tantas dificuldades ainda conseguia sorrir brincar e até provocar e ela por outro lado não entendia como alguém que tinha tudo podia viver como
se estivesse sempre carregando o peso do mundo nos ombros apesar das Diferenças ou talvez por causa delas algo começou a mudar não era fácil nem rápido cada um estava acostumado a um jeito de viver que não fazia sentido para o outro mas aos poucos Marcos começou a perceber que nem tudo precisava ser tão controlado e Clara mesmo sem admitir começou a valorizar a estabilidade que ele trazia para a vida dela as personalidades deles eram como dois ímã opostos se atraindo e se repelindo ao mesmo tempo mas no fundo ambos sabiam que de alguma forma precisariam
encontrar um equilíbrio Porque por mais que eles brigassem ou se desentendem uma coisa era certa estavam presos nessa jornada juntos gostando ou não os dias seguiam uma rotina cuidadosa e aos poucos Clara começava a se acostumar com o novo capítulo de sua vida havia consultas médicas regulares alimentação balanceada e até mesmo um personal trainer que Marcos contratou para ajudar com exercícios leves era estranho para ela estar em um lugar onde tudo parecia girar em torno de seu bem-estar e por mais que ainda desconfiasse de tudo aquilo ela não podia negar que era bom sentir que
pelo menos por enquanto tinha algum tipo de estabilidade Marcos era o mesmo de sempre metódico e impassível ele acompanhava Clara em quase todas as consultas mas sempre de maneira prática não havia um sorriso ou uma palavra de encorajamento ele estava lá para garantir que tudo estava saindo conforme o planejado como um gestor verificando o progresso de um projeto Clara por outro lado tentava não pensar muito no que estava acontecendo ainda era surreal para ela estar naquela situação e em muitos momentos se perguntava se aquilo era mesmo real Então chegou o dia que mudaria tudo era
uma manhã ensolarada e Clara tinha acordado mais cansada do que o normal ela já vinha sentindo um cansaço diferente nos os dias além de uma leve tontura que aparecia de vez em quando quando mencionou isso para o médico ele sugeriu um teste mais detalhado para confirmar se o procedimento tinha dado certo Marcos estava sentado ao lado dela na sala de espera da Clínica com o celular nas mãos lendo e-mails enquanto Clara mexia impacientemente no zíper de sua jaqueta o silêncio entre os dois era quase palpável mas clara como sempre não resistiu em quebrá-lo você acha
que funcionou Ela perguntou olhando para ele de canto de olho ele desviou o olhar do celular por um momento e deu de ombros os médicos disseram que as chances são altas Só precisamos esperar o resultado você fala como se estivesse esperando um relatório financeiro Clara brincou tentando aliviar a tensão é um bebê não uma planilha Marcos não respondeu de imediato mas havia uma leve contação em seus lábios como se ele estivesse segurando um comentário eu prefiro não criar expectativas até ter certeza é assim que eu lido com as coisas Clara revirou os olhos Claro que
sim tudo tem que ser controlado né antes que ele pudesse responder a enfermeira apareceu na porta e chamou pelo nome de Clara os dois se levantaram e Marcos a seguiu até o consultório o médico um homem de meia idade com um sorriso gentil já estava esperando com os resultados bem Eu Tenho boas notícias ele começou olhando para Clara e depois para Marcos Parabéns o procedimento foi bem sucedido você está grávida por um momento o tempo pareceu parar Clara piscou algumas vezes tentando processar o que tinha acabado de ouvir grávida era oficial algo que até pouco
tempo atrás parecia tão distante agora era uma realidade ela olhou para o médico depois para Marcos e viu que ele também estava quieto absorvendo a informação grávida ela repetiu quase como se precisasse ouvir a palavra de novo para acreditar sim o médico Confirmou com um sorriso ainda é cedo mas tudo indica que a gravidez está indo bem vamos continuar monitorando para garantir que tudo corra tranquilo AP apesar de a gravidez ter ocorrido por inseminação artificial naquele momento Clara se sentiu mais próxima de Marcos mesmo que não quisesse admitir ela se recostou na cadeira sentindo um
turbilhão de emoções ao mesmo tempo não sabia se estava feliz assustada ou simplesmente confusa era como se a ficha ainda não tivesse caído completamente ela colocou a mão sobre o abdômen quase sem pensar tentando se conectar com o que estava acontecendo dentro dela Marcos por outro lado permaneceu sentado com o olhar fixo no médico e os próximos passos ele perguntou sem qualquer emoção na voz vamos agendar novas consultas e exames regulares para acompanhar o desenvolvimento respondeu o médico ainda sorrindo Mas por enquanto tudo parece estar dentro do esperado no caminho de volta o silêncio no
carro era diferente dessa vez Clara olhava pela janela perdida em pensamentos enquanto Marcos dirigia com a mesma expressão séria de sempre mas algo no ar tinha mudado a notícia da gravidez Parecia ter colocado uma tensão diferente entre os dois não era ruim mas também não era exatamente confortável você tá bem Marcos perguntou finalmente Quebrando o Silêncio Clara virou o rosto para ele surpresa com a pergunta não era comum ele demonstrar preocupação de maneira tão direta tô quer dizer Acho que sim é muita coisa para processar sabe ele assentiu mantendo os olhos na estrada sim eu
entendo você não parece tão animado ela disse sem pensar mas logo se arrependeu quer dizer eu sei que você não é do tipo que sai pulando de alegria mas sei lá Achei que você reagiria diferente soltou um suspiro como esse tentando encontrar as palavras certas não é isso Clara é só que isso é importante para mim muito importante e eu quero ter certeza de que tudo vai dar certo ah sim o bom e velho controle total né ela respondeu com um sorriso meio irônico ele não respondeu mas havia algo em sua expressão que a fez
perceber que por trás daquela fachada de controle talvez houvesse algo mais Talvez ele também estivesse se lidando com emoções que não sabia como expressar e de certa forma isso a deixou menos desconfortável Clara sabia que a partir daquele momento tudo seria diferente não era mais só sobre ela ou sobre Marcos agora havia Outra Vida envolvida algo maior do que qualquer um deles poderia prever e por mais que a jornada ainda estivesse no começo ela sentia no fundo que essa era a parte que mudaria tudo os dias que se seguiram a confirmação da gravidez trouxeram uma
mudança silenciosa mais profunda na dinâmica entre Clara e Marcos não foi algo que eles planejaram ou sequer reconheceram de imediato era como se aos poucos as barreiras que mantinham entre si começassem a rachar permitindo que pequenas faíscas de humanidade passassem por entre elas tudo começou de forma Sutil depois da Notícia Marcos passou a visitar Clara com mais frequência ele alegava que era para garantir que ela estivesse seguindo todas as recomendações médicas mas Clara sentia que havia algo mais ele não parecia tão rígido quanto antes e Em algumas ocasiões até tentava puxar conversas sobre coisas que
não estavam no contrato era estranho vê-lo tentar se soltar mas também era um alívio por mais que ela não admitisse era cansativo lidar com alguém que parecia uma máquina uma dessas visitas aconteceu em uma tarde chuvosa Clara estava de moletom enrolada em um cobertor no sofá do apartamento ela estava assistindo a um programa de culinária na TV algo que sempre a distraía Quando a campainha tocou ela bufou levantando-se com preguiça quem é que aparece sem avisar numa chuva dessas ela murmurou antes de abrir a porta e dar de cara com Marcos segurando uma sacola de
supermercado você não atendeu o telefone fiquei preocupado ele disse entrando sem esperar por convite Clara riu fechando a porta Marcos eu só tava cochilando Relaxa eu não vou sumir do nada bom saber ele respondeu colocando a sacola na bancada da cozinha trouxe algumas coisas Achei que você pudesse estar sem vontade de sair no meio da chuva ela olhou para a sacola com curiosidade havia frutas suco e até algumas guloseimas que ela tinha mencionado casualmente Durante uma conversa semanas atrás Clara ficou surpresa mas não quis demonstrar parece que alguém tá tentando ganhar pontos de brownie ela
brincou não é isso ele respondeu sério mas com um leve sorriso Eu só achei que seria útil por um momento Clara não soube o que dizer ela não estava acostumada a esse tipo de gesto não era o dinheiro ou os luos que ele podia oferecer era o fato de que ele tinha se lembrado do que ela gostava e Se importado o suficiente para trazer ergo pequeno mas para ela tinha um peso enme com o tempo essas interações comearam a se repetir Marcos aparecia com frequência sempre com alguma desculpa prática um dia era para revisar os
