Palestra: "Introdução à República de Platão"

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Victor Sales Pinheiro
Descubra os fundamentos da 'República' de Platão neste vídeo introdutório. Exploraremos os principai...
Video Transcript:
[Música] Boa tarde a todos Agradeço o convite que me foi feito pela Editora da Universidade Federal do Pará Simone Neno para mim é uma alegria enorme estar aqui com Celson Jovelina meus colegas da Universidade Federal do Pará e principalmente com o professor Jacinto Brandão Talvez ele não saiba mas agora eu vou deixar claro que ele faz parte da história dessa edição quando eu me mudei pro Rio em 2008 para estudar com a professora Maura Iglesias num dos centros importantes de filosofia antiga do Brasil da pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro eu comecei a estudar
o grego em 2008 e eu me servi exatamente da helênica introdução ao grego antigo que é do professor Jacinto da Maria Olívia e da Celina Figueiredo eu li e reli essa obra de cabo a rabo de trás paraa frente de Gênesis apocalipse de Apocalipse a Gênesis e junto com as obras do professor murcho murcho né e junto também com a obra da professora Guida horta e e aquele Reading greek de Cambridge então eu lembro que por um ano eu tinha esses quatro livros de introdução ao grego antigo e eu fiquei quase que obsessivo Talvez seja
essa a palavra eu fiquei assim apaixonado e e muito também pelo novo testamento que eu tentei aceder no grego então Eh fiquei assim entusiasmado e intentar contribuir minimamente para que as pessoas estudassem e conhecessem o grego né claro que poucos vão aceder ao nível do professor Jacinto e do professor do Carlos Alberto Nunes que não era professor aliás mas que nós poderemos quem sabe tocar um pouco na beleza helênica e aí propus ao Bené ao Benedito Nunes que começássemos a fazer a reedição mas dessa vez bilingue das obras de Platão que estavam há muito tempo
não editadas pela UFPA ele topou e a gente começou o projeto e quando eu redigi o prefácio da edição bilíngue que submetia a ele ele aceitou eu coloquei na epígrafe exatamente a mesma epígrafe que o professor Jacinto tinha colocado no helênica que é uma epígrafe do Machado de Assis do Isaú e Jacó que diz Greg invo que é melhor que a nossa lngua e a prosa do nosso tempo por que eu além de referendar reconhecer modelo mimético uma inspiração mimética dessa obra do professor coloquei essa EPG Platão não escreveu inverso e Carlos Nunes era um
tradutor de poesia grande eh capacidade do Carlos Alberto Nunes era traduzir poesia e Por que então ele foi traduzir Platão que escreveu em prosa o que o que o machado tá dizendo aqui é que é melhor o grego e a a o verso grego O Nosso Tempo É prosaico né a gente precisa de um do do exametro dío do exametro dío do verso heróico para tratar de um heroísmo de uma vida colorida de uma vida apolínea para dizer com It Uma vida homérica que a nossa vida tá eh aburguesada pequenada a minha hipótese aqui é
que o Carlos Alberto Nunes vinha em Platão o que ele de fato é Platão é antes de tudo um poeta Costuma se lê nas biografias de Platão que ele foi poeta na juventude e que ao conhecer Sócrates ele teria se convertido à filosofia e rasgado as suas tragédias não é isso que a gente lê em georem Laécio e a gente fala bem Platão foi poeta Platão nunca deixou de ser poeta Platão então pega esse gênero literário que é híbrido que já existia na sua época chamada diálogo socrático E cria uma uma espécie de arqu poesia
fundamental que é híbrida porque tem elementos da comédia da tragédia da Épica da lírica não é isso professor no nesse novo formato e isso encantou o Carlos Alberto Nunes Então qual é a minha hipótese a minha hipótese é que Platão Porque então qual é a pergunta que a gente pode tentar refletir juntos Por que Carlos Alberto Nunes se pôs a traduzir Platão e por que a editora da UFPA mais de 2000 anos depois está nesse esforço hercúleo e meritório de tentar perpetuá-las Alberto Nunes que foi do Bené que agora é meu e que é de
algum modo de todos nós porque Platão tem algo a nos dizer Platão tem algo a nos ensinar Platão tem algo a nos questionar e não só a ensinar a pensar aqueles que se especializam na filosofia a partir de Aristóteles provavelmente as obras filosóficas passar a ter uma dimensão técnica uma linguagem analítica relativamente cerrada e hermética para especializados isso vale para Aristóteles isso vale para Tomás de Aquino isso vale para Kant isso vale para Hegel então se nós tivéssemos lançando agora o tratados dogstein provavelmente não caberia tanto não sei se o Celso concorda com isso a
Jovelina Professor Paulo coroa a gente pode conversar depois se a gente tivesse lançando aqui um livro do do heidegger ou do wittenstein a gente não estaria numa feira do livro A gente precisaria est na universidade entre iniciados Platão a meu ver não tem essa característica junto com Santo Agostinho junto com nietz são autores que escreveram para um público maior que escreveram sobre coisas da vida sobre cultura me parece que a intenção do Carlos Alberto Nunes era uma formação moral era uma formação humanista de reconhecimento da nossa identidade cultural que permite Portanto o nosso autoconhecimento Então
