Introduzimos na aula passada o assunto dos dons do Espírito Santo e eu quero falar um pouco mais a respeito dele. Uma pergunta que muita gente me faz: "Pastor, os dons realmente são para hoje? Podemos dizer que eles são contemporâneos ou que as manifestações do Espírito Santo cessaram?
" Então me permita começar respondendo essa pergunta. Em primeiro aos Coríntios, no capítulo 13, nos versículos 8 até o 13, nós lemos assim: "O amor jamais acaba. Havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência", outras versões dizem "conhecimento, passará.
Pois o nosso conhecimento é incompleto e a nossa profecia incompleta. Mas, quando vier o que é completo, então o que é incompleto será aniquilado. " E para ilustrar isso, Paulo diz: "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
Porque agora vemos como num espelho, de forma obscura; depois veremos face a face. Agora meu conhecimento é incompleto; depois conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior deles é o amor.
" No capítulo 13 e aqui nós temos os versículos finais de um capítulo que é curto, direto e objetivo o apóstolo Paulo está falando do amor como o caminho mais excelente e que não adianta ter as manifestações do Espírito e não fluir em amor. A essência do próprio Deus é amor e nós devemos expressar Deus em tudo o que fazemos. Então, a importância do amor é inquestionável.
Agora, alguns chamam o amor de "dom supremo" e aqui ele não é tratado como dom. Ele é tratado como uma escolha, como um caminho que é mais excelente. Mas vamos ao ponto.
No verso oito, a Bíblia diz: "Havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão. " Significa que os dons não são eternos, não são permanentes. Haverá um momento onde ele cessa mas é importante dizer que na mesma frase, no mesmo versículo, a Bíblia diz: "Havendo ciência" ou conhecimento, "passará.
" Ou seja, a mesma Bíblia que estabelece um prazo de validade para a profecia, para línguas também estabelece para conhecimento. As três coisas estão no mesmo pacote. Assim como no verso 13 Paulo fala daquilo que permanece, do que não termina e ele vai falar de três coisas: fé, esperança e amor.
Nós não podemos simplesmente, só porque o amor é maior do que a fé a esperança, dizer que fé e esperança não permanecem só porque são menores do que o amor. Então tem três coisas destacadas que permanecem e três coisas destacadas que não continuam. O que eu acho curioso é que resolveram criar uma interpretação que justificasse a ausência e o desaparecimento dos dons, em termos práticos, da sua operação na Igreja.
Então nós criamos uma teologia para justificar a nossa omissão. Qual é a teologia que nós criamos? "Ah, a Bíblia diz que quando vier o que é perfeito, o que é completo, então aquilo que é em parte ou incompleto será aniquilado.
" Então criou-se um entendimento de que o que é perfeito e completo era o cânon da Escritura completamente revelado E agora nós não precisamos mais dos dons do Espírito Santo. A ideia dos dons nunca foi substituir a Escritura, concorrer com ela ou usar um período de ausência de algumas informações, porque os apóstolos fundamentavam com toda clareza o seu ensino baseado não só nas Escrituras do Antigo Testamento, e no devido filtro do que passou ou não para a Nova Aliança, mas também nos mandamentos do Senhor Jesus. Eu acho curioso essa observação que fazem, porque se o que é perfeito fosse de fato a formação do cânon, então não só línguas e profecia teriam que cessar, o conhecimento também.
E essas pessoas que falam que línguas e profecias cessaram são as que mais advogam o conhecimento. Então, como é possível você pegar das três coisas que ele fala que vai cessar e você decidir que duas cessaram, mas uma não? Sendo que para essas três foi colocado o mesmo prazo de validade com os mesmos acontecimentos.
Então se línguas e profecias cessaram, o conhecimento tem que cessar. Se o conhecimento não cessou, línguas e profecia não cessaram. Eu acredito que é um assunto que não precisa nem discutir muito.