relatórios médicos no outro para checar se o apartamento estava em ordem mas gradualmente essas visitas começaram a se transformar em conversas conversas de verdade uma noite Clara estava sentada no sofá com um balde de pipoca assistindo a um filme Quando Marcos apareceu de novo ele estava claramente exausto o terno um pouco amassado e a gravata meio torta dia difícil ela perguntou sem desviar os olhos da tela Como sempre ele respondeu sentando-se no outro canto do sofá sem ser convidado o que você tá vendo Um clássico ela disse apontando para a tela de Volta Para o
Futuro Não me diga que você nunca viu já vi mas faz tempo ele respondeu tirando a gravata e jogando-a de lado era um dos meus filmes favoritos quando eu era mais jovem Clara sorriu surpresa Então você gosta de algo além de de planilhas e gráficos Isso é novidade Marcos revirou os olhos mas havia um brilho de humor ali muito engraçada mas sim eu gostava meu pai costumava colocar esse filme pra gente assistir juntos ela notou a mudança no tom dele quando mencionou o pai era raro Marcos falar sobre sua vida pessoal e Clara Aproveitou a
deixa ele parecia ser um cara legal era Marcos respondeu com um leve sorriso ele acreditava muito em legado talvez por isso eu leve isso tão a sério Clara ficou em silêncio por um momento sentindo que ele estava se abrindo de um jeito que nunca tinha feito antes não era comum ver esse lado dele e ela não queria estragar o momento em vez disso apenas deu um leve empurrão no balde de pipoca na direção dele quer ele pegou um punhado e pela primeira vez desde que se conheceram os dois ficaram sentados juntos assistindo ao filme em
silêncio confortável Não havia tensões não havia contratos apenas duas pessoas dividindo um momento simples as semanas passaram e a relação deles continuou mudando não era algo que eles discutiam ou sequer reconheciam abertamente mas havia gestos e momentos que diziam mais do que palavras poderiam Marcos começou a trazer livros sobre maternidade e cuidar de bebês dizendo que Clara poderia achar útil ela por sua vez começou a perguntar sobre o trabalho dele genuinamente curiosa sobre o mundo corporativo que parecia tão distante da realidade dela um dia durante uma consulta médica o médico sugeriu que Clara começasse a
se preparar para ouvir os batimentos cardíacos do bebê quando o som saiu pela máquina algo estranho aconteceu Clara olhou para Marcos e ele estava com os olhos fixos no monitor completamente imóvel pela primeira vez ela viu algo no rosto dele que não era controle ou frieza era emoção verdadeira crua e incontestável é incrível né ela disse tentando esconder a própria emoção Marcos Apenas assentiu sem desviar os olhos da tela é muito sem que percebessem algo maior estava se formando entre os dois não era amizade exatamente e muito menos algo romântico era uma conexão uma compreensão
mútua que surgia devagar construída em pequenos momentos e gestos inesperados e embora nenhum deles estivesse pronto para admitir aquela conexão estava mudando tudo era um dia comum de consulta médica ou pelo menos era o que Clara pensava ela já estava se acostumando ao ambiente da Clínica as cadeiras confortáveis o som discreto da música de fundo e os médicos sempre tão educados e pacientes para Marcos por outro lado tudo parecia parte de uma rotina bem planejada ele chegava esperava em silêncio acompanhava Clara e fazia perguntas pontuais ao médico sempre o mesmo padrão a mesma calma controlada
Naquela tarde Clara se sentou na cadeira da sala de ultrassom enquanto o médico preparava o equipamento Marcos como sempre estava ao lado com os braços cruzados e a postura Impecável observando tudo como se fosse uma reunião importante Clara tentando aliviar a atenção olhou para ele e soltou você podia relaxar um pouco sabia não é como se eu fosse dar a luz agora eu tô relaxado Ele respondeu seco sem tirar os olhos do monitor Ah claro você parece super descontraído ela ironizou revirando os olhos o médico riu baixinho enquanto ajustava o gel no equipamento vocês dois
formam uma boa dupla comentou e Clara imediatamente gargalhou Marcos apenas franziu o senho claramente sem entender a piada tá vendo Doutor só eu entendo o humor dele Clara brincou enquanto o médico começava o exame o ultrassom começou como todos os outros um silêncio breve enquanto o médico se concentrava no monitor Clara estava acostumada a ouvir as explicações técnicas sobre o progresso da gravidez Mas desta vez algo na expressão do médico a deixou Alerta ele franziu a testa inclinou-se para mais perto da tela e moveu o transdutor pelo abdômen dela com um pouco mais de cuidado
o que foi algum problema Clara perguntou sentindo o coração acelerar Marcos imediatamente se endireitou na cadeira sua postura ficando ainda mais rígida está tudo bem ele questionou seu Tom sério e preocupado o médico olhou para os dois com um sorriso que era metade divertido e metade surpreso tudo está mais do que bem só me deem um minuto O silêncio que seguiu foi quase insuportável Clara olhava para o monitor mas não conseguia entender nada do que estava vendo tudo Parecia um borrão cinza com algumas formas indefinidas finalmente o médico virou-se para eles e disse eu tenho
uma novidade parece que não temos apenas um bebê aqui temos três Clara arregalou os olhos três tipo trigêmeos Marcos piscou algumas vezes como se estivesse tentando absorver a informação trigêmeos ele repetiu a palavra soando quase estranha em sua boca o médico Confirmou com um aceno sim é raro Mas acontece especialmente em casos de fertilização assistida todos estão saudáveis e se desenvolvendo bem Vocês vão ter três bebês Clara soltou uma risada nervosa trigêmeos três meu Deus Doutor Você tem certeza de que esse aparelho tá funcionando direito o médico riu tenho certeza Clara e posso mostrar cada
um um deles aqui na tela se quiser ele começou a apontar para o monitor explicando onde cada bebê estava e mostrando como todos tinham seus próprios batimentos cardíacos mas Clara mal conseguia prestar atenção sua mente estava correndo em círculos tentando processar a ideia de que em vez de um bebê agora seriam três isso não estava no contrato ela murmurou para si mesma Mas Marcos ouviu ele soltou um suspiro profundo e passou a mão pelo rosto Não realmente não estava o que surpreendeu Clara foi o Tom dele não havia irritação ou frustração apenas um tipo de
cansaço resignado como se ele já tivesse aceitado a ideia antes mesmo de terminar de processá-la você tá bem Ela perguntou olhando para ele eu não sei ele respondeu honestamente algo raro para Marcos Isso muda muita coisa Clara concordou é você não tá sozinho nessa Eu também tô tentando entender como vou carregar três de uma vez acho que vou precisar de um segundo estômago apesar do nervosismo a brincadeira arrancou um sorriso fraco de Marcos e foi nesse momento que Clara percebeu que por mais estranho que fosse eles estavam começando a se apoiar um no outro a
ideia de trigêmeos era assustadora mas de alguma forma não parecia tão impossível o caminho de volta para o apartamento foi tranquilo mas carregado de reflexões silenciosas Clara olhava pela janela tentando imaginar como seria a vida com três bebês ela já estava nervosa com a ideia de um só e agora três isso era quase uma piada cósmica ao mesmo tempo uma parte dela sentia uma pequena fagulha de empolgação era loucura sim mas também era algo incrível Três Vidas est crescendo dentro dela Marcos por outro lado dirigia em silêncio com as mãos firmes no volante ele era
um homem que gostava de controlar tudo de prever cada cenário possível mas trigêmeos isso era algo que ele não tinha planejado mesmo assim enquanto dirigia ele sentiu algo que não conseguia explicar não era medo nem frustração era algo mais profundo talvez fosse o começo de um senso de responsabilidade que ele nunca tinha experimentado antes quando chegaram ao apartamento de Clara Ele desligou o carro e virou-se para ela se precisar de alguma coisa qualquer coisa me avisa Clara olhou para ele surpresa com o Tom Genuíno de preocupação Tá bom mas você também tá sei que você
é o cara do eu resolvo tudo sozinho mas agora a gente tá no mesmo barco respondeu imediatamente Mas depois deu um leve aceno era o mais próximo que ele chegaria de admitir que ela tinha razão enquanto Clara subia para o apartamento uma coisa era certa a notícia dos trigêmeos tinha virado tudo de cabeça para baixo mas de alguma forma ela sabia que eles encontrariam um jeito de lidar com isso afinal não tinham outra escolha a descoberta dos trigêmeos mudou tudo para Clara no começo ela ficou apavorada era difícil se imaginar lidando com três bebês de