me parece que a intenção do Carlos Alberto Nunes é inserir Platão no eixo dos estudos humanísticos e poéticos da cultura geral do homem culto tanto que muitas poderíamos fazer a dimensão técnica e especializada da tradução de Carlos Alberto Nunes que agora vem à tona agora nós poderemos comparar com fica mais fácil não quer dizer que não pudéssemos antes mas verificar certas opções que são questionáveis como todas as opções que nós fazemos mas há problemas entre aspas técnicos e filológicos na tradução do Carlos Alberto Nunes Mas isso não diminui em nada o mérito que ele tem
de ter feito essa tradução então e Platão deve ser lido nesse sentido ao lado de Homero de Virgílio de Shakespeare e de gutter veja que Carlos Roberto Nunes não traduziu outros filósofos bem com latim que ele tinha porque ele não traduziu Santo Agostino boécio São Tomás de Aquino por ele não traduzia libit ele sabia latim ele sabia alemão el podia ter traduzido cant pra gente ele podia ter traduzido Hegel ele podia ter traduzido não é schopenhauer nietzche ele sabia e sabia muito inglês não traduziu John Lock David H mas não ele traduziu poetas e inseriu
Platão nesse âmbito Então nesse sentido a filosofia de Platão ela é pedagógica ela é Educacional ela é umelo à consciência individual ao autoconhecimento e degum mod ao autogoverno e aqui é a minha autoconhecimento e autogoverno a República da qual eu vou falar Mais especificamente a partir de agora ela bem eu essa hipótese que eu tenho desde 2007 2008 Eu testei com aquele que poderia confirmá-la mais do que ninguém que era o Bené e o Bené concordou comigo eu acho que isso é relativamente óbvio não é uma hipótese brilhante então Mas deixo registrado aqui e essa
importância de vir pra feira do livro e a Simone me perguntou mas será que a feira do livro não é um Platão não é da academia não Platão tem que ser Apologia de Sócrates que nós lançamos há do anos atrás exatamente aqui naa do livro é um livro que eu recomendo todos é um livro assim é uma Bíblia secular sabedoria Universal né então aosta da palestra é tentar refletir exatamente na República especificamente nessa obra prima que é Uma Odisseia filosófica Sem dúvida nenhuma que é uma construção literária de criação de um novo herói não mais
Aquiles que é o seu grande rival agônico mas agora Sócrates com novas virtudes e com um novo modelo de justiça como explicou mcintire uma nova racionalidade que substitui a tradicional que substitui também a sofística e a trágica e que confere uma nova modalidade de vida ocidental a vida do filósofo a vida do intelectual a vida de quem busca a sabedoria e de quem faz dessa busca a sua vida ou seja fia não é uma profissão não é uma especialização a filosofia é uma forma de viver né e por isso ela está aberta ou ela é
uma possibilidade humana de todos né ela não é fácil dia da caverna tá aqui para isso então na época de Platão a época de Platão é uma época crítica é uma época de crise moral de crise política em que o sentido da virtude da Justiça questionado e as pessoas não sabem mais o que é a justiça então o grande tema da República é uma investigação sobre a justiça mas não como uma virtude política mas como uma virtude moral a política na República é uma analogia da alma a política é uma analogia da ética Exatamente porque
é difícil ver a alma nós temos que vê-la Projetada em letras garrafais napos Então existe uma estrutura a lógica psicopolítica em que a alma é vista pelais República portanto é um título enganoso é um título que nos leva pens que a repúbl é obra política não as obras políticas de Platão são Sobretudo o político e principalmente as leis a república estáo mais afinada literariamente e substancialmente ao banquete ao gorgias ao Fed com a própria estrutura literária com a própria com o próprio conteúdo filosófico da imortalidade da Alma das virtudes do conhecimento filosófico da refutação do
relativismo doxastic e assim por diante e de identificação de quem é o filósofo de tentar resgatar a memória de Sócrates das calúnias literárias que lhe eram atribuídas Sócrates era um bobalhão Sócrates eram um canastrão né então nessa época de crise Platão tenta ruindo Como diz Hegel a coruja da Minerva só alç voo no Crepúsculo nesse momento crepuscular de fim de uma civilização de barbarização que é o mesmo contexto em que Agostinho escreveu a Cidade de Deus mutat mutande e a Cidade de Deus a meu ver é uma das obras que se compararam pouquíssimas à República
uma obra de de civilização uma obra de Constituição de uma identidade dessa vez a identidade Cristã né que se perpetuou bem Platão Então tenta organizar uma nova paideia organizar uma nova educação integral do homem completa do homem e ora também uma uma educação política da sociedade então eu não vou tratar especificamente da política se trouxerem esse tema nas perguntas a gente debate com com eh alegria mas vendo que esse modelo ruiu que esse modelo acabou e logo depois com Aristóteles o império macedônico tragar por completo a estrutura da cidade estado que dava sentido a tudo
isso isso aqui não tem mais sentido político isso aqui é utopia no sentido político Ou seja é uma Projeção de uma realidade impossível de ser plasmada na prática mas não era essa a intenção de Platão nas leis ele tem recomendações políticas concretas vamos chamar assim legislativas que devem ser equacionadas prudencialmente de acordo com as vicissitudes e as contingências de cada Polis ou de cada estado nação se é que é possível Platão então rivalizando com isócrates rivalizando com os grandes sofistas que Estão organizando a educação do homem ateniense forma uma nova paideia que é uma paideia
