ela falou meu Deus eu vejo seus vídeos vejo você fazendo isso isso aquilo você é uma Mãe Guerreira você é uma mãe não sei o que você dá conta de tudo gente não dou conta de tudo tava fazendo a sopa dela né Tá começando a tomar sopinha E aí simplesmente queimou porque ela não parava de chorar e eu botei ela sentada na cadeirinha e eu tentando fazer a comida não aguentei mães choram sobrecarga esgotamento exaustão solidão sentimentos expostos por mães que vivem no dia a dia uma rotina de trabalho invisível se você acaba de ter
um bebê e você trabalha e você estuda e você tem rotina de casa e você tem marido e você tem a sua vida para cuidar e você simplesmente quer desabafar Às vezes você não pode não consegue não tem com quem desabafar porque vem alguém e diz Nossa mas você o bebê não pediu para nascer é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança dizem até que essa criança tenha necessidades especiais Esse é o limite desse provérbio bonito africano que se usa tanto hoje olhando profundamente a verdade é que muitas vezes a mãe é audé inteira
dessa criança ser Aldeia inteira de alguém a única responsável pelo cuidado significa viver empilhando tarefas num constante estado de atenção e de preocupação porque não é só de noite que eu tenho toda essa função aí chega durante o dia ela quer brincar quer fazer tudo as coisas dela daí eu não consigo dar conta das coisas de casa tem um monte de louça ali tem roupa para guardar roupa para lavar a mesa tá absurdamente tem umas roupinhas ali que chegou da aora gente eu vou falar vou mostrar para vocês a realidade Cara eu tô surtando eu
tô surtando a discussão vai muito além do Desabafo cada vez mais mulheres estão falando sobre carga mental a importância de uma rede de apoio além de uma divisão Justa e igualitária do trabalho doméstico e também questionando quem cuida de quem cuida a mãe preta a gente já se coloca tanto nesse papel de força né que é um papel que a gente sempre teve as mães pretas sempre são aquela aquela Fortaleza né As Donas da casa e a parte forte para onde a família inteira pode correr porque ali vai est firme vai est forte para aguentar
tudo que vier [Música] da redação do G1 eu sou natus Neri e o assunto hoje é economia do Cuidado um episódio sobre o trabalho invisível feito por milhões de mulheres ao redor do planeta e da história neste Episódio eu converso com a jornalista e escritora Vanessa Bárbara autora do livro mamãe está cansada e ma Lig diretora da onga sexta-feira 12 de [Música] maio Vanessa Como surgiu a ideia de fazer um livro infantil sobre o cansaço materno o mamãe está cansada ele começou no início da pandemia ali quando começou o isolamento e eu me vi de
repente com uma criança de 1 ano e meio eh confinada num apartamento pequeno e a gente sozinho para resolver tudo cuidar da casa trabalhar enfim tava rolando uma pandemia Eu também sou Jor na lista né e a gente tinha que escrever tinha que dar conta de tudo junto com uma criança que ali com 1 ano e meio tá ligado no 220 né E aí no meio daquela Néo ali de cansaço eu reparei que quando a gente estava ocupado ela ia se movendo pela casa inventando brincadeira e e ela aproveitava aproveitava todas as coisas os ambientes
da casa então ela de repente olhava ela tava brincando com a sombra dela na parede ou então ela tava Sei lá depredando o armário de panela tirando tudo e fazendo música e eu reparei também que ela me usava como um acessório eu era tipo um acessório meio fantasmagórico sempre cansado né do faz de conta dela então eu lembro que eu tava Teve um dia que eu tava com febre tava muito cansada e deitei no chão da sala e ela levantou a pontinha assim da minha camiseta e começou a tocar tambor E aí eu pensei que
seria interessante fazer um livro sobre esse cansaço das Mães mas usando o ponto de vista das crianças né como se as mães fossem meio que uma coadjuvante nesse universo rico das crianças para elas também terem empatia meio que dos dois lados né a gente vê no livro O lado da criança e o lado da mãe Exausta e eu achei curioso que Logo no início do livro tem a frase às vezes eu acho que ela nasceu cansada para se referir à mãe eu me vi tanto Nisso porque às vezes eu acho que eu nasci cansada e
