8 RELATOS REAIS DE CARONAS QUE VÃO TE FAZER PERDER O SONO - HISTÓRIAS DE TERROR

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DIÁRIO DE TERROR
👻 COMO UM APAIXONADO PELO TERROR, USO MEU TEMPO LIVRE PARA CRIAR CONTEÚDO DIÁRIO AQUI NO YOUTUBE. S...
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já era tarde da noite quando saí do trabalho eu fazia esse caminho quase todo dia então já estava acostumado com a estrada escura vazia cercada por árvores era um trajeto longo e monótono mas naquela noite alguma coisa parecia diferente as luzes dos postes eram escassas jogando sombras estranhas no asfalto meu carro era o único na estrada eu sentia um leve desconforto no peito mas ignorei cansaço Provavelmente depois de alguns minutos cheguei a um cruzamento onde sempre havia um sinal de pare reduzi a velocidade e foi então que vi ele um homem parado ao lado da
placa vestia um casaco Grosso com uma mochila jogada sobre um ombro estava olhando diretamente para mim ele ergueu a mão e acenou devagar como se Esperasse que eu parasse Mas alguma coisa nele não parecia certa o jeito como ele ficou imóvel como se soubesse que eu ia passar por ali o instinto me disse para seguir em frente então foi exatamente o que eu fiz ignorei o cara e continuei dirigindo mas quando olhei pelo retrovisor ele ainda estava lá parado olhando diretamente para mim segui dirigindo tentando esquecer o cara mas depois de alguns minutos algo estranho
aconteceu a estrada fez uma curva suave e de repente vi um monte de luzes vermelhas piscando à frente um engarrafamento aquela hora da noite diminuí a velocidade e parei atrás do último carro o motor roncava baixinho enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo não dava para ver nada além das lanternas traseiras dos outros veículos parados no meio da estrada esperei nada o tráfego não andava olhei pro lado e só havia Floresta fechada o silêncio era absoluto exceto pelo barulho do motor dos carros depois de um tempo resolvi abaixar um pouco o vidro para pegar
um ar o clima estava abafado e uma brisa fresca entrou no carro peguei o celular tentei ver no GPS se havia alguma outra rota nada aquela era a única estrada que eu conhecia para voltar para casa e então houvi um som do lado de fora baixinho quase imperceptível mas próximo o suficiente para fazer meu estômago se revirar virei o rosto devagar e meu coração quase parou do outro lado do vidro um rosto me observava na escuridão o mesmo homem que eu tinha ignorado no cruzamento meu sangue gelou o homem estava parado ali a menos de
1 metro de mim do lado do passageiro seu rosto era iluminado apenas pelo brilho fraco das luzes traseiras dos carros à frente ele não piscava apenas me olhava antes que eu pudesse reagir ele se jogou pela janela eu tentei levantar o vidro mas foi Tarde Demais num instante ele já estava dentro do carro foi tudo rápido meu cérebro demorou para processar o que estava acontecendo um estranho havia acabado de entrar no meu carro no meio da estrada minha primeira reação foi xingar perguntei que merda ele estava fazendo ali Minha voz saiu mais trêmula do que
eu queria ele só sorriu eu te disse que precisava de uma carona Minha respiração ficou pesada O Cara parecia calmo mas alguma coisa nele não estava certa ele não cheirava álcool não parecia estar drogado mas o olhar aquele olhar fixo me dava arrepios eu mandei ele sair Falei que se ele não saísse eu chamaria a polícia a expressão dele mudou instantaneamente o sorriso sumiu ele inclinou o corpo levemente na minha direção e disse com a voz mais fria que eu já ouvi na vida se você fizer isso eu te mato aquelas palavras me atingiram como
um soco no estômago o jeito que ele disse não parecia uma ameaça vazia ele falava com certeza como se já tivesse feito isso antes meu corpo inteiro entrou em Alerta eu precisava pensar rápido não podia demonstrar medo mas também não podia reagir do jeito errado o silêncio entre nós dois ficou insuportável eu consegui ouvir minha própria respiração acelerada o cara continuava me olhando sem piscar sem desviar o olhar eu só quero uma carona pra cidade ele disse como se nada tivesse acontecido como se não tivesse acabado de ameaçar minha vida minha mente gritava para eu
abrir a porta e correr mas e se ele tivesse uma faca e se ele realmente estivesse disposto a me matar meus olhos foram pro painel do carro a buzina sem pensar duas vezes bati minha mão nela e segurei o som ensurdecedor preencheu o carro o cara se irritou na hora para com isso eu não parei continuei buzinando segundos depois outros motoristas começaram a buzinar também provavelmente irritados comigo mas eu não me importava eu só queria chamar atenção o rosto do homem mudou Ele olhou rapidamente pros carros à frente e voltou para mim ele estava ficando
nervoso de repente ele avançou e tentou Agarrar Meu braço meu corpo reagiu no instinto Eu mordi ele a mordida foi instintiva Meu Coração batia tão rápido que eu podia senti-lo na garganta meus dentes cravaram fundo na carne do cara ele gritou mas não foi um grito comum foi um som rouco quase animal um som que não parecia humano senti o gosto metálico do sangue na boca mas não soltei Eu mordi ainda mais forte o cara se contorceu tentou me socar mas no meio do desespero errou no mesmo instante eu empurrei ele com toda a força
que eu tinha ele caiu contra a porta do passageiro e num movimento rápido abriu-a e se jogou para fora eu só consegui vê-lo correr em disparada para dentro da floresta escura ao lado da estrada meus pulmões queimavam meu corpo tremia inteiro eu limpei a boca com a manga da camisa o gosto de sangue ainda forte minhas mãos estavam suadas meu peito subia e descia num ritmo Frenético a buzina ainda ecoava no ar misturada à buzinas dos outros carros foi então que alguém abriu a porta do meu carro um homem mais velho com uma expressão irritada
se inclinou para dentro que diabo está acontecendo aqui foi só então que eu percebi que eu não conseguia falar nada eu só olhei para a floresta o homem seguiu meu olhar você viu ele perguntei com a voz baixa quase um sussurro quem eu encarei o desconhecido o cara que entrou no meu Car Car o homem me olhou com uma expressão estranha ninguém saiu do seu carro minha pele ficou gelada eu vi aquele homem saindo eu vi ele correr para a floresta mas ninguém mais viu meu coração disparou olhei para os Carros ao redor para os
motoristas saindo olhando para mim como se eu estivesse louco mas eu sabia o que tinha acontecido o cara entrou no meu carro o cara ameaçou me matar Eu mordi ele mas Então cadê o sangue olhei para o banco do passageiro não havia nenhuma mancha nenhum sinal da briga o assento estava perfeito como se ninguém tivesse estado ali Minha respiração ficou pesada um dos motoristas um homem mais jovem se aproximou você tá bem cara ele perguntou eu não respondi Eu estava olhando para a floresta tentando ver algum sinal de que aquele cara tinha existido esse trecho
da estrada é estranho sabia o jovem continuou dizem que anos atrás Um homem morreu atropelado aqui minha cabeça virou na direção dele instantaneamente Como assim ele deu de ombros a história diz que um cara pediu carona e ninguém parou ele entrou no meio da estrada para obrigar alguém a parar mas acabou sendo atingido por um caminhão Dizem que ele ainda aparece por aí tentando pegar uma carona pra cidade minha pele arrepiou inteira meus olhos foram para a floresta mais uma vez ele ainda estaria ali o tráfego começou a se mover voltei para o carro engatei
a marcha e continuei dirigindo mas alguma coisa dentro de mim sabia Eu não estava sozinho naquela [Música] Estrada isso aconteceu há alguns anos mas até hoje quando fecho os olhos Eu ainda vejo aquele carro aquele homem e o menino na época eu tinha 20 anos e fazia faculdade em outra cidade naquele dia eu só queria voltar para casa O problema é que eu estava sem dinheiro para a passagem de ônibus e meus pais estavam bravos comigo por causa de um desentendimento idiota meu namorado também não podia me ajudar eu não tinha escolha decidi pedir já
tinha feito isso antes e nunca tinha acontecido nada de ruim na minha cabeça se eu tomasse cuidado e escolhesse bem os motoristas nada daria errado a primeira carona foi tranquila um casal de idosos me levou até a metade do caminho a senhora preocupada me aconselhou a não pegar carona sozinha à noite mas eu sorri e agradeci tudo daria certo depois de um tempo um homem ptico parou e me levou mais um trecho da estrada ele não fez nada de estranho só me deu mais alguns conselhos e seguiu viagem agora eu estava a poucos quilômetros de
casa só mais uma carona e eu estaria segura o problema foi que conforme o tempo passou ninguém mais parava o sol começou a se pôr e o movimento na estrada diminuiu fiquei ali sozinha sentindo o vento gelado da noite chegando foi quando eu vi os faróis de um carro preto se aproximando lentamente o carro parou ao meu lado era um sedã preto com vidros escuros e um Ronco de motor abafado a janela do motorista desceu lentamente e eu vi um homem com cabelos grisalhos e um sorriso tranquilo precisa de uma carona perguntou antes de responder