filosófica então Eh um um desses livros antes então de eu emergir no mundo grego da helênico da língua grega e da gramática grega franqueado pelo professor Jacinto eu estudei muito a paideia do vern eager e essa foi uma das obras que me também converteu para usar uma palavra da República paraa filosofia porque eu venho do direito então a minha intenção aqui e ele põe lá a República é o centro da paidia agga então a república foi o objeto do meu do meu mestrado e de algum modo meu doutorado também embora meu doutorado tenha sido na
filosofia contemporânea sobre heidger E aí é outro aí são outros gramáticos homenageados então a minha intenção aqui com vocês é de uma forma espero acessível introduzi-los à obra República de Platão Vamos tentar entender esse momento histórico é um momento de guerras e a gente pode lembrar de três guerras porque passou o homem grego em geral e o homem ateniense em particular as guerras médicas em que havia uma união dos povos gregos contra os persas em seguida a Guerra do Peloponeso entre dois povos gregos os atenienses e os espartanos e os atenienses perderam para os espartanos
e uma guerra civil na cidade de Atenas e uma mudança uma revolução contra revolução uma alternância de regimes políticos de democracia para oligarquia depois de oligarquia uma oligarquia tirânica de 30 tiranos e depois uma democracia novamente e depois uma uma alternância radical e Platão refletindo profundamente sobre isso percebe que no fundo além dessas guerras externas políticas há uma guerra que se realiza dentro do homem há uma guerra psicológica há uma guerra moral há uma guerra psíquica que dilacera o homem contra ele mesmo e que o torna ingovernável por si e pelos outros então Platão recua
filosoficamente do problema político pro problema moral e do problema moral pro problema psicológico de pensar e e funda isso uma psicologia moral de pensar que os atos humanos dependem de uma agência ou de um agente estruturador que ae denomina alma que tem conotação religiosa porque ele era um pitagórico e e tinha a hipótese da imortalidade da alma e da ment Psicose mas também que era uma estrutura desiderativa então a alma age Desejando e o que nós vamos ver na segunda parte da palestra da da conversa é que a alma tem três motores fundamentais Três Desejos
fundamentais que precisam ser ordenados que precisam ser justificados eh que precisam ser eh organizados ou seja por quem pode o mandar dentro da Alma que obviamente vai ser a razão que manda a vontade e o desejo Tá Mas vamos fazer aqui um passeio o o o Holland tem essa tese que já ficou bastante conhecida no no no mundo acadêmico que é exatamente a a república como a odisseia da filosofia isso que o professor Jacinto já se referiu também a República é Uma Odisseia começa com uma descida catab descia a Porto do pireu DI Sócrates em
primeira pessoa para ver ali um uma uma cerimônia com corrida de cavalos e tochas de uma deusa estrangeira que estava sendo apresentado no porto ou seja dos Comerciantes que era o local de reunião do partido democrático da cidade ora os personagens do Diálogo Platão não figura três desses personagens foram mortos pelos tiranos que promoveram uma espécie de de espurgo dos Inimigos da Pátria dos Inimigos da sociedade entre eles Sócrates né Sócrates por por motivos que são apresentados aqui mas também na Apologia por ter corrompido a juventude por ter desacreditado os deuses da cidade e os
outros dois por serem ricos e de algum modo terem sido invejados e cobiçados pelos tiranos E aí um grupo de intelectuais Vejam a odisseia vou tentar narrar aqui na medida do possível para vocês terem uma ideia do percurso extraordinário que Sócrates faz na república e claro que nessa síntese apertada eu vou ser muito injusto com várias partes que merecem aprofundamento no diálogo mas eu vou apenas expandir horizontalmente a visão de vocês sobre a obra e Sócrates Então tá voltando pra cidade voltando paraa casa Sócrates é moderado acaba as coisas ele volta para casa ele não
se demora ele não fica não emenda como nós dizemos né e um grupo de jovens intelectuais e políticos ou politizados fortes e numerosos pede que ele os acompanhe numa conversa filosófica e sócrate parece resistir e ele se impõe pela força da Juventude e pela força da maioria Isto é a força da democracia e o obriga então a ter uma conversa vão pra casa de céfalo e surge o tema da justiça como virtude fundamental pergunta se é um homem velho o que ele pensa da vida se ele tá preparado pra morte ele fala sim estou preparado
e aqui surge que meu o que a meu ver é o grande tema do Diálogo o amor ele fala sim porque agora não sou mais escravo do Amor essa turba de tiranos Eros é o tema da República fundamental tal Alan Bloom não Harold Bloom a que Ele se referiu o professor Jacinto mas o Alan Bloom tem essa tese a Martha nzb tem essa tese muitos outros autores TM essa tese e David rock Nick tem essa tese que o tema central da República é o governo do Indomável o governo do incoercível que é Heros tá né
que vai ter em Glauco a metonímia desse homem erotizado que pode se tornar filósofo com uma educação adequada E aí Sócrates pergunta para céfalo que é justiça e dá uma uma resposta muito simples tradicional justiça é honestidade em palavras e ações e começa uma discussão ele percebe que era uma uma discussão capciosa sofística e vai fazer o sacrifício dos Deuses e deixa os jovens debatendo deixa o seu filho no lugar que é polemarco polemarco diz que justiça é fazer bem aos amigos e mal aos inimigos e só que a gente começa a refutar refutar e
