#004 - Velho Testamento: Livro Gênesis - Perguntas

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Video Transcript:
Olá pessoal, nós estamos aqui no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para uma viagem para os Estados Unidos, Congresso Espírita da Federação Espírita da Flórida e também uma palestra em Nova Iorque, com os amigos de lá. E, por conta disso, a gente não vai poder gravar o Gênesis dessa semana. Então, num esforço aí para tentar atender alguns pedidos e pra não deixar os amigos internautas sem nada, a gente resolveu responder, assim, um pouquinho improvisado, algumas perguntas que surgiram das aulas que já aconteceram, das três primeiras aulas e, aproveitando aqui enquanto não dá o embarque a gente responde essas perguntas.
A primeira delas, na aula número um, e a pergunta é da Maria Helena Marchiori, de Curitiba. Ela pergunta se irmãos ou primos em hebraico são a mesma palavra? São, a palavra em hebraico é “arr”.
Meu irmão seria “arri”. E, no hebraico não tem esta distinção muito grande do irmão ser aquele consanguíneo, ele abrange outros membros da família. É uma palavra mais ampla.
Que gera assim, às vezes, um pouco de confusão. A gente tem que olhar o texto para saber se palavra está se referindo a um contexto mais amplo e familiar ou está se referindo a um irmão de sangue. Então, realmente, tem isso mesmo.
A outra pergunta é da Patrícia Felício de Uberlândia, Minas Gerais. Ela está dando parabéns aqui para toda a equipe do SER, desejando muita luz, e ela quer saber se existem textos em português sobre as tradições e costumes judaicos. Patrícia, tem sim, nós vamos indicar.
Só que a gente vai indicar isso ao longo do estudo de Gênesis. Então, por exemplo, nessa primeira aula, a gente já indicou uma obra do Bruce Waltke, que é o que tem lá o comentário de Gênesis, da Editora Atos, que a gente está utilizando, onde tem lá a estrutura literária. Então ele já é um primeiro livro, se você quiser adquirir, nós recomendamos.
Tem algumas falhas, algumas deficiências, mas têm muita coisa boa. E ao longo do comentário de Gênesis, toda vez que a gente trouxer um livro novo, a gente vai mostrar a capa, vai indicar, fazer um esforço para colocar no site. A gente acha mais produtivo ir aos pouquinhos, do que fazer uma indicação bibliográfica enorme, teríamos mais de cinquenta livros e isso não é produtivo.
É interessante ir indicando à medida que o assunto e o problema for surgindo. Então, acompanhe a gente. Mais um estímulo para você acompanhar os estudos, viu?
Então aos pouquinhos a gente vai indicar e já fica essa aí do livro do Bruce Waltke, que é o comentário de Gênesis da editora Atos. É um volume grosso, muito interessante esse comentário, em alguns aspectos, né? Naquilo que é fraco, ao longo do desenvolvimento da atividade, a gente vai falando sobre ele.
Um abraço aí para todo mundo de Uberlândia. Tem aqui uma pergunta da Noeli Branco de Curitiba também Paraná. Ela está dizendo que a gente falou na primeira aula que no Velho Testamento tem muitos símbolos.
Então ela quer saber onde começa e onde termina os símbolos e onde começa a história verdadeira? É a partir de Moisés? É a partir de algum ponto, né?
Então, Noeli, a primeira coisa que a gente quer dizer é o seguinte: nós precisamos abandonar esse modelo mental de que se é símbolo é falso; se é história verdadeira não tem símbolo. Porque isso não existe na cultura judaica. Na cultura judaica, eles contam histórias verdadeiras utilizando símbolos.
Então, você não pode separar: ou é símbolo ou é verdade. Não, a verdade é dita de maneira simbólica. Então, há uma base histórica?
Há. Uma base histórica para Abraão, para Moisés, para Jacó? Com certeza!
Mas, é exatamente da maneira como está descrita? Aí que está o segredo. Quer dizer, ao contar os detalhes, ao compor a história, eles utilizam uma nova maneira, um modo diferente de pensar.
Diferente de nós, ocidentais. Então, a gente precisa abandonar este pensamento ocidental, que é um pensamento do século XIX, do século XX, que é descrição detalhada, objetiva e cartesiana, que isto para eles não existe. Então, se você perguntar para alguém, da época daqueles textos, se a história que está lá é verdadeira, eles vão dizer: é verdadeiro.
