Padre José Eduardo - O amor entre os esposos

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Missão Maria de Nazaré (missaomn)
Palestra ministrada no 4º Kairós para Casais, realizado, pela Missão Maria de Nazaré, nos dias 10 e ...
Video Transcript:
[Música] Queridos, nós precisamos entender o que fez Jesus. O que fez Jesus? Se o matrimônio, o casamento, fosse apenas uma relação entre o homem e a mulher, nós, para chegarmos à contemplação de Deus, nós somos batizados para ser santos, e a santidade é a contemplação de Deus, correto?
Ser santo é chegar à união divina. Isso é a santidade! É, de fato, chegar pela oração à união que se une a Deus, Senhor, uma só coisa com Ele.
Isso é a santidade. Nós fomos batizados para ser santos. Agora, se fosse para o casamento ser uma mera união entre o homem e a mulher, desculpem, mas se fosse pra gente ser santo, era melhor não casar, era melhor ir para um mosteiro, era melhor viver uma vida apartada do mundo, se dedicar à oração, se dedicar à busca de Deus.
Só que se Deus fizesse isso em Cristo, a Igreja teria acabado na primeira geração, né? Todo mundo se converteu, morreu, acabou a Igreja. Lindo, né?
Não, lindo não, terrível. [Música] E, obviamente, Ele não podia fazer as coisas desse modo, porque foi Ele que criou o homem e a mulher. Foi Ele que diz que os dois serão uma só carne.
Então, o que Ele fez, queridos? O que Ele fez? Jesus fez uma das coisas absolutamente extraordinárias: Ele elevou o matrimônio à dignidade de Sacramento.
Ele elevou o matrimônio à dignidade de Sacramento. O que significa dizer isso? Significa dizer muito, e é isso que eu queria, nesse momento, salientar com vocês.
As pessoas falam "eu vou casar na Igreja", o casamento na Igreja é uma bênção que o padre dá. Eu vou casar na Igreja para ter a bênção de Deus, as pessoas dizem. Então, elas vão à Igreja, têm aquela cenografia bonita, linda, que elas amam.
Aí, graças a Deus, estou abençoado. Agora, vamos viver juntos. Vamos procurar viver juntos.
Não, não, não, não, não! O casamento não é só isso. A bênção nupcial é uma parte muito secundária do rito do matrimônio.
Eu diria secundária, vai? Não, não é secundária, é muito importante, inclusive, é antiguíssima, mas ela não é a essência do matrimônio. Não é isso que faz o matrimônio.
O que faz o matrimônio é o consentimento do homem e da mulher. É o consentimento, são os dois batizados que consentem um em se entregar pelo outro. Nos tempos antigos, antes do Concílio de Trento, antes do século X, não tinha tantos padres assim, então o casamento era feito pela autoridade local, pelo pai, pelo barão, pelo conde, pelo duque, sei lá por quem estava ali.
E era sacramento, por quê? Porque dois batizados, um homem e uma mulher que têm uma vida sobrenatural, que são membros de Cristo, são cristãos e se entregam um ao outro, não pode haver entre eles um casamento que não seja [Música] sacramento. Depois do século X, como começou a acontecer muito abuso, então a Igreja exige que, para que haja sacramento, o consentimento dos noivos seja dado diante de uma autoridade eclesiástica local, diante do pároco, diante do bispo, né?
Para que não haja abuso, para que não haja confusão, para que se garanta a unidade do casamento. Quer dizer, você só está casado com uma pessoa até que a morte os separe. Agora, o que significa dizer que o matrimônio é sacramento?
É isso que a maior parte das pessoas não entende. Significa compreender com profundidade isso que disse São Paulo: "Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou a si mesmo por ela. " Ou seja, pelo sacramento do matrimônio, Deus Eleva aquela união conjugal natural ao nível sobrenatural, ao nível de sacramento, ao nível do amor divino.
Em outras palavras, quando você casa sacramentalmente, pelo sacramento do matrimônio, Deus intercepta o amor do marido e da mulher. Ele entra no amor do marido e da mulher. Ele torna o amor do marido e da mulher um amor sobrenatural.
Ele eleva aquele amor ao nível sobrenatural, e a partir daquele momento do matrimônio, em que um consente entregar livremente ao outro, não é mais um cônjuge que ama o outro, não é mais um cônjuge que ama o outro; é um cônjuge que ama Deus no outro, e Deus que ama um cônjuge no outro. Aquele amor é divino. Quando você está amando o seu marido ou a sua esposa, se vocês são casados na Igreja, você está amando Cristo.
Você está amando diretamente a [Música] Deus. E o que eu quero dizer com isso é o seguinte: este amor do matrimônio é sobrenatural. Esse amor é totalmente sobrenatural; é humano também, mas Deus assume o amor humano e o eleva à ordem sobrenatural.
Ele se torna divino. Por isso que, diante do seu marido, diante da sua mulher, você está diante de Cristo; você está diante de Cristo. Por isso que, para a gente, é como se você estivesse diante da hóstia consagrada.
Você está amando Deus nele; inclusive, com tudo aquilo que diz respeito à intimidade conjugal, você está amando a Deus. Quer dizer, na medida em que você ama essa pessoa que está do seu lado, na medida em que você ama o seu marido e a sua mulher, você está aprendendo a fazer oração, você está aprendendo a amar a Deus, você está aprendendo a se entregar a Deus, você está aprendendo a se derramar em Deus, você está aprendendo a desaguar em Deus. Você está entrando num caminho espiritual.
O marido e a mulher, dentro da união do sacramento do matrimônio, não fora, dentro, no amor conjugal, podem chegar à sétima morada de Santa Teresa, podem chegar ao êxtase, podem chegar à união transformante. E quanto mais os maridos e as mulheres se amarem. .
