#059 - Estudo de Gênesis

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A vida material passa a exigir esforço. As dores do parto simbolizam o encarnar como um processo dol...
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No episódio passado, nós comentávamos sobre o diálogo entre Deus, Adãoe, depois, entre Deus e Eva, nessa linguagem profundamente simbólica do Velho Testamento, dizendo que esse diálogo, na verdade, se processa na intimidade da nossa consciência. Dentro de nós está esse aspecto do nosso Espírito, que é inteligência, e esse aspecto, que é o sentimento, a sensibilidade, o desejo, refletindo aí essa figura que é simbólica que é Eva, que é a Vida. Comentávamos sobre o processo de afastamento, de proximidade e, agora, vamos ingressar no campo da das consequências.
A decisão foi tomada, a escolha foi feita: o homem optou por seguir um projeto - que é o projeto da serpente -, afastando do seu caminho aquela proposta divina da evolução através da docilidade,da evolução pautada na obediência e na resignação e faz a opção - que é a opção da serpente - de uma evolução sustentada pelo egoísmo, pelo orgulho,pelo personalismo, numa proposta quase louca em que a criatura pretende opor-se ao Criador ou ocupar o lugar que é do Criador, que é esse lugar central da evolução. Naturalmente, com a sua fragilidade, esse ser humano não consegue sustentar os amplos aspectos que a vida apresenta,os desafios, as dificuldades e nós vamos ver aqui numa linguagem profundamente simbólica qual a consequência prática da vida material, da vida corpórea, a partir dessa opção. O interessante, aqui, é que nós somos convidados a fazer um raciocínio de trás para frente.
Como assim? Vamos lá: o autor do texto bíblico Ele toma da vida cotidiana elementos práticos, elementos que são naturais e procura voltar às causas ou fazer uma pergunta: poderia ser diferente? Então vamos lá.
Vamos fazer esse raciocínio: ele olha para o processo de chegada do ser à vida material, que é o parto. Como se dá o parto no mundo material? Parto é um processo de dor, a mulher dá à luz com dor, ao menos nessa época em que o texto foi redigido, em que não tínhamos os recursos médicos, os recursos tecnológicos que nós temos hoje.
Então, nós percebemosque a lei de progresso já atua na Terra, amenizando esses traços que estão descritos aqui no texto, porque, hoje, você tem uma anestesia, uma cesárea, outros recursos, mesmo o do parto natural, recursos de acompanhamento do parto natural para que ele seja o mais indolor possível. A gente vai percebendo isto: uma seta do progresso amenizando os elementos que estão descritos. Mas, na época em que o texto foi redigido não havia essa possibilidade.
O parto e a dor andavam sempre de mãos dadas e, não raro, a mulher perdia a vida ao dar à luz. Temos, inclusive, personagens do texto bíblico que vão dar à luz e perderam a vida. Isto é muito comum.
Então o autor bíblico está olhando para o processo de chegada do ser ao mundo material: a encarnação. A encarnação já é, em si, um processo doloroso. Ele olha, então, para o cotidiano do homem: uma terra cheia de pedras, o deserto, uma terra com espinhos, com plantas que exigem um cuidado permanente do homem, um esforço enorme no cultivo, um esforço na domesticação dos animais, ou seja, o trabalho, o sustento, o alimento é retirado com muito suor, com muito custo.
Trabalho e sobrevivência passam a estar associados. Mas, será que tem que ser assim? Esta é a pergunta.
É assim em todo o Universo? Em todas as faixas da evolução, trabalho e sobrevivência estão vinculados? Será?
Essa a pergunta que o autor bíblico se faz: tem que ser assim? O nascimento, o início da vida precisa estar associado à dor do parto? A obtenção do alimento, do sustento tem que estar vinculado ao sacrifício, ao esforço, ao suor, ao cansaço, ao desgaste?