uma vez Principalmente quando nem planejava ser mãe para começar por semanas o medo dominou seus pensamentos como seu corpo ia aguentar o que aconteceria depois que eles nascessem Será que ela seria capaz de fazer isso as perguntas vinham em um fluxo constante e parecia que a cada resposta outras surgiam para tomar o lugar mas conforme o tempo passava e a gravidez avançava algo Começou a Mudar era Sutil no começo como um leve calor que surgia do fundo do peito ela notava isso em pequenos momentos como quando sentia os primeiros movimentos dentro de sua barriga no
início era apenas uma sensação esquisita quase como borboletas batendo asas mas conforme os meses avançaram os chutes e empurrões ficaram mais e Clara começou a se conectar com aqueles pequenos seres que ela ainda nem conhecia uma tarde enquanto estava deitada no sofá Clara colocou as mãos sobre o abdômen que agora estava visivelmente maior de repente sentiu um chute mais forte do que o normal era algo diferente como se um dos bebês estivesse tentando chamar sua atenção instintivamente ela sorriu calma aí pequeno já entendi o recado murmurou sem perceber que estava falando sozinha foi naquele momento
que ela percebeu havia algo crescendo dentro dela que era muito mais do que apenas fisicamente era uma conexão emocional algo que ela não tinha planejado nem pedido mas que estava lá firme e forte Clara sempre tinha sido uma sobrevivente alguém que vivia um dia de cada vez sem Se permitir sonhar muito alto mas agora pela primeira vez em anos ela sentia que estava Vivendo por algo maior do que ela mesma o dia em que ouviu os batimentos cardíacos dos três de uma vez foi outro ponto de virada estava deitada na maca com Marcos sentado ao
lado dela o médico ajustou o equipamento e de repente o som preencheu a sala bum bum bum bum bum bum três pequenos corações batendo em ritmos ligeiramente diferentes mas igualmente vivos Clara olhou para o monitor seus olhos se enchendo de lágrimas não era tristeza Nem medo mas um tipo de emoção que ela nunca tinha sentido antes era como se ela estivesse olhando para o começo de algo mágico algo que ia mudar sua vida para sempre Marcos que raramente mostrava emoção também ficou visivelmente tocado Ele não disse nada mas o jeito como Ele olhou para a
tela com um misto de admiração e sur disse tudo naquele momento Clara percebeu que por mais diferente que fosse a maneira como Cada um lidava com a situação os dois estavam conectados por esses três pequenos milagres com o passar dos meses Clara começou a se preparar para a chegada dos bebês de um jeito que ela nunca tinha imaginado o apartamento que Marcos tinha alugado para ela começou a se transformar antes era um lugar funcional mas sem alma a agora Clara se via escolhendo coisas como roupinhas mantas e até mesmo brinquedos ela passava horas pesquisando em
seu celular tentando entender tudo o que poderia sobre cuidados com recém-nascidos Marcos percebeu essa mudança nela e em vez de intervir como fazia no início começou a dar espaço ele aparecia menos frequentemente mas quando vinha trazia coisas que sabia que ela ia precisar uma vez chegou com um conjunto de móveis para montar o bário Clara o observou enquanto ele lutava para entender o manual de instruções e não conseguiu segurar a risada Você devia ser ótimo em montar coisas na sua infância né ela provocou minha infância foi um pouco diferente Ele respondeu sem tirar os olhos
do manual mas acho que vou sobreviver Clara se aproximou e começou a ajudar não era algo Grande mas o momento que compartilharam montando aquele berço rindo dos erros e comemorando quando finalmente conseguiram encaixar as peças ficou marcado na memória dela era a prova de que as coisas estavam mudando mesmo que aos poucos o maior despertar no entanto veio quando Clara percebeu que sua visão de si mesma estava mudando antes ela se via como alguém à margem da sociedade sobrevivendo como podia sem grandes ambições ou expectativas Mas agora ela se via como algo mais uma mãe
não importava se o plano original era apenas carregar os filhos de Marcos por meses e seguir em frente agora havia um instinto dentro dela que ela não podia ignorar ela comeou a falar com os bebês mesmo sabendo que eles não podiam responder tá confortável aí dentro ou você estão me ouvindo Espero que sim às vezes era uma conversa unilateral sobre coisas do dia a dia como o que ela tinha comido ou o quanto a gravidez estava mexendo com ela outras vezes eram confissões mais profundas sobre seus medos e esperanças uma noite enquanto estava sentada sozinha
no berçário que ainda estava sendo montado Clara segurou uma das roupinhas que tinha comprado e começou a chorar não era tristeza mas um tipo de alívio pela primeira vez em muito tempo ela sentia que estava no lugar certo e pela primeira vez ela não estava fugindo de algo estava indo em direção a algo que realmente importava os trigêmeos ainda não tinham chegado mas já estavam mudando quem ela era Clara a mulher que tinha passado por tantas dificuldades e se fechado para o mundo estava começando a se abrir e ao fazer isso ela encontrou algo que
nunca esperou força Marcos Santana sempre se orgulhou de ser um homem de decisões rápidas e Claras ele fazia isso diariamente no mundo dos negócios pesava os riscos analisava os números e escolhia o caminho mais eficiente era simples e por muito tempo Ele acreditou que poderia aplicar essa lógica em todos os aspectos da sua vida incluindo a ideia de ter um filho mas agora com Clara grávida de trigêmeos e o vínculo entre eles crescendo Marcos estava percebendo que nem tudo na vida podia ser controlado era um dilema que ele não tinha previsto porque para começar não
achava que haveria dilema algum na cabeça dele tudo seria prático Clara teria os bebês ele cuidaria do Futuro deles e ela seguiria em frente livre para viver sua vida mas com o passar do tempo Marcos começou a perceber que nada disso era tão simples quanto parecia e o que tornava tudo mais complicado não eram os três bebês que estavam por vir mas o jeito como Clara tinha mudado a forma como ele enxergava o mundo naquela noite Marcos estava em sua cobertura sentado na enorme sala de estar com um copo de Whisky na mão a cidade
brilhava através das janelas de vidro mas ele mal notava tudo o que ele conseguia pensar era em como as coisas tinham saído do roteiro que ele tinha imaginado Clara os trigêmeos as emoções que ele vinha tentando ignorar tudo isso pesava na sua mente como nunca antes ele tentou se concentrar no trabalho como sempre fazia quando queria fugir de algo abriu o laptop olhou para alguns relatórios financeiros mas as palavras na tela pareciam embaralhadas fechando o computador com um suspiro irritado apoiou a cabeça nas mãos pela primeira vez em muito tempo sentia que não tinha o
controle de uma situação e isso o assustava Clara era parte disso desde o começo ele sabia que ela era diferente ela não era como as pessoas que ele estava acostumado a lar aquelas que diziam o que ele queria ouvir ou seguiam suas ordens Sem questionar Clara o desafiava provocava fazia perguntas que ele nunca se permitia pensar ela não tinha medo de confrontá-lo mas também não tinha medo de mostrar vulnerabilidade era algo que ele respeitava embora raramente admitisse E então havia os trigêmeos antes a ideia de ter um filho era algo prático quase simbólico ele queria
um herdeiro alguém para continuar o legado da família mas agora que eram três e que ele podia ouvir os batimentos cardíacos deles Marcos percebeu que estava começando a se importar de um jeito que nunca imaginou ser possível não era mais sobre um nome ou um legado era sobre vidas reais que dependiam dele sobre ser pai alguns dias depois Marcos decidiu visitar Clara no apartamento ele estava carregando uma sacola com frutas frescas e alguns livros que achou que poderiam ajudá-la durante a gravidez quando chegou Clara estava sentada no sofá mexendo em um cobertor que estava tricotando
ele ficou surpreso você tá tricotando ela olhou para ele e Sorriu Tô tentando né É para eles não sei se vai ficar bom mas pelo menos tô me esforçando Marcos colocou a sacola na bancada e se sentou na poltrona ao lado dela você tá levando isso muito a sério né E você não Clara perguntou levantando as sobrancelhas quer dizer isso é enorme Marcos três bebês não dá para fingir que é só mais uma tarefa na sua lista de afazeres ele ficou em silêncio por um momento eu sei é por isso que eu tô aqui acho
que acho que preciso entender melhor o que eu tô sentindo e o que você tá sentindo Ela perguntou sem tirar os olhos do tricô é complicado Ele respondeu apoiando os cotovelos nos joelhos Eu sempre pensei que seria uma coisa prática ter um filho cuidar dele preparar para o futuro mas agora com tudo isso os trigêmeos você é diferente Clara parou o que estava fazendo e olhou para ele diferente como Marcos suspirou eu me importo mais do que achei que fosse não só com eles mas com tudo isso com você e isso me assusta ela ficou