É forçação de barra você tentar derrubar duas coisas dessas que não quero que esteja presente na igreja de hoje e exaltar uma outra que eu quero que continue e eu decido simplesmente qual é a definição do que é perfeito. Paulo nos mostra que quando vier o que é perfeito ou o que é completo, ele diz: "então conheceremos plenamente como também somos plenamente conhecidos por Deus. " A pergunta é: Já conhecemos plenamente?
Não. Ainda vemos por espelho? Sim, porque não foram reveladas todas as coisas.
Então como é que eu advogo que o que é perfeito já chegou para derrubar duas coisas, mas não chegou para a questão do conhecimento? Não há nenhum bom senso sobre isso. As manifestações do Espírito são indiscutivelmente para o nosso tempo.
São para hoje e que quem não quer se envolver com elas, que responda a Deus no nível pessoal, mas que, por favor, não invente uma doutrina incoerente, que não se sustenta para simplesmente justificar a negligência da busca ou mesmo da operação dos dons. Então vamos lá: "Pastor, mas temos muita bagunça em relação aos dons espirituais por aí. " E desde quando há um parâmetro bíblico para que, porque alguém está fazendo alguma coisa que é certa do jeito errado que não se faça?
Jesus diz para os discípulos, por exemplo: "Não jejuem como jejuam e os hipócritas. " Os hipócritas estavam jejuando do jeito errado. Jesus mandou jogar o jejum fora porque eles faziam do jeito errado?
Não, Ele diz: "Vocês vão fazer do jeito certo. " Então, se tem gente criando bagunça, confusão sobre os dons por causa da ignorância, nós precisamos lembrar que isso não é de hoje. Desde o início da igreja era assim e Paulo precisou orientar e corrigir muitos coríntios.
E nós precisamos das mesmas orientações e correções, inclusive foram registradas na Bíblia para que chegassem até nós e nos ajudassem hoje. O remédio não é fugir dos dons, não é ter medo deles. O remédio é o mesmo que foi aplicado naquela época: orientação, instrução, supervisão, acompanhamento.
Para quê? Para que as legítimas manifestações do Espírito Santo não deixem de ser aproveitadas. Então, esse é o nosso ponto de partida.
A segunda coisa dentro da ideia do ponto de partida é que Paulo começa dizendo em primeiro os Coríntios no capítulo 12 e no verso I, que a respeito dos dons ele diz: "Eu não quero que vocês sejam desinformados" ou ignorantes. dependendo da versão. Eu vou ler na Nova Almeida Atualizada, que diz: "Irmãos, não quero que vocês estejam desinformados a respeito dos não espirituais.
" A expressão "não sejam ignorantes", ela é mais comum, mais clássica, mais usada pela maioria das versões mas ela fala de falta de entendimento, conhecimento, de informação. Portanto, ser informado, também cabe muito bem aqui. Aonde eu quero chegar com o destaque do versículo um?
A Bíblia não encoraja ignorância em relação a coisa nenhuma, muito pelo contrário. No entanto, talvez em nenhum outro assunto a Bíblia seja tão enfática sobre a importância de não ser ignorante como quando ela fala a respeito dos dons. Agora, a pergunta é: Qual é o nível de ignorância à qual o apóstolo Paulo se refere aqui?
Porque eu durante muito tempo interpretei esse texto a partir da ignorância que eu mesmo tinha. Eu não sabia nada quando garoto; nasci e cresci num lar cristão mas meus pais frequentavam algumas igrejas que davam quase a entender que o Espírito Santo tinha sido sepultado junto com o último dos apóstolos e que todas as manifestações poderosas dele estavam findadas lá no livro de Atos e que mais nada disso era para hoje. Então não havia ensino, não havia estímulo, não havia orientação, não havia ênfase e, obviamente, raramente se viam as manifestações do Espírito Santo.
