[Música] Imagine sua história como uma linha do tempo quantos altos e baixos já viveu alegrias dores superações obstáculos a verdade é que essa linha não é assim tão linear inúmeros fatores internos e externos influenciam o tempo todo nossas jornadas e as tornam únicas e complexas Mas e se pudéssemos ser responsáveis por um pequeno estímulo capaz de impactar de forma positiva uma vida inteira e se criasse uma opes de Minimizar vulnerabilidades e de alguma forma mudássemos uma trajetória acreditamos que sim isso é possível e por isso desde 2003 apoiamos projetos inspiradores com objetivo de incentivar o
protagonismo social acreditamos que podemos gerar o impacto hoje para que versões cada vez mais felizes dessas histórias possam ser escritas no futuro próximo Instituto CPFL energia que transforma realidades Olá pessoal queremos Compartilhar este momento com vocês 2023 O Café Filosófico CPFL faz 20 anos são mais de 950 palestras realizadas mais de 3.000 horas de gravação mais de 2.000 episódios na TV Cultura uma comunidade digital com quase 1 milhão de pessoas 100 vídeos no YouTube com mais de 42 milhões de visualizações nesses 20 anos construímos mais que números construímos relações e conectamos histórias tudo isso só
foi possível porque você faz parte dessa história o café agradece o time técnico agradece a todos os nossos amigos palestrantes e curadores e agradece em especial a você para ter uma pequena mostra dos assuntos que tratamos aqui nessas duas décadas vamos ver alguns apresentadores que fizeram parte dessa história [Música] Olá no Café Filosófico uma parceria TV Cultura e CPFL energia Como se dá a relação amorosa nos casais modernos como nasce o desejo o que as mulheres sempre esconderam dos homens e Delas mesmas temos mais medo hoje do que tínhamos no passado o homem sempre foi
esse animal atormentado o tempo inteiro de pequenas e grandes decisões Isto ou Aquilo certo ou errado bom ou mal pode ou não pode para que esta chama não se inflame dentro de nós incendiando tudo ao redor o que fazer quem infringiu a lei da eternidade que não permite recomeçar a vida se o ócio é realmente o começo de todos os vícios então ao menos ele está bem próximo de todas as virtudes aprendi que minha força é justamente conhecer todas as fraquezas que sempre apontar De que forma a configuração do trabalho contribui para modificar a composição
social brasileira e faz surgir uma nova classe média hoje vamos nos perguntar existe uma droga do bem a arte é um meio de sentir o Devir do objeto aquilo que já se tornou não interessa a arte e a busca de cada um é uma Para que serve a ficção para explicar e interpretar a realidade humana da [Música] fia obrigado [Aplausos] então bom boa noite a todos é um grande prazer vir aqui participar dessa sessão do do café filos ó fico sobre os sete Prazeres capitais queria agradecer a presença de vocês agradecer ao convite eh da
equipe da CPFL Cultura ao professor e meu amigo Leandro carnal curador desse módulo para falarmos aqui sobre o sete Prazeres capitais trata-se seguramente de uma de um tema bastante instigante Porque tem uma brincadeira nessa inversão porque não falar dos pecados Mas falar nomin denomin como Prazeres quando comecei quando vim para quando aceitei este convite a primeira questão que tinha a primeira questão que surgia era por que vou falar exatamente da avareza porque que este é o meu Pecado Se o Leandro nas séries iniciais ele diz que é o que eles que ele preferia que talvez
ele se identificasse mais eu vou tentar fazer uma saída por outro lugar a vaidade seguramente manda dizer que este provavelmente é dos pecados e quem aqui está aqui e me conhece sabe que dos pecados Este é o que é o que eu menos tenho então temendo perderem nos outros eu falo por aquele que eu tenho menor contato e Menor proximidade Eh claro que não se trata disso porque afinal de afinal de contas não estamos todos nós aqui para saber quais são os pecados de cada um né mas de qualquer maneira eu tive essa provocação e
essa pergunta que me fizeram para poder dizer por falar da avaria e o título da apresentação né quando muito é pouco a avareza no mundo contemporâneo pensar esse título quando muito é pouco é uma tentativa da gente fazer um passeio uma conversa sobre a questão do acúmulo a questão das formas da ocorrência desse acúmulo o que se busca guardar e como que tudo isso converte-se numa espécie de insuficiência numa espécie de de desmedida que enfrentamos no mundo contemporâneo eu quero convidá-los por esse período Fazemos uma viagem a esse tema da avareza como Historiador trago vou
tentar fazer uma abordagem com esse olhar histórico portanto percebendo que ao longo da nossa cultura e da nossa tradição ocidental há transformações em relação a esse tema da avareza e perceber por exemplo como que a avareza tão criticada né Eh característica de um pecado torna-se em algum momento da nossa história torna-se não pelo nome Av Avarento não nome pelo nome de avaro Mas pelo nome de poupador uma prática que às vezes a gente desliza entre aquele que guarda tudo né e por isso então parte do título quando muito é pouco a avareza nesse mundo contemporâneo
temos percebido ao longo dos tempos que há uma nítida sensação de que poupar é uma recompensa poupar é uma recompensa porém incerta diante de tantos apelos dessa maneira eu não quero necessariamente falar do dinheiro do vio metal mas pensar também sobre as possibilidades dos significados do viver do existir nos tempos atuais quero também falar com vocês de alguma maneira que a avareza penso que talvez seja de todos os pecados da série o menos incômodo Porque ele é o mais facilmente traduzido como precaução o mais facilmente enaltecido como uma espécie de prudência e o mais facilmente
eh que nos defende diante das intempéries que existe ao longo da vida ao tratar de Pecado nitidamente estou fazendo uma referência aqui a uma tradição cultural Mas eu não estou trabalhando com uma conotação teológica mas como um conceito suficientemente compartilhado um conceito suficientemente vivido um conceito suficientemente eh que está presente dentro da nossa cultura dentro do nosso cotidiano se eu fizesse uma recuperação a partir da filosofia da filosofia antiga dentro das suas releituras eu daria o nome né nomearia como Vícios e Virtudes que a tradição judaico cristã de alguma maneira transformou em Pecado Então o
que parte da minha indagação parte da minha conversa com vocês é pensar o que que esconde um pecado e quando é que esse pecado se transmuta em uma virtude em linhas Gerais e começando o prazer e o pecado capital esse tema é tentar Localizar aonde está até que ponto vai o prazer de guardar até que ponto vai o prazer de economizar E até que que ponto vai o o ponto que se ultrapassa e passamos a ter uma referência que possa ser chamada como pecado e uma pergunta mais difícil para os homens dos dias atuais uma
pergunta complexa para os dias atuais que se é possível descobrir prazer na avareza dentro de uma sociedade que nos instiga a todo momento para o consumo a todo momento somos seduzidos por outras práticas por uma uma série de ofertas e que lidar com a avareza talvez eu espero poder demonstrar espero poder conversar talvez não seja exatamente lidar diretamente com o pecado mas para falarmos inicialmente o que significa a avareza como que ela se como é que ela é apontada como um pecado podemos dizer nitidamente que a avareza é um pecado contra a divina providência e
contra a caridade com o próximo é um pecado com contra a divina providência porque afinal de contas aquele que quer guardar aquele que quer não gastar aquele que tem características da mesquinhez da sovinice aquele está desconfiando de que a providência divina possa tudo lar para poder sustentar-se e para poder viver e para poder ter a sua tranquilidade no dia a dia então é um pecado contra a divina providência pois implicitamente há uma desconfiança em em relação a este lugar em relação à vontade Divina que vai se cumprir e que vai ser executada ao longo do
tempo e é também um pecado à medida que nós podemos observar e identificar que o Avarento difícilmente vai praticar uma das virtudes teologais que é a própria caridade então dentro de alguns aspectos eh teológico religiosos é um pecado também falar que possuir o apego aos bens não deixa de ser uma forma de substituir o amor por Deus pelo amor das coisas então desta maneira você constitui um repertório você constitui uma prática condenável segundo essa tradição judaico cristã porque você está transformando né é um pecado que vai ser identificado e descrito como pecado de tolos porque
você vai prestar atenção naquilo que é menos importante e naquilo que é secundário segundo o ensinamento da tradição bíblica o modelo bastante simbólico dessa tradição e dessa experiência é quando a gente olha para a adoração do bezerro de Ouro no deserto do Sinai a adoração do bezerro de Ouro no deserto Sinai é uma situação onde na travessia na libertação do povo escolhido eles param deixam de cumprir a Vontade Divina e começam a adorar falsos Deuses então portanto do bezerro de ouro para o dinheiro ou para os nossos projetos e os nossos sonhos de consumo nos
tempos atuais o que estaria sinalizando esta tradição é exatamente a descentral da figura Divina dentro do nosso cotidiano e dentro do nosso modelo segundo Eclesiastes né pegando um texto bíblico o Avarento ele é insaciável e leio do Capítulo 5 quem ama o dinheiro dele não se fartará quem ama a riqueza dela não tirará proveito E isso também é vaidade de uma outra forma ou andando pelo pelo texto bíblico no Evangelho de Lucas temos uma das passagens a respeito eh do cultivo da natureza e que se diz observai os lírios Eles não falam eles não fiam
nem pecem eu contudo vos afirmo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu com como qualquer deles ora se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno quanto mais tratando-se de vós homens de pequena fé não andeis pois a indagar o que aveis de comer ou beber não vos entregue a inquietações então de alguma maneira o texto bíblico também nos remete para essa tradição do lugar em que o discurso da avareza se transforma em Pecado a desconfiança mais uma vez está aqui então se a erva
mais frágil pode e está protegida pela Vontade Divina porque os homens devem desconfiar em relação a esta a esta mesma verdade que está sendo dita segundo a tradição religiosa segundo a tradição bíblica então de alguma maneira o pecado da avareza também nos mete a perguntar sobre o seu contrário sendo avaros por tanto tempo sendo avaros não tendo uma característica da confiança Na Vontade Divina eu tenho uma segundo problema Eu Não Vou praticar a generosidade então o contrário da avareza é a condição da generosidade como que eu vou definir a condição da generosidade de que maneira