olhei para o banco do passageiro havia um menino ali com cerca de 8 anos aparentemente dur na minha cabeça isso significava que aquele homem não poderia ser perigoso Quem faria algo ruim na frente de uma criança abracei minha mochila e entrei no carro o cheiro dentro do veículo era estranho uma mistura de gasolina ferrugem e algo levemente adocicado o homem acelerou devagar e começou a puxar conversa para onde você está indo para a cidade vizinha respondi Ele sorriu sorte sua estou indo para lá também o caminho era escuro com poucas luzes na estrada o silêncio
entre uma conversa e outra era desconfortável aos poucos comecei a perceber pequenos detalhes estranhos o menino no banco do passageiro não se mexia não piscava nem mudava de posição o vidro de trás estava Riscado como se alguém tivesse tentado escapar e o porta-luva estava ligeiramente aberto revelando um cordão de nylon e um par de luvas escuras Foi aí que minha intuição começou a gritar algo estava muito errado minha mente começou a disparar será que eu estava exagerando Talvez o menino estivesse apenas dormindo profundamente talvez aquelas luvas no porta-luvas fossem apenas para dirigir no frio mas
e os riscos no vidro traz a estrada escura passava rápido pela janela e eu tentei me acalmar talvez fosse só paranoia foi quando o homem começou a fazer perguntas estranhas Você tem namorado a pergunta veio do nada tenho menti tentando soar casual Ele riu baixinho Ah que pena o clima dentro do carro ficou pesado ele continuou dirigindo mas agora seus olhos me observavam pelo retrovisor E você já pegou carona antes minha garganta secou eu não queria mais responder algumas vezes murmurei ele sorriu de novo mas dessa vez não era um sorriso amigável sabe algumas garotas
desaparecem assim pegando caronas você já ouviu histórias assim senti um arrepio na espinha Já respondi engolindo seco ele deu uma risada curta como se estivesse se divertindo com a situação pois é algumas nunca mais voltam para casa olhei de novo para o menino no banco da frente ele continuava imóvel nem sequer respirava de forma perceptível foi então que eu percebi aquele menino estava morto meu corpo inteiro ficou gelado meu coração começou a martelar tão forte que achei que ele pudesse ouvir agora tudo fazia sentido o cheiro estranho no carro o silêncio absoluto do menino o
sorriso perturbador do motorista Eu estava dentro do carro de um Predador e pior ele sabia que eu já tinha entendido isso você parece nervosa ele comentou sem tirar os olhos da estrada forcei um sorriso eu precisava me controlar se ele percebesse que eu estava prestes a surtar talvez não me deixasse sair dali com vida então tomei a decisão mais difícil da minha vida joguei o medo para o fundo da minha mente e entrei no jogo dele Eu só achei interessante essa história das garotas que desaparecem disse fingindo curiosidade ele arqueou a sobrancelha surpreso com minha
reação ah é assenti sim Na verdade acho que minha amiga adoraria ouvir isso também ela gosta dessas histórias o carro ficou em silêncio por alguns segundos então ele perguntou Você tem uma amiga por perto era isso eu tinha plantado a ideia eu precisava convencê-lo de que existia outra garota esperando Sim ela tá em casa agora mesmo Na verdade acho que ia adorar te conhecer o homem lambeu os lábios e apertou o volante ele estava considerando a ideia e ela é bonita ele perguntou com um sorriso repugnante me forcei a sorrir de volta sim muito bonita
se meu plano desse certo eu teria uma chance de escapar senão eu nunca mais voltaria para a casa a partir do momento em que mencionei minha amiga o homem reduziu a velocidade o carro seguiu mais devagar pela estrada escura enquanto eu tentava apcer o mais calma possível por dentro eu só conseguia pensar em como escapar falei de um endereço que conhecia de vista mas nunca tinha entrado de fato era uma casa afastada com uma cerca baixa e janelas largas não muito longe de um posto de gasolina que ficava logo na entrada da cidade se eu
conseguisse chegar até aquele posto talvez encontrasse alguém que pudesse me ajudar a cada quilômetro percorrido meu estômago revirava o menino morto no banco da frente continuava imóvel como um aviso Silencioso do que poderia me acontecer se meu plano falhasse Enquanto isso o homem falava sem parar como se estivesse saboreando cada segundo comentava sobre pessoas que desapareciam e sobre como algumas garotas fazem escolhas erradas eu fingia concordar soltando respostas vagas tentando parecer interessada quando finalmente chegamos perto da entrada da cidade vi de longe as luzes do posto de gasolina aquilo era minha única chance expliquei que
minha amiga morava ali perto e que deveríamos virar à esquerda meu coração estava acelerado minhas mãos suadas agarrando a mochila ele desviou para a Rua Deserta a casa fictícia ficava a poucos met ali tudo estava escuro não tinha ninguém na calçada estacionou o carro e me olhou esperando que eu descesse não pensei duas vezes assim que destravei a porta saltei do carro e corri ele gritou algo que não conseguia entender ouvi o som da porta do motorista se abrindo mas meu corpo inteiro estava tomado pela adrenalina eu corri na direção do posto precisava chegar até
as luzes encontrar alguém pedir socorro por sorte a rua estava praticamente vazia isso tornava mais fácil ouvir qualquer passo atrás de mim olhei para trás esperando ver o homem correndo ou o carro avançando em minha direção Mas em vez disso só vi os faróis apagados e a silhueta dele parado na calçada ele não me seguiu talvez não quisesse se arriscar num lugar minimamente movimentado Quando entrei no posto um frentista me olhou assustado eu devia estar pálida suando frio tremendo inteira tentei falar mas as palavras não saíam direito de repente quando olhei pra rua novamente o
carro preto não estava mais lá a polícia Chegou algum tempo depois tentei explicar a situação mas eu não tinha muito o que contar um carro preto um homem de cabelos grisalhos e um menino no banco da frente que parecia morto sem placa sem nome sem mais detalhes os policiais pareciam céticos mas ainda assim registraram o caso conversaram rapidamente entre si depois me disseram que sem mais informações ficava difícil fazer algo voltei para casa naquela mesma noite agarrada na ideia de que eu tinha tido muita sorte de estar viva meus pais estavam preocupados e eu desabei
em lágrimas quando pisei na sala nos dias que se seguiram tentei me convencer de que tudo não passava de um pesadelo mas à noite eu acordava assustada acreditando que e via aquele carro parado em frente à minha janela o que mais me atormentava era o fato de ninguém acreditar na parte do menino morto insisti que ele não se mexia que estava pálido mas as pessoas diziam que eu devia ter ficado impressionada e imaginado coisas no fundo eu sabia que não era impressão até hoje não consigo escutar o barulho de um motor se aproximando sem sentir
um frio na espinha a lembrança do cheiro estranho dentro do carro e do rosto imóvel do menino ainda me tira o sono nunca mais peguei carona sozinha nunca mais acreditei em sorrisos tranquilizadores ou na ilusão de que uma criança no banco da frente significa segurança Esse foi o dia em que eu quase desapareci e toda vez que conto essa história sinto que estou revivendo cada segundo de medo se eu puder dar um conselho a alguém é nunca pegue carona com estranhos especialmente à noite você nunca sabe o que te espera dentro de um carro parado
na beira de uma estrada deserta e se um dia você vir um menino adormecido no banco do passageiro desconfie porque algumas histórias são [Música] reais lembro-me daquela noite como se fosse ontem uma daquelas madrugadas em que a estrada parece não ter fim e o cansaço pesa nos ossos como uma maldição sou caminhoneiro há mais de 20 anos Conheço cada curva cada parada cada sombra ao longo das rotas que já percorri mas nada absolutamente nada me preparou para o que Vivi naquela noite eu estava voltando de uma entrega e precisava atravessar um longo trecho até minha
uma parada o caminhão estava carregado e o peso sobre os pneus parecia refletir o peso que eu sentia nos ombros a solidão da estrada era meu único companheiro além do velho rádio que como sempre me ajudava a espantar o sono era quase meia-noite quando comecei a sentir as pálpebras pesadas o sono chegava sorrateiro e eu sabia que precisava parar não podia arriscar um acidente vi uma pequena área de descanso à frente e resolvi estacionar o lugar estava deserto apenas alguns postes iluminavam fracamente a escuridão ao redor saí da cabine Estiquei as pernas e fui até
uma pequena lanchonete que ainda estava aberta pedi um café forte daqueles que parecem arrancar a alma da gente e fiquei alguns minutos ali respirando fundo tentando afastar o cansaço o vapor do café I no ar frio da noite e por um momento tudo parecia tranquilo mas foi ali que tudo começou a mudar quando voltei para o caminhão vi um homem parado um pouco à frente na beira da estrada ele acenou para mim e eu hesitei por um instante sempre fui cuidadoso Mas também sempre tive um bom coração ele parecia cansado com uma mala pequena ao