E quando essas aconteciam, ninguém sabia o que falar, o que dizer ou mesmo que tipo de opinião emitir. Mas quando o apóstolo Paulo fala sobre não ser ignorante, ele não está falando do nível de ignorância que eu tinha e que muitos ainda têm. Eles não sabem nada sobre os dons.
Quantos são, quais são seus nomes, quais são os seus propósitos. Mas, eu percebi que o nível de ignorância que os coríntios tinham não era o mesmo que o meu. Por quê?
No capítulo um de primeira aos coríntios, o apóstolo Paulo faz uma menção de algo que não pode deixar de ser levado em conta. Ele diz assim, 1ª Coríntios, capítulo um, verso sete: "de maneira que não lhes falta nenhum dom, enquanto aguardam a revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo. " Quando ele usa que a expressão "não lhes falta nenhum dom", essa palavra que ele utiliza aqui é a palavra "carisma".
É a mesma que ele vai usar em primeira aos Coríntios 12, quando ele vai falar dos dons do Espírito Santo, das manifestações do Espírito Santo. Então isso é importante que a gente leve em conta, porque em várias outras ocasiões o apóstolo Paulo fala a respeito de dom, de um dom espiritual. Por exemplo, em Romanos 1.
11 ele diz: "Eu desejo muito ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual". Essa palavra, ela vai aparecer em Romanos 11. 29, quando ele diz: "Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis", ele vai usar a palavra "carisma".
Em Romanos 12. 6, quando diz que nós temos diferentes dons segundo a graça, ele também vai utilizá-la, mas principalmente aqui, em primeiro aos Coríntios, no capítulo 12, nós percebemos a ênfase dessa expressão ligada aos dons. E ele está dizendo: "não lhes falta nenhum dos dons".
Ou seja, de toda aquela lista que Paulo faz dos versículos oito, nove e dez, de nove manifestações do Espírito Santo que apresentamos na aula anterior, ele está dizendo que na igreja de Corinto não faltava nenhuma delas. Eles tinham todos os dons em operação. Portanto, nós não podemos dizer .
. . Alguém outro dia falou: "Você não pode garantir que essa palavra dom se associe só aos dons do Espírito.
" Eu falei: "OK, então vamos deixar isso de lado e vamos ver que Paulo fala sobre profecia, sobre o falar em línguas, sobre revelação presumindo que eles sabem quais são essas manifestações. " Ou seja, não podemos dizer que eles ignoravam a existência. Então, onde estava a ignorância que Paulo diz: "Eu tenho que tratar com isso"?
Nós podemos dizer que o foco de Paulo é que eles não ignorassem o funcionamento correto dos dons, porque a maioria das orientações são dadas sobre um funcionamento correto dos dons, principalmente no capítulo 14. Então me deixe dar alguns exemplos. Primeira aos Coríntios 14, de 23 a 25 ele diz: "Assim, se toda a igreja se reunir no mesmo lugar e todos se puserem a falar em línguas, no caso de entrarem pessoas não instruídas ou não crentes, será que não vão dizer que vocês estão loucos?
" E o meio carismático pentecostal precisa voltar a dar atenção a isso. Eu não estou dizendo que nós não podemos ter reuniões de oração fechadas, que não é um ambiente para visitantes onde a gente não tenha liberdade. Mas Paulo está falando que numa reunião pública onde um não crente pode entrar ele vai dizer: "É um bando de doido!
" porque aquilo não faz o menor sentido para ele, ainda que seja uma manifestação do Espírito Santo na nossa vida. Mas ele continua e diz Porém, se todos profetizaram e entrar ali um não crente ou não instruído, ele será convencido por todos e julgado por todos. " Por quê?