essa generosidade vai poder ser observada com quem que eu vou partilhar e praticar a prodigal o texto bíblico dará uma série de outras referências porque às vezes ser generoso com aquele que é o conhecido ser generoso com os próximos não terá uma virtude mas será quase a leitura de uma obrigação Então qual é o lugar que ocupa na vida de uma pessoa essas duas variáveis né a tentativa de segurar a tentativa de conter a tentativa de poupar e a e a questão da necessidade da opção de você ser Generoso e partilhar com o próximo então
a avareza é fonte de Outros tantos males como cita Tomás dequino a traição a fraude a mentira o perjúrio a inquietude a violência a dureza de coração nasce a partir da avareza ser duro de coração porque é incapaz de satisfazer-se é incapaz de ver felicidade num gesto de de compartilhar seja o próprio dinheiro seja uma própria alegria então diante disso nós temos um quadro que caracteriza a figura do Pecado Capital um pecado que dá origem a Outros tantos porém nós vamos ter uma mudança mais adiante dentro dessa mesma prática religiosa dentro dessa mesma prática teológico
religiosa que é com a questão do Calvinismo quando a ideia da poupança passa a ser vista como uma virtude aquele que poupa aquele que não se entrega aos Prazeres aquele que guarda aquele que fica né Eh que tem a capacidade que tem a atenção em relação a guardar para os momentos mais difíceis claro que dentro da lógica calvinista o que nós acompanhamos e o que nós vemos é efetivamente abandonar o jogo abandonar a bebida abandonar a esb abandonar uma série de prazeres que seriam porta de entrada para grandes pecados segundo essa tradição então a ideia
calvinista faz com que se associe ao homem que poupa portanto ao homem que tem riquezas ao homem que tem dinheiro a característica de ser protegido pela graça Divina a característica de ser um eleito dentro desse quadro feito esse primeiro percurso eu gostaria de pensar com vocês uma dimensão histórica em relação a esse lugar que nós estamos falando aqui a respeito da avareza a respeito do dinheiro a respeito da riqueza penso dentre outras coisas o problema do tempo há uma clara mudança de uma maneira bem genérica maneira bem Ampla entre a passagem do período medieval para
a passagem do mundo moderno no mundo medieval ou no final desse período medieval na emergência do mundo moderno quando falamos no período mercantilista falamos de uma riqueza que ela é limitada portanto guardar dinheiro poupar é uma maneira de você assegurar-se de ter poder e afirmar-se diante do mundo a lógica do Capital lida com uma outra perspectiva o capital não lida com limitação da riqueza a riqueza é infinita a capacidade do sistema produtivo capitalista de se Reinventar e de produzir novos e novos bens novos e novos desejos novos e novos projetos é gigantesca então portanto na
lógica do capitalismo a poupança ela passa a ser necessária apenas por conta das intemperes dos ciclos e das crises econômicas de tempos em tempos solapam a todos então o capitalismo usa a poupança como base e trabalha como pressuposto de levar a uma transformação e a um enriquecimento e essa transformação e enriquecimento se eu posso falar nas origens desse mundo capitalista está diretamente ligado ao mundo da produção eu poderia hoje sugerir e pensarmos aqui conjuntamente quem dentre nós imaginaríamos há 20 anos ou 30 anos que uma rede social poderia ser um dos principais ativos numa bolsa
de valores Ou seja no que é que nós estamos reinventando dentro dessa lógica que não é nitidamente o que produz uma rede social comida utensílios algum artefato necessário e útil não produz outras outros desejos outros imaginários então a riqueza no mundo atual no mundo contemporâneo ela prospera por caminhos que são pouco conhecidos e dos quais nós não temos certeza alguma para ficar um outra questão que surge dentro dessa mesma perspectiva basta a gente pensar que o uso do dinheiro a questão da avareza vai gerar uma crítica que também é considerada pecaminosa antes né desse mundo
contemporâneo que é a questão da usura que é a questão do uso do dinheiro da prática de juros numa obra importantíssima do Historiador Jorge Dubi Guilherme Marechal ou o melhor Cavaleiro do mundo ele relata história de um Marechal desculpe de um cavaleiro que é e de um cavaleiro que cuidava do rei da Inglaterra e ele conta nas suas memórias ele relata um pequeno episódio em que um em que um monge foge com uma donzela e ele tem dinheiro e no trecho e eu leio para vocês ele fala o repugnante é que esse tonsurado que deita
moças nobres na sua cama pretende utilizá-lo tal como um Burguês pondo a juros um homem de qualidade não ganha dessa maneira um homem de qualidade ganha na batalha um homem de qualidade ganha por outras perspectivas mas não poderia ser no mau uso ou simplesmente na aposta em torno do tempo para poder ganhar e beneficiar-se e tirar proveito porque dentre outras coisas por que que o a usura ela é pecaminosa nessa transição nós estamos falando do período Med eval agora ela é porque afinal de contas o tempo é um dom divino então o tempo só Deus
pode dar só Deus pode prover então a lógica do Capital né tão claramente enunciada de que tempo é dinheiro é uma outra perspectiva desconhecida naquele momento do período medieval Então nós vamos poder perceber que haverá sim uma transformação haverá uma mudança ao longo do tempo quando o pecado se transforma em virtude quando a lógica da prevenção e a lógica da poupança passa a ser a base da riqueza e que o acúmulo oriundo mesmo aquele oriundo da avareza não é mais visto como algo pecaminoso na nossa dimensão cultural nós podemos dizer que há uma transformação da
figura do Avarento esse Avarento que ocupa um lugar na literatura um lugar no nosso Imaginário basta a gente pensar no Tio Patinhas basta a gente pensar na na fábula né da Cigarra e da e e e da formiga e assim poderemos pegar obras magistrais como Avarento de molier o Mercador de Veneza do Shakespeare e fazemos várias referências eu gostaria de pensar aqui numa obra máxima da literatura portuguesa que é O Primo Basílio pensar numa figura Juliana a governanta ela a avareza expressa-se nitidamente diante dela avareza como economia não apenas do dinheiro mas uma economia do
viver e essa é a porta para a entrada de outros pecados como a inveja ela Guarda para si as poucas moedas ela Guarda para si a vontade de viver e ao fazer isso ela impõe-se uma censura uma prática muito dolorosa diante da vida então portanto referindo uma vez mais aquilo que dissemos sobre deixado já por Tomás ja Aquino A avareza quase nunca está isolada quase sempre ela está acompanhada de outros pecados ela é apenas o ponto de partida o início para que nós possamos ter outras práticas agora há uma questão interessante de se pensar em
torno da avareza que é um pecado que de alguma forma foi se desnaturalizando o que que eu tô chamando de um pecado que se des naturaliza a avareza fez com que as pessoas nunca se reconheçam enquanto tal é muito difícil porque a sovinice é uma condição praticamente extremada apenas de na na nas personagens da literatura ou numa representação que é sempre o outro que é sovina é sempre o outro que é mesquinho nunca eu eu sou sempre aquele que é precavido e poupador mas na medida certa então poderemos pensar que essa avareza o ao contrário
dos outros pecados porque da Gula facilmente eu reconheço que eu tenho Gula facilmente Eu percebo que eu me perco na Luxúria facilmente eu reconheço que eu tenho a inveja mas na avareza nunca o Avarento se reconhece enquanto tal Porque dentre outras coisas parece-me que o avaro está na contramão das práticas atuais né o Avarento tem um estranhamento ao enquanto praticante desse pecado porque a nossa aposta quase todo tempo é uma aposta no consumo imediato é uma aposta em projetos bem mais amplos agora a avareza também ultrapassa essa dimensão pessoal individual a avareza também está numa
esfera que eu poderia chamar e poderia comentar com vocês que é uma esfera do cálculo político o bom governante É aquele da antiguidade ao início do período moderno ele é marcado por ser Generoso é aquele que tem as qualidades necessárias é aquele que demonstra caridade é aquele que portanto pode né exercer do pode ser magnânimo do lugar em que ele encontra-se então ser Generoso é uma condição nesse Imaginário do bom governo em Lemos e identificamos que a estabilidade política que a virtude política relaciona-se com os benefícios com a confiança e a amizade que o governante
estimula então dentre tantas virtudes necessárias para a boa governança segundo os manuais deixados Né desde esta antiguidade essa tradição filosófica nós vamos observar nitidamente junto com a justiça junto com a coragem a a liberalidade é aquele que portanto sabe abrir mão né portanto essa imagem de um príncipe de um governante muito mais antigo preocupado em demonstrar essa generosidade demonstrar ter certas características demonstrando ter virtudes ela vai transformar-se e vai mudar ao longo do tempo quando nós pegamos um exemplo deixado por Maquiavel na obra o príncipe nós vamos identificar nitidamente que há uma mudança nítida em
relação à figura do governante o bom governante portanto não tem que demonstrar Todas aquelas características como bem sabemos ao estudar a obra de Maquiavel que é um texto né um manual que ensina que que demonstra o jogo das aparências como sendo uma das principais artimanhas uma das principais características do jogo político Maquiavel escreve no Capítulo 16 onde pergunta se é preferível ter a parcimônia se é preferível ser econômico ou a liberalidade e ele afirma em determinado momento desse Capítulo é mais prudente ter fama de miserável o que acarreta má fama sem ódio do que para
conseguir a fama de liberal ser obrigado a incorrer na de rapace o que constitui uma infâmia odiosa sabemos que Maquiavel aborda a questão de que o deve ser temido se possível preferido e amado Mas jamais o príncipe pode ser odiado e uma das coisas que leva os príncipes ou se eu substituir os príncipes os governantes em linhas Gerais a serem odiados é exatamente a maneira como eles gastam os recursos todos os príncipes ao gastarem todos os governantes em linhas Gerais sobretudo para aqueles que são os contribuintes veem os governantes como sendo maus gastadores então nós
temos um ponto de inflexão de uma mudança de que o príncipe que é seguro demais né que pudesse ser confundido como um avaro ele era um mau governante porque ele era contrário à lógica da generosidade na lógica do governo moderno na lógica Desses desse governo que se instaura a partir desse período que nós estamos situando aqui por volta do século XV na lógica do estado moderno que vai se consol dar nós vamos começar a perceber que o príncipe ele é julgado dentre outras coisas pelos resultados e as pessoas têm ódio a ele porque sendo Pródigo