. Mas estão amando Deus, mas estão amando Deus, mas estão amando Deus. É um amor que vai se tornando cada vez mais sobrenatural.
E quanto mais o marido e a mulher alimentam esse amor sobrenatural, sobrenaturalmente, com a oração, com os sacramentos, com uma vida na consciência de que estão amando Deus um no outro, mais e mais e mais e mais e mais eles crescem espiritualmente. E quanto mais eles crescem sobrenaturalmente, mais Deus os consome em Si. É na fornalha do amor entre o marido e a mulher que o Espírito Santo acende o Seu fogo no matrimônio.
Portanto, uma espiritualidade conjugal é uma espiritualidade de homem e mulher que, no sacramento do matrimônio, crescem cada dia mais no Amor Divino. Se não há sentido para um casal cristão, por exemplo, brigar, pode haver algum desentendimento. Mas é por isso que São Paulo diz, nos versículos anteriores, que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento.
Por quê? Eu vou brigar com Cristo? Eu vou ofender a Cristo?
Não! Eu vou amá-lo mais. Eu vou amar mais a Deus.
Ah, faz sentido eu deixar Cristo de lado, deixar Cristo abandonado? Não! Ah, deixa lá, mulher, marido de lado?
Ah, não quero saber, ai, estou cansado. Não faz sentido. Assim como eu preciso da presença de Deus, é o Salmo da missa de ontem: "A minha alma desfalece de saudades pelos do Deus vivo; quando terei alegria de ver a face de Deus?
" É o mesmo sentimento que o marido tem que ter pela mulher e a mulher pelo marido. Eu preciso do meu Cristo, eu preciso de Deus para mim, ou seja, eu preciso do meu cônjuge. Eu tenho que amá-lo, eu tenho que andar em comunhão com ele, eu preciso me unir a ele, eu tenho que comungar.
Eu tenho que estar unido a essa pessoa. Inclusive, é o que eu digo sempre para os casais: diante de Deus e, biblicamente falando, a pessoa mais importante da sua vida é o seu cônjuge, não são os seus filhos. E se você tivesse numa situação em que tivesse de escolher entre salvar a vida do seu cônjuge ou salvar a vida dos seus filhos — isso nunca vai acontecer, mas se tivesse de acontecer uma situação dessas — você deveria deixar os seus filhos morrerem e salvar o seu cônjuge, porque, com seu cônjuge, você é uma só carne.
Você não é uma só carne com seus filhos, é com o seu cônjuge. Essa é a pessoa mais importante da sua vida. E a pergunta é: o que você tem feito com o seu Cristo?
O que você tem feito com o seu Deus? É uma loucura que os casais fazem por aí. Nascem os filhos, aí boa parte dos casais, insensatamente, se esquecem um do outro e começam a viver em função dos filhos.
Sabe o que acontece? O seguinte: um dia esses filhos vão dar um chute no seu lindo traseiro e vão viver a vida deles. E aí você vai estar dentro de casa com o Cristo desconhecido que você distratou durante a vida inteira.
Não faça isso com o seu próprio corpo, não faça isso com a sua própria vida, e não faça isso com a igreja, porque o que São Paulo está dizendo aqui é que, assim como Cristo é a cabeça da igreja, Ele edifica a igreja através do marido que ama a sua esposa e da esposa que é submissa ao seu marido. É assim que Ele está edificando a igreja até hoje. É assim que Ele transforma a igreja em uma igreja sólida.
É assim que Ele faz com que a igreja vá para a frente pelos séculos: é através de matrimônios santos que vivem o amor sobrenatural. Agora, não faz sentido: a maior parte dos casais recebe o sacramento do matrimônio, celebra o sacramento do matrimônio para viver esse amor de novela, que é humano. Esse amor desgasta, acaba com o tempo, e ele se enfraquece; ele se torna cada vez mais frágil, ele se erode.
Isso é uma porcaria! O seu amor humano é um lixo! O nosso amor humano é um lixo!
Ele acaba, ele é frágil, ele é cheio de pecado. Só que é o seguinte: o amor sobrenatural não tem como não crescer se eu não alimento sobrenaturalmente. Por isso que eu digo: quando o casal chega na igreja para casar, ele e ela têm o amor humano deles, aquele lixo lá que eles acham que é tudo.
Na hora que eles casam, eles recebem um amor sobrenatural, é um amor novo que eles estão inaugurando ali. E se eles não aprendem a viver esse amor novo, esse amor divino no relacionamento deles, alimentando sobrenaturalmente, e se restringirem esse amor a um amor meramente humano, vivendo esse amorzinho de novela, esse amorzinho romântico, esse amorzinho humano demais, eles não vão ser realmente felizes. Eles não estão vivendo o sacramento do matrimônio; estão vivendo apenas um casamento pagão.
Apenas um casamento pagão, por mais que seja na igreja. Agora, quando eles aprendem a viver o sacramento do matrimônio, eles alimentam aquele amor sobrenaturalmente, eles buscam a Deus, eles olham um para o outro, o olho deles arde. Eles sabem com consciência de que estão na presença do seu Cristo.
Eles passam por cima das dificuldades, passam por cima dos defeitos de caráter, passam por cima das cruzes do relacionamento. Eles dizem: "eu não quero olhar para isso, eu quero olhar para o meu Cristo". E amam, e amam, e amam, e amam mais e mais e mais e mais, e alimentam esse amor sobrenaturalmente, pedindo graça de Deus, sacramentalmente, se confessando a cada dia, comungando a cada dia, buscando mais e mais e mais e mais e mais a Deus.
Esse amor se torna um lance completamente sobrenatural; ele fica totalmente divino. Essa fornalha vai crescendo. Não tem como!