Porque diante da profecia, olhe o que a Bíblia diz: "Os segredos que ele tem no coração se tornarão manifestos, e, assim, prostrando-se com o rosto em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está de fato no meio de vocês. Então, toda informação dada aqui é para um gerenciamento da operação dos dons e da condução da reunião. Depois ele continua versos 27 a 30 de primeira aos Coríntios 14: "No caso de alguém falar em línguas, que não sejam mais do que dois ou, quando muito, três, e isto sucessivamente", ou seja, cada um por sua vez, "e haja alguém que interprete.
" Agora, ele diz: "Mas não havendo quem interprete, fique calado na igreja", calado na igreja significa que você não precisa falar em voz alta, tanto que ele explica dizendo: "falando consigo mesmo e com Deus. Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. Ee, porém, vier uma revelação a alguém que esteja sentado, cale-se o primeiro", traduzindo: dá a vez.
Paulo está organizando o funcionamento, a administração, a condução do fluir dos dons numa reunião pública. Então, o que nós precisamos entender é que, basicamente, a ênfase é que nós não devemos ignorar o funcionamento. E sabe, acredito que muita gente tem dificuldade quando falamos dos dons com a busca dos dons, porque simplesmente eles não compreendem a forma do Espírito Santo agir.
Por exemplo, tem gente que acha que profetizar, falar pelo Espírito é que o Espírito Santo vai te tomar, você simplesmente não pode resistir. Aquilo te pega à força, fala através de você e talvez depois você se pergunte se estava consciente ou inconsciente quando isso aconteceu. Nada disso é verdadeiro.
A Bíblia diz: "Em parte conhecemos, em parte profetizamos. " Toda profecia, ela vem dentro da medida de conhecimento que nós temos, porque Deus nos inspira a usar aquilo que nós temos. A Bíblia diz que o espírito dos profetas está sujeito aos profetas, ou seja, ninguém perde o controle.
Não existe uma manifestação onde eu não sei o que está acontecendo, não estou consciente de absolutamente nada ou que eu possa alegar que eu não tinha controle. A Bíblia diz: "O espírito dos profetas está sujeito aos profetas. " Então nós precisamos entender como o Espírito Santo se move.
Então, quando olhamos para as próprias definições da Palavra de Deus sobre o fluir profético ao longo da história, nós temos algumas declarações da Bíblia que não podem deixar de ser levada em conta. Então, por exemplo, em segunda de Pedro, no capítulo um, no verso 20 e 21, a Bíblia diz assim: "Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. " Quando se refere aos profetas, cujas profecias se tornaram parte do conteúdo das Escrituras, então estamos falando de um nível de revelação ainda mais diferenciado, a Bíblia diz que homens falaram da parte de Deus.
Ou seja, quem estava falando? A expressão vocal, toda articulação verbal, os homens. Mas de onde procedia o que eles falavam?
De Deus. Como? Eles eram movidos pelo Espírito Santo.
Essa expressão "movidos pelo Espírito Santo", eu, particularmente, gosto muito porque fala da gente receber de Deus uma inspiração, de ser carregado, de ser conduzido por Ele. Aliás, um dos significados dessa palavra aqui traduzida movido é carregar, então é ser conduzido. Então o Espírito Santo de fato nos dirige.
Quando a gente começa a somar essas informações, o que é que se percebe? O fluir das manifestações é uma parceria entre Deus e o homem. O Deus que inspira, o homem que executa.
Por exemplo, Atos capítulo dois, verso quatro diz: "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. " Quem falava em línguas? As pessoas que ficaram cheias do Espírito Santo.
Agora, o que elas falavam? A Bíblia diz: "O Espírito lhes concedia o que falar. " A fala era delas.
A inspiração para o que falar procedia dele. Uma outra prova de que há uma interação entre o homem e o Espírito Santo no fluir dos dons. Em primeira Timóteo 4.
14, o apóstolo Paulo diz assim: "Não seja negligente para com o dom que você recebeu, o qual lhe foi dado mediante profecia, com imposição de mãos do presbitério. " A palavra traduzida "dom" aqui "carisma", ele está falando de uma transferência com imposição de mãos, a manifestação da profecia e ele diz: "Não seja negligente. " Ou seja, se o dom fosse uma operação unilateral do Espírito Santo que apenas nos toma à força, como é que Timóteo poderia ser repreendido por conta de uma negligência?
