Hebreus, capítulo seis, nos fala dos princípios elementares da doutrina de Cristo e apresenta seis características que são enumeradas. Elas não necessariamente limitam aquilo que é a doutrina de Cristo, mas nos falam daquilo que é essencial. O arrependimento das obras mortas, a fé em Deus, a doutrina de batismos, imposição de mãos, ressurreição dos mortos e o juízo eterno.
Já falei a respeito de todos os outros em vídeos anteriores e quero considerar ainda que assuntos como a doutrina de batismos nós desdobramos em quatro vídeos. Mas agora, nesse vídeo, eu quero falar do juízo eterno. O último desses fundamentos ou rudimentos da doutrina de Cristo alistados em Hebreus, capítulo seis.
Por que o nome juízo eterno? Acredito que porque o que nessa ocasião se julgar será para toda eternidade, terá resultados eternos. Então nós teremos juízo e o impacto ou a consequência desse julgamento durará por toda a eternidade.
Obviamente, eu e você precisamos entender que o julgamento para a salvação se define aqui na Terra, nessa vida terrena, e ele depende do quê? De crer, de receber a Palavra de Deus ou não. E isso não será mudado depois.
Essa decisão se toma ainda em vida e não pode ser revertida depois. No evangelho de Marcos, no capítulo 16, no versículo 16 também, o Senhor Jesus claramente aponta: "Quem crer e for batizado, será salvo; quem, porém, não crer será condenado. " O momento e o tempo de se crer é nessa vida.
O ensino de Jesus sobre o rico e Lázaro deixa muito claro que isso não é uma oportunidade a ser vivida depois. Em João, no capítulo três, no verso 16, Jesus diz: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. " No verso seguinte, o 17 diz: "Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo.
" Quando diz que "não para que julgasse", não quer dizer que não vá haver julgamento. Mas a intenção não é que o juízo alcançasse, é que a misericórdia oferecida em Cristo pudesse ser desfrutada quando oferecida. E se não for abraçada essa misericórdia?
O juízo inevitavelmente se seguirá. No verso 18, Jesus diz: "Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. " Então, quando Jesus diz que alguém não crê, já está julgado.
O julgamento a respeito de salvação é determinado aqui na terra. Creu, ele está dentro do pacote da salvação. Não creu ou abandonou a fé ao longo do processo, como a Bíblia ensina, o julgamento é determinado enquanto vivemos aqui na Terra.
E os seus resultados também. Eles passam a ser experimentados imediatamente após a morte. Agora, quando falamos a respeito de recompensa, é um outro texto que vale ser mencionado está lá no evangelho de João, no capítulo 12 e no verso 48.
Jesus diz: "Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. " Então, novamente haverá o último dia, aquela ressurreição dos ímpios, como falamos no vídeo anterior, e essa pessoa será julgada naquele dia, posteriormente, pela palavra que ela rejeitou em vida aqui na Terra. Acredito que é muito importante que a gente faça essa distinção.
Os julgamentos posteriores, como esse do último dia, eles apenas selam aquilo que já foi definido antes no sentido de salvação e determinam para depois a recompensa das obras. Então, em primeiro lugar, estabelecemos aqui a definição de juízo eterno. Agora, em segundo lugar, vamos para os fundamentos do juízo eterno.
Ao discutirmos a questão dos fundamentos, nós precisamos entender o seguinte: toda a obra será julgada. Haverá julgamento para aqueles que fazem o bem, haverá julgamento para aqueles que fazem o mal. A Escritura é muito clara a respeito disso.
Em Eclesiastes, no capítulo 12 e no verso 14, a Bíblia diz: "Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más. " Então, todas as obras serão julgadas. E quando falamos de juízo eterno, não podemos apenas falar a respeito da salvação para os justos e da condenação eterna para os ímpios.
Precisamos entender que justos e ímpios receberão recompensa os justos no céu, os ímpios no inferno receberão recompensas proporcionais àquilo que fizeram por meio do corpo. Um dos fundamentos do juízo eterno é que todos os homens, todos, sem exceção, terão que prestar contas diante de Deus. Em Romanos, no capítulo 14, o apóstolo Paulo, ele afirma no final do versículo 10: "todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
" E depois, no 12, ele diz: "Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. " Então, qual a razão de comparecer perante o tribunal? Cada um de nós, diz o verso 12, dará conta de si mesmo a Deus.