Se erodir, ele se desgastar com o tempo; pelo contrário, um e o outro vão se tornando cada vez mais unidos em Cristo e chega a ponto em que esse matrimônio está tão cheio de fogo, tão cheio de fervor, tão cheio de amor sobrenatural, em que Deus está ali entre o casal, com uma sarça ardente que arde e não consome. Que, quando chega a hora de ir embora e um deles tem que morrer, acontece aquilo que São Paulo diz na primeira carta aos Coríntios, capítulo 7: a pessoa quer até ficar viúva, mesmo para sempre, porque ele não tem nem coragem de ter que começar tudo de novo, para aprender a amar sobrenaturalmente uma pessoa. Não, não, não, não!
Já foi, já valeu, não tem como mais. É algo que está muito além da carne. É algo que está muito além da carne.
Notem: a Igreja significa tudo isso em seus ritos. Por que, no dia do seu casamento, você entrou de branco e o seu marido entrou com a roupa de gala escura? Porque ele representa Cristo, que levou os nossos pecados no Calvário, e você representa a Igreja, sem mancha nem ruga, resplandecente de beleza, lavada no sangue do Cordeiro.
Em geral, o noivo entra com a mãe; a mãe fica do lado esquerdo, porque antigamente, ele trazia uma espada na mão. Todo homem andava armado, andava com a sua espada. Então, ele trazia a sua espada, depunha a espada aos pés do altar, e aí você desenvolvia a cerimônia do matrimônio.
Ouvem a palavra, se dão um consentimento, trocam a aliança. A aliança, nos tempos antigos, não era uma aliança de metal; ela era feita na carne. Era um rasgo, era uma cicatriz que podia se dar no pulso, podia se dar no dedo, podia se dar em qualquer lugar no braço, porque era uma aliança de sangue.
É uma aliança perpétua, não podia ser rompida. Hoje nós utilizamos uma aliança, mas a aliança não pode ter liga, ela não tem uma parte que você diz: "Ah, aqui ela começa, aqui ela termina”, porque ela representa o infinito. Ela é completamente una, e você coloca essa aliança no dedo como uma cicatriz, como um sinal de um amor que ninguém vai conseguir romper, porque ele é sobrenatural.
Deus está no meio. E é muito bonito que logo após o consentimento, na hora que os noivos estão dando a mão direita com a mão direita e eles se dão consentimento, o sacerdote coloca a mão sobre ambos e diz: "Deus confirme este compromisso que manifestastes perante a Igreja". Deus entrou no meio desse amor, Deus elevou esse amor ao nível sobrenatural; é Ele que está elevando esse amor ao nível sobrenatural.
Eles tocam as alianças, depois se ajoelham, recebem a bênção no presbitério, e, terminada a bênção no presbitério, eles que entraram separados agora saem unidos até que a morte os separe. Mas notem: agora o homem sai com a mulher ao seu lado direito e deixa a espada aos pés do altar. Porque, a partir daquele momento, ela será a sua defesa; ela defenderá o seu coração.
Ela que vai dizer: "Não, não tenha calma, amor, não é hora de pegar a espada. Não faz isso! " Ela que vai acalentar por dentro, ela será sua proteção até que a morte o separe.
Portanto, nós precisamos aprender a viver o amor matrimonial sobrenaturalmente, parar com esse tipo de atitude meramente humana e carnal, a viver o casamento como se fosse uma realidade qualquer. Vamos viver juntos. Inclusive, tem gente que, com a mentalidade pagã, pensa assim: "Ah, tá dando tão certo, a gente tá morando junto, tá dando tão certo.
Não vamos casar na Igreja? Não, para, para não dar errado! " Como é que vai dar errado?
Ô cretino! Se Deus está entrando nesse relacionamento aqui, se Ele está elevando ao nível sobrenatural, vamos deixar de ser jumento e virar gente! Deus está elevando esse amor ao nível sobrenatural.
Ele não pode piorar; ele só vai piorar se eu quiser vivê-lo como amor meramente humano, mas se eu vivo sobrenaturalmente, com a consciência de que o outro, para mim, é Cristo, o meu cônjuge é Cristo para mim e eu amo completamente, é cada dia mais amando Deus nele. Como é que ele não vai melhorar esse amor? Não tem jeito!
Então, eu preciso mudar meu olhar, eu tenho que aprender a olhar meu cônjuge como Cristo na minha vida. Assim como eu só tenho um Salvador, que é Jesus Cristo, é só esse cônjuge que está ao seu lado que é o seu caminho para o céu. Eu tenho que amar, é necessário amar, e esse amor tem que se manifestar cada vez mais sem medos.
Sabe, o diabo gera certas vergonhas na vida do casal. É o que eu falei: ele começa a ferir e aí a mulher vira uma onça totalmente arisca, fica completamente: "Ai, não me toque, não quero saber! " O homem começa a se endurecer, vira uma pedra de gelo, fica um pau seco que não consegue mais fluir de jeito nenhum.
E os dois vão vivendo na vida com certas inibições, não têm mais a coragem de se tocarem, de se abraçarem, de se sentirem, de se amarem. Isso é do diabo, não é de Deus. Deus não quer isso para a vida do casal; Ele quer que vocês aprendam a se amar de verdade, com tudo aquilo que significa amor, inclusive com a vida sexual.
Entenda que aquilo é oração; não é à toa que muitos casais antigos colocavam a cama do casal e, sobre a cama, uma cruz, porque aquilo é um altar. É oração que você está fazendo ali; isso é santo e imaculado diante de Deus. Portanto, aprendam a se amar sobrenaturalmente, aprendam a se amar sobrenaturalmente.
Só que, queridos, essa fornalha, esse fogo, já é uma coisa tão maravilhosa, já algo tão sobrenatural. . .