surpresa com a honestidade dele não era comum ouvir Marcos falar assim mas ao mesmo tempo ela podia ver que ele estava lutando para entender o que sentia é normal ter medo Marcos isso aqui é grande mas ter medo não significa que você não pode lidar com issoo conva Marcos começou a questionar tudo o que significava ser pai ele seria capaz de amar esses bebês como eles mereciam e quanto a clara ela fazia parte desse futuro ou ele continuaria fingindo que tudo era apenas um acordo essas perguntas o perseguiam e pela primeira vez ele não tinha
as respostas certa noite enquanto caminhava pela cidade para clarear a mente ele passou por um parque onde um pai brincava com os filhos as risadas das Crianças ecoaram pelo ar e Marcos parou por um momento para observar ele tentou se imaginar naquela situação jogando bola contando histórias sendo alguém em quem os filhos pudessem confiar a ideia parecia tão distante tão fora da sua zona de conforto mas ao mesmo tempo ele sentiu um calor estranho no peito era um sentimento novo algo que ele não conseguia nomear mas que sabia ser importante Marcos percebeu que pela primeira
vez ele estava enfrentando algo que não podia simplesmente controlar ou planejar era um dilema real algo que exigia mais do que lógica ou estratégias e por mais assustador que fosse ele sabia que precisava encarar isso de frente não por ele mas pelos trigêmeos e talvez por Clara também a rotina de clara e Marcos estava começando a encontrar um ritmo apesar de tudo a as consultas os preparativos as conversas que os dois nunca admitiria serem importantes tudo fazia parte de um equilíbrio estranho mas funcional Então Rafael Brandão apareceu e foi como se alguém tivesse sacudido o
tabuleiro derrubando todas as peças Rafael era advogado e amigo antigo de Marcos alguém que ele conhecia desde os tempos da faculdade diferente de Marcos que carregava uma postura rígida e profissional em quase todos os momentos Rafael tinha uma leveza natural ele era o tipo de pessoa que conseguia transformar qualquer sala em um lugar mais descontraído só com sua presença alto cabelos castanhos bem cortados e sorriso fácil Rafael era um contraste gritante com a seriedade de Marcos a primeira vez que Clara conheceu Rafael foi em uma manhã que parecia como qualquer outra ela estava no apartamento
ajustando os móveis do bário quando ouviu a campainha pensando que era Marcos abriu a porta sem perguntar mas para sua surpresa deu de cara com um homem que ela nunca tinha visto antes você deve ser a famosa Clara ele disse estendendo a mão com um sorriso caloroso sou Rafael um amigo de longa data do Marcos Clara hesitou por um momento antes de apertar a mão dele Ah claro entra o Marcos não tá aqui mas ele deve chegar em breve ótimo assim eu tenho a chance de conhecer você primeiro Rafael respondeu entrando no apartamento como se
fosse um velho amigo não alguém que acabara de ser apresentado Ele olhou ao redor observando os detalhes com interesse Genuíno você fez um ótimo trabalho aqui tá ficando aconchegante Clara deu um meio sorriso Ainda tentando entender quem exatamente era Rafael ele parecia completamente do que ela esperava de alguém que fosse amigo de Marcos havia algo desarmante nele uma energia que fazia com que ela se sentisse a vontade mesmo sem conhecê-lo quando Marcos chegou encontrou Rafael e Clara rindo na cozinha ela estava contando uma de suas histórias das ruas algo sobre um cachorro de rua que
a seguia por dias e Rafael estava completamente envolvido rindo como se estivesse ouvindo a melhor piada do mundo vejo que vocês já se Marcos disse sua voz carregando aquele tom neutro que ele usava quando estava tentando esconder desconforto sim e deixa eu te dizer Marcos você não me avisou que a Clara é tão divertida Rafael respondeu ainda rindo ele pegou uma xícara de café e entregou para Clara antes de continuar você é péssimo em apresentar pessoas sabia Clara riu mas percebeu aão no rosto de Marcos ele ele não é muito do tipo social né acho
que você já deve saber disso Rafael se inclinou na bancada da cozinha cruzando os braços Ah eu sei bem Marcos é uma Fortaleza mas eu sempre consigo dar um jeito de entrar nos dias seguintes Rafael passou a aparecer mais vezes ele dizia que estava ajudando Marcos a revisar alguns detalhes do contrato e dos direitos legais relacionados aos trigêmeos mas parecia claro que havia algo mais ele fazia questão de incluir Clara nas conversas sempre perguntando o que ela achava ou como se sentia em relação às decisões diferente de Marcos que tratava tudo de forma prática Rafael
parecia realmente interessado em ouvir o que ela tinha a dizer Clara começou a gostar da presença dele Rafael era gentil engraçado e acima de tudo fazia com que ela se sentisse Vista ele não olhava para ela como alguém que estava lá apenas para cumprir um papel no plano de Marcos ele a tratava como uma pessoa com histórias opiniões e sentimentos que importavam isso a tocava mais do que ela estava disposta a admitir mas a presença de Rafael também criou uma tensão palpável entre ele e Marcos não era algo explícito mas Clara podia sentir nos olhares
que eles trocavam e nos silêncios carregados que surgiam durante algumas conversas havia algo ali uma história ou um conflito que não era dito emz voz alta mas que Clara sabia que estava a espreita uma noite Rafael apareceu no apartamento com uma garrafa de vinho para ele claro já que Clara não podia beber e um sorriso que parecia maior do que o normal eu trouxe algo para animar a noite ele disse colocando a garrafa na mesa e antes que você diga qualquer coisa Marcos eu sei que você não gosta de surpresas Mas relaxa Isso vai ser
divertido Clara não conseguiu segurar a risada Marcos relaxar boa sorte com isso Marcos lançou um olhar para Rafael claramente irritado isso não é uma festa Rafael Ah mas deveria ser Rafael respondeu sem se abalar vocês vão ter três bebês isso merece uma celebração não acha a tensão entre os dois era óbvia mas Clara Decidiu não se envolver em vez disso ela observou curiosa enquanto Rafael conseguia fazer com que até mesmo o r do Marcos participasse de uma conversa mais descontraída era algo raro e ela sabia disso com o passar das semanas Ficou claro que Rafael
estava se aproximando de Clara de uma forma que Marcos não esperava e talvez nem aprovasse Rafael fazia questão de incluí-la em tudo de ouvir suas histórias e de mostrar que ela tinha um lugar importante naquele processo e sem perceber Clara começou a se sentir dividida por um lado havia Marcos com seu jeito sério e controlador mas também com um senso de responsabilidade que ela respeitava por outro havia Rafael que fazia com que ela se sentisse especial como se fosse mais do que apenas a mãe dos bebês o que Clara não sabia era que enquanto ela
tentava Entender seus próprios sentimentos Marcos estava lidando com algo que ele não estava preparado para enfrentar ciúmes ele nunca tinha planejado se importar tanto com clara e muito menos lidar com a ideia de perdê-la para outra pessoa especialmente alguém como Rafael as coisas começaram a ficar complicadas no momento em que Rafael Brandão Decidiu não esconder mais o interesse por Clara no início seus elogios pareciam simples gentilezas aqueles comentários que qualquer amigo faria para deixar o clima mais leve mas com o tempo as intenções dele começaram a ficar Claras Claras o suficiente para que até mesmo
Clara que não era exatamente experiente em assuntos de amor notasse Rafael um jeito que fazia qualquer um se sentir especial ele era atencioso engraçado e o oposto de Marcos em quase todos os sentidos onde Marcos era reservado Rafael era caloroso onde Marcos falava com cautela Rafael era espontâneo para Clara isso era novo ninguém havia olhado para ela com tanto interesse antes muito menos alguém como Rafael charmoso confiante E aparentemente no hino mas essa tensão começou a causar um desconforto crescente em Marcos ele não dizia nada abertamente mas sua expressão endurecia toda vez que via Rafael
e Clara rindo juntos era como se algo dentro dele Estivesse se movendo algo que ele não sabia como lidar Marcos sempre se viu como um homem prático mas a ideia de que Clara pudesse estar se aproximando de outro homem o atingia de um jeito que nenhuma transação ou contrato poderia explicar uma tarde enquanto Clara estava sentada no sofá terminando de tricotar o que ela chamava de o cobertor mais torto do mundo Rafael apareceu com um presente ele troue uma sacola com um conjunto de roupas de bebê três para ser mais específico Cada uma com frases
