um quarto de despejo Diário de Uma favelada Carolina Maria de Jesus O Quinze de julho de 1955 Aniversário de minha filha Vera Eunice eu pretendia comprar um par de sapatos para ela mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos atualmente somos escravos do custo de vida eu achei um par de sapatos no lixo lavei e remendei para ela calçar eu não tinha um tostão para comprar pão então eu lavei três litros e troquei com o Arnaldo ele ficou com os litros e deu uma Então fui receber o dinheiro do Papel
recebi 65 cruzeiros comprei 20 de carne 1 kg de toucinho e 1 kg de açúcar e seis cruzeiros de queijo e o dinheiro acabou se passei o dia indisposta percebi que estava resfriada à noite o peito do imi comecei tossir resolvi não sair à noite para catar papel Procurei meu filho João José ele estava na e feliz perto de Carvalho Perto do Mercadinho o ônibus já tirou um garoto na calçada EA turma frio se ele estava no núcleo dele uns tapas em 5 minutos ele chegou em casa a blusa e as Crianças a lei teias
e abre-me e a Lei teme Esperei até às 11horas Um Certo Alguém ele não veio tomei um Melhoral e deitei-me novamente quando despertei o astro-rei deslizavam no espaço a minha filha Vera Eunice dizia vai buscar água mamãe a 16 de julho levantei obedecer a very nice fui buscar água fiz o café avisei as crianças que não tinha pão que tomassem café simples e comesse carne com farinha ele estava indisposta resolvi benzer me abrir a boca duas vezes certifiquei-me que estava com mau olhado a indisposição desapareceu sair e fui ao seu Manoel levar umas latas para
vender tudo quanto é o encontro no lixo o cabo para vender deu três e cruzeiros fiquei pensando que precisava comprar pão sabão e leite para ver Eunice e os três cruzeiros não dava cheguei em casa aliás no meu barracão nervosa Exausta pensei na vida atribulada que eu levo o papel lavo roupa para dois jovens permaneço na rua o dia todo estou sempre falta a Vera não tem sapatos e ela não gosta de andar descalça faz uns dois anos que eu Eu quero uma máquina de moer carne e uma máquina de costura cheguei em casa fiz
um almoço para os dois minutos arroz feijão e carne e vou sair para catar papel deixei as crianças recomendo eles para brincar no quintal e não sair na rua porque os péssimos vizinhos que eu tenho não dão sossego os meus filhos sa indisposta com vontade de deitar mas o pobre não repousa não tem o privilégio de gozar descanso eu estava nervosa interiormente e é maldizendo a sorte catei dois sacos de papel depois retornei catei uns ferros umas latas e lembra venha pensando quando chegar na favela vou encontrar novidades talvez a Dona Rosa ou é indolente
Maria dos Anjos brigaram com meus filhos encontrei a veronice dormindo e os meninos brincando na rua pensei são duas horas tenho que vou passar o dia sem novidade o João José de avisar-me que a perua que dava dinheiro estava chamando para dar mantimentos peguei a sacola e fui era o dono do Centro Espírita da Rua Vergueiro 103 ganhei 2 kg de arroz idem de feijão e 2 kg de macarrão fiquei contente a perua foi se embora o nervoso interior que eu senti ausentou-se Aproveitei a minha calma interior para eu ler peguei uma revista e sentei
no Capim recebendo os raios solar para aquecer me li um conto quando ele seria outro surgiu os filhos pedindo pão escreve um bilhete e dei o meu filho João José para ir a um Arnaldo comprar um sabão 2 melhorais e o resto de pão pois água no fogão para fazer café no João retornou se disse que havia perdido os melhorais voltei com ele para procurar não encontramos Quando eu vinha chegando no portão encontrei uma multidão crianças e mulheres que vinha o que o José Carlos havia pelejado suas casas para eu repreendê-lo a 17 de julho
domingo um dia maravilhoso o Céu Azul sem nuvens o sol está tendo deixei o leito as 6:30 fui buscar água fiz café tendo só um pedaço de pão e 3 cruzeiros de um pedaço a cada um pois feijão no fogo que ganhei ontem do Centro Espírita da Rua Vergueiro 103 Fui lavar minhas roupas Quando retornei do Rio feijão estava cozido os filhos pediram pão desde 3 cruzeiros ao João José para ir comprar pão hoje é a Nair Matias Quem começou a implicar com os meus filhos a Sílvia e aí o esposo já iniciaram o espetáculo
ao ar livre ele está ali espancando e eu estou revoltada com que as crianças presenciam ouvem palavras de baixo calão ó se eu pudesse mudar daqui para um núcleo mais decente fui na Dona Flor é pedir um dente de alho e fui na dona Anália e recebi o que esperava e não tem fui torcer as minhas roupas a dona Aparecida perguntou a senhora está grávida não senhora responde gentilmente ele xinguei interiormente se estou grávida Não é de sua conta Tenho pavor dessas mulheres da favela tudo quer saber a língua delas é como os pés de
galinha tudo espalha está circulando rumor que eu estou grávida e eu não sabia sair à noite e fui catar papel quando eu passava perto do campo do São Paulo várias pessoas saíram do campo todas brancas são preto e o Preto começou a insultar-me vai catar papel minha tia Olha o buraco minha tia e eu estava indisposta com vontade de deitar mas para seguir encontrei várias pessoas amigas E parava para falar quando eu subir a Avenida Tiradentes encontrei uma senhoras uma perguntou sarou as pernas depois que eu peguei e fiquei boa graças a Deus e até
pude dançar no carnaval com minha fantasia de penas quem operou me foi o Doutor José Torres Neto bom médico e falamos de políticos quando uma senhora perguntou-me o que acho do Carlos Lacerda responde e conscientemente muito inteligente mas não tem educação é um político de Cortiço que gosta de intriga É um agitador uma senhora disse que foi pena a bala que pegou o major podia acertar no Carlos Lacerda mas o seu dia chegará comentou outra várias pessoas afluíram se eu era o alvo das atenções fiquei apreensiva porque Tu já tá no papel Andrea giosa depois
não mais quis falar com ninguém porque precisava catar papel precisava de dinheiro eu não tinha dinheiro em casa para comprar pão Trabalhei até às 11:30 Quando cheguei em casa era 24 horas esquentei comida dei para ver um nesse jantei e deitei em quando despertei os raios solares penetrava pelas frestas do Barracão e dezoito de Julho levantei às 7:00 Alegre contente depois que veio os aborrecimentos fui no depósito receber 60 cruzeiros tá sendo Arnaldo Comprei pão leite paguei o que devia e reservei dinheiro para comprar Licor de Cacau para ver um mês cheguei no inferno abrir
a porta e todos os meninos para fora a Dona Rosa assim que viu o meu filho José Carlos começou a implicar com ele não queria que o menino passasse perto do barracão dela saiu com o pau para espancá-lo uma mulher de 48 anos brigar com criança às vezes eu saio ela vem até a minha janela e joga o vaso de fezes nas crianças quando eu retorno encontra os travesseiros sujos e as Crianças feridas ela odeia me diz que sou preferida pelos homens bonitos e distintos e ganho mais dinheiro do que ela e surgiu a Dona
Cecília veio repreender os meus filhos de joguei mais direta ela retirou-se eu disse tem mulher que diz saber criar os filhos mas algumas têm que os filhos na cadeia classificado como um mal elemento ela retirou-se veio a indolente Maria dos Anjos eu disse ele estava discutindo com a nota já começou a chegar os trocos os centavos eu não vou na porta de ninguém e vocês que vem na minha porta aborrecer me Eu Nunca xinguei feliz de ninguém nunca fui na porta de vocês reclamar contra os seus filhos não pensa que eles são santos é que
eu tolero crianças e veio a dona Silvia reclamar contra os meus filhos que os meus filhos são mal educados mas eu não encontro defeito nas crianças nem nos meus nenhuns dela sei que criança não nasce com senso quando falo com uma criança e dirijo palavras agradáveis o que aborrece elas vem na minha porta para perturbar a minha escasso tranquilidade interior mesmo elas aborrecendo me eu escrevo sem dominar mesmo pulsos tem apenas dois anos de grupo escolar mas procurei formaram meu caráter a única coisa que não existe na favela é solidariedade e veio peixeiro senhor Antonio
Lira e deu-me uns beijos vou fazer um almoço as mulheres saíram deixou-me em paz por hoje ela já deram um espetáculo a minha porta atualmente é teatro todas as crianças jogam pedras mas os meus filhos são os bodes expiatórios ela salud que eu não sou casada mas eu sou mais feliz do que elas elas têm marido mas são obrigados a pedir esmolas são sustentados por associações de caridade dos meus filhos não são sustentados com pão de igreja eu enfrento qualquer espécie de trabalho para mantê-los e elas têm que mendigar e ainda apanharam parece tambor à
noite Enquanto elas pedem Socorro eu tranquilamente no meu barracão ouço valsas vienenses enquanto os esposos quebra as Tábuas do Barracão e os meus filhos dormiam sossegados não inveja às mulheres casadas da favela que levam vida de escravos indígenas e Ah e não estou descontente os que preferiam e eram sua vezes e as condições que eles não punha eram horríveis tem a Maria José mais conhecida por Josefa que reside no barracão da Rua B nº 9 é uma alcoólatra quando está gestante bebe demais e as Crianças nascem e morrem antes dos 12 meses ela odeia me
porque os meus filhos vingam e por eu ter rádio um dia ela pediu meu rádio emprestado decidi que não podia emprestar que ela não tinha filhas podia trabalhar e comprar mas é sabido que pessoas que são dadas ao vício da embriaguez não comprou nada nem roupas os ébrios não não prosperam erra as vezes joga água nos meus filhos ela Lurde que eu não espero que os meus filhos não sou nada violência José Carlos Dias não fique triste mamãe Nossa Senhora aparecidade ter dó da senhora quando eu crescer eu compro uma casa os jogos para senhora
fui catar papel e permanecer fora de casa uma hora Quando retornei vi várias pessoas às margens do rio é que lá estavam o senhor inconsciente pelo álcool e os homens indolentes da favela eles vasculha vão os bolsos roubaram dinheiro e rasgaram os documentos é 5 horas agora que o senhor Heitor ligou a luz e eu vou lavar as crianças para irem para o leito porque eu preciso sair preciso de dinheiro para pagar a luz aqui é assim a gente não gasta luz mas precisa pagar sair fui catar papel andava depressa Porque já era tarde encontrei
uma senhora e a mal dizendo sua vida conjugal observei mas não disse nada amarrei os sacos pois as latas que cavei a outro saco e vim para casa quando cheguei liguei o rádio para saber as horas era 23:55 Skin a corrida clyde Spinner e depois deitei o sono surgiu logo a 19 de julhho despertei às 7:00 com a conversa dos meus filhos deixei o leito fui buscar água as mulheres já estavam na torneira as latas em fila assim que cheguei a Florence Ana perguntou de Que partido é aquela faixa lhe PSB e responde partir do
Social brasileiro passou o senhor Germano Ela perguntou novamente Senhor irmã no essa faixa de Que partido do Jânio ela rejubilou se e começou a dizer que o Doutor Adhemar de Barros é um ladrão que só as pessoas que não presta que aparecia e acata o Doutor Adhemar eu e Dona Maria poeta uma espanhola muito boa defendemos o Doutor Adhemar Dona Maria disse eu sempre fui Ademar esta gosto muito dele e de Dona Eleonor a Florence Ana perguntou ele já deu os mola senhora já deu hospital o Lucas chegou a minha vez pois a minha lata
para encher a Florence Ana prosseguir elogiando gênio a água começou a diminuir na torneira começaram a falar da Rosa que ela carregava a água desde as quatro horas da madrugada que ela lavava toda a roupa em casa que ela precisa pagar 20 cruzeiros por mês minha lata encheu eu vim embora estive revendo os aborrecimentos que tive esses dias suporta as contingências da vida resulta eu não consegui armazenar para viver resolvi armazenar paciência nunca ferir ninguém tenho muito sexo não quero ter processos o meu registro geral é 8 45 936 fui no depósito receber o dinheiro
do Papel 55 cruzeiros retornei depressa Comprei leite e pão preparei Toddy para as crianças arrumei os leitos pois feijão no fogo varre o barraco E aí o senhor ireno Venâncio da Silva para fazer um balanço para os meninos para ver se eles permanecem no quintal para os vizinhos não brigar com eles dele 16 cruzeiros enquanto ele fazia o balanço eu fui ensaboar as roupas Quando retornei o senhor Irene estava terminando o balanço os meninos deu valor ao balanço só na hora todos queriam balançar o mesmo tempo fechei a porta e fui vender as latas levei
os meninos o destacado e eu gosto que eles recebam os raios solares que Suplicy carregar a Vera e levar o saco na cabeça vende as latas e os metais ganhei 31 cruzeiros fiquei contente perguntei Seu Manuel o senhor não errou na conta não porque porque o saco de latas não precisava tanto para ganhar 31 cruzeiros é a quantia que eu preciso para pagar a luz a despedir-me e retornei me cheguei em casa fiz o almoço em quantas panelas servia eu escrevi um pouco dei o almoço as crianças e fui no cabine catar papel deixei as
crianças brincando no quintal tinha muito papel trabalhei depressa pensando que aquelas bestas humanas são capazes de invadir o meu barracão e não tratar meus filhos trabalhei apreensiva e agitada a minha cabeça começou a doer Elas costumam esperar eu sair para vir no meu barracão espancar os meus filhos justamente quando eu não estou em casa quando as crianças estão sozinhas e não podem defender-se na sua velas as jovens de 15 anos permanecem até a hora que das querem mescla-se com as meretrizes contam suas aventuras aos que trabalham e aos que levam à Vida a torto EA
direito as pessoas de mais idade trabalham os jovens é que renegam trabalho e diz que cartão frutas e legumes nas feiras tem as igrejas que dá pão tenho São Francisco que todos os meses da mantimentos café sabão etc elas vai na feira carta a cabeça de peixe tudo que pode aproveitar come qualquer coisa tem estômago de cimento armado às vezes eu ligo o rádio e dança com as crianças simulamos uma luta de boxe hoje eu comprei marmelada para eles assim que der um pedaço a cada um percebi que eles me dirigiam o olhar terno e
o meu João José disse que mamãe boa quando as mulheres feras invade o meu barraco os meus filhos que eles joga pedras elas diz que crianças mal educadas eu digo os meus filhos estão defendendo vocês são em curtas não pode compreender vou escrever um livro referente à favela e digitar tudo o que aqui se passa e tudo que vocês me fazem eu quero escrever o livro e vocês com estas cenas desagradáveis Me fornece os argumentos a Silvia pediu-me para retirar o seu nome do meu livro Ela disse você é mesmo uma vagabunda dormia no albergue
noturno o seu fim era acabar na maloca eu disse está certo quem dorme no albergue noturno são os indigentes não tem recurso e o Finn é mesmo nas malocas e você que diz nunca ter dormido Não albergue noturno O que veio fazer aqui na maloca você era para estar residindo numa casa própria porque a sua Vida rodou igual a minha ela disse a única coisa que você sabe fazer é catar papel eu disse gato papel Estou provando como Vivo Estou residindo na favela mas se Deus me ajudar eles mudar daqui Espero que os políticos extingue
as favelas aos que prevalecem do meio em que vive demonstram valentia para o fracos a casa que tem cinco filhos e a velha quem anda o dia inteiro pedindo esmola as mulheres que os esposos adoece e elas não tem nada da enfermidade mantém um ar os esposos quando vê as esposas não celular não Saram nunca mais hoje não saí para catar papel vou deitar não estou cansado não tenho sono ontem eu bebi uma cerveja hoje estou com vontade de beber outra vez mas não vou beber não quero viciar tenho responsabilidade os meus filhos e o
dinheiro gasto em cerveja faz falta para o essencial o que o reprovam nas favelas são os pais que mandam os filhos comprar pinga e das crianças para vender e diz ele tem um briga os meus filhos reprova o álcool o meu filho João José diz mamãe quando eu crescer eu não vou beber o homem que bebe não compra roupas não tem rádio não faz uma casa de Bom dia de hoje me foi benéfico as raças coisas da favela estão vendo eu escrever e sabe que é contra elas resolveram me deixar em paz nas favelas os
homens são mais tolerantes mas delicados as bagunceiras são as mulheres as intrigas delas é igual a de Carlos Lacerda que Rita os nervos e não a nervos que suporta Mas eu sou forte não deixo nada impressionar me profundamente não me Abalo a Vinte de julho deixei o leito as quatro horas para escrever abrir a porta e contemplei o céu estrelado quando o astro-rei começou a despontar eu fui buscar a água tive sorte as mulheres não estavam na torneira enche na lata e zarpei fui no Arnaldo buscar o leite eo pão quando retornava encontrei o senhor
Ismael com uma faca de 30 centímetros mais ou menos disse-me que estava à espera do Benedito e do Miguel para matá-los que eles me espancaram Quando ele estava embriagado e aconselha Não brigaram que o crime não traz vantagens a ninguém apenas deturpar a vida sentir o cheiro de álcool desistir sei que os verbos não atende o senhor Ismael quando não está alcoolizado nem monstro sua Sapiência já foi telegrafista e do Círculo Esotérico tem conhecimentos bíblicos vossa ajudar com Ah mas não tem valor deixa o álcool de dominar embora seu conselho seja útil para os que
gostam de levar a vida decente preparei a refeição matinal cada filho prefere uma coisa a Vera mingau de farinha de trigo torrado o João José café puro no José Carlos Leite branco e eu mingau de aveia já que não posso dar aos meus filhos uma casa decente para residir procuro lhe dar uma refeição com dívida já terminaram a refeição Lavei os utensílios depois fui lavar roupas eu não tenho um homem em casa é só eu e meus filhos mas eu não pretendo relaxar o meu sonho era andar bem limpinha usar roupas de alto preço residir
em uma casa confortável mas não é possível eu não estou descontente com a profissão que exerço já habituei-me andar suja já faz 8 anos que cada papel o desgosto que tenho é residir em favela durante o dia os jovens de 15 e 18 anos sentou na grama e falam de roubo e já tentaram assaltar o Empório do Senhor Raimundo golo e ficou carimbando com uma bala o assalto teve início as quatro horas quando o dia Clareou as crianças que estavam dinheiro na rua e no Capinzal teve criança que já tô 20 cruzeiros em moeda e
sorria exibindo dinheiro mas o juiz foi ser verão se castigou impiedosamente fui no rio lavar as roupas encontrei Dona Mariana uma mulher agradável e decente tem nove filhos e um lar modelo ela e o esposo tratam-se com educação visão apenas viver em paz e criar os filhos ela também ia lavar roupas ela disse-me que o Benedito da Dona Geralda todos os dias e a preso que a rádio patrulha cançou de vir buscar logo arranjou serviço para ele na cadeia achei graça dei risada estendi as roupas rapidamente e fui catar papel que suplício catar papel atualmente
tem que levar a minha filha Vera Nice ela está com dois anos não gosta de ficar em casa eu ponho o saco na cabeça e levo-a nos braços suporta o peso do saco na cabeça e suporta o peso da Vera Eunice nos braços tem hora que revoltam depois do e ela não tem culpa de estar no mundo refletir preciso ser tolerante com os meus filhos Eles não tem ninguém no mundo a não ser eu como é com gente a condição de mulher sozinha sem um homem no lar aqui todos implicam comigo dizem que falo muito
bem que seja atrair os homens quando fico nervosa não gosto de discutir prefiro escrever todos os dias eu escrevo cento no quintal e escrevo não posso sair para catar papel averonice não quer dormir e nem José Carlos A Silva eo marido estão discutindo tem nove filhos e não respeitam se brigam todos os dias vende o papel ganhei 140 cruzeiros trabalhei em excesso senti-me mal Tomei umas pílulas de vida e deitei quando eu ia dormindo despertava com a voz do senhor Antonio Andrade discutindo com a esposa em 21de Julho despertei com a voz de Dona Maria
perguntando-me se eu queria comprar banana em alface olhei as crianças estavam dormindo fiquei quieta quando eles ver as frutas sou obrigada a comprar mandei o meu filho João José no Arnaldo comprar açúcar e pão depois fui lavar roupas em quantas roupas corava eu sentei na calçada para escrever passou um senhor e perguntou-me o que escreve todas as lambanças que praticam os favelados esses projetos de gente uma ele disse escreve depois dá um crítico para fazer a revisão Olhou as crianças ao meu redor E perguntou esses filhos são seus olhei as Crianças meu era apenas dois
mas como todos eram da mesma cor afirmei que sim o seu marido onde trabalha não tem o marido e nem quero uma senhora que estava me olhando escrever despediu-se pensei talvez ela não tenha apreciado a minha resposta é muito filho para sustentar ele abriu a carteira pensei agora ele vai dar dinheiro a qualquer uma dessas crianças pensando que todas são meus filhos foi imprudente mentindo mas a minha filha Vera unicer deu o braço e disse da eu até com papato eu disse ela está dizendo que quero dinheiro para comprar sapatos ele disse dá para sua
mãe erguer os olhos para observá-lo duas meninas e chamava papai eu conheço de vista já falei com ele na farmácia quando eu levei a Vera para tomar injeção contra resfriado Ele seguiu eu olhei o dinheiro que ele deu a Vera 100 cruzeiros um poucos minutos o o círculo que a Vera ganhou 100 cruzeiros E pensei na eficiência da língua humana para transmitir uma notícia as crianças aglomerava se eu levantei e fui sentar perto da casa de Dona Mariana ele pedir um pouco de café já habituei beber café na casa do seu Lino tudo que eu
peço a eles emprestado eles empresta quando eu vou pagar não recebe depois fui torcer as roupas e vim preparar o almoço hoje eu estou cantando estou alegre já pediu aos vizinhos para não me aborrecer Todos nós temos o nosso dia de alegria hoje é o meu uma menina por nome Amália diz a mãe que o espírito lhe pedra saiu correndo para se jogar no rio várias mulheres não impediu gesto passei o resto da tarde escrevendo as quatro e meia o senhor Heitor ligou a luz dei banho nas crianças e preparei para sair fui catar papel
mas estava indisposta e embora porque o frio era demais quando cheguei em casa era 22:30 liguei o rádio tomei banho esquentei comida lin pouco não sei dormir sem Hero gosto de manusear um livro O livro é a melhor invenção do homem a 22 de julho tem hora que revolta com a vida atribulada que levo e tem hora que me conforme conversei com uma senhora que cria uma menina de cor é tão boa para menina de compra vestidos de alto preço eu disse antigamente era Os Pretos que criavam os brancos hoje são os brancos que criam
Os Pretos a senhora disse que cria a menina desde nove meses e que a negrinha dorme com ela e que ele chama de mãe surgir um moço disse ser seu filho com tem umas anedotas eles riram e Eu segui cantando comecei a catar papel subir a Rua Tiradentes cumprimentei-a Senhoras que conheço a dona da tinturaria disse Coitada ela é tão boazinha fiquei repetindo no pensamento ela é tão boazinha e eu gosto de ficar dentro de casa com as portas fechadas não gosto de ficar nas esquinas conversando gosto de ficar sozinha e lembro ou escrevendo virei
na Rua Frei Antônio Galvão quase que não tinha papel a dona Nair Barros Estava na janela eu falei que reside em favela que favela é o pior curtir isso que existe esse dois sacos na Rua Alfredo Maia levei um até o ponto e depois voltei para levar outro percorrer outras ruas conversei um pouco com o senhor João Pedro fui na casa de uma preta levar umas latas que ela havia pedido latas grandes para plantar flores Fiquei conhecendo uma pretinha muito limpinha que falava muito bem disse ser costureira mas que não gostava da profissão e que
admiravam catar papel e cantar Olá eu sou muito alegre todas as manhãs eu canto sou Como as aves que cantam apenas ao amanhecer de manhã eu estou sempre alegre a primeira coisa que faço é abrir a janela e contemplar o espaço há vinte e três de Julho liguei o rádio para ouvir o drama fiz o almoço e deitei dormi uma hora e meia nem ouvir o final da peça mas eu já conheci a peça Comecei fazer o meu diário de vez em quando parava para repreender os meus filhos Bateram na porta mandei Odilon José abrir
e mandar entrar era o seu João perguntou-lhe onde encontrar folhas de batatas para sua filha bochechar um dente eu disse que na portuguesinha era possível encontrar que saber o que escrevi ia eu disse ser o meu diário nunca vi uma preta gostar tanto de livros como você todos têm o ideal o meu a gostar de ler o seu João Deus 50centavos para cada menino quando ele me conheceu eu tinha só dois meninos ninguém tem me aborrecido graças a Deus a 24 de julho levantei 5:00 para ir buscar água hoje é domingo às favelas e cole
em água mais tarde mas eu já habituei-me levantar cedo Comprei pão e sabão pois feijão no fogo e fui lavar roupas no rio chegou Adair Matias lamentando que sua mãe tinha saído e ela tinha que fazer almoço e lavar roupas disse que sua mãe era forte mas que agora lhe puseram um feitiço que o curador disse que era Feiticeira mas o feitiço que invade a família Matias é o álcool Essa é minha opinião a dona Mariana lamentava com seu esposo estava demorando a regressar pois as roupas para curar e vim fazer o almoço Quando cheguei
em casa encontrei a Dona Francisca brigando com meu filho João José uma mulher de 40 anos discutindo com uma criança de 6 anos pois o menino para dentro e fechei o portão ela continuou falando e para fazer ela calar é preciso lhe dizer cala a boca tuberculosa não gosto de aludir os males físicos porque ninguém tem culpa de adquirir moléstias contagiosas mas quando a gente percebe que não pode tolerar a implicância do analfabeto e apela para as enfermidades o seu João veio buscar as folhas de batatas eu disse né Se eu pudesse mudar dessa favela
tem a impressão que estou no inferno sentei ao sol para escrever a filha da Silva é uma menina de 6 anos para Sabe dizer está escrevendo Negra fedida amanhã eu vi e não repreendia são as mães que chegam a Vinte e Cinco de Julho amanhecer contente estou cantando as únicas horas que tem sossego aqui na favela é de manhã hoje a Dona Francisca mandou sua filha de sete anos provocar-me mas eu estava com muito sono fechei a porta e deitei fui visitar o filho recém-nascido de Dona Maria puerta uma espanhola de primeira a Joia da
favela e o ouro no meio de chumbo a 27de Julho levantei de manhã e fui buscar água discutir com esposo da Silvia porque ele não queria deixar eu encher minhas latas não tinha dinheiro em casa esquentei comida amanhecida e daí aos meninos o senhor ireno disse-me que esta noite houve roubo na favela que roubaram roupas da Dona floresia e mil cruzeiros de Dona Paulina o meu macacão também está sendo avisado duas noites que não saio para catar papel para evitar aborrecimentos eu levei o rádio para a casa de Dona Florência e eu que estou querendo
comprar uma máquina de costura seus Lino veio dizer-me para eu ir no quarto dele que eu estou lhe desprezando disse-lhe não é que eu estou escrevendo um livro para vendê-lo Viso com esse dinheiro comprar um terreno para sair da favela não tenho tempo para ir na casa de ninguém o seu gênio existia ele disse bate que eu abro a porta mas o meu coração não pede para eu ir no quarto dele 28 de julho fiquei horrorizada haviam queimado meu cinco sacos de papel a neta de dona Elvira Aqui tem duas meninas e que não quer
mais filhos porque o marido ganha pouco disse nós vimos a fumaça também a senhora põe o sacos ali no caminho põe lá no mato onde ninguém os vê eu ouvi dizer que vocês lá da favela vivem uns roubando os outros e quando elas falam não sabe dizer outra coisa não ser roubo percebi que foi ela quem queimou meu sacos resolvi retirar com nojo delas Aliás já haviam dito me que eles são os portugueses malvados que a Dona Elvira nunca fez um favor a ninguém para eu ficar prevenida não estou recente nada já estou tão habituada
com a maldade humana sei que o saco vamos fazer falta o fim do diário de 1955 em Dois de Maio de 1958 eu não sou indolente há tempos que eu pretendia fazer o meu diário Mas eu pensava que não tinha valor e achei que era perder tempo eu fiz uma reforma em mim quero tratar as pessoas que eu conheço com mais atenção quero enviar um sorriso amável às crianças e aos Operários eu recebi intimação para comparecer às 8 horas da noite na delegacia 12 Passei o dia catando papel à noite os meus pés doíam tanto
que eu não podia andar começou a chover eu ia na Delegacia ia levar o José Carlos A intimação era para ele José Carlos está com 9 anos 13 de Maio Fui na feira da Rua Carlos de Campos catar qualquer coisa ganhei bastante verdura mas ficou sem efeito porque eu não tenho a gordura os meninos estão nervosos por não ter o que comer 16 de Maio de manhã não fui buscar água mandei João carregar eu estava contente recebi outra informação Ele estava inspirado e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na delegacia e era
11 horas quando recordei do convite do lustre pendente da 12 é o que eu aviso aos pretendentes da política é que o povo não tolera fome e preciso conhecer a fome para descrever ela estão construindo um circo aqui na Rua Araguaia circo-teatro Nilo 19 de maio Eucatur papel mas não gosto então eu penso faz de conta que eu estou sonhando Ben 10 de Maio fui na delegacia e falei com Tenente que homem amável Se eu soubesse que ele era tão amável eu teria ido na delegacia na primeira intimação o tenente interessou-se pela educação dos meus
filhos disse-me que a favela é um ambiente propenso que as pessoas têm mais possibilidades de delinquir no que tornar-se útil à Pátria e ao país tem sei se ele sabe disso porque não faz um relatório e envia para os políticos o senhor Jânio Quadros o Kubitschek e o Doutor Adhemar de Barros agora falar para mim que sou uma pobre lixeira não posso resolver nem as minhas dificuldades O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome a fome também é professora quem passa fome e aprende a pensar no próximo e nas crianças a
11 de maio Dia das Mães o céu está azul e branco Parece até que a natureza quero homenagear as mães que atualmente se sentem infelizes por não poder realizar os desejos dos seus filhos o sol vai navegando hoje não vai chover hoje é o nosso dia a Dona Terezinha veio visitar-me ela deu uma e 15 cruzeiros disse-me que era para ver aí um círculo mas eu vou deixar o dinheiro para comprar pão amanhã porque eu só tenho quatro Cruzeiros E ontem eu ganhei metade de uma cabeça de porco no frigorífico comemos a carne e guardei
os ossos e hoje pois os ossos para ferver e com o caldo fiz as batatas os meus filhos estão sempre com fome quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar surgiu a noite as estrelas estão ocultas o barraco está cheio de pernilongos eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes e assim que os favelados matam mosquitos o Treze de Maio Hoje amanheceu chovendo é um dia simpático para mim é o dia da Abolição dia que comemoramos a libertação dos escravos nas prisões os negros eram os bodes expiatórios mas os
brancos agora são mais curtos e não nos trata com desprezo que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam felizes continuar chovendo e eu tenho só feijão e sal a chuva está forte mesmo assim mandei os meninos para escola estou escrevendo até passar a chuva para eu ir lá no senhor Manoel vender os fios com o dinheiro dos Ferros vou comprar arroz linguiça e a chuva passou um pouco vou sair eu tenho tanta dó dos meus filhos quando eles ver as coisas de comer eles brada viva a mamãe a manifestação agrada-me mas eu já
perdi o hábito de sorrir dez minutos depois eles querem mais comida eu mandei o João pedindo um pouquinho de gordura a Dona Rita ela não tinha Manda ele um bilhete assim Dona Helena peço-te pode me arranjar um pouco de gordura para fazer uma sopa para os meninos Hoje choveu e eu não pude ir catar papel agradeço Carolina Choveu e esfriou e o inverno que chega é no inverno a gente come mais e a Vera começou pedir comida e eu não tinha era a represa do espetáculo E eu estava com 2 cruzeiros pretendia comprar um pouco
de farinha para fazer um virado fui pedir um pouco de banho a dona Alice ela deu-me a banha e arroz era 9 horas da noite quando comemos e assim no dia treze de maio de 1958 eu tava contra a escravatura atual a fome a 15 de Maio tem noite que eles improvisam uma batucada e não deixa ninguém dormir os vizinhos de alvenaria já tentaram com abaixo-assinado retirar os favelados mas não conseguiram os vizinhos das casas de tijolos diz os políticos protegem os favelados quem nos protege é o povo e os sentidos os políticos só aparecem
aqui nas épocas eleitorais o senhor Cantídio Sampaio Quando Era vereador em 1953 passava os domingos aqui na favela ele era tão agradável tomava nosso café bebi nas nossas fibras ele nos dirige as suas frases de veludo brincava com nossas crianças deixam boas impressões por aqui e quando candidatou-se a deputado venceu é mas na Câmara dos Deputados não criar um projeto para beneficiar o favelado não nos visitou mais eu classifico São Paulo assim o palácio é a sala de visita a prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o Jardim e a favela é
o quintal onde jogam os lixos e a noite está tépida o céu já está salpicado de estrelas eu que sou exótica gostaria de recortar um pedaço do céu para fazer um vestido e começa a ouvir uns babados saio para a rua é o Ramiro que quer dar no Senhor Benedito mal-entendido caiu uma ripa no fio da luz e apagou a luz da casa do Ramiro por isso Ramiro queria bater no Senhor Benedito porque o Ramiro é forte o senhor Benedita fraco o Ramiro ficou zangado porque eu fui a favor do Senhor Benedito tentei consertar os
fios enquanto eu tentava consertar o fio o Ramiro queria espancar o Benedito que estava alcoolizado e não podia parar de pé estava inconsciente eu não posso descrever o efeito do álcool porque não bebo já bebi uma vez um caráter experimental mas o álcool não me tonteia enquanto eu pretendia consertar a luz o Ramiro dizia Linda Luz legal Alucinante quebra a cara e o fio não dava para ligar a luz precisava midalu sou leiga na eletricidade mandei chamar o Senhor Alfredo que é o atual encarregado da luz ele estava nervoso Olhava O senhor Benedito com desprezo
a Joana que a esposa do Benedito Deus 50 cruzeiros para o Senhor Alfredo ele pegou o dinheiro não sou eu mas ficou Alegre percebi pela sua fisionomia enfim o dinheiro desse povo nervosismo a 16 de Maio eu amanheci nervosa porque eu queria ficar em casa mas eu não tinha nada para comer eu não ia comer porque o pão era pouco será que é só eu que levo a sua vida o que eu posso esperar do Futuro um leite em Campos do Jordão e eu quando estou com fome quero matar o Jânio quer enforcar o Ademar