O livro de Hebreus também nos afirma no capítulo quatro e no verso 13, o seguinte: "E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes", outra tradução diz: "nuas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. " Ou seja, esse Deus diante de quem prestaremos conta, ele vê tudo. Nada, nada vai ficar escondido, nenhuma obra boa será esquecida, ignorada; nenhuma obra ruim também será ignorada.
Agora, um dos fundamentos é que também haverá julgamentos separados. Os que estão em Cristo serão julgados após a sua ressurreição. E definimos a primeira ressurreição como acontecendo antes do milênio em todas aquelas três etapas no vídeo anterior.
Já a ressurreição dos ímpios ela se dá depois do milênio. Então nós temos etapas distintas. Segunda aos Coríntios, capítulo cinco, verso dez, Paulo diz: "Importa que todos compareçamos perante o tribunal de Cristo".
Quando ele está falando do tribunal de Cristo ele está falando de pessoas que obviamente são salvas e vão receber de Cristo a recompensa. Em Romanos, no capítulo 14 e no verso dez, quando o apóstolo faz a afirmação que nós lemos agora há pouco, dizendo que vamos comparecer perante o tribunal de Deus, ele usa uma expressão "nós", como quem diz: "eu e vocês, os cristãos a quem estamos falando", isso, obviamente, não exclui os outros homens, mas Paulo estava fazendo uma distinção em segundo aos Coríntios 5. 10, depois do tribunal de Cristo, que é para os salvos.
Já Apocalipse 22, a partir do verso 11 quando nós temos o juízo do trono branco, nós temos a ressurreição dos ímpios, esses, por sua vez, serão julgados depois do milênio, num momento distinto, num momento separado. Agora, o tempo é sempre mencionado na Escritura como sendo depois da morte. Em Hebreus 9.
27, a Escritura diz: "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo. " Ou seja, quando a Bíblia fala de morrer uma só vez, não significa que alguém não possa ser temporariamente ressuscitado, mas, obviamente, ela exclui a possibilidade de encarnação que outras seitas creem. Você vive uma vida, você morre e depois da morte vem o juízo eterno, embora ele seja classificado não só como posterior à morte, mas também como posterior à ressurreição, que, por sua vez, só acontece depois da morte.
Em Mateus 12. 36, Jesus diz: "Digo-vos que de toda a palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque, pelas tuas palavras, será justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado. " Jesus menciona um dia de juízo, e aqui ele fala não apenas de obras, mas Ele inclui inclusive também as nossas palavras, aquilo que nós falamos.
Bom, depois de apresentar esses fundamentos, em terceiro lugar, eu quero aqui apresentar para vocês a visão bíblica de que haverá diferentes níveis de recompensa para cada um dos dois grupos: justos e ímpios. Em primeiro aos Coríntios, no capítulo três, o apóstolo Paulo nos apresenta um entendimento muito claro a respeito disso. Por exemplo, no versículo oito, ele diz: "Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho.
" Ele diz: "Um planta, o outro rega. Deus dá o crescimento", ele tinha dito isso no versículo anterior, o sete, e diz: "o que planta e rega são um, trabalho conjunto. Mas, cada um", aí ele está dando destaque individual, "receberá o galardão, a recompensa, de acordo com o seu próprio trabalho.
" Nós precisamos entender que o corpo de Cristo é apresentado como um só corpo na visão coletiva, mas os membros são apresentados como tendo uma diversidade de função. Quando nos unimos e juntos produzimos um resultado final, um trabalho conjunto, a Bíblia está dizendo: "Nós somos um só corpo trabalhando", mas cada um vai ter a recompensa de acordo com a sua função, para o todo, de acordo com o nível da sua dedicação. No verso dez, o apóstolo Paulo diz assim: "Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele.
Porém, cada um veja como edifica. " Esse "veja como" é a advertência. Paulo está dizendo: "Vai ter recompensa das obras?
Sim. Quem edificou vai ser recompensado pelo seu trabalho de edificar, de construir a casa, o edifício? Sim.