uma ilustração em que a personagem materna está deitada justamente acabando de acordar essa é a cena que que me chamou atenção você pode falar um pouco sobre como a sobrecarga mental contribui para esse sentimento de exaustão constante é pois é essa coisa do às vezes eu acho que ela nasceu cansada é bem ilustra bem o o esse livro ser do ponto de vista da criança né Então realmente para ela mãe é esse ser zumbi que eu não entendo direito porque que ela tá sempre tão cansada né E aí que você vê que não é só
sobrecarga física mas é também a a sobrecarga mental dessa mãe né minha cabeça tá tão pesada eu tô tão assim com uma carga enorme da maternidade em cima de mim e que fique claro não tô falando da minha filha em si eu estou falando da Maternidade minha filha eu amo ainda mais pra gente que não tem uma rede de apoio sabe é aqui é de madrugada à tarde à noite de manhã todos os momentos eu não ten tenho folga sabe muito difícil conseguir fazer um almoço eu tô sem almoço ontem eu não consegui fazer almoço
nessa cena por exemplo ela acabou de abrir o olho tem o alarme do celular tocando o gato tá em cima dela tem um monte de trabalho em volta e aí você imagina o tanto de coisa que tá passando na cabeça dela de coisa que ela tem para resolver naquele dia né e eu penso que é meio insano achar que uma pessoa só seja capaz de cobrir tipo todos os aspectos do desenvolvimento de uma criança né físico social emocional é fisicamente e mentalmente impossível né por isso que uma rede de apoio é fundamental né numa situação
assim isso é Não só eu considero que seria uma rede de apoio não só de avós tios madrinha padrinho amigo vizinhos mas eu acho que teria que ter uma rede de apoio estruturada né mais forte em forma de políticas públicas de salário e Maternidade de creche de investimento mesmo Claro sem dúvida no no próximo domingo é Dia das Mães já te desejo um feliz Dia das Mães desejo um feliz Dia das Mães a todos que nos ouvem a todas que nos ouvem e uma data que é cheia de romantismo que tende a idealizar a mãe
como uma guerreira que ela que aguenta tudo mas em qualquer conversa minimamente honesta com uma mãe a gente descobre uma pessoa Exausta isso tem ganhado muita visibilidade nas redes sociais ultimamente com mulheres falando a verdade compartilhando as suas experiências e as suas realidades Muitas delas difíceis demais né de dar conta e há mais e mais gente dizendo é muita coisa para uma pessoa só as mães estão cansadas as mães estão exaustas as mães e a sociedade estão Preparadas para ouvir isso Vanessa que nós estamos cansadas que nós estamos exaustas e que muitas vezes a gente
não dá conta acho que as mães sabem muito bem as mães têm plena noção do que que tá acontecendo né tanto que eu mostro esse livro mamãe está cansada Minhas amigas falam a a minha biografia é essa nossa todo mundo se identifica eu acho que quem não entendeu ainda é a sociedade mesmo né eu nessa época da pandemia isso ficou muito claro né porque a gente entendeu que a gente vive numa sociedade que não dá prioridade absoluta pra creche pra escola a questão da creche é evidente pelos dados de creche que e as mulheres têm
muito pouca opção para poder deixar as crianças e irem procurar trabalho só 35% das Crianças entre 0 e 6 anos T acesso à creche e aí tá envolvido uma série de questões eh tem a questão econômica do fato da mulher não poder sair e trazer mais renda para dentro de casa mas também o fato de que a mulher que tem independência financeira ela sofre menos violência doméstica a minha filha ela quando começou a pandemia ela tava estudando numa Creche Municipal né E aí teve que parar tudo e não tinha infraestrutura lá não tinha o básico