e queimar o Juscelino as dificuldades corta o afeta do Povo pelos políticos a 17 de Maio levantei nervosa com vontade de morrer já que os pobres estão mal colocados para que viver Será que os pobres de outro país sofrem igual aos pobres do Brasil ele estava descontente que até cheguei a brigar com meu filho e José Carlos sem motivo chegou um caminhão aqui na favela o motorista é o seu ajudante joga umas latas é linguiça enlatada pensa é assim que fazem esses Comerciantes em sociáveis ficam esperando os preços subir na ganância de ganhar mais e
quando apodrece jogam fora para os corvos e os infelizes favelados não houve briga eu até estou achando isso aqui no Nokia veja as crianças abrir as latas de linguiça e exclamar satisfeitas um tá gostosa e a Dona Alice deu-me uma para experimentar mas a lata está estufada já está podre a 18 de Maio na favela tudo circula num minuto e a notícia já circulou que a Dona Maria José faleceu várias pessoas vieram Vila comparecer ouvir sentindo que cuidava dela ele vinha visitá-la todos os domingos ele não tem nojo dos favelados cuida dos míseros favelados com
carinho isso competia Altar o serviço social chegou o esquife cor roxa cor da Amargura que envolve o coração dos favelados a Dona Maria era crente e dizia que os crentes antes de morrer já estão no céu o Enterro é às três da tarde os clientes estão entoando um hino as vozes são afinados tem a impressão que são anjos que cantam eu não vejo ninguém bêbado talvez seja por respeito a extinta mas duvido acho que é porque eles não tem dinheiro Já chegou o carro para conduzir o corpo sem vida de dona Maria José que vai
para a sua verdadeira casa própria que essa Cultura a Dona Maria José era muito boa dias em que os vivos devem perdoar os mortos por que todos nós temos os nossos momentos de fraqueza Chegou o carro fúnebre tava esperando da hora para sair o enterro vou parar de escrever eu vou torcer as roupas quem sabe Ei não gosto de ver enterros a 19 de maio deixei o leito a 5:00 os Pardais já estão iniciando a sua Sinfonia matinal às árvores deve ser mais feliz que nós talvez entre elas reino amizade igualdade o mundo das aves
deve ser melhor do que dos favelados que deitam e não dorme porque deitam-se sem comer é o que o senhor Juscelino tem de aproveitável é a voz parece um sabiá e a sua voz é agradável aos ouvidos e agora o sabiá está residindo na gaiola de ouro que é o Catete cuidado sabe a para não perder essa gaiola Porque os gatos quando estão com fome contento as aves nas gaiolas e os favelados são os gatos têm fome deixei de meditar quando ouve a voz do tá dentro Olha o pão doce que está na hora do
café mal sabe ele que na favela é a minoria quem toma café os favelados comem quando arranjam que comer todas as famílias que Residem na favela tem filhos aqui Rezende uma espanhola Dona Maria poeta ela comprou um terreno e começou a economizar para fazer a casa e quando terminou a construção da casa os filhos estavam fracos do pulmão são oito crianças havia pessoas que nos visitava e dizia Credo para que viver num lugar assim só os porcos isso aqui Elf quero de São Paulo eu estou começando a perder o interesse pela resistência começa a revoltar
e a minha revolta é justa lavei o assoalho Por que estou esperando a visita de um futuro Deputado ele quer que eu faça os discursos para ele ele disse que pretende conhecer a favela que se for eleito had a boleira suas velas a contemplar os caseado céu cor de anil e eu fiquei compreendendo o que eu adoro meu Brasil o meu olhar pousou nos arvoredos que existe no início da Rua Pedro Vicente as folhas movia-se pensei elas estão aplaudindo o meu Gesto de Amor a minha Pátria eu toquei o carrinho e fui buscar mas papéis
a Vera e eu sorrindo e eu pensei no Casemiro de Abreu que disse que criança a vida é bela só se a vida era boa naquele tempo porque agora é porque está apropriada para dizer chora criança a vida é amarga e eu ando tão preocupada que ainda não contém Play Jardins da cidade época das flores brancas acordo predomina e o mês de Maria e os Altares deve estar adornados com flores brancas devemos agradecer Deus ou a natureza que nos deu as estrelas para adornar o céu e as flores para adornar os Prados e as várzeas
e os bosques quando a seguia na Avenida Cruzeiro do Sul e uma senhora com sapato azul e uma bolsa azul a Vera disse me olha mamãe que mulher bonita ela vai no meu carro é que a minha filha Vera Nice disse que vai comprar um carro só para carregar pessoas bonitas a mulher sorriu e a Vera prosseguiu a senhora cheirosa eu percebi que a minha filha sabe bajular a mulher abriu a bolsa e deu-lhe 20 cruzeiros aqui na favela quase todos lutam com dificuldades para viver mas quem manifesta o que sofre é só eu e
faço isso em prol dos outros muitos cartão sapatos no lixo para calçar mas o sapato já estão fracos e aturam só seis dias antigamente Isto é de 1950 até 1956 os favelados cantavam fazer um batucadas [Música] 1957/1958 a vida foi ficando causticante já não sobra dinheiro para eles comprar pinga as batucadas foram cortando se até extinguir-se o outro dia encontrei um soldado Perguntou me você ainda mora na favela por quê Porque vocês deixaram a rádio patrulha em paz é o dinheiro que não sobra para aguardente eu deitei João e a Vera e fui procurar um
José Carlos Telefonei para central Nem sempre o telefone resolve as coisas tomei o bonde fui eu não sentia frio parece que o meu sangue estava 40 Graus fui falar com a polícia feminina que me deu a notícia do José Carlos que estava lá na Rua Asdrubal Nascimento que a Lívia só quem é mãe que pode avaliar e Eu dirigi para a Rua Asdrubal Nascimento eu não sei mudar a noite a fusão das luzes desviam me do roteiro preciso ir perguntando eu gosto da noite só para contemplar as Estrelas cintilantes ler e escrever durante a noite
a mais silêncio cheguei na Rua Asdrubal Nascimento o guarda mandou me esperar Eu contemplava As Crianças uma choravam outras estavam revoltados com a interferência da lei que não lhes permite agir a sua vontade no José Carlos estava chorando quando ouviu a minha voz ficou Alegre percebi o seu contentamento olhou-me e foi olhar mais terno que eu já recebi até hoje o às 8:30 da noite eu já estava na favela respirando odor dos experimentos que métrica com o barro podre quando estou na cidade tem a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de
cristais seus tapetes de veludos almofadas de cetim e quando estão na favela tem a impressão que eu sou um objeto fora de uso digno de estar no quarto de despejo a 20 de Maio o dia vinha surgindo quando eu deixei o leito a Vera despertou e cantou e convidou-me para cantar cantamos o João José Carlos tomaram parte amanheceu garoando o sol está elevando-se mas o seu calor não disse para o frio eu fico pensando Tem época que é só o que predomina Tem época que a chuva Tem época que é o vento Agora é a
vez do frio e entre eles não deve haver rivalidades cada um por sua vez é ao abrir a janela e ver as mulheres que passam rápidos com seus amigos alhos decorados e gastos pelo tempo daqui a uns tempos esses palitol que elas ganharam de outras e que dia muito devia estar no museu não ser substituídos por outros e os políticos que age nos dá devo incluir me porque eu também sou favelada sou rebotalho estou no quarto de despejos e o que está no quarto de despejo ou queima-se ou joga-se no lixo e as mulheres que
eu vejo passar Vamos nas igrejas buscar pães para os filhos que o Frei Luiz Ltda enquanto os esposos permanecem debaixo das cobertas uns porque não encontram emprego outros porque estão doentes outros porque embriagam se eu não preocupo-me com os homens delas se fazem bailes eu não compareço porque não gosto de dançar só interfiro me nas brigas onde Prevejo um crime não sei a origem dessa antipatia por mim com os homens e as mulheres Eu tenho um olhar duro e frio o meu sorriso as minhas palavras externas e suaves eu reserva para as crianças e tem
um adolescente para o nome Julião que às vezes espanca o pai quando bate no pai é com tanto sadismo e trazer acha que é invencível bate como se estivesse batendo no tambor o pai queria que ele estudasse para advocacia e quando Julião vai preso o pai acompanha com os olhos rasos d'água como se estivesse acompanhando o santo no andor O Julião é revoltado mas sem motivo eles não precisa residir na favela tem casa no alto de Vila Maria às vezes mudam algumas famílias para a favela com crianças no início são educadas amáveis dias depois usar
um calão são só existe repugnantes são diamantes que transformam em chumbo transforma-se em objetos que estavam na sala de visita e foram para o quarto de despejo para mim o mundo em vez de evoluir está retornando a primitividade quem não conhece a fome EA de dizer quem escreve isso é louco mas quem passa fome ahh de dizer muito bem Carolina os gêneros alimentícios deve ser ao alcance de todos e como é horrível ver um filho comer e perguntar tem mais essa palavra tem mais fica oscilando dentro do cérebro de uma mãe que olha as panelas
e não tem mais e quando um político diz nos seus discursos que está ao lado do povo que Visa incluir se na política para melhorar as nossas condições de vida pedindo nosso voto prometendo congelar os preços Já está ciente que abordando esse grave problema ele vence nas urnas depois divorcia-se do Povo Olha o povo com os olhos semicerrados com orgulho que fere a nossa sensibilidade quando cheguei do Palácio que a cidade os meus filhos vieram dizer-me que havia encontrado o macarrão no lixo EA comida era pouca eu fiz um pouco do macarrão com feijão e
o meu filho João José disse-me Pois é a senhora disse-me que não ia mais comer as coisas do lixo e foi a primeira vez que vi a minha palavra falhar eu disse é que eu tinha Fé no Kubitschek e a senhora tinha Fé e agora não tem mais não meu filho a democracia está perdendo seus adeptos no nosso país tudo está enfraquecendo o dinheiro é fraco a democracia fraca E os políticos fraquíssimos e tudo que está fraco morre em dia os políticos sabem que eu sou poetisa e que o poeta enfrenta a morte quando vê
seu povo Oprimido 21 de Maio passei uma noite horrível Sonhei que eu residia numa casa reside viveu tinha banheiro cozinha Copa e até quarto de criada eu ia festejar O Aniversário de minha filha Vera Eunice eu ia comprar ele e uma panelinha que é muito ela vive pedindo porque eu estava em condições de comprar sentei na mesa para comer a toalha era Alva ao Lírio eu comia bife pão com manteiga batata frita e salada quando fui pegar outro bife eu sei que realidade amarga eu não residia na cidade tava na favela na lama às margens
do Tietê e com 9 cruzeiros apenas eu não tenho açúcar Porque ontem eu saí e os meninos comeram um pouco que eu tinha Quem deve dirigir a quem tem capacidade quem tem dó e amizade é o povo Quem governa o nosso país é quem tem dinheiro quem não sabe o que é fome a dor e aflição do pobre se a maioria revoltar-se que pode fazer a minoria eu estou ao lado do pobre que é o braço braço desnutrido precisamos livrar o país dos políticos açambarcadores e eu Ontem comi aquele macarrão do lixo com receio de
morrer porque em 1953 Eu vendi a ferro lá no Zinho a vi um pretinho bonitinho ele ia vender ferro lá no Zinho ele era jovem dizia que quem deve catar papel são os velhos um dia eu ia vender ferro quando parei na Avenida Bom Jardim no lixão como é denominado o local os lixeiros haviam jogado carne no lixo e de escolha uns pedaços disse me leva Carolina dá para comer de uns pedaços para não magoá-lo aceitei procura e convencê-lo a não comer aquela carne para comer os pães duros ruídos pelos ratos ele disse-me que não
que há dois dias não comia acendeu o fogo EA sua carne a fome era tanta que ele não pode deixar assar a carne esquentou aí comeu para não presenciar aquele quadro E aí pensando faz de conta que eu não presenciei essa cena isso não pode ser real no país fértil igual ao meu revoltei consultar o serviço social que diz ter sido criado para reajustar os desajustados mas não toma conhecimento da existência em falta dos marginais vende os ferros Nozinho E voltei para o quintal de São Paulo a favela no outro dia encontrar um pretinho morto
os dedos do seu pé abriram o espaço era de 20 cm ele aumentou se como se fosse de borracha os dedos do pé parecia leque não trazer documentos foi sepultado como um zé qualquer ninguém procurou saber seu nome marginal não tem nome é de quatro em quatro anos muda-se os políticos e não solução na fome quem tem a sua matriz nas favelas e as sucursais nos lares nos Operários quando eu fui buscar a água viu muito feliz caída perto da torneira porque ontem dormiu sem jantar é que ela está desnutrida os médicos que nós temos
na política sabe disso e agora eu vou na casa da dona Julita trabalhar para ela fui catando papel o senhor Samuel pesou recebi 12 e cruzeiros subir Avenida Tiradentes catando papel cheguei na Rua Frei Antonio Sant'Ana de Galvão 17 trabalhar para Dona Julita ela disse-me para eu não iludir com os homens que eu posso arranjar outro filho e que os homens não contribui para criar o filho sorrir pensei em relação aos homens eu tenho experiências amargas Já estou na maturidade quadra que o senso já criou raízes eu achei um cara no lixo uma batata doce
e uma batatas ouça cheguei na favela os meus meninos estavam roendo Um Pedaço de Pão Duro pensei para comer esses pães era preciso que eles tivessem dentes elétricos não tinha gordura pois a carne no fogo com os tomates que eu catei lá na fábrica peixe pois o cará e a batata e água assim que Ferveu Eu pus o macarrão que os meninos cantaram no lixo os favelados aos poucos estão convencendo-se que para viver precisam imitar os corvos eu não vejo eficiência no serviço social com relação ao favelado Amanhã não vou ter pão vou cozinhar a
batata doce a 22 de Maio Eu hoje estou triste estou nervosa não sei se choro ou sai correndo sem parar até caírem consciente é que Hoje amanheceu chovendo e eu não saí para arranjar dinheiro Passei o dia escrevendo sobrou o macarrão eu vou esquentar para os meninos cozinhei as batatas eles comeram tem os metais um pouco de ferro que eu vou vender no seu Manoel Quando O João chegou da escola eu mandei ele vender os fios receber o treze cruzeiros comprou um copo de água mineral 2 cruzeiros zanguei com ele onde já se viu favelado
com essas Finanças os meninos comi muito pão eles gostam de pão mole mas quando não tem Eles comem pão duro duro é o pão que nós comemos dura é a cama que dormimos dura é a vida do favelado e o São Paulo rainha que ostenta vaidosa e tua coroa de ouro que são os arranha-céus que veste veludo e seda e calça meias de algodão que é a favela o dinheiro não deu para comprar carne eu fiz macarrão com cenoura não tinha gordura ficou horrível a Vera é a única que reclama o pé demais e pede
mamãe vende eu para Dona Julita porque ela tem comida gostosa eu sei que existe brasileiros aqui dentro de São Paulo que sofre mais do que eu em junho de 1957 eu fiquei doente e percorri as sedes do serviço social devido ao carregar muito ferro fiquei com dor nos rins para não ver os meus filhos passar fome fui pedir auxílio ao propalado o serviço social foi lá que eu vi as lágrimas deslizar dos olhos dos pobres e como é para gente ver os dramas que ali se Desenrola a ironia com que são tratados os pobres a
única coisa que eles querem saber são os nomes e os endereços dos Pobres fui no palácio Palácio e mandou-me para a sede na Avenida Brigadeiro Luís Antônio Avenida Brigadeiro me enviou para o serviço social da Santa Casa falei com a Dona Maria Aparecida que eu vi me e respondeu-me tantas coisas e não disse nada resolvi ir no palácio entrei na fila falei com o senhor Alcides um homem que não é nipónico mas é amarelo como manteiga deteriorada falei com senhor Alcides eu vim aqui pedir um auxílio porque estou doente o senhor mandou-me ir na Avenida
Brigadeiro Luís Antônio eu fui Avenida Brigadeiro mandou-me ir na Santa Casa e eu gastei o único dinheiro que eu tinha com as condições Prende ela e não me deixaram sair e um soldado pois a baioneta no meu peito olhei o soldado nos olhos e percebi que ele estava com dó de mim disse-lhe eu sou pobre por isso é que vim aqui surgiu o doutor Osvaldo de Barros o falso filantrópico de São Paulo que está fantasiado de São Vicente de Paula e disse chama o carro de preso há 23 de maio levantei-me de manhã triste porque
estava chovendo o barraco está numa desordem horrível é que eu não tenho sabão para lavar as louças digo louça por hábito mas é as latas se tivesse sabão eu ia lavar as roupas eu não sou desmazelada se ando suja é devido a revira-volta da vida de um favelado cheguei à conclusão que quem não tem de ir para o céu não adianta olhar para cima é igual a nós que não gostamos da favela mas somos obrigados a residir na favela fiz a comida achei bonita a gordura fingindo na panela que espetáculo deslumbrante as crianças sorrindo vendo
a comida fervendo as panelas Ainda mais quando é arroz e feijão é um dia de festa para eles antigamente era macarronada o prato mais caro agora é o arroz e feijão que isso planta macarronada Quem são os novos-ricos passou para o lado dos fidalgos até vocês feijão e arroz nos abandona vocês que eram os amigos dos marginais dos favelados dos indigentes Vejam Só até o feijão nos esqueceram não está alcance dos infelizes que estão no quarto de despejo quem não nos desprezou foi o fubá mas as crianças não gostam de fubá quando pus a comida
o João sorriu comeram e não aludiram a cor negra do feijão porque negra é a nossa vida negro é tudo que nos rodeia nas ruas e casas comerciais já se vê as faixas indicando os nomes dos futuros deputados alguns nomes já são conhecidos são reincidentes que já foram preteridos nas urnas mas o povo não está interessado nas eleições que é o Cavalo de Troia que aparece de 4 em 4 anos e o céu é belo digno de contemplar porque as nuvens vagueiam e formam paisagens deslumbrantes as brisas suaves perpassam conduzindo os perfumes das flores e
o astro-rei sempre pontual para despontar se recluir se as aves percorrem o espaço demonstrando contentamento à noite surge as estrelas cintilantes para adornar o Céu Azul a várias coisas belas no mundo que não é possível descrever si só uma coisa nos entristece os preços quando vamos fazer compras ou Fusca todas as belezas que existe e a Tereza irmã da Meire bebeu soda e sem motivo disse que encontrou um bilhete de uma mulher no bolso do seu amado Perdeu muito sangue dos médicos diz que se ela sarar ficará imprestável tem dois filhos um de 4 anos
e outra de 9 meses a 26 de Maio amanheceu chovendo e eu tenho só 4 cruzeiros e um pouco de comida que sobrou de ontem uns ossos fui buscar água para pôr os ossos ferver ainda tem um pouco de macarrão eu faço uma sopa para os meninos viu uma vizinha lavando feijão Fiquei com inveja faz duas semanas que eu não lavo roupas por não ter sabão vende umas tabus por 40 cruzeiros a mulher disse-lhe que paga hoje se ela pagar eu compro o sabão Há dias que não venha a polícia aqui na favela e hoje
veio porque o Julião deu no pai deu em uma cacetada com tanta violência que o velho chorou e foi chamar a polícia a 27 de maio percebi que no frigorífico jogam creolina no lixo para o favelado não catar a carne para comer não tomei café e andando meio tonta a tontura da fome é pior do que a do álcool a tontura do álcool nos impele a cantar a maçã da Fome nos faz tremer percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago comecei sentir a boca amarga pensei Já não basta as amarguras da vida
parece que quando eu nasci eu destino marcou-me para passar fome cara tem um saco de papel quando eu penetrei na Rua Paulino Guimarães uma senhora me deu os jornais eram minutos eu deixei fui para o depósito e acatando tudo que encontrava ferro lata carvão tudo serve para o favelado o Leon pegou o papel recebi seis cruzeiros pensei guardar o dinheiro para comprar feijão mas vi que não podia porque o meu estômago reclamava eu resolvi tomar uma média e comprar um pão que efeito surpreendente faz a comida no nosso organismo eu que antes de comer via
o céu as árvores as aves tudo amarelo depois que come tudo normalizou-se aos meus olhos a comida no estômago é como combustível nas máquinas passei a trabalhar mais de pressa o meu corpo deixou de pesar comecei a andar mais depressa eu tinha impressão que eu deslizava no espaço comecei sorrir como se estivesse presenciando um lindo espetáculo e haverá espetáculo mais lindo do que ter o que comer parece que eu estava comendo pela primeira vez na vida E chegou a rádio patrulha que veio trazer dois negrinhos que estavam vagando na estação da Luz 4 e 6
anos é fácil perceber que eles são da favela são os mais maltrapilhas da cidade que vão encontrando pelas ruas vão comendo cascas de banana casca de melancia e até casca de abacaxi que é tão rústica ele estrutura estavam com os bolsos cheios de moedas de alumínio o novo dinheiro em circulação a 28 de Maio amanheceu chovendo tenho só 3 cruzeiros porque emprestei 5 para Leila e buscar a filha no hospital estou desorientada sem saber o que iniciar quero escrever quero trabalhar quero lavar roupa estou com frio e não tenho sapato para calçar os sapatos dos
meninos estão furados e o pior na favela é o que as crianças presenciam todas as Crianças da Favela sabem como é o corpo de uma mulher porque quando os casais se embriagam brilho a mulher para não apanhar sai nua para Rua quando começa as brigas os favelados deixam seus afazeres para presenciar as bate fundos de modo que quando a mulher sai correndo nua é um verdadeiro espetáculo para o Zé Povinho depois começam os comentários entre as crianças a Fernanda saiu nua quando arme estava ali batendo eu não vi Ah que pena bom e que jeito
é a mulher nua e o outro para se carne aproxima ali a boca do ouvido e é com essas gargalhadas estrepitosas as tudo o que é obsceno pornográfico o favelado aprendi com rapidez tem barracões de meretrizes que praticam suas cenas amorosas na presença das crianças e os vizinhos ricos de alvenaria dizem que nós somos protegidos pelos políticos É engano os políticos só aparece aqui no quarto de despejo nas épocas eleitorais esse ano já tivemos a visita do candidato a deputado Dr Paulo de Campos Moura e nos deu feijão e ótimos cobertores que chegou numa época
oportuna antes do frio o que eu quero esclarecer sobre as pessoas que Residem na favela é o seguinte quem tira proveito aqui são os dentistas que trabalham e não dissipam compram casa ou retorna O seu Norte tô aqui na favela aos que fazem barracões para residir e os que fazem para alugar e os aluguéis são de 500 e 700 cruzeiros e os que fazem barracões para vender gasta quatro mil cruzeiros e vendem por 11 mil cruzeiros quem fez muitos barracões para vender foi o Tibúrcio a 29 de maio até que enfim parou de chover as
nuvens deles utiliza-se para o poente apenas o frio no suas vidas e várias pessoas da favela não tem agasalhos quando uns tem sapatos não tem paletó e eu fico com duida vendo as crianças pisar na lama percebi que chegaram novas pessoas para favela estão maltrapilhas e As Faces desnutridas improvisaram um barracão com do IME de ver tantas agruras reservadas aos planetários fitei a nova companheira de infortúnio Ela olhava a favela suas gramas e suas crianças paupérrimas foi olhar mais triste que eu Já presenciei talvez ela não tem mais ilusão entregou sua vida aos cuidados da
vida a desistir alguém que lendo o que eu escrevo dirá isso é mentira mas as misérias são reais o que eu revolta contra a ganância dos homens que espremem uns aos e se espremer uma laranja a 30 de maio troquei a Vera e saímos EA pensando será que Deus vai ter pena de mim será que eu arranjo o dinheiro hoje será que Deus sabe que existe as favelas e os favelados passam fome o José Carlos chegou com uma sacola de biscoitos que já estão no lixo quando eu vejo eles comendo as coisas do lixo penso
e se tiver veneno é que as crianças não suporta fome os Biscoitos estavam gostosos eu comi pensando naquele provérbio quem entra na dança deve dançar e como eu também tenho fome devo comer chegaram novas pessoas para favela estamos raspadas andar curvado isso olhos fitos no solo como se pensasse na sua descrita por residir no lugar sem atração um lugar que não se pode plantar uma flor para aspirar seu perfume para ouvir o zumbido das abelhas ou o Colibri e acariciando a com seu frágil biquinho o único perfume que exala na favela é a lama podre
os excrementos EA pinga Hoje ninguém vai dormir porque os favelados que não trabalham já estão começando a fazer batucada lata frigideira panelas tudo serve para acompanhar o cantar desafinado dos notívagos 31 de Maio sábado o dia que quase fico louca porque preciso arranjar o que comer para sábado e o domingo fiz o café e os pães que ganhei ontem pois feijão no fogo quando lavava o feijão pensava Eu hoje estou parecendo gente bem vou cozinhar feijão Parece até um sonho ganhei bananas e mandiocas na quitanda da Rua Guaporé quando eu voltava para favela na Avenida
Cruzeiro do Sul 728 uma senhora pediu-me para eu jogar um cachorro morto dentro do Tietê que ela dava me 5 cruzeiros deixem a Vera com a mulher e fui o cachorro estava dentro de um saco a mulher ficou observando os meus passos a Paulistana quer dizer andar com pressa quando voltei ela deu-me seis cruzeiros quando recebi o seis cruzeiros pensei já dá para comprar no sabão cheguei na favela eu não acho jeito de dizer que cheguei em casa casa casa Barracão é Barracão o barraco tanto no interior como no exterior estava suja e aquela desordem
aborreceu me fita aí o quintal o lixo poder exalava mau cheiro só os domingos que eu tenho tempo de limpar eu havia comprado um ovo e 15 cruzeiros de banho no seu Eduardo e fritei o ovo para ver se parava as nozes parou percebi que era fraqueza o médico mandou me comer óleo mas eu não posso comprar fui Fazendo jantar arroz feijão pimentão e chouriço e mandioca frita quando a Vera viu tanta coisa disse hoje é festa de na eu perguntei a uma senhora que veio pela primeira vez a senhora está morando aqui estou mais
faz de conta que não estou porque eu tenho muito nojo daqui isso aqui é um lugar para os porcos mas se pusessem os porcos aqui avião de protestar e fazer greve eu sempre ouvi falar na favela mas não pensava que era um lugar tão asqueroso assim só mesmo Deus para ter dó de nós 11 de Junho é o início do mês e o ano que desliza e a gente vem dos amigos morrer e outras nascer é 3 e 6 da manhã não posso dormir chegou tá o Victor o homem mais feio da favela o representante
do bicho-papão tão feio e tem duas mulheres ambas vivem juntas no mesmo barraco quando ele veio residir na favela veio demonstrando valentia dizia eu fui vacinado com o sangue do Lampião dia um de Janeiro de 1958 ele disse-me que ia quebrar minha cara mas eu lhe ensinei que a era e b&b ele é de ferro e eu sou de aço não tenho força física mas as minhas palavras ferem mais do que espada e as feridas são nem cicatrizes ele deixou de aborrecer me porque eu chamei a rádio patrulha para ele e ele ficou quatro horas
detido quando ele e andou dizendo que ia matar me então Adalberto disse é o pior negócio que você vai fazer porque se você não matá-la ela quem te mata eu tenho uma habilidade que não vou relatar aqui porque isso a de defendermos quem vive na favela deve procurar isolar-se viver só o Vitor está tocando rádio penso hoje é domingo e nós podíamos dormir até às 8:00 mas aqui não há consideração mútua eu não dá tenho que dizer da minha Saudosa mãe ela era muito boa queria que eu estudasse para a professora foi às contingências da
vida que impossibilitou concretizar o seu sonho mas ela formou o meu caráter ensinando-me a gostar dos humildes e dos fracos é por isso que eu tenho dó dos favelados Se bem que aqui tem pessoas dignas de desprezo pessoas de espírito perverso e essa noite a Dona Maria o seu companheiro brigaram ela disse-lhe que ele está com ela por causa do dinheiro que ela lhe dá só se ouve a voz de Dona malha que demonstrava prazer na polêmica ela teve vários filhos distribuiu todos têm dois filhos moços que ela não quer em casa pretérito os filhos
e prefere os homens o homem entra pela porta o filho é raiz do coração é quatro horas eu já fiz o almoço hoje foi almoço tinha arroz feijão e repolho e linguiça quando eu faço quatro pratos pensa que só alguém quando vejo meus filhos comendo arroz e feijão o alimento que não está ao alcance do favelado fico sorrindo à toa como se estivesse assistindo a um espetáculo deslumbrante lavei as roupas e o barracão agora vou ler e escrever um beijo os jovens jogando bola e Eles correm pelo campo demonstrando energia pênis se eles tomassem leite
puro e começa em carne com dois de julho amanheceu fazendo frio acende o fogo e mandei João e comprar pão e café o pão o Chico do mercadinho cortou um pedaço eu xinguei o Chico de ordinário cachorro eu queria ser um raio para cortar em mil pedaços o pão não deu e os meninos não levaram lanche de manhã eu estou sempre nervosa com medo de não arranjar dinheiro para comprar o que comer mas hoje é segunda-feira e tem muito papel na rua o senhor Manoel apareceu dizendo que quer casar-se comigo mas eu não quero porque
já estou na maturidade e depois um homem não é de gostar de uma mulher que não pode passar sem ler e te levanta para escrever e que deita com Lápis e Papel debaixo do travesseiro e por isso é que eu prefiro viver só para o meu ideal ele deu-me cinquenta cruzeiros e eu paguei a costureira um vestido que fez para Vera a dona Alice veio queixar-se que o senhor Alexandre estava insultando por causa de 65 cruzeiros pensei Ah o dinheiro que faz morte que faz ódio criar raiz e 13 de Junho quando eu estava no
ponto do Bonde a Vera começou a chorar queria pastéis eu estava só com 10 cruzeiros dois para pagar o bonde e oito para comprar carne moída a Dona Geralda deu uma e quatro cruzeiros para eu comprar os pastéis Ela come cantava e eu pensava meu dilema mas sempre a comida tomei o bonde a Vera começou a chorar porque não queria ir em pé e não tinha lugar para sentar quando eu estou com pouco dinheiro procure não pensar nos filhos que vão perder pão desvio meu pensamento para o céu tenso Será que lá em cima até
habitantes será que eles são melhores do que nós Será que o nosso predomínio de laço planta o nosso Mimo Será que as nações de lá é variada igual aqui na terra ou é uma nação única Será que lá existe favela esse lá existe favela será que quando eu morrer eu vou morar na favela e quando eu comecei a escrever ouvir vozes alteradas faz tempo que não a briga na favela era Odete o seu esposo que estão separados brigavam porque ele trouxe outra mulher no carro que ele trabalha elas estavam na casa do seu Francisco irmão
do Alcino saíram para Rua eu fui ver a briga agrediram a mulher que estava com Alcino quatro mulheres e um menino avançaram na mulher com tanta violência eles jogaram no solo a Marli saiu disse que ia buscar uma pedra para jogar na cabeça da mulher eu pus a mulher no carro igual sino e mandei eles irem embora Pensei em chamar a polícia mas até a polícia chegar eles matavam a mulher o Alcino de uns tapas na sogra que é a pior a ditadura se eu não entro para auxiliar o Alcino ele ia levar desvantagens as
mulheres da favela são horríveis numa brilha o que podem resolver com palavras elas transformam em e parecem corvos numa disputa aldete revoltou-se comigo por ter defendido a alcinha eu disse você tem quatro filhos para criar Eu não me importo eu queria era matá-la e quando eu empurrava mulher para dentro do carro ela disse-me só a senhora que é boa eu tinha a impressão que estava retirando um pedaço de osso da boca dos cachorros e audete vem do seu esposo sair com a outra no carro ficou Furiosa vieram xingar me de intrometida eu penso que a
violência não resolve nada Assembleia de favelados é com paus facadas pedradas e violências a favela é o quarto das surpresas Essa é a quinta mulher que o Alcino traz aqui na favela e a sua esposa quando vê briga na favela hoje está quente durante o dia a Leila e o seu companheiro Arnaldo obrigaram o Arnaldo é preto quando veio para a favela era menina mas que menino era bom educado meigo obediente era o orgulho do pai de quem lhe conhecia esse vai ser um negro sim senhor e é que na África os negros são classificados
assim negro-to negro turu tu tu é negros em senhor negro tu é o negro mais ou menos negro turu tu tu é o que não vale nada e o negro sim senhor é o da alta sociedade mas o Arnaldo transformou-se em um negro turututu depois que cresceu ficou estúpido pornográfico ou obsceno e alcoólatra não sei como que é uma pessoa pode desfazer-se assim ele é compadre e da dona Domingas mas que compadre Dona Domingas é uma preta boa igual ao pão calma e útil quando ela ela ficou sem casa foi morar com a dona Domingas
a dona Domingas era quem lavava roupa da Leila que lhe obrigou a dormir no chão ele dar um jeito e passou a ser a dona da casa eu dizia reagir Domingas ela é Feiticeira pode botar um feitiço em mim mas o feitiço não existe existe sim eu vi ela fazer é porque a Leila andava dizendo que consertava vidas e eu vi várias senhoras ricas aparecer por aqui havia tal Dona Guiomar edivirgens Gonçalves a mulher que tem várias nomes e várias residências que compra a prestação e não paga e dá o nome trocado onde compra quando
sai na rua parece a Maria Antonieta e a dona Guiomar concorreu para escravizar a dona Domingas a dona Domingas recebe uma pensão do seu instinto esposo e era obrigada a dar dinheiro para Leila que a companheira do Arnaldo ele sendo compadre e da Domingas era para defender a comadre mas ele explorava dividir o dinheiro entre os dois e ainda praticava suas cenas amorosas perto do afilhado e a dona dominga saiu de casa foi para Carapicuíba morar com dona Iracema ficou com seu filho Nikon eu fiz tudo para retirar o menino mas a Leila ele dizia
eu sou Feiticeira se você for embora eu faço você virar um elefante Eu encontrava único Bom dia Maicon você não quer ir com a tua mãe eu não vou porque a Leila disse-me que ela é Feiticeira e se eu for ela vai fazer o virar um elefante e o elefante é um bicho muito feio sabe não na Carolina e se ela fazer tu virar um porco eu tenho que comer lavagem e alguém há-de querer me por não fiqueiro para engordar vão me capar isso ela fazer o virar um cavalo alguém ágil e por para puxar