", ele diz: "mas veja como", porque não basta apenas fazer a coisa certa, que é trabalhar em prol da edificação, mas nós precisamos fazer isso da melhor forma possível. Por quê? A recompensa será dada não só pelo que foi feito, mas pela maneira como nós fizemos.
Então ele diz assim no verso 11: "ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus. " Paulo diz: "Eu lancei o fundamento: é Jesus. Isso não se muda, só se faz da mesma forma.
" Ele diz: "Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento", agora sobre o alicerce, a construção do prédio, "se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um, pois o Dia", aqui é o dia final, o dia do juízo, "o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja, a obra de cada um, o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou", que é Cristo, "esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar", pelo fogo que virá prová-la, "sofrerá ele dano", perda, "mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo. Ou seja, esse julgamento é para os salvos, não determina salvação, mas determina a recompensa que os salvos terão.
Se a obra sobreviver ao fogo, recompensa. Se não sobreviver ao fogo, não haverá recompensa de trabalho. E a Bíblia chama isso de um dano.
Não compromete a salvação, mas haverá distinção do trato, do que cada um receberá depois, mesmo sendo salvo de acordo com o seu trabalho. Então, quando olhamos para essa declaração do apóstolo Paulo, inspirada pelo Espírito Santo, que pauta e determina a nossa crença das obras, e eu tenho repetido isso com muita frequência nos últimos anos, nós precisamos de uma reforma na nossa teologia de serviço. Embora nós não somos salvos pelas obras, nós fomos salvos para as obras.
E essa verdade ela tem sido ignorada por muitos cristãos. Ela tem sido deliberadamente ignorada. A Igreja parece muitas vezes transicionar de um extremo a outro.
Já vivemos a fase onde a igreja foi tomada pelo engano de que ela seria salva por meio das suas obras. Isso é contrário à Escritura. Efésios, capítulo dois, versos 8 e 9 diz: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus, não de obras, para que ninguém se glorie.
" No entanto, a Igreja usou esse texto na reforma protestante, voltamos a dizer: é somente pela fé, não é por obras, mas ignoramos o verso seguinte, o dez: "Pois somos feitura dele", é na sequência, logo depois de dizer "não de obras, para que ninguém se glorie", ele diz: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. " Então não somos salvos pelas boas obras, mas fomos salvos para as boas obras. Significa que nossas obras não nos salvam, mas fomos salvos para praticar obras.
E muitas vezes, porque a pessoa pega a declaração de que não somos salvos pelas obras, elas simplesmente tratam as obras como se fosse algo inútil e eu quero te garantir que não é. O que determina a recompensa do cristão, esse aspecto do juízo eterno daqueles de nós que vamos comparecer perante o tribunal de Cristo, são exatamente as nossas obras. E nós não podemos ignorar a importância que elas têm na doutrina cristã, porque o tempo todo a ênfase é que nós receberemos de acordo com aquilo que fizermos.
Interessante que a Bíblia fala isso a respeito do justo, mas também fala isso a respeito do ímpio. No evangelho de Mateus no capítulo 23 e no versículo 14, Jesus diz: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque devorar as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo! " Quando Jesus usa a expressão "um juízo mais severo", significa que mesmo aqueles que vão ser julgados não serão julgados todos na mesma medida.
O Senhor Jesus também fez distinção quando Ele fala a respeito do povo dos seus dias e a geração de Sodoma. Ele diz que no dia do juízo o povo de Sodoma se levantaria contra as pessoas da geração de Jesus para acusá-los. Jesus diz: "Se em Sodoma e Gomorra tivessem sido feitos milagres, os sinais que foram feitos no meio de vocês, eles teriam se arrependido e eles vão testemunhar contra vocês.
" Então precisamos de fato entender que juízo, eterno não é só ser salvo ou perecer. Para os salvos haverá recompensa das suas obras, galardão, e para os perdidos também haverá recompensa das suas obras. Cada um será julgado de acordo com aquilo que fez.