sendo Liberal gastando de uma maneira desmedida ele in inevitavelmente vai torrar todo o seu patrimônio e vai torrar todo o patrimônio que é da figura do estado e não há possibilidade dele sobreviver para Intempérie para uma guerra para uma uma uma catástrofe natural para o que vocês quiserem imaginar se ele não tiver que recorrer aos impostos aos tributos e nada incomoda mais ao homem segundo Maquiavel do que mexer no bolso da população um homem é capaz de de esquecer que um príncipe que um governante pode ter matado o seu pai mas ele será incapaz de
esquecer se ti se ele tiver feito um Confisco dos seus bens por qualquer caminho que seja Então esse cálculo político ela ele passa a a a a fazer parte né a ser presença nesse repertório político que nós conhecemos e que nós vivemos na sociedade contemporânea né Basta ver que quase sempre os governantes e aí talvez seja um outro lugar para nós fazermos uma reflexão instigante nesta noite quando os governantes fazem programas ou projetos siais que que tem um impacto orçamentário extraordinário muitas vezes a nossa Pergunta antes de tudo não é perguntar a quem beneficia mas
é quanto que isso vai custar talvez não tenhamos coragem Como eu disse há pouco declararmos né nos autod declararmos como avarentos mas somos capazes pelo menos nesse aspecto de uma da representatividade que o poder político tem de achar que o uso dos recursos não é da maneira mais adequada por mais nobre que eu possa reconhecer a intenção então desloca-se eu crio na verdade um ponto intermediário que é o governante como aquele que vai fazer a prodigalidade como aquele que deve exercer a prática da Justiça aquele que deveria eh fazer com que as tensões ou as
as divisões sociais pudessem desaparecer de alguma maneira então fica uma indagação a respeito da avareza que reconhecemos como cidadãos em relação aos modos como os governantes tratam dos recursos públicos mesmo que destinados a benefícios que poderiam atrair ou fazer com que milhões e milhões de pessoas pudessem ser beneficiários uma outra questão que acho que vale a pena a gente pensar e é a temática que nos traz aqui é falar um pouco sobre essa avareza do mundo com contemporâneo né falar da avareza do do mundo contemporâneo é remeter-se também a crise econômica que vivemos nos tempos
atuais há uma percepção imediata da imaterialidade da produção ela existe mas os nossos desejos estão em lugares muito mais complexos então o consumo é uma das nossas grandes fontes de prazer nos dias atuais esse talvez se fosse feito ou feito uma lista de Pecados Capitais Poderíamos dizer se os pecados são originados do prazer que era essa a a brincadeira que o Café Filosófico nos propõe provavelmente seria desse consumo desse dessa prática desenfreada do consumo Então esse lugar ele é muito mais provável do que a avareza como eu já disse a vocês em algumas vezes uma
coisa que nós temos é uma passagem da falta para o excesso a avareza ela é considerada um pecado naquela circunstância que demonstrável capacidade de produção então o Os relatos né dessa tradição judaico cristã do texto bíblico no momento da escrita do texto bíblico ou no momento da escrita de um texto eh na Grécia antiga ou em Roma nós estamos lidando sim com os riscos ou no período medieval estamos lidando com os riscos da falta hoje a nossa questão ela está diretamente relacionada ao excesso e ao pensar em falta e excesso posso fazer referência imediata a
uma tradição filosófica que vai ser definida em Aristóteles na éa Aristóteles vai dizer que o que define um vício e uma virtude é exatamente o modo como ele vai se operacionalizar ou seja nós temos vícios que se originam pela falta ou pelo excesso então a virtude tem que estar necessariamente no no meio-termo então agora essa fantasia do meio-termo ou essa invenção do meio-termo essa ideia de Equilíbrio que nós olhamos para uma tradição filosófica do mundo grego do mundo antigo é efetivamente uma fantasia porque afinal de contas os textos estão aí a materialidade desses textos servem
e continuam instigando a nossa reflexão dia após dia mas seguramente as pessoas daquela mesma época né basta pensar o próprio cênica querendo educar Nero e nem por isso O resultado é de um homem Virtuoso nem por isso é resultado de um homem equilibrado diante dessas circunstâncias então pensar o que que nós buscamos nos tempos atuais quando estamos lidando nós estamos lidando com essas variáveis do comportamento da prática ou chamando de Pecados ou ou vícios nós temos respostas muito pouco Claras sobre o que significa o ideal da felicidade no tempo atual todos nós nos lançamos de
uma maneira quase que eh eh numa grande Volúpia né num grande desejo em relação a milhares e milhares de coisas e temos depois um certo esvaziamento em relação a essas mesmas percepções Então nesse momento aí eu volto mais uma vez a dizer por que que a tradição filosófica nos acompanha há tanto tempo e porque que ela persiste no mundo onde todo mundo fala quase todo o tempo de que as pessoas são vazias que as pessoas são rasas que as pessoas não têm tempo né tudo isso que conhecemos tudo isso que experimentamos tudo is que tá
de alguma forma dentro do nosso cotidiano Mas é interessante pensar que se nós voltamos a essa tradição filosófica do mundo antigo é porque recuperando uma vez mais Aristóteles é que a virtude ela é definida como algo justo entre os pontos extremados então ela é o justo meio entre os excessos ela é o justo meio entre os extremos e dessa maneira eu salto dos grandes sistemas filosóficos né fazendo uma referência a Aristóteles e penso em escolas que foram consideradas menores mas que foram escolas que deixaram legados que deixaram lições e que deixaram referências importantíssimas para podermos
pensar o significado da virtude o significado do Bem Viver o significado da ética naquele mundo e aí eu cita Epicuro Epicuro na carta mceu Epicuro que viveu no século Tero antes de Cristo ou traduzido e chamado também como carta sobre a felicidade o Epicuro toca no ponto que nos faz pensar a respeito eh dos pecados e que é a provocação como eu já disse desde o início que é falar dos Prazeres os prazeres capitais O prazer é o início e o fim de uma vida feliz com efeito nós o identificamos como bem primeiro e inerente
ao ser humano em razão dele praticamos toda escolha e toda recusa e a ele chegamos escolhendo todo bem de acordo com a distinção entre o prazer e a dor dessa maneira o Epicuro nos deixa bem claro que buscar o prazer não é algo desmedido mas aí eu tenho que fazer uma distinção em relação aos Prazeres e nesta questão nós vamos ter que pensar para a nossa proposição em relação ao Avarento qual é o lugar e aí o epicur vai fazer uma distinção que existem Prazeres necessários Prazeres naturais e Prazeres não necessários nós desculpe nós temos
desejos naturais e necessários né então como por exemplo comer né iso é visível né temos Prazeres né que são naturais e não necessários como por exemplo vocês vão dizer que eu tô ficando louco mas você pode não necessar ente viver uma vida sexualmente ativa mas é natural que você tenha mas não não não exige Obrigatoriamente uma seta por exemplo pode ter feito essa opção e ter prazer nisso agora o que é difícil dentro dessa lógica dessa distinção dos Prazeres que o Epicuro faz é quando nós lidamos com Prazeres não naturais e não necessários e em
torno desses Prazeres não naturais e não necessários que é que a nossa alma vive atormentada e nesses Prazeres não naturais e não necessários a gente vai poder pensar a figura do Avarento porque o Avarento é aquele que teme tudo que é superficial temendo tudo que é superficial ele não gasta ele não se entrega ele fica no discurso da precaução ele impede ele inviabiliza ele não se aproxima de nenhuma das suas práticas ele não entrega-se a ter a possibilidade do Prazer em nenhuma dessas circunstâncias o Avarento no outro extremo é aquele que teme também o que
é necessário porque E nisso ele causa maiores tormentas a ele mesmo às pessoas que estão ao seu redor porque temendo que é necessário ele vai desvincular a sua prática de uma lógica mais Ampla de uma lógica Generosa ele vai transformar-se de alguma maneira Dentro desta perspectiva o Avarento vai transformar-se em algo mesquinho e ele vai ser Refém de si mesmo ele vai precisar a todo instante a todo a todo momento ter que voltar e ter que eliminar os riscos de uma possível de um possível gasto E aí ele não consegue mais fazer discernimento entre o
que é uma necessidade e o que seria supérflu por isso o título quando muito é pouco porque afinal de contas por mais e mais e mais coisas que ele tenha por mais e mais acúmulo que ele tenha ele Continuará a ter dentro desta aposta ele Continuará a ter nesta circunstância uma forma de escravizar-se porque nunca será suficiente ele teme sempre o pior ele tem receio de que a qualquer instante tudo desaparece e isso isso também é um problema porque ele nem acumula para poder usufruir né ele não acumula para poder usufruir para poder chegar no
momento agora está cheguei a esse patamar a partir de agora eu tenho o suficiente e disso eu posso entregar-me eu posso ter a possibilidade de fazer um exercício diferente então como eu disse a vocês que talvez dos pecados sete pecados capitais seja o mais o mais comum de ser dito e talvez o menos complicado por ser menos percebido nos dias atuais é eu vou insistir é porque as pessoas raramente né conseguem imaginar ou raramente conseguem numa sociedade onde a sedução é uma das suas chaves principais é difícil encontrar uma pessoa que se feche a qualquer
forma de sedução e o Avarento que eu estou citando aqui ele tá nesse lugar porque ele fecha-se para o que é superficial e fecha-se para aquilo que é necessário então e isso seguramente nessa E aí vem a outra questão para fazermos o ponto de de ligação com a nossa apresentação com o nosso ponto de partida ele jamais será Generoso ele jamais será capaz de praticar a caridade vista como uma virtude dentro dessa mesma tradição Judaica Cristã voltando a isso e voltando ao Epicuro proponho que a gente pense e tem a frase nessa mesma carta ele
fala tudo que é natural é fácil de conseguir difícil é tudo o que é inútil e é nessa estratégia que nós temos numa dificuldade de distinguir Aonde que tá o que é natural e o que é inútil né então às vezes tomamos uma coisa pela outra e vivemos vou insistir na imagem vou insistir na ideia vivemos atormentados por conta desta maneira e desse repertório que produzimos ao longo da nossa vivência então em linhas Gerais para recuperar e para pensarmos temos uma dimensão teológica que começa a figura do Avarento onde o Avarento a avareza é um