uma carroça e ainda me dá chicotada e quando né com começou a passar fome foi com a mãe pensei a fome e também serve de Juiz é um dia eu discutia com a Leila ela e o Arnaldo puseram fogo no meu barracão os vizinhos apagaram 15 de junho mas eu já observei os nossos políticos para observá-los fui na Assembleia a sucursal do purgatório porque a matriz é a sede no serviço social no Palácio do Governo foi lá que eu viro gerentes e os pobres sai chorando e as lágrimas dos Pobres comove os poetas não comove
os poetas de salão mas os poetas do lixo os idealistas e da favela um espectador que assiste observa as tragédias que os políticos representam em relação ao pulo 16 de junho o José Carlos Faz dias que não pára em casa quando chega para dormir é dez e meia da noite hoje de manhã Ele apanhou avisei ele que se chegar às dez da noite não abre a porta comprei um pão as 2:05 horas fui partir um pedaço Já está duro o pão atual fez uma dupla com o coração dos políticos duro diante do Clamor público hoje
brigaram aqui na favela brigaram por causa de um cachorro a briga foi com os baianos que só falavam e Teixeiras 17 de julho Os meninos tomaram café e foram a aula eles estão alegres porque hoje teve café só quem passa fome é que dá valor a comida eu e a Vera vamos catar papel passei no frigorífico para pegar linguiça contém nove mulheres na fila eu tenho mania de observar tudo com cartoon no marcar os fatos encontrei muito papel nas ruas ganhei 20 cruzeiros fui no bar tomar uma média uma para mim e outra para Vera
gastei 11 cruzeiros fiquei catando papel até as 11:30 ganhei 50 cruzeiros quando eu era menina o meu sonho era ser homem para defender o Brasil porque eu li a história do Brasil e ficava sabendo que existe a guerra só li os nomes masculinos como defensor da Pátria então eu dizia para minha mãe porque a senhora não faz ouvir a homem ela dizia Se você passar além do arco-íris você vira homem quando o arco-íris cirurgia eu ia correndo na sua direção mas o arco-íris Estava sempre distanciando igual os políticos distante do Povo eu cansava e sentava
depois começava a chorar mas o povo não deve cansar Não Deve Chorar deve lutar para melhorar o Brasil para os nossos filhos não sofreram que estamos sofrendo eu voltava e dizia para mamãe o arco-íris corja de mim nós somos pobres viemos para as margens do rio às margens do rio são os lugares do lixo e dos marginais gente da favela é considerado marginais não mais se vê os corvos Mulambo das margens do rio perto dos lixos os homens desempregados substituíram os corvos e quando eu fui catar papel encontrei um preto estava rasgado e sujo que
dava a pena nos seus trajes rostos que ele podia representar se como diretor do Sindicato dos miseráveis o seu olhar era um olhar angustiado como se olhasse o mundo com desprezo indigno para um ser humano estava comendo os doces que a fábrica havia jogado na lama ele limpava o barro e comer os doces não estava embriagado mas vacilava não dar cambaleava estava tonto de fome encontrei com ele outra vez pena no depósito e disse-lhe o Senhor espera que eu vou vender esse papel e dou de 5 cruzeiros para o senhor tomar uma média é bom
beber um cafezinho de manhã eu não quero a senhora cada esse papéis com tantas dificuldades para manter os seus filhos e deve receber uma migalha e ainda quer dividir comigo e esse serviço que a senhora faz a serviço de cavalo eu já sei o que vou fazer da minha vida daqui uns dias eu não vou precisar de mais nada deste mundo eu não pude viver nas fazendas fazendeiros me explorava muito eu não posso trabalhar na cidade porque aqui tudo é a dinheiro e eu nem contra emprego porque já sou idoso eu sei que vou morrer
porque a fome é a pior das enfermidades o homem parou de falar bruscamente Eu segui com o meu saco de papel nas costas tem pessoas que aos sábados vão dançar Eu não danço ágil bobagem ficar rodando para aqui para ali eu já roubo tanto para arranjar dinheiro para comer procurei a Vera não encontrei gritei não apareceu fui na Portuguesa de Desportos já está iniciando os festejos juninos ela não estava lá fui no ponto de bom de três vezes e eu já estava pensando ir no Juizado de Menores e a gastar o dinheiro reservado para o
pão quando cheguei na favela para pegar os documentos para eu ir na cidade a velha estava procurando disse-me que estava procurando balões esse estava cansada de correr o 8 de Junho hoje eu fiz o almoço quando eu tenho carne eu fico mais animada mas quando é polenta eu já sei que vou ter complicações com as crianças feijão arroz e Pastéis já faz tempo que os meninos estão pedindo pastéis o João está sorrindo à toa o pastel é um acontecimento aqui em casa quando eu digo casa penso que estou ofendendo as casas de tijolos Hoje os
favelados estão apreciando os briguentos são dois irmãos O Vicente o João Kopke lá em frente ao mercadinho estão brigando dois baianos e são irmãos nem parece que geraram no mesmo ventre os vizinhos de alvenaria olhos favelados com repugnância percebe os seus olhares de ódio porque eles não quer a favela aqui que a favela deturpou o bairro que tem nojo da pobreza esquecem eles que na morte todos ficam pobres é o que eu sei é que a praga dos favelados pega quando nós mudamos para a favela nós iremos pedir água nos vizinhos de alvenaria quem nos
dava a água era a dona Ieda Cardoso três vezes ela nos deu água ela nos disse que dava água só nos dias úteis aos domingos ela queria dormir até mais tarde mas o favelado não é burra mas foi vacinado com sangue de bolo um dia foram buscar a água e não encontraram a torneira do Jardim onde o sabe lados pegava a água formou-se uma fila na porta da dona ida e todos chamavam eu queria água para fazer a mamadeira meu Deus como é que nós vamos fazer sem água nós iremos no Outras casas batíamos na
porta ninguém respondia não aparecia ninguém para nos atender Para não ouvir isso a senhora pode nos dar um pouco de água e eu carregava a água da Rua Guaporé do depósito de papel outras trazer água do serviço nos garrafões uma tarde de terça-feira a sogra de Dona ida estava sentada e disse podia dar uma enchente arrasar a favela e matar esses pobres cacetes tem hora que eu revolto contra a Deus por ter posto Gente Pobre no mundo que só serve para emular os outros a Tina da dona mulata Quando soube que a sogra da dona
ida pedir a Deus para enviar um urgente para matar os pobres favelados disse quem há-de morrer afogado é de ser ela e na enchente de 49 morreu Pedro Cardoso Filho de Dona Rita Quando eu soube que o Pedrinho havia morrido afogado pensei na decepção que teve a sua avó que pedir a água água bastante água para matar os favelados e veio água em apoio Neto é para ela compreender que Deus é sóbrio é o advogado dos Humildes os pobres são criaturas de Deus e o dinheiro é um metal criado e valorizado pelo homem se Deus
avisasse a dona ida que ela por não nos dar água e a perder o seu filho para sempre creio que ela estaríamos dando água até hoje o Pedro pagou em holocausto orgulho de sua avó EA maldade de sua mãe e assim que Deus repreende 19 de Junho eu sair quando eu estava catando papel em frente a Bela Vista eu tive um aviso que eu ia ter aborrecimento Fiquei triste quando eu passava na Rua Pedro Vicente um senhor de uma bexiga de borracha para Vera ela ficou contente disse que ele ia para o céu quando nasceu
a Vera eu fiquei sozinha aqui na favela não apareceu uma mulher para lavar minhas roupas olhar os meus filhos meus filhos dormiam sujos e eu fiquei na cama pensando nos filhos com medo deles e brincar nas margens do rio depois do parto a mulher não tem forças para erguer um braço depois do parto eu fiquei numa posição incômoda até quando Deus me deu forças para ajeitar eu já estava deitada quando ouvir as vozes das Crianças anunciando que estavam passando o cinema na rua não acreditei no que eu via resolvi ir ver era Secretaria da Saúde
veio passar um filme para os favelados ver como é que o caramujo transmite a doença anêmica para não usar as águas do rio que as larvas desenvolvem-se nos Lagos até a água que em vez de nos auxiliar nos contamina nem um ar que respiramos não é puro porque jogam lixo aqui na favela vou mandar um suave lados fazer mictórios a 11 de Junho Já faz seis meses que eu não pago a água 25 cruzeiros por mês e por falar na água porque eu não gosto e tenho pavor a de buscar água quando as mulheres aglomeram
na torneira enquanto esperam a sua vez para encher a lata vai falando de tudo e de todos se uma mulher está engordando elas dizem que está grávida se está emagrecendo não nos dizem que está tuberculoso temos aqui a Dona Benedita que está com 82 anos começou a engordar é filho da Dona Benedita está grávida não diga naquela idade Esse é o fim do mundo de quantos meses 67 a data que vinha na mente e quando alguém ia levar roupinhas para Dona Benedita ela xingava e rodava praga dizia eu não sou mãe daqui já saiu de
circulação como é que eu posso ter filho eu já estou aposentado e quando eu ouvi os rumores pensava quem tem filhos Nessa idade foi só Santa Isabel mãe de São João Batista todos os dias a uma novidade aqui na favela quando inaugura o a Portuguesa de Desportos os portugueses que Residem aqui por perto foram e a dona ezaltina esqueci umas roupas no quintal no outro dia não encontrou as roupas a dona Sebastiana disse para a dona Geraldina que ao lado era Leila a dona ezaltina foi chamar a radiopatrulha e ela interrogava Leila com tanta energia
que acabou descobrindo as roupas não força de excrementos pegar um pau retiraram as roupas EA polícia obrigou a lei lavar um carro da prefeitura que vinha trazer a água jogava a água e a Leila lavar ela dizia não fui eu quem tirou as roupas eu sou vagabunda mas não sou magra e o povo da favela sempre achava tempo para presenciar esses espetáculos o juiz pegou uma jovem débil mental disseram que ela havia fugido com japonês hoje ela apareceu e nesse ser Mentira eu fui na dona Julieta ela deu-me café sabão e pão na Avenida do
Estado 1140 ganhe muito papel recebi 98 cruzeiros deu para comprar óleo carne e açúcar Ganhei umas bananas fiz doce José Carlos está mais calmo depois que botou os vermes 21 - 1 Rua Doze de julho eu deixei o leito os três horas da manhã porque quando a gente perde o sono começa a pensar nas misérias que nos rodeia deixei o leito para escrever enquanto escrevo eu pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes que a minha vista circula no
jardim e eu com tempo as flores de todas as qualidades é preciso criar este ambiente de fantasia para esquecer que estou na favela fiz o café e fui carregar água olhei o céu a Estrela Dalva já estava no céu como é horrível pisar na lama as horas que são feliz é quando estou residindo nunca nos castelos imaginários e o tal Valdemar hoje agrediu o senhor Alexandre com uma inchada as mulheres intervirão eu fico admirada do Senhor Alexandre temer o Valdemar Por que as mulheres resolutas da favela espancam Valdemar com Vassouras e chinelos mas quando alguém
ele teme ele prevalece a 13 de Junho vestir as crianças e eles foram para escola fui catar papel no frigorífico e uma mocinha comendo salsichas do lixo você pode arranjar um emprego e levar uma vida registrada ela perguntou-me se catar papel ganha dinheiro afirmei que sim ela disse-me que quer um serviço para andar bem bonita ela está com 15 anos época que achamos O Mundo Maravilhoso é pouquinho que a Rosa desabrocha depois vai caindo pétala por pétala e surgem os espinhos uns canção da vida suicida outros passam a roubar olhei o rosto da mocinha está
com boqueira e os preços aumentam igual as ondas do mar cada Qual mais forte quem luta com as ondas só os tubarões mas o tubarão mais feroz é o racional e o terrestre e o Atacadista a lentilha está 100 cruzeiros o quilo um fato que alegrou-me imensamente Eu dancei e cantei pulei e agradecer o rei dos juízes que é Deus foi em janeiro quando as águas invadiram os armazéns estragou os alimentos bem feito em vez de vender barato guarda esperando alta de preços vi os homens jogar sacos de arroz dentro do Rio bacalhau queijo doces
é que que inveja dos peixes que não trabalham e passam bem hoje eu estou lendo ele o crime do deputado de Recife nem Maranhão li o jornal para as mulheres da favela ouvia elas ficaram revoltados e começaram xingar o assassino ele rogar Praga e eu já observei que as pragas estava lados pega os bons eu enalteço os maus eu critico devo reservar as palavras suaves para os operários para os mendigos que são escravos da miséria a 14 de junho tá chovendo eu não posso catar papel o dia que chove eu sou me diga já ando
mesmo para poder suja já usa os uniformes dos indigentes E hoje é sábado os favelados são considerados mendigos vou aproveitar a deixa a Vera não vai sair comigo porque está chovendo ajeitei no guarda-chuva velho que achei no lixo e sair fui no frigorífico ganhei uns ossos já serve faço uma solta já que a barriga não fica vazia tentei viver com aro comecei a desmaiar então eu resolvi trabalhar porque não quero desistir da vida quero ver como é que eu vou morrer ninguém deve alimentar a ideia de suicídio mas hoje em dia os que vivem até
chegar a hora da morte é um herói porque quem não é forte e desanima vi uma senhora reclamar que ganhou só ossos no frigorífico e que os ossos estavam limpos eu gosto tanto de cá eu fiquei nervosa ouvindo a mulher lamentar-se porque é dura a gente vira o mundo e não poder nem comer Pelo Que observo Deus é o rei dos sábios ele pois os homens e os animais no mundo mas os animais que nos alimenta é a natureza Porque se os animais fossem alimentados iguais aos homens havia de sofrer muito eu penso isso porque
quando eu não tenho nada para comer um inveja os animais enquanto esperava na fila para ganhar bolachas e eu vim das mulheres lamentar-se outra mulher reclamava que passou numa casa e pediu uma esmola a dona da casa mandou esperar a mulher continua dizendo que a dona da casa surgiu com o embrulho e deu-lhe ela não quis abrir o embrulho perto das colegas com receio que elas pedir se começou a pensar será que é um pedaço de queijo ser a carne Quando ela chegou em casa a primeira coisa que fez foi desfazer um embrulho porque a
curiosidade uma das mulheres quando o desfez o embrulho viu que era um ratos mortos tem pessoas que zombam dos que pedem na fábrica de bolacha o homem disse que não ia dar mais borracha mas as mulheres continuaram quietas e a fila estava aumentado quando chegava alguém para comprar ele explicava o senhor desculpe o aspecto é de onde o que esse povo da na porta da fábrica mas por infelicidade minha todos os sábados é esse inferno eu ficava impaciente porque queria ouvir o que o dono na fábrica dizia e queria ouvir o que as mulheres dizia
que dilema triste para quem presidência as mulheres querendo ganhar e o rico não queria dar ele dá só os pedaços de bolacha e ela sai contentes como se fossem a Rainha Elizabeth da Inglaterra Quando receber os 3 milhões em joias e o Presidente Kubitschek enviou como presente de aniversário o dono da fábrica vendo que elas não iam e mandou dar a empregada nos dava e dizia quem ganhar deve ir-se embora eles alegam que não estão em condições de dar esmola porque a farinha de trigo subiu muito mas os mendigos já estão habituados a ganhar as
bolachas todos os sábados não ganhei bolacha e fui na feira catar verduras Encontrei com a Dona Maria do José Bento e começamos a falar sobre o custo de vida a 15 de junho fui comprar carne pão e sabão parei na banca de jornais like uma senhora e três filhos havia suicidado por encontrar dificuldade de viver a mulher que suicidou-se não tinha alma de favelado que quando tem fome recorre ao lixo catar verduras nas feiras pedem esmola e assim vão vivendo pobre mulher Quem sabe esse dia muito ela vem intenção e eliminar se Porque as mães
têm muita dó dos filhos mas é uma vergonha para uma nação uma pessoa matar se porque passa fome e a pior coisa para uma mãe é o Vira Sinfonia mamãe eu quero pão Mamãe eu estou com fome pênis Será que ela procurou a legião brasileira ou serviço social ela devia nos Palácios falar com os manda-chuva e a notícia do jornal deixou-me nervosa Passei o dia xingando os políticos porque eu também quando não tenho nada para dar aos meus filhos fico quase louca aqui na favela tem um quadro de futebol o rubro-negro as camisas são pretas
e vermelhas o fundador é o Almir Castilho o quadro não é conhecido pelo público mas já é conhecido pela polícia há 2 anos atrás o quadro foi jogar na Penha e brigaram com quadro adversário e abriga transformou-se em conflito com a intervenção da polícia brilhantes renderam-se e havia um morto e vários feridos não houve prisões mas abriram inquérito cada um teve que pagar dois mil cruzeiros ao advogado Oi Hoje teve uma briga na rua a Residem 10 baianos um barracão de três por 2,5 são irmãos e as outras cinco são irmãos são robustos mal-encarados homens
que havia de ter valor para o Lampião os dez São Fernando canos e brigaram os dez como paraibano quando os pernambucanos avançaram no paraibano as mulheres abraçaram paraibano e levaram para dentro do Barracão e fecharão a porta os pernambucanos ficaram falando que matavam e repicavam paraibano queriam invadir o barracão estavam Furiosos igual os cães Quando alguém lhe retira a cadela ela teve seis filhos três do Manolo e três de outros ela teve um menino que podia estar com quatro anos mas um dia eles brigaram e brigaram e Lutaram dentro de casa a luta foi tremenda
o barraco se lavar e as panelas caíram fazendo ruídos e na confusão o menino caiu nosso alho e pisaram em cima passado uns dias perceberam que o menino estava todo quebrado levaram para o Hospital das Clínicas engessaram um menino mas os ossos não ligaram o menino morreu agora ele está com duas meninas uma de dois anos e outra recém-nascida o seu companheiro atual bebe e brigam e às vezes rolam nas O alho quando eu vejo essas cenas fico pensando no menino que morreu tinha um soldado que aparecia por aqui ele procurava agradar me e eu
fugia dele caí na asneira de dizer para Leila que achava o soldado muito bonito mas não queria nada com ele porque ele bebe pinga e um dia ele veio falar comigo cheirando pinga Uma Noite Apareceu e perguntou então Dona Carolina a senhora anda dizendo que eu bebo pinga recordei imediatamente da Leila porque eu tinha é só para ela responde eu acho o senhor bonito mas tenho medo do senhor beber pinga percebi que o soldado não apreciou minhas observações o senhor sabe que o soldado alemão não pode beber o soldado olhou-me e disse graças a Deus
sou brasileiro a 16 de junho José Carlos está melhor dele uma lavagem de alho e um chá de hortelã eu zombei do remédio da mulher mas fui obrigada a dar-lhe porque atualmente a gente se arranja Como pode devido ao custo de vida temos que voltar ao primitivismo lavar Nasty nas cozinhar com lenha eu escrevi a peças e apresentava os diretores de círculos eles respondiam é pena você ser preta esquecendo eles que eu adoro a minha pele negra e o meu cabelo rústico eu até acho o cabelo de negro mais educado do que o cabelo de
branco porque o cabelo de preto onde põe fica é obediente e o cabelo de branco é só dar um movimento na cabeça ele já sai do lugar é indisciplinado se é que existe reencarnações eu quero voltar sempre preta é um dia um branco disse-me se Os Pretos tivessem chegado ao mundo depois dos brancos aí os brancos podiam protestar com razão mas nenhum Branco nem o preto conhece a sua origem o branco é que diz que é superiora mas que superioridade apresenta o banco se o negro bebe pinga o branco bebe a enfermidade que atinge o
preto atingir o branco se o branco sente fome negro também a natureza não seleciona ninguém a 17 de junho Passei a noite assim eu despertava e escrevia depois Eu adormeci novamente a 5 horas da manhã a Vera começou a vomitar eu dei-lhe um calmante ela dormiu quando a chuva passou Eu aproveitei para sair tá tem um saco de papel eu recebi só 12 cruzeiros para tem os tomates e um pouco de alho e vim para casa correndo porque a velha está doente cheguei ele estava dormindo com os meus ruídos ela despertou se disse estar com
fome fui comprar leite e fiz um mingau para ela ela tomou e vomitou um verme depois levantou-se andou um pouco e deitou-se outra vez eu fui no seu Manoel vender uns ferros para arranjar dinheiro estou nervosa com medo da Vera piorar porque o dinheiro que eu tenho não dá para pagar médico hoje eu estou rezando e pedindo a Deus para Vera melhorar a 18 de junho Hoje amanheceu chovendo a Vera ontem pois dois vermes pela boca está com febre hoje não vai ter aulas em homenagem ao príncipe do Japão a 19 de Junho a Vera
ainda está doente ela disse-me que foi a lavagem de alho que eu dele que ele fez mal mas aqui na favela várias crianças está atacadas com vermes José Carlos não querem na escola que está fazendo frio ele não tem sapato mas hoje é dia de exame ele foi eu fiquei com medo porque o frio está congelando mas o que te fazer eu saí fui catar papel fui na dona Julita ela estava na feira passei na sapataria para pegar o papel o saco estava pesado eu devia carregar o papel em duas viagens mas carreguei de uma
vez porque queria chegar em casa porque a velha estava doente e sozinha a 20 de junho de leite para Vera o que eu sei é que o leite está sendo despesas extras e está prejudicando a minha lingua da bolsa deitei a Vera e sair eu estava tão nervosa acho que se eu estivesse no campo de batalha não ia cobrar ninguém convida eu pensava nas roupas por lavar na Vera e se a doença fosse piorar eu não posso contar com o pai dela ele não conhece a Vera e nem a Vera conhece ele tudo na minha
vida é fantástica vai não conhece filho filho Não conhece pai não tinha papéis nas ruas e eu queria comprar um par de sapatos para Vera seguir catando papel ganhei 41 cruzeiros fiquei pensando na Vera que a bradar chorar porque ela quando não tem o que calçar fica lamentando que não gosta de ser pobre penso se a miséria revolta até as crianças a 21 de Junho vestiu José Carlos para ir na escola quando eu estava na rua Comecei ficar nervosa todos os dias é a mesma luta andar igual a um judeu errante atrás de dinheiro e
o dinheiro que se ganha não dá para nada tá sendo frigorífico ganhei uns ossos quando eu sair a Vera recomendou-me para trazer os sapatos deixei o João brincando com ela porque hoje não tem aula para o segundo ano percorrer várias ruas e não havia papel quando ganhei 30 cruzeiros pensei já dá para pagar os sapatos da Vera mas era sábado e precisava arranjar dinheiro para o domingo e velha já estava idealizando o cardápio de domingo e na Avenida Tiradentes eu ganhei umas folhas de Flandres e fui vender no depósito do Senhor Salvador zanute na Rua
Voluntários da Pátria eu estava de mal com ele mas ele não me fez mal nenhum até emprestou o dinheiro quando eu fiquei doente quando eu fiquei doente andava até querendo suicidar por falta de recursos o senhor Salvador perguntou-me Por que foi que assume de lá eu fiquei envergonhada com a sua corrida Tão gentil ele deu uma e 31 cruzeiros Fiquei alegre sai correndo e a comprar sapatos para Vera lembrei que havia deixar da sacola no depósito mas o trânsito estava impedido conseguia atravessar para pegar a sacola ele disse-me você saiu correndo esqueceu a sacola o
cara tem mais um pouco de papel e Recebi 10 cruzeiros fiquei com 71 cruzeiros daí 30 para os sapatos fiquei com 41 e não ia dar para comprar café pão açúcar e arroz e gordura pensei nos ossos eu ia fazer uma sopa tem um pouco de arroz um pouco de macarrão eu misturo tudo e faço uma sopa e a Vera se quiser comer como se não quiser que se aperte a época atual não é de ter preferência nem nojo cheguei em casa para ver a Vera ela estava brincando pensei ela já está melhor ela estava
coçando se e com a pele toda irritada acho que foi chá de alho que lidei jurei nunca mais dar de remédios indicados por lavadeira de hospitais eu mostrei e os sapatos ela ficou Alegre ela sorriu e disse-me que está contente comigo e não vai comprar uma mãe branca que não sou mentirosa e falei que ia comprar os sapatos e comprei que eu tenho palavra eu estava tão cansada eu queria sair para arranjar mais dinheiro mas a canseira dominou me ouvir as crianças gritar que estão dando cartões corri como flecha a canseira sumiu encontrei o João
que já vinha com cartão assinando na mão todos estavam sorrindo como se tivesse ganhado um prêmio Lil cartão era para ir buscar um prêmio e uma surpresa para seu filho na Rua Javaés 171 a 22 de Junho deixei o leite as 5 horas preparando as crianças para ir na festa da Rua Javaés de comida para Vera o João não quis a minha comida disse eu vou comer lá na festa a comida de lá deve ser melhor do que a da senhora ele não gosta de festa mas se ele sabe que vai ter comida é o
primeiro insistir e faz questão de levar a sacola passei na dona Julita para dizer-lhe que nós temos numa festa pensei deve ser banquete porque São Luís rei de França quando convidavam o povo para comer preparar um banquete tomei o bonde o dinheiro não dava cheguei lá as duas horas a fila estava enorme podia ter umas 3 mil pessoas quando eles vieram nos convidaram os favelados ficaram contentes os que não ganhou o cartão ficou chorando e dizendo que não tinha sorte percebi que povo da fa quem gosta de ganhar esmolas puseram umas tábuas na calçada e
forraram com jornais e puseram os pães em cima houve uma mulher dizer não é ruim ser pobre todos os lavar roupas Humildes alguns calçados outros descalços apareceu um preto alto e gordo como se fosse descendente de elefante falava para todos ouvir eu não sou o deputado sou simplesmente amigo do povo humilde comecei a escrever o que observava daquela aglomeração o senhor Zuza Vilma escrevendo porque eu sou alta estava toda de vermelho fui falar lhe perguntei ele quem é o senhor Oi gente eu sou o Zuza senhora nunca ouviu falar nos usa pois os doces sou
eu com que finalidade o senhor faz essa festa faça essa festa para o povo eu vou por o senhor no jornal Oi você pode me por onde você quiser não simpatizei contar os usa falta qualquer coisa naquele homem para ele ser um homem completo ele não também paciência do Povo dizia Espera vocês estão mortos de fome vem mulher grávida e desmaiar os usa de uns pães para as mulheres e mandou ela ser der os pães para o ar para ser fotografadas os carros e os ônibus da cmtc encontrava dificuldades para percorrer a rua Devido as
crianças que atravessavam a rua de um lado para o outro a qualquer instante eu esperava um atropelamento alguns reclamava Se eu soubesse que era soltam eu não vinha os senhores usa mandou dois Violeiros tocarem aparecer um palhaço que festa sem graça hoje era domingo e o povo ficou espantado quando viu os indigentes superlotar o ônibus Bom Retiro tivemos sorte Vamos com o cobrador que aceitava a quantia que nós dávamos uns davam Cruzeiro outros leva só um passe de uma mulher com crianças que vieram de Santos e ganhou só um pão e um saquinho de bala
e uma régua escolar que estava escrito lembrança do deputado Paulo Teixeira de Camargo tinha mulher que gastou 20 cruzeiros nas conduções e não ganharam nada onde estava a fila estava frio por estar na sombra eu sair da fila e passei para o outro lado Devido ao trabalho lado inconscientemente o senhor usa ele deu-me vários países contei até seis depois parei e pedir a Deus para ele não dar me mais Houve várias mulheres lhe rogando praga tivemos sorte ao voltar era o mesmo condutor eu estava as crianças e eu seis por isso fui obrigado a suplicar
o condutor que deixasse nós voltar por 3 cruzeiros era o único dinheiro que eu tinha a Vera ficou com os pés inchados de tanto andar quando eu cheguei na favela ver as mulheres rogando praga nos usa as mulheres que estavam com crianças não ganhar um pão porque não entrar no meio do povo que dizia vamos pegar alguns pães para não perder a viagem encontrei o senhor Alexandre brigando com Vicente por causa de um metro que emprestou ele era 6 horas quando aparecer um carro era um senhor que havia casado e vem nos dar os sanduíches
que sobrou eu ganhei alguns depois favelados invadiram um carro os moços foram embora e disse que ia jogar o sanduíches no lixo que gente de favelas são estúpidos e quadrúpedes que estão precisando de ferraduras a 23 de junho passei na açougue para comprar meio Kg de carne para bife os preços era 24:28 fiquei nervosa com a diferença dos preços o açougueiro explicou-me que o filé mais caro tem que ser na desventura da vaca a escrava do homem que passa existência no mato se alimenta com vegetais gosta de sal mas o homem não dá porque custa
caro depois de morta é dividida tabelada e selecionada e morre quando o homem quer em vida dá dinheiro ao homem e morta enriquece o homem enfim o mundo é como o branco quer eu não sou branca não tenho nada com essas desorganizações e quando cheguei na favela os meninos estavam brincando perguntei ele se alguém havia brigado com eles responderam-me que só a baiana uma vizinha que tem três filhos e que a Leila brigou com Arnaldo e queria jogar a sua filha recém-nascida dentro do Rio Tietê e foram brigando até a Rua do Porto e a
Leila jogou a criança no chão a criança tem dois meses as mulheres queriam e chamar a polícia para levar a menina no Juizado eu estava cansada deitei não tive coragem nem de trocar roupa a 24 de junho quando eu cheguei na favela encontrei a Vera que estava na rua ela já sabe contar tudo que presencia disse-me que a polícia tinha vindo avisar que a mãe do paredão tinha morrido ela era muito boa só que bebia muito eu estava fazendo almoço quando a Vera veio dizer-me que havia briga na favela fui ver era Maria Matias que
estava dando seu espetáculo histórico espetáculo da idade crítica só as mulheres e os médicos é quem vai entender o que eu disse os favelados todos os anos fazem fogueiras Mas em vez de arranjar lenha rouba uns aos outros entram nos Quintais e carregam As madeiras de outros favelados eu tinha um caibro eles levaram para queimar não sei porque é que os favelados são tão nocivos além deles não ter qualidades ainda surgem os maus elementos que mexe com se com eles e quem vem perturbar é o Chico O Bombril e o Valdemar Valdemar levanta de manhã
e vem para favela porque esse homem não vai trabalhar ele não gosta de mim eu gostava mensalmente da mãe dele mas a dona Aparecida disse-me que foi nós os favelados que ainda trocamos o seu filho mas os homens da favela Alguns vão trabalhar os outros quando não trabalham fico na favela ninguém chama Valdemar aqui é que ele já nasceu com Espírito inferior Se a gente pudesse escrever sempre elogiando se inscrever que o Valdemar é bom elemento Quando alguém lhe conhecer não vai comprovar o que eu escrevi eu sentei ao redor da fogueira o Joaquim e
sua esposa Petita brigaram pobre Joaquim demonstrou intolerância para não desfazer horário a 25 de junho fiz o café e vestir eles para ir na escola pois feijão no fogo viste a Vera e saímos O João estava brincando quando me viu correu e o José Carlos assustou-se quando ouviu a minha voz viu uma perua do Governo do Estado serviço de saúde que vinha recolher as fezes jornal disse que a 160 casos positivos aqui na favela Será que eles vão dar remédios a maioria dos favelados não há de poder comprar eu não fiz o exame fui catar
papel ganhei só 25 cruzeiros é que agora tem um homem que cata na minha zona mas eu não brigo por isso porque daqui uns dias ele Desiste o homem já está dizendo que o que ele ganha não dá nem para pinga que é melhor pedir esmola passei na fábrica e catei uns tomates e o gerente quando vê repreende Mas quem é pobre deve fingir que não houve quando eu cheguei na favela fiz uma salada para os minutos ouvir as crianças dizendo que estavam brigando fui ver era Nair e a Meire Anair em Branca A Meire
é preta já faz tempo que a merenda prometendo que vai bater na ilha a Meire a termina porque anda com gilete e ela foi bater na Nair e apanhou a Nair rasgou as roupas deixando o hino que gargalhada sonora que espetáculo apressadíssimo para o favelado que Aprecia profundamente tudo que é pornográfico as crianças sorri e batem Palmas como se estivessem a pão indo Depois das crianças se dividem em grupos e ficam comentando eu vi eu não vi eu queria ver Atualmente as crianças não mais emocionam quando vê uma mulher nua já estão habituados e as
Crianças acham que nas mulheres os corpos são iguais a diferença a cor os meus filhos vem perguntar me porque é que o corpo da mulher tem isso ou aquilo eu finjo que não compreendo essas perguntas em cômodas eles dizem a mamãe é boba ela não compreende nada a 26 de Junho ouvi uns boatos que os fiscais vieram requerer que os favelados desocupem o terreno do estado onde eles fizeram barracões em ordem várias pessoas que tinham barracões aqui na favela transferiram para o terreno do Estado porque lá quando chove não a lama eles disseram que vão
construir parque infantil o que eu acho esquisita que o terreno the new alvenaria e foi desapropriado e agora o Zé Povinho está construindo o barraco a 27 de junho hoje ali ele está embriagada e eu fico pensando como é que uma mulher que tem duas filhas em idade inteira pode embriagar-se até ficar inconsciente dois homens vieram nos braços e se ela rolar na cama esmagar a recém-nascida o que eu acho interessante é quando alguém entra num bar ou Empório logo aparece um que oferece pinga porque não oferece um quilo de arroz feijão doce etc tem
pessoas aqui na favela que diz que eu quero ser muita coisa porque não bebo pinga eu sou sozinha tenho três filhos seu viciar no álcool os meus filhos não irá respeitar né escrevendo isso estou cometendo uma tolice eu não tenho que dar satisfações a ninguém para concluir eu não bebo porque não gosto e acabou se eu prefiro entregar o meu dinheiro livros do que no álcool e se você achar que eu estou agindo acertadamente peço-te para dizer muito bem Carolina a 28 de Junho hoje a noite vai ter uma corrida aqui na favela a corrida
promovida pelo rubro-negro tipo corrida São Silvestre comprar um pinga para fazer quentão quentão para os adultos e batata doce para as crianças fizeram uma fogueira puseram quatro luzes na praça estou aguardando a corrida para ver quem vai vencer para o primeiro colocado o prêmio é uma medalha em uma garrafa de vinho e doce para o segundo e para o último ovos podres e uma vela o trajeto é da favela até a igreja do padre único que está alcoolizada o valdemaro a decência na favela na favela tem muitas crianças as crianças são sempre maior número um