lado e segurava alguns papéis na outra mão ele se aproximou e pediu uma carona disse que só precisava ir até um ponto mais adiante Fiquei em silêncio por alguns segundos analisando a situação o local não era seguro para ficar sozinho e a estrada por mais perigosa que fosse ainda me parecia melhor do que deixá-lo ali assenti com a cabeça e destravei a porta ele subiu colocando a mala entre os pés ajeitou os papéis no colo e Ficou ali cal olando para frente liguei o motor e voltamos à Estrada a princípio tudo parecia normal mas conforme
avançávamos comecei a perceber algo estranho o rádio que antes tocava uma música qualquer agora só emitia estática achei que fosse algum problema de sinal e tentei mudar a estação mas nada apenas aquele chiado incômodo foi aí dei de outra ainda mais esquisita O silêncio não havia barulho de Vento de carros ao longe nem mesmo sons habituais da estrada era como se estivéssemos passando por um vazio absoluto um calafrio percorreu minha espinha algo estava errado mas eu ignorei segui dirigindo e essa foi a minha primeira grande falha o caminhão avançava pela estrada e o silêncio dentro
da cabine se tornava cada vez mais sufocante Eu tentava ignorar aquele desconforto mantendo os olhos fixos na estrada Mas alguma coisa estava errada e eu sabia disso tentei puxar conversa perguntar de onde ele vinha para onde estava indo o homem demorou um pouco para responder sua voz era baixa quase um murmúrio Pedra Preta disse ele sem desviar os olhos da estrada a resposta me deixou inquieto Pedra Preta ficava longe dali e não fazia sentido ele estar parado naquele ponto da estrada resolvi mudar de assunto tentando ignorar a sensação de que algo estava muito errado olhei
de relance para ele e percebi que segurava um dos papéis que trazia consigo não era um documento qualquer era uma foto ele passava os dedos sobre a imagem de forma lenta quase como um carinho seu olhar estava fixo na foto e a expressão em seu rosto era Estranha não era tristeza nem saudade era algo que eu não conseguia descrever um arrepio subiu pela minha espinha voltei os olhos para a frente e tentei ligar o rádio novamente nada apenas estática tentei um CD que eu sempre deixava por perto assim que inseri o disco Ele foi ejetado
de volta tentei outra vez mesma coisa fiz isso três vezes três vezes o CD foi cuspido como se algo ou alguém não quisesse que houvesse som ali dentro suspirei e olhei para o estranho o rádio tá estranho hoje comentei tentando suar natural Ele olhou para o aparelho por alguns segundos depois passou os dedos sobre os botões como se estivesse testando não vai funcionar disse ele ainda sem me encarar aquela frase me atingiu como um soco no estômago por que ele disse aquilo com tanta certeza tentei rir mas minha garganta estava seca segui dirigindo em silêncio
o tempo passou e a estrada continuava se estendendo diante de nós meu cansaço estava voltando com força e a necessidade de um café ou de uma pausa começava a me vencer o homem percebeu isso e sugeriu uma parada tenho um restaurante mais à frente disse ele sempre paro lá café quente comida boa assenti sem pensar muito uma pausa não me faria mal foi então que vi a placa à frente restaurante e Pousada Recanto da Estrada 2 Km franzi a testa eu conhecia aquela Rodovia como a palma da minha mão já tinha passado por ali incontáveis
vezes mas nunca nunca mesmo tinha visto aquele restaurante engoli seco talvez estivesse cansado demais e simplesmente Nunca tivesse reparado continuei dirigindo e logo vi as luzes do restaurante brilhando à beira da estrada era um prédio simples mas bem iluminado com um letreiro antigo de neon piscando lentamente alguns caminhões estavam estacionados ao lado Parecia um lugar normal mas algo nele me incomodava Estacionei o caminhão e saí seguido pelo estranho o ar estava mais frio do que antes e um cheiro leve de fumaça parecia pairar no ar Quando entrei percebi que o lugar tinha uma aparência diferente
as mesas eram de madeira envelhecida e a iluminação era feita por lampiões espalhados pelo salão a música ambiente era antiga daquelas que nossos avós ouviam com um chiado de fundo uma garçonete veio nos atender seu cabelo caía sobre o rosto cobrindo boa suas mãos eram magras demais e sua pele parecia fina quase translúcida ela nos olhou por alguns segundos antes de pegar o bloco de notas e perguntar o que vão querer minha garganta secou algo estava muito errado ali eu queria sair dali tudo no restaurante parecia deslocado no tempo as mesas as cadeiras até mesmo
o cheiro no ar uma mistura de café e algo queimado mas eu estava cansado exausto e precisava de um momento para recuperar as forças pedi um café o estranho ao meu lado pediu o mesmo a garçonete anotou os pedidos com dedos finos demais seu cabelo continuava caindo sobre o rosto e algo nela me incomodava profundamente enquanto esperávamos olhei ao redor havia outra os centes mas ninguém parecia realmente presente eles comiam em silêncio sem olhar uns para os outros os movimentos lentos e estranhamente mecânicos um calafrio percorreu minha espinha Voltei minha atenção para a mesa o
estranho como sempre estava quieto os dedos ainda seguravam a foto deslizando sobre a imagem de um jeito quase reverente a garçon voltou com noss fés e os colocou sobre a mesa o cheiro era forte mas algo nele não parecia certo levei a xícara até os lábios e tomei um gole na mesma hora senti um peso esmagador cair sobre mim meu corpo ficou mole minha visão turva um cansaço Avassalador me atingiu de um jeito que eu nunca tinha sentido antes a garçonete sorriu levemente Talvez seja bom descansar um pouco disse ela sua voz Suave quase um
sussurro olhei para o estranho mas ele apenas me observava em silêncio eu queria dizer algo Eu queria levantar mas era como se minha energia estivesse sendo sugada para fora do meu corpo eu não resisti me deitei ali mesmo na mesa e Fechei os olhos quando acordei tudo tinha mudado o restaurante desapareceu eu estava deitado no banco do caminhão e a luz do sol batia forte no para-brisa me sentei num pulo o coração disparado olhei ao redor o restaurante não existia não havia letreiro não havia luzes não havia nada apenas um campo aberto com algumas ruínas
de pedra espalhadas minha mente girava como eu tinha chegado ali saí do caminhão cambaleando o chão estava coberto de Mato Alto e ao longe algumas vacas pastavam tranquilamente foi então que ouvi uma voz atrás de mim moço o que faz aqui Me virei e vi um homem mais velho vestindo roupas simples ele me olhava com uma expressão preocupada eu minha voz Falhou Eu parei num restaurante aqui ontem à noite o homem franziu a testa restaurante aqui a senti ele ficou em silêncio por um momento depois suspirou e a mão no rosto esse lugar pegou fogo
há mais de 30 anos disse ele um incêndio destruiu tudo numa noite morreram todos lá dentro minha pele se arrepiou inteira mas minha voz Falhou Eu estive lá ontem tomei café o homem me olhou por um longo tempo e então disse a frase que me gelou até os ossos você não foi o primeiro a dizer isso meu corpo ficou gelado eu queria dizer algo mas as palavras simplesmente não vinham o homem me olhava com um misto de pena e preocupação algumas pessoas já apareceram aqui contando histórias parecidas ele continuou sua voz baixa motoristas Viajantes todos
dizendo que pararam num restaurante que já não existe há décadas me afastei um pouco sentindo meu coração martelar no peito olhei ao redor tentando encontrar algum sinal de que aquilo era apenas um mal entendido um engano mas tudo que eu via eram as ruínas de pedra cobertas pelo tempo e pelo abandono e aquele homem perguntei engolindo seco o que estava comigo o fazendeiro Balançou a cabeça devagar eu não vi ninguém com você senti meu sangue gelar Me virei para o caminhão abri a porta da cabine e comecei a vasculhar tudo eu precisava encontrar alguma prova
de que aquilo não tinha sido um sonho uma Alucinação causada pelo cansaço Foi então que vi no banco do passageiro havia algo que eu não lembrava de ter deixado ali uma foto peguei com mãos trêmulas era a mesma foto que o estranho segurava durante a viagem na imagem um homem sorria ao lado de uma mulher e uma criança pequena meus olhos correram para a parte de trás da foto havia algo escrito à mão família Amaral Restaurante Recanto da estrada 1989 minhas pernas cederam a foto tremia em minhas mãos o restaurante o estranho a garçonete de
rosto oculto tudo se encaixava agora eu tinha passado a noite em um lugar que não existia mais tinha compartilhado uma refeição com pessoas que já estavam mortas há muito tempo tentei me convencer de que aquilo não era real mas a foto estava ali e o gosto do café ainda amargava em minha boca subi no caminhão liguei o motor e saí dali o mais rápido que pude nunca mais passei por aquela estrada nunca mais dei carona para estranhos e toda vez que lembro daquela noite sinto um medo indescritível porque eu sei que em algum lugar daquela