E, um outro elemento que nos chama a atenção: precisa haver, na Criação, animais, criaturas das quais eu preciso ter vigilância e cuidado para que elas não venham me ferir? Há um animal que rasteja, peçonhento, que ataca, muitas vezes por medo, que apresenta essa característica da serpente? Olha que interessante: ele está olhando o mundo material e o autor bíblico está questionandoos próprios paradigmas da vida corporal e, aqui, ele começa a fazer um raciocínio reverso: por que é assim?
Por que é assim? Então nós vamos. .
. Hoje, com as luzes da Doutrina Espírita, nós temos condições de sofisticar esse pensamento, essas perguntas, essas indagações e pensarmos: nós já sabemos que o princípio inteligente começa simples e ignorante o seu processo evolutivo. Sabemos disto.
De modo que é necessário a existência de mundos primitivos, É necessário. sem dúvida. Mas, são, de fato, essenciais os mundos de expiação?
Não, de provas, porque a prova é o teste, é a avaliação que confere existência, Resiliência que atesta a absorção do conteúdo pedagógico que a vida trouxe. A vida educa, a vida ensina, com seus múltiplos elementos, com as circunstâncias, com os acontecimentos, com a interação das criaturas, a vida exerce sob a direção de Deus um processo educativo. Ela dirige, Deus dirige um processo educativo através da prova da vida física.
Por isso que Kardec quando pergunta sobre a encarnação, os Espíritos respondem: é necessária a encarnação porque ela coloca o Espírito em condições de suportar (olha isso! ) a parte que lhe toca na Criação. Suportar significa: eu adquiri resistência, eu adquiri força, eu adquiri condicionamento emocional e intelectual, condicionamento da inteligência, eu adquiri resiliência, fortaleza íntima para assumir a parte que me toca na vida espiritual, que é a vida primordial, Que é a vida eterna Que é a vida original.
Porque a vida original não é a vida no plano físico. O plano físico é uma passagem temporária na evolução do Espírito. É preciso atentar para isto!
Então, a necessidade da encarnação é como uma peregrinação, é como uma maratona que coloca o Espírito em condições de assumir a sua vida eterna, a sua vida como Espírito imortal, sem as injunções da vida corporal. Isto é fundamental! Não há como pular essa etapa.
Mas, precisa haver expiação, precisa haver o elemento expiatório? Não! Kardec pergunta isto: ‘Todos os Espíritos percorrem a trilha do mal?
’ do mal não da ignorância Percorrer os caminhos do mal é uma opção. Não é uma fatalidade. Não há nenhuma fatalidade no mal.
O mal sempre é uma opção. Sempre é uma opção. Eu escolho a fieira, o caminho do mal e, ao escolher o caminho do mal, Ao escolher o caminho do mal, eu opto por um elemento que está atrelado ao mal que é o resgate,ma expiação.
Este é o ponto que nós precisamos compreender: toda vez que o Espírito opta pelo mal, ele já está fazendo a escolha pela expiação, já está incluso no pacote. Então,eu opto pelo caminho do mal, eu já escolhi o arrependimento, a reparação e a expiação, que são as três fases de equilíbrio do mal. Com o mal eu gero um desequilíbrio, é preciso, agora, recompor esse desequilíbrio e está lá no Código Penal da Vida Futuro do livro O Céu e o Inferno em que Kardec resume, de uma forma brilhante, esse processo: Arrependimento, expiação e reparação.
Arrependimento é o toque consciencial: eu me dou conta da péssima escolha que fiz decido não mais fazer. Eu reparo porque a minha escolha gera consequências na vida comunitária e na vida das pessoas que me cercam. Então, se eu causei prejuízo é preciso reparar este prejuízo no coração das pessoas que eu prejudique e na comunidade onde eu pratiquei o mal.