casal tem oito filhos outro tem seis e daí por diante e o Senhor Alfredo fez um baile está tocando vitrola dança só os notícias Por que os paulistas aborreceram de ouvir e dançar pisa no furo Aproveitei enquanto o povo dança para pegar água arrumei a cozinha e fui para a fogueira quando faltava 8:50 iniciaram a corrida enquanto eu aguardava O Retorno dos corredores fiquei passeando a dona Hilda Cardoso fez fogueira eu disse que no centro da cidade não fazem fogueiras uma senhora respondeu-me que na cidade a fogueira de outra fórmula retorna os corredores o primeiro
colocado o Joaquim ano foi para premiar o terceiro colocado o ar mim que era o juiz encontrou dificuldades porque havia dois homens que dizia ter chegado em primeiro lugar e as mulheres entraram como juiz e exaltaram tanto que o ar me acabou para mim antes designados pelas mulheres atrabiliarias que predominam e serviram quentão e vinho eu bebi duas xícaras Fiquei alegre dancei com o senhor Benedito E conforme quando eu percebi que o álcool estava desviando o meu senso eu fui deitar antes de deitar dei uma surra no João porque ele está muito mal criado esqueci
de ser tarde quando eu estava esquentando fogo as mulheres começaram a falar que haviam visto o retrato dos usa no jornal e estavam alegres percebi que o senhor usa com a festa que fez para o polo no vez de atrair amigos atraiu inimigos eis o que estava escrito no jornal do dia 26 de junho de 1958 Zuza pai de santo em cana Zuza está em cana desde ontem pois ele que se chama na realidade José Onofre e tem uma aparência realmente imponente mantinha para lucros extraordinários uma tenda de umbanda no Bom Retiro atenda pai Miguel
e é também diretor de indústria de cadeiras suspeita de irregularidades na delegacia de costumes Susa foto foi autuado em flagrante eu disse aos usa que ele ia sair no jornal eu ouvi um senhor dizendo que os dois era malandro mas foi as fragas das mães que gastaram dinheiro e não ganharam nada que pegou igual veículo a 29 de Junho e na igreja eu ganhei 2 kg de macarrão balas e biscoitos comprei três sanduíches para os meninos quando eu retornava para a favela encontrei com o senhor Aldo quando cheguei na favela estavam organizando uma corrida só
para mulheres e na rua a tem um baile depois que a favela superlotou o se de Notícias tem mais intriga mas polêmica e mais distrações a favela ficou quente igual a pimenta eu fiquei na rua até 9 horas para prestar atenção nos movimentos da favela para ver como é que o povo age à noite eu já ia retirando quando surgiu a Florense ano e o Benedito a Florence Anna a morta de fome vinha reclamando que a sua filha Vilma não havia ganhado nada e havia participado da corrida precisava de uma medalha quem chegou em primeiro
lugar foi a Iracema a falar nesse ano é preta mas é tão diferente dos Pretos por ser muito ambiciosa tudo que ela faz a visando o lucro creio que se ela fosse dona de matadouro havia de comer os chifres e os cascos dos dois o que descontentamento na corrida das mulheres todas queriam ser classificadas eu fico só olhando não interfiro me porque eu não gosto de polêmica a Dona Rosa que aluga barracões aqui na favela e arranca couro veio dizer o senhor Francisco para arranjar ele quatro mil cruzeiros que ela está com as lições nos
terrenos e esse dinheiro que já dei não pode ser incluído na venda do barraco Não não pode esse dinheiro fica para pagar o aluguel foi a resposta de Dona Rosa o senhor Francisco pobre senhor Francisco ele está doente na caixa de aposentadoria e paga 700 cruzeiros por mês de aluguel e sem de luz sustentar 4 pessoas e eu vou deitar creio que já é uma da manhã e quando eu ia deitar ouvi os rumores que na rua a os baianos estavam brigando fui ver é que o Sérgio havia feito um baile e os notícias havia
feito o outro e estavam dançando com a porta fechada EA mulher do show foi dançar no baile dos notícias mas ela dançava só com os bonitinhas e um Pernambucano convidou ele para dançar com ele ela não quis dançar olhou pernambucano minuciosamente e não quis dançar com ele o Pernambucano quando se viu preferido enfureceu-se arrancou a peixeira da cinta investiu uma mulher do xoxó a única coisa que eu vejo correr com rapidez são os ratos e coelhos e os relâmpagos mas a mulher do show quando viu a peixeira na sua direção suplantou o Relâmpago o povo
aí batom e a peixeira o Pernambucano saiu correndo fungando e parando e hoje eu mato hoje corre sangue na favela vem correndo para a Rua B e arrancou um pau da cerca do Senhor Antonio venância e voltou para a Rua a chegou na casa do show e bradava sai para fora sai para fora vagabunda deu-se uma confusão tremenda os notícias falavam e eu não entendia nada se no Norte eles foram assim o norte deve ser horroroso e naquela confusão a mulher do show desaparecer igual a fumaça outra coisa que observei hoje noite de São Pedro
o que observei na favela e não está certo é isto tenho soldado vulgo Taubaté é o Predileto de algumas mulheres aqui da favela ele passa as noites aqui o soldado é turbulento Que bom se o tenente retirasse soldado da favela em qualquer coisa para ele é tiro já feriu dois da favela na Rua B na casa do extinto senhor Sebastião Gonçalves fizeram uma fogueira eu fiquei sem sono porque eu não posso beber algo e eu bebi que então apareceu a RP 44 Eu segui os guardas como eu já expliquei os notícias falavam tanto que ninguém
compreendia os guardas foram se e eu sair da rua aí fui para Rua B sentei perto da fogueira Todos falavam a conversa não me interessava mas eu fiquei falavam nas brigas no jogo de futebol na Suíça e na pretensão do homem ele na lua uns dizia que o homem vai outros que não vai e eu quando eu vivo vai não vai já fiquei pensando numa briga porque aqui na favela tudo inicia bem termina com brigas eu fiquei esperando a Portuguesa de Desportos soltar os foguetes porque se eu deitasse antes tinha que despertar com os foguetes
uma senhora que sentava fogo disse-me que Angelina preta bateu no seu filho Argemiro de oito anos e não quero que ele passe na rua a para pegar água a 30 de junho fiz café e fui buscar água ouvi um grito fui ver o que era era Odete brigando com seu companheiro ela dizia Dona Carolina vai chamar a polícia eu lhe aconselhava para ficar quieta Odete você está grávida eles estavam atracados eu já estou na favela 11 anos e tenho nojo de presenciar essas cenas aldete estava seminua com seios à mostra Eles brigam sem saber porque
é que estão brigando as vizinhas contou-me que é Odete jogou água fervendo no rosto do seu companheiro hoje vários homens não foram trabalhar coisa de segundas-feiras parece que ele já estão cansados de trabalhar e um de julho eu percebo que se esse diário for publicado vai magoar muita gente tem pessoa que quando me ver passar sair da janela ou fecham as portas esses gestos não me ofendem Eu até gosto porque não preciso parar para conversar quando passei perto da fábrica vi vários tomates ia pegar quando viu o gerente não aproximei porque ele não gosta que
pega quando descarrega os caminhões os tomates caem no solo e quando os caminhões saem esmagados mas a humanidade é assim prefere ver estragado que deixasse ou semelhantes aproveitar quando ele afastou-se fui pegar os tomates depois fui catar mais papéis encontrei sanção o carteiro ele ainda não cortou os cabelos ele estava com os olhos vermelhos pensei será que ele chorou Ou vontade de fumar ou está com fome coisas tão comum aqui no Brasil Filho o uniforme descolado o senhor Kubitschek que aparecia pontas Devia dar outros uniformes para os carteiros ele olha-me com meu saco de papel
percebi que ele confirme as pessoas sem apoio igual ao carteiro quando encontra alguém que condói-se deles eu nem um espírito eu não gosto do cliente aqui o homem que tem o nome esquisito que o povo sabe falar mas não sabe escrever o baiano esposo de Dona Zefa meu vizinho e veio queixar-se que o José Carlos é aborrece o que eu sei é que com tantos baianos na favela os favelados veteranos estão mudando nos eles querem ser superior pela força para ficar livre deles os favelados fazem um sacrifício e compra um terreno e zarpou se eu
disse de teus filhos também aborrece-me abre as minhas gavetas e o que eles encontram carregando e eu não sabia disso e nem ia saber porque eu não faço reclamações de crianças porque eu gosto das crianças e aqui reside uma notícia que é costureira eu gostava muito dela lhe favor esse ano que eu podia um dia o meu filho José Carlos estava brincando perto da casa dela e ela jogou o Iago no outro dia vem no caminhão jogar abacaxi e poder aqui na favela e eu perguntei a ela porque havia jogado água no meu filho eu
joguei fria mas se ele me aborrecer outra vez eu quero jogar é água quente com soda para ele não enxergar mais e não aborrecer mais ninguém a minha simpatia pela Dona Chiquinha arrefeceu no outro dia Dona Chiquinha veio perguntar se eu queria brigar com ela que ela ia buscar a peixeira não lhe dei confiança e três de Julho ele estava escrevendo quando eu vi o meu vizinho Antônio Nascimento repreendendo o meu filho José Carlos ele anda dizendo que vai bater no menino se fosse uma retenção justa mas a dele é implicância onde é que já
se viu um homem de 48 anos desafiar uma criança de 9 anos para brigar mas o Antônio Nascimento nasceu com as ideias é uma vez a filha da Dirce morreu era duas gêmeas atualmente ela tem tido partos duplos o ano passado morreu casal de gêmeos o menino no dia e a menina no outro e agora fenece outra quando morre alguém aqui na favela os malandros saem pelas ruas pedindo esmolas para sepultar os que falece em balção dinheiro e gastar na bebida os favelados estão comentando O Retorno dos jogadores 14 de Julho quando eu passava na
Rua Eduardo Chaves uma senhora chamou-me e deu-me umas panelas de alumínio papéis e 1 kg de carne assada com batatas creio que ela deu minha carne por causa da Vera que disse-lhe que gostaria de levar o seu berço para o mercado e morar lá porque lá tem muitas coisas boas para comer que ela gosta de carne quer casar com açougueiro Já percebi que minha filha revoltada ela tem pavor de morar na favela um dia apareceu aqui na favela uma preta que diz se chamar Vitória veio com o menino por nome César a preta disse que
era empregada de Dona Mara que dança na boate Oasis na Rua Sete de Abril para emprestar um caderno de poesia e procurar lá na Avenida São João a preta disse-me que estava estudando música no conservatório dramático musical Quem indicou meu barraco para preta foi a Florence Ana Ela deu-me este endereço Avenida São João Centro a andar 82 apartamento 23 o que deixou-me preocupada foi o prédio ter 82 andar ainda não ligo São Paulo tem prédio tão elevado assim depois pensei eu não saio do quarto de despejo o que posso saber o que se passa na
sala de visita com insistência da Florence Ana eu emprestei quando fui na cidade procurar o número 190 não encontrei fui na boate Oasis procurar a Dona Mara para saber como é que eu poderia localizar sua empregada ordinária informaram-me que Dona Mara frequenta a noite e se Chegava à uma da manhã deixei uma carta para Dona Mara e não obtive resposta mas o dia que eu encontrar essa tal Vitória ela vai apanhar ensaboei as roupas depois foi acabar de lavar na lagoa o serviço de Saúde do Estado disse que a água da Lagoa transmitir as doenças
caramujo vieram nos revelaram que ignorávamos mas não sou luz a essência da água a dona Alice está triste porque ela alugou o barracão da Dona Rosa e ela quer vender o barracão que é quatro mil e o seu esposo tem dinheiro e a Dona Rosa não lhe cumprimenta Eu nunca vi uma pessoa tão insidiosa assim ainda se fosse só ambição mas a inveja e a sua sombra quando eu ganhei a minha saia vermelha ela ficou Furiosa dizia Só eu é que não ganha nada agora ela faz outro Barracão e alugou o outro que ela residência
é o que está residindo o senhor Francisco quando os meus filhos eram menores eu deixava eles fechado e saía Para catar papel um dia eu cheguei em conta eles vão chorando ele disse sabe mamãe a Dona Rosa no jogou bosta no rosto ela acende o fogo esquentei água e lavei as crianças fiquei horrorizada com a maldade da Dona Rosa ela sabe que aqui na favela não pode alugar Barracão mas ela Oi é a pior senhoria que eu já vi na vida porque será que o pobre não tem dó do outro pobre e Cinco de Julho
o Frei Luiz hoje nos visitou com o seu carro Capela nos disse que vai ensinar o catecismo as crianças para fazer a primeira comunhão e aos sábados vem nos ensinar a conhecer os trechos bíblicos e seis de Julho despertei as 4:30 com a tosse da Neide percebi que aquela tosse não ia deixar me dormir levantei e dele um pouco de xarope porque fiquei com dó ela é órfã de pai quando o pai estava doente a mãe deixou boas são três filhas a mãe da Neide é uma desarrumada não prestou para tratar do esposo enfermo e
nem para criar as filhas que ficaram aos cuidados dos avós esquentei o arroz e os peixes e dei para os filhos depois fui Catarina parece que eu vim ao mundo predestinada catar só não cada felicidade Eu estendi as roupas para curar ao meu lado estava a mulher do nortista que dormia com a mulher do show estava nervosa e falava tanto parece que tem a língua elétrika parecia o Carlos Lacerda quando falava do Getúlio dizia que era ela quem lavava as roupas da mulher do xoxó e o seu esposo é quem lhe dava dinheiro para ela
lhe pagar é 5:30 o Frei Luiz está chegando para passar o cinema aqui na favela já puseram a tela e os favelados estão presentes as pessoas de alvenaria que Residem perto da favela diz que não sabe como é que as pessoas de cultura da atenção ao povo da favela as Crianças da Favela bradaram quando iniciaram o cinema representando trechos da Bíblia nascimento de Cristo Chegou o carro capela com Frei Luiz convidaram O que é útil aos favelados e quando passava uma tela o Freio explicava quando passou os reis magos o Freio explicou que a denominação
Magos é porque eles Liam a sorte das pessoas nas estrelas e se alguém sabia o nome dos Reis Magos que uma é muito conhecido e chamava Baltazar e o outro Pelé respondeu um moleque todos riram chegou o caminhão com os jogadores na hora que o padre estava rezando resolvi tomar parte no couro os meus filhos chegaram do cinema e eu fui dar o jantar para eles a velha estava contente e contava as travessuras de José Carlos O João perdeu 11 cruzeiros que o dele para irão rialto e ele levava o dinheiro na carteira e foi
com os meninos da favela e alguns deles já sabem bater carteira 17 de julho fui na dona Joana ela deu milhões passei na fábrica para ver se tinha tomates havia muitas linhas eu ia pegar nos pedaços quando eu vi um preto dizer para eu não mexer nas linhas que ele ia bater me eu disse para bater que eu não tenho medo ele estava quando as linhas dentro do caminhão olhou-me com desprezo e disse maloqueira por eu ser de Maloka que você não deve mexer comigo eu estou habituada tudo a roubar brigar e beber eu passo
15 dias em casa e 15 dias na prisão já foi sentenciado em Santos e ele fez menção de agredir me e eu disse-lhe eu sou da favela do Canindé sem cortar delete navalha e estou aprendendo a manejar a peixeira nordestina está dando aulas você vai me bater pode vir comecei apalpar os bolsos onde será que está a minha navalha hoje o senhor fica só com orelha quando eu bebo umas pingas fico meio louca na favela é assim tudo que aparece por lá nós batemos e roubamos o dinheiro e tudo que tiver no bolso o peito
ficou quieto eu vim embora Quando alguém nos insulta é só falar que é da favela e pronto nos deixa em paz percebi que nós da favela somos temido eu desafiei o preto porque eu sabia que ele não ia ver eu não gosto de briga e quando eu voltava encontrei com Nelson D'Ávila Guilherme nesse algo que eu não gostei fingir que não compreende o que ele dizia mas você é tão inteligente não compreende porque é que eu ando atrás de você quando eu cheguei na favela os meus filhos não estavam gritei não apareceu ninguém fui no
Senhor Eduardo e comprei meio litro de óleo e 16 cruzeiros de linguiça encontrei o dinheiro que o João recebeu quando vender os ferros 46 com 2066 e quando eu voltava fiquei olhando os homens da favela a maioria não trabalha segundas-feiras foi no senhor Manoel vender os ferros que eu achei pelas ruas e ver se viu os meus filhos quando eu ia chegando no senhor Manoel Filho João que retornava disse-me que catou umas latas e ganhou quatro cruzeiros perguntei-lhe pela Vera disse-me que deixou em casa e que ela estava com José Carlos quando eu retornava ouvir
a voz da Vera ela dizia José Carlos Olha a mamãe veio correndo na minha direção disse que ela e José Carlos tinham ido pedir esmolas ele estava com saco nas costas eu vinha na frente dizia que ele devia era fazer lições eu precisava ir na cidade enquanto eu vestia ouvir a voz do Valinho que discutia com bêbado esse conhecido por aqui começou a surgir as mulheres elas não perdem Essas funções me passa uma horas e horas contemplando não lembro de nada se deixou panela no fogo abriga para elas é tão importante como as Touradas de
Madri para os espanhóis viu Durvalina agredindo bêbado tentando enforcá-lo o bêbado não tinha forças para reagir o Armin outros retirou as mãos do Durvalina do pescoço do bêbado e levaram ele para o outro lado do rio eu Durvalino ficou comentando o seu feito Fui trocar o meu título de eleitor quando eu cheguei na Rua Seminário fui tirar fotografia no foto Lara 60 cruzeiros enquanto esperava as fotografias eu conversava com as pessoas presentes todas agradáveis recebi as fotografias e fui para a fila conversei com uma senhora que o seu esposo é funcionário da Prefeitura e que
saber em quem eu ia voltar disse-lhe que vou votar no Doutor Adhemar deixei o tribunal e tomei o bonde Quando desci no. Eu soube comprar carne moída passei na Koup e comprei meio Kg de arroz perguntei a jornaleiras se ela tem título de eleitor eu pensava nos filhos que devia estar com fome a Vera começou a pedir comida esquentei dele João jantou e José Carlos também contou-me que o cunhado da dona Aparecida havia chegado na assistência que foi atropelado que estava engessado quando eu vou na cidade tem a impressão que estou no Paraíso acho Sublime
ver aquelas mulheres e crianças estão bem vestidas tão diferentes da favela as casas com seus vasos de flores e cores variadas aquelas paisagens age encantar os olhos dos visitantes de São Paulo que ignoram que a cidade mais afamado da América do Sul está enferma com as suas úlceras as favelas o 8 de julho ele estava indisposta deitei cedo despertei com a algazarra que fazia na rua não dava para compreender o que dizer porque Todos falavam ao mesmo tempo e era muitas vozes é bonitas vozes de todos os tipos e eu queria levantar para pedir-lhe que
deixasse o povo dormir mas percebi que a perder tempo eles já estavam alcoolizados a Leila deu o seu show e os seus gritos não deixou os vizinhos dormir e as quatro horas comecei a escrever quando eu desperto custa dormir ser fico pensando na vida atribulada e pensando nas palavras do Frei Luiz que nos diz para sermos Humildes penso se o Frei Luiz fosse casado e tivesse filhos e ganhasse salário mínimo aí eu queria ver se o Frei Luiz era humilde diz que Deus dá valor só os que sofrem com resignação se o Frei Luiz disse
os seus filhos comendo gêneros deterioradas comidos pelos órgãos de ratos havia de revoltar-se porque a revolta surge das Agulhas eu mandei João comprar 10 cruzeiros de queijo ele encontrou-se com Adalberto e disse-lhe para ele vir falar comigo é que eu ganhei umas tábuas e vou fazer um quartinho para eu escrever e guardar os meus livros eu saí fui catar papel pouco papel nas ruas porque outra Coitada também está catando papel ele vem de papel e comprar pinga bebe depois sempre chora em silêncio eu estava com tanto sono que não podia andar a dona Anita deu-me
doces e ganhei só 23 cruzeiros quando cheguei na favela O João estava lendo Gibi esquentei a comida e deles o barulho noturno que eu vi as mulheres estavam comentando que os homens beberam 14 litros de pinga EA lei insultou um jovem e lhe estancou a ele jogou no solo e deu um pontapé no rosto o Ato é selvagem mas a Leila Quando bebe Rita as pessoas ela já apanhou até do chiclé um preto bom que reside a favela ele não queria isso não cala mas ela desclassificou ele é demais ele deu-lhe tanto que até arrancou
ele dois dentes é por isso que o apelido dele aqui na favela é dentista a Leila ficou com o rosto tão inchada que foi preciso tomar penicilina Oi hoje é dia das choronas aqui reside uma notícia que quando bebe torra paciência o filho da Notícia arranjou uma namorada uma mulher que pode ser a sua avó a futura esposa tem residir com a sua mãe quando a velha bebe fica aborrecendo e discutem e a velha não lhe dá sossego ele fugiu com a mulher e a velha está chorando quero o retorno do filho é 5:00 José
Carlos chegou vou trocá-lo para ir na casa Gouveia comprar um par de sapatos para ele na casa Gouvêa ele escolheu o sapato 159 traseiros o senhor Gouveia deixou por 150 ele está contente e olha as pessoas que passam para ver se estão lutando os teus sapatos novos e quando eu cheguei na favela encontrei com o senhor Francisco ele emprestou minha Carrocinha e eu fui buscar as tábuas levei a Vera dentro da carrocinha José Carlos eo nilo para ele foi fácil A Carrocinha deslizava no asfalto como se fosse automático coloquei As madeiras de vários modos hora
ficava dianteira a hora traseira percebi que precisava trazer em duas vezes o que é preciso fazer eu faço sem achar que é sacrifício na Rua Araguaia com a Rua Canindé tem muita lama e eu encontrei dificuldade porque estava descalça e os meus pés deslizavam na lama não havia possibilidade de firmar os pés escorregava apareceu um senhor e empurrou a carrocinha para mim disse-me para eu ajeitar as tábuas agradeci e seguir no ponto do bom dia estamos escorregaram da carrocinha e o José Carlos vem da minha luta disse me por que que a senhora não casou-se
agora a senhora tinha um homem para ajudar Tô bem graças a Deus quando cheguei na favela uma senhora estava esperando disse-me que João havia machucado a sua filha ela disse-me que o meu filho tentou violentar a sua filha de dois anos e que ela ia dar parte no juiz se ele fez isso quem a de interná-los ou eu chorei deitei José Carlos e sair com João foi no Juizado para saber se havia possibilidade de intervalo preciso retirá-lo da rua porque agora tudo que aparecer de mal vão dizer que foi ele no Juizado Doutor que estava
de plantão disse para voltar dia 10 que o dia nove era feriado sai do juizado e fui tomar um bonde por ser mais barato no ponto do bonde João plantou-se na porta da Pastelaria e eu sentei para descansar um pouco quando cheguei na favela era meia-noite eu estava nervosa e Nove de Julho tive sonhos agitados eu estava tão nervosa que se eu tivesse asas eu vou areia para o deserto para o Sertão tem hora que eu revolto comigo por ter iludido com os homens e arranjado esses filhos quando estava preparando-me para sair a dona Alice
veio dizer que dois meninos do juiz estava vagando aqui na favela fui ver estavam com roupas amarelas descalços e sem camisa só com aquele blusão em cima da pele eles estavam desorientados Perguntei se queria um café responderam que não eu entrei e Fui preparar para sair para Rua José Carlos acompanhou os meninos depois veio perguntar-me se eu podia arranjar umas roupas para os meninos vai chamá-los aí ele foi e voltou com os meninos um era mulato Claro um rosto feio maringão o outro era branco bonito contaram-me Os horrores do juizado que passam fome frio e
que apanha o ininterruptamente perguntaram se eu podia arranjar eles umas camisas deles as camisas e as causas perguntei eles os nomes mulata Antônio e o branco é Nelson pergunta eles sabiam ler responderam que sim deles café falaram que Residem na Vila Maria e que tem mãe me aconselharam meus filhos para ser bons para mim que os filhos estão melhor com as mães que a coisa melhor do mundo a mãe eles pegaram as roupas que eu deles a calça do Nelson tinha tantos remendos que podia pesar 3kg quando eles saíram olharam o número do meu barracão
e pediu-me para não internar o João que a comida é deficiente que eles eram obrigados a lavar louça que se uma criança jogar fora o resto da comida do lixo que eles obriga a criança catar e comer os meus filhos ficaram horrorizados com a narração dos fugitivos decidir não internaram João porque ele tem apetite o que observei é que eles queriam livrar-se das roupas amarelas os meninos perguntaram meu nome e saíram sorrindo para mim penso Porque será que os meninos que fogem do juizado vem difamando a organização eu percebi que no Juizado as crianças degrada
moral os juízes não tem capacidade para formar o caráter das crianças o que é que eles falta interesse pelos infelizes ou verba do Estado em 1952 eu procurava ingressar na Vera Cruz e foi no Juizado falar com doutor Nascimento se havia a possibilidade de internar os meus filhos ele disse-me que se os meus filhos fossem para o abrigo que ia sair ladrões fiquei horrorizada ouvindo o juiz dizer isto e quando existia a Saudosa Rua e tá boca eu digo Saudosa porque vejo tantos homens lamentando a extinção da zona do meretrício quando eu ia lá e
ver as mulheres mais nojentas e perguntava Onde vocês foram criados não abrigo de menores vocês sabem ler não porque você é Padre eu parava a interrogação elas não sabiam ler nem cuidar de uma casa a única coisa que elas conhecem minuciosamente pode lecionar e dar diplomas é pornografia pobre os órgãos do juiz eu fui catar papel estava indisposta o povo da rua percebe quando estou triste ganhei 36 cruzeiros voltei não conversei com ninguém Estou sem ação com a vida começa achar a minha vida insípida e longa demais e hoje o sol não saiu de está
triste igual a minha alma deixei João fechado estudando disse-lhe que o homem que erra estava assinado no opinião pública O que é observa que os que vivem aqui na favela não podem esperar alguma coisa desse ambiente são os adultos que contribuem para delinquir os menores temos os professores de escândalos a Leila a Meire a Zefa apetite EA de Olinda quando eu cheguei na favela encontrei com o nortista que estava com uma peixeira procurando meu filho quando me viu não disse nada mas eu conversei com ele a ouvir as mulheres do depósito dizer que o senhor
João da Rua do Porto faleceu e que ficou dois dias aguardando recursos para ser sepultado eu ia velo Mas comecei sentirem disposição e resolvi deitar um pouco já faz uns dois anos que eu mandei tu durante o dia penso no Senhor João que já tempos estava doente paralisia ele dizia que queria morrer porque não apreciava ser sustentado pela esposa que a vida sem doença já é dura de conduzir a sua esposa dona Angelina é quem trabalha para os dois ela tinha um auxílio das vicentinas mas fizeram tanto em trilha e as vicentinas deixou de auxiliá-la
injustiça se eu dormir um pouco depois comecei a escrever a dona Alice deu-me um prato de sopa o dia que eu mudar da favela vou acender uma vela para São Sebastião ou só deu linda brigando com seu esposo eles eram amasiados e as vicentinas aconselhou-os a casar ele bebe muito e ela o dobro ela disse que o seu estômago não aceita café da manhã que se beber vomita de manhã ela bebe pinga e passa o resto do dia chupando o dedo é nojento ver uma mulher de 50 anos chupando o dedo ela foi chamar a
rádio patrulha porque ambos estão com a cabeça quebrada a sogra também bebe e formam o trio mais escandaloso da Rua C e eu guardei as roupas dos meninos do juizado para comprovante que horrorizada com cheiro de suor e achei desmazelo Rua Dez de Julho deixei o leite a 5 e 6 para pegar água não gosto de estar entre as mulheres porque na torneira que elas falam de todos e de tudo estou tão indisposta que se eu pudesse deitar um pouco mas eu não tenho nada para os meninos comer único jeito é sair deixei o João
estudando ganhei só 10 cruzeiros e achei metais Achei um arco de pua hino estudantes pediam dele ele deu uma e três cruzeiros para um café passei na feira comprei batata doce peixe quando cheguei na favela era 12 horas esquentei a comida para o João e fui ajeitando o barracão depois fui vender umas latas e ganhei 40 cruzeiros retornei a favela e fiz o jantar E cadê o lindo e o seu esposo que foram na rádio patrulha ainda não voltaram Será que Ficaram presos cai a tarde lentamente já estão chegando os crentes com seus instrumentos musicais
para louvar a Deus aqui na favela tem um barracão na Rua B onde os cães vem rezar três vezes por semana uma parte do Barracão é coberto com folha de Flandres EA outra de telha tem dia que eles estão rezando e os vagabundo da favela jogam pedras no barracão e quebram as telhas as que caem em cima das Folhas faz barulho mesmo sendo resultados eles não desanimam aconselho só velados para não roubar não Beber e amar ao próximo como a si mesmo os crentes não permite a entrada das mulheres que usa calças e nem vestidos
decotados só velado são humanos conselhos eu fui buscar uma lata de água e uma senhora estava lamentando se eu fosse jovem ou não reside nessa favela nem um dia mas eu já sou velha e velho não se governa aqui nessa favela a gente vê coisa de arrepiar os cabelos a favela uma cidade esquisita e o prefeito daqui é o diabo e os pinguços que durante o dia estão o culto à noite aparecem para tentar percebo que todas as pessoas que Residem na favela Não aprecia lugar a Onze de Julho deixei o leite às 5:30 já
estava cansada de escrever e com sono mas aqui na favela não se pode dormir porque os barracões são Unidos e a Neide tosse muito esperta né fui buscar a água EA fila já estava enorme que coisa horrível é ficar na torneira sai briga ou alguém quer saber a vida dos outros ao redor da torneira amanhece cheio de bosta e quem limpa sou eu porque as outras não interessam quando eu cheguei na favela estava indisposta e com dor nas pernas a minha enfermidade é física e moral Rua Doze de Julho fui no frigorífico ganhei uns ossos
estão dispostas comprei dois pães doces para o João e a Vera KT tomates encontrei um preto educado e elegantes não falar disse-me que reside em Jaçanã eu ia perguntar em nome mas fiquei com vergonha ele deu dois cruzeiros ao João e eu comprei querosene cheguei em casa fui no senhor Manoel vender os ferros o depósito já estava fechado cheguei em casa e deitei estava com frio e mal-estar povo da favela já sabe que eu estou doente mas não aparece ninguém para prestar nenhum favor não deixa o João Saiu ele passa o dia lendo ele conversa
comigo e eu vou revelando as coisas em convenientes que existe no mundo já que o meu filho já sabe como é o mundo a linguagem infantil entre nós acabou se e o José Carlos foi na feira o servir os ossos para fazer uma sopa a Vera não quis o Frei Luiz está com da tela para passar o cineminha não vou comparecer porque estou doente João pediu-me para irmos disse-lhe que enquanto nós exigimos aqui na favela ele não há de brincar com mais ninguém antes eu falava e ele revoltava agora eu falo e ele ouve e
eu pretendia conversar com meu filho as coisas sérias da vida só quando ele atingisse a maioridade Mas quem reside na favela não tem quadra de vida não tem infância e juventude e maturidade o meu filho com 11 anos já que é mulher explica ele que ele precisa tirar o diploma de grupo e estudar depois que o curso primário é muito pouco o Treze de Julho estão chegando As Enfermeiras do Frei Luiz que vem curar as Chagas dos favelados elas estão ensinando as crianças rezar Eu queria saber como é que o Frei Luiz descobriu que os
favelados tem chagas esquentei o jantar para as crianças ou sua Meire convidando a Nair para ir no baile da rua a a velha está tossindo levanto-me para dar-lhe um comprimido Estou com febre não posso levantar estou esperando José Carlos chegar quando ele chegou deu minha caixa onde eu guardo os remédios e tomei uma sala o feno EA dor foi desaparecendo e ela dormisse despertei às duas da madrugada com Arnaldo e a Leila brigando com Quatorze de Julho Passei o dia deitada por estar com febre e dor nas pernas não tinha dinheiro mas eu havia deixado
os ferros lá no senhor Manoel e mandei o José Carlos ele pesar e receber ganhou 22 cruzeiros Comprei cinco de pão e Cinco de açúcar e comprimido levantei só para preparar as refeições Passei o dia deitada José Carlos ouviu a Florence Ana dizer que eu pareço louca que escrevo e não ganho nada O Quinze de Julho Hoje é aniversário de minha filha Vera Nice eu não posso fazer uma festinha porque isso é o mesmo que querer agarrar o sol com as mãos hoje não vai ter almoço só jantar estou mais disposta ontem supliquei ao Padre
Donizete primo sarar Graças a Deus que atualmente o Santos estão protegendo porque não sobra dinheiro para eu ir no médico fui catar papel levei os filhos eu agora quero ter um João debaixo dos meus olhos fui na dona Julita ela está em Santo André cheguei em casa fiz o almoço fui no senhor Manoel vender os ferros ganhei 25 cruzeiros Comprei pão quando cheguei na favela tinha português vendendo um miúdo de vaca comprei meio Kg de bucho mas eu não gosto de negociar com português Eles não têm educação são obscenos pornográficos e estúpidos quando procura uma
preta é pensando explorá-la quem eles pensam que são mais inteligentes do que os outros português diz para Fernanda que lhe dava um pedaço de fígado se ela aceitar se ela não quis tem preta que não gosta de branco ela saiu sem comprar ele deixou de vender por ser Atrevido a 16 de julho não havia papel nas ruas passei no frigorífico havia jogado muitas linguiças no lixo Separe as que não estavam estragadas eu não quero enfraquecer e não posso comprar e tem um apetite de leão então recorro a lixo a 17 de julho a lei o
Arnaldo brigaram Toda Noite não nos deixou dormir deixei o leite a 5 e 6 e carreguei água na torneira sempre sai encrenca você passou na minha frente não passeio e daí para o série 1 dia o esposo da dona Silvia estava na torneira e discutiram ele é um artista senhor Manoel pai do Zé Maria enquanto eles trocavam insultos eu presenciava um notícia tirou a Teixeira o Antônio de Andrade tem 65 anos mas quando viu a peixeira reduzir saltou igual Adhemar Ferreira no salto triplo saí fui catar papel ganhei 60 cruzeiros parei para conversar com a
Dona Rita ela está preocupada com as notícias de guerra que a guerra é ingrata para os jovens que é com gente a condição dos próximos Queiroz são os jogadores de futebol pracinha são veneradas pelas mulheres e que os Pracinhas são nossos e eu vi dizer que o General Teixeira Lott não vai enviar tropas para o Oriente Médio Se for assim creio que devemos considerar e venerar o nosso general que já demonstrou o seu desvelo pelo povo e o país e dezoito de Julho sair foi catar papel ouvir as mulheres lamentando com lágrimas nos olhos que