Estrada o restaurante ainda espera por novos Viajantes e T vez só talvez Alguém já esteja sentado em uma das Mesas me esperando para [Música] voltar isso aconteceu há muitos anos no final dos anos 80 eu era jovem sem muito dinheiro e sem carro costumava pegar ônibus para me deslocar mas quando não havia transporte disponível pegava carona nunca tinha tido problemas com isso até aquela noite eu tinha acabado de sair de um trabalho temporário e precisava ir para uma cidade a uns 30 minutos dali não era longe e eu já sabia mais ou menos o caminho
o problema era que já passava das 10 da noite e quase não havia mais ônibus fiquei na beira da estrada esperando alguém parar minutos se passaram dos caros S acelera quando me via eu já estava começando a pensar em desistir quando um sedã Preto encostou devagar o vidro do passageiro abaixou e viu um homem no volante tinha cabelo curto escuro e um olhar difícil de decifrar para onde tá indo ele perguntou sem tirar os olhos de mim expliquei Onde esta ind e apen um sin comabe a lá por um instante algo me fez hesitar mas
eu estava cansado e o caminho era curto entrei o interior do carro tinha um cheiro estranho algo entre Couro Velho e um perfume barato o rádio tocava uma música fraca meio abafada como se estivesse entre Estações o homem dirigia tranquilo as mãos firmes no volante e parecia relaxado começamos uma conversa casual daquel você tem para quebrar o silêncio Ele perguntou de onde eu vinha o que eu fazia da vida perguntas normais mas algo na forma como ele falava me deixava desconfortável aos poucos comecei a notar que ele repetia algumas perguntas como se estivesse testando minhas
respostas você mora aqui há muito tempo respondi que não que tinha me mudado H alguns meses fha do que mesmo eu já tinha dito isso antes ele apenas assentiu mantendo os olhos fixos na estrada O silêncio que se seguiu me incomodou mais do que a conversa Me virei para olhar pela janela e percebi que a estrada estava Deserta sem nenhum carro à vista meu desconforto crescia a cada minuto foi quando ele fez algo que me deixou ainda mais Alerta pegou uma saída que não levava à cidade Ei Essa não é a estrada certa falei tentando
manter a calma ele não respondeu de imediato apenas continuou dirigindo Relaxa disse finalmente preciso fazer uma parada antes meu estômago revirou algo estava errado aquela resposta me incomodou Preciso fazer uma parada antes antes onde eu sabia que a estrada para a cidade era reta sem desvios sem tem atalhos não fazia sentido ele sair do caminho olhei pela janela a estrada secundária em que estávamos era Estreita e cheia de curvas as árvores pareciam se fechar ao nosso redor e a Escuridão tornava tudo ainda mais estranho mas que parada é essa perguntei tentando suar despreocupado dessa vez
ele sequer respondeu a única coisa que fez foi aumentar um pouco o volume do rádio Como se quisesse abafar qualquer outra conversa meu coração acelerou tentei não demonstrar mas meu corpo já estava tenso o jeito como ele segurava o volante como seus olhos mal piscavam como se já soubesse exatamente para onde estava indo tudo isso fazia meu instinto gritar eu precisava sair daquele carro a estrada asfaltada virou uma trilha de Cascalho pequenas pedras batiam no fundo do carro enquanto avançávamos por aquele caminho isolado olhei para o painel o tanque estava cheio ele não precisava parar
para abastecer então por que diabos tinha desviado tentei puxar a maçaneta da porta com calma sem chamar atenção mas não senti nada minha mão deslizou pela porta procurando E então percebi a maçaneta estava faltando engoli em seco aquilo não era normal agora eu tinha certeza ele não estava apenas dando uma carona o silêncio entre nós ficou sufocante o carro seguia em frente e cada metro percorrido me afastava mais de qualquer chance de encontrar ajuda foi quando finalmente quebrei aquele silêncio terrível onde a gente tá indo o homem sorriu de canto sem desviar os olhos da
estrada você vai ver Foi aí que senti o verdadeiro pavor aquela resposta me acertou como um soco no estômago você vai ver minha mente gritava que eu precisava sair dali mas como sem maçaneta na porta e com ele no controle do carro minhas opções Eram poucas respirei fundo e tentei parecer calmo não queria dar nenhum motivo para ele suspeitar que eu estava Planejando algo o carro continuava seguindo pela estrada de terra cada vez mais isolada não havia postes de luz não havia casas não havia nada apenas árvores e mais ao redor como se estivéssemos no
meio do nada tentei disfarçadamente olhar para o banco do passageiro ver se havia algo que eu pudesse usar mas não encontrei nada além de um pequeno pano jogado no console meu estômago se revirava de ansiedade Eu sabia que se não agisse logo talvez nunca mais tivesse outra chance e foi então que vi lá na frente uma entrada longa e Estreita ela parecia levar para algum lugar escondido e eu não queria descobrir para onde o carro começou a diminuir a velocidade ao se aproximar da entrada Meu Coração batia tão forte que eu podia senti-lo no peito
era agora ou nunca olhei para a porta mais uma vez talvez se forçasse o vidro para baixo conseguisse abrir por fora mas isso levaria tempo tempo que eu não tinha a única saída era a mais arriscada respirei fundo e assim que o carro reduziu ainda mais a velocidade levei a mão até a trava da porta e puxei com força estava destrancada sem pensar duas vezes empurrei a porta com tudo e me joguei para fora o impacto foi brutal meu corpo rolou pela terra minhas roupas rasgaram senti a dor rasgar meus braços e pernas mas não
parei ouvi o carro frear atrás de mim ouvi o barulho da porta se abrindo ouvi Passos pesados na estrada de terra ele estava vindo atrás de mim e eu corri a dor nos braços e pernas era insuportável mas eu não podia parar o som dos Passos atrás de mim só aumentava ele não estava correndo mas caminhava rápido como se soubesse que não precisava se apressar ele achava que eu não ia conseguir escapar a estrada de terra era Estreita com árvores fechando o caminho dos dois lados Eu sabia que se continuasse correndo reto ele poderia me
alcançar com o carro então fiz a única coisa que me veio à mente mergulhei na floresta os galhos arranhavam meu rosto e meus braços o chão era irregular cheio de raízes e buracos mas eu não parava cada passo Parecia um milagre ouvi o motor do carro rugir ao longe ele ligou de novo Provavelmente estava virando o carro tentando me seguir pelo outro lado a floresta era minha única chance corri sem rumo Apenas me afastando o máximo possível da estrada meus pés escorregavam na terra fofa e a Escuridão tornava tudo ainda mais difícil eu sabia que
ele ainda estava por perto o barulho do motor desapareceu Mas em compensação um silêncio absoluto tomou conta do lugar nenhum som de pássaros nenhum grilo nada apenas meu coração disparado e minha respiração ofegante então algo me fez parar bem distante entre as árvores vi um clarão fraco luzes talvez fosse uma estrada talvez fosse uma casa eu não sabia mas era melhor do que ficar ali comecei a andar na direção das luzes tentando não fazer muito barulho Mas então ouvi algo que fez meu sangue gelar o estalo de um galho se partindo bem trás de mim
não precisei olhar ele estava ali meu corpo queria congelar Mas minha mente gritava corre disparei na direção das luzes sem olhar para trás Galhos batiam no meu rosto raízes quase me derrubavam mas eu continuava o estalo dos Passos atrás de mim ficou mais rápido ele estava me seguindo minha Única Esperança era chegar até aquele clarão meus pulmões queimavam meu corpo doía mas continuei correndo como se minha vida dependesse disso porque dependia E então de repente a floresta acabou saí tropeçando para uma estrada e quase caí no asfalto olhei para os lados desesperado a estrada se
estendia no escuro mas ali do outro lado um posto de gasolina ele estava aberto lutei contra a exaustão e corri até a entrada o frentista um senhor de idade olhou para mim com eu devia estar um desastre sujo machucado suado tudo bem Rapaz abri a boca para responder mas minha voz não saí antes que eu pudesse dizer qualquer coisa um carro passou devagar pela estrada bem na frente do posto o sedã preto eu gelei o homem estava ao volante olet para mim sri sumi na estrada eu fii ali parado sem saber o fazer meu corpo
ainda tremia de adrenalina mas o carro ele não parou o frentista me chamou de novo e Finalmente consegui falar onde onde fica a cidade mais próxima ele apontou para a estrada uns 2 Km PR frente tem um motel também eu assenti e agradeci tentando parecer mais calmo do que estava antes de sair olhei uma última vez para a estrada tudo parecia normal agora nenhum carro nenhuma movimentação Mas eu sabia que ele ainda estava por perto andei até a cidade sem tirar os olhos da estrada pronto para correr de volta para a floresta se visse aquele