né então é é uma coisa muito Insana você ter aqui São Paulo por exemplo a gente tem uma Prefeitura que tem dinheiro tudo e que poderia est investindo nisso em professor em escola e também em parque em praça em equipamento de lazer que aí também seria importante pra saúde mental das Mães e das crianças e para transporte público também eu acho que a gente sai de casa a cidade é muito hostil PR as Crianças mesmo na calçada eu dependo de transporte público para circular com a minha filha os ônibus lotados e você sai na calçada
o carro tá saindo do estacionamento aí a gente tem essa sensação de que o poder público meio que abandonou as mães e os cuidados com a infância e aí a gente tá nessa situação situação de esgotamento por causa disso também né a gente precisaria de ajuda para aliviar um pouco o peso Dea tarefa que é tão essencial Sem dúvida nenhuma Vanessa eu te agradeço muito pela participação gostei muito que você ilustrou no livro tanto da situação né das das Mães Mas também de uma perspectiva da criança foi um prazer enorme ter você aqui no assunto
e de novo um feliz Dia das Mães Feliz Dia das Mães para você também O prazer foi meu e bom trabalho trabalho ional que vocês fazem um bom trabalho para você também obrigada tchau tchau Espero um pouquinho que eu já volto para falar com a Maira liguori Maira você pode nos explicar o que é economia do cuidado e o que ela representa na economia de um país a economia do cuidado é um conceito né que foi desenhado desenvolvido na academia já há bastante tempo que vem sendo debatido nesses ambientes mas que agora tá ganhando um
pouco o debate público por representar justamente essa contribuição que as mulheres fazem eh de maneira gratuita e praticamente invisível no trabalho de cuidado né que é a de geração e manutenção da vida economia do cuidado é o termo usado para qualquer atividade que esteja relacionada com o ato de cuidar seja dos filhos seja da casa ou em profissões envolvendo saúde bem-estar e educação um estudo mostrou que mulheres e meninas ao redor do mundo dedicam Todos os dias mais de 12 bilhões de horas ao trabalho do Cuidado não remunerado então é uma maneira de mensurar o
tamanho dessa contribuição paraa sociedade que não é só no sentido da perpetuação da nossa própria espécie mas também eh uma uma contribuição que se ela fosse mensurada em termos econômico seria basicamente um número tão importante quanto de um país desenvolvido né nós fizemos Esse estudo e a gente aprendeu que se as horas de meninas e mulheres ao redor do mundo fossem remuneradas né a partir de alguns parâmetros que foram estabelecidos pela oxf inclusive uma organização internacional a gente teria 10.8 trilhões de dólares produzidos injetados na economia por ano se essas essa esse PIB fosse um
país essa riqueza fosse o PIB de um país seria o quarto país mais rico do mundo só pra gente ter uma ideia Nossa m impressionante Esse número é muito é a a gente costuma dizer que o trabalho de cuidado ele é o maior subsídio à economia que há né se mulheres não tivessem cuidando em casa de forma gratuita o mundo teria que se reorganizar e teria provavelmente seria um um mundo muito diferente por exemplo as mulheres cuidam da alimentação da casa dos filhos se a gente for calcular tudo isso tem um impacto grande no cenário
econômico dados tanto da Organização Mundial da Saúde quanto do IBGE apontam que Considerando o tempo de cada mamada e a quantidade de vezes que ela se repete por dia o tempo investido nessa atividade ao longo de 6 meses é de 650 horas o ibg aponta ainda que as mulheres gastam mais de 61 horas por semana em trabalhos não remunerados no país um trabalho equivalente a 11% do produto interno bruto é mais do que a indústria e mais que o dobro de todo o setor agropecuário então fazendo serviços de casa que são muitas vezes com jornadas
bem maiores do que as jornadas dentro do mercado de trabalho né eles esses serviços eh facilmente ultrapassam as 8 horas 8 horas me0 que as pessoas se alocam no mercado formal Mas se a gente fosse considerar Essas funções enfim um pacote aí que é muito comum as mães e as donas de casa o salário poderia chegar até 10.000 10.000 R 500 você já mencionou que esse trabalho é feito principalmente por mulheres então só para contextualizar com um número que de uma organização que você acabou de citar oxf diz que 75% desse trabalho no mundo é