não mais aguenta o custo de vida levei o João para evitar encrenca passei na banca de jornal na Avenida Tiradentes e parei para conversar com os senhores e com o jornaleiro cheguei na favela era 12:30 Durvalino passou com um pedaço de carne na mão parou para brincar com a Neide e começou a falar do bobo que ele não presta e vai ser um péssimo esposo de um pedaço de carne para Dona apareceu a 19 de julhho fui na bolacha o dono disse que não dava mais bolacha voltei catando tudo que encontrava está chovendo e eu
não quis catar papel quando cheguei na favela a Vera contou-me que a baiana via me xingado uma mulher de 32 anos brigar com uma criança de 5 anos uma vizinha que viu a baiana xingando a Vera confirmou assim que a nojenta Vil me começou insultar mostrou uma peixeira para o José Carlos e disse que pretende lipikar fui no senhor Manoel vender uns ferros ganhei 55 cruzeiros levei pouco material e achei que era muito dinheiro perguntei ao senhor Manuel se não errou não troco Fui na feira comprei 1 kg de feijão e um ruim o resto
eu catei quando português jogou os pés de alface no chão e eu peguei em português gritou chegou a freguesia do Bastião hoje Eu não lavo as roupas porque não tenho dinheiro para comprar sabão a ler e escrever a Leila pegou um machado e replicou o fundo da Márcia a bacia é da Ivone Horácio que deu minha cinco conectadas em 1952 O processo foi cancelado porque ela não compareceu no foro A Ivone pediu a bacia a Leila não queria devolver ficou fundo eu fiquei horrorizada e com dó dois notícias brigaram só procuram os outros o Victor
Frankenstein O Valentão apanhou do lado de Maripá dela todos gostarão porque o Vitor quer ser no Lampião da favela foram duas cassetadas agora as mulheres estão dizendo que vão cotizar e comprar uma camisa de lã para dar de presente ao Valdemar para comemorar o seu grande feito a Vinte de julho eu estava escrevendo quando ouvi a voz do senhor Benedito mandei ele entrar ele conduzia um senhor do Centro Espírita divino mestre localizado na Rua Oriente que veio dar cartão para gente buscar a minha saio para as crianças dia23 fiquei tão contente que sair da cama
com rapidez expliquei ao Senhor o que é que eu escrevo ia recomeçar a escrever quando o Adalberto chegou veio fazer uma cerca para mim para evitar a entrada dos notícias que por qualquer motivo vem aborrecer quem trabalhou na cerca foi o Adalberto Luiz hóspede recente da favela e o José da Dona Rosa comprar um pinga e eu fiz caipirinha e fiz almoço para eles era uma hora quando eu ia recomeçar a escrever o senhor Alexandre começou a bater na sua esposa a Dona Rosa interview ele dava pontapé nos filhos quando ele ia enforcar a Dona
Nena a Dona Rosa pediu bom então soldado Edson Fernandes foi pedir ao Senhor Alexandre para não bater na sua esposa ele não obedeceu e ameaçou o soldado com uma Teixeira o Edson Fernandes deu-lhe os estados o Alexandre já voou que nem balão impelido pelo vento o soldado Edson mandou me telefonar para rádio patrulha eu fui a voando telefone e voltei correndo quando cheguei na favela abriga estava quente o Alexandre xingava as crianças que irão olhar e avançou para o meu filho João e desacatar o soldado Edson querendo bater ele no rosto e dizendo lhe leva
a minha mulher para você mulher depois que casa para suportar o marido e eu não admito soldado dentro da minha casa Você está interessada na minha mulher assim que os favelados me viram gritaram Cadê a polícia já telefonei em cinco minutos a rádio patrulha apareceu eu e a Vera entramos no carro a Vera começou a sorrir um delicioso andar de carro quando o povo da alvenaria me viram na rádio patrulha gritar u crime na favela e corriam na direção da favela via entre as pessoas o meu compadre José Nogueira o José Carlos regressou do cinema
e eu contei-lhe o show do seu Alexandre ele disse-me que o Alexandre estava no ponto do bonde não acreditei será possível que a polícia soltar um homem tão turbulento que não respeita as crianças como já estava prevenida Não assustei quando vi a voz do Alexandre discutindo com a mãe do soldado Edson eu entendi porque ela está gestante eu sair para procurar o bobo Para ele retirar o Alexandre de dentro de casa mas o Benedito já vim porrada Alexandre para fora ele entrou no seu barraco e fechou a porta tava tão bêbado que não podia parar
de pé e deitamos eu estava agitada e nervosa porque queria passar o dia escrevendo custei dormir eu fiquei cansada de tanto correr para chamar a radiopatrulha despertei as quatro horas da manhã com a voz do Alexandre que estava maltratando a sua esposa e xingando o soldado Edson dizia aquele negro sujo me bateu mas ele me paga Eu Me vingo Vendo que o Alexandre não parava de falar eu fui na delegacia o soldado que estava de plantão disse favela é de morte disse-me que se o Alexandre continuasse a perturbar para eu voltar às 6:00 voltei para
a favela ele estava na rua insultando resolvi fazer café abrir a janela e joguei um pouco de água no Alexandre Você chamou a rádio patrulha para mim Negra fedida mas você me paga em 21de Julho fui catar papel estava horrorizada com a cena que o Alexandre representou de madrugada catei muitos ferros e pouco papel quando eu estava perto da banca de jornal tropecei cair devido eu estar muito suja um homem gritou é fome e me deram esmola mas eu caí porque estava com sono pensei no Alexandre porque ele não precisa pensar no trabalho porque obriga
a esposa pedir esmola ele tem uma filha a dica menina tem 9 anos ela pede esmola de manhã e vai para escola à tarde a menina conhece as letras e os números mas não sabe formar palavras quando escreve ela põe qualquer letra que vem na mente mistura números com letras escreve assim a cr85cc Zebu e já faz dois anos que ela está na escola enquanto eu estava na rua o Alexandre maltratou a mãe do soldado Edson e quando cheguei ele começou insultar me Negra suja ordinária vagabunda lixeira e eu não tenho paciência de xinguei joguei
num vidro no rosto ele fechou a janela Abriu outra vez eu li joguei uma escova de lavar a casa ele fechou a janela depois abriu e começou os compor o soldado Edson o soldado Edson foi falar com ele quando ele viu soldado assustou-se e disse aquele tapa que você me deu você vai me pagar o soldado Edson disse né Então vamos resolver isso logo ajuntou a criançada para presenciar a cena que eu reprovo espetáculo um próprio enquanto o soldado eu discutia com Alexandre eu fui catar pedras o soldado Edson deu-lhe um tapa no rosto e
a criançada de uma vaia o Alexandre ficou com medo do soldado entrou para dentro e fechou a porta apagou a luz não perturbou durante a noite a 22 de julho Hoje eu fui trabalhar e avisei os vizinhos se o Alexandre aborrecer avise sai pensando na minha vida em falta já faz duas semanas que eu não lavo roupa por falta de sabão as camas estão sujas que até dá nojo Não fiquei revoltada com a observação do homem desconhecido referindo-se a minha sujeira creio que devo andar com uma carta nas costas se estou suja é porque não
tenho sabão cheguei no frigorífico os meninos entraram e cada um ganhou uma salsicha quando eu estava catando o papel surgiu espanhol que faz a limpeza e começou a gritar comigo hoje eu estou nervosa e não admito que no estrangeiro grite comigo tem um espanhola que vai no frigorífico catar carne no lixo quando vê o espanhol diz Este não é de me Terra Isto é português e tem uma portuguesa que diz esta besta não é de Portugal e eu para rematar de graça e ele não é brasileiro há vinte e três de Julho deixei o leito
às 7:00 estava indisposta graças a Deus o Alexandre sossegou esquentei comida para os meninos comecei preparar para irmos no centro Divino metro para ganhar roupas para as crianças quando o povo vi as mulheres da favela nas ruas perguntava se nós iríamos no gabinete prestar declarações houve um conflito responde e as mulheres sorriram no centro divino mestre o senhor Pinheiro nos recebeu sorrindo Não havia preconceitos nem de extensão de classe eu ganhei duas blusas de malha uma para Vera e outra para o José Carlos quando nós íamos para o Centro Espírita Divino Mestre João ganhou um
pulôver as palavras do Senhor Pinheiro Hands On Me a 24 de julho como é horrível levantar de manhã e não tem nada para comer pensei até em suicidar eu sei se dando né Por deficiência de alimentação no estômago e por infelicidade eu amanheci com fome os meninos ganharam os pães duro mas estava recheado com pernas de barata joguei fora e tomamos café pois o único feijão para cozinhar peguei essa Cola e sair levei os meninos fui na dona Guilhermina na Rua Carlos de Campos e pedir para ela um pouco de arroz ela deu-me arroz e
macarrão e eu fiquei conversando com seu esposo ele deu-me umas garrafas para vender e eu catei uns Ferros e depois de conseguir algumas coisas para os meninos comer reale me acalmei o espírito fui no senhor Manoel vender as garrafas daí 22 cruzeiros Comprei 10 de pão e um cafezinho cheguei na favela fiz o almoço e fui lavar roupas três semanas sem lavar roupas por falta de sabão as vizinhas ficaram horrorizados vendo a quantidade de roupas que eu lavei a Dona Geralda a esposa do senhor João da Portuguesa veio procurar a Fernanda dizendo que havia roubado
a sua bacia de bolsas e fui vasculhar a casa da mãe da Fernanda a Fernanda ele acompanhou até a sua casa encontraram a bacia na cozinha ela pediu desculpas à Fernanda e deu-lhe uma garrafa de pinga e quando recebeu a garrafa de pinga ela ficou tão contente sorria contemplando a garrafa ver elogiando a Dona Geralda que mulher boa o rancor da Fernanda desapareceu porque a pinga entrou como intermediária a Vinte e Cinco de Julho achei o dia bonito e Alegre fui catando papel a vinte e seis de julho eu estava tonta de fome devido ter
levantado muito cedo fiz mais café depois fui lavar as roupas na lagoa pensando no Departamento Estadual de Saúde que publicou no jornal que aqui na favela do Canindé A 160 casos positivos de doença caramujo mas não deu o remédio para os favelados a mulher que passou o filme com as demonstrações da doença caramujo nos diz que a doença é muito difícil de curar se eu não fiz o exame porque eu não posso comprar os remédios mandei o João ir no senhor Manoel vender os ferros e eu fui catar papel no lixo do frigorífico tinha muitas
línguas catei as melhores para eu fazer uma sopa eu vim pelas ruas catando ferros Quando cheguei no ponto do Bonde encontrei o José Carlos que ia na feira catar verduras o Adalberto veio procurar roupas não lhe atendi porque ele está ficando muito confiado ontem falou pornografia perto da Vera e está aborrecendo senhor Manuel chegou deu meu 80 cruzeiros eu não quis pegar procurei as crianças para tomar banho ficaram Alegre quando vi o senhor Manoel eu disse para o senhor Manoel que ia passar a noite escrevendo ele despediu-se e disse até outro dia nossos olhares se
encontraram e eu lhe disse Vê se não volta mais aqui eu já estou velha não quero homens quero só os meus filhos ele saiu ele é muito bom educado e bonito qualquer mulher é de um gostar de ter um homem bonito como ele é agradável no falar e o Frei Luiz apareceu e deu aula de catecismo para as crianças fizeram uma procissão eu não comparecer a 27de Julho esquentei a comida para os meninos e comecei a escrever Procurei um lugar para escrever sossegado mas aqui na favela não tem esses lugares no sol eu sentia calor
na sombra eu sentia frio ele estava girando com os cadernos na mão quando ouvi vozes alteradas fui ver o que era percebi que era briga viu Zé Povinho correndo brigam espetáculo que eles não perdem eu já estou tão habituada ver brigas que já não me impressiona é que haviam jogado fogo dentro do automóvel do Senhor Mário pelizzari queimou a chuteira as meias e os tapetes do carro os meninos viu uma fumaça no carro e foi avisá-lo ele estava jogando futebol a 28 de julho deixei o João e levei só a Vera e José Carlos estava
tão triste com vontade de suicidar hoje em dia quem nasce em suporta a vida até a morte deve ser considerado Herói O Verso preferido Era este ouço povo dizer o Ademar tem muito dinheiro não tem direito de enriquecer quem é nacional quem é brasileiro bem vamos deixar o Doutor Adhemar em paz porque ele está com a vida mansa não passa fome não comi nas latas de lixo igual os pobres Quando eu ia na residência do Doutor Adhemar encontrei o senhor que deu-me este cartão Edson barreira Branco estava tão bem vestido que atrai os olhares disse-me
que pretende incluir se na política perguntei-lhe Quais são as suas pretensões na política quero ficar rico igual a demora fiquei horrorizada ninguém mais apresenta Amor patriótico e quando passei no frigorífico Encontrei com a Dona Maria de José Bento que disse-me se a gente não catar um pouco vamos acabar ficando loucos só Deus pode ter dó de nós os pobres ensinei ele a catar os olhos e eu catei um pouco de carvão despedir da Dona Maria e seguir Encontrei com a Dona Nenê a diretora da escola municipal Professora do meu filho João José disse-lhe que ando
muito nervosa e tem hora que eu penso em suicidar ela disse-me para eu acalmar eu disse-lhe que tem dia que eu não tenho nada para os meus filhos comer a 30 de julho ganhei 30 cruzeiros e passei no sapateiro para ver se os sapatos da Vera estavam prontos porque ela reclama quando está descalça estava pronta e ela calçou o sapato e começou a sorrir fiquei olhando a minha filha sorrir porque eu já não sei sorrir encontrei a Rosalina que estava discutindo com ela ele não quer que fala que ele a Olga pede esmola a Rosalina
dizia que ela é sozinha e sustenta três filhos é que ela não sabe que o seu filho Celso anda dizendo que quer fugir de casa porque tem nojo dela acha mãe muito Bárbara EA vareta e ele disse que queria ser meu filho então ele digo se você fosse meu filho você era preto sendo filho da Rosalina você é branco ele respondeu-me mas se eu fosse teu filho eu não passava fome ahh mamãe ganha pão duro e nos obriga a comer os pães duro até acabar seguir pensando nas Desventuras das crianças que desde pequeno lamenta sua
condição no mundo dizem que a princesa Margaret da Inglaterra tem Desgosto de ser princesa são os dilemas da vida a 31 de Julho acende o fogo e fui buscar água mandei o José Carlos buscar seis cruzeiros de Açúcar o Luiz que fez a seca para mim entrou e sentou-se eu disse ele que eu ia sair e quando sai eu gosto de deixar os meus filhos sozinhos eu saí correndo e fui catar papel havia pouco papéis na rua eu já estou aborrecendo de catar papel porque quando eu chego no depósito tem a Cecília que trabalha lá
e é muito bruta insulta-me eu finjo não ouvir diz que sou fedida dia 27 A Cecília não deixou José Carlos eliminatório A Cecília é tão bruta que a sua presença afasta o dono no depósito e hoje eu não estou nervosa estou triste porque eu penso as coisas de um jeito e corre de outro o Antônio Nascimento que reside aqui na favela mudou se ele é sua companheira eles estavam mal colocados aqui na favela ninguém apreciava eles aqui na favela porque ele abandonou os quatro filhos e ela os três filhos sete crianças sofrendo por causa dos
Pais O que é lucro ou deixando o seu esposo os filhos largou um homem calçado e pegou outro descalço é um de agosto assistência estava chegando V examinar o português que vende doces dia vinte e oito de julho eu fui visitá-lo ele queria uma assistência aludiam que ele não pague apetecer e não vinha quando cheguei na favela fui visitá-lo ela estava gemendo e tinha duas senhoras portugueses que ele visitava perguntei a ele se estava melhor disse-me que não a portuguesa perguntou o que é que a senhora faz Eucatur papel ferro nas horas vagas inscrevam ela
disse-me com a voz mais sensata já ouvi até hoje a senhora vai cuidar de sua vida e Dois de Agosto ver se os meninos que foram para escola eu saí fugirá para arrancar dinheiro tá sendo frigorífico Peguei uns ossos as mulheres vasculham lixo procurando carne para comer e elas dizem que é para os cachorros até eu digo que é para os cachorros e três de agosto hoje os meninos vão comer só pão duro e feijão com farinha eu estou com tanto sono que não posso parar de Pé Estou com frio Graças a Deus não estamos
com fome hoje Deus está ajudando estou indecisa sem saber o que fazer tô andando de um lado para outro porque não suporta permanecer no barracão limpo como está casa que não tem lume no fogo fica tão triste as panelas fervendo no fogo também serve de Adorno enfeite lá fui na Dona Nenê ela estava na cozinha que espetáculo maravilhoso ela estava fazendo frango carne e macarronada e é ralar meio queijo para pôr na macarronada ela deu-me polenta com frango e já faz uns 10 anos que eu não sei o que é isso tá na casa de
Dona Nenê o cheiro de comida era tão agradável que as lágrimas e mandar você dos meus olhos que eu fiquei com dó dos meus filhos Eles haviam de gostar daqueles que tu diz e quando cheguei na favela a Leila e o Arnaldo estavam dando os seus espetáculos EA criançada estava apreciando eu estava escrevendo quando a Vera veio avisar-me que estava andando cartões e que havia muitas pessoas na rua fui correndo para ver várias pessoas acompanhavam o senhor alto e loiro que conduzia um menino de dez anos pela mão ele usava calça cinza claro e paletó
azul anil passou por mim e deu-me um abraço fiquei perplexa com aquele abraço sem apresentação é a primeira vez que vejo o homem a cunhada do coca-cola disse esse é o nosso Deputado Dr Contini e quando ela disse deputado federal pensei época de eleições por isso é que ele está tão amável o senhor contrini vem nos dizer que é candidato nas eleições nós da favela não somos favorecidos pelo senhor não te conhecemos e seis de agosto fiz café para o João José Carlos que hoje completa 10 anos e eu apenas posso dar os parabéns porque
hoje nem sei se vamos comer 17 de Agosto deixei o leite as quatro horas eu não dormi porque deitei com fome e quem deita com fome não dorme viu fiscal circulando e falando fui ver do que se tratava estava procurando o senhor Tibúrcio ele faz barracão para vender ele pede esmola na Rua Direita ele não precisa e não reside na favela ele Já construiu 7 barracões vendeu eu te busco eu tenho físico defeituoso e a alma também e quando O João chegou da escola dele almoço depois fomos na cidade vamos até porque não tinha dinheiro
para pagar a condução levei uma sacola e acatando os ferros que encontravam nas ruas passamos pela Rua da Cantareira a ver olhar para os queijos e engolir essa línguas a dona Alice contou micro Policarpo nortista que reside aqui na favela Pois uma preta para residir na sua casa disse para a mulher que ela era sua prima e a mulher é muito boa e aceitou a prima em casa com prazer e a prima ficou em casa vários dias a mulher do Policarpo saía e ele ficava com a prima e um dia a Dona Maria eu chegar
em casa encontrou o Policarpo EA prima na cópula e ela não gostou e brigaram e o Policarpo saiu de casa com a prima e foi para Descalvado levou os móveis deixou só a cama o 8 de agosto sair de casa às 8:00 parei na banca de jornais para ler as notícias principais a polícia ainda não prendeu o promessinha o bandido insensato porque a sua idade não lhe permite conhecer as regras do bom viver promo assim é da favela Vila Prudente ele comprova o que eu digo que as favelas não formam o caráter a favela é
o quarto de despejo e as autoridades ignoram que tem o quarto de despejo Fui lavar as roupas na lagoa estava Anália a Fernanda e a Iracema que discutiam religião com uma senhora que dizia que a verdadeira religião é a dos dentes a Fernanda diz que a Bíblia não manda ninguém casar-se que manda a crescer e multiplicar eu disse pra Fernanda que eu policarpa cliente tinha várias mulheres então a Fernanda Disse que o Policarpo não é crente é quente achei graça no trocadilho e sorrir deu uma gargalhada bom e coisa que eu não escuto a religião
Eu terminei as roupas e deixei a discussão no áudio hoje a assistência esteve aqui duas vezes porque Aparecida Teve um aborto Akita veio no meu barracão reclamar que José Carlos havia jogado um bosta no rosto da Marli e que eu devo dar mais educação ao meu filho e Nove de Agosto deixei o leite furiosa com vontade de quebrar e destruir tudo porque eu tinha só feijão e sal e amanhã é Domingo fui na sapataria retirar os papéis um sapateiro perguntou-me se o meu livro é comunista responde que é Realista ele disse-me que não É aconselhável
escrever a realidade tô aqui na favela está um rebuliço é que o deputado Francisco Franco deu material para terminar a sede do rubro-negro deu as telhas e as camisas e o povo da favela fala diariamente nesse Deputado vão fazer uma festa para homenageá-lo em dez de agosto dia do papai um dia sem graça a Onze de Agosto eu estava pagando o sapateiro e conversando com o preto que estava lendo o jornal ele estava revoltado com o guarda-civil que estão com preto e amarrou numa árvore guarda-civil é branco e acerta os brancos que transforma Preto um
bode expiatório quem sabe se guarda civil ignora que já Foi extinta a escravidão e ainda estamos no regime da Chibata assustei quando eu vi meus filhos gritaram conhecer a voz da Vera viver o que havia era o Joãozinho filho Daniel linda que estava com um chicote na mão e atirando pedra nas crianças corria rebater e o chicote das mãos sentir o cheiro de álcool pensei ele está bêbado Porque ele nunca fez isso menino de 9 anos o padrasto bebe a mãe bebe Havan bebe e ele é quem vai comprar pinga e vem bebendo pelo caminho
quando chega a mãe pergunta admirada só isso como os negócios e padrões Rua Doze de agosto deixei leitura 6:30 e fui buscar a água estava na fila enorme e o pior de tudo é a Mila de sentença que é o assunto principal Tinha uma preta que parece que foi vacinada com agulha de vitrola falava do genro que brigava com sua filha e a Dona Clara ouvia porque era a única que lhe dava atenção atualmente é difícil para pegar água Porque o povo da favela duplica-se e a torneira é só uma o Treze de agosto vieram
queixar-se que a Zefa brigou com uma notícia e discutiram os calões entraram em ação eu só tenho dó das crianças que ouvem os impropérios a CEF mulata é bonita É uma pena não saber ler só que ela bebe muita ela teve duas filhas e bebia muito Esqueci a de alimentar as crianças e elas morreram e eu mandei o João levar um bilhete no cinco Irmãos Melo pedindo se aceitavam ir para cantar depois fui lavar as roupas eu estava preparando para ir no circo quando eu vi rumores que o Anselmo havia tirado no João Kopke eu
estava escrevendo esperando o arroz secar guardei o caderno e fiquei girando procurando João encontrei ele sentado no campo da Portuguesa segurando as pernas como a mão e a bola na outra perguntei ele se já tinha ido chamar a polícia ele disse-me que sim queixou-se que a perna estava sem ação ele tentou calçar os sapatos encontrou dificuldades dele os meus chinelos os curiosos se aglomeraram e não havia comentários o povo xingar aluno Selmo vou cantar quem é o ramo depois relato Quem é o João o Anselmo apareceu aqui em 1950 com uma mulher que estava grávida
quando a mulher deu à luz um menino ele começou maltratá-la ela estava de dieta e ele espancava ele expulsava de casa ela chorava tanto que o leite secou agora implicou com João porque ele está namorando a Iracema e o barracão da Iracema é perto do barraco do Anselmo e o João conversa com a noiva perto da casa do céu que não quer deu ordem ao João para ir namorar perto do rio O João estava na sua casa tomando café quando o céu me chamou para conversar João disse-lhe que havia chegado do trabalho e não podia
atendê-lo e entrando quando Anselmo lhe atirou ele não viu o Anselmo puxar a arma o Anselmo visava o peito mas a bala atingiu a perna o Anselmo fugiu o povo diz que vai reunir para espancar o Anselmo o João foi fazer curativo na central e retornou se perguntei ele se havia tomado anestesia disse-me que tomou só injeção contra o teto e assim é mais um processo para delegacia com Quatorze de agosto o Ditinho filho da Nena é um veterano na favela mas é um pelado não aprendeu ler não aprender um ofício só tem nenhum beber
pinga a Nena tinha um barracão na Rua do Porto bem construído mas o Tibúrcio Tap o A pobre na trocou os barracões deu-lhe o mal construída e ficou com dela depois ele vendeu por 15 mil cruzeiros e foi até o depósito ganhei 15 cruzeiros passei no sapateiro para mandar ele consertar os sapatos da Vera fiquei percorrendo as ruas tava nervosa porque estava com pouco dinheiro e amanhã é feriado uma senhora que regressava da feira disse-me para eu ir buscar papéis na Rua Porto Seguro no prédio da esquina quatro andar 44 subindo elevador eu e a
Vera mas eu estava com tanto medo que os minutos que permanece dentro do elevador pareceu-me séculos Quando cheguei no quarto andar respirei aliviada tinha a impressão que estava saindo de um túmulo eu toquei a campainha surgiu a dona da casa e a criada ela deu um saco de papéis os dois filhos dela conduziu-me no elevador o elevador em vez de ser subiu mais dois andares mas eu estava acompanhada não tive receio fiquei pensando a gente fala que não tem medo de nada Às vezes tem medo de algo e no Facebook no sexto andar o senhor
que penetrou o elevador olhou-me com repugnância já estão familiarizados com esses olhares não entristeço que saber o que está fazendo no elevador expliquei eles que a mãe dos meninos haver dado Minas Gerais era esse o motivo da minha presença no elevador perguntei-lhe se era médico o deputado disse-me que era Senador o homem estava bem vestido no ele estava descalça não estava em condições de andar no elevador eu pedi o jornaleiro para ajudar minha por o saco nas costas que o dia que estivesse limpa ele dava um abraço ele sorriu e disse então já sei que
vou morrer sem receber o teu abraço porque você nunca está limpa e ele ajudou-me para os papéis na cabeça fui na fábrica depois fui no Senhor Rodolfo Ganhei mais 20 cruzeiros depois fiquei cansada fui para casa estava tão cansada que não podia ficar de pé tinha impressão que ia morrer eu pensava lá se eu não morrer nunca mais vejo trabalhar assim eu estava com falta de aro ganhei 100 cruzeiros fui deitar as pulgas não me deixou em paz eu já estou cansada dessa vida que levo a 15 de agosto eu e acatar esterco para levar
na casa da Ivane quando vem um caminhão na rua a parado na porta do Anselmo a Florence Ana e a Dona Lurdes me avisar o João Coque que o Anselmo ia mudar-se para ele chamar a polícia ele não pode andar porque levou um tiro na perna eu fui em cinco minutos a notícia circulou que eu tinha ido Telefonar para a polícia para impedir a mudança do Anselmo Eu Cheguei antes da polícia e os favelados assim que me verão perguntaram Cadê a polícia Carolina se aguardasse todo o dinheiro que já gastei telefonando para rádio patrulha eu
podia comprar 1 kg de carne o povo estava esperando um Selma aparecer para a lhe espancar reuniram homens e mulheres para o bate fundo Ouvi dizer que o Anselmo pulo a ser que saiu pelo fundo eu disse que eu queria ser homem porque assim eu podia quebrar e bater então eu me respondeu eu queria ser mulher mas bom e todos sorriram Olá minha sogra brigaram ela deu-lhe com cabo de Tesoura ela corria ele perseguia estavam bêbados em Dezesseis de agosto passei na sapataria o senhor Jacó estava nervoso dizia que se me é seu comunismo ele
havia de viver melhor porque eu que a fábrica produz não dá para as despesas antigamente era os operários que queriam comunismo agora são os patrões o custo de vida faz O Operário perder a simpatia pela democracia o saco de papéis estava muito pesado em operar ajudou o Miguel esses dias eu carreguei tanto papel que o meu ombro esquerdo está ferido e quando eu passava na Avenida Tiradentes os operários que saíram da fábrica de cima Carolina já que você gosta de escrever e xinga o povo para notar outro regime Um operário perguntou é verdade que você
come o que encontra no lixo o custo de vida nos obriga não tem nojo de nada temos que imitar os animais a 17 de agosto quando eu fui almoçar Porque nervosa porque não tinha mistura comecei a ficar nervosa ver um jornal com o retrato da deputada Conceição da Costa Neves rasguei põe no fogo nas épocas eleitorais ela disse que luta por nós e Dezoito de Agosto às segundas-feiras eu não gosto de perder saio cedo porque encontra-se muitas coisas no livro sai com a Vera eu tenho tanta dó da minha filha fui na dona Julita Peguei
papel v55 cruzeiros que é que se compra com 55 cruzeiros fiquei nervosa quando cheguei em casa deitei porque eu catei uns 30 kg de ferro seladas e conduzir na cabeça depois que eu Descansei Fui na Rosalina pedir o carrinho para levar os pés no depósito ela emprestou me e eu carreguei o carrinho eu estava com frio foi recebida com alegria pelo senhor Manoel pesamos o material eu recebi 191 Cruzeiros eu passei na padaria Guiné e comprei uma guaraná e banana pois a Vera no carrinho quando cheguei na favela estava moída João disse me já que
a senhora tem dinheiro podia mandar arrancar o meu dente porque está doendo mandei ele vestir-se lavar os pés eu ia sair suja depois Pensei melhor trocar me trocar me sair as peças Quando ia na Rua Felisberto de Carvalho ouvi dizer que havia briga fui ver era Meire a Petita O Valdemar e o anime português tripeiro já havia terminado a venda dos Miúdos e ia para casa ele conhece a Meire e parou para conversar surgiu o Valdemar ele pedir a bicicleta para dar umas voltas português respondeu quer Bicicleta compra e assim começou a troca de insultos
O Valdemar está habituado a dar-nos favelados deu um tapa no português em português deu um soco no walden e jogou ele no chão o ar mim foi a favor do Valdemar e jogou um tijolo no rosto do português que caiu e a carteira caiu-lhe do bolso quando os favelados viram a carteira Ficaram loucas e avançaram todos ao mesmo tempo para pegar a carteira quando cheguei perto da Ana do Tibúrcio perguntei o que houve ela começou a explicar-me e a Isabel Sorria e dizia parecia chuva de dinheiro eu corri Passei perto do Valdemar e doar mim
que estavam sorrindo como se tivessem praticado um ato Nobre de longe ouvir o português que tava cheio de sangue e o Valdemar disse não foi nada Dona Carolina eu disse para mim dar o dinheiro do português ele respondeu mãe eu não sei de nada e quando cheguei perto do português a Meire estava entregando a carteira e o português dizia está faltando dinheiro tinha uma moça Branca perto da Minnie que ele chamava vamos nele o português é um pouco de carne para ele era um coração Fui levar o João no dentista viu uma placa na Rua
Itaqui dois dentista Dr Paulo de Oliveira Porto toquei a campainha Entrei uma senhora veio atender-me eu sentei para esperar mas estava aflita por causa dos filhos que haviam ficado sozinho Doutor Paulo veio atender e eu disse-lhe que ele é o dentista que está mais perto da favela e queria que extrair um dente do meu filho João o João sentou-se na cadeira Quanto é doutor 100 cruzeiros achei o preço exagerado Mas ele já estava sentado na cadeira abrir a bolsa e sentei e comecei contar as notas de cinco separei 20 notas de 5 a 19 de
agosto eu não dormi sair do leito nervosa fui carregar água o soldado Flausino disse-me quer ser era amante do pai que ela havia dito que ia com pai ganhava 50 cruzeiros eu contei na torneira e as mulheres disseram que havia desconfiado dia a dia a vida dos favelados piora com a fila de água a velha estava alegre porque eu comprei uma alta garota para ela de manhã ela ver chorado porque estava com sapatos furados Vinte de agosto sair foi catar papel não conversei com ninguém encontrei com fiscal da prefeitura que brinca com a Vera dizendo
que ela é sua namorada e deu-lhe um cruzeiro e pediu-lhe um abraço a penetrar um espinho no meu pé e eu parei para retirá-lo depois amarre um pano no pé cá tem os tomates e vim para casa agora estou disposta parece que trocaram as peças do meu corpo só minha alma está triste Cheguei no ponto final do Canindé passei na Cohab para comprar arroz mais barato que já está velha e com gosto de terno a 21 de agosto fiz café e mandei os filhos lavar se para ir na escola depois saí fui catar papel passei
no frigorífico e a Vera foi pedir salsicha ganhei só 55 cruzeiros depois voltei e fiquei pensando na minha vida o Brasil é predominado pelos brancos e muitas coisas eles precisam dos pretos e Os Pretos precisam deles quando estava preparando para fazer o jantar ouvir a voz da Joana que pediu meu olho dele cinco cabeças depois fui fazer o jantar e não tinha sal ela deu um pouco 22 de Agosto deixei o leito a 5 horas e fui carregar água a fila já estava enorme eu tinha só 4 cruzeiros e 1 litro fui no Senhor Eduardo
ele ficou com um litro e os quatro cruzeiros e deu-me um pão eu achei pequeno mas o dinheiro é da pouco eu fiz café e preparei os filhos para ir à escola foi catando papel catei estufas para vender e passem numa casa da Avenida Tiradentes e levei 50 kg de papel de uma senhora deu-me para vender para ela levei na cabeça e vende ir Deus em cruzeiros ela ficou Alegre tem dia que eu invejo a vida das aves eu ando tão nervosa que estou com medo de ficar louca há 23 de agosto hoje não tem
aula porque é dia de reunião das professoras com os pais Eu pretendo ir sair levei os três filhos hoje eles estão extintos não estão brigando até eu estou mais calma Nossa transformação em Oi tá sendo frigorífico para pegar os ossos no início eles nos davam a linguiça agora nos dá osso eu fico horrorizada vendo a paciência da mulher pobre que contenta com qualquer coisa as crianças ficam contentes porque ganham salsicha Eu segui fui para o depósito Encontrei umas latas pouco tem no mato quando atravessava linha do trem olhei para ver Se surgir algum trem e
ver a dona Armanda perguntei ele se o seu filho Aldo havia deixado um caderno para mim havia tanto papel nas ruas que ganhei 100 cruzeiros comprei sanduíche para os filhos Eles gostam de andar comigo por que compro algo para eles comer a mãe está sempre pensando que os filhos estão com fome lavei as louças e varre o barraco depois fui deitar escrever um pouco sentir sono dormir Acordei várias vezes na noite com as pulgas Que tem letra nas nossas casas sem convite a 24 de Agosto Fui lavar roupas o sabão Era pouco a dona Dolores
de uns pedaços eu comecei a sentir tonturas porque estava com fome fui na Chica ela disse-me que o Policarpo veio brigar com a esposa porque ela deu parte dele no juiz com a dorça disse-me que o peixeiro que o ar e O Valdemar já soltaram jogou um saco no rosto do Valdemar enquanto ele procurava livrar-se do saco ele arrebatou o porrete das mãos e vibrou ele umas cacetadas e eles correram João José Carlos foram no cinema da igreja do padre Hoje eu estou indisposta lavei as roupas de qualquer jeito porque não sei se amanhã eu