Divino Deus, no meio daquele relacionamento, sustentando e incrementando aquilo que já é tão maravilhoso: é sacramento. Isso significa dizer que é sacramento, que Jesus não parou por aí; Ele foi mais longe ainda do que isso. O que Ele fez?
Ele não apenas elevou o casamento ao sacramento do matrimônio (Efésios 3:1). Por esta causa, dobro os joelhos em presença do Pai ao qual deve a sua existência toda a família no céu e na terra, para que vos conceda, segundo o seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior. A versão grega original diz: "Dobro meu joelho diante do Pai, do qual procede toda paternidade", do qual procede toda a paternidade nos céus e sobre a terra.
É o texto original. Quando esse amor já está grande, de repente vêm os filhos. Deus manda os filhos, e a Escritura diz que os filhos são a bênção do Senhor e o fruto das entranhas, sua dádiva.
Como flechas que o guerreiro tem na mão, são os filhos de um casal de esposos. Jovem, feliz aquele pai que, com tais flechas, consegue abastecer a sua aljava, lugar onde se as flechas, os filhos surgem. Só que você imagina o seguinte: diante daquele amor tão maravilhosamente sobrenatural do marido e da mulher, naquele amor divino fervoroso, cheio de música, aparece um pagãozinho ali no meio.
Pagãozinho porque ele nasceu criatura de Deus. Um pagão tem sentido deixar aquele moleque pagão no meio de um amor tão sobrenatural assim? Não é por isso que a Igreja batiza e arrasta para dentro desse amor sobrenatural as crianças?
É só por isso que a Igreja batiza: é para que elas estejam dentro desse lance sobrenatural e, para que os pais, a partir daquele momento, não gerem apenas uma criatura, alguém; mas a partir daquele momento, eles vão reproduzir o próprio amor de Deus na vida daquela criança. Vou ensinar aquela criança a buscar a Deus, vou ensinar aquela criança a ter vida de oração, vou ensinar aquela criança a fé da Igreja, vou ensinar aquela criança o amor sobrenatural, vou ensinar para aquela criança a viver os mandamentos, vou ensinar para a criança a amar o sacramento, a buscar a presença de Deus. Para isso, vão ter que estudar muito, para explicar o porquê de tudo, porque chega uma hora que você tem que explicar o porquê.
Você tem que ouvir o outro lado, entender os questionamentos, compreender as revoltas, e só assim você vai conseguir dizer os porquês, e não apenas o quê. Na medida em que você vai alimentando a alma daquela criança com a palavra de Deus, com as virtudes sobrenaturais, com os dons do Espírito Santo na vida do casal, cada vez mais aquela criança vai crescendo em amor, em santidade, em justiça, buscando mais e mais e mais e mais e mais e mais e mais a presença de Deus. Sobretudo se você explica o porquê das coisas, porque você procurou estudar.
Hoje em dia, sobretudo, os pais precisam estudar muito! Viu? Quando eu digo muito, eu tô dizendo muitíssimo.
Você tem que saber não apenas o Catecismo, mas você tem que saber responder tudo aquilo que dizem lá fora contra a doutrina da Igreja. Tem que dar uma resposta na ponta da língua. Você tem que saber; você tem que dedicar tempo de estudo para poder educar essa criança, esse jovem, esse adolescente, para que ele entenda os porquês das coisas.
Tem que ser claro, tem que explicar, mas, sobre tudo, ele vendo o amor sobrenatural dos pais, ele vai perceber que é o único caminho possível, inclusive porque ele vai comparar os pais dele com os outros pais dos outros por aí. Ele diz: "Não, o negócio lá é diferente. Tem uma fornalha, tem uma sarça ardente no meio de casa que é diferente do resto, não se compara, não é?
É diferente, é outra coisa. " Ele vai ver. Notem que o mais importante para a educação dos filhos é o amor dos pais entre si.
Isso é o mais importante. Há uns dias atrás, eu tive uma experiência muito interessante. Um senhor da minha paróquia, um homem adulto, ele é um pouco irascível, um pouco uma pessoa um pouco irritada, nervosa.
Aconteceu um problema, ele estava chateado por outras situações, e é uma dessas pessoas que, quando se descontrola, se descontrola. É um homão assim, forte, alto, gordo. O que ele fez?
O menino, o filho único deles, um menino pequeno de uns 6 anos mais ou menos, fez alguma coisa que o irritou, e ele, desproporcionalmente, começou a bater no menino. Bateu e agrediu mesmo o garoto na barriga, né? Machucou.
Passou aquela situação, ele mesmo ficou mal com o que ele fez com o garoto. O garoto chorou, ficou todo doído por dias. Inclusive, a mulher falou: "Eu vou me separar, eu não quero mais ficar junto com você.
Eu vou me separar. " Né? Brigou com ele na frente do garoto, falou: "Eu vou me separar.
" No dia seguinte, o menino, com dores porque foi agredido pelo pai, foi à mãe dele e disse: "Mamãe, não separa do papai, não. Não foi nada. " Ele, curvado de dor, disse: "Não faz isso, não, por favor.
Não, não vai, não faz, não faz. " Começou a chorar: "Não, não separa do papai, não, não manda ele embora, não, mamãe, não faz isso, por favor. " O que ele estava dizendo para ela, em outras palavras, era o seguinte: se você se separar do meu pai, vai doer mais do que a agressão que ele me cometeu.
O mais importante na educação dos filhos é o amor do casal entre si, é a segurança que eles têm pelo amor dos pais. É quando eles são capazes de saber que o mundo pode cair, mas aquele casamento não cai. É isso que segura os.
. . Filhos, é isso que faz com que os filhos de fato sejam pessoas com uma personalidade equilibrada.