refuta essa tese e vem trasímaco um dos grandes sofistas da época e diz que justiça é a vontade ou o poder do mais forte é a vantagem do mais forte né Tem clit fonte que entra e radicaliza ainda mais esse relativismo e diz que é justiça é o que o mais forte acha que é a sua vantagem ele não tem como errar e Sócrates fica nesse impasse que é o impasse do relativismo justiça é quem tá no poder justiça é o que quem está no poder diz o que é a justiça quem está no poder
nos tribunais no Parlamento no Poder Executivo Dita e impõe a sua versão de justiça e quem não tiver no poder paciência Isso aqui é uma forma de real politic maquiavélica que está presente em cices justiça é a minha capacidade de como diz Weber de Dom dominação de domínio her shaft de obrigar vocês a me obedecerem eu vou dizer que isso é justo e vou ter meio de impor essa minha versão a Vocês que são os meus súditos por assim dizer então Sócrates fica praticamente com com Glauco e ad mano que são os irmãos de Platão
conversando sobre a justiça ele fala bem a justiça é é muito difícil de nós entendermos como uma faculdade da Alma Ou melhor como uma ação excelente uma virtude que atualiza uma potência da alma porque a alma é muito difícil de ser vista e ser visualizada nós temos que tentar entendê-la portanto com uma metáfora ou melhor uma analogia estrutural da cidade então vamos imaginar a origem da cidade porque se nós descobrirmos O que é a justiça na cidade nós vamos descobrir o que é a justiça na alma que é o nosso objetivo Então veja o objetivo
da República entender o que é a justiça na alma a meu ver para justificar a memória de Sócrates queera o homem injusto numa Pólis injusta no momento de pessimismo Platônico quanto a possibilidade de Justiça na cidade ora o que nós fazemos diante da Injustiça inco da cidade nós nos esforçamos tanto mais quanto possível para sermos justos eticamente claro que também reformar a cidade se possível mas mas se você não primeiro reformar sua alma Você Nunca Vai reformar a cidade então para Platão não tem sentido você ser um corrupto e tentar reformar a cidade se você
antes não fori uma pessoa Nobre reta honrada moralmente você nunca vai fazer nada de Justo pela cidade n Então existe uma precedência ética e psicológica sobre a política em Platão pelo menos nesse diálogo na nas leis eu acho que não n leis parece que o problema ali é político normativo e legislativo mesmo que é um problema que me parece mais claro em Aristóteles na política que é uma continuação da ética então ele começa dizendo que uma cidade originária seria uma cidade ele começa com a hipótese da cidade dos porcos que é uma cidade rudimentar o
que que falta nessa cidade Eros essa é uma cidade desero não é uma cidade humana é uma cidade aparentemente em que nada falta ninguém tem desejo ninguém tem cobiça ninguém tem lascívia e Luxúria né não tem música nessa cidade não tem Dionísio diria nessa cidade essa é uma cidade de animais em que as pessoas comem dormem reproduzem-se e ficam por ali e aa cidade não é uma cidade humana a cidade humana é uma cidade erotizada então surge a cidade cobiça luxuriosa que é uma cidade em que há culinária Perfumaria que há o elemento afrodisíaco de
Heros e que é uma cidade portanto expansionista porque o desejo humano é expansionista então se é uma cidade expansionista tem que ter uma classe militar guerreira e Aí surge a pergunta Quem são os guerreiros bem os guerreiros segundo o Platão tem que ser uma espécie de cachorros ou cães que sejam Lobos contra o inimigo E extremamente dóceis com o dono eles têm que saber obedecer Mas ao mesmo tempo eles T que saber vencer Portanto ele descobre que se a cidade dos porcos era uma cidade desejos elementares de comer e e dormir com um parceiro a
cidade eh luxuriosa era uma cidade da cobiça social da cobiça política da nobreza da Honra e também da vaidade da expansão e que era necessário então domar esse cachorro que compunha a classe dos Guerreiros por uma espécie de anjo ou de Deus por uma espécie de razão Divina aqui esse de sobrehumana a que esses cachorros obedeceriam surge então a figura dos filósofos fos os filósofos eles são eh os sábios que vão governar os guerreiros que vão governar a cidade e por isso Platão então começa a perguntar quem é o filósofo A partir dessa hipótese e
aqui a gente já tá 200 pgas do diálogo e muitos já Esqueceram de onde eles partiram eles partiram daquela Pergunta lá do desafio de trasímaco do desafio do relativismo porque a justiça desses filósofos não vai ser a vantagem do mais forte até porque eles não são os mais fortes do ponto de vista político Mas eles vão dominar pela sua autoridade intelectual por assim dizer então surge a tese da cidade educada então da cidade dos porcos sur a cidade luxuriosa para em terceiro lugar surgir a calípolis que é uma cidade Bela harmônica perfeita justa mas politicamente
autoritária uma cidade em que há ali um governo forte duro sor que expurga também então começa uma investigação primeiro sobre essa cidade educada o papel da poesia a dimensão mimética e pedagógica da poesia então ele começa expurgando o que em Homero e Ildo seria deletério para a educação das crianças e dos jovens então por exemplo o parricídio de Cronos Seria algo que De algum modo incentivaria ou naturalizar a rebelião dos filhos contra os pais a desobediência geracional e portanto ele diz claramente na nossa cidade não terá essa história na nossa cidade não terá as histórias