E se você perguntar pra eles: mas não está cheio de símbolos? Eles vão falar: está. Porque para eles essa separação não faz sentido; Pelo fato de ter símbolo é falso.
Mas ao longo do estudo de Gênesis, só ter um pouquinho de paciência, que nós vamos estudar capítulo por capítulo. Então a gente vai ter a oportunidade de comentar detalhadamente sobre tudo isto. Só esperar um pouquinho que a gente vai lá mostrando como é a narrativa, qual que é o processo.
Vamos aguardando! Temos uma pergunta do Tales Argolo, amicíssimo nosso aí, de Belo Horizonte, e ele, maravilha, já está lendo aí, um comentário do Rashi, do livro de Gênesis e ele está um pouco em dúvida porque, no comentário do primeiro capítulo de Gênesis, o Rashi diz que a Bíblia deveria começar no capítulo 12 de Êxodo, porque é lá que tem o primeiro mandamento, a primeira "mitzvots". Bom, Thales, aqui você deu uma adiantada, né?
Porque nós estamos ainda no geral, na estrutura literária, nós vamos ter oportunidade de, quando entrarmos nos capítulos específicos, trazermos alguma coisa do Rashi. Mas, já que você levantou esse assunto, na mentalidade judaica, o mais importante para eles são as obrigações, quer dizer, o que eles têm que cumprir. Eles têm 613 mandamentos catalogados, e o primeiro deles, por ordem de ocorrência, tá em Êxodo capítulo 12.
Então, o Rashi faz esta brincadeira, isto é muito lúdico. O espírito de interpretação bíblico dos judeus é muito lúdico, muito cheio de ironia, muito cheio de piada, de trocadilho, de frases de efeito. A gente não pode interpretar literalmente.
Então, o que o Rashi está dizendo o seguinte: o primeiro mandamento está em Êxodo ,12, então a Bíblia deveria começar em Êxodo, 12. Quando ele diz assim “a Bíblia deveria começar”, o que ele está querendo enfatizar é a importância do mandamento. Não é que Gênesis deveria sumir do mapa ou deveria sair.
Não é isso, né. É só um aspecto lúdico de dizer as coisas. E, de fato, você até transcreveu o mandamento aqui, ele é o primeiro mesmo, nós vamos ter oportunidade de falar sobre isso, ao longo do pentateuco mosaico todo, nós temos 613 mandamentos, mas não vem ao caso.
Nós vamos estudar Gênesis, que é o livro todo e não os mandamentos ou as "mitzvots" judaicas. Então, nosso enfoque é outro, é por livro. E eles também estudam por livro, tanto que o Rashi faz um comentário para cada livro do pentateuco.
Agora, eu quero só deixar uma dica, né? E a sua pergunta é boa, porque ela levanta isso. A Torá tem 70 faces, então, o esforço que os judeus fazem é de ter, no mínimo, setenta interpretações de um versículo.
Isto é bom para a gente não ficar apegado. Poxa, encontrei a interpretação! E aqui você já vê que ele já começa a trazer elementos para a gente pensar.
E o conselho que a gente dá é: vamos abrir a mente. Quanto mais interpretações, quanto mais enfoques de um texto, melhor. Para eles, melhor.
A gente não pode ficar preso, achando que existe uma única interpretação. Temos aqui uma pergunta da Leila Araújo Costa Andrade, de São Paulo, ela pedindo a referência do livro, na primeira aula, que a gente leu no capítulo 17 chamado “Grupo em Crise”. Leila, a gente vai colocar aí no site, porque teve um cortezinho no vídeo, a gente mostrou isso lá na hora, mas teve um pequeno corte e aí não está dando para ver o livro.
Mas a gente vai colocar no site, aí, qual que é o nome do livro, pode deixar. Temos aqui uma pergunta do André Pena Correa Bittencourt que ele está pedindo para que coloque o número dos episódios no vídeo. Então, André "#ficaadica" para Thiago Franklin, que é o responsável pelos vídeos, para ele colocar o número do episódio aí, porque você está falando que para baixar em Tablet, smartphone não dá para saber qual que é o episódio, né.
