Revolta dos Alfaiates (2/2) - De Lá Pra Cá - 16/11/2009

[Aplausos] Maria Helena flexor é professora da Universidade Católica de Salvador ela é especialista em leitura de manuscritos ela teve acesso a todos os autos dos processos dos acontecimentos de 1798 e nós estamos aonde professora no Dique de Tororó o que que o Dique do Tororó tem a ver com a conspiração dos alfaiates é que antes de ser denominado di Tororó ele e ser só desse tamanho ele se estendia até a ladeira do Desterro Então ele era chamado Dique do Desterro não é e foi justamente o local a onde supostamente os conspiradores se reuniriam no dia

12 de agosto de 98 para declarar não é a guerra digamos ao [Música] poder Nós estamos comemorando 210 anos de quê do final do desfecho da da Conspiração dos alfaiates né que cominou com a morte de quatro eh indivíduos né que foram escolhidos através de todo o processo para servirem de exemplo para a população né para não voltarem a cometer né o grande crime de lesa Majestade na verdade a a reação eh da coroa foi uma reação de Mita truculência sanguinária né dezenas foram condenados a 500 açoites na repressão a essa conjuração baiana não foram

só os quatro enforcados e esquartejados não dezenas foram condenados a açoites o outros a degredo na costa da África que equivalia à morte mandar um sujeito naquelas condições né degredado era condenar a morte então foi uma repressão violenta também a A coroa portuguesa não não brincava em serviço pois é Marco uma das coisas que marca essa Conjuração é exatamente essa coisa de que quem terminou sendo punido enforcado em praça pública foram pretos paros né e e e e já os brancos é o caso de ciprian de uma maneira ou de outra terminou se safando verdade

você tem uma explicação para essa para esse para esse e essa diferença no tratamento e eh eh e em relação aos revoltosos que a coroa portuguesa na época em boa medida o estado brasileiro depois fazia uma distinção de classe e de raça né quer dizer não admitir que as pessoas pobres se tornassem protagonistas elas mesmas do do processo político e tudo mais então era uma medida exemplar né para mostrar que se vocês se meterem a fazer isso vão sofrer essa punição e os qu política na coisa de po política na coisa de popr exatamente E

aí foram enfocados esquartejados da mesma maneira que o Tiradente tinha sido naquela época também num espetáculo público né de punição e e por outro lado era uma maneira de proteger as pessoas da Elite que tinham laço tinham ligações tinha um [Música] contato [Música] fale um pouco sobre o enforcamento conte um pouco o dia do enforcamento o dia do enforcamento foi na manhã do dia 8 de novembro né e eh 210 anos quase 210 anos atrás uma manhã extremamente quente como essa que a gente tem aqui então eles saíram do segredo da relação que naquele momento

é na cadeia né n que ficava no tribunal da relação eh acompanhado pelo senado da câmara acompanhado pelos merinos acompanhado enfim por toda a burocracia local né da coroa agentes foram lotando as as ruas e houve eh com uma série de padres regulares e seculares tirando confissão tomaram confissão né desses homens e eles se arrependeram né No momento final ah de suas vidas eles num numa catar coletiva eles acabaram se convertendo porque eles foram acusados sobretudo de de darem as costas à igreja católica n um dos grandes crimes deles né eles foram enforcados imediatamente após

o enforcamento Eles foram esquartejados tiveram seus corpos completamente esquartejados né Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga teve as mãos foram e foram penduradas e foram expostos em locais da públicos dessa cidade locais onde eles frequentavam bastante [Música] essa conspiração teve influência das ideias da Revolução Francesa como é que os intelectuais eram difundiam essas ideias aqui Salvador olha são vários a maior parte não foi não é não foi se quer citada se quer presa se quer muitos não foram pres E como eu disse dois fugiram nunca né vi nem foram condenados também porque a tem o