E, é preciso expiar e a expiação nos permita uma reflexão: a expiação é mudar de posição. A expiação é você ocupar o outro lado da moeda, é você experimentar o que é estar do outro lado, estar do lado de quem é agredido, de quem é ferido, estar do lado de quem teve os seus direitos desrespeitados. Então, somente quando a gente ocupa o outro lado, nós temos um ganho psicológico: aumenta o nosso discernimento do mal.
Então olha Por isso, que a árvore é do discernimento, do conhecimento do bem e do mal. Precisava ser assim? Não!
Existe a árvore da vida que também confere discernimento, que também confere conhecimento dos caminhos tenebrosos, porque a árvore da vida não é uma árvore de evolução por ingenuidade. Não! Não é.
Há uma fala bonita que reflete isto aqui: quando André Luiz é atendido na colônia Nosso Lar, quem o atende é o médico Henrique de Luna e, ao lado dele, está Clarêncio. Ele se assusta quando o médico diz a ele que ele havia chegado pelas portas do suicídio suicídio indireto, que é aquele suicídio fruto do desgaste imprudente do nosso corpo físico através de uma alimentação desequilibrada, através de uma falta de exercício de cuidado do corpo físico, do excesso de bebida, do excesso mesmo de desgaste, de não dormir etc, etc. .
. Do não cuidado com o corpo e dos excessos. Ele se assusta com aquilo e, depois, entra numa crise porque ele reconhece quando o médico fala para ele: você teve sífilis… Daí ele fala: ‘Meu Deus, fui descoberto.
’ E, ele entra em um choro convulsivo e Clarêncio então consola ele dizendo assim: que ele asserenasse o Espírito e diz para ele: ‘também nós perambulamos pelo caminhos que você percorreu’. ‘Perambulamos’ - olha que interessante isto -, porque isto está descrevendo essa opção de comer do fruto do conhecimento do bem e do mal. Ou seja, comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal é perambular, é perder-se nos despenhadeiros do mal e do crime.
Perambular. É cair nos despenhadeiros do mal, nos processos da ilusão, da ilusão que assalta a inteligência na feliz expressão do benfeitor Emmanuel no livro Pensamento e Vida: que a mente humana evolui entre ilusões que assaltam a inteligência, a inteligência é agredida pela nossa ilusão. Se você não estivesse um processo de automatismo, de carência, se você não estivesse em um processo de fragilidade, de compulsão emocional, de um desejo que se transformou numa obsessão e tomou conta, a sua inteligência seria capaz de discernir que aquilo não é bom, que aquela opção não é boa e você poderia o quê?
Escolher. Escolher. Mas, como a ilusão apossou-se da sua inteligência, você já não escolhe, você simplesmente vai de roldão, vai no impulso, na pulsão, na paixão, no apego, na fragilidade, na carência etc, etc… e, aí, experimenta os despenhadeiros, os resvaladouros, os caminhos tenebrosos do mal.
É isto que está descrito aqui, quando Clarêncio diz também nós perambulamos pelos caminhos de onde você está saindo, porque não é uma caminhada. A caminhada consciente é a caminhada da árvore da vida. Porque árvore da vida?
Porque eu não morro no processo. Mas, como assim? Morrer é diferente de desencarnar.
É diferente! Desencarnar é o processo pelo qual passa todo o Espírito que encarnou. Toda pessoa, todo Espírito que encarna, ele desencarna, porque encarnar é algo temporário, não é definitivo, ninguém encarna para sempre.
Nós encarnamos por um tempo. Nós vamos desencarnar, mas isto não é morrer. Morrer é estiolar-se psiquicamente.
Morrer é violentar-se através da violência que nós causamos ao outro. Eu acho que estou violentando ao outro, mas na verdade, estou me violentando. Eu acho que estou prejudicando, mas, na verdade, eu estou me prejudicando.
Eu gero a morte e a morte é inércia, a morte é perda de opção. Quando eu entro no processo expiatório, eu tenho o meu livre arbítrio tolhido. Claro: você escolheu lá atrás.