carro de novo felizmente ele nunca apareceu quando finalmente entrei no motel e fechei a porta do quarto me senti seguro pela primeira vez naquela noite mas antes de deitar ainda olhei pela janela a estrada estava vazia quase vazia porque lá encostado em um poste de luz do outro lado da rua estava ele parado olhando diretamente para mim e com aquele mesmo [Música] sorriso meu nome é Caio Tenho 38 anos e sou caminhoneiro há quase duas décadas já vi muita coisa por essas estradas já passei noites inteiras dirigindo sozinho enfrentando tempestades neblina e até mesmo alguns
acidentes feios mas nada absolutamente nada se compara a o que aconteceu naquela noite por muito tempo evitei contar essa história primeiro porque eu mesmo não conseguia entender segundo porque quando tentei falar sobre ISO percebi que as pessoas olhavam para mim com aquela cara de ele tá inventando coisa mas agora sinto que chegou a hora de dividir o que Vivi talvez Alguém já tenha passado por algo parecido talvez alguém tenha uma explicação ou talvez seja só mais um aviso de que existem coisas nesse mundo que não deveriam existir era uma viagem como qualquer outra eu tinha
saído de Campinas no começo da tarde levando uma carga para uma cidade no interior o tempo estava bom a estrada tranquila e eu me sentia até relaxado o que era raro nas viagens noturnas sempre preferi dirigir de dia mas às vezes não tem escolha a viagem seguia sem problemas até que resolvi parar num posto de gasolina para esticar as pernas e tomar um café era um desses postos de beira de estrada bem iluminado mas vazio naquela hora da noite enquanto terminava meu café e caminhava de volta pro caminhão vi alguém encostado na parede perto de
um coqueiro na hora senti um arrepio O Cara parecia muito familiar quando cheguei mais perto meu coração quase parou era o Rafael Rafael foi meu melhor amigo de infância quase um irmão só que tinha um detalhe eu não via Rafael há anos e ele estava estranho muito estranho o Rafael não era assim sempre foi um cara extrovertido daqueles que falavam com todo mundo mas naquela noite ele estava diferente quieto demais as roupas estavam amassadas sujas os olhos Fundos como se não dormisse Há dias ele não olhava diretamente para mim só mantinha o olhar baixo fixo
no chão chamei por ele meio sem acreditar no que via perguntei o que ele tava fazendo ali naquela estrada no meio do nada a essa hora nenhuma resposta algo dentro de mim dizia para eu simplesmente seguir viagem e esquecer aquilo mas como deixar um amigo para trás mesmo estranho mesmo sem dizer nada era o Rafael te levo para onde precisar falei ele não disse nada só se moveu devagar e subiu na cabine O jeito que ele entrou no caminhão me deu um calafrio pesado como se cada passo exigisse esforço o silêncio no caminhão ficou insuportável
Eu tentava puxar assunto perguntar sobre a vida sobre a família sobre o que ele andava fazendo nada nenhuma resposta só um suspiro longo de vez em quando a estrada escura parecia não ter fim e cada minuto ao lado deleia um peso crescer no meu peito que raa só estava passando por um momento difícil mas no fundo algo me dizia que aquela noite estava longe de ser normal e foi então que meu telefone tocou o que aconteceu a seguir me arrepia até hoje peguei o telefone sem pensar duas vezes meu coração já estava acelerado pela presença
esquisita do Rafael e qualquer distração era bem-vinda Alô do outro lado da linha uma voz feminina reconheci na hora era a Helena irmã do Rafael ela parecia nervosa falando rápido demais com a respiração pesada Caio é você né o jeito que ela falou me deixou tenso Sim sou eu tá tudo bem houve uma pausa depois ela soltou uma frase que fez meu sangue gelar preciso te contar uma coisa O Rafael ele sofreu um acidente algumas horas atrás meu coração quase parou Como assim Helena ele tá aqui comigo acabei de dar carona para ele o silêncio
do outro lado foi pior que qualquer grito senti um frio percorrer minha espinha um gelo que não vinha do ar condicionado caiu o Rafael morreu Encontraram o corpo dele na estrada perto da cidade minha respiração travou minhas mãos ficaram suadas no volante e então sem querer olhei de canto de olho para o passageiro o Rafael estava sentado ali do mesmo jeito olhando fixo pra frente mas alguma coisa alguma coisa estava errada muito errada Virei a cabeça devagar sem querer acreditar no que estava vendo o rosto do Rafael Ou melhor o que antes era seu rosto
havia mudado a pele estava deformada como se tivesse sido queimada ou esmagada os olhos antes fundos agora eram negros vazios a boca estava torcida como se tentasse gritar mas não conseguisse e então ele começou a fazer um som não era uma voz não eram palavras era um gemido um lamento profundo desesperado como se tentasse pedir ajuda mas não soubesse como meus músculos travaram minha mente gritava para correr para sair daquele caminhão para fazer qualquer coisa mas eu não conseguia me mexer Foi então que o rádio ligou sozinho o barulho da estática encheu a cabine no
meio dos chiados ouv vozes murmúrios baixos como se várias pessoas estivessem sussurrando ao mesmo tempo a temperatura caiu de repente meu corpo inteiro arrepiou o Rafael ou aquilo que estava sentado ao meu lado começou a tremer como se estivesse tentando falar mas sua boca não obedecesse E então sem pensar fiz a pior coisa que poderia ter feito Soltei o volante o tempo pareceu desacelerar Soltei o volante por um segundo um único segundo mas foi o suficiente para tudo sair do controle o caminhão começou a balançar na pista derrapando no asfalto meu instinto me fez tentar
recuperar o controle Mas minhas mãos estavam suadas e tremendo o Rafael ou o que quer que fosse aquilo continuava ao meu lado imóvel mas os gemidos ficaram mais altos mais desesperados E então eu vi na estrada à frente algo atravessou correndo um vulto escuro rápido demais para eu entender o que era Talvez um animal talvez Algo pior Pisei no freio com força mas o caminhão já estava desgovernado a traseira deslizou para o lado os pneus chiar contra o asfalto e antes que eu pudesse reagir senti o impacto O Mundo girou o barulho foi ensurdecedor metal
se retorcendo vidro estilhaçando um estrondo seco quando o caminhão bateu com tudo nas árvores na beira da estrada o impacto me jogou para a frente o cinto de segurança segurou meu corpo mas minha cabeça bateu contra o volante por um segundo tudo ficou escuro silêncio eu não sei quanto tempo fiquei apagado acordei com o rosto metálico de sangue na boca minha cabeça latejando como se estivesse sendo esmagada a cabine do caminhão estava escura silenciosa Só o barulho do motor morrendo aos poucos e um chiado baixo no rádio tentei me mexer mas meu corpo doía E
então minha mente voltou à realidade o Rafael olhei para o banco do passageiro meu coração disparando estava vazio não havia ninguém ali nenhum sinal dele nenhum sinal de que alguém sequer tinha estado ali meus olhos vasculharam a cabine ainda meio tonto abri a porta com dificuldade e caí no chão de asfalto frio as luzes do caminhão piscavam iluminando a estrada vazia foi então que vias sirenes ao longe paramédicos e policiais corriam em minha direção alguém gritava a ordens logo Fui cercado me Puxaram para cima seguraram meu rosto tentavam me manter acordado senhor você consegue me
ouvir eu só conseguia fazer uma pergunta o Rafael onde ele tá os paramédicos se entreolharam um dos policiais se aproximou o senhor estava sozinho quando chegamos Não havia mais ninguém na cabine senti um frio tomar meu corpo inteiro não não ele tava comigo eu vi ele entrar no caminhão o policial respirou fundo revist o veículo e os arredores você estava sozinho Senhor minha mente gritava que aquilo não fazia sentido Como assim eu estava sozinho Como assim não encontraram ninguém mas então a lembrança da ligação de Helena voltou a minha cabeça Rafael morreu algumas horas atrás
meus olhos se encheram de Lágrimas meus mú travaram o frio da estrada ficou ainda Pior se Rafael já estava morto então quem foi que entrou no meu caminhão fiquei no hospital por alguns dias meu corpo se recuperava do acidente Mas minha mente essa nunca mais foi a mesma eu evitava dormir sempre que fechava os olhos via aquele rosto deformado o gemido preso na garganta os olhos vazios a expressão de Puro desespero era como se ele quisesse dizer algo mas não conseguisse e o pior de tudo ninguém acreditava em mim os médicos diziam que o choque
do acidente poderia ter causado alucinações os policiais registraram como um caso de perda de controle do veículo a única coisa que concordavam era que eu tive sorte de sair vivo mas aquilo não era imaginação depois que Saí do hospital Tentei encontrar mais informações sobre o acidente eu precisava saber o que realmente tinha acontecido e foi aí que tudo ficou ainda mais estranho o Rafael morreu exatamente na estrada onde eu passei não muito longe do posto onde o encontrei seu corpo foi achado por volta das 3 da tarde jogado no acostamento como se tivesse sido atropelado