de adultério entre era e zeus não terá as histórias da cobiça não terá todas essas histórias que inflamam Heros olha só que inflamam os homens a fazerem coisas que eles desejam mas que não podem fazer que não pode estar sequer no Imaginário vejam que isso é uma previsão quase or Aliana e hxl Eliana de controle e condicionamento do Imaginário Pela Educação de censura política da da literatura e da da cultura para fins supostamente justos né então começa Esse estudo depois ele então fala da mentira útil nós temos que tem uma mentira útil que diga que
há três raças de pessoas de ouro bronze ouro prata e bronze todos nasceram da terra então todos reverenciam a a a mãe terra ou a pátria todos nasceram da solo e a trê espécies ou três tipos humanos fundamentais né os de bronze são os artesãos que são aqueles que trabalham com a matéria são Comerciantes que e artesãos uma uma economia muito primitiva os de prata são aqueles guerreiros que tem nobreza e honra isso vai ficar claro quando a gente estudar psicologia tripartida e os de ouro que são os filósofos intelectuais Tá certo então ele começa
a perguntar então estuda a música estuda o tribunal estuda o hospital a educação ginástica pro corpo música pra alma e começa a explicar tudo isso a primeira parte da da crítica da poesia do sentido pedagógico no livro do depois a professora juvenil vai falar sobre isso o livro 10 é a crítica ontológica à poesia mimética tá E ele fala bem a cidade dos filósofos essa cidade justa precisa de três coisas absurdas três ondas primeiro igualdade absoluta entre homens e mulheres isso paraa Grécia era uma coisa totalmente absurda então jalou dores começam a achar realmente que
Sócrates está louco segundo lugar uma um comunismo de mulheres e crianças entre os guerreiros os auxiliares para que ninguém saiba quem é a sua mulher e para que ninguém saiba quem são os seus filhos uma educação exclusivamente estatal e política das crianças e uma espécie de Comunismo das mulheres para que nós não tenhamos afetos particularizados e portanto possamos ter de algum modo valores que anteponham à política em terceiro lugar o mais an é de que os filósofos têm que governar os filósofos a menos que os filósofos se tornem Reis ou os reis filósofos não haverá
justiça napis é uma das frases mais famosas da República então Platão eh surja a pergunta agora o Quem são os filósofos bem e aíe começa a estudar o que são os filósofos a partir do amor os filósofos amam a verdade e os filox amam as aparências então surge uma disjunção fundamental entre filósofos e filodoxia e conhecimento científico fundado correto e conhecimento opinativo aista e também poético Então os filósofos surgem como reivindicando o poder contra os poetas e contra os sofistas os retóricos que se valiam da Democracia para manipular o povo e para isso a precisa
explicar o que é a ideia do bem que é a ideia das ideias que fundamenta por assim dizer o governo dos filósofos ele se vale então de três grandes imagens poéticas né a imagem do sol a imagem da linha e a mais famosa delas a imagem da caverna o os filósofos são aqueles que contemplam o sol fora da caverna libertando-se das projeções retóricas e poéticas mas principalmente retóricas que o sofist eh plasmam no fundo obscuro de uma caverna na qual nós todos estamos obrigados a mirar desde que nascemos porque estamos presos nos Punhos e nos
calcanhares até que misticamente essa a interpretação neoplatônica por uma espécie de iluminação o filósofo desperta pra realidade fundamental se desprende sozinho escala a caverna subterrânea Sai da caverna e consegue contemplar as formas ideais que permitem a avaliação normativa das impressões opticas dos membros da caverna ele se V obrigado a voltar pra caverna e fazer uma dialética refutando essas versões falsas e aparentes das coisas o filósofo Então vai questionar cada autoridade sobre a sua respectivo e o que farão dele o matarão Essa é claramente uma alusão a Sócrates e a Platão explica os regimes e a
sucessão de regimes e a decadência no livro já 8 e 9 e começa a explicar a superioridade da da sabedoria filosófica e da da Felicidade ele fala a sucessão de uma aristocracia para uma oligarquia de uma oligarquia para uma timocracia de uma timocracia para uma democracia de uma democracia para uma demagogia e de uma demagogia para uma tirania então o último livro conclui com uma é só porque eu tinha combinado 40 minutos e eu preparei desculp tá eu só vou concluir eu preciso só 10 minutos para concluir que eu programei 40 minutos como combinado com
a Simone Então o último livro fala de um mito Depois dessa crítica ontológica poesia mima que é uma cópia da cópia E mais uma vez a censura dos Poetas e a expulsão dos Poetas dessa cidade E aí a o mito de ER que é um mito de retribuição pós vida dos justos e uma crítica novamente à tirania ao tirano Mas então para concluir Qual é essa psicologia moral e qual é o valor duradouro e perene da República de Platão em relação a essa sabedoria que eu acho que Carlos Alberto Nunes viu na na obra de
Platão e na República que se compara a sabedoria que a gente encontra em Virgílio Homero Dante Shakespeare G esses grandes poetas que são aqueles que nos permitem um conhecimento por assim dizer de nós mesmos culturalmente e individualmente essa psicologia é o seguinte o tema da República parece ser o amor amor aqui é desejo não só o desejo erótico ou sexual mas o desejo que nos impele a Viver nos impele a fazer tudo que nós desejamos e Platão discerne três tipos de desejos fundamentais tá um desejo de vida um desejo de poder e um desejo de