engraçadas escritas chefe número 1 chefe número do e chefe número 3 Clara caiu na risada assim que viu iso é hilário ela disse segurando as roupinhas contra o peito Eu amo Rafael se sentou ao lado dela no sofá sorrindo achei que precisava dar um toque de humor para Balancear a seriedade que tem aqui de vez em quando antes que Clara pudesse responder a porta do apartamento se abriu e Marcos entrou ele parou no meio do caminho observando a cena Clara e Rafael rindo no sofá as roupinhas espalhadas na mesa de centro seu olhar rapidamente passou
do leve para o tenso o que tá acontecendo aqui ele perguntou tentando manter a voz neutra mas falhando miseravelmente Relaxa Marcos Rafael respondeu com seu tom habitual de despreocupação Eu só trouxe um presente para Clara nada demais você parece ter muito tempo livre para ficar trazendo presentes Marcos retrucou fechando a porta com mais força do que o necessário Clara sentiu a tensão no ar e tentou aliviar a situação são só umas roupinhas de bebê Marcos nada que vá quebrar o contrato ela disse isso com humor mas o comentário não caiu bem em Marcos ele apenas
Balançou a cabeça e foi para a cozinha ignorando o convite de Rafael para se juntar a eles mais tarde naquela noite quando Rafael já tinha ido embora Clara confrontou Marcos o que tá pegando você tem ficado mais Sei lá estranho sempre que ele aparece eu não tô estranho Marcos respondeu desv o olhar ele estava sentado na poltrona da sala claramente incomodado tá sim toda vez que o Rafael tá aqui você fica com essa cara de quem acabou de perder um negócio importante o que tá rolando Marcos ficou em silêncio por alguns segundos antes de finalmente
responder ele não precisava estar tão envolvido ele é seu amigo Marcos ele tá tentando ajudar e para ser honesta ele tem sido um bom apoio para mim não vejo problema nisso esse é o problema Clara ele disse sua voz ficando mais firme eu não acho que ele tá aqui só para ajudar e você sabe disso ela piscou surpresa com a declaração e daí ele tem sido Gentil comigo coisa que você raramente É Isso incomoda você sim incomoda ele admitiu olhando diretamente para ela porque por mais que eu tenha tentado manter isso tudo profissional não dá
mais para ignorar eu me importo com você Clara mais do que eu deveria a confissão pegou Clara de surpresa Marcos nunca tinha falado sobre seus sentimentos antes ele sempre foi o homem do controle do contrato da lógica e agora ali ele estava admitindo algo que ia contra tudo isso Marcos eu ela começou mas ele levantou a mão para interrompê-la não precisa dizer nada agora ele disse levantando-se da poltrona só queria que você soubesse Clara ficou acordada por horas naquela noite pensando na confissão de Marcos e no comportamento de Rafael ela não sabia o que fazer
com tudo isso por um lado Rafael a fazia sentir-se especial algo que ela não experimentava há muito tempo ou talvez nunca Mas por outro lado havia Marcos que apesar de todos os deit tinha sido uma constante em sua vida desde o início dessa jornada ela não sabia o que sentia tudo o que sabia era que a situação tinha saído do controle o que antes era um simples contrato agora era algo muito mais complicado e enquanto os trigêmeos continuavam crescendo dentro dela Clara sabia que de uma forma ou de outra teria que fazer uma escolha Marcos
Santana estava no limite ele sempre foi bom em manter as coisas tanto nos negócios quanto na vida pessoal mas Rafael Brandão estava testando todos os limites que ele tinha não era só a presença constante do amigo que parecia aparecer sempre nos momentos mais inoportunos era a maneira como Rafael agia com Clara os sorrisos as conversas fáceis o jeito natural de fazer com que ela risse aquilo estava começando a corroer Marcos por dentro porque eu fazia sentir algo que ele não queria admitir ciúmes tudo chegou ao Ápice em uma tarde Clara tinha mencionado que Rafael a
levaria para comprar algumas coisas para os bebês Marcos não sabia explicar por aquilo o incomodou tanto mas sabia que não conseguia ignorar então quando Rafael apareceu para buscar Clara Marcos já estava esperando ele tinha uma expressão séria e seus olhos deixavam Claro que não estava para brincadeiras podemos conversar Marcos disse antes que Clara tivesse a chance de abrir a porta para sair ele não esperou pela resposta e fez um gesto com a cabeça para Rafael segui-lo até varanda Rafael arqueou uma sobrancelha intrigado mas concordou claro o que tá pegando cara assim que os dois estavam
sozinhos Marcos fechou a porta de vidro e virou-se para Rafael o que você acha que tá fazendo Rafael cruzou os braços sem perder o sorriso não sei do que você tá falando Marcos Seja mais específico você sabe exatamente do que eu tô falando Marcos retrucou sua voz baixa mas carregada de tensão você tá aqui com muita frequência e o jeito que você age com a clara não é só ajuda é mais do que isso o sorriso de Rafael diminuiu mas não desapareceu completamente ele inclinou a cabeça para o lado como se estivesse avaliando a situação
tá com ciúmes é isso Marcos hesitou por um momento mas não desviou o olhar isso não é sobre mim é sobre você a Clara tá passando por muita coisa agora e o que ela menos precisa é de alguém se aproveitando da situação aproveitando Rafael repetiu a surpresa Evidente em seu Tom você tá falando sério porque Até onde eu sei quem colocou a Clara nessa situação foi você as palavras de Rafael acertaram Marcos como um soco mas ele não deixou transparecer ele respirou fundo tentando manter a calma isso não muda o fato de que você tá
cruzando uma linha ela é parte de algo muito maior algo que não diz respeito a você algo que não diz respeito a mim Rafael retrucou descr os braços agora seu Tom estava mais firme Marcos você não percebe o quanto você complica as coisas você trata tudo como se fosse um contrato como se as pessoas fossem peças de xadrez que você pode Mover do jeito que quiser mas a clara não é uma peça no seu jogo ela é pessoa e sim eu me importo com ela TZ mais do que você Marcos serrou os dentes mas não
respu de imediato sabia que Rafael esta certo pelo menos em parte tinha comeado ISO tudo como umaação algo prático e sem complicações emocionais mas com o tempo tudo tinha mudado ele se importava com Clara muito mais do que estava disposto a admitir até mesmo para si mesmo e ver Rafael se aproximar dela o fazia perceber o quanto ele queria protegê-la não só pelo bem dos bebês mas porque de alguma forma ela tinha se tornado importante para ele se você realmente se importa com ela então respeita os limites Marcos finalmente disse sua voz firme Ela já
tem muito com o que se preocupar não precisa de você complicando as coisas Rafael soltou uma risada curta mas havia pouco humor nela Marcos Talvez seja você quem tá complicando as coisas a Clara merece mais do que um contrato e um monte de regras Ela merece alguém que realmente esteja ao lado dela não porque tem que estar mas porque quer estar Marcos estreitou os olhos mas antes que pudesse responder a porta de se abriu Clara apareceu olhando de um para o outro com as sobrancelhas levantadas tá tudo bem aqui vocês dois parecem prestes a começar
uma briga tá tudo bem Rafael disse virando-se para ela com um sorriso de sempre só uma conversa entre amigos Marcos não disse nada ele apenas assentiu mas o olhar que lançou para Rafael dizia tudo aquela conversa estava longe de terminar naquela noite Marcos ficou sozinho em sua cobertura refletindo sobre o que Rafael tinha dito ele odiava admitir mas parte das palavras do amigo ecoavam em sua mente Clara realmente merecia mais do que um contrato Mas a questão era ele seria capaz de oferecer isso e se não fosse estaria pronto para perdê-la para Rafael esses pensamentos
o mantiveram acordado por horas até que o sol começou a aparecer no horizonte era uma madrugada abafada em São Paulo e a cidade parecia respirar lentamente sob as luzes dos postes e os poucos carros que cruzavam as ruas no pequeno apartamento de Clara o silêncio foi quebrado por um grito abafado ela estava deitada na cama com a testa coberta de suor e uma expressão de dor que denunciava que algo estava errado ou muito certo a hora tinha chegado Clara tentou se levantar mas a dor fez recuar ela respirou fundo tentando se lembrar de todas as
instruções que os médicos tinham dado sobre trabalho de parto fica calma respira vai dar tudo certo ela murmurava para si mesma mas a dor parecia não ligar para os seus esforços de autocontrole o telefone estava na mesa de cabeceira e Clara esticou a mão pegando-o com dificuldade o primeiro número que ela discou foi o de Marcos ele atendeu quase imediatamente como se estivesse esperando por isso Clara ele disse a voz carregada de preocupação tá tudo bem Não não tá acho que os bebês vão nascer agora ela respondeu a respiração entrecortada fica calma eu tô indo