A negligência significa que, no processo, quem não estava cooperando era Timóteo. Ou seja, não era o Espírito Santo que não queria operar o dom, era Timóteo que não poderia ser negligente, porque nós temos a necessidade de interagir. Em segunda Timóteo, no capítulo um, nos versos 6 e 7, nós vemos o apóstolo dizendo de novo para o seu discípulo Timóteo: "Por esta razão, venho lembrar-lhe que reavive o dom de Deus que está em você pela imposição das minhas mãos.
Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. " Essa palavra aqui traduzida "reavive" em outras versões é desperte o dom de Deus está em você. De novo a palavra dom, carisma.
Como é que o dom está ali? Paulo diz: "Pela imposição das minhas mãos. " A pergunta é: Por que o dom está adormecido precisando ser despertado?
Paulo diz: "Porque Deus não nos deu espírito de medo. "Em outras palavras: 'Timóteo, você está com medo. Você precisa entender que Deus nos deu espirito de ousadia.
Nós precisamos confiar. " Em Romanos 12, a Bíblia diz: "O que profetiza faça a segunda medida de fé. " Precisamos confiar que aquela inspiração que vem do Espírito Santo, ela deve ser obedecida.
Ela deve ser seguida. Então, uma das lacunas no entendimento das pessoas sobre a operação dos dons, o seu nível de ignorância é não entender essa interação e a simplicidade de como Deus age e trabalha. Então, por exemplo, eu eu me lembro que eu fui muito impactado aos 15 anos de idade por uma palavra profética que revelou segredos do meu coração, situações da minha família, foi o que me fez entender que Deus é um Deus de relacionamento pessoal, que Ele interage de uma maneira muito pessoal e eu fiquei imaginando, falei: "Poxa, todo crente, se tivesse uma palavra profética como eu tive, ia ter uma revolução no relacionamento com Deus como eu tive.
" Mal sabia eu, na época, que o problema não era como eu imaginava que estava faltando profecia por aí. Depois eu ia descobrir alguns arraiais, algumas tribos onde a profecia estava sobrando e o negócio era uma bagunça. Mas na época, por não ter essa informação, eu pensei: "Se todo mundo tivesse isso, faria a diferença.
" E eu ficava me perguntando aos 15 anos de idade: "Por que não tem mais? " Eu imaginava: "Não deve ser má vontade de Deus, porque Ele é o grande interessado. Deve estar faltando quem coopere com Ele.
" E eu lembro que depois de um tempo procurei o homem de Deus que me deu aquela palavra e falei para ele: "Cara, você pode me ensinar as manha do negócio? " Eu falava assim, sem nenhum tipo de entendimento. Falei: "Me dá o caminho das pedras, eu também quero profetizar, eu quero ser benção na vida das pessoas.
" E eu comecei a fazer perguntas que o levou a rir. Eu perguntava para ele: "Qual é a voz de Deus? " Porque sempre que um homem, uma mulher de Deus dizia: "Deus me disse", eu imaginava alguém andando por aí ouvindo vozes.
Eu falei: "Como é a voz de Deus? É voz de homem? É voz de mulher?
É sempre a mesma voz? Tipo você ouve aquilo é que nem quando um amigo liga no telefone se reconhece na hora? " Quando eu comecei a fazer as perguntas, ele começou a rir e ele olhou para mim e falou: "Luciano, eu não escuto Deus no meu ouvido.
" Eu falei para ele: "Se você não escuta com o ouvido, escuta com o quê? " Ele falou: "Não, Deus fala comigo do lado de dentro. " - "Ah, então você tem um ouvido do lado de dentro?