Pode deixar, eu vou passar isso daqui para o Thiago. Ele está em frente aqui, ele tá te ouvindo, viu? Temos uma outra aqui que é do Valmir Alves Gomes, Saboeiro, Ceará.
Nossa mãe, Valmir! você está pedindo para criar um grupo de WhatsApp, onde a gente possa tirar dúvida sobre o Gênesis. Valmir, o problema disso é que a gente não daria conta de alimentar esse grupo com todas as perguntas.
Então, a gente está preferindo criar esse canal aqui, porque aí a gente recebe as perguntas e grava, porque aí todos têm acesso, né? É, porque esse contato de WhatsApp fica difícil para a gente manter. Só para você ter uma ideia, a primeira aula do Gênesis já está com quase 15 mil “ views”.
Então, se a gente colocar 15 mil pessoas num grupo de WhatsApp, a gente não consegue dar conta, mas é só por isso, viu? Agora vamos aqui para a aula de número 2. A Silvana Maria Pereira de Pádua de Cruz das Almas, Bahia.
E aqui ela já entrando numa questão que a gente mencionou na segunda aula sobre a recusa de Adão em seguir o projeto de Deus de ser um ser humano divino e o que que isso tem a ver com as afirmativas dos Exilados de Capela. Silvana, é o seguinte, aqui você já se entrou demais no capítulo 3 do livro de Gênesis. Quando a gente for estudar o capítulo 3, nós vamos ter oportunidade de estudar isso com profundidade, fazendo um paralelo dos exilados, abordando todas estas questões.
Então, vamos aguardar só um pouquinho, porque não dá numa perguntinha dessa para eu esclarecer isso, talvez a gente precise de várias aulas só para falar disso. O que a gente quer destacar aqui é o seguinte: a gente precisa ampliar a mente para que ela dê conta de entender os símbolos de Gênesis. Os símbolos do Gênesis são muito amplos.
Eles não são assim: uma coisa ou outra. Não é branco ou preto; amarelo ou vermelho. Geralmente é um arco-íris.
Então, o que a gente disse aqui é que, o homem, o que o livro de Gênesis está dizendo, é que o homem, ser humano, criatura de Deus, foi criada com DNA divino, ela foi criada perfectível, com todo o potencial para se transformar em um ser divino. Por enquanto, vamos guardar isso. Mais para frente a gente vai dar sequência neste raciocínio.
Mas, obrigado aí pela pergunta e um abraço em todos da Bahia, que estão acompanhando o estudo do Gênesis. Temos aqui uma pergunta do André Pena Correa Bittencourt, de Goiás, né André? Você já tinha feito uma pergunta e você está mencionando aqui o dicionário da Bíblia do John Davis, que fala queo livro de Gênesis pode ser considerado um livro histórico do antigo testamento.
Bom André, tem duas, três questões aqui na sua pergunta que a gente precisa destacar. Primeira delas: você está com o dicionário desatualizado. Quer dizer, o John Davis, esse dicionário do John Davis, ele é do século XVII.
Então, nós temos 300 anos de pesquisa bíblica. E a pesquisa mais relevante acerca dos livros do Velho Testamento, ela ocorreu na segunda metade do século XX. Ou seja, vamos acompanhando aqui e você precisa dar uma atualizada no dicionário.
Eu gosto muito do dicionário do John Davis, quando ele fala de local, quando ele fala de personagem, para você conseguir uma referência, mas alguns conceitos que estão ali, já estão um pouco desatualizados. Quando você menciona a classificação da Bíblia de Jerusalém, nós precisamos tomar um cuidado aqui. Quando a Bíblia de Jerusalém diz que o livro de Gênesis é um livro histórico, é histórico na classificação dos livros bíblicos, não significa que é história feita por historiador.
Então, precisa tomar este cuidado. Então quando se diz que Gênesis é livro histórico, é no sentido de que ele não é um livro, por exemplo, proverbial, como o livro de Provérbios. Provérbios, Eclesiastes são classificados como livros sapienciais.
Então, é esse tipo de classificação: histórico, sapiencial, profético. É neste sentido a classificação. Não é no sentido que é história, como se fosse um doutorado, um historiador.