mas havia algo ainda mais assustador conversando com algumas pessoas desob que eu fui oic a Depois da sua morte houve outros outros caminhoneiros Viajantes solitários motoristas noturnos gente que em algum momento parou naquela estrada e viu um homem exausto encostado em um coqueiro sempre do mesmo jeito sempre com a mesma roupa e todos eles deram carona para ele todos eles descreveram a mesma coisa o silêncio os suspiros o desconforto crescente Ninguém chegou tão longe quanto eu a maioria disse que em algum momento olhou para o passageiro e viu algo errado algo que não parecia humano
e então ele desaparecia desde aquela noite nunca mais passei por aquela estrada nunca mais dirigi de madrugada sozinho mas ainda penso nele penso no que Ele queria me dizer e principalmente penso em quantos outros ainda vão cruzar com na estrada parar no posto de gasolina e oferecer carona para algo que não deveria mais estar aqui se você gostou dessa história curta e se inscreva no canal Diário de terror até a próxima Se houver uma [Música] próxima nunca fui muito de acreditar nessas hisas de de apari ou coisas do tipo Sempre achei que era exagero invenção
de gente que queria assustar os outros mas depois do que aconteceu naquela noite eu nunca mais peguei caroneiros era por volta das 9 da noite quando saí de casa eu estava indo visitar um amigo na faculdade uma viagem de mais ou menos uma hora me já conhecia aquele caminho de cor fazia aquilo direto estada era bem tranquila à noite quase sem movimento só Uns poucos caminhões e uns carros passando de vez em quando o tipo de lugar que te faz sentir sozinho mesmo sabendo que não está depois de uns 15 minutos dirigindo vi um homem
parado na saída de uma rotatória com o Polegar levantado pedindo carona ele estava meio afastado da luz do poste então de longe Parecia um jovem talvez alguém que estivesse volando de uma festa ou que tivesse perdido o ônibus por um momento pensei em seguir em frente mas alguma coisa me fez reduzir a velocidade quando parei o carro e abaixei o vidro percebi que ele não era tão jovem quanto eu imaginava devia ter uns 30 e poucos anos era bem magro alto e a pele dele parecia estranhamente pálida ele carregava uma bolsa pequena atravessada no peito
o que me fez pensar que era só um cara precisando de uma carona para casa ele se inclinou um pouco na janela e perguntou se eu podia deixá-lo um pouco mais à frente perto da entrada de uma cidade vizinha o jeito que ele falou era calmo mas algo nele não me passava confiança talvez fosse o olhar meio vazio como se estivesse ali mas ao mesmo tempo não estivesse mesmo com o incômodo acabei deixando ele entrar assim que ele entrou e fechei a porta o clima dentro do carro mudou o cara se encolheu um pouco no
banco do passageiro e Segurou o próprio estômago como se estivesse passando mal começou a balançar devagar de um lado para o outro murmurando que não se sentia bem pensei em perguntar se ele queria que eu parasse o carro mas antes que eu dissesse qualquer coisa ele falou que só precisava tomar um remédio só que ele nunca pegou nada na bolsa só Ficou ali se balançando e respirando fundo o silêncio foi ficando cada vez mais estranho liguei o rádio mas parecia que qualquer som ficava deslocado naquele momento a cada farol de caminhão que passava eu olhava
de canto de olho para ele e sentia que alguma coisa não estava certa então do nada ele virou a cabeça para mim e perguntou posso ver suas unhas Aquilo me pegou totalmente de surpresa Como assim ver minhas unhas sem entender nada dei uma risadinha nervosa e fingi que não ouvi Mas ele continuou me encarando era um olhar intenso como se estivesse esperando que eu realmente mostrasse as mãos o desconforto começou a crescer dentro de mim ele então murmurou algo que me fez gelar eu nunca feri ninguém o jeito que ele falou pausado quase Como se
quisesse me convencer de alguma coisa aquilo fez um arrepio subir pelas minhas costas o que estava acontecendo ali meu coração começou a bater mais rápido a estrada à frente parecia infinita e a Escuridão lá fora fazia o carro parecer uma bolha isolada do resto do mundo eu tentava me concentrar na direção mas não conseguia ignorar a presença dele ali ao lado depois daquela pergunta estranha sobre minhas unhas o caroneiro ficou em Sil o era que aquele silêncio não era normal el Respira fundo meio trêmulo e vezes solt sussurros que eu não conseguia entender a do
nada el comeou a falar de no minha namorada vai terminar comigo se eu não voltar hoje não respondi só apertei mais forte o volante ele como se estivesse conversando sozinho eu não posso sumir de novo não Dessa vez dessa vez o que aquilo significava Foi então que senti um cheiro estranho no carro era uma mistura de terra molhada com algo metálico forte enjoativo olhei de canto de olho e vi que ele segurava a alça da bolsa atravessada no peito com força como se estivesse protegendo alguma coisa ali dentro ele percebeu que eu estava olhando e
com um movimento Rápido Pegou o celular quer ver uma foto da minha mãe antes que eu pudesse responder ele virou a tela para mim mas a imagem estava toda distorcida cheia de chiados na tela como aquelas TVs antigas fora de sintonia Mesmo assim dava para ver que tinha algo errado na foto no fundo da imagem havia uma sombra Estranha como se alguém estivesse ali mas sem um rosto definido foi nesse momento que senti o estômago afundar tentei disfarçar meu desconforto e olhei de volta para a estrada fingindo que nada daquilo tinha me incomodado Mas minha
mente já estava a 1 o caroneiro guardou o celular e começou a olhar para os retrovisores com um olhar preocupado eles estão seguindo a gente meu sangue gelou quem perguntei tentando manter a calma ele não respondeu de imediato só Ficou ali encarando a escuridão atrás do carro você já sentiu que alguém está te observando mas não consegue ver quem é as palavras dele pareciam grudar na minha mente como um Eco agora eu também sentia aquilo o peso de um olhar invisível algo que não devia estar ali a estrada parecia diferente como se as luzes dos
postes estivessem mais fracas piscando quase falhando Foi então que o caroneiro se encolheu e murmurou baixinho o coitado eu não aguentei mais que Coitado perguntei tentando esconder meu nervosismo ele demorou um pouco para responder quando finalmente abriu a boca apontou para uma placa de trânsito à frente e sussurrou ele ainda está aqui não olhei de imediato mas quando passei pela placa vi que era uma daquelas com alerta de acidente e bem ali na base da tinha um monte de flores velhas e velas apagadas um memorial meu coração disparou o que diabos esse cara estava querendo
dizer minha boca ficou seca meu instinto gritava para eu dar um jeito de tirar aquele cara do meu carro mais rápido possível mas como eu estava no meio da estrada cercado pelo nada o caroneiro continuava olhando fixamente para o lugar onde o memorial estava como vendo algo que eu não podia ver ele não devia estar aqui murmurou mas ele não consegue ir embora o jeito que ele falou me deu um arrepio profundo do que você tá falando perguntei tentando soar firme ele virou a cabeça devagar para mim e Sorriu mas não era um sorriso comum
era como se ele estivesse se divertindo com alguma coisa que só ele sabia Você já viu um homem morto dirigindo meu sangue gelou segurei firme no volante e acelerei eu precisava chegar logo na cidade eu precisava sair dali mas o caroneiro não parecia nem um pouco incomodado com isso ele apenas suspirou e começou a esfregar os dedos na própria perna como se estivesse ansioso então sem aviso ele esticou a mão e tocou meu ombro a sensação foi instantânea um gelo subiu pelo meu braço se eu tivesse enfiado a mão em água congelada meu corpo inteiro
Se arrepiou Meu Coração batia forte demais eu olhei pelo retrovisor só por reflexo e juro juro que por um segundo os olhos dele não estavam mais ali eram só dois buracos negros Fundos vazios eu quase perdi o controle do carro finalmente vi as primeiras luzes da cidade eu só precisava dar um jeito de tirar ele do carro sem provocar nada você disse que queria ir pra estação de trem né ele demorou alguns segundos para responder sim mas não tem mais trem a essa hora eu sabia mas fingi que não vou te deixar perto de um
lugar com gente tá uma lanchonete Tem movimento ele não respondeu de imediato apenas olhou pela janela como se pensasse em algo depois de um tempo Balançou a cabeça devagar quando parei na frente da lanchonete as luzes lá dentro estavam acesas mas parecia vazia o caroneiro ficou sentado por uns segundos olhando para o nada então sem pressa abriu a porta e saiu mas antes de fechar ele se inclinou e colocou alguma coisa no painel do carro uma moeda pequena velha enferrujada você foi legal comigo ele disse com um sorriso estranho nem todo mundo é fechou a
porta e saiu andando eu não esperei para ver para onde ele ia acelerei e saí dali o mais rápido que pude quando olhei pelo retrovisor meu coração quase parou a lanchonete estava vazia não tinha ninguém ali nenhum atendente nenhum cliente nem mesmo o caroneiro Ele simplesmente desapareceu no dia seguinte ainda perturbado contei a me ol srio e pediu para descrever o caroneiro quando terminei ele ficou pálido cara há anos atrás Um cara com essa descrição morreu naquela Estrada ele pegou carona com um caminhoneiro mas o caminhão sofreu um acidente bem naquela rotatória o motorista sobreviveu