pecado porque é uma des confiança à vontade Divina é uma desconfiança da Providência e é um ato que impede a generosidade e impede a caridade temos uma dimensão histórica que percebe que como é que aquele homem Avarento portanto mesquinho pequeno transforma-se via poupança num homem que passa a ser louvado e passa a ser um ideal de vida por conta da da ideia de você acumular e com esse acúmulo ser demonstrar inclusive por conta da lógica da tradição calvinista né Da Lógica da tradição calvinista que você é um beneficiário da Graça e se avançarmos nessa temporalidade
chegamos ao tempo atual onde raramente as pessoas vão se reconhecer Enquanto avarentos porque afinal de contas as pessoas não acham que elas estão deixando de viver mesmo que elas tenham uma sensação de que estejam perdendo alguma coisa que não é necessariamente o dinheiro mas vivemos e experimentamos essa sensação cotidianamente tem milhares e milhares de coisas acontecendo ao meu redor E eu não eu crio uma tensão porque é impossível é incapaz que eu possa experimentar todas elas mas ao mesmo tempo eu sou puxado eu sou arrastado para isso e ess é um verdadeiro turbilhão de sensações
é um verdadeiro turbilhão de emoções que os homens lidam então muito é pouco quando muito é pouco é exatamente nós estamos vivendo esta crise se muito é pouco é sinal de que algo para nós numa esfera individual ou numa esfera coletiva está deslocada dentro do seu próprio tempo então por isso seguramente eu posso dizer seguramente E aí amparado não em mim que não sou Conselheiro para nada nem para ninguém mas amparado naquilo que a tradição filosófica que nesses texos os brilhantes da nossa cultura marcam eu posso terminar essa primeira exposição e dizer que seguramente não
é o modelo do Bem Viver viver ridicando a própria existência ridicando o prazer ridicando a alegria e Eu repito a frase do Epicuro tudo que é natural é fácil de conseguir difícil é tudo que é inútil obrigado [Aplausos] então abri debate plateia lembrando a primeira pergunta nós temos uma pergunta do carnal mas quando vocês forem fazer a pergunta levantem a mão vocês serão atendido procurem fazer uma pergunta objetiva de maneira tal que mais pessoas poderão participar então lev a mão na ordem AG em algum segundo que a a câmera cheg até vocês afinal tudo está
sendo gravado E lembramos também que na internet nós temos também perguntas Vamos iniciar com então com a pergunta do [Música] carnal Boa noite a todos que nos assistem nessa noite boa noite aos que nos acompanham pela internet boa noite aos colegas e amigos que vêm aqui falar sobre ciclo em que tratamos de sete virtudes sete pecados sete defeitos e sete qualidades que são um tratado geral sobre o comportamento humano José Alves meu colega americanista filósofo Historiador tratando da questão da avareza o que você diria deste mundo que transformou todos os vícios antigos como a vareza
como o orgulho em virtudes já que o orgulho virou autoestima e a avareza virou previdência para os dias de crise ser Avarento transformou-se no mundo contemporâneo em especial no investimento para o futuro como o vício se tornou virtude e como o Avarento se tornou uma pessoa equilibrada Muito [Música] obrigado bom a pergunta bast interessante acho aluma maneira eu mapei parte disso em linhas Gerais eu diria que a mudança ela é própria do nosso tempo seguramente essa virtude que chamamos hoje de poupança ela deriva dessa outra desse outro momento que vivenciamos então o Avarento né como
poupador né transforma-se nessa capacidade porque quando eu digo que a gente olha a tradição filosófica da antiguidade não não é para ler de uma maneira eh anacrônica não é para ler simplesmente como nós tivéssemos presos àquela situação de fato nós temos incertezas de outra natureza nos tempos atuais naquele momento se todos se recusam a ter por exemplo a generosidade a praticar a caridade mais gente passaria fome e talvez a nossa lógica hoje de poupar é porque talvez eu próprio não confio que outro Estenda a mão para mim e eu próprio não queira passar fome então
de alguma perspectiva eu só posso imaginar que a grande mudança a grande transformação é a mudança num bloco muito mais amplo que é a mudança que o tempo traz então se nós não vivemos e seguramente não vivemos no mundo antigo não vivemos no mundo medieval mas vivemos nessa nesse mundo líquido Se quisermos brincar assim então é inevitável que os prazeres e desculpe que os vícios e as virtudes se transformem porque senão eu teria que viver simplesmente com o texto bíblico e falar assim aqui está e essa seria a base de um discurso fundamentalista que nós
vemos aos montes ao nosso redor nos dias atuais então ter a capacidade se eu imaginar que a ideia desse equilíbrio é um bom caminho né eu não viria com estranhamento os vícios do passado se transformarem em virtude como também eu não viria com estranhamento que as virtudes que consideramos neste instante daqu a pouco deixassem de s-l porque eu confio sobretudo que os homens agem que os homens fazem e que os homens mudam e são mudados dentro da sua própria experiência alguém hum alguém mais além Boa noite professor é nós estamos transmitindo este Café Filosófico pelo
site da CPFL Cultura e muitos internautas nos acompanham e também participam enviando perguntas pelo chat né Nós vamos agora à pergunta da le Bacelar a avareza vem ligada à ideia de amor por dinheiro e sendo o dinheiro um instrumento para algo que tenho de valor ou desejo então meu amor é por meu desejo e não pelo dinheiro se meu desejo beneficie outra pessoa então a minha avareza será uma virtude e não um pecado onde está a linha temme entre o pecado e a virtude bom excelente questão né Eu acho que sim seguramente eh o dinheiro
é intermediário né por isso que eu disse no início que eu não queria tanto falar do vio metal mas queria falar exatamente daquilo que nós nos recusamos Embora tenha feito várias referências né mas daquilo aquilo que nós os recusamos para nós mesmos né então eh a pergunta ou o que poderíamos sugerir como reflexão para o tempo contemporâneo né é que o que mudou em relação aos nossos projetos e aos nossos lugares de desejo o que que eu amo quando eu amo era muito fácil de responder a essa pergunta por exemplo não sei se era muito
fácil mas pelo menos Teoricamente é muito interessante ver a maneira como Agostinho vai responder agora não me vejo hoje respondendo como Santo Agostinho respondeu o que eu amo que eu amo a Deus e ele me ele basta Tá certo então a ideia de que eh de que Deus é é tudo e a única coisa que pode ter no dentro desse limite as minhas desconfianças outras as minhas desconfianças no tempo de hoje são outras então portanto eh não deixa de ser e a sua a pergunta né da Internauta da le Bacelar ela el não deixa fazer
uma referência a um a uma forma EC centrada né porque afinal de contas o que eu amo é o que eu amo então Portanto o meu amor aí é uma outra questão esse nosso amor de hoje talvez ele lide muito mais com pós Talvez ele lide muito mais com uma questão de domínio sobre de controle sobre do que uma certa prática de generosidade então também esta é uma outra a questão dizer que o amor justifica tudo ele não justifica tudo então Quais são as referências e as experiências de amor que estão sendo lidad que são
sendo tratadas que daí talvez valesse a pena referir-se para não ser apenas uma um um dado a mais dessa Nossa desse nosso egocentrismo né dessa nossa vaidade que de alguma maneira achamos que o fato de eu ter um objeto Amado um objeto de desejo justifica toda e qualquer atuação esse nosso objeto essa nossa prática em relação ao amor também cega né É É comum é frase é senso comum né o amor é cego Pois é ele ca em quê não é só nas características físicas do que você não viver físicas ou psicológicas que você não
vivencia que você não consegue enxergar ele é cego porque afinal de contas você está legitimado dentro de uma cultura que cria o discurso desse amor que supostamente em nome dele tudo Ou pelo menos quase tudo é permitido então eu desconfiaria um pouco do que é o meu desejo e do que é o meu amor e fazer esse exercício de da simples indagação Eu acho que já é pelo menos um bom caminho para que a gente possa eh saber distinguir em que ponto o meu excesso de amor ou de mesquinharia estão atrapalhando a minha vida psicólogo
aqui no canto Oi viní eu vejo muito no consultório dois problemas primeiro que os casais eh tem uma uma crença antiga né daquele famoso quando o amor né Eh faz tudo o amor é aquele é aquele grande gerador das pessoas ficarem juntas mas ao mesmo tempo eu lembro da minha avó que falava que quando a fome entra pela porta o amor saia pela janela então eh essa questão de como casal ou como qualquer pessoa não precisa ser um casal especificamente mas uma pessoa tenha que ter algo pelo menos bens ou alguma maneira de subsistir para
ser alguém Então na verdade a questão toda é você ter para ser e esse ter para ser eu lembro na época da faculdade era muito colocado porque quase ninguém tinha essa percepção entendeu E aí sim a questão da vareza então eu vou ter para alguém ou para todos imaginarem sendo algo ou alguém eu estou surpreendido porque eu jamais imaginei que no debate da avareza a questão do amor seria o primeiro traço que apareceria então talvez já que você relata a experiência da Clínica né Tem mais cas a dificuldade dos casais se separar esteja diretamente relacionada
ao envolvimento financeiro que foram se atrelando ao longo dos tempos né mas de qualquer maneira né as lições da avó né assim o a miséria o amor sai pela eh se a pobreza entra por uma porta o amor sai sai pela outra né Eu acho que é uma referência mesmo da dificuldade da dificuldade do doar-se e essa dificuldade do doar-se aparece não apenas no aspecto material que nós estamos no exemplo que você traz e que todos nós conhecemos de alguém mas dificuldade do doar também também em relação ao compartilhamento dos seus gostos das suas vontades
né E isso vejo vários jovens aqui isso parece muito mais claro e muito mais tranquilo quanto mais jovem você é depois as coisas tendem a ser um pouco mais delicadas porque afinal de contas é acampar é uma experiência que você faz até certa fase da vida né depois as coisas começam a ficar delicadas e aí fal assim ah né então que memória é essa que eu estou puxando que fio é esse então tem uma certa eh avareza Nossa em relação ao experimentar ao sair do nosso mundo naquilo que eles de alguma maneira já está cristalizado