amanheci doente não sei qual é o desgraçado que entra no barracão para roubar porque sumiu a minha machadinha na 25 de Agosto fui buscar a água e fiz café não comprei pão não tinha dinheiro eu ia levar os filhos e uma menina que ia na aula perguntei ele se ia ter aula disse-me que sim eu vejo José Carlos e João foi do jeito que estava prometi levar ele um lanche e sair com a Vera não havia papéis nas ruas porque apareceu outro homem para catar achei ferros e metais a 26 de agosto cheguei na favela
esquentei a comida estava indisposta almocei e deitei e adormeci que só não gostoso sem sonhos em pesadelos despertei com a voz da baiana que estava xingando os meus filhos jogando pedras nas crianças aqui na favela ninguém lhe dá confiança porque ela briga por causa de criança fui falar com a dona Alice que estou muito triste ela disse-me que apetite estava brigando com o senhor e disse-lhe que a mãe dele é pior do que a galinha o homem deu parte a polícia veio procurá-la e ela fugiu a 27 de Agosto a Dona Irene deu-me jornais vende
ganhei 30 cruzeiros vende os jornais para uma professora ganhei 40 cruzeiros ela deu uns 20 eu ganhei mais cinco fiquei com 55 passei na fábrica Para catar os tomates cheguei em casa e pediu carrinho da Rosalina emprestado e fui buscar madeira para fazer o chiqueiro levei a Vera e José Carlos depois fiquei vagabundo depois que eu trabalho ganho dinheiro para os meus filhos vou descansar é um descanso justo a 28 de Agosto foi carregar água que fila quando eu vejo a fila de latas fico desanimada de viver deixei as latas na fila e vim fazer
café despertei em João ele abriu-se e foi comprar pão pela ver as louças e desinfeta José Carlos troquei dele café Eles foram para a escola eu fui buscar água havia querelas por causa de umas passar na frente das outras e trinta de agosto tá sendo frigorífico ganhei ossos cheguei no depósito daí 10 cruzeiros depois circulei pela Rua Porto Seguro encontrei com aquele moço loiro alto e bonito o tipo de homem que as mulheres gostam de abraçar ele trabalha no transporte Ele parece o Nelson Eddy ele parou para cumprimentar me fui no Senhor Eduardo comprar querosene
óleo e tinta para escrever quando eu pedi o dia inteiro um homem que estava perto perguntou-me se eu sabia ler disse-lhe que sim ele pegou o lápis escreveu a senhora é casada se não for quer dormir comigo eu lhe entreguei ele sem dizer nada a 31 de agosto dizem que vai ter baile por causa do batizado da menina da Leila tão cantando e bebendo é um Setembro eu fui na feira comprei uma laranja Cheguei em casa agora estava no quintal dele uma sova Rua Dois de Setembro acende o fogo e quem tem comida para os
filhos porque não tinha dinheiro para comprar pão troquei os filhos que foram para escola e eu sair com a Vera quase fiquei louca que havia pouco papel na rua agora até os lixeiros avançando que os catadores de papéis podem pegar eles são egoístas na Rua Paulino Guimarães tem um depósito de Ferro todos os dias eles põe o lixo na rua e lixo tem muito ferro eu catava os ferros para vender agora o carro que faz a coleta Antes de iniciar a coleta vem na Rua Paulino Guimarães e pega o lixo e põe no carro nojentos
egoístas Eles já têm emprego tem hospital farmácia médicos e ainda vende no ferro velho tudo que encontra no lixo podia deixar os ferros para mim eu passei a tarde arranjando as altas depois fui na Bela Vista buscar um caixote quando eu passava perto do frigorífico o caminho de ossos estava estacionado pedir uns ossos para o motorista ele deu-me um que eu escolhi tinha muita gordura fiz a sopa e comecei a escrever a noite surgiu João jantou se e deitou-se pois a Vera não Deus José Carlos estava na rua com medo de apanhar porque ele é
muito pouco surgiu a camisa de Barro eu fiz um chiqueiro e vou por ele morando com porco onde dar-se bem a pitoca passou na rua convidando o povo para ir ver o cineminha chamou o João eu disse que ele já estava dormindo fui ver o cineminha era desenho da igreja e no Playboy que o Ademar pois aqui para as crianças à noite são os marmanjos que brincam o bobo fazia tanto barulho que deturpa ver o espetáculo sabe lados prisão no fio elétrico que linha máquina e a máquina desliga próprios favelados falam que favelado não tem
educação Pensei vou escrever quando eu voltava encontrei com o Paulo que vive com a Dona Aurora Ela tem uma filha mulata Clara Ela disse que a filha filha do Paulo mas as feições não condiz eu dormi e tive um sonho maravilhoso Sonhei que eu era um anjo meu vestido era amplo mangas longas cor-de-rosa eu ia da Terra para o céu e pegava as estrelas na mão para contempladas conversar com as estrelas elas organizaram espetáculo para homenagear me dançavam ao Meu Redor e formavam um risco luminoso quando despertei pensei eu sou tão pobre não posso ir
no espetáculo por isso Deus envia-me inscrições deslumbrantes e dolorida ao Deus que me protege envia os meus agradecimentos e Três de Setembro ontem comemos mal e hoje piora e Oito de Setembro Hoje eu estou alegre estou rindo sem motivo estou cantando quando eu canto eu componho uns versos eu canto até aborrecer na canção hoje eu fiz essa canção te mandar uma macumba e eu já sei quem mandou foi a mariasinha aquela que você amou ela disse que te amava você não acreditou e Nove de Setembro não houve aula porque o presidente da Itália vai chegar
em São Paulo não sair porque está chovendo Passei o dia escrevendo e a tarde fiz uma sopa de feijão com arroz a 14 de setembro hoje é o dia da Páscoa de Moisés o Deus dos judeus que libertou os judeus até hoje o preto é perseguido por que a sua pele é da cor da noite e O Judeu porque é inteligente Moisés quando vi os judeus descalços erros orava pedindo a Deus para dar-lhe conforto e riquezas é por isso que os judeus quase todos são ricos já nós Os Pretos não tivemos um profeta para orar
por nós a 18 de Setembro Hoje eu estou alegre eu estou procurando aprender viver com o espírito calmo acho que é porque esses dias eu tenho tido que comer quando eu vi os empregados da fábrica Olhei os letreiros que eles trazem nas costas e escrevi esses versos alguns homens em São Paulo ou não todos carimbados traz um letreiro nas costas dizendo onde é empregado a Dezenove de setembro no frigorífico eles não põe mais lixo na rua por causa das mulheres que catar vão carne podre para comer o Vinte de Setembro fui no Empório levei 44
cruzeiros Comprei um quilo de açúcar 1 de feijão e dois ovos sobrou dois cruzeiros uma senhora que fez compra gastou 43 cruzeiros e o senhor Eduardo disse nos gatos quase que vocês não param eu disse ela é branca tem direito de gastar mais ela disse-me a cor não influi então começamos a falar sobre o preconceito ela disse-me que nos Estados Unidos eles não querem negros nas escolas fico pensando norte-americanos são considerados os mais civilizados do mundo e ainda não convenceram que preferiram preto é o mesmo que preterir o sol o homem não pode lutar com
os produtos da natureza Deus criou todas as raças na mesma época se criasse os negros depois dos brancos aí os bancos podia revoltar-se há 23 de Setembro fui na dona Julita ela deu-me comida Ela está nervosa porque o Senhor João está doente ele disse que não Odeio os que lhe levaram que ele ficando pobre viu muitas nobreza se nas sombras percebi que entre os ricos há sempre uma divergência por questões de dinheiro não posso esclarecer essas questões porque eu sou pobre como rápido na 25 de Setembro não dormi por estar Exausta Pensei até que ia
morrer eu tenho impressão que estou no deserto tem hora que eu odeio o repórter audálio dantas se ele não prendesse o meu livro eu enviava os manuscritos para os Estados Unidos e já estava sossegada levantei-me duas vezes para matar os pernilongos quando eu estava conversando com a Chica a companheira do Policarpo chamou eu não fui ela dirigiu-se para o interior de sua casa e voltou com uma intimação entregou-me para eu ir no gabinete de investigação amanhã dia 26 e levar o João é que no dia oito de julho de 1958 ela disse-me que o meu
filho João de 11 anos havia tentado violentar a sua filha eu não vi porque estava trabalhando e ela não apresentou o testemunha a 26 de setembro preparei o almoço para os filhos Eles chegaram na escola almoçaram e eu troquei me e foi no gabinete levei os filhos no gabinete resolveram alugar um automóvel para nos conduzir até a Rua Asdrubal do Nascimento nós éramos sete pessoas no carro quando eu me ver uma jovem que nos acompanhava ela disse-me que faz um ano que sua mãe faleceu que o seu pai lhe dirigiam os olhares que lhe apavora
e que ela tem medo de ficar com ele em casa Chegamos na Rua Asdrubal do Nascimento eu fui falar com a senhora que queria saber o que ocorria com João Ela perguntou ao João se ele sabia o que era fazer porcaria Ele disse que sabia e se ele havia feito porcaria na menina ele disse que não a funcionária que interrogava parou de escrever ele é uns papéis ela prosseguiu seu interrogatório usava o calão com menino e as perguntas obscenas querendo que o menino de escrever e ela tá seus prazeres sexuais achei o interrogatório horroroso a
velho José Carlos ficaram perto para ouvir o que a mulher dizia quando a funcionar a palavra eu tinha impressão que estava na favela e trinta de Setembro eu estou à espera do oficial de justiça senhor Feliciano Godoy ele deu-me umas intimações para distribuir aqui na favela a Isabel não foi porque quem bebe não obedece ela fez as pazes com negro dela para ela hoje é dia de amor e Três de Outubro deixei o leite a 5:00 porque quero votar nas ruas só se vê cédulas pelo chão fico pensando nos desperdícios que as eleições acarreta no
Brasil eu achei mais difícil votar do que tirar o título e havia fila a Vera começou a chorar dizendo que estava com fome o presidente da mesa disse-me que nas eleições não pode levar crianças respondi que não tinha com quem deixá-la e Quatro de Outubro eu deixei o leite em disposta porque eu não dormi o vizinho é Ademar está roxo e passou a noite com rádio ligado tá sendo frigorífico para pegar ossos Graças às eleições havia muito papel nas ruas os rádios estão transmitindo os resultados eleitorais as urnas favorece o senhor Carvalho Pinto e sete
de outubro morreu um menino aqui na favela tinha dois meses se viver se a passar fome Rua Doze de Outubro houve briga aqui na favela porque o homem que está tomando conta da Luz quer 30 cruzeiros por mico a conta da água atinge só mil e cem e ele quer cobrar 25 de cada Barracão já faz tanto tempo que estão no mundo que estou enjoando de viver também com a forma que eu passo quem é que pode viver contente a 16 de outubro você já sabem que eu vou carregar água todos os dias agora eu
vou modificar o início da narrativa de oito Isso é o que ocorreu comigo durante o dia e Dezessete de Outubro eu fiz os meus deveres e sair com a Vera fui na dona Julita buscar a cama que ela deu ela está mais alegre porque o seu esposo está melhorando enquanto eu estava conversando com a dona Julita dentro de casa dois meninos carregaram a cama corria alcancei os meninos e tomei a cama de ver a cama e fui vender para um judeu que compra móveis usados ele examinou a cama e disse eu David é pouco a
cama vale mais eu da 25 é pouco a cama vale mais eu da 30 é pouco a cama vale mais eu da 35 é pouco a cama vale mais eu na 40 mas não dá eu já estava começando a ficar nervosa com o nosso diálogo ele deu 40 eu fui embora parei no portão para observar a Vera que queria mais dinheiro e dizia se o senhor não dá mais dinheiro eu levo a cama e O Judeu deu um tapa no rosto da Vera e ela começou a chorar ele disse-me a senhora dá um cruzeiro para
ela porque eu não tenho trocado depois que eu jantei fiquei indisposta aí fui deitar sonhei no sonho eu estava Alegre a 22 de outubro o Orlando veio cobrar a água 25 cruzeiros ele disse-me que não admite atraso com ele Deus jantar aos filhos Eles foram deitar se eu fui escrever não podia escrever sossegada com as cenas amorosas que se desenrolavam perto do meu barracão Pensei que iam quebrar parede que horrorizada porque a mulher que estava com Lalau é casada pensei que mulher surge ordinária homem por homem mil vezes o esposo crédito um homem só chega
para uma mulher uma mulher que casou se precisa ser normal essa história das mulheres Trocasse de homens como se estivesse trocando de roupa é muito feio agora uma mulher livre e que não têm compromissos pode imitar o baralho passar de mão em mão há 23 de outubro o Orlando vivia fazendo agora que passou a ser um encarregado da Luz da água deixou de trabalhar de manhã ele senta lá na torneira e fica dando palpites eu penso ele perde porque a língua das mulheres da favela é de amargar não é de ossos mas quebra ossos até
umas perna perde para as mulheres da favela a Vinte e Quatro de Outubro eu fiz café e mandei José Carlos comprar Sete Cruzeiros de pão dele uma cédula de 5 e 2 de alumínio o dinheiro que está circulando no país fiquei nervosa quando contemplei o dinheiro de alumínio o dinheiro devia ter mais valor que os gêneros e nem tanto os gêneros tem mais valor do dinheiro tem um nojo tem um favor do dinheiro de alumínio o dinheiro sem valor dinheiro do Juscelino Eu descansei fiz a sopa de lentilha com arroz e carne mandei o João
comprar meio quilo de Açúcar o burro comprou arroz ele passa o dia lendo Gibi e não presta atenção nada Vive pensando que é um homem invisível Mandrake e outras porcarias na 25 de outubro a favela hoje está em festa vai ter uma procissão os padres enviar uma imagem de Nossa Senhora quem quer a imagem permanece 15 dias em casa Barracão hoje estão rezando o terço na praça a procissão vai até o ponto do Bonde no barraco da chica estão dançando a vinte e oito de Outubro a i.a. separou-se do esposo está morando com a CEF
o esposo dela encontrou ela com primo agora aí veio comercializar o seu corpo na presença do esposo Pensa a mulher que separa-se do esposo não deve prostituir-se deve procurar um emprego a prostituição é a derrota moral de uma mulher é como é difícil que dava vai ser mulher que não quer ser só de um homem quer ser dos homens é uma única dama dançando quadrilha com vários homens sair dos braços de um Vai para os braços de outro a Dona Maria Preta trouxe a filha produzir enfrentá-la ela está com boqueira a Vinte e Nove de
Outubro deixei o leito às 6:00 quem nervosa porque não dormi Passei a noite consertando o telhado por causa das goteiras consertava de um lado pingava do outro Quando chove eu fico quase louca porque eu não posso catar papel para arranjar dinheiro eu sinto muito frio costuma vestir três paletó e tem pessoas que me ver nas ruas e diz como você engordou já se foi o tempo que a gente não guardava a mulher do Zé Baiano primo do Ramiro contou-me e pediu-me para não dizer nada a ninguém que o José Luiz gostou de casa que já
faz 20 dias que eles não falam eu disse para ele fazer as pazes que José muito bom a 30 de Outubro sair com a Vera não tem a normalidade porque a polícia está nas ruas foi conversar com o servidor Municipal ele queixou-se que pagou 5 cruzeiros de ônibus Eu segui olhando os paulistas circular pelas ruas com a fisionomia triste não vi ninguém sorrir hoje pode denominar-se o dia da tristeza eu comecei a fazer as contas quando levar os filhos na cidade quanto eu vou gastar de bode três filhos e eu 24 cruzeiros e de volta
pensei no arroz a 30kg uma senhora chamou-me para dar no papéis disse-lhe que devido o aumento da condução A polícia estava nas ruas Ela ficou triste percebi que a notícia do aumento entristece todos ela disse-me eles gastam as eleições e depois aumentam qualquer coisa e o Auro perdeu Aumentou a carne o Ademar perdeu aumentou as passagens um pouquinho de cada um eles vão recuperando que gasta quem paga as despesas das eleições é o povo a 31 de outubro foi carregar água que bom não tem fila porque está chovendo ver as mulheres da favela agitadas e
falando perguntei o que havia disseram que Orlando Lopes o atual dono da Luz havia espancada Zefa e que ela deu parte e ele foi preso perguntei para o Geraldino será verdade afirmou que sim a Nena disse que o Orlando bateu na Zefa para valer Eu fui catar papel a Vera passou no frigorífico para pedir salsicha ganhei 106 cruzeiros a Vera ganhou seis cruzeiros porque ela entrou num bar para pedir água e pensar que ela estava pedindo esmola e o povo está dizendo que o Doutor Ademar e levou as passagens para vingar do Povo porque ele
preferiram nas unhas Quando cheguei em casa ele já estavam em casa esquentei a comida era pouca e eles ficaram com fome nos Bondes que circulam vai um policial e nos ônibus também o povo não sabe revoltar-se deviam ir no palácio do Ibirapuera e na assembleia e dar uma surra nesses políticos alinhavadas que não sabem administrar o país estou triste porque não tenho nada para comer não sei como havemos de fazer se a gente trabalha passa fome se não trabalha passa fome várias pessoas estão dizendo que precisamos matar o Doutor Adhemar que ele está prejudicando o
país quem viaja quatro vezes de ônibus contribuir com 600 cruzeiros para a cmtc desse jeito ninguém mais pode hoje de manhã quando eu ia saindo o Orlando e o Joaquim Paraíba vinha voltando da prisão 11 de novembro Achei um saco de fubá no lixo e trouxe para dar ao porco eu já estou tão habituado ao com as latas de lixo que não sei passar por ela sem ver o que há dentro hoje eu vou catar papel porque sei que não vou encontrar nada tenho velho que circula na minha frente ontem eu lhe aquela Fábula da
rã e da vaca tem a impressão que sou hum queria crescer até ficar no tamanho da vaca percebi que o povo continua achando que devemos revoltar contra os preços dos gêneros e não atacar não só a cmtc quem leu o que o Doutor Ademar disse nos jornais que foi com dor no coração que assinou o aumento diz o Ademar está enganado ele não tem coração se eu custo de vida continuar subindo até 1960 vamos ter revolução e Dois de Novembro Fui lavar roupas e permanecer no rio até as 7:30 a dorça Fui lavar roupas e
ficamos conversando sobre as poucas vergonhas que ocorrem aqui na favela falamos da Zefa que apanha todos os dias falei das mulheres que não trabalham estão sempre com dinheiro falamos do namoro do Lalau com a dona m e e a dona e me diz que ele namora com a nela a Nena é boba lavei as roupas de cor e vim fazer café pensei que tinha café não tinha a coisa que eu tenho pavor é de entrar no quartinho de do ano porque é muito apertado pro varrer o quarto preciso desarmar a cama eu varro quartinho de
15 em 15 dias aí e o almoço ficou pronto e os filhos não vieram almoçar o João desapareceu percebi que ele foi no cinema eu almocei um pouquinho peguei um livro para eu ler depois a gente frio foi sentar no sol achei o sol muito quente fui sentar na sombra conversei com o senhor disse-lhe que circula um boato que a favela vai acabar Porque vão fazer Avenida ele disse que não é para já que a prefeitura está sem dinheiro O João chegou do cinema dê-lhe uma surra e ele saiu correndo 13 de novembro cá tem
os ferros deixei um pouco no depósito e outro pouco eu trouxe quando passei na banca de jornais e esse slogan dos Estudantes Juscelino Escola Ademar rouba Jânio mata a câmara apoia e o povo paga eu parei na linha do trem para pegar umas latas porque eu havia deixado perto da gurita E pedir a guarda para guardar o guarda perguntou quanto eu ia receber das Latas respondi que era 300 que já estou farta de bicicletas Ele disse que antes isso do que nada eu disse-lhe que as latas de óleo eram a 70 e agora está 60
ele disse em vez de subir desce disse que a vida está muito cara que até as mulheres estão caras que quando ele quer dar uma efe as mulheres quer tanto dinheiro que ele acaba desistindo fingir que não vi porque eu não falo pornografia sair sem agradecê-lo Eu dei um banho nos filhos Eles foram deitar-se e eu fui lavar as louças depois fui escrever sem ter câncer e sono fui deitar mas tem umas Pulgas que estava circulando na cama e deitei e não vem mais nada por mim umas três horas seguidas despertei com a voz do
Joaquim Paraíba que estava reclamando que arrumou uma namorada que não quer namorar no escuro só ele namora durante o dia EA noite perto da Luz penso ele não está com boas intenções com a namorada 14 de novembro foi catar papel quando eu voltava para em uma banca de jornais vi um homem xingando os policiais de burros no Clichê um policial espancava o velho jornal dizia que era um policial do doxy resolvi tomar o bom de ir para casa vamos falando do Doutor Adhemar único nome que está em evidência por causa do aumento das conduções o
homem disse-me que os nossos políticos são carnavalescos Eu acho que o Doutor Ademar está revoltado e resolveu ser enérgico com o povo para demonstrar que ele tem força para nos castigar eu acho que os espíritos superiores não se vingam cheguei em casa cansada e com dor no corpo encontrei a Vera na rua o bendito João o meu filho manequim não presta atenção em nada o barraco estava aberto os sapatos espalhados pelo assoalho ele não pois feijão no fogo e era 6:30 quando João apareceu mandei me acender o fogo depois dele uma surra com uma vara
e uma Correia e as grandes gibis desgraçados tipo da Leitura que eu detesto 15 de Novembro passei no Empório Vem de um litro para o senhor Eduardo por 3 cruzeiros para pagar o ônibus quando cheguei no ponto de ônibus encontrei com Toninho da dona Adelaide Ele trabalha na livraria Saraiva disse-lhe Pois é Toninho os editores do Brasil não imprimi o que eu escrevo porque eu sou pobre e não tenho dinheiro para pagar por isso eu vou enviar o meu livro para os Estados Unidos ele deu uma em várias endereço de editoras que eu deveria procurar
vinha pela rua catando os pedaços de ferro que encontrava passei na dona Julita e pedir comida ela esquentou comida para mim a dona Julita de um sopa café e pão eu comi lá na dona Julita era três horas e quem disposta os móveis virando ao meu redor uh é que meu organismo não está habituado com reconfortantes Se prepare a sopa para os filhos Eles dormiram antes das ou para cozinhar quando ficou pronta despertei eles para comer jantamos e dormimos eu sonhei com a dona Julita que havia dito para eu trabalhar para ela que ela pagava
mi quatro mil cruzeiros por mês disse-lhe que eu ia internar os filhos e levava a Sua Vela despertei não adormeci mais comecei a sentir fome e quem está com fome não dorme quando Jesus disse para as mulheres de Jerusalém Não chores por mim chorai por vós suas palavras profetizavam inverno do Senhor Juscelino penado de agruras para o povo brasileiro tem nado que o pobre EA de comer o que encontrar no lixo Então dormir com fome você já viu um cão quando quer segurar a calda com a boca ele fica rodando sem pegar ela é igual
o governo do Juscelino 16 de novembro quando eu cheguei na dona Julita era 8:30 ela deu-me café a Vera Começou a dizer que gostava de residir em uma casa igual a da dona Julita ela fez o almoço e eu almocei a Vera comia e dizia que cuida gostosa a comida não Dona Julita me deixa tonta fim do serviço ela deu-me sabão queijo gordura e arroz aquele arroz agulha o arroz das pessoas de posses o 8 de novembro por fazer compras no japonês Comprei um quilo e meio de feijão dois de arroz e meia de Açúcar
um sabão mandei somar 100 cruzeiros o açúcar aumentou palavra da moda agora é aumentou aumentou isso me faz lembrar essa quadrinha que o rock fez e deu-me para incluir no meu repertório poético e dizer que é minha político quando o candidato promete que dá um jeito e o povo vê que de fato aumenta o seu sofrimento eu fui buscar o guarda-roupa velho quando cheguei para pegar o guarda-roupa uma jovem que reside lá auxiliou-me há de ser um guarda-roupa e deu-me um colchão eu não conseguia travar o guarda-roupa no carrinho João já estava começando a ficar
nervoso disse maldita hora que eu vim buscar esse guarda-roupa o dono da loja de sapatos auxilia o homem a por guarda-roupa no carrinho Caiu porque o carrinho deslizou se tinha os homens da Light trabalhando surgiu um e deu uma corda eu comecei amarrar mas não conseguia começou a fluir pessoas para ver João ficou nervoso com os olhares eu olhava os empregados da Light e pensava no Brasil não tem mais homens se tivesse ajeitado isso aqui para mim eu devia ter nascido no inferno eu pus o colchão dentro do guarda-roupa piorou os homens da Light olhava
a minha luta e eu pensava para olhar Eles prestam pensei eu não vim ao mundo para esperar auxílio de quem quer ser eu tenho vencido tantas coisas sozinha eles vencer isso aqui ele digitar esse guarda-roupa não estava pensando nos homens da Light eu estava suando e sentiu o odor do suor assustei quando eu vi uma voz no meu ouvido deixa eu ajeito para senhora pensei agora vai olhei o homem e achei ele bonito Ele retirou o coxão de dentro do guarda-roupa e pois não carrinho depois faz o guarda-roupa por cima para não escorregar pegou a
corda e amarrou-o o contente disse graças ao homem eu estava xingando o senhor Manoel quando ele chegou eu me Boa noite disse-lhe ele estava te xingando o senhor ouviu não vi eu estava dizendo aos filhos que eu desejava ser preta e você não é preta eu sou mas eu queria sair dessas negras escandalosas para bater e rasgar suas roupas quando ele passa uns dias sem vir aqui eu fico lhe xingando falo quando ele chegar eu quero espancar ele jogar água quando ele chega eu fico sem ação ele disse-me que quer casar-se comigo olha e penso
esse homem não serve para mim parece um ator que vai entrar em cena eu gosto dos homens que pregam pregos consertam água na casa mas quando eu estou deitada com ele acho que ele me serve fiz arroz e para os lagos quem tá para tomar banho pensei nas palavras da mulher do Policarpo que disse que quando passa perto de mim eu estou fedendo bacalhau disse-lhe que eu trabalho muito que havia carregado mais desse o papel estava fazendo calor e o corpo humano não presta quem trabalha como eu tem que vender 19 de Novembro preparei a
refeição para os filhos e fui lavar roupas Quem estava no rio era Doors em uma notícia que dizia que a nora estava em trabalho de parto a 3 dias e não consegui Hospital chamaram a rádio patrulha para internar ela e ainda não havia dado solução a velha dizia São Paulo não presta se fosse no norte era só chamar uma mulher e pronto Mas a senhora não tá no norte precisa providenciar o hospital para essa mulher o marido vende na feira mas não quer me ajudar com a esposa porque quer ir para o norte está juntando
dinheiro Rua 12 de novembro eu ia sair mas estou tão desanimada lavei as louças varre o barraco arrumei as camas que horrorizada com tantas rugas quando eu fui pegar água contei para Dona Angelina que eu havia sonhado que tinha comprado um terreno muito bonito mas eu não queria residir lá porque era litoral eu tinha medo dos filhos cair no mar ela disse-me que só mesmo no sonho que podemos comprar terrenos no sonho eu vi as Palmeiras inclinando-se para o mar que bonito a coisa mais linda é um sonho achei graça nas palavras da Dona Angelina
que disse-me a verdade povo brasileiro só é feliz quando está dormindo a 14 de novembro deixei o leito as 5 horas eu fui pegar água era só homens que estavam na torneira ninguém falava enchendo as vasilhas e saiu pensei se fosse mulheres O Quinze de Novembro o dia surgiu Claro para todos porque hoje não tem fumaça das fábricas para deixar o céu cinzento a 17 de novembro aí ia ser tão começando a prostituir-se com os jovens de 16 anos é uma Folia mais de 20 homens atrás delas tem um mocinho que mora na Rua do
Porto é amarelo e magro parece um esqueleto ambulante a mãe me obriga a ficar só na cama porque ele é doente cansa à toa ele sai com a mãe só para pedir esmola que o seu aspecto comove Aquele filho amarelo é o seu ganha-pão mas até ele anda atrás daí e dá ser apareceu tantos jovens de 15 e 16 anos aqui na favela que vou dar parte as autoridades ver as moças da fábrica de doces são limpinhos aí ia ser podiam trabalhar ainda não tem 18 anos são infelizes que iniciam a vida no lodo Hoje
eu estou triste Deus Devia dar uma alma Alegre poeta Bom apetite tá saiu correndo e o seu esposo atrás as crianças olham essas penas um de leite apetite está semi-nuas e as partes que a mulher deve ocultar estava visível ela correu parou e pegou uma pedra jogou no Joaquim ele desviou-se a pedra pegou na parede por cima da cabeça da Terezinha pensei essa Nasceu de novo a Francisca começou dizendo que Joaquim não prestava que é homem só para fazer filho a Leila gritou que apetite estava brigando com Joaquim porque ele está dormindo com aí aí
está sendo disputada na favela ela abandonou esposo a Leila numa briga como a gasolina no fogo ela Estiga e substitui a aranha com a sua teia quando eu pedi que abriga todos saem para ver é um espetáculo pornográfico as crianças começaram a falar que apetite tá verde do vestido eu vim para dentro de casa já estava deitado e ouvir a voz da Petita hoje à tarde na favela foi de amargar e assim as crianças ficaram sabendo que os homens fazem com as mulheres essas coisas eles não ouvi não tenho dó dessas crianças que vivem no
quarto de despejo mais imundo que há no mundo a 20 de novembro olhei o céu Parece que vamos ter chuva levantei tomei café e fui varrer o barraco ver as mulheres olhando na direção do Rio fui ver o que era eu estava com uma cebolas que a Joana do Benedito deu-me porque o dele os tomates mandei a Vera guardar os tomates e fui perguntar as mulheres o que havia no Rio é uma criança que não pode sair do Rio fui ver pensei se for criança eu vou atravessar o Tietê para retirá-la e se for preciso
nadar eu entro na água corri para ver o que era eram jacar de queijo que flutuava voltei e fui escrever a 21 de novembro tem várias pessoas no barracão da Leila fui ver o que havia perguntei para Dona Camila O que houve é a menina que morreu de que foi que morreu a menina não sei o sono surgiu eu deitei despertei combate Fundo perto da minha janela era a ida e Anália abrindo começou lá na Leila elas não respeitam nem a extinta o Joaquim interview pedindo para respeitar o corpo elas foram brincar na rua hoje
de manhã eu disse para o seu Joaquim português que a filha da dona Mariquinha não sabia ler ele disse F elas aprendem e aprendi sem Professor eu dei uma risada e disse português não presta da minha janela eu vejo a filha da Leila lá no esquife o diabo é que lá não a respeito no velório parece até uma festa o luar está maravilhoso a noite terminar por isso favelado está agitado uns tocam sanfona e cantam já rezar um terço para filha da Leila o esquife é branco eu vou deitar o barulho é muito mas eu
vou deitar aqui tudo é motivo para farra a 22 de novembro deixei ler só 5 horas e fui carregar água olhei o barraco da Leila viu José do Pinho no meio das pensei moço tão bonito no terreiro todos que estavam que o velório andando filha da Leila foi de amargar que andaram a noite toda e não deixaram ninguém dormir Chegou o carro para levar a filha da Leila ela começou a chorar assim que a criança saiu a Leila foi beber o que eu fico admirada é das almas da favela bebem Porque estão alegres e bebem
Porque estão tristes a bebida aqui é paliativo nas épocas com nestas e nas alegrias a 23 de novembro preparei os ferros para ir vender no depósito de ferro-velho dei duas viagens ganhei 178 cruzeiros telefone aí para folhas para mandar os repórteres na favela para expulsar no ciganos que estão acampados aqui eles jogam excrementos na rua as pessoas que Residem perto dos ciganos estão queixando que eles falam a noite toda e não deixa ninguém dormir eles são violentos e os favelados tem medo deles mas eu já previne que comigo a sopa é mais grossa Devido as
mocinhas ficar nuas os vagabundo ficam sentados perto do barracão observando suas diabo é que se alguém agredi-las os ciganos revoltam mas a nudez dela 60 parece que já estou vendo um bate fundo de ciganos com favelado mil vezes o nosso vagabundo do que os ciganos a 26 de novembro fui pegar água olhei local onde os ciganos acamparam eles ficaram só três dias mas foi o bastante para nos aborrecer eles são nojentos o local onde eles acamparam está sujo e exala mau cheiro o odor desconhecido a 27 de novembro eu estou contente com os meus filhos
alfabetizados compreendem tudo José Carlos disse-me que vai ser um homem distrito e que eu vou tratá-lo de Seu José já tem pretensões que é residir em alvenaria eu fui retirar os papelões ganhe 55 cruzeiros quando eu retornava para a favela encontrei com uma senhora que se queixava porque foi despejada pela prefeitura como é horrível viu um pobre lamentamos a voz do Pobre não tem poesia para reanimá-lo eu disse-lhe que havia lido na Bíblia que Deus disse que vai consertar o mundo ela ficou Alegre e perguntou-me quando vai ser isso Dona Carolina Que bom E eu
que já queria me suicidar disse-lhe para ela ter paciência e esperar que Jesus Cristo vem ao mundo para julgar os bons e os maus A então eu vou esperar ela sou eu despedir-me da mulher que já estava mais animada parei para consertar o saco que deslizavam da minha cabeça e tem play a paisagem ver as flores roxas acordar Grulha que está nos corações dos brasileiros Famintos 28 de Novembro fui carregar água não tinha ninguém só eu e a filha do te a mulher que fica grávida e ninguém sabe quem é o pai dos seus filhos
ela disse que seus filhos são filhos de seu pai a 29 de Novembro era 11 horas quando eu fui deitar ouvir vozes alteradas era duas mulheres brigando ouvir a voz do Lalau é que ele já saiu da cadeia já faz três dias que ele estava preso por causa do pato do Paulo acho que o Lalau nunca mais há de querer pato dos vizinhos a 30 de novembro vi um menino mexendo no pé fui ver o que havia era um espinho retirei um alfinete do vestido e tirei o espinho do pé do menino ele foi mostrar
o espinho para o seu pai o menino olhou me que olhar pensei arranjei mais uma menina e Cinco de dezembro a Leila contou-me que a filha da dona de está presa porque o seu esposo ele pegou em Adultério com baiano que tem dois dentes de ouro hoje eu estou estreando o rádio toquei o rádio até às 12 horas ouvir os programas de tango o Orlando ligou a luz Agora tenho de pagar 75 cruzeiros por mês porque ele cobra 25 por bico e seis de dezembro deixei o leito as quatro horas da manhã liguei o rádio
para ouvir o amanhecer do tango eu fiquei horrorizada quando eu vi as crianças comentando que o filho do senhor Joaquim foi na escola embriagado é que o menino está com 12 anos Eu hoje estou muito triste e Oito de Dezembro de manhã o padre veio dizer missa ontem ele veio com carro Capela e disse aos favelados que eles precisam ter filhos pensa porque a descer o pobre quem age ter filhos se filhos de pobre tem que ser operado na minha fraca opinião Quem deve ter filhos são os ricos que podem dar alvenaria para os filhos