mas o caroneiro foi arrado fora um arrepio gelado percorrer minha espinha peguei a moeda que ele deixou no painel E no instante em que toquei nela minha pele se arrepiou de novo nunca mais peguei caroneiros depois disso e nem [Música] vou não sei se vocês acreditam nessas coisas mas depois do que aconteceu comigo eu nunca mais fui o mesmo isso faz alguns anos na época eu ajudava meu avô nas entregas de madrugada a gente levava pães e frangos para as comunidades mais afastadas da cidade ele fazia isso a vida toda e eu acabei pegando o
costume também era um trabalho tranquilo mas tinha um detalhe a estrada para chegar nos bairros a gente tinha que cruzar uma ponte velha Estreita e sempre molhada era um daqueles lugares que todo mundo tem uma história esquisita para contar acidente gente que desaparece esse tipo de coisa mas para mim tudo isso era besteira naquela noite o tempo tava estranho o vento sacudia as árvores e a neblina cobria a estrada feito um lençol meu primo Guilherme tava comigo sentado do lado a gente ia rindo falando besteira quando do nada eu vi ela uma mulher idosa parada
na beira da estrada ela tava ali no escuro sozinha debaixo de uma chuva fina o vestido molhado grudava no corpo magro e o cabelo branco caía pelo rosto para o carro Guilherme disse baixinho hesitei por um segundo algo dentro de mim gritava não para Mas como eu ia ignorar uma senhora na chuva encostei o carro devagar e abaixei o vidro a senhora precisa de ajuda ela olhou para mim e Sorriu mas tinha algo estranho naquele sorriso a idosa entrou no carro com calma sentou no banco do passageiro ajeitou a bolsa no colo e agradeceu com
um aceno de cabeça moro perto do final da estrada pode me deixar lá a voz dela era baixa meio rouca Claro sem problema ajeitei o espelho Olhei pro Guilherme pelo retrovisor ele quieto olhando pra frente com o rosto meio pálido no começo a viagem seguiu normal a senhora falava pouco só respondi o que eu perguntava Mas então eu senti o cheiro era um cheiro forte cera de vela derretida Olhei pro painel tentando ver se tinha alguma coisa queimada no carro nada mas o cheiro ficava mais forte a cada minuto foi quando Guilherme se mexeu inquieto
tô passando mal vou para trás da caminhonete sério sério me deixa descer um segundo encostei o carro e ele desceu quase pulando indo direto pra parte de trás a viagem continuou eu tentei puxar assunto perguntar da família dela mas algo me incomodava a bolsa dela tava fazendo barulho era um som estranho como vidro batendo mas foi quando ela começou a falar dos mortos que eu soube que tinha algo muito muito errado eu tentei não dar muita bola pro barulho na bolsa da mulher devia ser alguma tralha dela sei lá mas então a conversa começou a
me incomodar de verdade você é daqui perguntei só para quebrar o silêncio esquisito sou já faz muito tempo ela ficou mexendo na bolsa como se procurasse alguma coisa lá dentro conheci muita gente Dessa região continuou seu avô por exemplo homem bom sempre foi generoso com quem precisava meu estômago gelou como a senhora conhece meu avô Ah conheço muita gente Seu Joaquim por exemplo Que Deus o tenha eu quase Pisei no freio Seu Joaquim morreu faz mais de 5 anos eu olhei para ela de relance o sorriso ainda estava ali mas agora pare diferente e o
sen Elias ela homem teve um fim Tão trágico minha mão apertou o volante eu conhecia todas essas pessoas e todas estavam mortas Foi então que percebi o cheiro de vela tava ainda mais forte e o som da bolsa ficou mais alto meu coração disparou mas Eu segui dirigindo fingindo que nada estava acontecendo a senhora continuou falando mas agora ela não falava mais de meus ela começou a contar sobre sua filha minha menina era jovem cheia de vida mas tiraram isso dela Levaram tudo a voz dela ficou diferente pesada triste mas com raiva pessoas ruins fizeram
mal para ela e ninguém nunca pagou pelo que fez eu não sabia o que responder minha boca tava seca espero que ela esteja em paz agora meio a senhora virou a cabeça devagar e olou mim mas o jeito que ela olhou foi como se pudesse ver dentro da minha alma será meu peito apertou eu só queria chegar logo ao destino dela e acabar com aquilo poucos minutos depois finalmente paramos em frente a uma casa velha mas bema abri sinal da cruz e murmurou algo baixinho era como uma bênção ou um aviso ela entrou na casa
e sumiu na escuridão assim que ela saiu Guilherme voltou correndo pro carro o rosto dele estava Branco Cara você sabe quem essa mulher parecia Eu já sabia o que ele ia dizer mas mesmo assim perguntei quem Ele engoliu seco a viúva da estrada o sangue sumiu do meu rosto e então no fundo da minha mente uma lembrança antiga surgiu a história de uma mulher que assombrava aquela estrada e de todos que a levavam e nunca mais eram os mesmos aquela noite foi a última vez que ouvi falar da senhora não na verdade foi só o
começo depois do que Guilherme disse minha cabeça virou um turbilhão viúva da estrada eu já tinha escutado essa história quando eraan meu Av e outros motoristas Falavam sobre uma mulher que aparecia na beira da estrada pedindo carona e que quem a levava acabava se envolvendo em acidentes fatais dias depois mas era só lenda só podia ser lenda Pelo menos era o que eu queria acreditar no dia seguinte a história não saía da minha cabeça eu precisava saber mais então voltei àquela casa quando bati na porta uma mulher de uns 40 anos atendeu seu rosto era
triste cansado como alguém que já carregou muita dor na vida com licença ontem à noite eu trouxe uma senhora até aqui queria saber se ela está bem A mulher ficou pálida senhor não pode ser meu peito apertou Como assim ela abaixou a cabeça respirou fundo e disse quase sussurrando essa mulher era minha mãe um calafrio subiu pela minha espinha Como assim era ela me olhou com um olhar pesado e então respondeu minha mãe morreu há anos um silêncio assustador tomou conta do lugar minha mente tentava encontrar uma explicação lógica talvez eu tivesse levado alguém parecida
com ela talvez fosse um erro mas então a mulher nunca Descansou todos os anos algumas pessoas aparecem aqui contando que deram carona para ela que conversaram com ela que ouviram sobre minha irmã sua irmã ela respirou fundo e assentiu minha mãe nunca aceitou a morte dela ela quer Justiça mas ninguém nunca foi preso e agora ela não consegue ir embora eu tava gelado e finalmente entendi porque a Senra falou da filha com tanta dor e rancor saí dali sem saber o que pensar Naquele dia não dormi minha mente repetia a mesma pergunta porque nada aconteceu
comigo eu queria acreditar que aquilo era coisa da minha cabeça que eu só estava sugestionado pela história mas algumas semanas depois eu vi ela de novo era outra madrugada chuvosa outra viagem solitária pela estrada cheiro de terra molhada preenchia o carro as luzes da caminhonete iluminavam a estrada à frente e então lá estava ela no mesmo lugar do mesmo jeito o vestido encharcado o cabelo branco escorrendo pelo rosto meu peito apertou agora eu sabia quem ela era minha respiração ficou pesada meu corpo inteiro arrepiado eu fiz o sinal da cruz engoli em seco e apertei
o volante a a senhora olhou na minha direção e Sorriu mas dessa vez eu não parei acelerei mantendo os olhos fixos na estrada meu coração parecia querer sair do peito mas não era medo era respeito respeito por alguém que nunca encontrou paz enquanto passava por ela murmurei baixinho Me perdoe mas agora que sei quem você é não posso mais te levar olhei pelo retrovisor ela não estava mais lá a partir daquele dia Nunca mais a vi mas algo mudou em mim até hoje sempre que cruzo aquela Estrada deixo uma vela acesa na ponte porque sei
que em algum lugar da noite ela ainda está [Música] esperando eu nunca fui do tipo que se assusta f sempre gostei de caminhar sozinho à noite principalmente depois de algumas cervejas era como se o frio e o silêncio ajudassem a organizar meus pensamentos naquele dia eu estava na casa de um amigo curtindo uma festa de Natal a intenção era dormir por lá mas perto das 3 da manhã decidi que preferia minha própria cama o problema era a distância minha casa ficava a cerca de 3 milhas de lá e não havia ônibus táxi ou qualquer outro
transporte disponível o pessoal da festa estava completamente bêbado Então nem pensar em pegar carona com alguém dali eu me sentia bem o suficiente para caminhar Sim estava um pouco alterado mas nada que me fizesse perder o equilíbrio a noite estava estranha fria úmida uma tempestade fina caía sem parar Deixando as ruas desertas eu já tinha caminhado por uma famía quando percebi que a cidade estava mais silenciosa do que o normal nem cachorros latindo nem barulhos de motor à distância era só eu o som da chuva batendo no asfalto e meus próprios passos ecoando pelo caminho