" Ele falou: "Não. Duas ou três vezes na minha vida ouvi uma voz audível. A maior parte do tempo Deus fala comigo por meio de uma impressão.
" Impressão para mim era coisa de gráfica, 35 anos atrás, não entendia o que ele estava dizendo. Ele falou: "Luciano, o seu problema é o problema de muita gente dentro da igreja. Vocês mistificam demais algo que deveria ser simples.
" Ele falou: "A maneira de Deus falar é simples" e ele simplesmente olha para mim e ele diz o seguinte: "Como é que você sabe que você é salvo? " Eu falei: "Eu só sei que eu sei que eu sei. Como é que eu sei, eu não sei.
" Mas ele me sinalizou Romanos 8. 16: "O Espírito testifica com nosso espírito que nós somos filhos de Deus. " Ele falou: "Você sabe, por um testemunho do Espírito Santo no seu espírito, que nós chamamos de testemunho interior.
" Inclusive, esse foi o assunto de uma das aulas que já demos dentro do assunto da doutrina do Espírito Santo a respeito de ser guiados por Deus, guiados pelo Espírito Santo. Mas à medida que ele falava comigo, ele me chamava a atenção para a simplicidade de um testemunho interior. Ele falou: "você não seria uma visão espetacular.
Você não precisa de uma voz audível. " Ele falou: "Muitas vezes, principalmente num ambiente de oração e adoração você pode olhar para alguém e sentir uma coisa vaga, subjetiva. " E ele falou assim: "Parece às vezes que é uma espécie de provocação interior.
" Eu brinco que os pentecostais inventaram uma frase só para tentar explicar isso. É quando eles dizem: "Tem mistério. " É um jeito dizer: Parece que Deus está tentando fazer algo.
Então ele me dizia: "Olha, está mais para uma desconfiança profética no início. " E eu sempre digo às pessoas começa com algo vago, subjetivo. Parece que talvez, quem saiba, pode até ser que Deus esteja querendo falar alguma coisa que eu não sei bem direito o que é.
Esse é o momento de darmos atenção e começarmos a orar, porque existe uma dinâmica de interação. Samuel ouve Deus chamá-lo pelo nome lá na casa de Deus. Está lá em primeiro Samuel, capítulo três, de 1 a 11.
Ele levanta três vezes porque ouviu seu nome ser chamado em voz audível, mas ele não está imaginando que é Deus. Então ele vai lá perguntar para Eli: "O Senhor me chamou? - Não, não te chamei.
Volte a dormir. - O senhor me chamou agora? - Também não, volte a dormir.
" E na terceira vez ele falou: "Olha, se a voz te chamar de novo nem me procura, porque eu não estou te chamando. Você vai dizer o seguinte: Fala, Senhor, porque o teu servo ouve. É Deus te chamando.
Fala isso. " A voz chama Samuel, quarta vez ele responde o que Eli mandou dizer e Deus simplesmente desata a falar tudo o que ele já queria falar. A pergunta é: O que é que Eli ensinou a Samuel?
A resposta de Samuel não é informativa. Será que o Deus onisciente não sabe que o Samuel tá ouvindo? É lógico que sabe.
Até se Deus não fosse o conhecedor de todas as coisas, está vendo o menino levantar, procurar quem está chamando. Deus sabe. A resposta não é informativa, ela é interativa.
No momento onde ele entra naquela inspiração que está sendo trazida, dizendo: "Eu aceito cooperar, eu quero entender e corresponder", então eu diria que, à semelhança do que acontece no jogo de damas ou de xadrez, Deus faz um movimento, espera a gente fazer o outro. Enquanto a gente não faz o nosso movimento, ele não fará o Seu próximo movimento. E é a partir disso que a revelação cresce.
Então eu tive uma orientação muito simples: "Preste atenção. Comece a corresponder com Deus. Dá o primeiro passo.