Quando eles percebem que os pais não estão bem, aquilo os agride. Nosso papai não fala com a mamãe; que estranho! Eles podem não falar nada, mas estão sofrendo por dentro, e aquilo está destruindo a personalidade deles.
Isso está prejudicando a fé, a música deles. Por isso, é importante que vocês de fato se amem para valer e eduquem esses filhos sobrenaturalmente para serem filhos de Deus. O que Jesus fez foi extraordinário: ele não elevou apenas o matrimônio à dignidade do Sacramento, que já é grande; ele elevou a paternidade humana também.
Você é pai do seu filho em dois sentidos: no sentido humano e no sentido sobrenatural. Você está formando um filho de Deus; está educando no espírito; está ensinando a amar a Deus. Ele está aprendendo o caminho da santidade com você.
Por isso, essa paternidade que você tem também foi elevada por Deus, e ele está aprendendo a amar divina e sobrenaturalmente. Ele está aprendendo a amar; é isso que está acontecendo com ele. A alma dele está sendo formada a partir de amor completamente sobrenatural, completamente divino.
E como é maravilhoso quando os pais conseguem formar os seus filhos assim! Como é maravilhoso quando, de fato, eles conseguem incutir na alma de seus filhos um amor completamente sobrenatural a Deus. É outra coisa!
Não é que eles aprendem a dizer rezas; não é isso! Eles aprendem a amar a Deus dentro da sua casa, porque estão vendo um amor que é totalmente sobrenatural. Só que Jesus não parou por aí; isso já é algo grande, mas ele não parou por aí.
Ele foi mais longe! Através do Sacramento do matrimônio, não apenas elevou o casamento e a paternidade humana, mas também elevou a sociedade humana inteira ao nível sobrenatural. A família é a madre da sociedade, né?
Todo mundo sabe disso. Só que quem sabe disso em primeiro lugar é aquele que fez a família humana e a sociedade inteira, que foi Deus. A família é o DNA da sociedade.
Então, quando ele eleva a família, pelo sacramento do matrimônio, ao nível sobrenatural, ele faz a família chegar a esse nível. Preste atenção aqui: não diz no foco o que ele faz; ele começa a santificar a sociedade inteirinha. Porque, na medida em que os casais se amam com amor sobrenatural e vão gerando filhos também de modo sobrenatural, o que eles vão fazendo é multiplicar esse amor sobrenatural.
Cada vez mais, eles vão injetando na sociedade humana pessoas que amam a Deus sobrenaturalmente, pessoas que vivem a caridade sobrenaturalmente. E aí, outras famílias olham para aquilo e dizem: “Nossa, que coisa interessante! Eu também quero me converter!
” Isso começa um processo de saneamento, mas não apenas de saneamento, mas de elevação da sociedade inteira. Eu disse no começo da palestra que Deus criou a família para ensinar a pessoa a ser virtuosa. É na família que ela aprende a ser virtuosa.
No estado, ela aprende pela paulada. Na família, ela aprende a ser virtuosa; ou seja, o único jeito de transmitir o evangelho às pessoas não é no ambão da igreja. É na família.
Como Santo Agostinho, que recebeu o Evangelho com o leite materno de Santa Mônica. Não adianta o padre pregar aqui, não adianta o padre pregar aqui e, lá em casa, você assistir Faustão. Não adianta o padre pregar aqui e depois você colocar o seu filho exposto e você mesmo expor a sua mente ao lixo que tem por aí.
Inclusive, São Paulo fala para as mulheres não perguntarem as coisas na igreja, tá? Acho que está no capítulo 14 ou 15 da primeira aos Coríntios, né? Certamente porque ele não queria perturbar muito a reunião, que as mulheres vão começar a falar e não acabam mais.
Então, ele diz: “As mulheres perguntem para o marido quando chegarem em casa. ” O que São Paulo está querendo dizer com isso? Que em casa tem que se falar sobre a Palavra, tem que conversar sobre a Palavra.
A casa tem que ser uma reverberação da igreja. Nós precisamos meditar na Palavra, levar a Palavra de Deus, procurar conhecer mais a Deus juntos. Só que o que acontece?
Esse é o único jeito de transmitir o evangelho. O evangelho não vai surgir por multidão. Quando a igreja cresce por multidão, ela incha; ela não cresce.
Ela incha. Aquele monte de gente dentro da igreja com a cabeça de macumbeiro, com o coração de bandido, com o espírito vingativo e ruim, que nem o capeta, tá lá na igreja um monte de gente inchada. Estou cansado de ver as pessoas vão lá, né?
Faz o CCO de Jericó, começa a marcha, marcha, marcha para derrubar o outro. Quero derrubar minha vizinha, quero derrubar minha sogra, morra aquela velha! Eu quero acabar com todo mundo.
A pessoa quer pisar nos outros, ela usa Deus para continuar com as ruindades dela. Igreja, quando ela cresce assim, meramente pelo andão, ela incha. Isso não interessa, não interessa.
Ela não tem que inchar, ela tem que crescer! Ela tem que crescer, e foi assim que a igreja cresceu; foi exatamente assim que Deus fez. É pelo sacramento do matrimônio que marido e mulher se amam, educam filhos e vão contagiando a sociedade inteira com o fermento do Evangelho.
Aos pouquinhos, você começa a santificar a sociedade. Você começa a santificar a sociedade, e, aos pouquinhos, você tem um conjunto, um grupo gigantesco de famílias cristãs que vivem de acordo com a mensagem do Evangelho. Só que é o seguinte: aí você vai me dizer: “Ah, padre, isso aí é teoria!
Isso aí não existe! Isso que o senhor tá falando é. .
. ” É isso. Aí não tem sentido!