para aí agora não faz nada sozinha tá eu tô chegando menos de 15 minutos depois Marcos chegou ao apartamento ele mas Clara podia ver no rosto dele que ele estava tão nervoso quanto ela Rafael também apareceu pouco depois porque Claro el estae por perto comuda dos dois Clara foi levada para carro de Marcos durante o trajeto para hospital ela segur mão de Rafael enquanto Marcos dirigia uma concentração quase obsessiva você estão muito quietos Clara reclamou tentando Ignorar as contrações alguém diz alguma coisa pelo amor de Deus vai dar tudo certo Rafael disse com um sorriso
que era claramente para tentar tranquilizá-la você é mais forte do que pensa e os médicos são os melhores Marcos acrescentou mantendo os olhos na estrada a gente tá quase lá o hospital Parecia um caos organizado quando chegaram enfermeiras e médicos os receberam na entrada e Clara foi rapidamente levada para a sala de parto Marcos e Rafael ficaram do lado de fora ambos inquietos mas tentando parecer calmos eles evitaram se olhar diretamente como se o conflito entre eles pudesse esperar enquanto algo muito maior acontecia dentro da sala de parto Clara sentia como se estivesse em outra
dimensão a dor era intensa mas havia uma sensação maior do que isso algo que a fazia continuar que a fazia ignorar tudo ao seu redor era difícil explicar talvez fosse instinto talvez fosse amor talvez fosse Pura Adrenalina tudo o que sabia era que estava ali prestes a trazer três vidas ao mundo e não havia como voltar atrás os médicos trabalhavam rápido e o ambiente era cheio de vozes coordenadas primeiro bebê coroando alguém anunciou e Clara sentiu uma mistura de alívio e desespero ela não sabia se ria ou chorava pouco depois o som mais lindo do
mundo preencheu a sala o choro de um recém-nascido Clara não conseguiu segurar as lágrimas enquanto o primeiro bebê era colocado perto dela por alguns segundos antes de ser levado para os cuidados iniciais Você tá indo muito bem clara disse uma enfermeira enquanto os médicos se preparavam para o próximo o segundo bebê veio logo depois e o terceiro não demorou muito cada choro que Ela ouviu Parecia um pequeno milagre algo que a fazia esquecer momentaneamente toda a dor quando o último bebê foi colocado nos braços dela por alguns instantes O tempo parou ela olhou para Aquela
pequena vida tão frágil tão perfeita e sentiu algo que não conseguia explicar era como se tudo o que ela tinha passado na vida todas as dificuldades todas as dores tivesse valido a pena para chegar até aquele momento enquanto isso do lado de fora Marcos e Rafael esperavam ansiosamente quando o médico apareceu com um sorriso eles se levantaram imediatamente Os Três Bebês nasceram saudáveis e a Clara também está bem ele informou Marcos soltou um suspiro profundo como se tivesse prendido a respiração o tempo todo Rafael deu um tapa amigável nas costas dele mas Marcos apenas assentiu
ainda processando a notícia ele não era do tipo que expressava emoções facilmente mas por dentro sentia um alívio e uma felicidade que ele não sabia como descrever quando Marcos entrou no quarto para ver Clara ela estava deitada na cama com os três bebês nos braços Rafael ficou do lado de fora deixando-os sozinhos por um momento Clara olhou para Marcos e Sorriu ainda Exausta mas visivelmente feliz olha eles Marcos ela disse a voz cheia de emoção são perfeitos ele se aproximou lentamente como se estivesse com medo de quebrar alguma coisa quando olhou para os pequenos rostos
dos bebês algo dentro dele mudou era como se pela primeira vez na vida ele tivesse encontrado algo que era maior do que ele maior do que seus planos seus negócios ou suas ambições ele estava olhando para o futuro e era incrível Clara observou enquanto ele tocava a mão de um dos bebês quase hesitante você vai ser um bom pai Marcos ela disse Quebrando o Silêncio Ele olhou para ela surpreso você acha Eu sei ela respondeu com um sorriso fraco você só precisa parar de tentar controlar tudo ele não respondeu mas o olhar que lançou para
ela dizia muito ali naquele quarto de hospital com os trigêmeos nos braços de Clara Marcos percebeu que sua vida nunca mais seria a mesma e pela primeira vez ele estava bem com isso os trigêmeos estavam em casa havia poucas semanas mas já tinham transformado a vida de todos ao redor o apartamento de clara que antes era silencioso agora parecia uma Sinfonia constante de choros risadas e pequenas explosões de caos Clara Exausta mas incrivelmente realizada passava a maior parte do tempo cuidando dos bebês havia uma equipe de enfermeira que Marcos contratou mas Clara fazia questão de
estar presente em todos os momentos importantes era ela quem alimentava trocava fraldas e às vezes Apenas segurava os três ao mesmo tempo mesmo que isso significasse Noites em claro Marcos visitava o apartamento com frequência ele estava diferente mais presente menos controlador no entanto mesmo com essa nova versão de Marcos Clara sentia uma tensão sente havia algo que ela vinha evitando enfrentar mas que com o passar dos dias parecia impossível de ignorar ela tinha se apegado não apenas aos bebês mas também à ideia de ser mãe deles o plano original que parecia tão simples no início
agora parecia insuportável como ela poderia entregar os trigêmeos e seguir em frente como se nada tivesse acontecido isso não era algo que ela podia fazer não mais uma tarde enquanto Marcos estava no apartamento visitando os bebês Clara decidiu que era a hora de falar ele estava segurando uma das Crianças algo que ele vinha fazendo com mais frequência para sua própria surpresa e olhava para o pequeno rosto com uma expressão de Calma que ela nunca tinha visto antes Marcos a gente precisa conversar Clara disse sentando-se no sofá seu Tom era sério e isso imediatamente chamou a
atenção dele tudo bem ele respondeu colocando o bebê de volta no berço com cuidado ele sentou-se na poltrona oposta a ela seu olhar fixo como se estivesse se preparando para ouvir algo importante Clara respirou fundo antes de começar eu sei que a gente tinha um acordo eu sei que tudo isso Começou como uma transação Mas as coisas mudaram Marcos eu mudei ele inclinou-se levemente para a frente os cotovelos apoiados nos joelhos o que você tá tentando dizer Clara ela hesitou por um momento tentando encontrar as palavras certas eu não posso simplesmente entregar os bebês para
você e ir embora eles são meus também eu os carreguei por nove meses senti cada chute ouvi cada batimento cardíaco eu os amo Marcos e não importa o que estava escrito naquele contrato eu não vou abrir mão deles houve um longo silêncio depois que ela terminou de falar Marcos ficou imóvel seus olhos analisando cada palavra dela cada movimento ele não parcia surpreso mas havia algo em sua expressão que ela não conseguia decifrar você sabe o que isso significa né disse finalmente sua voz baixa quase um sussurro sei Clara respondeu sem hesitar significa que eu quero
ser parte da vida deles não como uma estranha mas como a mãe deles eu não tô pedindo permissão Marcos eu tô dizendo como vai ser Marcos recostou-se na poltrona passando a mão pelo rosto ele ficou em silêncio por tanto tempo que Clara começou a se sentir ansiosa mas ela sabia que tinha que ser firme não podia recuar agora finalmente Marcos falou Clara eu não esperava ouvir isso de você mas se eu for honesto eu entendo ela piscou surpresa entende Entendo ele repetiu olhando diretamente para ela desde que os bebês nasceram tudo mudou para mim também
eu achei que isso seria simples mas não é eles são mais do que apenas um legado eles são minha família e de certa forma você também faz parte disso as palavras de Marcos pegaram Clara de surpresa por um momento ela ficou sem saber o que diz era raro vê-lo tão vulnerável tão aberto mas isso não mudava o fato de que ela precisava lutar pelo que acreditava ser certo então você tá dizendo que concorda comigo e ela perguntou ainda cautelosa Marcos deu um leve sorriso eu tô dizendo que a gente vai ter que descobrir como fazer
isso funcionar juntos a conversa não terminou ali nos dias que se seguiram Clara e Marcos tiveram várias discussões algumas Palmas outras mais acaloradas clara fez questão de deixar claro que ela não ia aceitar ser tratada como uma coadjuvante na vida dos trigêmeos ela queria estar presente em todas as decisões desde a escolha da escola até as roupas que eles usariam e embora Marcos ainda tivesse momentos de resistência ele começou a perceber que Clara estava certa ela era uma mãe de verdade e isso era algo que nenhum contrato poderia mudar Houve um momento decisivo semanas depois