sedimentado Ou seja eu acumulei tanto para chegar aqui ou então eu tenho tantas outras prioridades na carreira ou em tantas outras questões que como é que eu vou sair de mim para poder agradar o outro né então eu acho que eh nós estamos usando no dinheiro ou na avareza uma metáfora para poder falar da dificuldade dos relacionamentos nos tempos contemporâneos acho que é isso sim boa noite Professor meu nome é neto obrigado pela exposição eh você colocou muito bem no começo que existe um elemento místico que fazia com que a sociedade dentro da tradição judaico
cristã não tivesse tivesse uma relação com a avareza eh como o pecado como um vício E por que não pensar então que a a avareza como virtude no mundo contemporâneo pode existir justamente por causa do cálculo do prazer e das Dores do homo eeconômicos né ou seja do homem que tem no dinheiro o seu novo elemento Místico era essa minha pergunta sim eu acho que é uma é uma uma questão muito interessante né do ponto de vista de que o mito Que Nós criamos em relação ao dinheiro e talvez a resposta anterior desdiga isso né
Eh o mito que nós crios ao dinheiro é que com ele nenhuma outra int tempere ou nenhuma nenhum outro problema vá surgir então que com ele nós nos bastaría citei há pouco né fazendo a ideia se o Deus Basta era a figura da antiguidade eh dos mistos pelo menos a tradição Cristã nós podemos agora falar ass então o dinheiro basta e isso né temos experiências várias que indicam que não basta Não tô dizendo que não ajudem mas que também não significa necessariamente que basta então o cálculo do Prazer ele é sempre mediado por alguma coisa
o cálculo do Prazer é o cálculo do desejo o desejo tem ele parte de mim mas ele tem que ter o objeto desejado Tá certo então aonde é que está conhecimento do que é desejado e o que eu estou permitindo desejar então talvez se esta nessa reflexão de uma de uma avareza do que é possível desejar ou não né então Eh é uma outra perspectiva e uma outra possibilidade que nós temos nos tempos atuais então o cálculo do Prazer ele tá o cálculo como reflexão como medida cálculo é reflexão é medida to do momento nós
fazemos cálculo né assim se eu vou calcular se eu vou chegar a tempo do trabalho se eu vou chegar se É melhor dizer a verdade nesse momento ou não eu brigo agora eu brigo Depois do jantar Em que momento que você esse Isso faz parte né da da da dessa nossa dinâmica da nossa própria condição então calcular o prazer é algo muito delicado porque o prazer também ele é fugidio ele não é algo perene os místicos ou a a tradição que eu tava fazendo referência no início trabalha trabalha com essa noção da perenidade hoje nós
podemos mais facilmente identificar sim pegando gancho na sua pergunta o dinheiro como algo bastante estável e reconhecido na nossa sociedade Mas também ele não é não tem essa essa onipotência que nós por exemplo dentro de uma ao fazer a figura do divino da providência divina Possivelmente poderia ter né então só para insistir uma vez mais a ideia de que a avareza era pecado naquela circunstância porque era negar a capacidade da ação e da intermediação Divina hoje eu não tenho essa Crendo ou não Crendo não se trata aqui de discutirmos as crenças ou as descrenças mas
eu não fico esperando que será a providência divina que resolva o meu IPTU né não será a providência divina que resolva a a minha o meu cartão de crédito ao final do mês né então ou se eu quero por ser crente admitir eu falo n porque ele me deu força e eu trabalho agora Em quais condições que eu vou trabalhar né e de que maneira eu vou me desdobrar E aonde é que eu estou jogando o meu desejo né então o cálculo do Prazer às vezes é muito caro né o cálculo do Prazer é muito
caro e aí é é é nessa hierarquização que que parte dos nossos problemas noss soci e das nossas próprias neuras existem nessa perspectiva Imagino que seja isso então aí da antiguidade para cá as coisas mudam sim sim boa noite Professor boa noite tudo bom professor eu gostaria de fazer uma pergunta sobre a questão not a vareza como o senhor citou surgiu num contexto de pouca produção uhum de um mundo eh escasso Ô no século X quando acontece eh o surgimento do luteranismo do Calvinismo já seria não falando de um de uma forma teleológica mas de
dá um acabar transformando a avareza num numa virtude eh contrapondo até porque o século X acaba se tornando um período de muita produção e de muita riqueza Bom eu acho que você já deu a pista pra resposta né porque eu tô falando desse homem burguês né então esse homem burguês trabalha com uma outra por isso com uma outra variável com uma com outro critério a noção de individuação que não é a nossa mas é o início daquilo que nós conhecemos né então esse homem burguês e E essas religiões e esses discursos do homem da graça
e de que ele responde e corresponde diretamente a a divindade ele fala diretamente com Deus dá ele uma certa autonomia e uma essa autonomia ela não é simplesmente autonomia como ai que legal eu faço o que eu quero não é uma autonomia que ela é penosa porque afinal de contas a minha salvação ela deriva única e exclusivamente a minha sobrevivência e a minha salvação derivam única e exclusivamente da minha própria capacidade né então às vezes nós usamos e que gostamos da palavra né a autonomia como se ela fosse quase um dom da onipotência mas não
é a autonomia também tem que ser entendida como aquele que se se move de modo próprio e esse modo próprio Nem sempre é aquilo que eu gostaria né então tem variáveis muito muito outras aí e o luteranismo e o calvinismo eh Fizeram essa ponte fizeram Esse vínculo para a emergência deste homem que faz esse discurso em relação à prudência nos gastos e automaticamente afastar-se de outros pecados voltando só para fazer uma referência ao início se falarmos sete pecados capitais quando eu disse para vocês Talvez seja o pecado mais simples Porque de fato hoje é fácil
falar assim eu guardo dinheiro né todo o resto das coisas dos outros pecados que você fala e as pessoas Ai como você é várias críticas surgem né reticências o que quiser falar a respeito do que é a pessoa que se recusa em relação aos outros aos outros dados então é a avareza sim tem uma potencialidade uma grande potencialidade de transformar-se nessa virtude como nós vimos na emergência do homem burguês outra pergunta as meninas estão aqui porv sim mas então Eh boa noite Professor eh não eu eu fiquei pensando em algumas coisas durante a durante a
sua palestra E durante as questões também eh a a me veio imediatamente na sua exposição sobre eh o Epicuro e a questão do supérfluo me veio imediatamente ao Espírito a frase do Oscar Wild o necessário éo supérflu não é uhum e eh me veio também por causa dessa frase ao Espírito um filme do ingmar Bergman que se chama eh vergonha onde esse o que se expõe é o seguinte não é é um casal que vive de uma maneira sofisticada não é um casal rico mas que vive de maneira sofisticada com Prazeres sofisticados que gosta de
música e quando eu falo falo música são quartetos do dvorak uhum vem a guerra e Eh aí quando a coisa aperta da mesma maneira que eh o Amor sai pela janela quando a fome chega eh quando a coisa aperta as pessoas são reduzidas aos instintos mais animais mais violentos e mais baixos eh isso me leva essas duas coisas me levam a eh a questão seguinte eh Será que não seria possível pensar a partir de uma noção que não é exatamente um conceito filosófico mas que esteve presente na filosofia do final do século XVI e que
está pelo menos pressuposta nas filosofias utópicas do século X o positivismo o Marxismo etc eh que é a seguinte não é eh a palavra vareza ela é claramente desagradável e nós tivemos aqui todo um discurso noo de que ninguém seja Av né e ao contrário a palavra generosidade tem uma aura positiva na verdade eu acho tanto uma quanto outra extremamente desagradáveis em particular a ideia de generosidade porque a ideia de generosidade pressupõe uma alguém carente e aquele que é Generoso é forçosamente superior aquele que recebe o dom da generosidade eu posso dizer não eu fiz
todo esse sacrifício não quero nada para mim mas ao mesmo tempo essa ideia de que eu fiz todo esse sacrifício não quero nada para mim Madre Teresa de cultar por exemplo não é ela me eleva aos meus próprios olhos e diante das minhas noções eu tô mais perto de Deus por exemplo exercendo esse tipo de coisa eh então nessa relação de poder não é que existe entre a gente generosidade e o beneficiário relação que é absolutamente inevitável eh nessa relação de carência e de posse que pressupõe a ideia de generosidade eu tenho então eu posso
dar para quem não tem eu me pergunto se não é possível ultrapassar isso ultrapassar isso não de um ponto de vista individual porque nós estaríamos de novo circulando eh no campo de um individualismo que é tão presente no modo de pensar contemporâneo e se não seria possível voltar àquela noção que eu ainda não anunciei mas que eu falei que estava presente nessa nessas utopias que é a noção de fraternidade Uhum que é uma outra coisa não é eh pressupor por exemplo que numa sociedade em que não haja pessoas carentes das necessidades que não haja pessoas
eh carentes de coisas eh eh importantes não é numa sociedade onde eh haja um equilíbrio maior eh as noções de avareza e de generosidade não possam ser superadas essa a minha questão bom Jorge agradeço pela excelente ponderação apresentação bom eu a sua questão também ela é interessante porque ela permite lidar recuperando o próprio Epicuro numa questão que talvez eu não tenha explorado mas o Epicuro quando ele diz que existem os prazeres e os desejos naturais e necessários ele não se prende apenas a isso ele diz que o prazer é o des a existência Só existe
só tem sentido a existência por conta do do prazer e o prazer ele não é proibido Não é que você não seja lícito desejar além do necessário é extremamente lícito desejar além do necessário o cuidado que se deve ter E aí pegando o Oscar Wild né é que não ser escravo daquilo que não é necessariamente necessário porque aí sim você estará criando uma referência da de ser um atormentado né então o supf o Sublime vamos pegar então a ideia do Sublime ele será uma condição então no filme que você cita ou em outras circunstâncias então
eu não preciso sabendo que como você é um admirador da boa música não é que a coisa que torna-se isso fundamental para sua existência né mas não é fundamental para a subsistência Ou seja você tem uma mudança E aí você só pode fazer uma mudança dessa uma gradação em relação a isso porque estamos de fato lidando com ultrapassar um certo patamar né então não é que os homens tenham que se contentar a sua miséria a sua pequenez diante disso concordo também com a sua abordagem que a generosidade implica né implica estabelecer uma hierarquização né a