Não tem sentido, tem sentido sim! E não apenas não tem sentido, mas foi assim efetivamente que aconteceu ao longo da história. Foi exatamente assim que aconteceu ao longo da história.
Eu não preciso provar isso, porque isso já está provado no livro do Rodney Stark chamado "O Crescimento do Cristianismo", em que ele faz uma análise sociológica dos números do crescimento do cristianismo primitivo, e ele diz o seguinte: no início, vocês leram os Atos dos Apóstolos e sabem disso. Na primeira pregação de São Pedro, 3. 000 se converteram.
Se converteram daquele jeito, né? Ouviram a pregação e foram batizados. Que conversão é essa?
Depois, quando eles curaram aleijado na porta do Templo de Jerusalém, converteram mais 2. 000, e a igreja passou a ter 5. 000 membros.
Só que, com esses 5. 000 membros da igreja, você vê pelos outros Evangelistas, São Lucas às vezes atenua um pouco as coisas; ele é muito otimista. Né?
Pelos outros Evangelistas, você percebe que a situação não era bem pacífica. Assim começou a surgir o judaísmo. São Paulo reclama do judaísmo em Gálatas; na primeira aos Coríntios, ele diz que havia divisões: um dizia que era de Apolo, outros diziam que eram de Pedro, outros diziam que eram de Paulo.
E ele dizia: “Não seja nem de um nem de outro, seja de Cristo. ” Aí, São João diz que já existiam falsos profetas e falsos apóstolos. Se você ler o livro do Apocalipse, ele fala dos nicolaítas, dos que seguem a doutrina de Balaão; ele fala de uma série de situações que já estão no Novo Testamento, que mostram que esse inchamento depois levou a uma série de desvios.
A igreja, de fato, depois perdeu muita gente daqueles que se tinham convertido na primeira pregação. Até o final do século I, a igreja tinha aproximadamente 1. 000 membros em todos os lugares em que ela estava, aproximadamente 1.
000 membros, e ela foi crescendo. E Rodney Stark analisa os números, vendo exatamente esses períodos, pegando diversas fontes e analisando-as. Todas, no início do livro, ele explica os critérios sociológicos para os números que ele conseguiu obter.
A igreja foi crescendo a uma média de 3,4% ao ano, um crescimento muito, muito, muito, muito lento, que é praticamente a mesma taxa de crescimento de uma família daqueles tempos. Exatamente a taxa global social de crescimento das famílias: 3,4% de crescimento por ano. Por ora, prestem atenção: que coisa impressionante!
Chega à conclusão de que o elemento determinante para a expansão do cristianismo nos primeiros séculos foram os laços de sangue, as relações familiares entre parentes próximos e entre amigos muito conhecidos. Essa foi a via para a difusão do Evangelho entre as primeiras culturas. E não podia ser diferente, a tal ponto que, com o crescimento lento, mas contínuo, 300 anos depois a igreja já tinha devorado 60% do Império Romano e não podia mais ser ignorada.
Eu posso imaginar aquelas mulheres pagãs apanhando dos maridos, porque os pagãos não tinham nenhum apreço pelas mulheres, toda roxa, chorando e conversando com a sua escrava cristã e dizendo: “Ai, o meu marido me bateu! O meu maridão falou que vai me matar. Ele disse que, se eu continuar assim, ele vai me matar, e vai, e mata mesmo!
Mata mesmo, que ele já matou a outra que ele tinha antes. Agora disse que vai me matar! Eu não sei o que que eu faço!
” E chora. E você: “O seu marido te bate também? ” Ela diz: “O meu marido?
Ah, o meu marido diz que eu sou o próprio Deus encarnado! ” Para ele, ele diz que eu sou o próprio Logos, o próprio Verbo encarnado, Jesus Cristo vivo! Para ele.
. . O quê?
Da onde ele tirou isso? Da onde ele tirou isso? Vem cá, que tem mais!
E ela apresenta o evangelho para sua matrona. Essa mulher quer, quererá ou não quererá se converter? É óbvio que sim!
A afirmação de Atos de que os pagãos olhavam para eles e diziam: “Veja quanto eles se amam! ” se realizava, sobretudo, nas famílias. A partir dos matrimônios, o matrimônio introduziu um elemento de novidade na sociedade, como todo um elemento de novidade que é o amor divino no casal.
Eles estão amando Deus, amando-se um ao outro! Então, têm que crescer se quiserem se unir a Deus. É esse elemento que foi responsável pela conversão de milhares de pessoas.
Esse foi o elemento para a difusão da igreja. E agora, depois de séculos, Satanás descobriu um jeito de acabar com a igreja. Ao mesmo tempo, tem que mexer na célula-mãe; tem que fazer uma reengenharia genética.
Você tem que acabar com a família. E o jeito de acabar com a família é acabar com o sacramento do matrimônio. Você tem que acabar com o sacramento do matrimônio, e é por isso que ele está atacando com todas as suas fúrias o sacramento do matrimônio.
E é exatamente por isso que Nossa Senhora, em Fátima, foi mostrando aos pastorinhos os ataques do diabo. Falou da Primeira Guerra, falou da Segunda Guerra, revelou o terceiro segredo. E aí, no final de tudo, em Fátima, quando tudo estava acabando, a aparição já estava sendo concluída.
Apareceu no céu, foi a última aparição de Fátima: a Sagrada Família, Nossa Senhora, São José e o Menino Jesus. Só que Lúcia descreve isso de um jeito muito delicado, quando ela fala que São José abençoava o mundo com o Menino Jesus. Nossa Senhora, meditando sobre isso, eu entendi que a mensagem de Fátima está nos dando um recado.