e eles podem comer o que deseja quando o carro Capela vem na favela surge vários debates sobre a religião as mulheres dizia que o padre disse-lhes que podem ter filhos e quando precisar de pão podem ir buscar na igreja para o senhor Vigário os filhos de pobres Cream só com pão não investem em um calça a onze de dezembro comecei queixar para Dona Maria das coelhas que o que eu ganho não dá para tratar dos meus filhos Eles não têm roupas nem que calçar e eu não paro um minuto tatu tudo o que se pode
vender e a miséria continua firme ao meu lado ela disse-me que já está com nojo da vida ouvir seus lamentos em silêncio e disse-lhe nós já estamos predestinados a morrer de fome o Treze de dezembro a notícia começou a queixar-se que os seus filhos vão voltar para o interior porque não encontram um serviço aqui em São Paulo vão colher algodão fiquei com dó da nortista eu já colhi algodão com Quatorze de Dezembro de manhã teve missa o padre disse para nós não beber porque o homem que bebe não sabe o que faço que devemos beber
limonada e água várias pessoas ver assistir à missa Ele disse que sente prazer de estar entre nós mas se o padre residisse entre nós havia de expressar de outra forma em Dezesseis de dezembro quando eu estava conversando com o senhor Venâncio presenciei uma cena repugnante a mulher daquele mulato que mora na frente ao senhor a namorando João nortista aquele que tem dois dentes de ouro e Dezoito de dezembro eu estava escrevendo ela perguntou-me Dona Carolina eu estou nesse livro deixa eu ver não quem vai ler isso é o senhor audálio Dantas quem vai publicá-lo E
porque é que eu estou nisso você está aqui porque naquele dia que o ar me brigou com você começou a bater você saiu correndo nua para Rua ela não gostou ine que que a senhora ganha com isso resolvi entrar para dentro de casa olhei o céu com suas nuvens negras que estavam prestes a transformar sem choro a Dezenove de dezembro amanheci com dor de barriga e vomitando doente e sem ter nada para comer eu mandei o João no ferro velho vender um pouco de Estopa e os ferros ele ganhou o 23 cruzeiros não dava nem
para fazer uma sopa que suplício adoecer aqui na favela pensei hoje é o meu último dia em cima da Terra percebi que havia melhorado sentei na cama e comecei a catar Pulgas a ideia da Morte já ia se afastando e eu comecei a fazer planos para o futuro hoje eu não saí para catar papel Seja o que Deus quiser a Vinte de dezembro dizem os velhos que no fim do mundo a vida ia ficar em cima creio que a história porque a natureza ainda continuamos dando de tudo temos as estrelas que Brilham temos o sol
que nos aquece as chuvas que cai do alto para nos dar o pão de cada dia eu preparava para deitar quando surgiu a Duca que pediu-me para eu dar parte do senhor Manoel porque ele comprou uma televisão EA televisão captava toda força elétrica e deixava a favela sem luz equívoco a televisão estava ligada coisa que nunca ia de fazer é difamar o senhor Manoel é o homem mais distinto da favela Ele está aqui já faz nove anos sai de casa e vai para o trabalho não falta o serviço nunca brigou com ninguém nunca foi preso
Ele é um homem mais bem remunerado da favela trabalha para o Conde Francisco Matarazzo a 24 de dezembro hoje estou com sorte tem muitos papéis na rua a 5 horas comecei a investir mim para eu ir no centro espírita divino mestre receber os donativos natalinos preparei os filhos e sair eu ouvi vozes estão dando cartões corri para ver viu sua velados rodeando um carro e o povo correndo para ganhar cartões no carro estava apenas o motorista e o povo pedia dá um para mim dar um para mim o motorista dizia vocês sujam carro perguntei-lhe O
que é que o senhor está distribuindo eu vim aqui trazer um homem nem sei o que esse povo tá pedindo é que na época de Natal quando vem um automóvel aqui eles pensam que vieram dar presentes nunca mais hei-de vir aqui no Natal a gente se o motorista nos olhando com repugnância havia tantas pessoas ao redor do automóvel que não pude anotar a placa no Centro Espírita A Fila já estava enorme quando nós chegamos e os filhos de um nortista estavam pedindo pão a Dona Maria Preta deu 15 cruzeiros para ele ela foi comprar pão
o senhor Pinheiro digníssima presidente do Centro Espírita saiu para conversar com os indigentes passou um senhor parou e nos olhou e disse perceptível será que esse povo é desse mundo eu achei graça e responde Nós somos feios e malvestidos mas somos deste mundo passei o olhar naquele povo para ver se apresentava aspecto humano ou aspectos de fantasma o homem seguiu sorrindo e eu fiquei analisando quando penetramos para receber os prêmios o meu número era 90 eu e os demais ganhamos presentes e gêneros roupas chá mate batatas arroz e feijão sem o Pinheiro convidou-me para eu
ir no centro era 9:30 quando nós chegamos no ponto do monde e fomos ver um presépio que fizeram na garagem que está vaga havia uma placa onde se Lia a entrada grátis mas no presépio de uma bandeja com cédula de 1 a 100 quando sair elogiei o presépio única coisa que eu posso fazer quando cheguei na favela encontrei a porta aberta o luar está maravilhoso a Vinte e Cinco de dezembro o João entrou dizendo que estava com dor de barriga percebi que foi por ele ter comido melancia deturpada hoje jogar um caminhão de melancia perto
do rio não sei porque é que esses Comerciantes inconscientes vem jogar seus produtos deteriorados aqui perto da favela para as crianças veicomer na minha opinião os Atacadista de São Paulo estão se divertindo com o povo igual César quando torturava os cristãos só que o César da atualidade e supera o César do passado os outros era perseguido pela fé e nós pela fome naquela época os que não queriam morrer deixavam de amar a Cristo mas nós não podemos deixar de comer a 26 de dezembro aquela senhora que reside na Rua Paulino Guimarães número 308 deu uma
boneca para Vera nós íamos passando quando ela chamou a Vera e disse-lhe para esperar a Vera disse sim acho que vou ganhar uma boneca responde e eu acho que vamos ganhar pão eu não tava só ansiedade e curiosidade de saber o que é ganhar a senhora saiu do interior da casa com a boneca a Vera disse me Eu não disse eu acertei e foi correndo pegar a boneca pega uma boneca e voltou correndo para mostrar ela agradeceu e disse que as meninas da favela iam ficar com inveja e que ela ia rezar todos os dias
para mulher ser feliz que ela vai ensinar a boneca rezar e vai levar lá na missa para rezar para mulher e para o céu e não ter doença que dói muito a vinte e sete de dezembro eu cansei de escrever a Dormi sim despertei como a voz chamando Dona Maria fiquei quieta porque não sou Maria a voz dizia ela disse que mora no numero 9 levantei de mau humor e fui atender era o senhor Dário no Senhor que eu fiquei conhecendo na eleição eu mandei o senhor dar entrar mas fiquei com vergonha o vaso noturno
estava cheio o senhor Dário ficou horrorizada com a primitividade em que eu vivo ele olhava tudo com assombro mas ele deve aprender que a favela é o quarto de despejo de São Paulo e que eu sou uma despejada a vinte e oito de dezembro eu acendi o fogo pois água para esquentar e comecei a lavar as louças e vasculhar as paredes encontrei um rato morto já faz dias que eu ando atrás dele Amei a ratoeira Mas quem matou ele foi uma gata preta ela é do senhor Antonio sapateiro da até um sábio não tem amor
profundo e não deixa ninguém escravisao e quando vai embora não retorna provando que tem opinião se faça essa na ração do gato é porque fiquei contente dela até matar o rato que estava estragando os meus livros a Vinte e Nove de dezembro sair com João e a Vera e José Carlos O João levou o rádio para consertar Quando eu ia na Rua Pedro Vicente guarda do depósito chamou-me e disse para eu ir buscar um sacos de papel que estavam perto do rio agradeci e fui ver os sacos eram sacos de arroz que estavam nas armazéns
e apodreceram mandaram jogar fora fiquei horrorizada vendo arroz podre contemplem as traças que circulavam as baratas e os ratos que corriam de um lado para o outro pensei porque é que o homem branco é tão perverso assim ele tem dinheiro compra e põe nos armazéns fica brincando com o povo igual o gato com rato e trinta de dezembro quando eu fui lavar as roupas Encontrei algumas mulheres que estavam comentando a coragem da Maria companheira do baiano que se separaram e ela foi viver com outro baiano seu vizinho a língua das mulheres é um pavio fica
incendiando em 31 dedezembro eu passei a tarde escrevendo os meus filhos estavam jogando bola perto dos barracões os vizinhos começaram a reclamar quando é os filhos deles que brinca eu não digo nada eu não implico com as crianças porque eu não tenho vidraça e a bola não estraga as paredes de tábuas o José Carlos e o João estavam jogando bola a bola do tunico a bola caiu no quintal do Vitor e a mulher do Victor furou a bola do menino e os meninos começaram a xingar ela pegou um revólver e correu atrás dos meninos e
se o revólver disparasse eu não vou deitar quero ouvir a corrida de São Silvestre eu fui na casa de um Cigano que reside aqui quando eu me ver os domingos no solo disse-lhe para ver no meu barracão à noite que eu e a dali duas camas se ele fosse durante o dia as mulheres e um transmitindo a novidade porque aqui toda a novidade Quando a Noite surgiu ele veio eu quero estabelecer porque quer para os filhos na escola que ele é viúvo e gosta muito de mim se eu quero viver ou casar com ele abraçou-me
beijou-me contemplei a sua boca adornada de ouro e Platina trocamos presentes eu dei-lhe doces e roupas para os seus filhos e ele deu mente mente perfumes a nossa palestra foi sobre arte e música disse-me que se eu casar com ele que retira me da favela disse-lhe que não me adaptar andar nas caravanas ele disse-me que a poética existência da Ilha ele disse-me que o amor de cigana imenso igual mar é quente igual sol e Era só o que me faltava depois de velha virar cigana entre eu e o cigano existe uma atração espiritual ele não
queria sair do meu barraco E se eu pudesse não lhe deixava sair convidei ele para vir ouvir o rádio ele perguntou-me se sou sozinha respondi-lhe que eu tenho uma vida confusa é igual quebra-cabeça ele gosta de ler dele livros para ler fui ver o aspecto do Barracão ficou mais agradável depois que ele arrumou as camas o João foi chamar me dizendo que ele estava demorando a favela está agitada favelados demonstram júbilo Por que findaram um ano de vida hoje uma notícia foi para o hospital ter filhos EA criança nasceu morta Ela está tomando soro a
sua mãe está chorando porque ela é filha única tem baile na casa do Vítor é um de Janeiro de 1959 deixei o leito as quatro horas e fui carregar água Fui lavar as roupas não fiz almoço não tem arroz à tarde vou fazer feijão com macarrão eles não comeram nada eu vou deitar porque estou com sono era 9:00 o João despertou-me para abrir a porta hoje eu estou triste 1/4 de Janeiro Antigamente eu cantava agora deixei de cantar porque a alegria afastou-se para dar lugar a tristeza que envelhece o coração todos os dias aparece um
pobre coitado aqui na favela encosta no parente e vão vivendo Ô Irene é um coitado que está com anemia procura a esposa a esposa não lhe quer ele disse-me que a sua sogra estive a esposa contra ele agora ele está na casa do irmão ele foi passar uns dias na casa da irmã retornou se disse-me que ele jogava indiretas por causa da comida o irei no disse que já está descontente da vida porque a vida com saúde já é tão por gente Cinco de Janeiro está chovendo fiquei quase louca com as goteiras nas camas porque
o telhado é coberto com papelões e os papelões já apodreceram as águas estão aumentando invadindo os Quintais os favelados e Seis de Janeiro deixei o leite as quatro horas liguei o rádio por carregar água que suplício entrar na água de manhã e eu que sou frienta mas a vida é assim mesmo os homens estão saindo para o trabalho levam as meias e sapatos nas mãos as mães para ir em as crianças em casa elas ficam ansiosas para ir brincar na água as pessoas de espírito jocoso dizem que a favela é a cidade Náutica outros dizem
que a Veneza Paulista estava escrevendo quando o filho do Cigano veio dizer-me que o seu pai estava chamando fui ver o que ele queria começou a queixar-se que encontra dificuldades para viver aqui em São Paulo sai para procurar emprego e não encontro disse que vai voltar para o Rio Porque lá é melhor para viver eu disse-lhe que aqui ganha-se mais dinheiro no rio ganha mais afirmou lá eu benzei a crianças vende a carne e ganhava muito dinheiro eu percebi que o cigano quando eu conversa com uma pessoa falar horas e horas até a pessoa oferecer
dinheiro não é vantagem Que amizade com Cigano e quando eu ia sair ele disse-me para ficar saí fui no Empório comprei arroz café e sabão depois fui no açougue Bom Jardim comprar carne cheguei no açougue a caixa olha homem com olhar descontente tem banha não tem tem carne não tem então japonês e perguntou tem banha ela esperou eu sair para dizer ele tem voltei para favela Furiosa então o dinheiro do favelado não tem valor pensei hoje eu vou escrever e vou xingar a caixa desgraçada não sou Bom Jardim ordinária e sete de Janeiro hoje eu
fiz arroz e feijão e fritei óculos que alegria ao escrever isso vão pensar que no Brasil não há o que comer nós temos só que os preços nos impossibilita de adquirir temos bacalhau nas vendas que ficam anos e anos à espera de compradores as moscas surjam bacalhau então o bacalhau apodrece os Atacadistas jogam no lixo e joga creolina para o pobre não catar e comer os meus filhos nunca comeu uma Calhau eles pedem compra mamãe Mas compra como a 180 kg espero se Deus ajudar me antes de eu morrer de comprar bacalhau para eles o
8 de janeiro encontrei com o motorista que veio despejar a serragem aqui na favela convidou-me para entrar no caminhão motorista loiro perguntou uma isso aqui na favela é fácil arranjar mulher e se ele podia ir no meu barracão motorista disse-me que ele ainda está com forma o ajudante dizia que o motorista já vi aposentado despedir do motorista e voltei para favela acende o fogo lavei as mãos e comecei fazer comida para os filhos Ben 10 de janeiro o senhor Manoel veio era 8:00 perguntou-me se eu ainda converso com Cigano responde que sim que ele tem
terreno em Osasco e que se acabar a favela eu não tiver um de ir poderei ir para o seu terreno que ele admira minha disposição e se pudesse vivia ao meu lado o senhor Manoel zangou-se disse-me que não retorna mais que eu posso ficar com Cigano que eu admiro no Cigano é a calma EA compreensão coisa que o senhor Manoel não possui senhor Manoel disse-me que não mais aparece vamos ver há 11 de janeiro não estou gostando do meu estado espiritual não gosto da minha mente inquieta o cigano está perturbando Mas eu vou dominar essa
simpatia Já percebi que quando ele me ver ficar alegre e eu também eu tenho a impressão que eu sou um pé de sapato aqui só agora que encontrei outro pé ouvi falar várias coisas dos ciganos e ele não tem as nossas qualidades que propalam parece que cigano quero hospedar-se no meu coração no início receie a sua amizade e agora se ele me dar para mim será um prazer se regredir eu vou sofrer se eu pudesse ligar né ele ele tem dois filhos um menino acompanha-me sempre se eu vou lavar roupas ele vai comigo sentar ao
meu lado os meninos da favela tem inveja quando me vê agradando o menino agradando o filho eles conseguiram o pai o nome do cigana Raimundo nasceu na capital da Bahia mas não usa peixeira Ele parece o Castro Alves as cenas une-se a o doce de Janeiro fiz a janta e de jantar as crianças a Rosalina surgiu veio buscar um pouco de feijão e odeio o senhor Raimundo chegou veio chamar os filhos Olhou as crianças jantando eu lhe ofereci jantar ele não quis pegou uma sardinha e perguntou se tinha Pimenta não ponho pimenta na comida por
causa das crianças pensei Se eu tivesse sozinha dava-lhe um abraço que emoção que eu sentia vendo ao meu lado em sei se algum dia eu for exilado esse homem mundo na minha companhia ele age suavizar o castigo mandei a Rosalina comer sardinha dele o feijão o Raimundo disse-me que vai embora para sua casa e que se um dia a favela acabar para eu procurá-lo fez o mesmo convite a Rosalina eu não apreciei não foi egoísmo Foi ciúme ele saiu e eu fiquei pensando ele estaciona é o seu sangue cigano tem que ser se algum dia
esse homem foi meu ele de prendê-lo ao meu lado a apresentar um mundo de outra forma com Quatorze de Janeiro circulei pelas ruas fui na dona Julita fui na cruz azul receber o dinheiro das Latas cheguei em casa antes da chuva senhor Raimundo mandou sua filha Charme troquei me fui atendeu ele disse-me que vai voltar para Volta Redonda creio que eu vou sentir saudades despedi-me dele dizendo que precisava escrever e que não podia demorar a 15 de Janeiro deixei o leite as quatro horas e fui carregar água liguei o rádio para ouvir o programa de
tango senhor Manuel disse que não vinha mais e apareceu Ele penetrou na água para chegar até o meu barracão resfriou Se hoje eu estou contente no dinheiro com quem até 300 hoje eu vou comprar a carne atualmente quando o pobre come carne fica rindo à toa a 16 de janeiro fui no correio retirar os cadernos que retornaram dos Estados Unidos cheguei na favela triste como se tivesse mutiladas meus membros o The reader's digest devolvi os originais a pior bofetada para quem escreve é a devolução de sua obra para dissipar a tristeza que estava arrochando a
minha alma eu fui falar com Cigano perder os cadernos e o dia inteiro e fui lá nesse ele que tinha retirado os originais do correio estava com vontade de queimar os cadernos ele começou a citar as suas aventuras a gente que vai para Volta Redonda e vai ficar na casa da jovem de 14 anos que está com ele se a menina saía para brincar ele ia procurá-la olhando e com cuidados eu não precisava os seus olhares com a jovem pensei que será que ele quer com essa jovem os meus filhos entravam dentro do Barracão ele
estava deitado na sua olho eu perguntei ele se usava peixeira não eu quero bom revólver como esse mostrou um revólver 32 eu não simpatizo com revólver teu revólver a o João para segurar the isle você é homem e o homem precisa aprender a lidar com essas coisas recomendou ele para não dizer nada ninguém que ele não quer que o povo da favela saiba que ele tem resolveu eu mostro para sua mãe porque ela gosta de mim mulher quando eu gosto de um homem não lhe denuncia quando eu era soldado eu comprei esse revólver O senhor
já foi soldado já na Bahia deixa a farda porque ganhava muito pouco mostrou-me seu retrato fardado quando eu ia levantando-me para sair ele dizia é cedo ele mandou fazer café a mocinha disse que não tinha açúcar eu mandei o João buscaram açúcar e manteiga ele mandou o seu filho comprar seis cruzeiros de pão disse eu nunca comi sem carne nunca comi pão sem manteiga e aqui nesse Barracão eu comi esse Barracão deu-me peso e o seu filho retornou se com pão José Carlos entrou e começou a brigar com seu filho ele disse para eles não
brigar que somos todos irmãos José Carlos protestou se eu não sou irmão dele não vocês são irmãos por parte de Adão e Eva ele segurou José Carlos nos braços obrigando a deitar-se ao seu lado na sua olho José Carlos desvencilhou-se e saiu para Rua eu pus olhar no caderno e comecei a escrever quando ele a cabeça o seu olhar estava pousado no rosto da Mocinha não gostei do seu olhar estético o meu pensamento começou a desvendar a sordidez do Cigano ele tira proveito da sua beleza sabe que as mulheres se iludir com rostos bonitos ele
atrás mocinhas dizendo que casa com elas satisfaz seus desejos Depois manda elas ir embora agora eu compreendi os seus olhares com a mocinha isso me serve de advertência nunca é de deixar a Vera na casa de quem quer que seja eu olhei o rosto do Cigano o rosto bonito mas fiquei com nojo era um rosto de anjo com alma de diabo vem para o meu barraco Eu Estava pondo os cadernos em cima da mesa quando senti que alguém me pegava pelas costas era o cigano que me abraçava beija homem na boca seus braços me apertavam
tanto disse me eu vou me embora deixa as minhas roupas você lá meus para mim quando eu voltar da última máquina de costura eu não faço conta de dinheiro sei que você vai pensar em mim eu sei que você vai sentir falta de mim sei que vou ser hóspede do teu coração e você ainda vai ter oportunidade de dormir nos meus braços enquanto ele me abraçava eu pensava esse diabo de visitar era na cadeia eu sentei na cama ele sentou-se ao meu lado eu fechei a janela e continuamos beijandos o meu carinho representava interesse para
descobrir suas atividades ele disse-me eu venha dormir aqui nós dois dormimos O mãe a minha irmã dorme no quartinho eu não durmo com ninguém perto dos meus filhos Ele olhou me disse assim você é boba as crianças quando eu dei então dorme logo ele saiu estava preocupado com a mocinha que ele dizia que era sua irmã não querendo perder ela de vista percebi que ele já está habituado a seduzir As Mocinhas ele vivia mexendo com elas estava interessado na Dirce ele não conseguiu a Dirce porque ela não lhe viu de perto que a sua beleza
é igual o meu atraindo as abelhas ele prometeu voltar quero apresentar lá Dona lei eu fui chamar o José Carlos o cigano estava na janela apetite aproximou-se e disse-lhe você é muito bonito mas parece que não gosta disso ela ergueu o vestido ela estava sem calça as crianças olharam e ficaram sérias único que sorriu foi o cigano fiz a janta e fui procurar a Vera ela estava lá no Empório considerando que comprou o doce o dela para os seus filhos e os meus mandou José Carlos dizer que não vem dormir aqui fiquei contente o senhor
Manuel chegou percebeu que eu estava nervosa foi-se embora eu deitei nervosa por José Carlos que ainda estava na rua dormi até meia-noite despertei pensei no filho que ainda estava na rua hoje eu estou descontente José Carlos chegou eu disse-lhe que não ia abrir ele a porta que dormisse na rua ele sentou-se nos degraus depois começou a chorar resolvi abrir a porta era 2:00 dele banho esquentei comida para ele ele foi deitar-se eu não tenho nesse porque estava super nervosa Estou decidida quando Cigano voltar ele apresentava a dona lei dizem que cigano não pode ficar parado
mas a dona lei a de fazer ele estacionar uma temporada atrás das grades ele há-de ter tempo para pensar e repensar no que disse você é boba e ele prometeu trazer meu presente e eu prometo dar-lhe um a masmorra a 17 de Janeiro deixei o leito as quatro horas quando ouve o rádio do vizinho tocando comecei escrever liguei o rádio para ouvir o amanhecer do tango despertei pensando no Cigano que é pior do que o negro não aconselho ninguém a fazer amizade com eles acende o fogo lavei as louças e fui carregar água encontrei com
o senhor Adelino Perguntei pelo Cigano ele brigou com meu cunhado ele dizia que é baiano e meu cunhado responde a quem é baiano sou eu eu fui na dona Julieta ela deu-me comida eu esquentei e comi Acabei de comer fiquei triste é que a comida de lá é muito forte sopa carne e outras iguarias quando o pobre come uma comida forte Dá tontura a dona Julieta me disse que eu estava triste por causa do Cigano a vinte de Janeiro passei o dia na cama vomitei bílis e melhorei um pouco fui carregar água João ficou contente
perguntou-me se eu estou melhor Fiquei com tontura Deitei novamente os filhos estão com receio de eu morrer não me deixam sozinha Quando sai outro ver vigiar me dizem eu quero ficar perto da senhora porque quando a morte chegar eu dou uma porretada nela eles estão tão comportados ficam confabulando se ela morrer nós vamos para o juiz o José Carlos perguntou-me se a gente vê a morte chegar a Vera me mandou cantar o José Carlos foi na feira tá Qualquer coisa cá tomilho tomates berinjelas que eu almocei fiquei minha resposta quando eu dou um gemido os
filhos choram com medo do juiz José Carlos disse sabe mamãe quando a morte chegar eu vou pedir para ela deixar nós crescer e depois ela leva a senhora Para tranquilizá-los eu disse que não ia morrer mais Oi Carol alegres e foram brincar senhor Manuel chegou veio ver se eu melhorei fiquei contente com a visita e três de Fevereiro tenho de dizer que eu não escrevi nos dias que decorreram porque eu fiquei doente vou recapitular o que ocorreu comigo nesses dias a Fernanda veio e perguntou-me se eu sei onde estava se dando é a mesma coisa
que ela perguntar no dia Casa do Vento disse que ele é muito bonito e que ela ia lá comprar pimenta só para vê-lo durante os dias que eu estive doente o senhor Manoel não me deixou sem dinheiro o senhor Manoel disse-me que o cigano faz muito bem seduzir As Mocinhas de 14 anos elas da confiança esses dias eu fiz umas poesias não pensas que vais conseguir o meu afeto novamente o meu ódio vai evoluir criar raízes e dar semente O Quinze de Fevereiro Hoje eu estou mais animada estou rindo achando o gráfico do sururu que
eu vim aqui na favela essa noite a Leila começou a insultar o baiano senhor Valdomiro xingou até as duas horas ele resolveu espancá-la foi no seu barracão Arrebentou a porta quando a Leila foi saltar prender um pé no peitoril da janela hoje o tal Orlando Lopes veio cobrar a luz quer cobrar ferro 25 cruzeiros eu disse-lhe que não passa o roupas ele disse-me que sabe que eu tenho ferro que vai ligar o fio de chumbo na luz e se eu ligar o ferro a luz queima ele não liga mais disse que ligou a luz para
mim não cobrou o depósito mas o depósito já foi abolido desde 1948 Ele disse que pode cobrar depósito porque a light deu-lhe plenos poderes que ele pode cobrar o que quiser dos favelados a 16 De fevereiro quando eu dirigia me para casa vi várias pessoas olhando na mesma direção pensei é briga corri para ver o que era era o Arnaldo e o baiano o Arnaldo apanhava igual uma criança interferir procurei separados a Joana do Benedito onça veio auxiliar Mimo vários homens olhavam e ninguém preferia o baiano deu duas cassetadas no Arnaldo surgiu o ar mim
que diz que é matar o baiano tentei impedi-lo segurando-lhe o braço ele deu-me um empurrão eu deixei ele ir mas gritava não vai que o baiano te mata resolvi chamar a polícia sai correndo creio que corria mais depressa do que o Manuel Faria cheguei na 12ª delegacia gritando briga na favela estão brigando a foice eu estava com nojo de reclamar a favela mas precisava voltar porque havia deixado os meus filhos quando eu descia para o inferno as mulheres dizia a polis o seu quando cheguei na favela o povo não olhava a dona Sebastiana xingava estava
embriagada dizia que ela degolava o baiano eu dizia para ela não xingar que ela ia morrer ela começou a xingar negro ordinária você não é advogada na repórteres se mete em tudo o povo gritava o baiano fugiu surgiu o Antônio jogo bonitão pediu-me se eu tinha uma calça para emprestar ele porque ele havia molhado quando saiu correndo atrás baiano comecei a procurar a calça para o bonitão dele a calça e sair foi no barraco do Arnaldo perguntar se ele havia retornado da central porque ele o ar minha veia ido mas assistência há 23 de Fevereiro
na rua o povo perguntava O que houve na favela eu explicava eu estava impaciente Por que não sabia o paradeiro do baiano eu queria que eles entregassem a polícia quando cheguei na favela os comentários ferviam povo dizia que o ar mim tinha morrido fui na estação do Norte o baiano surgiu perguntou-me pela sua esposa Diz ele que estava comigo que ele podia ir para a favela que ninguém ia lhe fazer mal ele disse-me que estava sem comer dele 25 cruzeiros perguntou se o ar mente tinha morrido não está em Pirituba ele disse pesaroso a eu
não presto tá vendo que eu não faço serviço completo essa história de machucar só e não matar logo Só serve para arranjar inimigo eu não conheço homem que eu dei a forçada eu não quero ficar lá porque ele há de querer me matar e a polícia há-de querer me prender Mas você tem que prestar declarações na polícia se você for pra é perto e de favorecer 29 de Abril Hoje eu estou disposta o que me entristece é o suicídio do Senhor Thomas coitado suicidou-se porque Cansou de Sofrer concurso da vida quando eu encontro algum no
lixo que eu posso comer eu como eu não tenho coragem de suicidar e não posso morrer de fome eu parei de escrever o diário porque fiquei desiludida e por falta de tempo é um de Maio deixei o leite as quatro horas lavei as louças e fui carregar água não havia fila não tem o rádio não vou ouvir o desfile hoje é dia do trabalho 12 de maio ontem eu comprei açúcar e bananas os meus filhos como eram banana com açúcar porque não tinha gordura para fazer comida pensei no Senhor Tomás que suicidou-se mas que os
pobres do Brasil resolveu suicidar-se por que estão passando fome não ficaria nenhum ídolo 13 de maio hoje é domingo eu vou passar o dia em casa não tenho nada para comer hoje eu estou nervosa desorientada em triste tem português que quer morar comigo mas eu não preciso de homem eu já lhe supliquei para não vir aborrecendo hoje o Freio rezar a missa na favela ele pois nome na favela de bairro do Rosário tem várias pessoas ouvir a missa no sermão o padre pede ao povo para não roubar o senhor Manuel chegou e começamos a conversar
falei de uma menina de um ano e meio que não pode ver ninguém mal ver a boca que pergunta que é que você está comendo é a última filha do Benedito onça percebi que a menina vai ser inteligente e Quatro de Maio deixei o leite às 6:00 porque o senhor Manoel quando dorme aqui não deixa eu levantar cedo eu não não sei onde esse Rosa recordei esse trecho da Bíblia não acumuleis tesouros porque lá estará o teu coração sempre Ouvi dizer que o rico não tem tranquilidade de espírito mas o pobre também não tem por
que luta para arranjar dinheiro para comer a 5 de Maio Escrevi até as duas horas depois de carregar água enche a barriga e as latas fiz uma trempe de tropeiro e pois água para ferver para pelar o porco como é sem pensar no que é preparar chouriço lombo assado e couro de porco no feijão fiquei contente eu ia comer carne na realidade comecei a cantar cantei fiquei pensando quanto tempo que eu não como carne de porco fui ver se o senhor Manoel estava em casa para matar o porco não estava fiquei nervosa chegou o irmão
do Célio Manoel dono do porco venha buscar a sua parte eu engordei o porco a 6 encontrei com Orlando Lopes pedi se ele podia matar o porco para mim disse que sim eu voltei Alegre o Orlando surgiu foi até o chiqueiro olhou o porco assim que o corpo ele viu de um Ronco o agitado comecei agradá-lo mas ele estava agitado o Orlando amarrou uma corda no pé Rei um pouco para fora o Orlando e deu-lhe uma punhalada vendo sangue correr peguei uma bacia para aproveitá-lo para fazer chouriço contemplava o escritor do porco que não queria
exalar o último suspiro o Orlando deu-lhe outra facada esperamos ele morrer os minutos passavam eles pelaram e quando abriram colo que eu fiquei contente a criançada invadiu o quintal as mulheres surgiram dizendo que queria um pedaço o chiclete e as tripas eu não vou vender nem dar engordei esse porco para os meus filhos Eles protestavam surgiu a Maria mãe da Natália pediu se eu podia vender um pedaço de toucinho não vou vender quando você engordou e matou o teu porco eu não fui aborrecente ela começou a dizer que queria só o toucinho perpassem olhar no
povo que ficava tossindo igual a raposa quando fica uma galinha pensei esse eles invadiram o quintal resolvi levar o toucinho para dentro de cá e depressa possível fritei as Tábuas do barraco já estão podres se eles invadir a Deus barraco juro que fiquei com medo dos favelados a Vera não foi no parque porque queria ver matar o porco os filhos retornaram da escola e perguntaram mamãe a senhora matou o porco matei Boninho disse que foi três facadas e duas palavras os meus sonhos eu também tem uns pedaços para o Orlando e para o senhor Antonio
sapateiro fiz bifes para os filhos A carne estava em cima da mesa cobrir com um plano para o João disse parece uma pessoa morta eu disse eu vou lavar a barrigada e você não sai daqui por causa dos gatos a Vera acompanhou eu fui lavar na lagoa lá e José Carlos surgiu o cinema e a ver as tretas a Vera sorria vendo a água circular dentro da tripa do Porco o José Carlos perguntava se nosso corpo é igual ao corpo do porto afirmei que o interior é igual a do homem então porque já foi homem
não sei voltei para casa porque estava cansada percebi que a Maria estava com inveja por eu ter matado porco a Vera queria jantar fiz arroz e ela comeu contar-lhe o João morreu toucinho eu pus para fritar o João adormeceu fiquei olhando seus pés sujos que estavam prendendo da cama Lavei os meus braços e o meu rosto que estava gorduroso escovei 5 dentes e fui deitar era duas horas da manhã 16 de Maio às 9:30 o repórter surgiu bradei senhor disse que estaria aqui as 9:30 não atrasou se disse like várias pessoas queriam vê-lo Por que
apreciam as suas reportagens entramos num táxi a velha estava contente porque estava de carro descemos no Largo do Arouche e o repórter começou a fotografar me levou me no prédio da Academia Paulista de letras eu sentei na porta e depois o saco de papel a esquerda o porteiro apareceu e disse para eu sair da porta por ter o pegou meu saco de catar papel saco aqui para mim tem um valor inestimável porque é puro seu intermédio que eu ganho pão de cada dia o repórter surgiu e disse que foi ele quem me mandou sentar no
legal o porteiro disse que não tinha permissão para deixar quem quer que fosse sentar-se na porta do prédio vamos na Rua Sete de Abril e o repórter comprou uma boneca para Vera eu disse os balconistas que escrevi um diário que vai ser divulgado no Cruzeiro 17 de Maio lavei todas as roupas jurei nunca mais matar porco na favela estou tão nervosa que recordei o meu provérbio Não há coisa pior na vida do que a própria vida favela sucursal do inferno o próprio Inferno para o jantar fiz feijão arroz e carne a Vera está tão contente
porque temos carne Quando as Crianças me ver pedem Carolina meio da Carne Cães e Gatos rondam o meu barracão estou cansada vou deitar adormeci despertei com Adalberto que está é Bru batia no barraco e pedia Carolina me dá um pedaço de carne de porco que ódio e eu com tanto sono fiquei ouvindo ele cantar depois adormeci novamente despertei com algo que passeava por cima das cobertas acende a luz era um gato e não mais deitei fiquei escrevendo até o raiar do dia quando eu vi aquele homem que passa dizendo Olha o pão doce o 8