Não tem esse sentido, né? Outra coisa: a gente já respondeu também isso na aula número 1, em uma pergunta, para o judeu não tem esta história de se tem símbolo é falso, se não tem símbolo é verdadeiro, porque eles contam histórias verdadeiras utilizando parábolas e símbolos. Então, não tem esta dicotomia.
O que é histórico não tem símbolo. Porque este negócio de contar história sem símbolos é coisa dos séculos XIX, século XX. Não é da mentalidade de quem escreveu o livro Gênesis.
Então, a gente tem que ficar atento a isto, não é? Para a gente não, não, não se perder, querendo impor a quem escreveu o livro Gênesis, uma mentalidade que é nossa, do século XX, do século XXI. Temos que tomar esse cuidado.
É, outra coisa que você coloca aqui sobre a estrutura literária, né? Nós estamos utilizando esta abordagem porque, ela é hoje o que há de mais moderno na pesquisa bíblica e, realmente, dá um quadro interessante para a gente interpretar. Bom, temos ainda na aula 2 uma pergunta do Rogério Candotti de São Paulo.
Ele está se referindo aqui à mitologia grega que a gente mencionou, né, um pedacinho da mitologia. então, ele está me perguntando se eu vou falar um pouco dos Exilados de Capela. Vamos sim, vamos, mas num momento oportuno.
Quando a gente chegar lá no capítulo 3 de Gênesis. Não nesse momento. E ele pergunta também se nós vamos falar sobre os elementais, que o Divaldo Franco comentou.
Bom aí não é o foco de estudo do Gênesis. Porque ali a gente vai ter que seguir o livro e não é um estudo sobre evolução espiritual. Porque aí é um estudo muito mais amplo, foge um pouco do nosso propósito.
O propósito aí é a gente estudar o livro de Gênesis. Então, a gente não vai entrar muito nessas questões. Bom, outra pergunta é do Leonardo Moraes Rocha de Belo Horizonte.
O Leonardo cita aqui alguns versículos de Romanos e ele entra na questão do pecado original, que a gente comentou lá sobre o erro original da humanidade e tudo e aí ele quer saber um pouquinho como concilia isso com os textos do Kardec e com algumas interpretações sobre o assunto. Bom, Leonardo, ainda não é o momento da gente comentar isso, porque a gente não chegou em Adão ainda. Nós estamos no geral, estudando a estrutura literária do livro de Gênesis.
Quando nós chegarmos no capítulo 3, aí nós vamos estudar detalhes desses temas. De Adão, de Eva, da serpente. Porque isso é um tema tão profundo, tão complexo, que ele vai demandar vários e vários e vários episódios para a gente poder pontuar uma série de aspectos e desarmar muitas armadilhas, com relação ao assunto.
Mas, com certeza a gente vai falar dos exilados, vai trazer o pensamento de Kardec, o pensamento de Emmanuel. Afinal, o nosso enfoque é um enfoque a luz da doutrina espírita, então Kardec e Emmanuel não falta nunca, né? Vamos acompanhando, aí, que a gente chega lá.
Temos aqui uma do Mateus Mattos Lopes de Teófilo Otoni. E ele está perguntando aqui, porque ele achou estranho, por que que em alguns versículos vem escrito assim: e Deus viu que era bom. Se Ele perfeito, se Deus não cria as coisas perfeitas, por que que tem isso?
Matheus, nós vamos ver isso também com calma, né? Quando a gente começar a estudar o Capítulo 1, alguns versículos específicos de Gênesis. Mas, aqui, fica já uma primeira reflexão para você: você disse que Deus cria tudo perfeito; na verdade, Deus cria tudo perfectível.
Olha que interessante. Porque os Espíritos não são criados simples e ignorantes? Simples e ignorantes.
Então, a perfeição eles têm que construir. Eles são criados com o potencial da perfeição, com todos os requisitos para atingir a perfeição. Mas, eles têm que evoluir.
Então, tudo no Universo está sujeito à lei do progresso. Está lá no “O Livro dos Espíritos”. Então, Deus cria tudo perfectível e ao longo do processo evolutivo vai sendo checado se as metas estão sendo atingidas.
Mas isso aí nós vamos comentar com calma, viu? Termos aqui uma pergunta, na verdade um conjunto de perguntas da Melissa Christiane Ferreira de Oliveira de Juiz de Fora e ela faz várias perguntas: Por que que Deus criou? Por que que nós viramos as costas para Deus?