Nossa Senhora, em Fátima, no céu, disse: “Olha, vai vir aí a Primeira Guerra, vai vir o comunismo, a Rússia vai espalhar seus erros, e o último ataque do diabo vai ser o pior. Ele vai atacar a família, ele vai acabar com a família! ” Então, aprendam o que diz a Escritura: “Mulheres, sejam submissas, deem um passo para trás, deixem São José abençoar.
” Deixa o menino Jesus, que Deus abençoar, aprendam a amar segundo o sacramento do matrimônio, porque o ataque virá. Eu pensava que isso era uma coisa na minha cabeça, meditando etc. , tal meses atrás.
O Cardeal Carlo Caffarra, que recebeu de São João Paulo I a responsabilidade de criar o Instituto para a Vida e Família em Roma, foi o primeiro reitor do Instituto Vida e Família. Ele escreveu para Fátima, disse ele numa entrevista, pedindo orações pelo novo Instituto de Vida e Família. De repente, chega uma carta para ele.
Quando ele abre, é da irmã Lúcia. Sabe o que a irmã Lúcia disse para ele? Disse: "Prepare-se, porque o último ataque do diabo será contra a família e todos aqueles que defenderem a família serão atacados implacavelmente por Satanás".
Não era coisa da minha cabeça, era exatamente a mensagem de Fátima que estava diante dos nossos olhos. Portanto, casais, convertam-se! Passem a se amar para valer!
Não economizem mais amor! Ganhem consciência de que Deus está em vocês. Deus está no relacionamento de vocês.
Vocês são casados segundo o sacramento do matrimônio. Isso é divino, é sacramento, e se santifica cada vez mais se amando com loucura, sem economizar. Quebrem os muros, derrubem todas as barreiras que existiram entre vocês.
O diabo adora criar esse tipo de barreira. Ele quer pegar os casais e ele vai fazer o seguinte: ele começa pela ofensa, pelas pequenas ofensas. Aí, um começa a colocar um tijolo.
Cada ofensa é um tijolo; vai colocando um tijolo, outro tijolo, outro tijolo, outro tijolo. Se você não tiver coragem de derrubar esse muro pelo perdão, e de perdoar e de parar de besteira e de frescura, e perdoar para valer, não tem jeito! Não tem jeito!
Eu estou cansado de lidar com casais que entraram dentro de um orgulho horroroso, que é o seguinte: "Ai, que você me fez muito mal, que não sei o quê". Eu não falava, mas eu não aguento mais! São anos de sofrimento, são anos de não sei o que, de barreira que eu não estou conseguindo aguentar e não sei o que lá.
Entra naquele orgulho, sai da posição, filho! Deixa essa posição arrogante e autoritária. Diz assim: "Até hoje foi assim, mas a partir de hoje pode ser diferente.
Me ajude a ser diferente! ". Vamos mudar!
Em nome desse sacramento de Deus, em nome dessa história, em nome de tudo que Deus tem feito, vamos mudar! Eu ouvi uma vez de Dom Rafael Lano Sifuentes, que foi presidente da Comissão Vida e Família aqui no Brasil durante muito tempo, que uma vez um homem estava numa crise e foi falar com ele. Por quê?
Porque a sua esposa, enfim, foram passando os anos e eles não tinham ouvido essa palestra. Eles não sabiam de fato como deviam viver o sacramento do matrimônio. Então, ela tinha se tornado uma pessoa muito dura e, de repente, começou a ficar toda simpática com ele, a secretária do trabalho, né?
O encanto de menina! Tudo que ele fazia, que ele queria, ela fazia. Parecia que adivinhava os pensamentos dele!
Aquela doçura, uma gentileza, uma cortesia sempre tão decente, sempre tão boazinha. E aí chegava para ele: "Oi, seu Fulano, tá aqui! O senhor quer alguma coisa?
O senhor quer uma água? O senhor quer isso? O senhor quer aquilo?
". Aí, ele começava a se confidenciar com ela: "Nossa, hoje eu tô tão cansado! " "Ah, descansa, seu Fulano!
O senhor tem que descansar, senão a gente não aguenta! O que o senhor tá precisando? Quer alguma ajuda?
". E começou com aquela coisa toda e ele começou a se envolver com ela e ela começou a gostar dele. E aí ele já estava perdendo a cabeça e queria deixar tudo, ir ficar com essa outra.
Aí foi falar com o bispo, que na época era padre. Aí o bispo falou para ele, falou o seguinte: "Olha, veja bem, você quer separar dela, tudo bem! Só que você vai fazer três coisas.
Primeira coisa: você tem um filhinho pequenininho, né, de cinco anos, que você ama, então você vai contar tudo para ele que você tá trocando a mãe dele por uma outra. " "Não, pelo amor de Deus, eu não posso fazer isso! " "Mas pera aí, você quer sair pela porta dos fundos?
Não! Não, você vai contar. Você vai começar pela porta da frente.
Você vai contar para ele que ele te venera, ele considera você um herói, ele acha que você é o melhor homem do mundo, ele te adora! Ele vai com você pro estádio para assistir jogo, então você vai contar para ele que você vai trocar a mãe dele, vai sair de casa e vai deixá-lo lá. Em segundo lugar, você vai chegar para essa outra e vai dizer que você não vai pegar, resolver a coisa da toque de caixa.
Você vai ter que levar um tempo para resolver isso daí. Você não pode tomar uma atitude precipitada, concorda? Você não pode ser assim louco de querer fazer as coisas na ansiedade, na impulsividade.
Em terceiro lugar, você tem que mudar o modo de ver a sua mulher, porque agora você diz que ela é uma fera, que ela é chata, que ela tá gorda, que ela tá maltratada, que ela tá não sei o quê. Só que é o seguinte: ela foi a sua amiga, sua confidente, sua psicóloga, sua mãe, sua cúmplice, sua amante. Foi tudo para você!