Não precisa chegar para as pessoas dizendo: Deus me disse, Deus falou. Mas se você está com algo no seu espírito e acha que Deus pode estar dizendo vai lá e questiona, pergunta: Isso faz sentido para você? Por acaso te aconteceu isso?
" E, administrando isso com muita cautela, porque quando a Bíblia diz para buscar com zelo, não é só o fervor da dedicação, é muito cuidado para não fazer bagunça mesmo porque nós estamos entrando num terreno que ainda não conhecemos. Podemos nos aperfeiçoar. Aliás, em primeiro, os Coríntios 14.
12, o apóstolo Paulo diz isto: "Visto que desejais dons, procurai progredir. " Como se progride? Não é o Espírito Santo que melhora a parte dele.
É a gente que vai entendendo cada vez melhor a nossa parte. Como corresponder. E uma das coisas que me ajudou demais tem sido o entendimento de desmistificar os dons.
O Espírito Santo não fará tudo sozinho e nem será tudo extraordinariamente espetacular, senão Paulo não tinha que terminar lá, primeiro aos Coríntios 14. 40, dizendo: "Tudo, porém, seja feito com decência e ordem. " Porque, se dependesse do Espírito Santo, se Ele agisse sozinho tudo já estaria em ordem e decência.
Quem gera desordem, quem bagunça as coisas somos nós. Então é a nossa parte de cooperação e de interação que tem que ser aprendida. E algo que me ajudou muito foi entender que o processo é simples, o resultado pode ser espetacular e normalmente será.
Mas o processo é simples. Às vezes eu ouço o testemunho das pessoas falando do que estava por trás de uma manifestação do Espírito Santo que eu tive o privilégio de poder ser usado por Deus. Quando eu ouço a história final, eu às vezes fico olhando assim, quase sem acreditar, porque para mim o processo foi simples.
Para a pessoa que depois está dando todos os detalhes a gente diz: "Uau! Foi tudo isso? " Porque se nós não entendermos a simplicidade do processo e ficarmos esperando algo extraordinário, espetacular demais, nunca começaremos a corresponder com Deus.
Agora, em vez de tentar aprender sozinhos, deveríamos viver o que a igreja já viveu como cultura muito mais forte intensamente, que é o discipulado. As pessoas às vezes me perguntam: "Pastor, como é que a gente aprende a mover nos dons do Espírito Santo? " E minha resposta é prática.
Eu digo: movendo. Os caras dizem: "Como é que é? " Eu digo: Você aprende a mover nos dons movendo.
É por meio da prática. Eu gosto perguntar às pessoas: Como é que você aprendeu andar de bicicleta? Porque uma vai dizer: Andando.
Eu digo: E caindo. Como que se aprende a orar? Orando.
A melhor coisa para um novo convertido é colar com gente que ora. É a prática que faz isso. Como um pregador, tirando a parte espiritual da unção, do fluir de Deus, mas como um orador, como um comunicador, como é que ele se aperfeiçoa naquilo que ele está fazendo?
Fazendo. É por isso que a Bíblia diz que nós temos que progredir nos dons por meio da prática, mas não só a pratica, uma prática seguida de supervisão, de orientação, de correção. E o problema é que muitas vezes nós queremos operar nos dons sozinhos.
Então assim, eu particularmente não gosto de gente que procura reuniões fora do contexto da igreja para ter acesso à operação dos dons. Isso deveria ser algo promovido dentro do entendimento do que é a igreja. Isso não significa só as reuniões públicas.
No contexto da nossa igreja local, o ambiente que nós mais fomentamos, a operação dos dons, mais encorajamos as pessoas, são as reuniões menores nas casas. Mas ainda estamos falando do contexto de igreja. É que muitas vezes as pessoas querem funcionar sozinhas e elas não estão debaixo de supervisão.