Por que que nós temos que fazer esta jornada espiritual? Por que que só veio um Jesus? Bom, Melissa, aqui tem muitas questões.
Ao longo do estudo de Gênesis, vamos acompanhando, que a gente vai abordar todos estes assuntos. Eu vou me deter na sua primeira pergunta: por que que Deus criou e por que que Ele cria? Nós não sabemos, Melissa.
Não sabemos, olha, a gente precisa incorporar Melissa algo que é muito importante: nós somos seres relativos; Deus é absoluto. Nós não temos acesso a tudo de Deus. Pelo contrário, o que nós temos acesso de Deus é ínfimo.
Nós só podemos acessar de Deus o que está na criação. Então, o que que a gente pode, aqui eu posso te dar assim, uma interpretação minha, mas eu estou correndo um risco enorme. A chance de a minha interpretação estar totalmente errada é de quase 100%.
Deus é amor, está no Evangelho de João, Ele é o supremo amor. A suprema expressão do amor. Então, se você pergunta para um casal que se ama, porque eles querem ter filhos, o que que eles vão responder para você?
Que eles se amam e que eles querem perpetuar nos filhos este amor. Então, eu iria por aí. Por que que Deus cria?
Pelo amor. Porque Ele quer ter os seus filhos para amá-los e pra se dedicar infinitamente a eles, que é ao que Ele se dedica, não é? Deus tem todas as possibilidades na mão.
Se Ele optou por nos criar simples e ignorantes para que a gente evolua, é porque tem um propósito nisto. Isto está lá na codificação: qual que é o propósito? Que a perfeição espiritual seja fruto do nosso esforço.
Se Deus nos criasse perfeitos não haveria no dicionário divino a palavra sucesso, não haveria no dicionário divino a palavra conquista, a palavra vitória, a palavra esforço, a palavra trabalho. Então, para estas palavras existirem no dicionário divino, nós temos que ser criados simples e ignorantes e construirmos a nossa grandeza junto de Deus, que está sempre nos amparando. Essas duas reflexões eu deixo para você e as outras, ao longo do estudo do Gênesis a gente vai, mas aqui eu sinto, Melissa, seria muito bom se você desse uma lida no “O Livro dos Espíritos”.
Muitas dúvidas que você tem aqui, eu também tive todas elas. E te confesso, depois de ler umas 15 vezes “ O Livro dos Espíritos”, algumas delas já começam a ficar mais claras pra mim. Mas é ler várias vezes, ler, refletir, degustar.
Porque aqui ele, muita coisa do que você está perguntando aqui está implícito lá. Vale a pena dar uma lida bem cuidadosa, bem meditada no “O Livro dos Espíritos”. Um abraço, obrigada por você estar acompanhando, obrigada por você ter feito perguntas.
É uma honra você poder estar assistindo o estudo de Gênesis. Um abraço para todos de Juiz de Fora. Temos a pergunta aqui da Rosângela Andrade Martins Powel, de São Paulo, Capital.
Ela pergunta quando que o livro Celeiro de Redenção, vai ser vendido em São Paulo. Oh, Rosângela! Na verdade, a nossa venda, ela está concentrada no site da nossa editora.
Então, você entra lá: www. portalser. org, tem o link lá para a nossa editora e você compra online.
Mas se você quiser comprar o livro, assim, in loco, nós estaremos esse ano no grupo Perseverança, em São Paulo. Vamos fazer um estudo lá. Que data Gei, você lembra?
18 de outubro. Estaremos aí no Perseverança, você vai poder nos dar a honra de nos dar um abraço, de comparecer lá, com o livro, que vai ter lá no local. Obrigada, aí, pela pergunta, por estar acompanhando, e espero que você goste do livro, né?
Um abraço. Aqui agora na aula 3, temos uma outra pergunta de Fernanda de Siqueira Dias, de Cabo Frio. Ela está dizendo que após a sua explanação de como os textos hebraicos foram escritos, nós podemos considerar que os acréscimos de vogais e separação de palavras podem também ter sido orientados espiritualmente?