feito por mulheres Por que que esse papel do cuidado é tão centrado na figura feminina e mais como quebrar essa lógica de gênero eu sei e e não ignoramos aqui o fato de muitas famílias serem famílias em que as crianças são criadas por pais mas ainda assim o número da oxfam é muito superlativo Então eu queria tentar entender essa concentração na figura feminina a atribuição do cuidado como papel da mulher é uma questão cultural muito forte né E que tá presente basicamente todo o mundo é uma uma a forma como eh mulheres e homens transitam
no mundo tá muito pautada nisso né a menina quando ela nasce ela logo ganha ali uma etiqueta na testa de cuidadora a gente oferece bonecas vassouras eh cozinhas para ela brincar enquanto pro menino a gente não só estimula outras atividades como a gente praticamente inibe qualquer participação deles nesse tipo de atividade né então a gente evita que meninos brinquem de casinha evita que meninos brinquem de boneca e isso faz com que a gente vá separando desde o nascimento as atribuições sendo que o cuidado acaba sendo uma atribuição quase que exclusivamente da mulher a gente tem
esse número da oxan e a gente eh sabe que essa cultura ela é um dos principais agravantes de desigualdade de gênero a chegada dos filhos é um dos fatores decisivos para que as mulheres comecem o próprio negócio segundo o levantamento do sebrai sete em cada 10 empreendedoras abriram empresas depois de se tornarem mães busca por autonomia flexibilidade de horários e complemento de renda estão entre os principais motivos desta decisão a pesquisa concluiu que as mães em maior número que os pais dividem o cuidado da casa com o do próprio negócio 60% delas continuam responsáveis pelo
preparo das refeições da família enquanto apenas 28% dos homens assumem Essa dupla função a gente tem por exemplo meninas que deixam de ir pra escola para poder cuidar dos irmãos enquanto os pais estão trabalhando e aí o que que a gente faz a gente coloca perpetua esse ciclo de pobreza na vida dessa mulher a gente limita o potencial dela ou a possibilidade de crescimento e tem um outro dado você você citou as meninas que não vão à escola para cuidar dos seus irmãos e muitas mulheres que não conseguem trabalhar porque precisam cuidar dos filhos né
Então a a a consequência é uma consequência muito muito dramática A tink Olga produziu um relatório sobre economia do Cuidado durante a pandemia quando ficou ainda mais clara sobre a sobrecarga das Mães e das mulheres né Foi um peso muito grande naquela naquela circunstância e muitas mulheres tiveram que abandonar o trabalho já que a gente tá falando desse ponto de abandono do trabalho de não conseguir emprego justamente para se dedicar ao cuidado de alguém o que que isso significou pro mercado de trabalho e paraa sociedade esse momento da pandemia em que muita muito mudou né
ou muitos desses hábitos ou ou desses traços culturais se acentuaram durante a pandemia esse trabalho de cuidado ficou escancarado porque todas as redes de apoio desapareceram né a escola as cuidadoras remuneradas as babás as trabalhadoras domésticas eh os avós deixaram de ser uma possibilidade então o cuidado se trans se colocou como imperativo sobretudo no momento de crise eh sanitária né que a gente tem aí cuidados extras a serem tomados E aí então a gente teve dentro das nossas casas essa demonstração da sobrecarga que o cuidado representa sobretudo na divisão das tarefas domésticas algumas famílias passaram
a dividir as tarefas né então e homens que nunca pararam para pensar que o copo Não vai sozinho da mesa pra pia né ou armário pararam para identificar esse trabalho que acontecia non stop né 24 horas dentro de casa a mulher ali trabalhando eh e ainda conciliando isso com o trabalho remunerado então a gente teve esse movimento de alguns homens começando a trazer isso a consciência começando a se implicar nessas tarefas também né a assumir a sua responsabilidade na Man da casa no Cuidado comos filhos 92% das mulheres realizam afazeres domésticos entre os homens são