Bom, dito isso, eu quero focar muito mais na recompensa dos justos, que são aqueles que estamos instruindo por meio desses vídeos, onde trabalhamos a doutrina bíblica, eu quero focar muito mais nesse elemento e trazer informações que eu acredito, são importantes para a prática do dia a dia da nossa vida cristã. Nesse quarto e último tópico eu quero falar de quantidade versus qualidade. Quando o apóstolo Paulo diz: "Cada um veja como faz", ele está focando muito mais na qualidade do que só na quantidade.
Não quero desmerecer a quantidade, mas nós precisamos entender a importância da qualidade, porque Deus não vai nos recompensar apenas pelo quanto fizemos, e sim pela fidelidade em fazer aquilo que Ele nos pediu. Então vamos lá. Em Mateus, no capítulo 20, a partir do verso um, nós temos um ensino de Jesus que no assunto que nós estamos discutindo aqui, não pode ser ignorado.
Ele diz: "Porque o reino de Deus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para sua vinha. E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. Saindo pela terceira hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e vos darei o que for justo.
Eles foram. Tendo saído outra vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma, e, saindo por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo? Responderam-lhe: Porque ninguém nos contratou.
Então, lhes disse ele: Ide também vós para a vinha. Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até os primeiros. Vindo os da hora undécima", detalhe: a jornada de trabalho era de sol a sol, 12 horas de trabalho.
"Vindo os da hora undécima", ou seja, aqueles que trabalharam só a última hora, "recebeu cada um deles um denário. " Denário era o pagamento por um dia inteiro de trabalho, mas esses trabalharam uma hora só e receberam um denário. "Ao chegarem os primeiros, pensaram que receberiam mais; porém também estes receberam um denário cada um.
Mas, tendo-o recebido, murmuravam contra o dono da casa, dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia. Mas o proprietário, respondendo, disse um deles: Amigo, não te faço injustiça, não combinaste comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te, pois quero dar este último tanto quanto a ti.
Porventura, não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom? " Quando eu olho para esse texto, eu li até o verso 15 de Mateus 20, do um ao 15, eu vejo algo muito importante.
Em primeiro lugar, eu tenho afirmado sempre que o céu não tem regime socialista. Alguém diz: "Mas todo mundo vai receber a mesma coisa. " Eu falei: "Não é isso que o texto está ensinando.
" A Bíblia diz: "Cada um receberá de acordo com o seu trabalho. " Então eu tenho visto as pessoas dizerem: "Ah, então nesse texto aqui não é galardão por obras. Isso aqui é a recompensa de salvação.
" Não. Se a salvação não é por obras, ela não pode ser vista como pagamento de trabalho. Então, aqui Jesus não está falando da recompensa da salvação.
Ele está falando da recompensa de trabalho. "Pastor, então nós temos uma contradição. Todo mundo vai receber a mesma coisa.
" Não. O que nós precisamos entender é que Deus vai recompensar cada um de acordo com o combinado. Nós não recebemos uma recompensa pelo quanto fizemos, no sentido de vamos nos medir uns com os outros.
"Eu trabalhei mais do que outro. Eu mereço mais do que outro. " Não.
Se Deus me pediu para fazer mais e pediu a outro para fazer menos, nós vamos receber de acordo com a fidelidade em cumprir aquilo que fomos chamados a fazer. E eu creio que esse entendimento é muito importante, porque tem gente querendo trabalhar mais do que o que o Senhor pediu; tem gente querendo trabalhar menos e tem gente querendo se comparar. Nada disso pode permanecer de pé diante da doutrina do juízo eterno.
Nós precisamos entender que a recompensa tem a ver com a fidelidade naquilo que Deus pediu. Ou seja, se algum de nós faz menos do que Deus pediu, a gente vai dizer: infiel. Mas muitas vezes nós acreditamos que infidelidade é fazer menos.
Alguns estão sendo infiéis porque estão querendo fazer mais. Eu não estou falando de mera proatividade. Estão entrando em áreas onde não foram chamados, estão tentando fazer coisas que Deus nunca lhes pediu que fizesse.
E se Ele não pediu, há razões específicas para entendermos que Ele queria que outros fizessem aquilo e não nós. Então nós precisamos entender esse elemento da fidelidade naquilo que Deus nos pediu. Então já falei anteriormente que o fogo vai provar as nossas obras.