Com certeza, Fernanda. Com certeza. Olha, eu tenho aprendido uma coisa, e falo isso de experiência própria, quando eu estou traduzindo lá o Novo Testamento, o amparo espiritual que vem não tem nada a ver com merecimento meu.
O trabalho é tão importante que você tem um aporte espiritual, um suporte, incrível. Imagina essas criaturas que estavam trabalhando com os textos da primeira revelação, com os textos da segunda revelação. Você imagina o amparo espiritual!
Tanto é verdade que o Emmanuel no livro “A caminho da luz”, no trecho lá em que ele vai falar do Cristianismo, ele diz que quando chegou a hora de redigir os textos, os espíritos angélicos, que cooperam com o Cristo na direção do orbe, presidiram a redação definitiva dos textos. Você imagina o nível da inspiração espiritual que eles receberam. Você está coberta de razão.
Um abraço. Júlio César Moreira da Silva, de Belo Horizonte está dizendo que é um espírita-esperantista. Poxa Júlio, que coisa boa!
E tem uma Bíblia em Esperanto traduzida por Zamenhof e se tenho alguma referência sobre essa tradução. Essa tradução é realmente incrível! O Zamenhof é um gigante.
É, eu citei aquelas traduções principais, Júlio, mas ao longo dos trabalhos, nós vamos citar dezenas e dezenas de outras traduções e uma delas é do Zamenhof. É um excelente trabalho. Aliás, o Zamenhof é um gigante.
Só de ter criado o Esperanto, é fantástico. O que nós temos que considerar, Júlio, e isso é um fato importante, é que toda tradução é datada. O que que significa?
Se eu faço uma tradução hoje, daqui 200 anos a pesquisa bíblica avança. Então, a sua tradução fica defasada. A tradução que Zamenhof fez é excelente, mas algumas descobertas só foram feitas 150 anos depois da morte dele.
150 anos eu estou chutando, né? Entendeu? Foi feito muitos anos depois do desencarne dele.
Então, é natural que as novas pesquisas bíblicas sobre o tema, o que já teve de avanço, não foi incorporado na tradução dele e isso a gente tem que levar em conta. Temos uma pergunta aqui da Adriana Santos de Igrejinha, Rio Grande do Sul. Ela está perguntando se, aquilo que a gente comentou da genealogia de Mateus, que o nome de Davi dá 14, né ?
14, 14, 14, se isso é em hebraico? É em hebraico. Chama-se, essa técnica chama-se guematria.
É uma técnica interpretativa dos sábios judeus, que eles pegam as letras em hebraico, porque tem uma característica do hebraico, as letras são também números. Eles não usam os números árabes, né? Até porque são hebreus, né?
Então, nós usamos os números árabes: 1, 2, 3, isso é arábico, numeral arábico. Eles usam os numerais hebraicos, que são letras do alfabeto. Então, cada letra é um número.
E aí o que que eles fazem? Eles ficam pegando nomes, frases, somam os números para ver correspondências. É uma interpretação um pouco hermética, assim, um pouco mística, mas bem interessante.
Em alguns aspectos funciona muito bem. Mas a gente vai abordar isso também ao longo do estudo de Gênesis, Adriana. Nós temos uma pergunta aqui da Maria João Gonçalves Pereira de Portugal.
Oh, Maria! Que coisa boa saber que vocês estão aí nesse nosso país irmão, acompanhando o estudo. E você faz uma pergunta aqui é de que, como que antes de o homem ter surgido na terra, já haviam seres perfeitos né?
Olha, Maria, isso está lá no “O Livro dos Espíritos”. Porque o que nós temos que pensar é o seguinte: a Terra ela tem só 4,5 bilhões de anos. E o universo, o nosso Universo está estimado aí em 13,5 a 14 bilhões de anos.
E os cientistas já começam a falar de “multiversos”. A criação é infinita. Deus é eterno.
E dizem os Espíritos, Ele sempre criou. Então, nós não podemos restringir a criação de Deus à criação da nossa Terra e nem à criação do nosso Universo. Ou seja, vários Universos já existiram antes do nosso, vários mundos já existiram antes do nosso e seres que evoluíram nestes mundos, quando a Terra foi criada, já estavam perfeitos, por exemplo, vou dar um exemplo, Jesus.