78% mas essa diferença vem diminuindo hoje é nota 10 hoje nota 10 podia fazer assim uma cama melhor né lavar um pouco melhor a louça mas ele Lava bem você sabe deixa tudo lindo as mulheres dedicam em média 21 horas por semana aos cuidados da casa quase o dobro do tempo dos homens e aí o cuidado é importante a gente delimitar que a gente não tá falando só de crianças né a gente tá falando de idosos a gente tá falando de eh pessoas com deficiência enfermos não hospitalizados Ou seja é uma gama muito grande de
pessoas que dependem dessa cuidadora né pensando agora né na tua pergunta nausa sobre mercado de trabalho o que aconteceu foi isso virou uma uma equação impossível né insustentável uma situação em que as mulheres estavam ali cuidando do os filhos cuidando da casa e trabalhando e enquanto seus parceiros né em grande parte dos casos trancados ali no escritório não sendo perturbados de maneira alguma isso fez com que Muitas delas acabassem ou abandonando o trabalho o emprego ou sendo demitidas dele ou abandonando o barido É isso é verdade que a gente teve índices de divórcio bem alto
durante a pandemia Mas enfim isso fez com que nós mulheres tivéssemos eh a participação né no mercado de trabalho formal eh equivalente aos anos 90 na tus então a gente parou a gente regrediu 30 anos Nossa de avanços e de busca por espaço e busca por oportunidade de trabalho em poucos meses né então agora a gente ainda tá sofrendo com isso as mulheres são a maioria das eh pessoas desempregadas sobretudo as mulheres negras e de baixa renda né que muitas vezes encontram no trabalho informal a única alternativa e o trabalho informal informal também muito conectado
ao cuidado né as babás as trabalhadoras domésticas as cuidadoras de idosos e enfim as acompanhantes aí a gente tá falando de pessoas que ganham extremamente mal para realizar um trabalho extremamente importante as mulheres têm mais pós-graduação as mulheres tem mais preparo técnico Mas elas são elas foram as que mais perderam postos de trabalho as mulheres elas ainda são responsáveis por vários eh fatores domésticos cuidados com os idosos cuidado com as crianças o cuidado com a alimentação e no mercado de trabalho elas são um elo mais frágil eu queria falar contigo Maira sobre um ponto de
vista prático como é que você torna o trabalho do Cuidado mais visível e reconhecido o cuidado pode ser uma política pública por exemplo como é que vernos podem mudar o cenário atual porque tá muito claro pela sua explicação que alguma coisa precisa ser feita a gente pode pensar numa estratégia de atuação em três frentes né No primeiro no âmbito individual mesmo a gente tem que desautomatizar essa cultura que coloca as mulheres nessa posição estamos querendo dizer que mulheres larguem as suas né suas vassouras no chão vamos cruzar os braços e não vamos mais fazer esse
trabalho claro que não não se trata disso né mas sim a gente demonstrar e a gente implicar todas as pessoas que moram na casa por exemplo eh na manutenção dessa casa não isso não recair sobre a mulher como uma responsabilidade dela a gente poder compartilhar dentro dos nossos microc contextos né esse trabalho quando a gente fala de empresas existe uma necessidade urgente de a gente de debatermos eh políticas específicas para pessoas que cuidam então pessoas que cuidem possam ter cargas de trabalho ajustadas possam ter jornadas flexíveis possam ter auxílio creche ou berçários dentro dos seus
ambientes de trabalho né das suas empresas eh a gente ter Banco de Horas Por exemplo que essa mulher possa fazer a jornada dela de maneira mais flexível sem diminuir necessariamente a importância do trabalho que ela tá entregando ou né a carga Como eu disse mas a a gente ter esse tipo de política e sobretudo Políticas de incentivo à paternidade a gente tem hoje no Brasil uma legislação que oferece cinco dias de licença paternidade para um pai hoje os pais podem ter de 5 a 20 dias de licença para cuidar de um filho que acaba de