Agora é a hora da colheita. Na colheita você não tem o mesmo grau de livre arbítrio do plantio. Por isso que os Espíritos dizem: ‘cuidado com o que você planta’.
Ou como diz o ditado popular: Quem semeia vento, colhe tempestade. Se eu estou sempre semeando a discórdia a mentira, a fofoca, Estou sempre colocando as pessoas umas contra as outras, estou sempre com segundas intenções, estou sempre procurando o lado podre da maçã, estou sempre focando nos defeitos, nas dificuldades, nas mazelas humanas. O que eu vou colher?
O que que eu vou colher? Invariavelmente, eu vou colher o que estou buscando ali. Eu só vou receber aquilo que estou buscando.
Na colheita, meu livre arbítrio é reduzido e, isto, é morte. Esta é a morte! O que está descrevendo, aqui, o que Deus, na linguagem simbólica do Velho Testamento, vai determinar para serpente, determinar para a mulher e determinar para o homem pra Adão pra Eva pra serpente são as consequências, é o processo expiatório, é o processo de resgate, é o processo de morte.
Por isso foi dito: ‘não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comeres certamente morrerás’. Certamente morrerás. É importante isto.
importante nos Por que nós estamos estudando isto aqui? Nós que estamos engajados, agora, em um processo de evolução consciente com as luzes do Consolador prometido, nós estamos em busca de vida e vida em abundância. Para isto é preciso desvincular dos processos de morte.
Entenda: não estou falando dos processos de desencarnação, não tem problema nenhum em desencarnar. Nenhum O problema é morrer - que é diferente-: é a morte da consciência, é a morte do sentimento. Porque vida é essa sensação interior de realização, de paz íntima, de bondade, de amor, de opção, de escolha, de construção.
O que nos mata não é a dificuldade e o esforço. Não é! Você chega para o concertista e ele está ali com seu instrumento estudando oito horas por dia e não quer sair não.
Pergunta se ele quer ir para outra profissão fazer outra coisa? Ele não quer, ele está ali com alegria, com amor, fazendo aquele esforço porque aquilo ali lhe dá vida. Não é o esforço que tira a vida.
Geralmente, o Espirito que foge do dever, foge do esforço, foge da dificuldade, já está em um processo de morte de morte psíquica porque a vida pede movimento, a vida pede esforço,a vida pede obstáculos, porque a vida brilha, a vida se manifesta no obstáculo, na superação. Olha que bonito isto! Nós, que estamos buscando uma evolução consciente, evolução por escolhas Escolhas com discernimento, temos que nos afastar dos processos de morte.
Quais são os processos de morte? Tem vários, Mas nós poderemos citar aqui alguns que são vitais (vitais é até paradoxal, alguns que são mortais Vitais, não. Que são mortais) Os processos de morte: primeiro, focar Focar na imperfeição, no erro, no provisório, no mal.
Focar E, aqui o foco, eu estou usando a linguagem da máquina fotográfica. Máquina fotográfica. Quando você vai tirar uma foto, ou a máquina está fazendo isso automaticamente por você, ou você está fazendo isso manualmente.
Você escolhe o que quer que saia na fotografia. Tem uma pessoa ou você quer pegar o fundo? Você quer pegar aquela montanha que está atrás da pessoa ou você quer pegar o rosto da pessoa?
O que você está focando? Porque não dá para ter tudo, amigo, tem que escolher: o que você está focando? Muitas vezes, nós escolhemos focar o desagradável.
Entendem? Focar o bem não significa ser ingênuo, bonzinho, tolinho e não ver a dificuldade. Não é isso!
É porque não há prova de que a pessoa que foca no mal se torna mais competente para resolvê-lo. Pelo contrário: geralmente, a pessoa que foca na dificuldade ela se incapacita para resolver a dificuldade porque ela fica emocionalmente perturbada e aquele que foca na solução, invariavelmente, é o mais apto para resolver o problema, porque está focado na solução e não no problema. Então já começa por aí.