verdade isso ele estrutura numa metáfora do corpo humano a nossa alma tem três partes o baixo ventre entre perdão o abdômen entre o estômago ou baixo ventre tradução aí entre o estômago e a genitália então o desejo de vida individual do meu estômago Preciso comer me alimentar e beber para continuar Vivo e o desejo de vida da espécie de me reproduzir da genitália então isso significa os prazeres da mesa e da cama e é por isso aliás que nós usamos Inclusive a a falamos até hoje os gregos faziam isso também diz o junito Brandão que
é um outro grande helenista já falecido que os gregos usavam também a ideia de comer que nós usamos no português vulgar para atividade erótica também dada essa liga ação entre a o prazer da cama e da mesa nesse nesse núcleo de Desejo de Vida ora esse prazer é uma faculdade humana que precisa ser temperado então a virtude correspondente a essa faculdade é a virtude da temperança que é o controle dos Prazeres da cama e da mesa ora o desejo de poder é representado simbolicamente pelo peito que está verticalmente acima do baixo ventre esse desejo de
poder é representa exatamente a faculdade da cólera da animosidade os aqui o grande erudito pode me ajudar eh nas traduções que variam Mas é uma espécie de ímpeto né de de força que me move que tá ligada ao meu desejo de poder e a virtude da coragem e da Fortaleza n a honradez ou seja essa vontade já consegue de algum modo me sobrepor a a os prazeres baixos mas o homem não está completo ainda Então essa é a parte animal Essa é a parte humana né agora nós temos uma parte por assim dizer sobrehumana que
é a cabeça essa cabeça corresponde ao nosso desejo de verdade ou de perfeição cuja faculdade é a faculdade em inteligência e cuja virtude é a virtude da sabedoria tanto a sabedoria prática quanto a sabedoria teórica tanto as ciências especulativas hoje nós diríamos por causa do título da obra de Aristóteles metafísicas quanto as ciências práticas éticas e políticas então é claro que Platão explica esses três desejos do baixo ventre do peito e da cabeça politicamente com as classes sociais respectivas dos artesãos dos auxiliares e dos Reis filósofos mas na verdade cada homem tem essas três partes
e portanto cada homem tem que instaurar o governo dos filósofos na sua vida que é o governo da Razão da sabedoria sobre as outras faculdades baixas e o que é a justiça então a justiça é exatamente E essas vejam são as quatro virtudes que a tradição conheceu como virtudes cardeais que já existiam antes de Platão na tradição sapiencial grega temperança coragem sabedoria e a justiça é a quarta a justiça não se insere nenhuma das partes do corpo a justiça é exatamente a virtude que ordena as demais que organizas demais que torna as demais coesas e
torna uma cidade Justa e harmônica porque um homem precisa ser justo e harmônico então ele não pode ter uma stases ou uma guerra intestina uma guerra interna que é uma expressão da República também que é quando o os artesãos da minha alma lutam contra os os auxiliares da minha alma que lutam contra os reis filósofos da minha alma e vice-versa então eu preciso ser temperante na exata medida em que a temperança contribui paraa coragem medida que a coragem contribui pra sabedoria e vice-versa e reciprocamente para que eu possa ser um homem justo a grande tese
de Platão portanto parece ser que é possível ser justo numa cidade injusta ora para concluir se a república fosse um projeto político utópico de instauração de uma sociedade rígida autoritária de três classes sociais com uma espécie de manipulação mental cultural psicológica doutrinária de castas sociais estanques de homem de tipos humanos que são formados a partir dessas classes ou castas ela não ser uma obra com essa longevidade e com esse valor e eu acho que Carlos Alberto Nunes não teria interesse de traduzir algo que seria datado que seria totalmente marcado por uma conjuntura histórica ao passo
que a gente pode perguntar filosoficamente portanto criticamente é claro se esse modelo de Psicologia moral não tem algo a nos ensinar com Carlos Alberto Nunes eu concordo que isso tem muito a nos ensinar e essa edição não é o uma edição que repito se fecha aos especialistas e aos filólogos aos tradutores nós temos helenistas aqui na mesa eh que poderiam descer a temas e minúcias do grego isso tem muito valor e muita importância mas se volta também ao público geral se volta à formação humanista do grande público e isso a meu vez justifica a sua
presença na feira do livro obrigado bem são três perguntas interessantíssimas e eu vou me permitir responder as três de forma bem sintética e integrada a primeira intervenção foi sobre o antropólogo Lui Dumon que explica a sociedade hierárquica da Índia e a sociedade igualitária da Democracia americana bem o Platão tá tentando entender a natureza humana como tal num CIC num ciclo de recorrência política que sempre se renova nesse estudo Portanto ele tem um método normativo ou avaliativo a filosofia política é avaliação da vida boa e do melhor regime e da cidade Bela da cidade ideal não