nascer mas para chegarmos até aqui um pai constituinte um homem teve que enfrentar o machismo o anúncio da votação da emenda sobre a licença paternidade foi recebida com ironia pelo plenário eu me senti ultrajado humilhado quando o presidente í guimares leu a minha emenda o plenário não parava de ouv uma sonora gargalhada no plenário vamos a votar e eu subi à Tribuna para protestar contra a gargalhada e comecei falar de mortes de mãe em sala de parto e o que acontecia com o pai quando a mãe morria na na sala de parto e fiz um
discurso completamente de improviso 14 de Dezembro de 1987 nasceu minha filha Ana Sofia e para infelicidade minha minha mulher esteve à beira da morte e depois TRS semanas imobilizada no leito por um acidente anestésico senhor presidente í Guimarães não havia no mundo naquele instante nenhuma assembleia nacional constituinte nenhum emprego nenhum patrão nada nenhuma força do mundo que me tirasse do lado dela e dos meus filhos nas empresas cidadãs esse número é de 20 dias isso não é suficiente nem para se p e se vincular a criança eh de maneira profunda e também não é suficiente
para ele entender o volume de trabalho o volume de dedicação de horas que cuidar de um bebê exige ele ele não tá lá para ver como é desgastante e a gente tá cansado de ouvir né ah ela fica o dia inteiro em casa sem fazer nada com as crianças isso não existe e por fim eh pensando nas políticas públicas né que foi o que você trouxe eu acho eh existem alguns debates já acontecendo sobretudo aqui na América Latina sobre eh como que a gente visibiliza o cuidado e como que a gente implementa políticas de de
equiparação ou de reparação a gente tem uma questão super importante por exemplo das mulheres que são donas de casa e que não tem nenhum tipo de segurança Seguridade Social né elas não têm direito a uma aposentadoria elas não têm direito a uma pensão elas não têm direito a uma licença médica né um afastamento pelo insss essa é uma abordagem que tá sendo feita no no debate público Como eu disse na América Latina mas aqui no Brasil também com alguns pls para buscar esse tipo de Segurança Social para as mulheres que cuidam né existem existe uma
outra frente que eu gosto muito de contar essa história que na Nova Zelândia eles estavam no ano de 2021 fazendo um um balanço né Ou pelo menos tentando categorizar os trabalhos que são equivalentes em termos de carga de trabalho né de horas dedicação de horas nível de especialização e nível de responsabilidade eles estabeleceram esses três eh parâmetros E aí eles começaram a elencar as profissões e eles viram por exemplo que uma babá que dedica muitas horas de cuidado a um bebê que exige um nível de eh especialização porque é um trabalho delicado é um trabalho
né de alto risco e sobretudo um trabalho de altíssima responsabilidade esse trabalho da babá é semelhante ao trabalho e em termos de remuneração é um trabalho de um engenheiro eh mecânico de avião Quanto ganha o um mecânico de avião e quanto ganha uma babá né Maira te agradeço muito eu sei que você é mãe de dois e que podiam entrar a qualquer momento nessa nossa conversa acabou que não aconteceu e eu te desejo um feliz Dia das Mães com muita gente cuidando de você também assim como você cuida dos seus filhotes muito obrigada natuza obrigada
a todo mundo que tá ouvindo um feliz Dia das Mães com muito cuidado compartilhado para [Música] nós este Episódio usou áudios dos canais torel e Ana Borja Gabi Oliveira e do tedex talks Este foi o assunto podcast diário disponível no G1 no Globo Play ou na sua plataforma de áudio preferida vale a pena seguir o podcast na Amazon ou no Spotify assinar no Apple podcasts se inscrever no Google podcasts ou no cast box e favoritar na deer assim você recebe uma notificação sempre que tiver um novo episódio com comigo na equipe do assunto estão Mica
mariote Amanda Polato Thiago Aguiar luí Felipe Silva Thiago casos Gabriel de Campos naera Fernandes e Guilherme Romero eu sou Nat zaneri e fico por aqui até o próximo assunto [Música]