O que eu estou escolhendo: o defeito? Há uma séria de pessoa convivendo comigo, eu vou focar no defeito delas? Porque tudo o que você foca, vem ao seu encontro.
Focar nos defeitos, nas dificuldades, nas deficiências, no mal, na maldade, na má intenção, na sordidez, focar nisto é aliar-se aos processo de morte. Isto é um ponto fundamental! Ser reativo, Ser reativo, sempre entrar em processo de disputa, de ofensa, de diminuir o outro, de me impor, é aliar-se com a morte, porque a pessoa que está em paz consigo mesma, a pessoa que está fazendo aquilo que a consciência dela aponta e que está cumprindo com amor e com devoção, ela tem paz, ela não disputa com ninguém, ela não tem necessidade de disputar com ninguém, já está em paz já está em paz consigo mesmo.
Olha como nós vamos selecionando os processos de morte e vai fazendo as escolhas. Se eu tenho um processo de falta interior e eu procuro preencher isto com elementos externos: comida, ou bebida, ou bens materiais, ou relacionamentos, se eu estou procurando suprir a minhas carências com isto externo, estou me aliando aos processos de morte. Claro!
O desafio é gigantesco, ó desafio desse texto aqui porque ele está mostrando o reverso, ele está mostrando a opção de quem focou no exterior, nos processos de morte e ai vai suportar todas as consequências, nos vamos ver aqui vai suportar todas as consequências tudo, tudo, tudo. . .
Então vamos lá: havia uma relação íntima de paz, amor, respeito, carinho da criatura com o Criador e a criatura trai esse relacionamento, Ela traiu esse relacionamento. Ela feriu essa relação. Quando ela fere essa relação, nós vamos ver quem que começou este processo: Eva.
Isto vai culminar em quê? Eva dando à luz a Caim, o primeiro homicida. Mas, o que fez Caim?
O que é o Caim? Caim é a cópia da mãe dele. O Caim é uma cópia da mãe.
Caim será o espelho de Eva. Ela vai olhar em Caim, vai pensar que está olhando para outra pessoa, mas, na verdade, ela está vendo ela! Isto é forte!
É forte. Porque ela optou, Foi ela que escolheu. Ela poderia escolher entre a proposta de Deus, e a proposta da serpente, mas ela se encantou pelos processos de serpente, de vaidade, de orgulho, de egoísmo, de prepotência, de poder, de domínio, de dominar, de usurpar, usurpar… porque a proposta da serpente é uma proposta de usurpar aquilo que pertence a Deus, avançar na competência de Deus.
Isto é sério! Isso é sério. É muito profundo e, hoje, nós vivemos isto aí, nesses conflitos que estão acontecendo, agora, entre nações, nós percebemos seres humanos se arrogando no direito de serem Deus, querendo determinar sobre a vida e a morte, querendo conduzir a vida de uma nação, de uma multidão, ou seja, usurpando aquilo que é de Deus isso gera consequências e são sempre consequências de morte Morte e de desencarnação.
Não vamos confundir morte com desencarnação Morte e desencarnação. quantos estão desencarnando em processos dolorosos por conta da morte que foi buscada. Então, o texto é profundo.
O texto é profundo. E, o texto lida com a progressão do mal. O que que significa isto?
Pra gente fechar aqui esse episódio. Você planta, você tem uma mudinha, Uma muda de um pé de laranja. Uma muda.
Essa muda, naturalmente, veio de uma semente. Veio de uma semente… Como não é tão simples assim, não basta colocar a semente na cova, o processo é mais delicado, a partir da semente, você chegou na muda e, daí, você pega uma muda, faz a cova, coloca uma mudinha uma sementinha… plantou, cuidou: a árvore cresceu. E então, quando a árvore tiver madura, Ela vai produzir uma laranja.
É assim? Não! Não é assim.
Na lei divina nada funciona um por um, nada funciona um por um. É um por trinta, um por sessenta, um por cem. Está lá no Evangelho.