de Maio fiz arroz e lombo de porco porque não tenho feijão tomei banho e trocava me para ir na cidade quando eu ia saindo a Vera penetrou se disse que não tinha expediente no parque antes de sair recortei que devia dar comida para cachorrinha olhei ela que estava deitada dele um pedaço de carne e tentei despertar lá estava morta morreu de tanto comer carne fui no juiz receber o dinheiro que o pai da Vera me dá por intermédio do juizado o advogado não quis me dar a ficha sem a ficha eu não atendo e bateu
a porta no meu rosto fui falar com advogado que o Doutor Walter não queria atender mas sem a ficha ele mandou um guarda acompanhar me disse mesmo muito bem Carolina põe todo mundo no Diário acompanhei guarda te disse para o Doutor Walter Aimberê que devia atender Me sem a ficha não atendo se não trazer a ficha vou o advogado chefe a Vera assustou-se e disse que homem porque é que a gente precisa de advogado Mamãe eu disse para o guarda deixar eu vou embora Doutor Walter já está no meu diário ele é muito grosseiro fui
na tesouraria para receber o dinheiro quando chegou a minha vez não encontrei o dinheiro a Vera queria comprar um vestido eu disse-lhe que o seu pai não via levar o dinheiro ela ficou triste disse mamãe o meu pai não presta Ben 10 de Maio eu não dormi porque o vizinho tocou o rádio toda noite e aí ele fez um suado diabos ela estava dormindo com Valdemar quando o Arnaldo chegou era 2:00 o Arnaldo dizia vai embora Valdemar A negra é minha o Valdemar respondia A negra é Nossa eu cheguei primeiro a 12 de maio eu
fui na dona Julita e ela deu-me café e arroz quando eu retornava encontrei com a Dona Maria aquela que cata papel na fábrica de pudim ela disse-me que roubaram em um saco de papel fiquei com dó encontrei com o capitão perguntei-lhe porque havia abandonado o celular ele disse-me com a voz triste sabe Carolina não pretendia deixar o meu lar mas ainda te dar na minha esposa obrigou-me a tomar essa decisão e contou-me um motivo eu disse-lhe ela não fez Bom Negócio trocando tipo outro ele disse-me se eu continuasse no meu lar um dia ou outro
eu tinha que matar aquele canal eu acho que aquele homem que interferiu celular do Capitão para destruí-lo não presta a 28 de Maio a vida é igual um livro Só depois de ter lido aqui sabemos o que encerra e nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como nossa vida decorreu a minha até aqui tem sido preta preta e a minha pele preto é o lugar onde eu moro a 29 de Maio o Adalberto errou quarto veja entrar no dele entrou no quartinho da Aparecida e os favelados queriam retirá-lo de lá porque se
o negrão chegasse havia de espancá-lo eu fui retirá-lo de lá porque ele me obedece resolveu sair quando eu fui deitá-lo ele disse sabe Carolina eu sou um homem feliz depois que morreu Marina nunca mais ninguém me quis eu dei uma risada porque percebi que ele havia falado e formado uma quadrinha parei de rir porque a tristeza de sua voz como vemos Marina foi uma mulher negra que viveu com ele bebia muito e morreu tuberculosa com 21 anos e um de Julho Hoje eu não fui trabalhar porque a Vera José Carlos estão doentes Eu fui vender
uns ferros e um pouco de Estopa ganhe só 31 cruzeiros 12 de junho hoje eu não vou sair porque os filhos ainda estão doentes as quatro horas da manhã a Vera começou torcer levantei e fiz um mingau de fubá para ela 13 de junho de manhã eu carreguei só um caldeirão com água fiz café mandei o João comprar um dia inteiro e duas agulhas José Carlos está melhor e vai para escola eu deixei a Vera vou sair porque eu tenho só um pouquinho de feijão sal e meio quilo de Açúcar e Quatro de Junho o
senhor Manuel chegou agora eu estou lhe tratando bem porque percebi que gosta dele passei vários dias sem vê-lo e sentir saudades a saudade é amostra do afeto a dona Adelaide veio trazer a minha blusa de lã e ficou admirada vendo o céu Emanuel dentro de casa ele é tu fala baixinho e anda muito bem vestida ela me olhava e olhava ele ele com seus sapatos reluzentes e eu sujo aparecendo Marginal de rua ela ficou horrorizada porque eu durmo com ele ela me olhou com repugnância quando eu disse que ele vai me dar uma máquina de
costura um rádio senhora solteiro sou para senhora eles também porque ele é solteira e a Senhora também percebi que a sua intenção era diminuir meus olhos dele mas ela chegou tarde demais porque a nossa amizade é igual uma raiz que segura uma planta na terra já está firme dormir com ele e à noite foi deliciosa 15 de junho Quando cheguei em casa fui sopa de aveia a Vera chorou não queria comer aveia dizia eu não gosto dele uma surra e ela comeu vamos deitar às dez da noite começou espetáculo da favela Aparecida nova vizinha bebeu
muito e começou a brigar com a Leila os homens da Leila queriam invadir o barracão dela ela foi chamar a cavallaria o Adalberto levantou você para socorrer a Leila começou a falar quando ouviram um tropel da cavalaria silenciaram o Euclides o negro preto que mora com Aparecida é horrível quando bebe fala por 100 Eu dou tiro eu mato quando ele parou de falar era três horas da manhã o vizinho levou o rádio eu não dormi com o soro da favela até as crianças despertaram ouvindo rádio desastre na central de manhã José Carlos disse que tinha
vontade de ver um controle de tênis eu disse ele só pensa nisso coitado dos Operários o 8 de Junho quando chegar aí abrir a porta viu um bilhete conhecia a letra do repórter perguntei a Dona Nena se ele esteve aqui diz que sim o bilhete dizia que a reportagem vai sair no dia dez no cruzeiro que o livro vai ser editado que emocionada senhor Manuel chegou disse-lhe que a reportagem vai sair quarta-feira e que o repórter quer levar o livro para imprimir eles ganham dinheiro nas suas costas e não te pagam eles estão xin brilhando
você não deve entregar-lhe o livro eu não impressionei com as Ironias do senhor Manuel e Nove de Julho eu disse para mulata easy'r sequer reportagem vai sair amanhã eu vou gastar 15 cruzeiros para comprar o Cruzeiro e se eu não encontrar a reportagem você me paga eu disse para a dona Celestina que a mulher do coca-cola disse que tudo que ele escreva ela escreve também a dona Celestina disse que não sabe se ele escreve que eu ela sabe que escrevo eu estava ensinando contas para os filhos quando Bateram na janela O João disse mamãe atende
o homem de óculos fui ver era o pai da Vera entra por onde entra aqui dá a volta ele entrou e passou olhar pelo Barracão perguntou você não sente frio aqui só que não chove em chove mas eu vou tolerando você me escreveu que a menina estava doente eu vim visitar ela Obrigado pelas cartas te agradeço porque você me protege não revelo meu nome no teu diário ele deu dinheiro aos filhos e eles foram comprar e nós ficamos sozinhos quando os meninos voltaram a Vera disse que quer ser pianista ele sorriu Então você quer ser
granfina ele sorriu porque os filhos deles são músicos a Vera pediu um rádio Ele disse que dá um no Natal quando ele saiu eu fiquei nervosa depois cantei foi comprar pão para os filhos Eles comeram e fomos deitar eu disse para o pai da Vera que ia sair no Cruzeiro ele Deus em cruzeiros e José Carlos achou um pouco porque ele estava com notas de mil a 10 de junho hoje eu não vou sair porque o barraco está muito sujo eu vou limpar Lu barrio assoalho e as teias de aranha penteei os meus cabelos os
filhos foram na escola quando os filhos chegaram almoçaram João foi levar almoço para Vera eu disse para ele olhar essa reportagem a minha saída no Cruzeiro eu estava com medo da reportagem não ter saído e as pessoas que eu avisei para comprar o Cruzeiro dizer que eu sou pernóstica o João quando retornou se agência que a reportagem havia saído vasculhar os bolsos procurando o dinheiro tinha 13 cruzeiros faltava dois senhor Luiz emprestou-me e o João foi buscar o meu coração ficou oscilando igual as molas de um relógio que será que eles escreveram no meu respeito
quando João voltou com a revista ali retrato da favela no diário da Carolina de um artigo sorrir pensei no Repórter e pretendo agradecê-lo troquei roupas e fui na cidade receber o dinheiro e na cidade eu disse para os jornaleiros que a reportagem do Cruzeiro era minha foi receber um dinheiro e avisei tesoureiro que eu estava no Cruzeiro ele estava impaciente Por que havia deixado os meus filhos e na favela atualmente tem um espírito de porco tomei o ônibus e quando cheguei no ponto final a já na leira disse que as neguinhas da favela havia me
xingado que estava desmoralizando a favela fui no parque buscar a Vera e mostrei-lhe a revista eu fui comprar mil kg de carne Quando voltei para favela passei no Empório do Senhor Eduardo mostrei a revista para os operários do frigorífico João disse-me que o Orlando Lopes o atual encarregado da Luz havia me xingado disse que eu fiquei devendo 4 meses fui falar com Orlando ele disse-me que eu pus na revista que ele não trabalha Que história é essa que eu fiquei devendo 4 meses de luz e água Ficou sim sua nojenta sua vagabunda eu escrevo porque
preciso mostrar os políticos as pes a idade de vocês e eu vou contar ao repórter Eu não tenho medo daquele puto daquele fresco que nojo que eu sentido tá olhando Lopes vem para o meu barraco fiz uns bife seus filhos comeram Eu jantei depois quando tem a balsa Rio Grande do Sul a 11 de Junho levantei fui carregar água depois fui fazer compras troquei os filhos Eles foram para a escola eu não queria sair mas estou com pouco dinheiro precisei sair quando circulava pelas ruas o povo abordava me para dizer que havia me visto no
Cruzeiro eu fui no banco e comprei uma revista mostrei para o farmacêutico eu comprei outra revista e foi levar para o José do Bar dos esportes ele comprou a revista eu passei na banca e comprei outra Mostra aí para o sapateiro ele sorriu passei no Empório Dom José Martins e falei isso ele queria ler a revista Deixa aí depois vamos ler de jantar para os filhos e sentei na cama para escrever Bateram na porta mandei João ver quem era e disse entra Negra ela não é negra mamãe é uma mulher branquinha está com Cruzeiro na
mão ela entrou uma loira muito bonita disse-me que havia lido a reportagem no Cruzeiro o time no diário para conseguir auxílio para mim na redação eu fiquei emocionada o senhor Antonio fica no terceiro andar na sala do Dr Assis Chateaubriand ele deu-me revista para ler depois foi buscar uma refeição para mim gif batatas e saladas eu comendo que sonhei estou na sala bonita a realidade é muito mais bonita do que o sonho depois fomos na redação e fotografaram me prometeram me que eu vou sair no diário da noite amanhã eu estou tão alegre parece que
a minha vida estava suja e agora estão lavando a 13 de Junho eu saí fui catar um pouco de papel ouço várias pessoas dizer é aquela que está no Cruzeiro mas como está suja conversei com os operários nesse fiz as caixas de papelão não Saquei outros papéis ganhei 100 cruzeiros as moças do depósito começaram a cantar as moças do depósito começaram a cantar Carolina um o Leon disse ela saiu no Cruzeiro com ela agora é mais Cruzeiro eles te pagaram vão dar-me uma casa Vai esperando fiquei pensando no preto que é meu vizinho senhor Euclides
ele disse-me Dona Carolina eu gosto muito da senhora a senhora quer escrever muitos livros ou se quero mas a senhora não tem que entender nada precisa trabalhar eu preciso trabalhar e escreva nos horas vagas eu vejo que a sua vida é muito sacrificada e eu já estou habituada se a senhora quiser ficar comigo eu peço esmolas e te sustenta é de dinheiro que as mulheres gosta de dinheiro eu arranjo para você eu não tenho ninguém que gosta de mim Eu sou a desejado eu gosto muito da senhora a senhora tá dentro da minha cabeça tá
dentro do meu coração quando ele ia me dar um abraço afastei a 16 de junho hoje não temos nada para comer Queria convidar os filhos para suicidarmos assistir olhei meus filhos e fiquei com dó eles estão cheios de vida quem vive precisa comer fiquei nervosa pensando será que Deus esqueceu me Será que ele ficou de mal comigo a 18 de junho barraco da Aparecida eu conto para reunir os pinguços beberam depois brigaram o halal disse que eu ponho várias pessoas no jornal mas ele eu não ponho se você me por no jornal eu te quebro
toda vagabunda essa negra precisa sair daqui da favela Aparecida veio dizer que o João mandou ele tomar no eu disse vocês são as professoras quando bebem falando coisas horríveis 19 de Junho o senhor Manoel apareceu disse que comprou a revista para ver o meu retrato e saber se o repórter deu-me algo não mas vai dar eu não acredito só que aí quando eu ver eu disse-lhe que só depois que o livro circular é que o escritor recebe a 22 de Junho sai triste porque não tinha nada em casa para comer olhei o céu Graças a
Deus não vai chover hoje é segunda-feira tem muitos papéis nas ruas no ponto do Bonde Eu me separei da Vera ela disse faz comida que eu vou chegar com fome a frase Comida ficou explodindo dentro do meu cérebro parece que o meu pensamento repetiria comida comida comida Dizem que o Brasil já foi bom mas eu não sou da época do Brasil bom hoje eu fui olhar no espelho fiquei horrorizada meu rosto é quase igual da minha mãe estou sem Dente magra pudera o medo de morrer de fome a Vinte e Cinco de Julho voltei para
o meu barraco o mundo Olhava O meu barraco envelhecido as tábuas negras e podres pensei está igual a minha vida quando eu preparava para escrever o tal Orlando surgiu e disse que queria o dinheiro deles em cruzeiros eu quero 250 quero o depósito eu não pago depósito porque já foi abolido pela Light então eu corto a luz e desligou boa a 27 de junho o tá olhando Lopes passava de bicicleta os meus filhos falaram olha Orlando eu disse-lhes eu não vou olhar esse nojento ele ouviu e respondeu no jeito a que te pariu eu disse-lhe
que escrever e não podia perder tempo com vagabundo fechei a porta a 29 de Junho Hoje eu amanheci rouca Era quatro horas quando eu fui pegar água porque o tal Orlando Lopes disse que não deixa eu pegar água pois água para fazer café Estou só com 18 cruzeiros estou tão triste se eu pudesse mudar nessa favela você é obra do diabo aqui já morou o homens malvados mas esse tal de Orlando osso plantas Hoje eu passei o dia escrevendo contem quantos barracões tem na favela para ver quantos estão ali Orlando Lopes vai arrecadar seus favelados
pagar-lhe os 150 cruzeiros de depósito contém 119 barracões com o uso o céu está maravilhoso azul claro e como vens brancas esparsas os balões com suas cores variadas percorrem espaços as crianças ficam agitadas quando o balão vende surpreendentes como é lindo o dia de São Pedro por que será que o Santos juninos São homenageados com fogos tá olhando Lopes passou na minha rua Ele disse que tudo que eu falo dele e ele conta somos idiotas eu quero defender os porque a ladrões de toda espécie mas elas não comprei ele a 30 de junho aquele preto
que cata verdura no mercado veio vender minhas batatas murchas e brotados olhando suas ver que ninguém ia comprar pensei Esse pobre deve ter vagado eu não tenho Mente sem conseguir dinheiro para refeição perguntei-lhe se queria comida quero dirigiu-me um olhar tão interno como se estivesse olhando Uma Santo quem tem macarrão bife torresmo para ele e um de julho eu estou cansada enojado da favela eu disse para o senhor Manoel que eu estou passando tantos apoios o pai da Vera é rico podia ajudar meu pouco ele pede para não divulgar o nome no Diário não divulgo
podia reconhecer o meu silêncio e se eu fosse uma dessas pretas escandalosas e chegasse lá na oficina e fizesse um escândalo da dinheiro para tua filha com dois de julho levantei acende o fogo e mandei o João comprar 10 de Açúcar bateram no barracão os filhos falaram é o pai da Vera é o papai ela sorria para ele eu é que não fiquei com a tal visita ele disse-me que não levou o dinheiro lá no Luiz porque não teve tempo mostrei ele os sapatos da Vera que estão furados e a água penetra Quanto pagou isso
240 é caro ele deu-me 120 cruzeiros e 20 para cada filho ele mandou os filhos comprar doces para nós ficarmos sozinhos tem hora que eu tenho tanto Desgosto de ser mulher de graças a Deus quando ele despediu-se e três de julho não tem gordura ou já acabou os a gordura do porco e agora tem que comprar gordura tomei banho e fui deitar que noite horrível a tal Terezinha e o companheiro não nos deixou dormir eu não sei onde eles arranjaram uma galinha e discutiam vai Euclides depenar a galinha vai você e ficaram nessa lenga-lenga até
às duas da madrugada e seis de julho o senhor Manoel saiu e eu fiquei deitada depois levantei e fui carregar água que nojo tá ouvindo as mulheres falar falaram da de que ela namora qualquer um que a r irmã do B pertence aos homens falamos do JP que quer amaciar se com a sua filha aí ele mostra a fila e convida Vem minha filha da para o seu papaizinho da só um pouquinho eu já estou cansada de ouvir isso porque Infelizmente eu sou vizinho do JP é um homem que não pode ser admitido numa casa
onde tem crianças eu disse é por isso que eu digo que a favela é o chiqueiro de São Paulo esse minha lata 0pay dando graças a Deus por sair da torneira as e diz que pediu dinheiro ao seu pai para comprar um par de sapatos e ele disse se você me der a eu te dou sem ela deu e ele deu-lhe só 50 ela rasgou o dinheiro e aí 14 pedaços e colar é por isso que eu digo tá favela o gabinete do diabo fiz o almoço depois fui escrever estou nervosa mundo está tão insípido
que eu tenho vontade de morrer fiquei sentada no sol para aquecer com as agruras da vida somos os infelizes perambulando aqui nesse mundo sentindo frio interior e exterior percebi que estava me animando quando anoiteceu Fiquei alegre cantei o João José Carlos tomaram parte os vizinhos ébrios interferiram com suas vozes desafinadas Cantamos A jardineira sete de julho a dona Angelina preta estava dizendo que vai vender o seu barraco e vai mudar para Guaianases que não suporta mais morar na rua a fiquei contente ouvindo ela dizer que vai mudar até eu o dia que me mudarei de
queimar incenso para agradecer a Deus ele fazer jejum mental Pensar só nas coisas boas que agradam a Deus a Onze de Julho era sete horas da noite os filhos estavam na Rua João penetrou veloz como se estivesse sendo impelido pelo foguete Russo disse mamãe o José Carlos vai para o juiz de menores porque ele jogou uma pedra na vidraça da fábrica de peças de automóvel e quebrou e o nortista que toma conta da fábrica diz que vai mandá-lo para o juiz pensei uma vidraça qualquer mãe pode pagar levantei vestiu o casaco peguei o dinheiro e
pus no bolso peguei a revista com a minha reportagem sair fui ver a vidraça estava quebrada e a pedra foi arremessada com estilingue e o furo da vidraça ficou oval o vigia da fábrica abriu a janela e vi o João ele perguntou o que que você está fazendo aqui sou eu que vem ver o furo da vidraça o nortista começou a falar eu dizia para o José Carlos O que ele foi fazer lá que anda à toa e arranja encrenca perguntei a notícia se havia batido né e respondeu-me que não José Carlos dizia que ele
havia apertado o braço Eu acreditei no meu filho em geral as mães acreditam nos filhos a 12 de junho na minha luta hoje foi para fazer almoço não tenho gordura deixei a carne cozinhar e pois linguiça junto para fritar e apurar gordura para fazer o arroz e feijão temperei a salada com caldo de carne os filhos gostaram quando era come carne fica alegre e canta o Treze de Julho comprei 30 cruzeiros de carne e fiquei nervosa Porque os 30 que sobrou não vai dar para comprar a gordura e arroz estava apreensiva receando que os meus
filhos brilhassem com os vizinhos quando cheguei eles estavam sentados dentro do chiqueiro lembra de mim ouvir a voz da dona Adelaide dizia os meus filhos vocês pararam de brigar perguntei a ver o que havia e com quem brigar ela ela relatou que João José Carlos brigaram que deixaram violão caiu no chão e puseram perfume no fogo para acender quebraram a escova de lavar assoalho e abriram um pacote de tinta verde que estou guardando não sei para quê mas eu estou olhando pois Brasas no ferro passei a minha saia Verde lavei a blusa de renda que
eu achei no lixo tomei banho troquei me troquei a velha e fomos para a cidade ele estava só com seis cruzeiros pensava e seu pai da Vera não levou o dinheiro como é que eu vou voltar fui receber o dinheiro da Vera a fila era as mulheres que é um receber as mensalidades dos esposos e dos pais e seus filhos Eu tenho que dizer nossos filhos porque eu também estava no clima dizem que quem entra na réstia vira cebola as mulheres falavam dos esposos é lá que os homens tomam nomes de animais o meu é
um cavalo broto ordinário e o meu à burro que ele desgraçado outro dia ele viajou na central e eu pedi a Deus para acontecer um desastre e ele morrer e ir para o inferno perguntei a mulher que estava atrás de mim quem é o seu advogado Doutor Walter Aimberê ele é o meu também mas eu não gosto dele eu recebi o grande o dinheiro 250 cruzeiros a Vera Sorria e dizia agora eu gosto do meu pai tá sendo sapataria e comprei um par de sapatos para Vera Quando o senhor Manoel nortista experimentava os sapatos ela
dizia sapato Não Acaba Porque depois a mamãe custa comprar outro e eu não gosto de andar descalça Oi tá sendo Empório do Senhor Eduardo comprei 1 kg de arroz sobrou só Sete Cruzeiros só na cidade eu gastei 25 A cidade é um morcego que chupa o nosso sangue Quinze de Julho quando eu deixava o leito a Vera já estava acordado e perguntou mamãe é hoje que eu faço anos é e meus parabéns desejo de felicidades a senhora vai fazer um bolo para mim não sei se eu arranjar dinheiro acende o fogo e fui carregar água
as mulheres reclamavam Tiago época os lixeiros já haviam passado catei pouco papel passei na fábrica Para catar estopas comecei sentir tontura resolvi na casa da dona Angelina pedir um pouco de café a dona Angelina deu-me quando eu sair desse daqui já estava melhor é fome você precisa comer mas o que se ganha Não dá já emagreci 8kg eu não tenho carne e o pouco que tem eu peguei os papéis e sair quando passei diante de uma vitrine vi meu reflexo desviei o olhar porque tinha a impressão de estar vendo um fantasma eu fritei peixe fiz
polenta para os filhos comer com peixe quando a velha chegou viu a polenta dentro da marmita E perguntou e o bolo hoje eu faço anos não é bolo é polenta polenta eu não gosto ela trouxe leite eu dei-lhe leite com polenta ela comeu chorando Quem Sou Eu para fazer bolo e dezoito de Julho quando eu ia catar papel encontrei a Dona Benedita mãe da Nena preta eu digo né na preta porque nós temos aqui na favela Nena Branca começamos a falar do menino que morreu nos fios da Light ela disse-me que foi o filho da
Laura do Vicentão ó exclamei porque conheci um menino e sua história de filho irritado aí vai a história do infausto Miguel coluna quando a Laura foi para maternidade ter o filho o seu nasceu e morreu ela ficou triste porque queria criar o filho e chorava ao seu lado uma mulher jovem teve um filho e chorava com inveja da Laura ela que desejava que o seu filho nascesse morresse mas o seu filho estava vivo aquelas lágrimas preocupou a Laura que interrogou ele porque chora se o teu filho está vivo e é bonito a mulher disse que
veio do Norte virgem chegou em São Paulo arranjou Aquele filho e o pai da criança não queria casar-se com ela o que seus pais queriam que ela voltasse para o norte e que ela ia voltar para o norte mas não queria levar o filho se a Laura queria um menino ela dava a Laura assentou ficou tão contente como se tivesse ganho todo o ouro que existe no mundo quando ela saiu da Maternidade revelou que seu filho morreu e ela ganhou aquele ela era boa para ele comprar o televisão porque ele insistiu ele estava com 19
anos e no segundo primário e agora foi arrebatado tragicamente pela morte temos um jeito de nascer e muito de morrer hoje tem muito papel no lixo tem tantos catadores de papéis nas ruas temos que cartão e deitam-se embriagados conversei com o catador de papel porque é que não guarda dinheiro que ganha ele olhou-me com seu olhar de tristeza a senhora me faz rir já foi o tempo que a gente podia guardar dinheiro eu sou infeliz com a vida que levo não posso ter a inspiração não posso ter um lar porque um lar inicia com dor
e depois é multiplicando ele olhou-me e disse me Porque falamos disso nosso mundo é margem sabe onde Já estou dormindo debaixo das pontes Eu estou doido eu quero morrer Quantos anos tem 24 mas Já enjoei da vida seguir pensada quem escreve gosta de coisas bonitas eu só encontro tristezas e lamentos a 22 de julho eu estava deitada era 5 horas quando a Terezinha Euclides começaram a falar Adalberto levanta e vai comprar pinga o Euclides disse você não vai escrever não vai catar papel Levanta para você escrever a vida dos outros eu levantei peguei um pau
de vassoura e fui falar lhe para não aborrecer me que eu estou cansada de tanto trabalhar e de umas cacetadas no barraco ele calou e não disse mais nada vinte e seis de Julho ela 19 horas quando o senhor Alexandre começou a brigar com sua esposa dizia que ela havia deixado seu relógio cair no chão e quebrar-se foi alterando a voz e começou a espancá-la ela pedia Socorro eu não impressionei porque já estou acostumada com Os espetáculos que ele representa a Dona Rosa Correu para socorrer em um minuto a notícia circulou que um homem estava
matando a mulher ele deu-lhe com ferro na cabeça o sangue jorrava fiquei nem o meu coração parecia mala de um trem em movimento deu uma dor de cabeça usamos pularam a cerca para impedi-lo de bater na pobre mulher abriram a porta da frente e as mulheres e as Crianças invadiram o Alexandre ele saiu lá de dentro enfurecido e disse vão embora cambada estão pensando que isso aqui é a casa da sogra todos correram Era uns 20 querendo passar na porta as crianças ele chutou agora receber um chute caiu de quatro os filhos da Joana foram
fritados só velados começaram a rir a cena não era para rir não era comédia era drama a 28 de julho eu fui escrever ninguém aborreceu me hoje quando Crepúsculo vem surgindo eu fui procurar a Vera os favelados estavam reunidos na rua passeando abelha na Leila e da pedida com uma negrinha que apareceu por aqui mas eu já estou em fachada de brigas é tantas brigas na favela a luz da favela estava acesa EA porta do barracão da Lei ele estava fechada de várias crianças olhando pela fresta queria ir ver mas há certas coisas que desabou
na um adulto quando José Carlos entrou disse eu tenho uma coisa para contar o que é eu vi o Chico fazendo bobagem com a p não deem margem assunto ele prosseguiu o Chico fazia bobagem com a p e a Ivanilda estava perto lembro a 30 de julho Escrevi até tarde porque estou sem sono quando deitei e adormeci logo e Sonhei que estava na outra casa e eu tinha tudo sacos de feijão eu olhava os sacos e sorria eu dizia para o João agora podemos dar um pontapé na miséria e gritei vai embora miséria a Vera
despertou se perguntou quem é que a senhora está mandando esse embora a 31 de Julho comprei 20 de carne gorda porque eu não tenho gordura passei no Empório do Senhor Eduardo para comprar 1 kg de arroz deixei os sacos na calçada a Vera pois a carne em cima do saco cachorro pegou xinguei a Vera ordinária preguiçosa hoje você vai comer e me ela dizia deixa a mamãe quando encontrar o cachorro eu bato nele quando cheguei em casa estava com tanta fome surge um gato miando olhei e pensei eu nunca comi gato mas se estivesse numa
panela ensopado com cebola tomate juro que comia porque a fome é a pior coisa do mundo eu disse para os filhos que hoje nós não vamos comer Eles ficaram tristes e e onde a gosto eu deitei mas não dormi estava tão cansada ouvi um ruído dentro do barraco levantei para ver o que era era um gato eu ri porque eu não tenho nada para comer fiquei com dó do gato e quatro de Agosto amanheceu chovendo eu fiz café e mandei João comprar 15 cruzeiros de pão no prestei 15 para o Adalberto não carreguei água Já
enjoei de ficar naquela fila desgraçada deixei a Vera deitada estava chovendo uma chuva miudinha e freia eu achei um par de sapatos no lixo estou usando quando eu ia catar papel a dona Esmeralda pediu 1:20 emprestado dele e 30 cruzeiros porque ela tem 7 filhos e esposa está no Juqueri saí fui no roteiro habitual foi catando papel ferros e estopas encontrei um cego a quantos anos perdeste a vista dez anos achou ruim não porque tudo que Deus faz é bom qual foi a causa da perda visual fraqueza e não teve possibilidade de cura não só
se fizer transplantação mas é preciso encontrar quem me deu os olhos então você e o sol as flores e o céu cheio de estrelas já vi graças a Deus e seis de agosto hoje é aniversário do José Carlos 9 anos ele é de 1950 tempo bom mas ele quer ter dez anos porque quer namorar a Clarinda eu saí levei a Vera catei papéis Achei um par de sapatos no lixo vende por 20 cruzeiros voltei para favela comprei meio quilo de carne bife almocei 17 de Agosto catei dois sacos de papel ganhei 45 cruzeiros fiquei desesperada
quer que eu vou fazer com 45 cruzeiros cá tem um pouco de Estopa e voltei eu fui no ferro velho vender as estampas ganhei 33 cruzeiros estava indecisa pensando que ia fazer para comer eu estava lavando as louças quando Bateram na porta do José Carlos disse é a dona Teresinha Becker ela deu-me 500 cruzeiros eu disse-lhe que ia comprar sapatos para o José Carlos e agradecer de acompanhei até o automóvel aí eu fui conversar com a dona Chica e mostrei ele os 500 cruzeiros e disse-lhe que a Dona Terezinha é a minha mãe branca o
8 de agosto morreu um menino aqui na favela o sepultamento foi 9:00 os negros que iam acompanhar o instinto alugar um caminhão e levar ao violão pandeiro e Pinga os giricos dizia japonês quando morre os vivos cantam Então vamos plantar também a pior praga na favela atualmente são os ladrões roubam a noite e dormem durante o dia se eu fosse homem não deixava os meus filhos residir nesta espelunca se Deus auxiliar-me e de sair daqui e não é de olhar para trás Rua Doze de agosto tá ok me fui receber o dinheiro da Vera o
senhor Luiz emprestou-me 3 cruzeiros Achei um no bolso ficou quatro cruzeiros eu queria ir de ônibus Encontrei com um favelado muito bom pedir um cruzeiro emprestado ele deu-me dois cruzeiros fui de ônibus fui na chuva porque eu não tenho guarda-chuva na cidade eu ouvi o povo reclamar contra a falta de feijão que os Atacadistas estão sonegando o produto ao povo e os preços atuais isso não é mundo para o pobre viver quando Cheguei no Juizado o senhor j a m v o pai da Vera não levou o dinheiro pai na Vera sempre me pede para
não pôr o nome dele no jornal que ele tem vários empregados e não quero ver o nome propalado mas ele não contribui para ocultar o seu nome ele está bem de vida e da só 230 cruzeiros para Vera ele só aparece quando eu saio nos jornais ver saber eu ganhei o Treze de agosto levantei às 6:00 estava furiosa com a vida com vontade de chorar porque eu não tenho dinheiro para comprar pão os filhos foram na escola eu saio sozinha deixei a Vera porque vai chover por catar estampas e fui catar papelões ganhei 30 cruzeiros
fiquei triste pensando que aí de fazer com 30 cruzeiros estava com fome tomei uma média com pão doce voltei para favela quando eu cheguei agora estava na janela olhando as máquinas da Vera Cruz que vieram filmaram promessinha vi várias pessoas olhando as cenas fui ver quando eu ia chegando os vagabundo disseram olha Elizabeth Taylor vão criticar o diabo voltei e fui esquentar comida para os filhos arroz e peixe o arroz e o peixe era pouco os filhos comeram e ficaram com fome pensei Se Jesus Cristo pudesse multiplicar esses peixes o senhor Manoel apareceu quando eu
voltava é de papel ele vinha acompanhando deu-me 200 cruzeiros eu não quis aceitar você não me quer mais eu tenho muito serviço não posso preocupar com homens meu ideal é comprar uma casa decente para os meus filhos eu nunca tive sorte com homens por isso não amei ninguém usamos se passaram na minha vida só arranjar um complicações para mim filhos procriados ele despediu-se pegou os 200 cruzeiros e saiu lavei as louças depois fui no depósito de ferro-velho vender estopas e ferros ganhei 21 cruzeiros fui ver a filmagem do documentário do promessinha pedir os nomes dos
diretores do filme para por no meu diário as mulheres da favela perguntava-me Carolina É verdade que vão acabar a favela não eles estão fazendo uma fita de cinema o que se nota é que ninguém gosta da favela mas precisa dela eu olhava o pavor estampado nos rostos dos favelados eles estão filmando as e do promessinha mas o promessinha não é da nossa favela quando os artistas foram almoçar os favelados queriam invadir e tomar as comidas dos Artistas pudera frangos empadinhas carne assada cervejas admirei a polidez dos artistas da Vera Cruz sa é uma companhia cinematográfica
Nacional merece diferença especial permanecer o dia todo na favela a favela superou-se e os vizinhos de alvenaria ficaram comentando que os intelectuais dão preferência aos favelados as pessoas que olhavam a filmagem fazer um tanto barulho o bonito veio ver a filmagem perguntei ele se já foi filmado porque ele é cantor não porque não sou popular you a 15 de agosto as mulheres xingavam os artistas esses vagabundo vieram sujar a nossa porta as pessoas que passavam na Via Dutra e viam os bombeiros venham ver se era incêndio ou será alguém que havia morrido afogado o povo
dizia estão filmando promessinha mas o título do filme é cidade ameaçada em Dezesseis de agosto passei a tarde escrevendo lavei todas as roupas Hoje eu estou alegre tem festa no barraco de uma artista e a favela está super lotada de Notícias O Orlando Lopes está girando pela favela quer dinheiro ele cobra a luz no câmbio negro e tem pessoas aqui na favela que estão passando fome a 26 de agosto A pior coisa do mundo é a fome em 31 dedezembro levantei às 3:30 e fui carregar água despertei os filhos eles tomaram café saímos o João
foi catando papel porque quer dinheiro para ir no cinema que suplício carregar três sacos de papéis ganhamos 80 cruzeiros de 30 o João eu fui fazer compras porque amanhã é dia de ano comprei arroz sabão querosene e açúcar o João e a Vera deitaram-se eu fiquei escrevendo o sono surgiu Eu adormeci despertei com apito da Gazeta anunciando ano novo pensei nas corridas e no Manoel de Faria pedir a Deus para ele ganhar a corrida pedir para abençoar o Brasil Espero que 1960 seja melhor do que 1959 sofremos tanto no meu 959 que dá para a
gente dizer vai vai mesmo eu não quero você mais nunca mais é um de Janeiro de 1960 levantei há 5 horas e fui carregar água E aí