a resposta se é possível ultrapassar isso eu acho que do ponto de vista como análise sim né mas eu não tenho nenhuma bola de cristal que possa me dar condição de dizer que assim por isso A Utopia ela é tão necessária para que os homens possam continuar sonhando e tendo os seus outros desejos Mas também eu ficaria um pouco atento porque essas utopias do período que você se refere né na ver do 18 19 elas também T um risco porque elas também se tornaram uma uma camisa de força para o nosso modo de pensar para
o nosso modo de projetar e para o nosso modo de interpretar eu acho que hoje a principal Utopia seria libertar-nos destas grandes amarras que nós estamos presos por algum critério né então tanto na no próprio Marxismo quanto no liberalismo no Positivismo e todos os ismos que nós quisermos fazermos referências Aí temos traços bastante amargos dessa experiência porque a Utopia também um é um critério de valoração da nossa sociedade que é sério porque afinal de contas quem ousa desconfiar da Utopia é necessariamente visto como aquele que é desprovido de Sonho Não É então e aí quais
são as utopias não existe uma Utopia para cada ser humano as utopias TM um apego a uma capacidade de comunicação que em certas circunstâncias provocam choques provocam perseguições e provocam situações também bastante delicadas Então gostaria de ter resposta a esta questão de Como ultrapassar mas eu chamaria atenção é possível porque eu sou um homem que tem que nutro certas esperanças mas penso dentre outras coisas que devemos né olar para as nossas potencialidades e nos libertarmos inclusive daquilo que nos obriga a ser o molde de sonhar o desejo de sonhar o desejo dessa Fraternidade que talvez
tenhamos modos outros não sei quais são mas por não perguntar se não existe um outro mundo Boa noite Professor Lúcio Esteves Engenheiro fazendo um trocadilho né O tema é é bastante rico eh por duas vezes foi citado o ditado eh a pobreza a falta entra pela porta e o amor vai pela janela abusando um pouco da sabedoria Popular eu cito um outro ditado eh o dinheiro não traz a felicidade manda buscar verdadeiro ou falso pois bem eh cada um vai ter uma resposta diferente E aí eu acho que faz eco com a pergunta do Jorge
seguramente se eu falar para um religioso que vive enclausurado ele não vai perceber no dinheiro a possibilidade e nem do que manda buscar porque o prazer Talvez eu esteja idealizando mas o prazer que ele vai ter no acordar antes do sol nascer para fazer as suas orações plantar ler rezar meditar esse talvez seja o prazer máximo é uma existência muito fora do nosso patamar porque afinal de contas é por isso que estamos falando de enclausurados porque seres que estão nas metrópoles a multidão que se ac cotovel todos os dias e que se estressa a todo
momento sabe que tem uma intermediação em torno do dinheiro mas eu não tô querendo absolutizar que essa seja a única receita né então eu acho que muda a maneira né e acho que também faz eco com uma das perguntas Se não me engano que veio pela do Internauta né é assim aonde é que tá o meu desejo aonde que eu estou jogando em nenhum momento quando tá falando a questão da o o aspecto que tá sendo chamado a atenção aqui nessa abordagem da avareza né é o quanto que ela se transforma num fim em si
mesmo Quanto que o dinheiro transforma-se num fim em si mesmo e esse fim em si mesmo é o que efetivamente cega e é o que efetivamente às vezes impede a possibilidade dessa pessoa partilhar dessa pessoa experimentar e dela eu vou voltar a insistir dela sair dela mesma né Eh é claro que você ter a opção né Eh com maiores recursos é sempre preferível do que ter simplesmente a opção da Extrema necessidade da Extrema miséria né então seguramente a qualquer pessoa que você sinalizar com um aumento salarial com uma promoção alguma coisa ela vai atribuir ou
atrelar a isso uma ideia de felicidade que Possivelmente virá com esse acréscimo só que às vezes no que ela for se perguntar do tempo que ela dispende da pressão que ela vive aí então portanto a resposta cabe a cada um E acho que muda também do momento da nossa vida né seja o que nós desejamos aos 20 anos muda para o que desejamos aos 40 e supõe que vá mudar quando chegarmos aos 60 aos 80 em algum momento Então essa eh essa complexidade do humano essa complexidade do humano que permite que eu não diga de
uma maneira tão categórica que se o dinheiro não traz felicidade manda buscar né Eu acho que sim ele aproxima coisas mas não Obrigatoriamente ele é a salvaguarda para a questão da Felicidade sim é boa noite oi desculpa Oi meu nome éo e é o seguinte eu sou um capitalista terrenho e acredito na vareza como virtude Ok então eu vou fazer um comentário e você fala o que quiser mas ser uma pergunta ser um posicionamento mas e veja só essa história de que as pessoas TM uma Sol Estação muito grande pro consumo não é verdadeiro is
é isso é uma ideia da de uma elite de 20% do mundo que se pens representante dessa verdade 80% do mundo ainda acho que não consome nada PR redimir a sua avareza e de outro lado nós temos uma generosidade muito grande pagamos cerca de 40% da nossa renda no PIB os povos do mundo 60 são muito generosos acreditando no bem comum que os leva a um colapso cada vez maior Então eu acho que reiterando nós temos que redimir a avareza e acabar com a generalidade nos tiraniza Bom eu acho que na sua própria questão né
você expressa nitidamente o seu ponto de vista e o seu lugar mas eu acho que as pessoas não consomem esses 80% eu não sei se os dados são esse mas não consome Não é por causa da avareza não consome por não ter condição né então acho que daí nós temos que fazer nitidamente a diferença entre a que porque basta pelo ou estou entendendo ou estou Tô confiando nas informações que os economistas têm dado aí dentro do Brasil nos na última nesse último período dos últimos anos né pelo menos desde 94 para cá ou nesses últimos
anos de crescimento econômico um pouco maior onde a chamada nova classe c tem ido profundamente em topem as lojas parcelas tudo então então isso para mim parece que consome consome bastante você deu um pouco mais de recurso Eles foram atrás então não me parece que seja a poupança ou a condição da avareza porque senão a lógica do capal por exemplo entraria em colapso porque o capital se todo mundo for a avareza Vou arriscar agora a avareza continua sendo um percado porque para o capitalismo a avareza não convém ele convém até certo ponto que é a
poupança que gera o investimento mas esse investimento tem que retornar em algum outro lugar que é exatamente na na engrenagem do sistema produtivo né então por essa perspectiva eu penso que a tendência né É de uma série de seduções basta Quantos pares de sapato as pessoas querem ter né quantas camisas queremos ter quantos computadores queremos quantos televisores então era uma coisa você falar na década de 50 ter um televisor pra família inteira hoje que tem que ter mais de um televisor para cada para cada um em certos grupos familiares Claro que eu sei não tô
generalizando dizer que essa é a realidade em todos os lugares mas ver televisor por exemplo era uma prática social coletiva você assistia com a sua família hoje em dia ver TV é uma prática isolada né Cada um quer dizer repito tô generalizando mas em geral para aqueles que não estão eh premidos pela imediata busca da Sobrevivência eles estão se divertindo cada vez mais de uma forma isolada porque tem possibilidade de consumir dessa maneira outra pergunta sim alô Sim Boa noite Professor você disse ao longo da sua do seu raciocínio você citou a Revolução Industrial e
acredito eu que ela adicionou algumas características da sociedade ao no terceiro ano você aprende a não pensar né então tudo que você pensa tá certo e de acordo com o professor meu quem passa no vestibular não é quem é mais inteligente mas quem foi melhor adestrado né Uhum E então eu vou arriscar que ela adicionou algumas características da sociedade que eu acho que estão presente até presentes até hoje eh por exemplo o ser humano tem a do ilusão que ele pode controlar tudo ao seu redor pode controlar todos os eventos eh todos os eventos da
natureza né se acontece um terremoto no oriente médio e quebra as torr de destilação da opep não tem problema a gente pode lá e e consertar eh e todos ao seu redor também então queria que você eh dissert asse melhor sobre a a a função não a função mas a a influência que a varesa tem nessa questão de controle sobre os outros né que como você vê uma pessoa um um grupo social passando fome e Miséria Extrema e você eh você não é um grupo da sociedade consegue eh simplesmente continuar explorando essa uhum essa parte
para conseguir lucro e que você dissesse eh comentasse também a o grau de perversidade dessa dessas relações sociais de hoje por favor bom o grau de perversidade Claro ele é extremo né Basta ver que se tem gente que passa fome eu não posso dentro da minha dignidade humana achar que isso é normal né então eu acho que esse é um ponto que e não por uma lógica de uma caridade né mas por uma lógica mesmo de certos pressupostos de justiça que daí se eu pego e e faço mais uma vez uma referência quando eu falei
da questão da avareza como Tendo também uma conotação ou uma dimensão política né quando eu identifico que o príncipe medieval tem na na prodigalidade na liberalidade uma das suas virtudes né mas necessariamente hierarquizada como bem lembrou eh na questão anterior o meu amigo Jorge eh você toca aí a questão da da da Revolução Industrial a fantasia eu não sei se nós temos hoje eu não não compartilho da sua opinião eh pelo menos integralmente de que nós podemos controlar tudo eu acho que nós temos uma cada vez mais desconfiança do que é que nós podemos controlar
sabemos que várias coisas podemos nós controlamos mais do que controlava o homem do período pré-moderno Tá certo por aquele homem não controlava nada porque era o discurso religioso que que supostamente controlava e definia né tô querendo dizer que ele não tivesse autonomia que ele não pudesse fazer coisas tô querendo apenas chamar a atenção de que a lógica do texto que fizemos referência aqui no texto bíblico de que e que hoje em dia várias pessoas repetem Deus proverá né é uma lógica de um discurso onde o a própria questão dos sistemas de produção não asseguravam isso
hoje eu posso dentro de uma perspectiva eh aeia né Fazer o discurso e ter certeza de que eu posso não controlar todas as variáveis mas eu pelo menos controlo mais variáveis do que aquele simplesmente que tá esperando a bondade divina ou a graça divina ou alguma coisa que venha de fora de si tá certo então o sistema a Revolução Industrial ela é um fenômeno extraordinário para a humanidade porque de alguma maneira ela concatena todos os grupos mas concatenar todos os grupos não significa que harmonizam-se todos os grupos e aí está o grau da perversidade porém