A Bíblia diz: "Falem os profetas, os outros julguem. " Eu me lembro quando comecei a participar de reuniões onde muitos profetas se reuniam para ministrar e eu pude ter muita orientação prática. Então alguns deles diziam: "Olha, quando você for comunicar algo que é muito pessoal, não precisa falar na frente todo mundo.
Existe uma ética. Há algumas coisas que você deveria falar só para a pessoa e não na frente de todo mundo. " Então, assim, quando você tem gente que pode te orientar como eu tive o privilégio lá atrás.
Em vez de chegar dizendo que foi Deus que falou, vá questionar, vá perguntar, vá procurar entender se Deus está de fato naquilo e quanto mais experiências você tem que vai fazer essa checagem, essa conferência e descobre de maneira prática: "Puxa, realmente está acontecendo isso", vai ficando mais fácil. Então, assim, às vezes eu olho para uma pessoa e sinto o Espírito Santo falando comigo: "Ele está com forte dores no rim direito", por exemplo, "e Eu quero curá-lo". Então antes de chegar e dizer: "Deus falou", eu digo para a pessoa: "Por acaso você tem algum problema nos rins?
" - "Olha, não costumo ter, mas ultimamente incomodando. " Eu falo: "E você tem sofrido dores especificamente? " - "Sim, nesse momento estou com dor.
" - "Especificamente o rim direito e não o esquerdo? " A pessoa às vezes já olha e diz: "Como é que você sabe isso tudo? " Nessa hora que eu digo: "Olha, eu sinto o Espírito Santo falando comigo" e a essa altura do campeonato, quando você já fez a checagem e a conferência, você consegue ter certeza: Puxa, realmente não é uma imaginação da minha cabeça.
Eu estou percebendo Deus. Com muito cuidado. Nessa altura eu já tive toda constatação que é Deus me dirigindo e eu sei que eu posso orar por cura, porque Deus não revela as coisas para fazer fofoca, simplesmente a informação pela informação.
Tem que ter um fim proveitoso. Então se Ele mostrou uma enfermidade, eu deduzo que é para que a gente possa orar. Eu sei que estou sendo muito breve tentando resumir um assunto que eu ensino em muitas e muitas horas num curso específico, por exemplo, em apenas duas aulas.
Mas com esse resumo eu quero dar um mínimo que provoque em você o interesse e a capacidade de conseguir olhar para aquilo que a Escritura diz. A Bíblia não diz só que tem dons e tipo: "Olha, liberou geral. Cada um faz de qualquer forma.
" Ela tem parâmetros. Esses parâmetros não são estabelecidos para limitar o Espírito Santo. A parte dele é perfeita.
Esses parâmetros dizem respeito à nossa parte, à nossa interação com Deus. Então eu falei que uma das formas de aprender a fluir nos dons é fluindo e deixa eu te dar a base bíblica. Em primeiro aos Coríntios 14.
31, Paulo diz assim: "Porque todos poderão profetizar, um após o outro, para que todos aprendam e sejam consolados. " Quando ele diz "todos aprendam", Ele não está falando que os ouvintes estão aprendendo com quem profetiza. Esses estão sendo consolados com o que ouvem.
Quem está aprendendo é a própria pessoa que profetiza por meio da prática. O que é que eu comunico; como eu comunico; debaixo da supervisão de de outros profetas que ajudam a avaliar. "Olha, realmente no nosso coração entendemos que Deus está levando a coisas nessa direção.
" "Olha, talvez você esteja se precipitando e fazendo aplicação de uma particularidade que pode ser uma dedução sua e talvez a revelação não apontou nessa direção. " Então, há elementos muito práticos que no dia a dia, à medida que vamos funcionando, a gente vai aprendendo. Então, meu encorajamento é vamos desejar, vamos buscar os dons e não tentar apenas viver uma prática sozinha, isolada do corpo.
Aproxime-se de pessoas que fluem nos dons e se permita ser orientado, discipulado, ensinado para que por fim a igreja seja edificada e o senhorio de Jesus seja promovido.