Vocês têm uma história! Então, você tá enxergando hoje ela a partir disso. Muda o seu olhar!
Você tem que começar a enxergar de um outro jeito, porque senão você segue. Em quarto lugar, manda ela falar comigo, né? " É claro que ela foi falar com ele.
Ele deu umas dicas: "Olha, filho, cuida um pouco mais, dá uma maquiada, dá um não sei o quê, faz isso aqui, faz lá! " Mulher, cata coisa no ar! Pronto, já tá resolvido, né?
E é claro que não aconteceu o divórcio; é óbvio que não aconteceu nada. Eles continuam juntos, etc. , etc.
, etc. Porque nós podemos abandonar o primeiro amor, o primeiro amor que é esse amor sobrenatural. Para quem tá casado na igreja, é possível que isso aconteça.
Mas aí vem o que diz depois: "São João, arrepende-te, pois de onde caíste, arrepende-te". Depois de onde caíste, a gente tem que se arrepender, tem que se arrepender e voltar ao mesmo nível que nós deveríamos estar vivendo. É possível, sim, recuperar o fervor do amor; é possível, sim, recomeçar.
E eu diria mais: eu não sei se vocês sabiam de todos esses detalhes sobre o sacramento do matrimônio, porque pra maior parte das pessoas isso é uma novidade. É possível começar a viver o sacramento do matrimônio hoje, depois de anos de casado, a viver o sacramento, a viver sobrenaturalmente, a parar com essas frescuras humanas, a viver divinamente e a deixar que o amor do sacramento da comunhão, ou melhor, do sacramento do matrimônio, a deixar que o amor do sacramento do matrimônio cure as feridas que vocês mesmos se foram lançando ao longo da vida. É possível que isso aconteça.
Eu não creio que é apenas possível, eu creio que esta é a vontade de Deus. E se Deus quer assim, será; e não pode ser diferentemente disso. Se Deus quer assim, será.
Vamos, portanto, pedir a Deus; vamos pedir a Deus, vamos procurar, a partir de hoje, ó arrependimento. Meu Deus, eu não tenho vivido meu sacramento de verdade, eu quero me arrepender de onde eu caí, eu quero começar de novo. Eu quero pegar essa pessoa que está ao meu lado, eu quero.
. . olha, vamos corrigir o que precisa ser corrigido, vamos parar de besteira, vamos deixar de lado essas vaidades que a gente tem, esses orgulhos bobos que a gente tem; vamos deixar isso para lá.
A partir de hoje, eu quero viver o sacramento do matrimônio com você; eu quero amar você amando Cristo em você. Eu não quero deixar meu Cristo abandonado, eu não quero deixar meu Cristo de lado. Eu quero, de fato, amar o meu Cristo.
Meu Cristo é você, assim como em nenhum outro há salvação. Em nenhum outro nome debaixo do céu foi dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Não há outro; é você mesmo, não tem outra possibilidade.
É você, o meu caminho; é você, do mesmo jeito que Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Você tem que virar para seu cônjuge e dizer: "Você é meu caminho, a minha verdade, a minha vida". É você; não tem outro, não tem outra.
E eu tenho que aprender a te amar do jeito que você é e entender que Deus, para mim, está em você. Você, para mim, é o altar de Deus, é a presença privilegiada de Deus, é o canal pelo qual eu receberei o amor de Deus. Eu preciso aprender isso.
E se a minha falta de fé não me permite ver, se a minha incredulidade, minha dureza de coração, não me permite ver, hoje eu me arrependo. Hoje eu me arrependo dessa minha dureza e eu quero começar do zero. Eu quero começar do zero a amar sobrenaturalmente mesmo.
É possível. E eu já vi muitos casais que, depois de recuperarem novamente o sentido divino da sua união, começam uma primavera matrimonial depois de muito tempo de casados. Que essa primavera comece na sua vida hoje; comece agora.
Que não fique para amanhã; que os melhores anos comecem nesse dia que se chama hoje. Que sejam os melhores anos da vida matrimonial de vocês a partir de agora, a tal ponto que vocês contagiem não apenas a família de vocês com esse amor e salvem muitos casamentos com esse amor também, mas a tal ponto que as pessoas olhem e elas queiram viver o mesmo que vocês estão vivendo. E que, quando elas venham perguntar o que vocês estão fazendo, vocês possam dizer, com toda a sinceridade: "Nada, a gente só está vivendo o sacramento que a gente recebeu.
Só isso". Tá fazendo esse sacramento dar fruto. A gente não tá escondendo o denário debaixo da terra; a gente tá escondendo a mina em outro lugar, dentro de um lençol.
A gente está fazendo com que ela dê fruto; a gente está fazendo com que ela seja fecunda de verdade, de fato, como é a vontade de Deus. Maridos, amai as vossas mulheres como Cristo amou a igreja e se entregou a si mesmo por ela. Mulheres, sede submissas a seus maridos.
Vamos devolver a ordem aos nossos lares e vamos colocar Deus exatamente onde Ele deve estar, que é o seu trono. Nosso Senhor possa, de fato, meus queridos, começar um tempo novo na Igreja. Chega!
Chega de tanto humanismo, de tanta carne sangrando nos altares. Chega de tantas pessoas falando de romantismos baratos. É chegada a hora em que nós precisamos anunciar o evangelho do matrimônio.
É chegada a hora em que precisamos novamente falar às pessoas que esse amor é sobrenatural e que ele existe e que ele está aqui. Agora, nós vamos fazer um tempo de adoração, vamos rezar por tudo isso que nós ouvimos, pedindo a Deus que gere em nosso espírito e que nos possa, de fato, transformar segundo a sua vontade.
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