Há uma progressão: é uma muda de laranja e eu tenho um pé que vai produzir milhares de laranjas ao longo de um tempo. Agora, hei, escuta aqui: no mal também! No mal também.
Eu venho com uma mudinha de maldade (minha caixa de horrores), planto a mudinha, semeio aquela maldade ou eu pratico um ato de maldade e aquilo vai gerar um elemento? Não. Aquilo vai frutificar e vai produzir uma multidão de maldade.
Se eu não tomar cuidado, eu estou com um pomar de maldade, produzindo um por trinta, um por sessenta, um por cem. E, quando a criatura se dá conta, ela está mergulhada em processos complicadíssimos de frutificação do mal que ela praticou, porque o mal também tem uma progressão. O que o texto quer mostrar aqui é que uma decisão que parece ingênua, que a decisão de Eva afastar a proposta divina e ficar com a proposta da serpente, vai ter uma consequência global, global isto vai afetar o planeta: a progressão do mal.
Não sejamos ingênuos. Não sejamos Uma escolha Uma escolha pode afetar uma família por cem, duzentos anos, Aliás, tem um livro que ganhou o prêmio nobel de literatura Gabriel Garcia Marques, o livro se chama Cem Anos de Solidão: você vai ter uma personagem, uma escolha que vai afetar várias gerações, porque os Espíritos refletem-se reciprocamente e fica ali aquela comunidade de Espíritos presa em um paradigma existencial, em um modus operandi. Ficam todos, ali, escravos, girando em torno daquela dificuldade durante cem anos de solidão, duzentos, trezentos, em um processo que nós vamos chamar de ‘a progressão do mal’.
A progressão do mal. Na progressão do mal, nós só temos que estarmos vigilantes para que a gente não faça parte dela, ainda que a nossa contribuição seja minúscula. seja minúscula.
Nunca Nunca emprestarmos as nossas faculdades, a nossa inteligência e o nosso sentimento para os processos de progressão do mal, porque o mal e o bem tem uma característica: eles sempre retornam para a fonte, são energias que circulam e regressam para a fonte de onde eles foram emanados. Nós sempre receberemos de volta o bem e o mal que emanamos, que saiu do nosso círculo. Então aqui, é preciso prestar a atenção: nós vamos examinar detalhadamente o que coube à serpente, o que coube à Eva e o que coube à Adão.
E vamos perceber que a palavra fala ‘maldito’, ‘maldizer’. Mas nós precisamos, agora, nós já temos condições de entender isso melhor: o processo, aqui, é homeopático. O que é homeopático?
Semelhante cura semelhante. Eva buscou algo e ela vai receber algo exatamente que ela buscou. Nossa, mas é muito sofrimento!
Mas, foi o que ela buscou! Ela só não tinha consciência de que era isto que ela estava buscando, mas foi o que ela buscou. No final do processo, ela vai ganhar em discernimento, ela vai aprender a discernir o que é pão e o que é pedra, o que é peixe e o que é serpente, porque tem muita pedra disfarçada de pão e tem muita serpente disfarçada de peixe.
Eu me lembro de um poema bonito do Casimiro Cunha que no SER foi até musicado e a gente apresentou no lítero-musical que diz assim: 'Esperas bens neste mundo? Acalma o teu coração. Às vezes, no fim da estrada há fel e desilusão.
' Você buscou uma coisa, achando que aquilo ia te proporcionar 'x', 'y', 'z', mas, na verdade, você não conhecia aquilo que você estava buscando e, depois, de experimentar e de viver tudo aquilo, você chega à conclusão de que aquilo que você buscou, na verdade, tinha mais fel e desilusão do que o benefício que você estava enxergando. Mas, não se agaste, não! Aprendeu a discernir, aprendeu a escolher, aprendeu a optar, fazer escolhas e, isto, é processo evolutivo.
Mas, isto nós desenvolvemos no nosso próximo episódio.
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