Quando a Terra foi criada, ele já era o Cristo. Diz Emmanuel, no livro “A Caminho da Luz”, que a sua evolução se perde na poeira dos sóis. Ou seja, os sistemas solares por onde Jesus evoluiu nem sequer existem mais.
Já são poeira. Então, é algo para abrir nossa cabeça mesmo, né? Pensar que a Terra é só um pontinho, um grãozinho de areia nesse oceano infinito da Criação.
Ainda na aula 3, nós temos aqui uma pergunta da Leila Brasilia de Salermo, na Itália. Oh Leila, um abraço a todos na Itália! Obrigada por estarem acompanhando aí o nosso estudo, né?
E aqui ela pergunta se vendo de todos os lados, Deus é um ser onisciente? Oh Leila, eu diria o seguinte, Ele é onisciente, porque pra Ele não tem lado. Essa questão de lado, pra cima e pra baixo, é da nossa limitação de seres, de criaturas, de seres relativos.
Para Deus, que é absoluto, e quando a gente começa a ler os textos de Kardec falando de fluido cósmico, nós vamos perceber que a percepção de Deus é absoluta, ela é infinita. Tudo está mergulhado no fluido cósmico. Mas isto, olha, aguarda um pouquinho porque é tema da sequência do estudo do capítulo 1 de Gênesis, onde a gente vai abordar isso com todo cuidado, com bastante vagar, porque é um tema complexo e a gente tem que ir devagarzinho.
Mas obrigado por vocês estarem acompanhando aí. Um beijo em todos da Itália. Temos uma pergunta aqui da Lívia Machado do Rio de Janeiro.
Não é bem uma pergunta, é uma sugestão para a gente disponibilizar a estrutura literária no nosso site. Pode deixar, a gente está estruturando o site. Deu um probleminha, ele saiu do ar, mas a gente vai disponibilizar esses arquivos.
Em breve eles vão estar disponíveis para serem baixados. E ele se encontra também no livro Celeiro de Redenção. Então, se você quiser adquirir, porque lá tem mais gráficos, tem mais coisas.
Depois a gente pretende, como está fazendo com Levítico, fazer também um material sobre o Gênesis, um material escrito para as pessoas terem tudo isso em mãos. Tem também o grupo de estudos de Gênesis no Facebook, que o pessoal está colocando, disponibilizando todo esse material. Então, dá uma olhadinha aí pelo Portal do SER, pro nosso grupo do Facebook, você vai ver indicação lá.
E temos uma pergunta aqui da Jacqueline Abadia de Uberlândia, MG. Ela está dizendo se em Gênesis os personagens são símbolos, assim como ocorre no Apocalipse com serpente, maçã? Bom, Jaqueline, aqui tem uma pegadinha nesse fato, que nós já respondemos em outras perguntas.
Para um hebreu esta questão de que se é símbolo não é verdadeiro não funciona. Então, os personagens lá são personagens que têm um fundo real, têm um fundo histórico. Mas além do fundo histórico, tem um aspecto que é o símbolo.
Então, a gente tem que ter um cuidado, porque Abraão é um personagem mesmo. Ele é um personagem histórico, fundador da nação hebraica. Agora, ele não é exatamente tudo o que está descrito lá.
Então, ao descrever Abraão tem muita simbologia, tem toda uma maneira de narrar hebraica. Então a gente tem que fugir desta dicotomia: ou é verdadeiro ou é simbólico. Isto não existe no pensamento judaico.
É mais complexo do que isso, é muito mais complexo. Mas isso também a gente vai abordar com muita calma. Vamos explicar, vamos falar sobre isso.
Continua acompanhando a gente. Nós vamos vencer esses desafios todos aí, se Deus quiser. Uma abraço pra todos!
Bom aqui a gente encerra a resposta às perguntas e pede a todos que façam perguntas, que acompanhem. A gente vai sempre reservar alguns episódios para responder perguntas, para a gente ter essa interação com quem está assistindo, né? E esperamos que esse público cresça cada vez mais, porque nós nos sentimos como alunos.
Eu me sinto como alguém que está estudando junto. Então, quando alguém faz uma pergunta, para mim é maravilhoso porque me força a pensar, a estudar, a aprender e nós estamos todos juntos. É uma grande família, estudando o livro Gênesis.
Um abraço para todos. Legenda: Lorena Côrtes.
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