no sentido pejorativo romântico mas na cidade mental CNV e inteligível a forma da cidade justa Lui Dumon eu vou falar de Weber na próxima pergunta tá tentando apenas descrever estruturas fundamentais da relação social do ponto de vista antropológico bem nesse método normativo Platão reconhece que sempre haveria hierarquias A Hierarquia na democracia Platão é um Pensador aristocrático como os gregos em geral Platão reconhece que sempre haverá uma hierarquia sempre haverá uma elite governante e sempre é necessário educar essa Elite governante porque a alma humana e as Udes do Desejo de Vida do desejo de poder e
do desejo de verdade se desenvolverá se desenvolverão distintamente entre os indivíduos Então as classes sociais não são para Platão apenas classes econômicas a menos que nós fechemos a analogia E tomemos que tal Como a alma assim na cidade de forma estanque e e fechada haverá isso tá claro quando ele começa a estudar a educação das crianças que por um lado são adestradas para um tipo de Formação seja de ouro de prato de bronze mas também haverá e Platão não defende uma aristocracia dinástica por esse motivo haverá pessoas que despontam com inteligência em classes que antes
eram mais materiais e há pessoas que despontam com habilidades manuais e e burguesas em classes que antes eram superioras e superiores Então como a alma humana se desenvolve distintamente haverá sempre uma hierarquia diferente na sociedade então me parece que Platão reconhece uma estrutura fundamental que a gente poderia dizer da alma humana o gorg do mesil que é um clássico também da antropologia reconhece que essa tripartição estrutural entre uma classe manual uma classe bélica e uma classe intelectual ou espiritual compõe a estrutura indo-europeia em todas as grandes aias e todas as grandes estruturas tá sempre ali
uma uma uma explica a da sociedade em três partes que também se desenvolve por exemplo na Idade Média Os que trabalham os que lutam os que rezam e estudam então uma alguém que desenvolve a parte baixa cuja virtude fundamental é a temperança alguém que se desenvolve na parte média cuja virtude fundamental é a Fortaleza ou coragem e alguém que se desenvolve na parte superior cuja virtude fundamental é a sabedoria e aqui eu passo pra Questão dois porque a sabedoria não é só prática ela também é teórica e ela não é só só uma sabedoria prática
técnica ela também é uma sabedoria prática ética A Crítica da Razão instrumental da tecnocracia do argumento da competência Platão certamente é responsável ele fala ora você quer estudar flauta você vai perguntar para um ignorante para um leigo ou para um flautista você quer estudar poesia você vai perguntar para Homero ou para um leigo você vai falar de política você vai perguntar para qué que entende a ciência real a ciência política a ciência da Justiça ou para alguém que não tenha para alguém que tenha então o Platão é responsável pelo argumento da competência científica que dá
um poder técnico uma espécie de tecnocracia então Platão é responsável por uma aristocracia filosófica de quem conhece a técnica do governo mas não só a técnica do governo a ciência da vida boa a ciência da vida harmônica na alma e na sociedade e essa é a grande diferença da burocracia moderna em sentido weberiano Por exemplo quando Weber no texto a ciência como vocação fala de Platão ele fala Exatamente isso Platão concebe um projeto de Formação intelectual dos políticos profissionais que vão ter um saber agora esse saber não é tecnoburocrático não é um saber instrumental dos
meios porque o que Weber fala e disso ele se ressente profundamente é que a ciência moderna positiva não é uma ciência prudencial não é essa palavra que ele usa não é uma ciência ética dos fins da vida boa da vida justa e por isso que os professores deveriam renunciar a sua maestria moral e dizer quem quiser buscar um etos um espírito que une a velha Fraternidade volte às igrejas as velhas igrejas o pneuma ético que une as pessoas isso não é dado pela ciência a ciência não dá o que os gregos estão buscando que e
Aristóteles fala muito claramente na na política o fundamento espiritual que Uni as pessoas o etos que que dá essa identidade coletiva essa pertença e essa fidelidade também patriótica espiritual e religiosa e cívica o que Platão acha que a filosofia dá e por isso que ele pode substituir Homero Ele acha que a narrativa política e isso mcintire no livro Justiça de quem qual racionalidade explica com muita clareza a narrativa épica a narrativa retórica de de Péricles democrática e a narrativa trágica era oposta por Platão por uma narrativa filosófica então Platão tinha uma resposta não só dos
meios técnicos dos burocratas vamos chamar assim do Ministro da Fazenda do Ministro da Justiça do Ministro dos Transportes que eles são especialistas eles vão ter assessores e secretários que t a técnica hídrica a técnica da energia e assim por diante Mas vai ter também uma espécie de solução moral e de Telos ou finalidade moral espiritual pra sociedade e por isso não é uma tecnocracia instrumental né a terceira pergunta é muito interessante porque não pensemos a pergunta foi o que esperar de Platão numa época de crise de derrocada moral e de crise política bem eu falei
de Platão eu falei de Santo Agostinho no século 5 com a Cidade de Deus eu referi a regg no século XIX que via o espírito do tempo montado no cavalo entrando em em Berlim que era Napoleão não pensemos que os filósofos filosofar em época de estabilidade social de pais e que tinham não a nossa época é tão crítica quanto todas as épocas filosóficas o que Platão parece está construindo e essa é uma leitura neoplatônica não que eu a defenda estritamente mas que a gente pode usar como hipótese é uma Cidadela interior é que nesses momentos