Então, Paulo está usando a figura de um edifício que é levantado sobre um fundamento. Ele diz: "O fundamento é Cristo. " Isso não muda, mas a maneira como o prédio é construído sobre o fundamento, isso sim, tem diferença.
Ele diz que se o que alguém construir for madeira, feno, palha, e nós precisamos entender que as pessoas faziam habitações para si, de madeira, de feno e de palha, ele diz: "Quando vier o fogo, nada disso vai sobreviver. " Mas ele fala de gente que vai construir com ouro, prata, pedras preciosas. É lógico que, no natural, ninguém construiu uma parede inteira de ouro maciço.
Mas ele está falando da excelência, do trabalho, da excelência da dedicação. E acredito que aqui nós precisamos entender há uma mentalidade errada na visão de muitos crentes. "Se é para Deus, a gente faz de qualquer jeito.
" E isso fere o princípio bíblico da recompensa. Deus não espera que a gente faça de qualquer forma. Ele espera que a gente faça da melhor forma.
Aliás, alguém pode estar trabalhando e fez de qualquer forma, no final não vai ter recompensa. Porque a recompensa não é pelo trabalho que é feito, não é pelo tempo, pelo seu suor. É: você fez o que Ele esperava que fosse feito?
E se Deus espera um edifício de ouro, por que é que nós vamos fazer com madeira, feno e palha? Ou seja, nós podemos trabalhar à toa, nós podemos trabalhar em vão e não ter recompensa alguma. Isso é parte de um entendimento da prática da vida cristã.
Deus não quer apenas que a gente tenha um trilho doutrinário. Haverá ressurreição dos mortos, haverá juízo eterno. O entendimento dessas verdades precisa impactar hoje a forma como eu e você vivemos.
As escolhas que eu e você fazemos. Então, sim, nós precisamos entender a importância da qualidade e para isso vamos precisar buscar ajuda de Deus, sabedoria do alto, direção do Espírito Santo, colocar o nosso coração, porque a Bíblia usa muito a expressão "de todo o coração" a respeito de buscar a Deus de todo coração, a respeito de amar a Deus de todo o coração, mas eu quero te dizer trabalhar também é algo que nós devemos fazer de todo o nosso coração. Precisamos também entender que o que Deus pede a cada um de nós está dentro dos padrões de justiça do seu caráter, ou seja, é de acordo com a nossa capacidade, nunca está além da nossa capacidade de poder responder ao chamado Dele.
Em Mateus 25, a partir do verso 14, nós temos a parábola dos talentos. Talento não é habilidade, talento aqui precisa ser entendido como uma medida monetária, financeira de alto valor. Então Jesus diz assim: "Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens", bens, patrimônio.
"A um deu cinco talentos, a outro, dois a outro, um a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu. " Ou seja, ele deu cinco para um, dois para o outro, um para o primeiro, de acordo com a capacidade de cada um. Porque se ele pede uma produtividade além da nossa capacidade, ele seria injusto.
Mas porque Deus não é injusto, como diz Hebreus 6. 10,, Ele sempre só nos pede aquilo que nós temos a capacidade de fazer. É lógico que Deus espera que, mais do que usar só a nossa capacidade, a gente use os recursos Dele, a sabedoria Dele, a graça, a unção.
Mas ainda assim, Deus jamais será injusto. Então o texto nos fala a respeito de como cada um deles saiu para trabalhar, negociar. Os dois primeiros, eles produziram 100% em cima daquilo que receberam, mas não produziram a mesma quantidade.
Porque o primeiro recebeu cinco talentos, ganhou outros cinco. Ou seja, dobrou o investimento. Mas o que recebeu dois, embora recebeu dois e não cinco, ele também dobrou o investimento.
Interessante é que os dois ouvem do seu senhor que eles são servos bons, são servos fiéis. Mas um não se dispôs a trabalhar, diz: "Eu não quero correr risco", não mostrou nenhum interesse ou uma disposição de valorizar nem aquilo que lhe foi confiado e nem tampouco a pessoa que lhe confiou. Eu olho para um texto como esse e percebo: eu e você podemos cumprir exatamente o chamado de Deus na nossa vida, porque ele será sempre, sempre de acordo com a nossa capacidade de resposta.