Foi então que vi os faróis no começo não dei muita atenção era só um carro vindo na direção oposta mas quando ele reduziu a velocidade e parou ao meu lado senti um arrepio na nuca no banco do motorista uma mulher cerca de 30 anos sozinha com um sorriso educado no rosto ela abaixou o vidro e sem rodeios me ofereceu carona tá chovendo muito moço quero uma carona eu sorri de volta e agradeci mas recusei eu realmente gostava de caminhar e não estava tão desconfortável assim mas o que me deixou intrigado foi a forma como ela
reagiu ela não foi embora continuou ali me encarando por alguns segundos e depois insistiu tem certeza você vai se molhar todo algo no tom dela não parecia certo não era uma insistência comum tipo alguém que está sendo gentil era como se ela precisasse que eu aceitasse a carona Eu recusei de novo e continuei andando ela por sua vez também seguiu em frente mas na mesma velocidade que eu caminhava a princípio achei que era só coincidência talvez estivesse indo na mesma direção mas a cada poucos metros ela diminuía o vidro e repetia o convite vai entra
aí eu juro que sou de boa eu te levo rapidinho é perigoso andar sozinho a essa hora sabia foi nessa hora que o desconforto virou um alerta real ela não estava tentando ser gentil ela queria que eu entrasse no carro a cada passo que eu dava aquela mulher seguia do meu lado mantendo a mesma velocidade do meu ritmo o som do motor baixo o vidro do passageiro aberto a voz dela me chamando de tempos em tempos você deve estar cansado entra eu juro que te deixo na sua casa tá ficando tarde não tem ninguém na
rua sabia meu desconforto virou tensão isso não era normal se fosse apenas uma pessoa tentando ser gentil ela já teria seguido seu caminho depois da minha primeira recusa mas não ela continuava ali me seguindo como um Predador observando a presa a chuva engrossou e eu sentia as roupas grudando na pele meu coração começou a bater mais rápido eu tentava ignorar tentava não olhar para o carro mas era impossível o medo começou a pesar nos meus ombros pela primeira vez naquela noite olhei bem para o rosto dela a pele era pálida os olhos escuros e fundos
mas o que me marcou foi o sorriso não era amigável não era acolhedor era um sorriso que não combinava com a situação e então sem aviso ela parou o carro bruscamente um pouco à frente o motor ficou ligado e ela abriu a porta vamos lá só senta no banco de trás vai ser mais confortável Eu parei no meio da calçada o a primeira passou pela minha cabeça foi por no banco de trás se o objetivo dela era apenas me ajudar por não no banco do passageiro aquilo soava errado muito errado meu instinto gritava para eu
correr mas ao invés disso fingi hesitar tentei parecer confuso como se estivesse considerando a oferta e foi aí que reparei nos detalhes os bancos traseiros tinham algo diferente um brilho metco nas portas travamento infantil no banco do passageiro da frente havia um cobertor jogado mas algo por baixo dele criava um volume estranho meu peito ficou pesado um nó na garganta se formou você quer mesmo me ajudar perguntei tentando manter a voz firme ela piscou devagar e inclinou a cabeça Claro que sim mas precisa ser no banco de trás naquele momento eu soube se eu entrasse
naquele carro eu não sairia dele por vontade própria eu balancei a cabeça dei um passo para trás e disse um não seco por um instante ela me encarou E então sua expressão mudou o sorriso sumiu a gentileza forçada desapareceu o olhar dela ficou vazio Como se eu tivesse arruinado algo para ela e então com uma voz baixa quase inaudível ela murmurou você devia ter entrado sem esperar mais um segundo eu virei de costas e comecei a andar rápido tentando manter a calma mas meu corpo inteiro estava em Alerta eu precisava sair dali e foi quando
ouvi o carro acelerando de novo o barulho do motor Aumentou e meu coração disparou ela não tinha ido embora ela estava me seguindo a cada passo que eu dava STI a presença do carro se movendo ao meu lado deslizando silencioso pela rua molhada a chuva caía forte e o frio cortava minha pele mas nada era pior do que a sensação de estar sendo caçado não olhei para ela não queria ver aquele rosto de novo só continuei andando cada vez mais rápido tentando parecer tranquilo como se nada estivesse errado mas por dentro o pânico tomava conta
Minas per est minhas mãos suavam apesar do frio o que essa mulher queria comigo insistia tanto em certo momento ela acelerou e sumiu na esquina à frente senti um alívio momentâneo mas ele durou pouco quando dobrei a mesma esquina alguns minutos depois lá estava o carro dela parado no Acostamento faróis apos atravessei a rua fui para a calçada oposta tentando me afastar sem correr mas quando passei pelo carro senti senti os olhos dela me observando o vidro estava escuro Mas eu sabia ela estava ali me olhando me esperando e então o carro ligou novamente foi
nesse momento que ouvi um som inesperado sirenes olhei para trás e vi as luzes piscando no escuro uma viatura da polícia estava vindo em nossa direção meu coração acelerou por um instante pensei que estava salvo que finalmente aquele pesadelo ia acabar mas então vi algo que me fez congelar a mulher saiu do carro e começou a acenar para os policiais ela os chamou o que diabos estava acontecendo dois oficiais desceram da viatura e vieram até nós a mulher com aquele sorriso falso no rosto apontou para mim ele precisa de ajuda disse ela Ele está andando
sozinho na chuva ele ele parece perdido minha cabeça girou o quê os policiais olharam para mim analisando minha aparência eu estava encharcado ofegante mas não perdido eu sabia exatamente para onde estava indo senhor um dos oficiais disse você está bem eu hesitei olhei para a mulher me encarava como se já soubesse minha resposta eu tô bem respondi só tô indo para casa a mulher soltou uma risada forçada e Balançou a cabeça ele não quer admitir disse ela mas ele precisa de uma carona eu posso levá-lo os policiais trocaram olhares eu vi a dúvida em seus
rostos eles estavam tentando entender o que estava acontecendo foi quando um deles suspirou e olhou diretamente para mim senhor você quer aceitar a carona eu nem precisei pensar não o oficial assentiu Então é isso você pode seguir seu caminho a mulher ficou imóvel o sorriso desapareceu Por um momento achei que ela fosse protestar insistir mas ela simplesmente apertou os lábios e desviou o olhar sem mais nada a dizer os policiais voltaram para a viatura e foram embora a mulher não ela ficou ali parada olhando para mim com uma expressão vazia Então antes de entrar no
carro ela sussurrou algo algo que fez meu sangue gelar você não pode fugir para sempre e então ela partiu ela se foi mas o medo ficou minha cabeça dizia que o perigo tinha passado que era só seguir meu caminho e ir para casa mas alguma coisa dentro de mim não deixava esse pensamento tomar forma algo estava errado a mulher tinha me seguido por tanto tempo insistido tanto e do nada ela desistiu não fazia sentido continuei caminhando mas dessa vez cada som me fazia virar a cabeça cada sombra parecia esconder algo meu corpo estava tenso os
músculos enrijecidos a rua parecia ainda mais Deserta do que antes sem um carro sem uma Alma viva só o barulho da chuva e o som abafado dos meus passos na calçada molhada eu não estava longe de casa mas agora cada metro parecia 1 qum então algo me fez parar peguei meu celular e abri o Google Maps só por precaução e foi ali que eu vi um pequeno ponto azul mostrava minha localização e outro um pouco atrás se movia na mesma direção eu tremi a mulher ainda estava me seguindo mas agora sem o carro meu estômago
revirou ela não tinha desistido eu precisava agir não dava mais para seguir o caminho normal não dava para confiar que ela não estava esperando em alguma esquina pensei rápido e tomei uma decisão saí da calçada e cortei caminho pelos Quintais das casas pulei cercas baixas corri pelo Gramado molhado ignorei os cães latindo ao longe não olhei para trás não queria ver meu destino mudou em vez de ir para casa corri até a casa de um amigo que morava perto dali subi os degraus da varanda e bati freneticamente na porta ele abriu sonolento confuso mas antes
que pudesse perguntar qualquer coisa eu entrei e tranquei a porta atrás de mim tem alguém me seguindo sussurrei tentando recuperar o fôlego meu amigo me olhou por um momento depois foi até a janela e espiou para fora a rua estava vazia nenhum carro nenhuma pessoa nada meu coração martelava no peito eu queria acreditar que estava seguro que tudo tinha acabado mas não conseguia E então olhei pela janela de novo do outro lado da rua entre as sombras uma figura parada ela ela não se Mexia não tentava se esconder Só estava ali olhando esperando o tempo
parou então num piscar de olhos ela virou de costas e começou a andar desaparecendo na escuridão e foi isso Nunca mais a vi nunca soube quem ela era ou o que queria mas uma coisa eu sei Aquela mulher não estava tentando me ajudar e às vezes tarde da noite ainda sinto que estou sendo observado como se em algum lugar ela ainda estivesse esperando por mim
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