de crise lembram guerras méd contra os peças guerra interna contra os espartanos e guerra dos atenienses contra os atenienses há uma tentativa de primeiro organizar a própria alma para que o Vitor não lute contra o Vítor o Jacinto contra o Jacinto porque se nós a Jovelina contra si o celus contra si porque se nós lutarmos contra nós mesmos nós Muito provavelmente vamos ser anárquicos e anômico e vamos lutar uns contra os outros porque se eu não obedeço a mim como é que eu vou obedecer o professor Jacinto que tem autoridade então o que ele acha
é que a democracia é um governo intrinsecamente anárquico porque o homem ou a Alma do Homem democrático é anômica porque não respeita hierarquia não é sedento de igualdade a descrição que Platão fala da Democracia é impressionante filho não respeita o pai o pai teme um filho Professor avalia perdão aluno avalia o professor professor se rende ao aluno escravos mandam nos senhores senhores nos escravos mulheres parecem homens homens mulheres e diz assim o Os animais são mais livres na cidade democrática do que os homens livres então a democracia ao abolir essa hierarquia exatamente isso que toqueville
vê na democracia americana quando os americanos falam nós não temos hierarquia todos somos iguais perante a lei o toqueville percebe que mesmo assim H estrutura de hierarquia que são fundamentais entre o pastor e ou o padre e os os fiéis entre o governante e o governado pai e mãe e assim pai e filhos e assim assim por diante porque essas estruturas hierárquicas seriam fundamentais né então o que ele faz Anes desse desespero crepuscular que é o mesmo nosso ele concordo plenamente com o professor Jacinto ele radicaliza a questão sobre as causas da crise política dizendo
que a crise política não é só política não é uma lei que vai resolver o Brasil ou uma emenda constitucional ou uma troca de de ditadura socialista por ditadura eh militar como se foi como se foi dito na na pergunta ele radicaliza essa pergunta apelando a uma educação que é liberal no sentido de ser moral intelectual e cultural ele pensa a longo prazo então a pergunta foi o que Platão tem a nos dar Platão tem a nos dar uma proposta de paideia completa não só marcada pelo trivium e o quadrum toda a o desenvolvimento das
faculdades intelectuais uais mas também o desenvolvimento das faculdades Morais no Exercício consciente das virtudes cardeais da temperança Fortaleza sabedoria e justiça Então essa radicalização nos permitiria pensar exatamente a Constituição da política que como eu disse é uma constituição eh pedagógica moral e a gente poderia usar aqui um termo anacrônico histórica Platão não conhecia a história heró estava fundando a história ainda e Platão não tá pensando a história nesse sentido nem Aristóteles tá pensando em ciclos de governo que se que decaem e que voltam por vários motivos né para uma vida boa que é a vida
da convivência pacífica e harmônica que cada qual tem uma responsabilidade específica a a justiça é a articulação das funções específicas de cada parte da alma e de cada parte da sociedade que se integra e isso é hierárquico então Platão não tem uma proposta democrática isso não adianta eh forçar por assim dizer isso é factível uma educação paidu dessa natureza factível nos dias de hoje sim e não por outro lado aqui vem o grande elogio de Platão a democracia é só na democracia que é a liberdade para a filosofia e é só a democracia que permite
a autocrítica na democracia nós podemos criticar democracia isso acontece praticamente na democracia e portanto só na democracia Há possibilidade de filosofia enquanto discursos dialéticos opostos de teses que se contrapõe ora isso já é alguma coisa de absolutamente extraordinário num tempo como o nosso pragmático utilitarista e imediatista que nós queremos soluções e nós queremos soluções de ciências fragmentadas da sociologia da economia da antropologia do direito da história ou da ou da da estatística da demografia e assim por diante então para pensar a Pólis como um todo aquilo que a constitui e cada parte numa totalidade orgânica
de sentido o que a gente perdeu no dito pós-modernismo de lotar é uma unidade de sentido da realidade o o pós-modernismo segundo o lotar é exatamente a fragmentação em instâncias da vida que não se comunicam e que criam Vit ganian M jogos de linguagem autônomos então a verdade da Universidade não é a verdade do Parlamento a verdade do Parlamento não é a verdade da família a verdade da família não é verdade da arte da arte não é da cultura e assim do mercado e assim por diante e pro lotar a condição pós-moderna é daquele indivíduo
absolutamente dispersivo que flana por entre esses jogos de linguagem eh igualmente caóticos a tentativa de reunir e é perigosa essa tentativa também ela pode ser totalitária essa tentativa de reunir tudo numa única estrutura e o estado vai ser nesse sentido absolutamente dominador da sociedade isso é um risco Tremendo e todos os estudiosos de Platão no século XX reconheceram que Platão de algum modo estava ligado a esse totalitarismo entre aspas não não diretamente responsável mas pelo menos indiretamente responsável na história hermenêutica das recepções da sua obra a esse tipo de controle então Platão nesse sentido é
não só necessário como urgente obrigado
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