Deus não vai pedir de mim e de você algo que a gente não possa fazer. E se ele pediu algo que podemos, nós devemos dar o melhor de nós. Portanto, não é mera questão de quantidade, mas de qualidade.
É lógico que se Deus me pediu para fazer mais, então eu vou cumprir a quantidade pedida. Mas vou fazer isso com qualidade e entender que a recompensa não é só o quanto eu fiz é o quanto eu fiz de acordo com aquilo que se esperava que eu fizesse. E por último, eu quero declarar algo que ele tem um aspecto completamente personalizado.
Se o que Deus pede para cada um de nós é diferente, nós precisamos entender que não há um versículo bíblico que especifique o que Deus quer de cada um de nós. E aí nós precisamos cultivar um relacionamento de intimidade com Deus, de sensibilidade à orientação, à direção do Espírito Santo, porque se nós seremos julgados de acordo com a nossa fidelidade em fazer o que nos foi pedido, a questão é: nós sabemos o que Deus quer de nós? Porque é nossa responsabilidade conhecer isso.
Em Lucas, no capítulo 12, nos versos 47 e 48, Jesus diz: "Aquele servo, porém, que conheceu a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. " 48: "Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignos de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e aquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão.
" Então, o que recebe cinco talentos por ter mais capacidade, vai ser cobrado de uma medida maior. Nunca é só um bônus maior, tem um ônus maior. Nunca é só um privilégio maior.
, tem uma responsabilidade igualmente maior. Agora, o que eu e você precisamos entender é que: dois servos diferentes, que não fizeram a vontade do seu senhor, eles vão receber açoites. Só que a Bíblia fala de um que conheceu e de um que não conheceu.
O que conheceu, vai receber mais açoites, porque deliberadamente desobedeceu. O que não conheceu, ou seja, parte da razão pela qual não cumpriu o que deveria era ignorância e não só a rebeldia declarada, ele vai ter menos açoites. No entanto, os dois serão julgados e não terá uma recompensa positiva.
No entanto, a Escritura faz distinção do tipo de punição de cada um, de acordo com o conhecer ou não conhecer. Mas o que não conheceu vai ser punido se não conhecia? Sim, porque era responsabilidade dele buscar o conhecimento.
Agora, depois que recebemos o conhecimento para fazer o que Deus espera de nós, então nos foi dado mais, aumenta a nossa responsabilidade. Ou seja, eu outro dia ouvi alguém falando: "Então é melhor não conhecer. " Eu falei: "Dessa forma você está garantindo menos açoites, mas está garantindo açoite em vez de uma recompensa.
" A melhor coisa é conhecer a vontade do Senhor e fazê-la. Eu não consigo entender essa lógica de que eu tenho que escolher entre os dois que não fazem. Eu preciso escolher entender e obedecer e ser chamado de servo bom e fiel.
Mais uma vez eu quero repetir: o entendimento dessas verdades não é apenas para determinar um trilho doutrinário de como tudo termina com ressurreição dos mortos e juízo eterno, mas precisa afetar a forma como eu e você vivemos hoje. Eu vivo toda a minha vida, e esse entendimento é algo que me marca desde a minha adolescência, desde os meus 15 anos de idade, eu vivo toda a minha vida, faço todas as minhas escolhas baseado numa frase que é aquela que eu espero ouvir de nosso Senhor: "Servo bom e fiel entra no gozo do teu Senhor. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei.
" Quando nós termos esse entendimento do que nos aguarda depois, mas que aquilo que nos aguarda depois é consequência da forma como vivemos hoje, Deus quer através disso, nos estimular a hoje viver da melhor forma possível. A minha oração é que você que está sendo exposto a esses fundamentos doutrinários saia com mais do que informação, que isso afete de maneira prática a maneira como você vive, as escolhas que você faz e que, com a sabedoria do alto, somado ao entendimento da Palavra em oração, você faça as escolhas certas e dê o seu melhor a Deus. Que o Senhor te abençoe ricamente por meio desse entendimento, despertando seu coração, levando você a fazer as escolhas certas e permanecer nelas.