caso Cipriano Barata que vai participar do movimento da Independência do Brasil depois né Eh a gente sabe da presença deles porque foram sequestrados todos os bens e todos eles todos 54 né então a gente vê textos parados no meio em que estavam traduzindo textos franceses para português né para poder passar para para os outros ou eles próprios faziam escritos né acerca do movimento francês professor fala mais um pouco sobre o o a figura eh de sipiano barata não só nesse Episódio eh da conjuração baiana mas ao longo eh eh da sua história pessoal e política

uhum bom Cipriano José barata era um lavrador empobrecido hum aliás uma das razões da luta pela independência era esse empobrecimento de uma parte dos lavradores né ou as dificuldades que eles encontravam para produzir e exportar muito bem o Cipriano era de uma família assim um um lavrador empobrecido e que tinha uma cabeça el estudou se formou foi médico né uma coisa Pois então e agora a cabeça dele era uma cabeça de esquerda então Ele denunciou a escravidão denunciou a grande propriedade o latifúndio e denunciou a injustiça política a a a a injustiça do jogo político

o fato de o jogo político S só ser acessível para uma parte da população Então ele era perfeitamente politizado e uma coisa interessante tinha uma vocação jornalística como poucos alguns antes dele tiveram essa vocação e muitos tiveram depois obviamente inclusive você uma vocação jornalística típica ele era uma vocação jornalística e enquanto lutava ele fazia jornais e via no jornal uma forma de luta ele era médico né formado em Coimbra que era o lugar das elites era um homem branco mas sempre teve muito mais próximo das aspirações políticas né das cam das pobres e ele foi

um dos conspiradores mais ativos dessa conjuração baiana conv muitas testemunhas apontam isso embora quando tenha sido preso ele negou ele negou realmente que não tinha nada com isso apesar das evidências encontraram e depois de quase dois anos preso ele acabou absolvido e foi o único desse grupo todo que teve uma trajetória longa posteriormente mantendo mais ou menos as mesmas ideias né de de transformação democrática popular da sociedade ele foi adiante e eh e participou de lutas da época da Independência de rebeliões de outros movimentos e conheceu muitas prisões ficou muitos anos preso na diz que

foi o civil que mais conheceu prisões militares no Brasil nós estamos na R Jão de Deus com de césares que é o compositor do lodu Mirim que compôs um canto para igualdade que fala da Revolta dos bujos o que que levou você a fazer essa música a minha inspiração pra música elevada juntamente com o que me foi passado dentro da escola do lod o segmento de como foi idealizado e Realizado a conjuração baiana os ideais de de luta em pró de uma causa comum para todos os baianos os de fraternidade igualdade de melhoria na situação

social como Liberdade da classe Negra escrava como a melhoria no salário da época um sentimento mesmo de querer evoluir evolução em prol de uma caa única o sentimento de liberdade perante uma nação igualdade perante o seu povo [Música] Esperança meus irmãos da Bahia já se pode ouvir um canto para igualdade no Olodum somos todos iguais gonzagas Lucas fortinha João de Deus e nossos ideais Esperança meus irmãos da Bahia e assim pode ouvir um canto para igualdade no Olodum somos todos iguais con zagas Lucas fostino João de Deus e nossos ideais eu sou Cavaleiro da Luz

do Olodum sou Olodum Sim eu sou Mensageiro da Liberdade filho do Sol grito libertado sou Cavaleiro da Luz do ludum sou ludum sim eu sou Mensageiro da Liberdade filho do S grito libertado tenho o sangue do meu povo negro lag buus em meu colar Olodum a chegada da hora que seremos todos iguais ideais iluministas Fraternidade igualdade povo bahiense renascida é tempo de liberdade ideas iluministas Fraternidade e igualdade povo bahiense renascido é tempo de liberdade eu sou Cavaleiro da Luz Olodum sou Olodum se eu sou Mensageiro da Liberdade filho do S grito Libertador sou Cavaleiro da

Luz Olodum sou Olodum s sou Mensageiro da Liberdade filho do Sol grito Libertador eu sou Cavaleiro da Luz Olodum sou Olodum Sim eu sou Mensageiro da Liberdade filho do S grito [Música] Libertador [Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] a