Vivemos os reflexos inclusive desse processo de industrialização nos seus impactos ambientais ou se eu não que é um que é um assunto que é uma pauta do Século XXI Mas também se vivenciava esses esses processos no intercâmbio entre povos na busca na na busca de matérias primas no consumo desses sistemas eh dos produtos industrializados então o sistema de produção dá ao homem uma fantasia do controle mas não que seja o controle absoluto sobre todas as coisas mas é mais fácil perceber né que temos uma capacidade x ou Y de por exemplo fazer com que exista
eletricidade ou não exista Eletricidade do que simplesmente vem um frio então por exemplo prepararmos as nossas casas para um calor excessivo ou para frio excessivo do que antes simplesmente como é que vai ser e você não sabe nem se a safra pode acontecer de ter uma quebra generalizada de Safra num ano que nem por isso vamos morrer Tá certo a humanidade não vai entrar podemos ter ciclos maiores mas a humanidade não vai necessariamente desaparecer como um todo ou não vai ter esse Impacto hoje diante de uma lógica de sistemas produtivos se você pega só para
fazer uma referência se você pega o que foi a grande fome ou a peste negra no mundo medieval Você tem uma referência para indagar-se minimamente a respeito do que significava o Imaginário dos homens naquela época né Então aí acho que eh pensar a avareza aqui né tem a ver ou a avareza e a poupança mudam Exatamente porque deslocam os sistemas e as e as maneiras que as pessoas têm para enfrentar os seus as suas grandes questões oi fala oi boa noite Zé sim sim bom concordo com você que a ves é hoje é uma virtude
Mas a pergunta uma pergunta que mece é não con não Concorde né mas é um fato né a pergunta onde eu faço de onde vem essa valorização porque eu pensou no Brasil Contemporâneo onde o estado brasileiro fala consuma consuma dando crédito em abundância dando formas de inclusão social através de de programas sociais que força uma camada mais baixa a consumir na qual a igreja católica ainda continua pregando que é que é ruim as igrejas neopentecostais com a teologia da prosperidade tem que para você receber você tem que dar então uma contra vareza Total qual qual
o espectro social defende e cultua essa vareza porque é um Eu concordo com você que é algo que realmente é valoriz hoje em dia mas eu não que que parte da sociedade que valoriza isso que não tá claro para mim tá eh eu acho que talvez eu possa ter induzido a um erro porque a avareza ela não é algo valorizado o que eu disse é que a poupança é algo valorizado e que muitas vezes a poupança mesmo no caso da do do avaro né mesmo no caso do Avarento ela é legitimada por ser alguém que
se precaver isso é um ponto e de onde vem aí acho que dá pra gente poder entender que se a gente pega na lógica do Calvinismo por exemplo o calvinismo não é guardar o dinheiro pelo dinheiro como sendo a principal lição teológica Isso é apenas um desdobramento do discurso um desdobramento do discurso teológico do reconhecimento da Graça então entre aqueles que se entregam um caminho o pecaminoso ou se entregam a esbórnia né aquele que tem a vida comedida será visto como superior e portanto possível de ser identificado como detentor da Graça Divina então o ponto
da origem está aí hoje quando nós lidamos nesse nesse aspecto que você aborda que a teologia da prosperidade é interessante se pensar porque a teologia da prosperidade tem muito pouco de calvinismo né a teologia da prosperidade ela pode ter Partido dos movimentos reformistas lá do século X por ser um desdobramento da individuação do homem que conversa com o próprio Deus e das benesses que você tem em relação a isso mas não do ponto de vista da disciplina dos procedimentos Ou seja a sociedade calvinista é uma sociedade disciplinar ao extremo né e não é este o
o o embora exista essa pretensão de desses dessa Teologia da prosperidade também ter uma um ato de disciplina como todos os grupos religiosos TM mas não é o principal elemento que nós podemos identificar tanto que o que nós mais ou Tanto que uma outra variável que nós podemos identificar na sociedade atual é o adesivo né que as pessoas andam em relação a isso Deus é fiel ou seja não é o fiel que é fiel não sou eu que tenho que ser fiel é Deus que tem que ser comigo é a inversão total e plena em
relação ao que que era o argumento luterano ou o argumento de Calvino Tá certo e que também não é se eu pegar o os da tradição católica os grandes teólogos daí Porque é você que tem que demonstrar fidelidade a Deus agora não eu tenho certeza que então quando e basta um qualquer discurso religioso me incomodar eu troco né então igual igual você vai o self service Você se cansa daquela comida você vai ao próximo não é isso então não há essa é uma outra questão é um outro fenômeno que vivemos na contemporaneidade Mas para não
desviar então penso que a teologia da prosperidade lida porque dificilmente dificilmente você vai convencer e vai ter adeptos para um discurso religioso hoje onde fala assim não viva não Experimente não tenha prazer Você pode até fazer esse discurso guarde poupe Mas é porque a recompensa vai estar e não é na vida eterna é l logo ali na frente tá certo e é nessa perspectiva que muitas pessoas entram dentro desse jogo aí de demonstrar favorecimentos a Deus então eu contribuo mais então a graça de Deus vai ser maior vai ser proporcional aquele meu ato de generosidade
e de desprendimento em relação ao que eu pago porque aqueles grupos que são os mais radicais tanto que hoje em dia nós utilizamos para eles o A adjetivação de chamá-los de fundamental né então são grupos ai certas não vou aqui entrar ou citar grupos porque não não não é o caso mas Basta ver certos comportamentos fal assim isso é inadmissível que em pleno século XXI algumas pessoas exijam isso isso isso isso aquilo aqueles são vistos realmente como seitas como um grupo muito isolado os outros não porque tem um apelo nessa Teologia da prosperidade tem um
apelo sim a uma certa emancipação se eu posso usar esse conceito uma financeira onde o discurso religioso é totalmente distinto daquele que foi feito por Calvino sim boa noite Professor Boa noite o Senhor comentou algum discursou durante o período aí sobre extremos eu gostaria de aproveitar até o tema da noite aí que é quando o muito é pouco e pedir para senhor fazer uma observação a respeito de eh quando o pouco é suficiente e até aproveitando a questão do suficiente que há algumas afirmações né ou alguns discursos a respeito que justamente parte da Felicidade ou
do equilíbrio está Justamente na identificação da pessoa né Eh nessa Identificação do O que é o suficiente para ela justamente no dimensionamento dessa variável eu queria uma observação do senhor a respeito desse digamos assim esse equilíbrio esse meio termo aí muito interessante sua pergunta e quando você fazia Eu ficava imaginando o seguinte eu não sei como que as crianças vão responder isso daqui 20 anos as crianças de hoje porque essas crianças Elas têm uma agenda Opa essas crianças têm uma agenda às vezes que é mais complicada do que a nossa né porque elas com 6
7 anos elas têm aula de inglês a natação o balé ou não sei o qu e elas vão tomando o tempo numa proporção que essa molecada já é educada dentro de uma perspectiva que não sabe o que que é pouco serão né neuróticos no futuro nós somos eu não tô querendo dizer que H uma que o futuro será pior não tô querendo só dizer que é o reconhecimento do que é o pouco o reconhecimento do que é o pouco também muda conforme a perspectiva do que foi o nosso tempo de formação o tempo deles é
um tempo acelerado o nosso tempo o nosso tempo é um tempo acelerado só que nós por algum motivo Ainda temos uma lembrança de um tempo que não era tão acelerado e somos nostálgicos em relação a esse tempo não acelerado só que ao mesmo tempo quando a gente desacelera logo logo a gente também Experimenta o tédio em algumas circunstâncias e ao experimentar esse t a gente F assim cadê meu Facebook cadê meu computador Cadê a parece que precisa est essa essa conectividade que ela é cobrada a todo instante né então quando pouco é suficiente eu penso
que é uma resposta que não dá para ser dada de uma forma geral né mas eu penso que você não sei se é muito ou pouco mas cada pessoa é capaz de chegar a um reconhecimento da suficiência E aí quando ela tá percebendo que o tempo da suficiência não é adequado é que provavelmente vale a pena ela se lançar outras perguntas para não saber se ela está sendo escrava da sua insuficiência né então acho que é um pouco por essa perspectiva Nenhum de Nós tem que aceitar as respostas prontas as respostas experimentadas como sendo [Música]
um um dado da natureza como sendo umado ass Ah é assim tem que ser assim pronto Não eu penso que todo ser humano por mais viu que eu possa chamar tem sempre capacidade de admirar-se consigo mesmo e admirar-se com os outros então nessa perspectiva o admirar-se no sentido filosófico de tomar um espanto é esse admirar-se é é esse susto que você toma quando o seu pensamento de vaga por exemplo é que faz com que você pergunte assim eu tô no lugar errado ou não eu não estou no lugar errado e possa sorrir e ter aquela
noite um pouco mais tranquila não que você tenha certeza que amanhã você estará tão tranquilo quanto você deitou hoje porque isso é parte da dinâmica isso é parte da dinâmica do existir né mas eu não atreveria jamais a dar uma regra mas imaginar que sim né o exercício não é o pouco ou muito mas o exercício é perguntar é sufici s Boa noite Professor ao longo da da sua apresentação você falou que no passado a avareza ela foi entendida e não poderia ser diferente ela foi entendida a partir de de uma circunstância de falta de
tema dos sistemas produtivos do limitação da produção e de uma limitação econômica e da limitação do Comércio e que hoje eh a gente vive um mundo onde eh isso tudo sobra isso tudo existe em excesso eh por outro lado eh eu percebo que o mundo de hoje também é muito pautado por uma ideia de falta que tá quase incorporada no senso comum que é a ideia de falta dos recursos naturais uhum quase todo mundo concordaria hoje se você perguntar na rua que eh se a gente continuar do jeito que tá a gente vai entrar em
colapso eh não dá para sustentar o nosso modo de vida para sempre eu acho que isso é uma coisa que tá muito tá quase enraizada já no Imaginário Popular então a minha pergunta é eh Como podem conviver os discursos do consumo que ainda existe muito forte talvez mais forte do que nunca eh o o discurso da do consumismo capitalista e um discurso que eu acho que parte dessa da da do reconhecimento por parte das empresas e por parte eh da chamada classe dominante de que as pessoas sabem que isso não é sustentável Como podem conviver