que celou tudo eles estavam juntos no apartamento os bebês dormindo no berço e Clara trouxe o contrato original ela colocou os papéis na mesa entre eles e olhou diretamente para Marcos isso aqui não significa nada para mim não mais ela disse Marcos pegou os papéis olhou para eles por alguns segundos e então fez algo que Clara nunca esperou Ele rasgou o contrato ao meio sem dizer uma palavra Clara o observou em silêncio sentindo uma mistura de alívio e emoção Não havia mais Barreiras mais acordos apenas eles tentando descobrir como seriam uma família Marcos olhou para
ela e disse com uma sinceridade que a Pegou de surpresa você tem razão Clara eles são seus tanto quanto são meus vamos fazer isso juntos naquele momento Clara sentiu que finalmente estava no lugar onde deveria estar depois que o contrato foi rasgado Marcos sabia que algo dentro dele tinha mudado para sempre era como se o peso que ele carregava em silêncio por anos começasse a se dissolver Mas ele também sabia que o problema não era só o presente o dilema com Clara os trigêmeos ou até Rafael o problema era ele era o que ele vinha
evitando há tanto tempo enterrado sob o sucesso o controle e a rotina Implacável agora isso estava vindo à tona e ele não tinha mais para onde fugir Marcos começou a se perguntar quando exatamente ele tinha se tornado o homem que era alguém que tratava sentimentos como obstáculos que preferia contratos a conexões reais talvez tivesse comeado com a morte do pai ele sempre admirou o homem que o criou um empresário determinado mas amoroso que fazia questão de ensinar lições importantes enquanto jogavam xadrez no final do dia a morte repentina do pai deixou Marcos com um vazio
que ele nunca soube Como preencher depois disso foi tudo sobre controle sobre garantir que nada escapasse de suas mãos como a vida do pai escapou ele mergulhou no trabalho construiu um império e se blindou contra qualquer coisa que pudesse abalar Essa Fortaleza os dois casamentos fracassados só forçaram essa ideia pessoas são imprevisíveis frágeis e confiar nelas era um risco que ele não estava disposto a correr novamente uma noite algumas semanas depois de ter rasgado o contrato Marcos decidiu visitar a antiga casa onde cresceu ela estava vazia há anos Mas ele nunca teve coragem de vendê-la
era uma casa grande mais simples com paredes que ainda carregavam as marcas de uma infância feliz uma mancha de tinta onde ele e o pai tentar pintar juntos um arranhão no chão da sala causado por uma queda enquanto aprendia a andar de bicicleta quando entrou o cheiro de madeira velha e nostalgia o atingiu como um soco ele caminhou pelos cômodos em silêncio sentindo uma mistura de conforto e dor na sala havia uma velha poltrona de couro que era do pai Marcos se sentou nela quase esperando ouvir a voz dele novamente contando alguma história sobre negócio
ou a importância de manter a palavra naquele momento algo se quebrou Marcos sentiu um nó na garganta e pela primeira vez em muitos anos deixou as lágrimas rolarem ele percebeu que tinha passado a vida toda tentando ser como o pai mas ao mesmo tempo fazendo tudo para evitar sentir o que ele sentia seu pai era um homem forte mas não tinha medo de demonstrar amor vulnerabilidade por outro lado tinha vivido com medo de qualquer coisa que o fizesse parecer fraco Ele ficou ali por horas Relembrando o que tinha aprendido com o pai mas também reconhecendo
onde tinha falhado Ele percebeu que no fundo tinha medo de machucado novamente de confiar e perder e por isso el construiu paredes tão altas que acabou se isolando do que realmente importava quando saiu da casa naquela noite Marcos sabia que precisava mudar não por Clara não pelos trigêmeos mas por ele mesmo ele não podia continuar vivendo como se sentimentos fossem inimigos não podia ser o pai que seus filhos precisavam ou o homem que Clara talvez quisesse ao seu lado se não enfrentasse o que estava guardado dentro de si no dia seguinte Marcos tomou uma decisão
ele procurou um terapeuta algo que ele nunca imaginou fazer sentar e falar sobre si mesmo parecia ridículo mas ele sabia que era necessário durante as sessões ele começou a explorar coisas que tinha enterrado há anos a perda do pai o medo de falhar a sensação de que por mais que conseguisse sucesso nunca seria suficiente aos poucos ele começou a entender que controle não era tudo que a vida era na verdade sobre os momentos em que você se permitia sentir mesmo que isso significasse se expor ao risco de dor e mais importante ele percebeu que amar
seja como pai parceiro ou amigo era o maior desafio de todos mas também a maior recompensa um dia depois de uma das sessões Marcos decidiu visitar Clara ela estava no berçário com os trigêmeos cantando baixinho enquanto embalava dois deles em seus braços a cena o fez parar na porta observando em silêncio ele sentiu o calor do momento um misto de amor e gratidão que parecia esmagá-lo e levantá-lo ao mesmo tempo Clara notou sua presença e Sorriu você tá bem Eu tô tentando ficar ele respondeu entrando no quarto ele se aproximou e pegou um dos bebês
que estava no berço com cuidado sabe Clara eu acho que passei a vida inteira tentando evitar isso mas agora que tô aqui segurando eles Eu percebo que é a coisa mais importante que eu já fiz ela o olhou por um longo momento antes de responder nca é tarde para começar Marcos e naquele momento ele soube que ela estava certa enfrentar seu passado tinha sido difícil mas necessário porque só assim ele poderia ser o pai e talvez o homem que sempre quis ser depois que Marcos rasgou o contrato e deixou claro que queria construir uma vida
ao lado de clara e dos trigêmeos algo mudou no coração dela por mais que Clara estivesse aliviada por ele finalmente ter reconhecido sua importância como mãe uma dúvida ainda pairava no ar havia também Rafael com seu jeito caloroso e descomplicado que nunca escondeu que queria mais do que amizade com ela Clara sabia que estava diante de uma escolha difícil mas no fundo algo dentro dela já começava a se definir era uma tarde tranquila e Clara estava sentada no pequeno sofá do apartamento balançando um dos bebês no colo Rafael tinha passado para uma visita e estava
sentado na cadeira ao lado conversando com ela de um jeito leve e descontraído como sempre fazia ele brincava sobre o fato de que ela já parecia uma mãe experiente apesar de ser tão nova nisso Clara você tem um dom sabia ele disse sorrindo enquanto observava o bebê se acalmar nos braços dela não é todo mundo que consegue lidar com três ao mesmo tempo e ainda sair sorrindo ela riu balançando a cabeça eu não sei se é um dom Rafael às vezes eu acho que é pura teimosia teimosia ou não você é incrível Ele respondeu com
um olhar que deixou claro que estava falando sério e bom eu só queria que você soubesse que eu tô aqui não importa o que aconteça Clara olhou para ele sentindo a sinceridade em cada palavra Rafael era tudo o que ela poderia esperar de um parceiro gentil divertido e ele claramente gostava dela mas por mais que ela quisesse que isso fosse suficiente algo parecia faltar não era culpa dele era simplesmente que toda vez que ela pensava no futuro era Marcos quem ela imaginava ao lado dela mesmo com todas as suas imperfeições mais tarde naquele dia depois
que Rafael foi embora Marcos apareceu Ele trazia um olhar cansado como como alguém que tinha pensado demais e dormido de menos ele se sentou no sofá ao lado dela e por um momento apenas observou enquanto Clara embalava os bebês Você parece tranquila ele disse com um sorriso quase imperceptível é só aparência Ela respondeu sorrindo de volta aqui dentro Minha cabeça tá uma bagunça Marcos Balançou a cabeça lentamente como se entendesse exatamente o que ela queria dizer Clara eu sei que as coisas não foram fáceis eu sei que eu não tornei nada mais simples para você
mas mesmo assim você tem sido incrível e eu eu só quero que você saiba que eu tô tentando melhorar ela olhou para ele surpresa pela honestidade não era comum Marcos se abrir assim ele sempre foi mais reservado mais direto mas naquele momento ele parecia genu mente vulnerável você já mudou muito Marcos ela respondeu com a voz Suave e eu vejo isso mas eu ainda não sei o que fazer os dias seguintes foram cheios de reflexões para Clara ela pensava em Marcos em Rafael nos bebês pensava em quem ela queria ao seu lado não só por
ela mas pelos filhos Rafael era o caminho fácil o homem que a fazia rir e a fazia se sentir segura mas com Marcos havia algo mais profundo algo que ia além das palavras ele não era perfeito mas estava tentando ser melhor e Clara sabia que esse esforço vinha do fato de que ele realmente se importava Finalmente uma noite Clara pediu para Marcos passar no apartamento ele chegou rapidamente como sempre fazia quando ela precisava dele quando entrou viu que ela estava no sofá segurando uma das Crianças com os outros dois dormindo nos berços ao lado você
