você citou o trabalho com a cel que foi um trabalho que me chamou muita atenção me lembro na época porque em 2005 eu tava chegando em Londres estudando lá e e eles têm muito esse foco na contemporaneidade né de trabalhar com tecnologia um som contemporâneo e etc e eu escutava isso no álbum da cé nesse álbum da cé né que era uma coisa incomum para mim pelo menos você misturar música brasileira com um som contemporâneo com sons eletrônicos com som de ambiência de pedes a forma que você trabalhou o vocal dela em várias camadas espalhado
no estéreo aquilo para mim era um som muito muito contemporâneo que eu não vi ele tão associado à música brasileira né e e eu até me lembro na época pensando assim caramba isso aqui é um primeiro álbum que tá apontando um caminho e etc que para muitas pessoas seguirem e eu eu me lembro de ter eh de ter realmente achado que a junção da música brasileira com os elementos eletrônicos se deu de uma forma totalmente natural né porque eu já tinha ouvido assim por exemplo um um artista brasileiro com uma batida por cima tinha aquela
coisa do base bossa é exatamente que parecia um pouco mais com uma junção de duas coisas né E ali no trabalho da C parecia uma coisa única né Parece que aquilo se integrou bem e quando eu fiquei sabendo do seu trabalho com músicas do Brasil eu tentei fazer essa ligação falei poxa será que isso não foi uma coisa que abriu a cabeça do Beto para experimentar com diferentes sonoridades a música do Brasil abriu mas para outro lado para aceitar o desafinado o estranho estranhar o muito certinho isso sim e eu passei muito tempo que eu
não e até hoje às vezes eu gosto mais de uma coisa um pouco mais tosca do que muito bem acabada isso isso tem um pouquinho lá mas eu também Engraçado que se eu for tentar falar para você da onde vem esse lado de de de durar eu acho que eu nunca pensei era como eu queria fazer nem eu nem pensei eu vou fazer isso não tinha essa pretensão também não tinha essa noção se tinham eh acho que é uma uma certa Cara de Pau saudável de você tô dizendo agora não sei se é mas eu
acho que é isso de você falar vou fazer isso e eu vou fazer como eu eu sempre gostei de de mexer com som mexer com som gravado trazer com o soms a síntese pura Ela é legal por causa disso eh para mim é porque ela é ela é ela ela parte tão do nada se você pegar um sintetizador modular ele ele pega energia elétrica e e usa a energia elétrica para que você possa manipular todos os parâmetros de som todos a própria frequência da nota a dinâmica o envelope da nota o tudo que você pode
imaginar Então quando você pega uma máquina crua dessa ela no começo não é nada a ela vai responder ao seu humor ao seu conhecimento a sua aventura e isso é muito legal é muito diferente de pegar uma coisa pronta toda programada de fábrica que você vai encostar a mão qualquer pessoa que encostar a mão vai ser o mesmo v o mesmo som não é ruim porque cada pessoa vai usar is de um jeito no contexto Então continua sendo legal mas a minha a o meu estímulo é sentir que eu tô partindo de alguma coisa crua
e ela vai surgindo fazer a massa e e cozinhar Então eu acho que eh e eu escutava mesmo as coisas que na época era Trip hop morba ou Mas enfim essas Band que o que mais gostava na época massive Attack eu gostava demais disso então Claro é isso transparece no álbum é porque eu gostava dessa coisa e achava que a gente podia fazer uma música meio samba meio meio um samba meio suingado diferente e tal mas com essas caras com essas com essas sonoridades e e isso a gente foi descobrindo não é o álbum inteiro
né porque tem música que também que que não se a música Tem um material muito denso harmônico melódico tal não dá para você fazer isso vai ficar muita coisa acontecendo Então também fui procurando compor instigar algumas pessoas a comporem uma música eh que que me permitisse trabalhar com textura que não tivesse que ter tanto acorde tanta eh então o teu processo ali e Acontece muito a partir das sonoridade começa vamos dizer a composição a partir de de repente um som do sintetizador pode ser de um som do sintetizador hoje em dia eu acanho mais no
piano a partir de uma melodia a partir de uma ideia e depois vou trazendo essas coisas mas na época era totalmente ao contrário eu lembro da a c e outras pessoas fal Nossa começa tudo ao contrário aí quando tava um monte de coisa agora vamos gravar a bateria eh normalmente né Vamos fazer um baixo bater mas acho que hoje é um processo bem mais comum né Eu vi o bon ver falando uma vez também que ele começa pelo som hoje em dia de novo aconteceu que eu tô vendo isso que você tá falando porque ah
nos ciclos de desejo estético coletivo vai vamos dizer assim que vai vão acontecendo eh essa esse Foi um momento que eu não não tinha essa noção talvez tivesse mais gente pesquisando querendo acho que tinha sim e foi uma coisa como você disse que veio traçando um caminho acho que já me falaram isso fico feliz eu não tinha essa noção mas pô abre um caminho para para fazer isso