esse discurso do consumo desenfreado e o discurso da preservação do meio ambiente se é que podem conviver porque eu acho que não podem pelo menos não harmonicamente eh e se não podem mesmo eh Quais são as contradições que a coexistência desses dois discursos Podem trazer na verdade a pergunta é se e esse e essa questão ambiental ela pode se traduzir numa ameaça as coisas como estão é uma esperança que eu tenho né Uhum bom uma boa questão e eu quero deixar bem claro que eu sou no máximo professor de história a minha avareza de resposta
agora é dizer isso para você mas eu vou eu vou arriscar eu acho que é claro que nós experimentamos Sim essa percepção ou esse temos clareza a respeito do discurso da falta de recursos naturais e aí também temos conhecimento de outros discursos que emergem como da sustentabilidade e por aí vai eh quero fazer uma distinção e uma questão necessária de ser dita a avareza ela ela é vista como um pecado como um problema quando ela é marcada por uma certa mesquinharia de circunstâncias economia é outra coisa economia dentro da sua etimologia a norma da casa
então portanto e a Ecologia também surge desse mesmo lugar tá certo então é essa casa que tem que ser cuidada é essa casa na qual nós partilhamos E aí quero eu gosto go que era eu não gosto junto com outros quase 7 bilhões de pessoas Tá certo caminhamos para esse número não é isso então esse convívio do consumo amplo com uma escassez de recursos naturais Só tem possibilidade agora só tem possibilidade de se harmonizar eu não sei se se harmoniza ou não em torno dessa potencialidade e da mesma forma que eu respondi para ele há
pouco de que os homens devem se espantar né o espanto filosóficos se admirar-se e fazer outras perguntas o homem também pode mudar de comportamento eu não acho que nós vamos caminhar como uma Boiada que vai para batedouro simplesmente porque quer ir assim haverá resistências Óbvio porque afinal de contas conviver é experimentar as tensões né Eh internas e externas eu eu comigo mesmo quantas vezes eu tenho as minhas próprias contradições mas o só para fazer a distinção de que não será por exemplo Ah então para não termos colapso de água vamos agora ninguém mais vai tomar
água por uma semana não não não não isso aí isso não é economia isso não é regra não é regra de um ponto de vista que se que se aplica logicamente né então os debates que temos visto sobre sustentabilidade e tal Eu ainda acho que são muito tímidos perto do que nós temos agora como eu dizia também acho que nós temos uma capacidade inventiva que possa levar a alguma transformação é isso que por exemplo eu sou lamentavelmente para alguns mas eu tenho um certo otimismo em relação à existência e a continuar aqui né sim boa
noite professora obrigado pela exposição Obrigado o que eu trago aqui não é tanto uma questão é uma reflexão nem sei se é digna de comentário também em relação à à avareza contemporânea e essa confusão com o acúmulo desproporcional ou a reflexão é o maior desejo humano no contemporâneo é o desejo de ser desejado aí a questão da confusão com acúmulo né Uhum essa questão da identidade o desejo de ser desejado é Eu concordo com você mas eu não sei se é só de agora o desejo de ser desejado Eu acho que o homem é um
ser desejante está na sua condição né eu eh O que muda é o que nós estamos desejando porque por exemplo se eu tô falando de uma CESE Mística seguramente É desejado porque aquela pessoa aparenta ser mais feliz tá certo eu já citei esse exemplo aqui hoje e vou repetir por exemplo você entra numa cerimônia religiosa né onde as pessoas cantam né se os cânticos gregorianos par Nossa parece que vi não é que eu queira necessariamente viver ali mas eu tô desejando a paz que supostamente eles estão emitindo como objeto de desejo para mim então talvez
o meu tempo de ir a esse culto essa celebração religiosa ela dura exatamente que dura ali uma hora 1 hora e meia depois não mais porque não é que eu queira viver com todas as outras regras adas a isso porque não podemos esquecer que aquilo que desejamos também tem a carga para que o desejo se efetive tá certo o que vai mudar parece-me é exatamente a a minha disposição a minha disponibilidade para poder ficar perseguindo desejos que às vezes eu não consigo vê-los como atingíveis né E aí é parte das nossas Por que que a
gente vai se adequando em certas circunstâncias algum alguns dizem simplesmente acomodou-se acomodar não é segredo de felicidade parece-me mas agora quem sou eu para dizer que o que acomodou-se está menos feliz do que eu próprio atormentado então é essa se de tudo que nós estamos dizendo aqui nessas reflexões sobre os prazeres e os e os pecados capitais nós estamos né nas duas apresentações anteriores e espero que eu também tenha contribuído de alguma maneira é dizer que não há uma única possibilidade não há uma única resposta Mas elas nós temos aqui a expressão das nossas inquietações
E essas inquietações elas perpassam por muito tempo então se eu dizia então quando eu leio um texto e eu citei aqui vai o Epicuro citei um texto filosófico do século II né quando eu ol Nossa parecia que os caras lá eram Geniais né não sei o qu agora primeiro que eu não volto ao tempo eu não volto ao passado segundo é quais são as outras coisas que eu estou nessa fantasia de nessa fantasia que eu estou projetando para aquele passado que dizem a respeito de mim hoje né e por outro lado então como eu disse
esses homens voltando mais uma vez e sendo repetitivo no meu exemplo mas as pessoas que admiram a vida aquele Nossa o cara do do Campo né às vezes nós na metrópole Nossa que vidinha boa cara o cara não tá preocupado com a conta para pagar não tá preocupado com o trânsito não tá preocupado com não sei o quê agora eu não saio daqui para ir lá né porque se for esse o meu lugar mais desejado eu vou seguramente agora eu não estou indo Porque o que eu estou desejando é simplesmente aquela tranquilidade que é momentânea
mas logo depois a minha neuros fala assim Nossa eu preciso ir pro cinema precisa me atropelar no shopping não é não é assim ou seja eh por exemplo Com todo o respeito e tendo vivido em São Paulo por mais de 25 anos eu acho admirável quando os paulistanos que todo mundo critica porque os paulistanos ficam parados no trânsito o tempo inteiro e aí a resposta que eles dão assim ponto máximo do orgulho Paulistano é assim eu preferia ficar horas e horas parado para ir a algum lugar do que chegar rápido a lugar nenhum né é
o tab Ou seja que fantasia é essa que faz você justificarse estar preso por duas 3 horas só porque supostamente você chega a algum lugar né então eh eh são estas as possibilidades da gente fazer uma reflexão que o homem na sua condição como homem de os objetos seres desejantes desejam coisas que mudam de tempo para tempo se hoje o nosso desejo está mediado como já foi dito ou várias das perguntas sinalizaram na Perspectiva que é mediado por aquilo que o dinheiro pode trazer né a avareza está em parte dessa lógica mas observem nós não
podemos esquecer o Avarento não se entrega a essa satisfação o Avarento é aquele que vai guardar por guardar por isso que eu falei se eu se eu sugeri cometi um equívoco de que não é a poupança por e simplesmente não é a poupança que vai se transformar em alguma coisa que o beneficie ou beneficia aos que estão ao seu redor mas é aquilo que simplesmente faz com que você se Negue a viver e aí a vida realmente eu acho que ela é muito pegando frases do Facebook ela é muito curta para ser lavar para ser
um avar né Eu acho que é muito cura para você não se entregar ao que você deseja a buscar o que você deseja vamos para última pergunta da noite pedimos desculpa para todos os outros que não puderam ser atendidos que são bastantes então passamos paraa última pergunta da internet a a Juliane que nos acompanha de hanover da Alemanha e que já morou nos Estados Unidos ela quer saber o que você pensa sobre o contraste entre a vareza da Europa calvinista somada à crise atual e o consumismo norte-americano eu digo como brasileiro como brasileiro que nós
temos uma desconfiança em relação a essa avareza que faz com que a dificuldade da Europa em sair da crise agora eu localizaria de uma outra maneira eu não acho que a Europa seja calvinista nessa perspectiva Eu acho que o que a dificuldade do europeu nessa nessa retomada da economia tem a ver com outros traumas que não são derivados do discurso religioso tem a ver com o trauma com a experiência de quem passou por período de guerras tem a ver com o trauma e com a experiência de quem teve que na marra experimentar certas circunstâncias que
os norte-americanos não passaram porque a economia norte--americana na sua lógica do consumo também não tem correspondido claro que um pouco mais rapidamente mas não tem correspondido da mesma maneira então eu acho que seria um equívoco atrelar que você tem uma perspectiva que tá no discurso religioso de uma matriz calvinista sendo que a mesma questão está nos puritanos dos Estados Unidos né O que muda eu acho que são as experiências que eu as experiências históric que esses a Europa como um bloco como continente e os Estados Unidos como país viveram nos últimos tempos e que muda
também seguramente porque nós falamos de um lugar do discurso religioso que eu acho que ela é uma E aí eu volto a um dos pontos iniciais da minha apresentação Ele está aqui Não Por uma questão de crença mas por conta de um valor cultural que nós Compartilhamos não acho que as pessoas estão correndo a às igrejas ou aos valores ouou uma um fervor místico que tá causando um colapso nas economias que que porque daí seria o paradoxo Nossa como que isso tudo levou ao colapso do capitalismo Marx teria pensado isso de uma outra maneira então
não vejo eu eu trabalho com a perspectiva que lidamos sim com uma sociedade muito mais laica com uma sociedade muito mais eh desgruda desse tipo de curso religioso mas que as experiências históricas de cada po de cada cultura e cada sociedade como por exemplo a brasileira a sociedade brasileira E aí mais uma vez fazendo o eco eu acho que ela tende a dar suas respostas deu um pouco de crédito tá o brasileiro consumindo né e é dessa maneira que nós estamos indo né bom eu queria já que foi a última pergunta eu gostaria pois não
se você gostaria de dizer alguma coisa concluindo depois desse debate dessa palra eu eu gostaria mesmo de agradecer né a experiência para mim foi muito prazerosa essa experiência essa conversa e espero poder encontrá-los em outras circunstâncias e de tudo que eu disse eu vou continuar repetindo não há respostas prontas a experiência humana é muito mais complexa do que tudo isso mas uma coisa nós preservamos e nisso todos temos em comum que é a capacidade de pensar sobre o que nos aflige o que tá nosso redor E a capacidade de pensar é um dos primeiros lugares
para poder agir obrigado