precisava falar comigo ele perguntou sua voz carregando um tom de preocupação Clara assentiu indicando que ele se sentasse ao lado dela ela respirou fundo antes de começar a falar Marcos eu pensei muito sobre tudo isso sobre a gente sobre os bebês sobre o futuro ele ficou em silêncio mas ela podia ver atenção em seus olhos ele estava esperando por algo que poderia mudar tudo eu sei que a gente começou isso de um jeito estranho e eu sei que nem tudo foi fácil mas por mais complicado que tenha sido Você sempre esteve aqui você sempre tentou
fazer o que achava que era certo e mais do que isso você mostrou que se importa de verdade Marcos engoliu em seco mas não respondeu ele sabia que ela ainda não tinha terminado eu tive opções Marcos O Rafael ele é incrível ele é alguém que eu sei que estaria ao meu lado sem hesitar mas toda vez que eu penso no futuro toda vez que eu imagino como quero criar esses bebês é você que eu vejo lá não importa o quanto você me irrite às vezes ou o quanto você queira controlar tudo você é o pai
deles e de alguma forma você também se tornou parte de mim Marcos olhou para ela e Clara viu algo em seus olhos que nunca tinha visto antes alívio gratidão amor ele pegou a mão dela com cuidado como se não quisesse quebrar o momento eu não sei o que dizer Clara ele começou a voz baixa mas eu prometo que a partir de agora eu vou fazer tudo o que puder para ser o homem que você merece e o pai que eles precisam ela sorriu sentindo as lágrimas escorrerem mas não se importando Eu acredito em você Marcos
é por isso que eu escolho você a vida na casa de Marcos e Clara nunca mais foi a mesma depois que ela decidiu ficar ao lado dele agora a mansão em ianópolis antes Impecável e quase fria era uma explosão de vida e caos brinquedos estavam espalhados por todos os lados o som dos bebês Enchendo os corredores e o cheiro de café fresco se misturava ao de fraldas e produtos de limpeza era uma bagunça maravilhosa e para Marcos parecia finalmente ser um lar Clara ainda se adaptava ao ritmo da nova vida antes ela era apenas Clara
uma mulher que sobreviveu às ruas uma pessoa que nunca teve muitas certezas agora ela era mãe de três bebês e de um homem que aos poucos aprendia a mostrar suas emoções era como se cada dia fosse uma pequena Vitória mesmo que também trouxesse desafios inesperados Marcos por sua vez estava aprendendo a ser menos controlador ele ainda tinha seus momentos um olhar irritado quando alguém não dobrava uma roupa perfeitamente ou quando os bebês choravam sem parar e ele não sabia o que fazer mas Clara sempre estava lá rindo e a ele que perfeição não era o
objetivo uma manhã enquanto Marcos tomava seu café na cozinha Clara apareceu com um dos bebês no colo o pequeno estava babando em uma toalhinha que Clara segurava habilmente Marcos ergueu os olhos e sorriu ao ver os dois Olha só para você multitarefa ele disse brincando mas com uma admiração sincera Ah é fácil cla respu com humor se você ignorar o fato de que eu não durmo há dois dias Marcos riu e se levantou indo até ela para pegar o bebê de seus braços vai lá descansar eu cuido dele ela ergueu uma sobrancelha desconfiada você cuidar
dele tem certeza Clara eu sei como trocar uma fralda agora eu aprendi e não foi só lendo o manual tá Ele olhou para o bebê e sorriu confia em mim ela riu entregando o pequeno tá bom senhor pai do ano mas se você precisar de ajuda eu tô bem ali no sofá fingindo que tô dormindo os dias seguiam assim cheios de pequenos momentos que mostravam o quanto Todos estavam mudando Marcos começou a se envolver mais nos cuidados com os bebês ele era aquele pai que ficava em pé ao lado do berço de madrugada balançando suavemente
o bebê para que ele voltasse a dormir era aquele que colocava músicas clássicas para tocar acreditando que isso ajudaria no desenvolvimento deles enquanto Clara revirava os olhos dizendo que um pouco de samba Faria melhor mas não era só Marcos que estava aprendendo Clara também estava se transformando pela primeira vez em sua vida ela sentia que tinha um propósito algo que ia além de apenas sobreviver ser mãe era cansativo caótico mas também era coisa mais bonita que ela já tinha experimentado e ao lado de Marcos ela percebeu que tinha mais força do que jamais imaginou uma
noite depois que os bebês finalmente dormiram Marcos e Clara se encontraram na sala ele trouxe uma taça de vinho Para ela uma Raridade porque Clara quase nunca tinha tempo para relaxar e um copo de whisky para ele eles se sentaram no sofá lado a lado em silêncio por um momento você acha que estamos fazendo isso direito Marcos perguntou Quebrando o Silêncio sua voz estava suave mas havia uma nota de preocupação Clara virou-se para ele surpresa com a pergunta Por que você acha que não estamos porque sei lá eu nunca imaginei que seria pai nunca achei
que teria uma família às vezes sinto que não faço ideia do que tô fazendo ela colocou a taça na pegou a mão del Marcos ninguém sabe o que tá fazendo nem eu mas isso não significa que a gente não esteja fazendo o melhor que pode e olha até agora eu acho que a gente tá indo muito bem ele sorriu apertando a mão dela obrigado por me escolher Clara não tinha outra escolha Marcos ela respondeu com um sorriso brincalhão quem mais ia aguentar você eles riram e por um momento tudo parecia perfeito não porque era sem
falhas mas porque era real com o tempo as coisas começaram a se estabilizar Marcos equilibrava os negócios com a vida em casa algo que ele nunca achou que conseguiria fazer clara começou a explorar oportunidades que antes pareciam impossíveis como um curso online de design de interiores ela tinha talento para transformar espaços algo que ficou Evidente no jeito como ela criou um bário aconchegante e cheio de personalidade para os bebês Mas acima de tudo eles encontraram algo que nunca esperaram uma família de verdade não a família perfeita de comerciais de tv mas uma que funcionava do
jeito deles com risos brigas desafios e muita bagunça O sol estava se pondo atingindo o céu com tons de laranja e rosa enquanto Clara e Marcos estavam no quintal da casa a mansão de Higienópolis parecia diferente agora mais Viva Mais calorosa era como se o riso dos bebês e o amor que eles haviam construído tivessem transformado tudo enchendo cada canto com uma energia que antes não existia os trigêmeos dormiam profundamente em seus berços depois de um dia cheio de choros risadas e brincadeiras era raro mas Clara e Marcos finalmente tinham um momento só para eles
estavam sentados em uma espreguiçadeira dupla lado a lado com uma manta cobrindo suas pernas Clara tinha uma xícara de chá nas mãos e Marcos segurava uma taça de vinho o silêncio era confortável preenchido apenas pelo som distante da cidade eles estão tão quietos que chega a ser assustador Clara brincou olhando para a janela do quarto dos bebês Marcos Rio é o silêncio antes da próxima tempestade pode apostar que daqui a uma hora um deles vai começar a chorar e acordar os outros dois ela sorriu balançando a cabeça e aí você vai levantar para resolver Porque
como pai dedicado você é o responsável da noite pai dedicado ele repetiu olhando para o horizonte nunca pensei que ouviria essas palavras associadas a mim Clara virou-se para ele o sorriso Suave você é mais dedicado do que gosta de admitir Marcos ele de imediato em vez disso colocou a taça de vinho na mesa ao lado e virou-se para Clara seus olhos estavam mais suaves do que ela já tinha visto como se ele estivesse guardando algo há muito tempo antes que ela pudesse perguntar Marc se aproximou e deu um beijo nela não foi um beijo apressado
mas um gesto lento e cheio de significado como se ele quisesse que ela sentisse tudo o que ele estava tentando dizer quando ele se afast Clara o olhou surpresa mas sem dizer nada ele segurou o rosto dela entre as mãos e falou sua voz carregada de emoção Clara eu esperei muito tempo para encontrar alguém como você acho que nem sabia que estava esperando mas agora eu sei você é a mulher da minha vida o coração dela parecia estar batendo mais forte do que nunca Clara sentiu os olhos se encherem de lágri mas elas eram de
felicidade por um momento ela não disse nada apenas sorriu porque sabia que palavras não seriam suficientes finalmente ela colocou a mão sobre a dele e respondeu a voz carregada de emoção eu também demorei muito para encontrar meu lugar mas agora eu sei É aqui com você com eles Essa é a minha casa Marcos a abraçou puxando-a para perto Enquanto o Sol finalmente se escondia no horizonte eles se beijaram e naquele momento nada mais importava Eles não eram perfeitos mas tinham tudo o que precisavam um ao outro os trigêmeos e a certeza de que juntos poderiam
enfrentar qualquer coisa e assim naquela noite sob o céu tingido pelo entardecer eles começaram um novo capítulo de suas vidas um capítulo que prometia ser cheio de amor desafios e muito muito amor exatamente como uma família deve ser